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GUIA DEFINITIVO DE

GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

MEDICÃO
Tudo que você precisa saber para ser um
especialista no assunto.

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Guia Definitivo de Medição de Nível
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Este eBook é pra mim?


Manter um controle adequado dos processos pro-
dutivos tem se tornado cada vez mais importan-
te não apenas para operadores de campo, mas
também para toda empresa, incluindo executivos
e gerentes de diferentes setores.

A eficiência da planta que você atua depende da


qualidade da instrumentação, da confiabilida-
de dos equipamentos e do suporte dos melhores
fornecedores.

Se você é um profissional ou estudante da área


de Instrumentação ou Automação Industrial e
tem que lidar com processos de medição de nível,
esse eBook é pra você.

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GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

SUMÁRIO
CAPÍTULO I
POR QUE A MEDIÇÃO DE NÍVEL É TÃO IMPORTANTE?.......................................................................... 8
Eficiência e Redução de custos na medição de nível................................................................................................ 8
Segurança do trabalho na medição de nível.............................................................................................................. 9

CAPÍTULO II
O QUE É MEDIÇÃO DE NÍVEL?........................................................................................................... 10
Nível............................................................................................................................................................................ 10
Automação, controle e medição de nível................................................................................................................. 10
Automação de Processos......................................................................................................................................... 11
Automação de Processos Contínuos....................................................................................................................... 11
Automação de processos de manufatura................................................................................................................ 12
Fundamentos da Instrumentação Industrial........................................................................................................... 12
Como funciona um instrumento?............................................................................................................................. 13
Controle de Processos.............................................................................................................................................. 13
Tipos de Controle....................................................................................................................................................... 14
Malha a berta............................................................................................................................................................. 15
Malha Fechada.......................................................................................................................................................... 15
Etapas e conceitos fundamentais no controle de processos ................................................................................ 15
3
Termos específicos mais usados em controle de processo................................................................................... 15
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Simbologia em instrumentação industrial....................................................................................................... 17

Identificação de instrumentação...................................................................................................................... 19

Simbologia específica para medição de nível................................................................................................. 22

CAPÍTULO III
AGORA PASSAREMOS PARA O QUE INTERESSA: A MEDIÇÃO DE NÍVEL.............................................. 23
Classificação em medição de nível e tipos de medidores....................................................................................... 23
Medição de Nível Direta............................................................................................................................................ 23
Medição de Nível Descontínua................................................................................................................................. 24
Medição de Nível Indireta.......................................................................................................................................... 25
Cenário Atual da Instrumentação Industrial em Medição de Nível........................................................................ 25
Os principais desafios da Medição de Nível............................................................................................................ 26

Como funciona a tecnologia RF Admitância?.................................................................................................. 28


Entendendo de uma vez por todas como funciona a Tecnologia RF Admitância................................................. 28
Afinal de contas, o que isso tem a ver com a Tecnologia RF Admitância?............................................................ 30
Qual a diferença entre um medidor de nível capacitivo e um medidor com RF Admitância?............................... 32
Composição básica de um capacitivo convencional.............................................................................................. 32
4
Composição básica de um capacitivo com RF Admitância.................................................................................... 32
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Capacitivo comum de dois terminais....................................................................................................................... 32


Medidor de nível com RF Admitância....................................................................................................................... 33
Onde a tecnologia RF Admitância pode ser aplicada?............................................................................................ 35
Principais tipos de medidores de nível..................................................................................................................... 35
Medidor de Nível por Empuxo................................................................................................................................... 35
Deslocador (Displacer).............................................................................................................................................. 36
Tubo de Torque.......................................................................................................................................................... 38
Faixa de Medição e Precisão dos Tubos de Torque............................................................................................................. 39

Medidor de Nível por Pressão Diferencial........................................................................................................ 39

Condição de tanque aberto................................................................................................................................ 39

Condição de tanque fechado............................................................................................................................. 40

Condição de tanque fechado com vapor.......................................................................................................... 40

Medição de Nível com Transmissor de Pressão Diferencial.......................................................................... 41

Material Piezoelétrico........................................................................................................................................ 43
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GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Detector Contínuo de Nível................................................................................................................................ 44

Medidor de Nível por Radiação......................................................................................................................... 44

Medição de Nível por Pesagem (Células de Carga)........................................................................................ 45

Medição de nível por pesagem......................................................................................................................... 46

Radar para Medição de Nível............................................................................................................................. 47

Radar de Onda Guiada........................................................................................................................................ 47

Instrumentos para Medição de Nível de Sólidos............................................................................................. 48

Como escolher o melhor medidor de nível?..................................................................................................... 49

Sistemas de medição de nível mais utilizados................................................................................................ 49

Instrumentos para Alarme e Intertravamento................................................................................................. 50


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GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Chaves de Nível.................................................................................................................................................. 50
Chave de Nível por vibração...................................................................................................................................... 50

3 características para levar em consideração................................................................................................. 51

Medição Pontual e Contínua............................................................................................................................. 51

Medição com Contato e Sem Contato.............................................................................................................. 52


Vantagens e Desvantagens de cada medidor de nível............................................................................................ 53
Comparativo das principais tecnologias em medição de nível.............................................................................. 55
Prós e contras dos medidores.................................................................................................................................. 56

Fontes.................................................................................................................................................................. 60

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GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

CAPÍTULO I A indústria tem aumentado a demanda de controle de processos. Manter


um controle adequado tem se tornado cada vez mais importante não ape-

POR QUE A MEDIÇÃO


nas para operadores de campo, mas também para toda empresa, incluin-
do executivos e gerentes de diferentes setores.

DE NÍVEL É TÃO
Isso é resultado de dois fatores: redução dos custos de produção e au-
mento do foco em segurança do trabalho.

Eficiência e Redução de custos na medição de nível

IMPORTANTE? O principal objetivo da medição de nível é manter o controle do processo


produtivo seja em volume ou peso. Se a sua medição é eficiente, você terá
como resultado um maior rendimento da produção, pois os processos se-
rão feitos sem interrupções.

A medição de nível é um elemento fundamental dentro de um sistema de


calibração de tanques. Medições de nível mais precisas aumentam signi-
ficativamente a eficiência da planta. É comum encontrar níveis de precisão
de até 3mm.

Por exemplo, se um silo de grãos precisa estocar uma certa quantidade de


material o tempo inteiro, mas não é preenchido em sua capacidade máxi-
ma por falhas na medição, a unidade de produção poderá precisar de silos
adicionais, acarretando despesa de compra e manutenção desnecessá-
rias.

Muitos processos necessitam de um fluxo contínuo, entrada e saída de


materiais. É inviável obter um fornecimento consistente com taxas variá- 8
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

veis ou se houver incidentes na linha de abastecimento.

Segurança do trabalho na medição de nível

A medição de nível também é feita por razão de segurança. Imagine o


transbordamento acidental de um tanque de ácido causado por uma me-
dição imprecisa.

Pode gerar um resultado catastrófico!

Assim como falamos de um incidente envolvendo ácido, também podería-


mos extrapolar para diversos outros tipos de materiais comuns na indús-
tria, como inflamáveis, reagentes, dentre outros.

Prevenir transbordamentos e detectar vazamentos também é importante


para cumprir todas as regulações ambientais.

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GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

CAPÍTULO II Nível é a medida em altura do conteúdo líquido ou sólido de um reserva-


tório.

O QUE É MEDIÇÃO A medição de nível permite:

DE NÍVEL?
● A avaliação do estoque de tanques de armazenamento
● O controle dos processos contínuos em que existam volumes lí-
quidos ou sólidos, de acumulação temporária, amortecimento, mistura,
resistência etc.

A medição de nível faz parte dos processos de automação e sua decor-


rente instrumentação industrial. Para entender melhor tudo que envolve a
medição de nível é importante entender que ela está inserida no contexto
da automação industrial e serve para o controle de processos.

Automação, controle e medição de nível


A automação de um modo geral vem trazendo ao longo do tempo uma
série de benefícios nos mais diversos setores da indústria e da própria
sociedade. É sinônimo de conforto e facilidade.

Nas indústrias, a urgência no aumento da produção a fim de responder


à crescente demanda com custos cada vez mais baixos e à fabricação
constante de novos produtos, acarretou no crescimento do número de
processos completamente automatizados.

A automação industrial, mais precisamente a instrumentação industrial, 10


GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

quando utilizada com critério e de forma planejada, reduz drasticamente Automação de Processos
os custos, aumenta a produtividade e contribui com a qualidade e a segu-
rança na produção. Nos tópicos anteriores falamos bastante a respeito de processo, mas não
definimos o conceito para o âmbito da automação industrial.
A principal melhoria alcançada pela automação envolve a mão de obra.
Toda instrumentação faz com que os trabalhadores se livrem de ativida- Processo é uma operação ou uma série de operações realizadas por um
des monótonas, repetitivas e, principalmente, perigosas. É uma melhoria determinado conjunto de equipamentos, onde varia, pelo menos, uma ca-
tanto para o financeiro quanto para a segurança do trabalho no setor in- racterística física ou química de um material para obtenção de um produto
dustrial. final.

Embora a tecnologia que implementa processos ou sistemas automatiza- Ou seja, uma operação unitária, como são os casos da destilação, filtração
dos modernos exija diferentes graus de investimento, os resultados são ou aquecimento, é considerada um processo. Quando se trata de contro-
definitivamente garantidos e extremamente recompensadores. Por essa le, uma tubulação por onde escoa um fluido, um reservatório que contém
razão é que as indústrias que ainda resistem a essa realidade estão con- água, um aquecedor ou um equipamento qualquer é o que entendemos
denadas ao total fracasso. como processo.

