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A peça é dividida em três actos, sendo que cada um se desenrola num espaço
diferente. O primeiro passa-se em Sintra onde Pêro Çafio, um dos frequentes
actores das peças de Gil Vicente, ensaia a sua participação nas Cortes de Júpiter. É
então que surge Bernardim Ribeiro a quem Çafio confidencia que durante a
representação, uma moura de nome Taes, envergando uma máscara, entregaria
um anel a D. Beatriz. Bernardim, apaixonado por D. Beatriz, arquitecta o plano de
assumir a personagem de Taes para se poder aproximar da Infanta. No mesmo
acto, contracenam Paula Vicente e Dona Beatriz, confessando esta última o grande
amor que nutre pelo poeta de Menina e Moça. No segundo acto, desenrolado nos
Paços da Ribeira, assistem-se aos preparativos da representação: Gil Vicente e
Paula Vicente não gostam do ensaio de Joana do Taco, destacada para interpretar
Taes. Bernardim aparece disfarçado e pede para falar com Gil Vicente, pedindo-lhe
o papel da moura. Mediante a interferência de Paula, Gil acede. Inicia-se a
apresentação da peça com a presença de D. Manuel I e dos altos dignatários da
Corte, entre os quais Garcia de Resende. Quando Bernardim entra em cena,
modifica as falas da moura, conferindo-lhes um grande lirismo. O Rei percebe que
se trata de Bernardim e manda interromper a representação, retirando-se com
enfado, sem se aperceber que D. Beatriz tinha desmaiado. O terceiro acto passa-se
a bordo do Galeão Santa Catarina que levará a Infanta ao seu destino. D. Manuel
vem despedir-se da sua filha e traz consigo Chatel, o seu Secretário, que
demonstra algumas desconfianças sobre a postura da Infanta. Por intermédio de
Paula Vicente, Bernardim consegue visitar D.Beatriz a quem declara o seu amor.