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O Judiciário na Inglaterra

A tripartição de poderes, na Inglaterra, perde força pela supremacia do


Parlamento e porque a Justiça é administrada em nome da Coroa e sob
autoridade do próprio Parlamento.

O Judiciário alicerça-se fundamentalmente na participação popular e tem, na


sua formação, cortes, juizes de direito, de paz, leigos e advogados. A
proporção é de um juiz judicial para 10 juizes leigos.

As formas alternativas de resolução de litígios é imposição legal, em alguns


casos, mas, de maneira geral, depende de iniciativa das partes. Os
conciliadores, mediadores, árbitros e outros órgãos extrajudiciais solucionam
grande parte dos litígios. Na área consumerista, as empresas criaram os
“provedores dos clientes”; suas decisões vinculam àquelas, mas o cidadão não
se obriga a aceitá-las.

Os Tribunais de Condado, “County Courts”, conhecidos como “justiça dos


pobres”, juntamente com os Juizes de Paz formam o que se chama de Baixa
Justiça e julgam as ações cíveis menos complexas; seus julgamentos
comportam recursos para o Tribunal de Apelação e tem efeito somente para o
caso julgado, sem produzir o precedente, alicerce maior do Common Law.
Fazem parte ainda da Baixa Justiça, órgãos denominados de “quase-
judiciários”, distribuídos em comissões, colegiados e tribunais.

Os Juizes de Paz eram designados pela Coroa para os condados e


administravam tais locais em nome do rei; o desenvolvimento provocou
especialização e eles passaram a solucionar demandas de caráter civil e
criminal. As estatísticas apontam o percentual de até 95% de causas criminais
resolvidas pela Baixa Justiça.

Os juizes escolhidos entre pessoas do povo não são remunerados; podem ser
assessorados por funcionários com conhecimentos jurídicos, mas não se
obrigam a tomar decisões em conformidade com a orientação recebida.

Os Tribunais de Magistrados, (Magistrates Courts), compostos, na sua maioria,


por Juizes de Paz, (Justices of the Peace), ocupam-se das causas criminais,
além de algumas questões cíveis, tais como, direito de família, cobrança de
dívidas relativas a impostos locais, licenças para funcionamento de algumas
pequenas empresas. Questões complexas na área criminal são encaminhadas
aos Juizes Distritais, “District Judges”. Os Tribunais de Menores,
“YouthCourts”, formados por três juizes, incluindo um homem e uma mulher,
julgam menores de 18 anos.
Nas cidades maiores, o Magistrado Remunerado, (Stipendiary Magistrate),
selecionados entre advogados com mais de dez anos de carreira, substituem
os Juizes de Paz e são indicados pelo Lorde Chanceler, em nome da Coroa.

Os Juizes de Direito são recrutados entre advogados que se destacam e que


contam com um mínimo de sete a dez anos de carreira, apesar de a prática
indicar a escolha de profissionais com vinte anos de experiência; não há
concurso para a seleção. Poucos são os magistrados profissionais. A
aposentadoria compulsória acontece para os juizes aos 75 anos, excluindo os
membros da Câmara dos Lordes, porque vitalícios. Atualmente há dezesseis
lordes com mais de 75 anos.

A petição inicial é padronizada e impressa para ser preenchida pela parte


interessada. O ato que se segue, como no Brasil, é a citação pessoal do réu
para contestar ou atender ao pedido do autor. A revelia implica em formação de
título executivo judicial, não havendo necessidade de sentença. As altas
despesas processuais, a carestia na contratação de advogado, os pesados
honorários de sucumbência podem provocar, em muitos casos, a conclusão do
processo sem manifestação da outra parte. Registram-se muitas demandas
nas quais o autor ou o réu paga mais despesas processuais do que o próprio
valor da reclamação. Não se tem previsão dos gastos de um processo, na
Inglaterra, porquanto aumentam, na medida em que se pratica um ato
processual. A instrução é inteiramente oral e o julgador define se é matéria de
juízo coletivo ou singular. Nesta audiência há debates, depoimentos das partes,
de testemunhas e apresentação de provas. Seguem-se as alegações finais
orais, perguntas aos jurados e sentença.

O magistrado só interfere no processo após a contestação e, nas audiências,


as provas são colhidas de conformidade com o interesse das partes,
favorecendo, no caso, os mais fortes economicamente, porque cara a instrução
do feito. Calculam-se em torno de 90% as causas cíveis resolvidas através da
conciliação.