A automação é classificada de acordo com suas diversas áreas. Além da Automação de Processos Contínuos
automação industrial, temos a automação bancária, comercial, agrícola,
predial, de comunicações e de transportes. O processo contínuo é aquele que operam ininterruptamente grande quan-
tidade de produtos e materiais nas mais diversas formas sem manipula-
No nosso Guia focaremos na medição de nível, instrumentação inserida ção direta. São processos caracterizados por tubulações, tanques, troca-
no contexto da automação industrial. Mas para chegarmos lá é preciso dores de calor, misturadores, reatores, entre outros.
entender os segmentos que a automação industrial percorre até chegar-
mos propriamente na medição de nível. As indústrias química, petroquímica, alimentícia e de papel e celulose, são
algumas áreas que os processos contínuos atuam.
A automação de processos contínuos e de processos de manufatura são
as duas vertentes da automação industrial. Um processo pode ser controlado por meio da medição de variáveis que
representam o estado desejado e pelo ajuste automático de outras variá- 11
É por esses dois segmentos que damos início ao nosso estudo.
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veis, de maneira a se conseguir o valor que se deseja para a variável con- tos. Exemplos: sensores de posição e óticos;
trolada. As condições ambientais devem sempre ser incluídas na relação • Controle: a informação dos sensores é usada para controlar o
de variáveis de processo. sequenciamento de uma determinada operação. Os robôs são bons exem-
plos, pois o controle de suas posições é determinado por informações de
As variáveis de processo são as grandezas físicas que afetam o desem- sensores e por uma rotina de sequenciamento, acionando-se um conjunto
penho de um processo e podem mudar de valor espontaneamente em vir- de motores. Softwares de controle são conjuntos de instruções organiza-
tude de condições internas ou externas. Por essa razão, essas variáveis dos de forma sequencial na execução de tarefas programadas;
típicas de processos contínuos necessitam de controle.
• Acionamento: provê o sistema de energia para atingir determina-
As principais variáveis medidas e controladas nos processos contínuos do objetivo. É o caso dos motores elétricos, servoválvulas, pistões hidráu-
são: pressão, vazão, temperatura, nível, pH, condutividade, velocidade e licos etc.
umidade.
NÃO CONFUNDA AUTOMAÇÃO COM MECANIZAÇÃO
A mecanização é um processo que consiste no uso de máquinas para realizar
Automação de processos de manufatura um trabalho repetitivo, substituindo, assim, o desgaste laboral do homem.

Já na automação o esforço é transferido ao trabalho realizado por meio de


A automação de processos de manufatura são aquelas em que o produto máquinas controladas automaticamente, capazes de se regularem sozinhas,
é manipulado direta ou indiretamente, ao contrário do ocorre nos proces- como robôs, máquinas de Comando Numérico Computadorizado (CNC) e
sos contínuos. sistemas integrados de desenho e manufatura (CAD/CAM).

Nos processos de manufatura identificamos máquinas e sistemas se-


quenciais característicos da indústria automobilística, eletroeletrônica,
alimentícia, farmacêutica, etc. Fundamentos da Instrumentação Industrial
O FUNCIONAMENTO BÁSICO DE UM PROCESSO DE MANUFATURA RE- A instrumentação industrial é a ciência que estuda, desenvolve e aplica
QUER OS SEGUINTES COMPONENTES: instrumentos de medição e controle de processos na indústria. É empre-
gada tanto em processos usuais como a medição de nível em indústrias
• Sensores: responsáveis pela medição de desempenho do sistema sucroalcooleiras quanto em processos críticos como reatores nucleares.
de automação ou uma propriedade particular de algum de seus elemen- 12
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

A obtenção de medidas precisas e com o menor custo possível depende O sensor é o elemento de destaque para o processo de medição. A função
do instrumento empregado, da qualificação do usuário e do tratamento do sensor é converter o sinal da variável física em um sinal da variável de
matemático que as medições sofrem. saída apropriado.

Dessa forma, para o emprego de instrumentos e a interpretação correta Os sinais das variáveis devem ser escolhidos de modo que possam ser
dos seus resultados é fundamental que a pessoa encarregada dessa tare- manipulados e transmitidos em circuitos elétricos elétricos, preferencial-
fa entenda os princípios de medição dos instrumentos para que possam mente, para uma leitura direta ou para serem armazenados em computa-
ser feitas medições confiáveis dentro das faixas possíveis e característi- dores de uma forma histórica.
cas do instrumento.
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre medição de nível, é essencial a
É por isso que você está lendo esse material. Vai ser muito útil para você. apresentação de conceitos básicos de controle de processo, em que a me-
dição das variáveis de processo é fundamental.
Como funciona um instrumento?
Controle de Processos
Instrumento é um dispositivo que transforma uma variável física de inte-
resse em um formato passível de medição pela instrumentação industrial. Controle de nível em líquidos
O líquido adentra ao tanque com uma vazão,
Q
in; e sai com uma vazão Qout. O líquido no
Modelo simplificado de um instrumento Q
in tanque apresenta um nível h. A vazão de
Medida saída varia de acordo com o nível do tanque
de forma quadrática. Assim, quanto maior
for o nível do tanque maior será a vazão de
M
saída do tanque. Dessa forma, se Qout > Qin o
tanque irá esvaziar, e se Qout < Qin o tanque
Variável de Sinal da irá transbordar. Imagine que se deseja
medição física variável manter o nível em um valor desejado H inde-
Sensor pendentemente da vazão de entrada Qin.
Para atingir esse objetivo é necessária a
h utilização de alguma forma de controle
H nesse processo.
Q
out
Processo
Display
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GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

A função fundamental do controle de proces- ída. Se o nível estiver menor que o valor desejado, fecha-se a válvula, re-
duzindo a vazão de saída, fazendo com que o nível atual observado seja
sos é manter uma determinada variável em um elevado.
valor desejado mesmo quando ela for subme- Essas operações são feitas repetidamente pelo responsável técnico para
tida a perturbações externas. que o nível fique o mais próximo possível do valor desejado.

Os controles de processo levam em consideração duas formas de fun- Controle manual

cionamento, uma mais inteligente, com controle automático; e outra mais Q


in Para controlar o nível e mantê-lo em
um valor igual a H é necessário que o
tradicional, com controle manual do processo. responsável técnico tenha um
instrumento que meça o nível
Controle automático (variável de processo) atual do
Q
in Os principais dispositivos do controle reservatório; no caso, é empregado
automático são os sensores, os atuadores e um visor de nível. Também deve ser
o controlador. Os sensores servem para utilizada uma válvula para controlar o
H
medir o valor do nível e convertê-lo em sinal
Sensor nível através da alteração da vazão de
proporcional (S). Esse sinal é enviado a um
S
Controlador
controlador que faz leitura da informação e saída (variável manipulada).
fornece um sinal u para o atuador alterar a
abertura da válvula. h
H

out
Q
h Atuador
H
Válvula

out
Q

Válvula
Tipos de Controle
Ainda temos o controle de processo manual. É um sistema mais rudimen-
Quando se fala em controle, deve-se, necessariamente, subentender a me-
tar, lento e trabalhoso. Basicamente consiste em uma pessoa observando
dição de uma variável qualquer do processo e a sua atuação no sentido de
o valor atual do nível e fazendo a comparação com o valor desejado.
mantê-la constante; isto é, a informação recebida pelo controlador é com-
parada com um valor preestabelecido (set point). Verifica-se a diferença 14
Se o valor medido é maior, abre-se a válvula, aumentando a vazão de sa-
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entre ambos e age-se para diminuir ao máximo essa diferença. Trata-se da forma de controle usualmente mais empregada. Consiste na
medição da variável de processo, passando pela aferição do set point (va-
Essa sequência de operações caracterizam a chamada malha de controle, lor desejado) e ao fim alcançando um erro. O sinal de erro é transmitido a
dividida em controles de malha aberta e malha fechada. um controlador que faz a correção.

Malha Aberta Etapas e conceitos fundamentais no controle de processos

O controle com malha aberta tem a ação de controle independente da sa- Grande parte dos sistemas de controle realiza as seguintes etapas:
ída. Ou seja, a saída não tem efeito na ação de controle.
• Medição de um estado ou condição de um processo;
Configuração de controle em malha aberta • Um controlador calcula uma ação com base em um valor medido
de acordo com um valor desejado;
• Um sinal de saída resultante dos cálculos do controlador é utili-
Entrada
Controlador
Planta ou Saída zado para manipular uma ação do processo na forma de um atuador;
Processo • O processo reage ao sinal aplicado, mudando o seu estado ou
condição.
Nessa espécie de controle não existe elemento de realimentação, a saída
TERMOS ESPECÍFICOS MAIS USADOS EM CONTROLE DE PROCESSO
nem ao menos é medida ou comparada com uma entrada para efetuar a
ação de controle.
Faixa de Medida (range) é conjunto de valores da variável de medida com-
preendido dentro do limite superior e inferior ou de transmissão do instru-
É o contrário do controle em malha fechada.
mento.
Malha Fechada
Alcance (span) é diferença algébrica entre o valor superior e inferior da
faixa de medida do instrumento.
Feedback ou controle em malha fechada é o controle no qual o processo
pode ser realizado e compensado antes ou depois de afetar a variável con-
Variável de Processo (PV) é a variável a ser controlada em um processo.
trolada.
Trata-se de uma condição do processo que pode alterar a produção de 15
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

alguma maneira. Exemplos para variáveis de processo: pressão, vazão, ní- em porcentagem do span.
vel, temperatura, densidade etc.
Repetibilidade é a máxima diferença entre diversas medidas de um mes-
Variável Manipulada (MV) é a grandeza modificada com o intuito de man- mo valor variável, adotando sempre o mesmo sentido de variação. Expres-
ter a variável de processo desejado (set point). sa-se em porcentagem do span.

Set point (SP) é o valor a ser mantido para a variável de processo. Linearidade é a característica desejada na variável tanto em relação à en-
trada quando à saída de determinado instrumento.
Carga é uma espécie de perturbação que acontece em decorrência da va-
riação em variável secundária que altera a variável do processo. Sensibilidade (ganho) é a medida da resposta do instrumento, expressa
como variação na saída sobre variação na entrada. É o valor resultante do
Perturbações são alterações inerentes a qualquer processo. Existem dois span de saída dividido pelo span de entrada.
tipos de perturbações: carga e set point.
Resolução é a menor diferença substancialmente percebida entre indica-
Erro (offset) é a diferença existente entre a variável de processo e o set ções de um dispositivo mostrador.
point, podendo ser positiva ou negativa. Vale ressaltar que a redução ou
a extinção do erro é o propósito fundamental de um sistema de controle. Ajuste é uma operação destinada a fazer com que um instrumento de me-
dição tenha desempenho compatível com a sua utilização.
Exatidão é o maior valor de erro estático que um instrumento pode alcan-
çar no período de sua faixa de trabalho. Consiste no grau de concordância Calibração é um conjunto de operações que estabelece, sob condições
entre o resultado de uma medição e o valor verdadeiro do mensurando. específicas, a relação entre os valores indicados por um instrumento, ou
sistema de medição, ou valores representados por uma medida materiali-
Zona morta é a variação máxima que a variável pode ter sem provocar zada, ou material de referência com os valores correspondentes às gran-
alterações na indicação ou no sinal de saída de um instrumento ou em dezas estabelecidas por padrões.
valores absolutos do seu range.
Incerteza de medição é um parâmetro que expressa o intervalo no qual es-
Histerese é a diferença máxima apresentada por um instrumento para um tão os valores que poderão ser razoavelmente atribuídos ao mensurando
mesmo valor, em qualquer ponto da faixa de trabalho, quando a variável dentro de uma probabilidade específica. A incerteza de medição também é
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percorre toda a escala no sentido ascendente e descendente. É expressa caracterizada pela indicação quantitativa da qualidade dos resultados da
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

medição, sem a qual estes não poderiam ser comparados com os valores Simbologia em instrumentação industrial
de referência especificados ou com um padrão. Deve-se levar em conside-
Diagrama P&I
ração que o resultado de uma medição é somente uma estimativa do valor
do mensurando. Dessa forma, a expressão que representará o valor de tal
FIC SP
mensurando deverá incluir a incerteza de medição. 123
TIC
123

Padrão é a medida materializada, instrumento de medição, material de re- YIC


ferência ou sistema de medição destinados a definir, realizar, conservar TY
123
123

ou reproduzir uma unidade ou um ou mais valores de uma grandeza para TT


123
servir como referência. FT
123

Erro combinado é o desvio máximo entre a reta de referência e a curva de


medição, incluindo os efeitos de não linearidade, histerese e repetibilida-
de. É expresso em porcentagem do sinal de saída nominal.
As etapas de um processo químico de transformação devem ser controla-
Para conhecer ainda mais sobre os termos e jar- das para se obter o produto final desejado. Cada uma das etapas do pro-
cesso é monitorada por instrumentos.
gões específicos da Instrumentação Industrial
e da Medição de Nível é importante conhecer Diagramas de instrumentação podem ser utilizados em uma grande varie-
dade de processos, desde petroquímicos, gás, alimentos, etc.
também sobre a Simbologia e a Identificação
Os diagramas P&I (Piping and Instrumentation) são fundamentais em au-
utilizadas na atividade. tomação de processos, pois sua formulação é uma das etapas mais im-
portantes no projeto de processos industriais.

Tratam-se de diagramas largamente utilizados para a descrição detalhada


de projetos de malhas de controle. Eles descrevem os elementos de medi-
17
da utilizados, tipos de controle, esquemas de controle e, principalmente, a
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

sua interconexão com o processo propriamente dito. Quando o símbolo é um hexágono, a representação diz respeito às fun-
ções de controladores e tipos de CLPs.
Símbolos são utilizados no P&I para representar elementos individuais,
como sensores e válvulas, ou a combinação de elementos, como malhas
de controle. Tipos de controladores

Existem diversos padrões para a simbologia P&I, e também é possível que


algumas companhias utilizem uma convenção própria para a descrição
de seus processos. Para este estudo é utilizada a Norma ISA-S5.1, a mais
aceita internacionalmente e frequentemente utilizada no dia a dia das in- a
dústrias.
Tipos de CPLs
Nos diagramas P&I, um círculo representa instrumentos de medida indivi-
duais, como transmissores e sensores.

Para indicar os mostradores e tipos de controladores é utilizado um qua-


drado com um círculo interno. Essa simbologia serve para representar ins-
b
trumentos que, além de efetuarem medições, executam alguma tarefa de a = tipos
controle. b = localização

Simbologia da localização de dispositivos


Localização Também temos os sinais empregados na
simbologia P&I.

Sala de controle Campo Auxiliar Não acessível 18


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Todo instrumento ou função programada deve ser identificado por um


conjunto de letras (identificação funcional) e um conjunto de algarismos
Suprimento ou impulso (malha ou função programada).

Sinal pneumático Sinal elétrico Às vezes é necessário completar a identificação do instrumento com um
sufixo.
Sinal hidráulico Tubo capilar

Sinal eletromagnético Sinal eletromagnético Identificação de instumento: LETRA NÚMERO


ou sônico guiado ou sônico não guiado
Letra Letra 000 000 A
Ligação por software Ligação mecânica correspondente correspondente

S
Sinal binário pneumático Sinal binário elétrico Variável Variável Área da atividade nº sequencial U
F
I
Identificação de instrumentação Identificação funcional Identificação de malha de controle X
O
As normas de instrumentação ISA S-5.1, 5.2, 5.3, 5.4, de 1992, estabe-
lecem símbolos, gráficos e condições para a identificação alfanumérica
de instrumentos ou funções programadas que deverão ser utilizados nos A identificação funcional é formada por um conjunto de letras, sendo elas
diagramas e malhas de controle de projetos de instrumentação. responsáveis por identificar qual é o tipo de medição ou indicação que se
está realizando. A primeira letra identifica a variável medida. Assim, um
As letras de identificação na simbologia ISA determinam: controle de temperatura se inicia com a letra T, o mesmo para pressão P.

• A variável a ser medida Mas fique alerta:


• A função do dispositivo
• Modificadores A letra usada para o controle de nível é L, pois a classifi-
cação é a partir da língua inglesa na qual Nível é Level. 19
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Dessa maneira, a primeira letra da identificação funcional é selecionada • Letras que modificam a função do instrumento ou que funcionam
de acordo com a variável medida e não com a variável manipulada. A va- como complemento de explicação de função
riável manipulada é a variável controlada pela variável medida; logo, uma
válvula de controle comandada por um controlador de nível, que altera a A identificação funcional deve ser composta por no máximo 3 letras. A
vazão para controlar o nível, é identificada com LV, e não como FV. quarta letra só será admitida em caso de extrema necessidade, como são
os seguintes casos:
As letras subsequentes às das variáveis identificam as funções do instru-
mentos, sendo classificadas como: • Instrumentos mais complexos, permitindo ainda as letras serem
divididas em subgrupos
• Funções passivas: elemento primário, orifício de restrição, poço • No caso de um instrumento com indicação e registro da mesma
• Funções de informação: indicador, registrador, visor variável, a letra I pode ser omitida
• Funções ativas ou de saída: controlador, transmissor, chave e ou-
Primeira letra Letras sucessivas
tros Variável Letra de Função de Função de Letra de
• Funções modificadoras: alarmes ou indicação de instrumento mul- medida modificação leitura passiva saída modificação
tifunção
A Analisador Alarme Alarme

As letras subsequentes de funções modificadoras podem atuar ou com- B


Queimador Balão de
(chama) pressão
plementar o significado da letra precedente. A letra modificadora altera a
primeira ou uma das subsequentes. C Condutibilidade Controlador

Densidade ou
Diferencial
No caso de LILL, deve-se explicar que o instrumento em questão está in- D peso específico
dicando um nível muito baixo(LL). Por isso é usada uma quarta letra, um L E
Tensão Elemento
(fem) primário
de Low (“baixo” em inglês). Se o instrumento indicasse um alarme de nível
alto ou extremamente alto as letras subsequentes seriam, respectivamen- F Vazão
te, H e HH, High. Medida
G dimensional Visor

Assim, temos que as letras subsequentes caracterizam as funções dos Comando Entrada
Alto
H manual manual
instrumentos na seguinte ordem:
Corrente
• Letras que indicam funções passivas ou de informação I elétrica Indicador 20
• Letras que indicam funções ativas ou saídas
J Potência Varredura
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GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Simbologia específica para medição de nível

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CAPÍTULO III Classificação em medição de nível e tipos de medidores

AGORA PASSAREMOS Os processos na indústria demandam medições tanto de nível de líquidos


como de sólidos.

PARA O QUE INTERESSA: A A medida do nível de um reservatório contendo líquido ou sólido é feita
com o objetivo de conservar a variável em um valor fixo ou entre dois va-
MEDIÇÃO DE NÍVEL. lores determinados, ou ainda para determinar a quantidade (volume ou
massa) do fluido em questão.