As sentenças proferidas pelos Tribunais de primeira instância poderão ser


submetidas ao Tribunal de Apelação e excepcionalmente à Câmara dos
Lordes.

Além de funções legislativas a Câmara dos Lordes, (House of Lordes) mantém


poderes judiciais, por ser a mais alta Corte do Reino Unido; todavia, a
jurisdição não é exercida por todos os seus integrantes, mas por um grupo com
experiência legal, chamado de Lordes da Lei. As definições oferecidas por este
colegiado constituem precedentes a serem obedecidos pelo Judiciário.
O Lorde Chanceler, que é ministro do governo, preside também a Câmara dos
Lordes e outros órgãos judiciais, como a Associação dos Magistrados, Juizes
de Paz, etc.

A Câmara dos Lordes é o Tribunal de última instância e julga menos de 100


processos por ano e as apelações cíveis não ultrapassam a 2.000.

A Alta Justiça é composta pelo Supremo Tribunal de Judicatura,


(Supreme Court ofJudicature), Corte mais importante do Judiciário, que conta
com três subdivisões: o Alto Tribunal de Justiça, (High Court of Justice),
formado por três seções: da Chancelaria, do Banco da Rainha e da Família; o
Tribunal de Apelação, (Court of Appeal), órgão de segundo grau de jurisdição e
o Tribunal da Coroa, (Crown Court).
O Alto Tribunal é composto por 75 juizes, escolhidos entre os advogados
militantes do País. Este Tribunal é competente para julgar causas cíveis de
maior complexidade.

O Tribunal de Apelação (Court of Appeal) e o Tribunal da Coroa (Crown Court),


foram criados em 1971; o primeiro presidido pelo “Lord Chief Justice” conta
com mais dezesseis juizes; as decisões são tomadas por três juizes e
constituem precedentes para as jurisdições inferiores; a elaboração dos
precedentes é incumbência exclusiva do Supremo Tribunal de Judicatura e da
Câmara dos Lordes.
O Tribunal da Coroa, “Crown Court”, composto por um juiz e doze cidadãos
que formam o júri, tem competência para apreciar processos criminais de
natureza grave e, em fase recursal, examina decisões dos Tribunais de
Magistrados, “Magistrates Courts”.
O direito do cidadão na Inglaterra origina-se do costume, dos precedentes
jurídicos, (common law), das leis e das convenções. Não há controle
constitucional nem hierarquia entre as leis, vez que inexiste diferença entre leis
ordinárias e leis constitucionais; o Parlamento exerce as duas funções, ou seja,
faz as leis ordinárias e as leis constitucionais, de conformidade com o mandato
recebido pelo povo. O direito constitucional do País não é escrito, apesar de o
Parlamento ter adotado, em 1998, o “Human Rights Act”, incorporando a
Convenção Européia de Direitos Humanos ao direito inglês. As leis
constitucionais mais importantes do país são: a Magna Carta, (1215), que
limitou o poder da Coroa; o Bill ofRights, (1689), que concedeu maiores
poderes ao Parlamento; a Reform Act, (1832), que reformou a representação
política e o Human Rights Act, (2000), que conceituou os direitos fundamentais
do cidadão.

São muitos os Tribunais especializados para julgamento de questões, tais


como: imigração, fiscal, saúde mental, propriedade, segurança social,
transporte, etc. Não se exige desses juizes conhecimentos jurídicos, mas da
área onde irão atuar.

O cidadão inglês não tem o direito de reclamar, no Judiciário, contra a Coroa


britânica, mas os juizes recebem e processam quaisquer demandas, que são
devidamente cumpridas. Há consciência de direitos e deveres entre o cidadão
inglês e a monarquia.

Na Inglaterra não existe a instituição do Ministério Público e a acusação é feita


pelo Másterof the Crown Office. Por outro lado, o júri, apesar de Roma e Grécia
reclamarem, apareceu primeiramente na Inglaterra. O Pequeno Júri
(Petty Jury), competente para apreciação das provas e julgamento de crimes, é
composto por 12 cidadãos.

O hábeas corpus, invenção inglesa, é figura jurídica pouco usada, porque as


autoridades da Inglaterra e a influência popular são suficientes para inibir a
prisão arbitrária.

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