3 MÉTODOS BÁSICOS PARA A MEDIÇÃO DE NÍVEL


Apresentaremos suas classificações, tipos e o cenário da instrumentação
industrial em relação à medição de nível. • Método de Medição Direta é a medição que se faz tendo como referên-
cia a posição do plano superior da substância medida.
Como medir e controlar níveis?
Chegou o momento de adentrar ao tema medição de nível. • Método de Medição Descontínua está voltado para a medição que in-
dica apenas quando o nível atinge certos pontos preestabelecidos, como
Vimos que nível é uma importante variável na indústria não somente para por exemplo, condições de alarmes de nível alto ou baixo.
a operação do próprio processo, mas também para fins de cálculo de cus-
to e de inventário. • Método da Medição Indireta é o tipo de medição que se faz para deter-
minar o nível em função de uma segunda variável.
Mas como realmente se dá a medição e controle de nível?
Medição de Nível Direta
Os sistemas de medição de nível variam em complexidade desde simples
visores para leituras locais até indicação remota, registro ou controle au- A Medição de Nível Direta pode ser feita medindo-se diretamente a distân-
tomático. cia entre o nível do produto e um referencial preestabelecido.

Por essa razão é importante entendermos quais são os tipos de medido- Trata-se de uma metodologia de medição de nível básica: você apenas 23
res de nível e em qual classificação eles estão inseridos. compara o nível de acordo com a referência estabelecida. Não é um tipo
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

de instrumentação voltada para a automação, pois um profissional deve


verificar de tempos em tempos como anda o nível do processo de sua res-
H
ponsabilidade.

É um método de medição de nível arcaico, mas efetivo se estivermos dian-


te de um processo de pouca complexidade e de pouco risco tanto para os
profissionais envolvidos como para a própria produtividade da planta. A
L
Se o seu processo envolver algum ní-
vel de complexidade ou risco, esqueça a
medição direta! Medidor de nível descontínuo Medidor de nível descontínuo
por condutividade elétrica com interruptores acoplados
Para este tipo de medição, o mais comum é utilizar a observação visual em boias
(“olhômetro“), através de réguas, gabaritos, visores de nível, boias ou flu-
tuadores, e até mesmo através da reflexão de ondas ultrassônicas pela
Os medidores são empregados para fornecer indicação apenas quando o
superfície do produto.
nível atinge os pontos fixos desejados.

Medição de Nível Descontínua Assim, os medidores de medição de nível descontínua podem ligar uma
bomba, acionar um alarme ou desencadear uma sequência de operações
Os medidores de nível que utilizam o método de medição descontínua de automáticas quando o nível atinge um ponto fixo cujo valor pode ser pre-
nível são compostos por duas partes principais: um detector de nível e um viamente ajustado.
circuito de saída, que pode estar energizado ou desenergizado.

O detector deste instrumento informa ao circuito de saída a presença ou


ausência do produto em determinada posição; cabe ao circuito estabilizar
o sinal de saída em função dessa informação. 24
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Medição de Nível Indireta Os sistemas universais que a Instrumentação Industrial busca nada mais
são do que tecnologias que possam ser aplicadas tanto em sólidos, lí-
Agora chegou a vez de falar sobre os medidores de nível que atuam pelo quidos e como também em medições com interfaces complexas, tal qual
método de medição indireta. ocorre na indústria petroquímica, por exemplo.

Os medidores de nível que utilizam a metodologia da medição indireta são A eletrônica avançada diz respeito a medições mais precisas e eficazes,
chamadas assim porque fazem suas medições por intermédio de outras nas quais a interferência durante os processos industriais seja a menor
propriedades físicas além do nível. possível.

A medição indireta se utiliza de grandezas como capacitância, pressão, Além disso, os dispositivos mais comuns na medição de nível ainda são
empuxo e radiação. mecânicos, com muitas partes móveis.

A metodologia indireta é a melhor forma que a instrumentação industrial Consequentemente, existem sempre os riscos relacionados a eminência
encontrou para enfrentar os desafios que a medição de nível impõe. de desgaste, quebra e mal funcionamento mecânico.

O cenário atual da instrumentação voltada para a medição de nível requer Ou seja, dor de cabeça.
uma tecnologia que contemple todas as necessidades de produção e qua-
lidade que o mercado demanda aos mais diversos tipos de processo.
Tudo que a gente NÃO quer na nossa planta.
Cenário Atual da Instrumentação Industrial em Medição As tecnologias de medição de nível mais recentes, como é o caso das ele-
de Nível trônicas com contato, são extremamente simples de instalar e calibrar,
além de não possuírem partes móveis.
Atualmente a Instrumentação Industrial de um modo geral apresenta 3
necessidades básicas para desenvolver sua atividade: São uma verdadeira mão na roda.

• Sistemas Universais Não é a toa que as tecnologias mais modernas em Automação e Instru-
• Eletrônica Avançada mentação Industrial estão dedicado ao avanço da eletrônica aplicada aos
• Protocolos de Comunicação Digital mais diversos processos industriais. 25
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Por fim, quanto aos protocolos de comunicação digital, o desafio está em prometendo a eficiência dos equipamentos.
trocar as ultrapassadas e instáveis malhas de segurança por um sistema
wireless (sem fio), mesmo que sobreposto por um sinal analógico. A espuma gerada em boa parte dos processos contínuos também se torna
um problema quando ela impede a medição precisa da grandeza preten-
Os principais desafios da Medição de Nível dida.

A Medição de Nível trabalha com a avaliação do estoque de reservatórios e Pó em suspensão é a poeira que está em praticamente todas as indústrias
o controle dos processos pontuais ou contínuos em que existam volumes desde a mineração, siderurgia, papel e celulose, química, petroquímica e
líquidos ou sólidos, de acumulação temporária, amortecimento, mistura, até mesmo em portos (terminais de embarque de graneleiros).
resistência etc.
A poeira gerada por esse tipo de material interfere na confiabilidade da
Durantes os processos industriais algumas intercorrências afetam a con- medição de nível realizada por aparelhos como os medidores sônicos, a
fiabilidade da medição de nível tornando-se verdadeiros desafios. laser, radares, ultrassons, capacitivos, garfos, hidrostáticos e eletromecâ-
nicos (ex: pá rotativa).

OS 4 PRINCIPAIS DESAFIOS DA MEDIÇÃO DE NÍVEL Outro desafio comum da medição de nível são as interfaces complexas.

• Incrustação Na indústria em geral você utiliza água para lavar o processo.


• Espuma
• Pó em suspensão Durante a lavagem é comum surgirem solventes, lubrificantes, dentre ou-
• Interfaces complexas tros componentes. Todos esses produtos vão parar em depósitos, nor-
malmente subterrâneos, a fim de que sejam reaproveitados.
Estas intercorrências devem ser chamadas de desafios, porque não se tra-
tam de problemas por si só, mas de eventos inerentes aos mais diversos São usados sistemas de separação para distinguir as interfaces em fases
processos industriais. São nestes desafios que você deve estar atento, reaproveitáveis e/ou descartáveis.
sabendo que existem soluções eficientes ao seu alcance.
Para que o processo seja eficiente é necessário que a Medição de Nível
A incrustação nada mais é do que aquela camada de produto acumulado esteja calibrada e livre de interferências para que a produção transcorra 26
que recobre os tanques de armazenamento e os medidores de nível com- perfeitamente.
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

A falha de um medidor de nível em um pro- atenção ao ser manuseada. A CNEN (Comissão Nacional de Energia Nu-
clear) orienta que os medidores de nível radiométricos devem ser utili-
cesso pode ser catastrófica! zados somente nos processos mais extremos, complicados mesmo, nos
casos em que a radiometria é uma necessidade real.
Além dos desafios elencados, as tecnologias existentes em instrumenta-
ção industrial para medição de nível ainda devem lidar com outras condi- Você não vai usar um avião supersônico para
ções de processo bastante severas como abrasão, viscosidade, choque
mecânico, arraste, pressão e vácuo. atravessar a rua, não é mesmo?
Todos esses problemas afetam negativamente a produtividade da planta Hoje, 10% de toda instrumentação industrial envolvendo medição de nível
ao gerar alarmes falsos, transbordamentos e/ou medição errônea. utiliza a Radiometria. É uma despesa muito alta para processos simples,
nos quais a tecnologia RF Admitância é extremamente mais eficaz em re-
lação ao custo, precisão e manutenção.
Mas qual é a solução para os problemas na
A tecnologia RF Admitância tem um custo benefício superior a todos os
Medição de Nível? instrumentos de medição de nível atualmente disponíveis no mercado.
A solução mais eficiente para a medição de nível enfrentar seus desafios
com incrustação, espuma, pó em suspensão e interfaces complexas é a
tecnologia RF Admitância.

É a maneira mais eficiente de evitar gargalos de produção com alarmes


falsos, transbordamentos e/ou medição errônea.

Os instrumentos radiométricos, aqueles que utilizam fonte radioativa para


realizar a medição de nível, também são tão eficientes quanto as chaves e
transmissores de nível que empregam a tecnologia RF Admitância.

Contudo, a radiometria é mais cara, especializada e requer uma maior 27


GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Como funciona a tecnologia RF Admitância? tanque subir e tocar a condutor central do sensor, irá provocar um aumen-
to substancial da corrente capacitiva que fluirá através de um demulador
ENTENDENDO DE UMA VEZ POR TODAS COMO FUNCIONA A TECNOLOGIA e provocará mudança de status do relé, indicando assim presença real do
RF ADMITÂNCIA material.

A RF Admitância utiliza um sinal de radiofrequência (RF) para, diante de Pronto. O sistema de medição cumpriu perfeitamente com a sua função.
uma incrustação ou outra interferência, indicar a real presença ou ausên-
cia de produto, nível e/ou volume que está em contato com o elemento Trata-se de uma medição de alta confiabilidade mesmo diante dos maio-
sensor da Chave ou Transmissor de Nível. res desafios da medição de nível pontual ou contínua.

Trata-se de uma tecnologia baseada nos princípios da Capacitância e da


Impedância, mas diferentemente dos medidores capacitivos comuns com
Ainda não ficou claro? Para entender como
sensores de dois terminais, a tecnologia RF Admitância é imune à Corrente funciona a tecnologia RF Admitância é pre-
Resistiva causada pela incrustação, espuma, pó em suspensão e, em apli-
cações mais nobres, desde que exista diferença de condutividade entre as ciso relembrar dois conceitos muito simples:
fases de 1/100, as interfaces complexas também poderão ser devidamen-
te medidas.
Capacitância e capacitor.
Capacitância é a grandeza elétrica de um dispositivo capacitor estabele-
Tudo isso graças a um escudo protetor (terceiro terminal no sensor) em cida por meio da quantidade de energia elétrica capaz de ser armazenada
conjunto com um algorítimo e uma eletrônica avançada capazes de medir em si por uma determinada tensão e pela quantidade de corrente alterna-
somente a corrente capacitiva (ignorando a condutiva) que flui pelo con- da que atravessa o capacitor em uma determinada frequência.
dutor central do elemento sensor para o terra (proteção elétrica).
Ou seja é uma grandeza física que armazena energia em si e assim é pos-
A Capacitância será sempre formada entre o terceiro condutor do elemen- sível fazer aferições como é o caso da medição de nível. Para que isso
to sensor e a parede do tanque ou silo. A fração resistiva da corrente de ocorra é preciso de um capacitor.
medição flui do terceiro terminal para a parede do tanque porque, a dife-
rença de resistência sendo menor, atua nesse exato momento. Capacitor é um dispositivo capaz de armazenar energia por meio de um
sistema composto por duas placas (condutores) separados por um dielé-
Entretanto, essa corrente não será medida e não irá provocar mudança trico (isolador). 28
de status na indicação do instrumento. Quando o nível real de produto no
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Gargalo de produção é o nome dado aos contratempos que prejudicam processos produtivos
QUAL É A UNIDADE DE MEDIDA DA CAPACITÂNCIA? de uma determinada planta. Eles comprometem a qualidade dos produtos e afetam a produ-
A unidade de medida de um capacitor é o farad (F). Um capacitor 1F é capaz de armazenar tividade da indústria. Um gargalo pode surgir em qualquer etapa de um processos industrial,
resultando na redução do desempenho da equipe e impactando negativamente os resultados
a carga de 1 coulomb (1C) quando conectado a uma fonte de 1V (volt). do setor ou até mesmo da empresa como um todo.

Toda vez que uma capacitância se eleva, ou seja, o nível de um tanque


sobe, o produto (dielétrico) toca o elemento sensor do aparelho e assim As paradas de planta não programadas são ex-
gera uma ordem de nível. Este é funcionamento padrão de uma chave de
nível capacitiva de dois terminais. tremamente danosas aos processos de uma
indústria, acarretando gargalos de produção.
Contudo, os processos exigem mais dos aparelhos, pois os produtos en-
volvidos interferem na medição. Os principais problemas na medição de Quando um processo é interrompido de forma brusca significa que a pro-
nível são gerados pelas incrustações, espuma em superfície e pó em sus- dutividade está sendo comprometida, o fluxo da planta não rende tudo o
pensão. que deveria.
É aí que a chave de nível de dois terminais torna-se ineficiente. Além das paradas não programadas e o alarme falso gerado pelo medidor,
a confiabilidade da medição de nível fica prejudicada podendo gerar trans-
O que acontece quando uma incrustação re- bordamentos e acidentes de trabalho.

cobre o elemento sensor do instrumento de RF Admitância é a melhor tecnologia de medição de nível


medição de nível? Toda vez que o nível de um tanque sobe, a área de contato aumenta, con-
sequentemente aumentando o valor da capacitância, desde que a cons-
A tecnologia RF Admitância vem justamente para suprir esse problema. tante dielétrica permaneça constante e a distância entre as placas do ca-
pacitor (elemento sensor e paredes do tanque).
Quando uma incrustação envolve o elemento sensor do medidor de nível o
alarme é acionado ocasionando a parada da planta. Isso resume a fórmula que calcula a Capacitância aplicada a um sensor
capacitivo.
29
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Entretanto, como um tanque é algo tridimensional, deve-se levar em con-


sideração o seu índice volumétrico.

Dessa forma, toda vez que o nível de produto aumenta, não é somente a
área de contato que se eleva, mas também o volume de dielétrico contido
dentro do tanque.

Mas não é só isso.

No processo industrial contínuo, dificilmente ocorrem alterações signifi-


cativas no conteúdo (componentes do produto processado) e também a
distância entre o elemento sensor e as paredes do tanque permanecem
inalteradas, pois se trata da base de todo o processo.
Ou seja, quanto maior o nível de produto dentro do tanque, maior o volume
e consequentemente maior será a Capacitância.

Afinal de contas, o que isso tem a ver com a


Tecnologia RF Admitância?
Imagine que o nível de determinado tanque subiu e desceu inúmeras vezes
e uma incrustação se formou sobre o elemento sensor da chave de nível.
Por consequência, se o conteúdo do tanque pouco muda, a constante
dielétrica permanece constante e a distância também, sendo assim elimi- O pior, trata-se de um Chapéu de Bruxa, tipo de incrustação comum em
nadas do cálculo da capacitância. processos industriais. Consiste em uma massa com alguns bons centí-
metros cúbicos de volume em torno do elemento sensor.
Portanto, a Capacitância Total gerada por qualquer produto dentro de um 30
tanque será sempre proporcional à área de contato.
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

de se encontrar em um elemento sensor.

Mas algo tão pequeno em comparação com as dimensões de um tanque


faz tanto estrago assim?

Se esse sistema fosse somente capacitivo, uma unidade eletrônica pode-


ria ser instalada e calibrada para fazer a refração da sensibilidade gerada
pelo produto.

Porém um outro tópico importante de um sistema de medição de nível por


capacitância vem a tona.

Ilustração Chapéu de Bruxa É a Corrente total de leitura.

Aceitando que a Capacitância é diretamente proporcional ao volume de A Corrente total de leitura (IT) de qualquer sistema por contato será uma
produto envolvido no processo, a capacitância gerada pela incrustação é fração capacitiva gerada pelo nível de produto(IC), mais uma fração capa-
desproporcional em relação ao restante do tanque. citiva gerada pela incrustação (iin) e por fim somada a um atributo indese-
jado, a Corrente resistiva (IR).
A incrustação está em cm enquanto o tanque tem m de produto.
3 3

Nenhum instrumento até então havia sido criado para eliminar a corrente
Quando se utiliza um sistema puramente capacitivo, a capacitância gera- resistiva da aferição sem a necessidade de recorrer aos medidores radio-
da por alguns centímetros cúbicos de produto incrustado será centenas métricas.
ou milhares de vezes menor do que a capacitância gerada por metros cú-
bicos de produto. A unidade eletrônica tem um a fonte de alimentação estabilizada que ali-
menta independentemente o terceiro terminal e independentemente a par-
te ativa.
A proporção é de 1m para 10 cm .
3 6 3

Com isso, uma vez que a fonte de alimentação é a mesma, a tensão apli-
Portanto, 1 m3 do produto no interior do tanque vai gerar uma capacitância cada será a mesma para os dois terminais. Se a tensão é igual, a diferença
31
inúmeras vezes superior à capacitância de qualquer incrustação possível de potencial entre esses dois pontos é nula, por consequência a fuga de
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

corrente da parte ativa para o terceiro terminal reciprocamente, sendo as- Composição básica de um capacitivo convencional
sim ínfimas diante da medição final.
Elemento sensor de dois terminais, sendo eles um terra e outro a parte ativa, parcial ou total-
mente revestida por um plástico de engenharia.
Assim, uma barreira de potencial eletrônico que vai dificultar, mas ainda
não eliminar definitivamente a fuga de corrente da parte ativa para o terra.
Composição básica de um capacitivo com RF Admitância
A inovação tecnológica que a RF Admitância apresenta reside no sistema Elemento sensor de três terminais, sendo eles um terra, um escudo ativo (terceiro terminal) e
criado para a tensão que alimenta a parte não ativa (terceiro terminal), que uma parte ativa, parcial ou totalmente revestida por um plástico de engenharia.
por sua vez é referenciada ao terra do tanque, e também a tensão que ali-
menta a parte ativa do elemento sensor.
As chaves e transmissores de nível com tecnologia de admitância, ao tra-
balharem com radiofrequência (RF) e por possuírem circuito de proteção
Qual a diferença entre um medidor de nível contra incrustação, são os instrumentos que têm se mostrado mais efi-
cientes em praticamente todos os tipos de aplicação.
capacitivo e um medidor com RF Admitância?
Para processos mais complexos, a RF Admitância só é superada pelos
instrumentos radiométricos, utilizados prioritariamente em processos es-
pecíficos.

Capacitivo comum de dois terminais


O funcionamento básico dos medidores de nível capacitivos consiste em
um circuito alimentado por uma tensão de 110/220 VCA e internamente
existe um conversor CA/CC (transformador) que converte essa tensão em
24 VCD para alimentar as várias partes do circuito.

O circuito oscilador gera uma onda senoidal, em rádio frequência de


100KHz, sendo este conectado a um circuito ponte.
32
O circuito ponte contém um capacitor de ajuste de sintonia responsável
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

pelo balanceamento da Capacitância de saída do elemento sensor do ins- O problema da condutividade dos produtos está relacionado aos desa-
trumento. fios da medição de nível, pois ao se deparar com incrustação, espuma e
partículas em suspensão, o alarme de nível comum acusa a existência da
O circuito ponte é conectado diretamente ao elemento sensor que por sua corrente resistiva, gerando assim alarmes falsos e uma dor de cabeça da-
vez é conectado a uma blindagem (plástico de engenharia) juntamente ao quelas na sua planta.
terra que está em um lado da medição. O final do elemento sensor tem sua
própria blindagem conectada ao condulete que protege as terminações do É aí que entra a RF Admitância!
elemento sensor.

Durante o procedimento de ajuste, a capacitância do sensor no tanque é Medidor de nível com RF Admitância
balanceada pelo capacitor de ajuste de sintonia, e o circuito ponte perma-
nece em equilíbrio. O funcionamento dos medidores de nível por admitância levam em con-
sideração os já mencionados princípios de operação dos capacitores co-
No processo de ajuste, a capacitância do cabo mais a do sensor estão muns, mas com a tecnologia RF Admitância que faz toda a diferença.
balanceada, e a saída para a demodulação é de 0 volts.
Simplificando a teoria básica, o funcionamento dos medi-
Quando o nível do tanque sobe, uma capacitância proporcional ao volume dores de nível por admitância se dá pela seguinte manei-
é gerada. Isto causa uma mudança no sinal que está sendo enviado para o ra: a Capacitância (nível do tanque) sobe e sobe até tocar
demodulador, convertendo a mensagem em tensão contínua proporcional
ao desbalanço. o elemento sensor e assim um alarme de nível ser aciona-
do, dando início a alguma operação própria do processo
A mudança no sinal é amplificada e utilizada para energizar o relé. Os con- (desligamento, alarme etc.).
tatos do relé são utilizados para ativar um alarme ou um comando apro-
priado de acordo com o objetivo específico pretendido pela instrumenta- A grande diferença que a RF Admitância está no terceiro elemento incor-
ção através da medição de nível. porado ao corpo do medidor e na unidade eletrônica de alta tecnologia que
utiliza uma fonte de alimentação estabilizada para alimentar independen-
Esse sistema seria perfeito se não apresentasse falhas temente o terceiro terminal e independentemente a parte ativa do sensor.
diante de desafios como as incrustações. O problema é
Esse sistema implementado por um circuito de proteção contra incrusta- 33
ainda maior se o produto for condutivo.
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

ção é o que chamamos de Prædator, pois nossa tecnologia patenteada é A eletrônica medirá somente a corrente que flui pelo fio central do elemen-
capaz de atuar nas mais agressivas condições de processo. to sensor para o terra, e isso somente ocorrerá quando o material tocar o
elemento sensor.
Trata-se de um dispositivo amplificador com ganho “1”. Sua saída de ten-
são e fase são idênticas à entrada, mas com baixa impedância. Haverá uma corrente fluindo do terceiro terminal para a parede do tanque
porque a diferença de potencial existirá nesse momento.
A saída é conectada à blindagem do corpo e só então para a malha de
blindagem no sensor. Entretanto, essa corrente não será medida e não irá provocar mudança de
status na saída do instrumento.
O condutor central e a blindagem do terceiro terminal, por estarem subme-
tidos à mesma tensão e fase permanente, estão sempre no mesmo poten- Quando o nível do tanque subir e tocar a haste central do sensor, irá pro-
cial e sem deixar que nenhuma corrente emane por meio da capacitância vocar uma corrente que fluirá através do demulador e provocada mudança
de isolamento do cabo. de status do relé, indicando assim presença do material.

É aí que a “mágica” acontece. Agora é a vez de você profissional de


Ou melhor, o conhecimento tecnológico altamente bem aproveitado. instrumentação finalmente sorrir!
Como não há diferença de potencial entre o elemento sensor e o terceiro Você nunca mais terá problemas com transbordamento, alarmes falsos e
terminal, não haverá nenhuma corrente resistiva fluindo através do circui- paradas de planta não programadas.
to eletrônico devido à incrustação existente no sensor.

É uma medição “limpa”, livre para medir


apenas o que você realmente precisa para
manter sua instrumentação de acordo com
a exigência específica do processo. 34
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Onde a tecnologia RF Admitância pode ser aplicada? MEDIÇÃO DIRETA MEDIÇÃO INDIRETA

Os medidores de nível que utilizam a tecnologia RF Admitância podem ser Réguas ou Gabaritos Capacitiva
aplicados na maioria das situações de medição de nível por ponto ou con-
tínua, não importando se o produto a ser medido é líquido, pasta ou sólido Visores de Nível RF - Admitância
granulado.
Bóia ou Flutuador Radar (onda livre e guiada)
A única contra indicação do uso da tecnologia RF Admitância reside em
casos extremos de medição de nível, nos quais apenas o último recursos Displace (empuxo)
deve ser utilizado: a medição radiométrica.
Pressão diferencial (diafragma)

Principais tipos de medidores de nível Borbulhador

A Medição de Nível tem diversos tipos de medidores. Cada um tem as suas Ultrassônico
especificidades próprias de aplicação.
Por pesagem
Apontamos os medidores que utilizam a tecnologia RF Admitância como Por raio gama
os melhores, pois atuam com confiabilidade nos mais diversos tipos de
medição de nível. Por Vibração

No entanto, existem diversos tipos de medidores de nível e algum deles


pode ser o mais adequado para a sua operação. Medidor de Nível por Empuxo
Vale a pena conhecer os principais medidores de nível disponíveis no mer- Este medidor de nível é composto por um detector que utiliza o seguinte
cado. princípio de Arquimedes:

“Um corpo imerso em um líquido sofre a ação de uma força vertical dirigi-
da de baixo para cima igual ao peso do volume do líquido deslocado.”
35
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

A esta força exercida pelo fluido no corpo nele submerso é empregado o A escolha do material adequado é determinada principalmente pela tem-
nome de empuxo. Quanto maior for a densidade do líquido, maior será o peratura e poder corrosivo do fluido.
seu empuxo. A água salgada, por exemplo, é mais densa que a água doce
dos rios, por isso é mais fácil nadar no mar. Quando necessário, no interior do cilindro são depositados contrapesos
granulados no intuito de normalizar o peso do deslocador.
Deslocador (Displacer)
Uma vez que o empuxo aumenta de acordo com o percentual de imersão,
o peso aparente do deslocador diminui com o aumento do nível.

O deslocador comumente utilizado como sensor de transmissores de nível


tem a forma de um cilindro oco.
O deslocador pode trabalhar diretamente no interior do equipamento ou
Pode ser fabricado em materiais como aço inox 304 ou 316, monel, has- dentro de um compartimento denominado câmara, dependendo das ca-
telloy, tefflon sólido, etc. racterísticas dinâmicas do processo, propriedades físicas do líquido e fa-
cilidade de manutenção desejada. 36
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

1
2 1 - Braço de torque
2 - Câmara superior
3 - Haste de deslocador
4 - Conexão flangeada para fixação no equipamento
3
4 5 – Conversor
6 - Câmara inferior
7 - Nível no interior do equipamento
8 - Conexão flangeada para fixação no equipamento

5
P1
7

6
P2 8

Na realidade, a câmara é constituída de duas partes. A câmara inferior


abriga o deslocador e apresenta nas configurações LL e LB. duas cone- D

xões flangeadas ou roscadas para sua fixação no equipamento.


D
D
A câmara superior encerra o braço de torque e, nos casos em que as duas D
conexões estão localizadas na câmara inferior, permite a remoção do des-
locador sem que seja necessário desmontá-la do Equipamento.
Conexão TB Conexão TL Conexão LL Conexão LB
37
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Além disso, desacoplando os flanges de interface, pode-se girar as câma- Quando o nível desce, o deslocador movimenta-se para baixo, devido a
ras superior e inferior de modo a reorientar as conexões com relação ao redução da força empuxo. Surge uma torção ao longo do tubo do torque.
transmissor. Quando o deslocador é especificado para ser fornecido com Esta torção eqüivale à distensão de uma mola, que equilibra o esforço que
câmara, devem ser previstas duas conexões laterais do equipamento prin- lhe é aplicado através de uma reação proporcional à deformação linear
cipal, as quais serão interligadas às correspondentes conexões da câmara sofrida.
através das tomadas de equalização. Cria-se assim um sistema de va-
sos comunicantes que garante, sob condições de estabilidade no líquido, Da mesma forma, o ângulo com que gira à extremidade livre do tubo de
igualdade entre os níveis no equipamento e na câmara. torque é proporcional ao momento com que reage o tubo de torque em
resposta ao acréscimo do peso aparente.
As quatro configurações apresentadas são normalmente oferecidas pelos
fabricantes, onde T significa topo, B base e L lado. A distância D é prees- Como a variação do empuxo é proporcional à variação de nível (pois o em-
tabelecida pelo fabricante para cada comprimento do deslocador, fato que puxo é proporcional ao volume deslocado, que, por sua vez, é proporcional
deve ser considerado quando forem dotadas as tomadas de equalização. ao percentual submerso do deslocador), segue-se que a rotação da extre-
Além de padronizar no comprimento, alguns fabricantes adotam um volu- midade livre do tubo de torque é proporcional à variação de nível.
me de referência para seus deslocadores; Isto porque, fixadas a elastici-
dade do elemento de sustentação e a densidade do líquido de processo, o Esta rotação, transmitida integralmente ao conversor através do eixo de
alcance do sinal de entrada no transmissor é completamente determinado transmissão e se situa entre 4 e 5 graus para uma excursão completa do
pelo volume do deslocador. nível ao longo do comprimento do deslocador.

Tubo de Torque A haste do deslocador e o braço de torque por um lado e o eixo de trans-
missão por outro lado constituem o acoplamento, que adentra por meio do
O tubo de torque é composto por um tubo oco, fechado em uma das extre- elemento de vedação representado pelo tubo de torque.
midades, fabricado a partir de materiais tais como aço inox 304, 316, inco-
nel, monel e outros. A espessura da parede do tubo de torque é tipicamen- A extremidade livre da haste é ligada ao sistema de transmissão que pode
te 1/32 pol, embora os tubos para medição de densidade sejam fabricadas ser pneumático ou elétrico.
até com 1/64 pol. Os fabricantes oferecem modelos para atender até 160
kg/cm2, estendendo-se a faixa de temperatura de trabalho de – 200ºC a 38
+ 400ºC.
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

FAIXA DE MEDIÇÃO E PRECISÃO DOS TUBOS DE TORQUE CONDIÇÃO DE TANQUE ABERTO

Sua faixa de medição varia de acordo com a aplicação sendo que a faixa O lado de alta pressão do transmissor de pressão diferencial é ligado pela
máxima disponível normalmente no mercado é de 0 ~ 5.000mm sendo que tomada da parte inferior do tanque e o lado de baixa pressão é aberto para
a precisão varia conforme o fabricante, entre 0,5 e 2%. a atmosfera.

MEDIDOR DE NÍVEL POR PRESSÃO DIFERENCIAL Visto que a pressão estática do líquido é diretamente proporcional ao peso
do líquido, este pode ser obtido pela medida do primeiro. Neste caso, o
Como o próprio nome já remete, estes instrumentos medem diferenciais medidor de pressão pode ser usado em vez do transmissor de pressão
de pressão que são provocados pela coluna líquida presente nos equipa- diferencial.
mentos cujo nível se deseja medir.
O transmissor de pressão diferencial é usualmente montado em uma po-
Os instrumentos funcionando, segundo este princípio, são em geral trans- sição que corresponde o nível baixo de medição.
missores, por essa razão é que vamos tratar especificamente desta espé-
cie de instrumento.

O princípio mais comum de funcionamento dos transmissores de pres-


são diferencial do tipo diafragma é o princípio de equilíbrio de forças. Nele
as pressões que definem um dado diferencial são aplicadas através das
conexões de entrada do instrumento a duas câmaras situadas em lados
opostos, estanques entre si e separadas por um elemento sensível (dia-
fragma).

As pressões atuando sobre o elemento com uma superfície determinada


produzem forças de mesma direção e sentidos opostos, fazendo originar
uma força resultante. A força então resultante, no caso de transmissor tipo
célula capacitiva, provoca uma variação na relação das capacitâncias(C1
e C2). A variação provocada é proporcional à pressão diferencial. Por fim
essa pressão é convertida e amplificada proporcionando um sinal de saída 39
em corrente na saída do transmissor (normalmente de 4 – 20 mA).
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

CONDIÇÃO DE TANQUE FECHADO CONDIÇÃO DE TANQUE FECHADO COM VAPOR


Quando a pressão dentro do tanque fechado é diferente da pressão atmos- Quando se necessita medir nível em tanque fechado contendo vapor, se
férica, os lados de alta e baixa pressão ficam conectados individualmente faz necessário preencher a tomada de alta pressão com um líquido (nor-
por tubos na parte baixa e alta do tanque para obter pressão diferencial malmente água) para evitar que se forme uma coluna de água nesta to-
proporcional ao nível líquido. mada, devido à existência de condensado que se acumularia nela e provo-
caria medição falsa. Neste caso, deve-se fazer a correção do efeito desta
coluna.
Tomada de pressão
Tubo com
H max. líquido

H min. h

H L
H L
Dreno Tubo de
40
medição
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

MEDIÇÃO DE NÍVEL COM TRANSMISSOR DE PRESSÃO quido não deve permitir que o ar ou o gás passem.
A vazão de ar ou gás deve ser ajustada até que se observe a formação de
DIFERENCIAL bolhas em pequenas quantidades. Um tubo levará esta vazão de ar ou gás
até o fundo do vaso do qual queremos medir o nível. É aí que o nome do
instrumento faz sentido. Temos então um borbulhamento bem sensível de
ar ou de gás no líquido.

Na tubulação pela qual fluirá o ar ou o gás, instalamos um indicador de


pressão, que indicará um valor equivalente à pressão devido ao peso da
coluna líquida. A pressão do ar ou gás (purga) deve ser de aproximada-
mente 10% do valor da pressão do peso da coluna líquida quando o nível
do reservatório estiver em 100%.

Materiais

O tubo de medição pode ser executado em qualquer material, mas sempre


levando em consideração o fluido a ser monitorado.

Os materiais utilizados poderam ser de aço inox ou aços especiais e tam-


bém plásticos (PVC), teflon etc.
A medição com borbulhador serve para detectar o nível de qualquer tipo de
líquido, seja ele viscoso, corrosivo etc.
Erros de Calibração
Neste método é necessário um suprimento de ar ou gás e uma pressão
O erro neste tipo de medição normalmente ocorre no elemento receptor.
um pouco superior à máxima pressão hidrostática exercida pelo líquido.
O sistema não introduz erros consideráveis desde que convenientemente
Ajusta-se o valor, normalmente para algo em torno de 10% a mais do que
montado e regulado.
a pressão hidrostática.

O sistema do borbulhador engloba uma válvula agulha, um recipiente com 41


líquido e um indicador de pressão. Vale salientar que o recipiente com lí-
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Recomendações para seleção talar quebra-ondas.

O método do borbulhamento tal como descrito não é indicado para va- A extremidade do tubo imersa no líquido deve ter um corte em ângulo ou
sos sob pressão, visto que uma variação na pressão do vaso irá afetar a um chanfro triangular com a finalidade de formar bolhas pequenas, garan-
leitura, somando-se à coluna de líquido. Isto faz com que o instrumento tindo uma pressão no interior do tubo o mais estável possível.
receptor acuse nível maior que o realmente existente nos vasos.
Medidor de Nível por Ultrassom
Sob vácuo ocorre o mesmo. Nestes casos deve-se usar um instrumento
de pressão diferencial onde uma das tomadas é ligada ao topo do equipa- O famoso ultrassom é uma onda sonora (mecânica), cuja frequência de
mento. oscilação que passa de 20 kHz. É uma frequência sonora maior do que
aquela sensível pelo ouvido humano.
Os borbulhadores não são recomendados também, quando o ar ou gás
possa contaminar ou alterar as características do produto.

O ar utilizado deve ser o ar de instrumentos, seco e isento de óleo, ou qual-


quer gás inerte.

O líquido não deve conter sólidos em suspensão e sua densidade deve


manter sempre constante.

Recomendações para Instalação

O tubo de medição deve ser instalado firmemente, não permitindo vibra-


ções ou deslocamentos longitudinais. Deve-se cuidar para que equipa- Frequências Ultrassom
Infrassom
mentos como agitadores ou serpentinas não interfiram no funcionamento audíveis
dos borbulhadores. 0 Hz 16 Hz 20.000 Hz
Deve-se, sempre que possível instalá-lo em um ponto onde as variações 42
de nível por ondulação da superfície sejam mínimas e onde é possível ins-
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

A geração do ultrassom ocorre quando uma força externa excita as molé- Inversamente, quando se aplica uma força em um material piezelétrico,
culas de um meio elástico. Esta excitação é transferida de molécula a mo- resulta o aparecimento de uma tensão no seu terminal elétrico. Nesta mo-
lécula do meio com uma velocidade que depende da elasticidade e inércia dalidade, o material piezelétrico é usado como receptor de ultrassom.
das moléculas.
Pela sua estabilidade, o quartzo cultivado é um dos materiais mais reco-
A propagação do ultrassom depende do meio, se este é se apresenta de mendados para fabricação do sensor transdutor.
forma sólida, líquida ou gases e sua componente longitudinal da onda pro-
paga-se à velocidade característica do material, isto é, é função exclusi- A excitação destes transdutores pode ser realizada de três maneiras:
vamente deste.
• Pulso: a excitação de pulso consiste em excitar o transdutor com
Na água, por exemplo, a 10ºC, a velocidade de propagação do som é de pulsos que podem atingir uma tensão acima de 500V e com a duração
1440 m/s; enquanto isso, no ar, a 20ºC, a velocidade de propagação é de de alguns nanosegundos. A frequência de repetição dos pulsos é da
343 m/s. ordem de 300 a 1000 kHz.
• Onda Contínua: como o nome indica, na excitação por onda con-
A velocidade do som é a base para a medição através da técnica de ECO, tínua o transdutor é excitado por uma onda senoidal (às vezes, onda
usada nos transmissores de nível ultrassônicos, sendo função da tempe- quadrada) ininterruptamente.
ratura e da pressão, isto levando em consideração que os efeitos origina- • Trens de onda: pode ser produzido por um gerador de ondas se-
dos por esta última são desprezíveis. noidais que é ligado por um tempo e, em seguida, desligado, repetin-
do-se o processo periodicamente.
Geração do ultrassom
Material Piezoelétrico
As ondas de ultrassom são geradas pela excitação elétrica de materiais
piezelétricos. O princípio de operação dos dispositivos ultrassônicos tem por base uma
lei da ótica física que diz que o ângulo de reflexão (i) é igual ao ângulo de
A característica marcante desses materiais é a produção de um desloca- incidência (r).
mento quando aplicamos uma tensão. Assim sendo, eles podem ser usa-
dos como geradores de ultrassom, compondo, portanto, os transmissores Princípio de reflexão de ondas
de nível ultrassônicos. Quando uma onda ultrassônica, que se propaga em um meio, incide sobre 43
a interface de duas substâncias de densidades diferentes, faz surgir duas
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

ondas emergentes: uma onda ultrassônica proveniente da reflexão nessa O tipo de instalação A prevê dois transdutores, um para emissão e outro
interface (onda refletida) e outra proveniente da mudança de meio de pro- para recepção, montados em receptáculos distintos. Neste caso, a onda
pagação, denominada onda refratada. é gerada no ar, propagando-se até a interface ar-líquido, onde ocorre a
reflexão, para depois a onda refletida ser recebida no cristal receptor. A
Os instrumentos do tipo ultrassônico utilizam o princípio de operação con- medição contínua do nível de líquido se faz de uma maneira indireta, uma
centrado na reflexão da onda gerada pelo transdutor, quando encontra a vez que todo o percurso da onda é realizado no meio ar.
interface com o produto cujo nível desejamos medir ou no lapso de tempo
gasto pela onda desde o instante que é gerada. Tudo isso até o instante Em B o transdutor gera um trem de pulsos (burst) ultra-sônico e, enquanto
em que retorna àquele transdutor depois de refletir-se na interface. a energia acústica é gerada, o receptor está desativado.

Detector Contínuo de Nível O emissor e o receptor estando num único receptáculo, faz-se necessário
a ativação do receptor após a emissão do trem de ondas, visando à de-
No detector contínuo de nível uma onda é emitida e o tempo necessário tecção do eco. A montagem da unidade emissão/recepção no meio gaso-
para retornar é permite a indicação de profundidade. Este sistema (SO- so traz a vantagem de se evitar o contato com o fluido do processo; em
NAR) mede o tempo necessário para uma onda ultrassônica ir da superfí- contrapartida, apresenta a desvantagem de transferir para o meio gasoso
cie do líquido, refletir-se e depois retornar. uma parcela maior de sua energia.

O transdutor pode ser montado no topo do equipamento ou imerso no Nas aplicações para medição de nível de líquidos, a direção do ângulo de
meio líquido, cujo nível se deseja medir. incidência deve ser de ± 2º em relação à vertical. Na instalação C, o tempo
de eco ultra-sônico indica diretamente o nível do produto.
A B
A unidade pode ainda ser montada externamente ao vaso (situação D),
apresentando a vantagem adicional da não necessidade, de vazar o equi-
pamento.

As instalações C e D discutidas neste subitem são aplicáveis à detecção


de nível de líquidos limpos, enquanto os esquemas A e B podem ser usa-
dos também para medir níveis de sólidos.
44
C D
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Medidor de Nível por Radiação


Os sistemas radiomáticos são utilizados para medição de nível de líqui-
dos, polpas ou sólidos granulados em aplicações onde nenhuma outra
tecnologia disponível pode ser aplicada.

Inclusive, esta é uma exigência da CNEN (Comissão Nacional de Energia


Nuclear), órgão que regula e garante a segurança do uso de material ra-
dioativo em qualquer atividade.

Os medidores de nível por radiação são compostos por uma fonte de emis-
são de Raio Gama (δ), um detector tipo câmara de ionização ou cintilação
e uma unidade eletrônica conversora e transmissora de sinal.

A fonte utilizada no instrumento, normalmente de Césio 137, fica alojada


em uma cápsula de aço inox blindada por chumbo ou ferro fundido. Uma
abertura na estrutura blindada é deixada desbloqueada para emissão do
raio gama um ângulo de 40º (medição contínua) ou 7º (medição pontual).

O detector mais utilizado para este tipo de medição de nível é formado por A intensidade da fonte, que é medida em Ci (Curie), é calculada conside-
uma câmara contendo gás inerte (ex: Argônio) pressurizado, alimentado rando a distância da mesma ao detetor, a espessura e o material da pare-
por uma tensão contínua negativa (-15 VDC) e um coletor de elétrons. de, e o produto.

A corrente elétrica, produzida pela passagem do raio gama é diretamente Já o comprimento do detetor considera o alcance de medição desejada.
proporcional a intensidade da radiação e inversamente proporcional ao
nível do produto no silo ou tanque. Esse sinal é convertido em tensão e/ou
frequência para finalmente, pela unidade eletrônica ser transmitida atra-
vés de sinal de corrente de 4 a 20 mADC.
45
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Medição de Nível por Pesagem (Células de Carga) Medição de nível por pesagem
A medição de nível por pesagem consiste basicamente na instalação de A expressão para obter o valor do nível do tanque leva em consideração a
células de cargas nas bases de sustentação do silo cujo nível se deseja densidade preestabelecida do produto.
medir.

Trata-se de um método de medição de nível indireta que pode ser empre-


gado para sólidos e líquidos.

A: Área do tanque
H: Nível
ρ: Densidade do produto

Calibração

Para calibrar o transmissor, basta fazer uma relação entre sua saída quan-
do o tanque estiver cheio e quando estiver vazio. Esse tipo de medição de
nível apresenta boa precisão para materiais com densidade constante.

W Células de carga

As células de carga usadas na medição de nível por pesagem são compos-


tas por sensores constituídos por fitas extensiométricas (STRAIN-GAU-
GES) fixados adequadamente em um bloco de aço especial com dimen-
Células de carga sões calculadas para apresentar uma deformação elástica e linear quando 46
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

submetido a uma força. das por tração. O silo deve ser suspenso por uma única célula, o que acaba
eliminando o problema de distribuição de carga.
O papel das fitas extensiométricas é detectar a deformação obtida através
da variação de sua resistência elétrica. Radar para Medição de Nível
As células de carga podem ser instaladas sob os pontos de apoio da es- Os transmissores de nível por radar empregam ondas eletromagnéticas
trutura do silo, de tal maneira que o seu peso é nelas aplicado. tipicamente na faixa de 6 a 28 GHz para fazer uma medição contínua do
nível de líquidos e sólidos.
É necessário que as células de carga sejam imunes a esforços laterais.
Para isto seus encostos para a carga são constituídos de apoios especiais A potência requerida para esse tipo de aplicação é baixa, tipicamente in-
do tipo côncavo ou esférico. ferior a 0,015 mW/cm2, e a aplicações típicas não excedem 30 m de faixa,
o que pode ser considerado uma faixa pequena para a técnica de medição
Instalação com radar. Dessa forma, para esses níveis de energia não é necessário
nenhum cuidado especial para evitar danos à saúde dos operadores bem
O número de células de carga varia em função da forma do silo, sendo que como contaminação dos produtos a serem medidos.
a solução que apresenta melhor precisão é apoiar o silo em três células
dispostas defasadas de 120º em relação à projeção do seu centro de si- O sensor de nível tipo radar é montado no topo do tanque a ser medido,
metria. e o cone de geração é focado para baixo perpendicularmente ao líquido a
ser medido, fazendo com que o sinal refletido a partir da superfície retorne
Sempre que possível o silo deve ser projetado com seção transversal cir- diretamente ao sensor.
cular de forma a garantir uma distribuição estável e equalizada do peso
total entre as três células de carga.
Radar de Onda Guiada
Em algumas instalações existem silos apoiados em uma ou duas células
de carga sendo os outros apoios fixos; esta solução não é recomendada Os radares de onda guiada utilizam sensores com Reflectometria no Do-
devido à imprecisão provocada pela distribuição desigual do peso entre os mínio do Tempo ou Time Domain Reflectometry(TDR).
apoios.
O princípio de funcionamento desse tipo de sensor usado vem diretamen-
Nos silos pequenos é possível utilizar células de carga que são deforma- te de uma técnica que caracteriza as propriedades elétricas distribuídas 47
em linhas de transmissão.
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

O TDR lança um sinal de baixa amplitude e alta frequência pulsado em tar as técnicas de medição dessa variável onde as tecnologias convencio-
uma linha de transmissão no guia de onda e analisa sequencialmente a nais não se aplicam.
amplitude do sinal refletido.
No mercado é possível encontrar diversos modelos de dispositivos eletro-
A guia de onda é um tubo imerso no fluido a ser medido. Considerando a mecânicos, eletrônicos, sônicos ou nucleares capazes de atender às mais
constante dielétrica característica da sonda no ar, quando o sinal entra em diferentes necessidades.
contato com um líquido com constante dielétrica maior que a do ar o pulso
eletromagnético transmitido pela onda guiada é refletido nesse ponto de Geralmente é exigido o controle do volume ou massa de sólidos armaze-
descontinuidade e s reflexões são medidas por um circuito no transmis- nados em silos, depósitos de compensação e sistemas de dosagem.
sor.
Uma boa parte dos medidores mostrados ao longo desta publicação têm
O pulso refletido viaja de volta pela sonda até um circuito dedicado em que aplicação quase que universal e obtém ótimos resultados.
é detectado e medido o seu tempo, sendo convertido para a amedição de
nível. Contudo, a desvantagem se dá no custo elevado em relação aos disposi-
tivos mais simples, menos precisos, mas desde que estes instrumentos
Caso tenha líquido no tanque, o sinal viajará até o final da sonda e não mais baratos atendam plenamente aos requisitos do processo e às condi-
retornará. ções físicas para a sua instalação.

Instrumentos para Medição de Nível de Sólidos É o barato que pode sair caro.
A medição de nível é algo extremamente necessário para atender as de-
Muitas empresas pensam a curto prazo e não enxergam os prejuízos de
mandas que a indústria exige atualmente.
instrumentos de medição de nível que interrompem incessantemente os
processos por motivos que podem ser evitados com o uso do medidor
O crescente surgimento de mais e mais plantas com processos que reque-
certo.
rem o manejo de materiais sólidos granulados (pó e grãos) exige o uso de
tecnologias superiores às convencionais.
Por exemplo, se você usar uma chave de nível com tecnologia RF Admitân-
cia você não terá interrupções no seu processo por alarmes falsos devido
A medição de nível de sólidos necessita de uma melhor monitoração e/ou
à incrustação. 48
controle imposta aos fabricantes de instrumentos no intuito de implemen-
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

A produtividade será intensamente superior, pois a planta funcionará con- vapores e também o perfil de carga e descarga.
tinuamente e sem paradas não planejadas.
Sistemas de medição de nível mais utilizados
Ao escolher o melhor instrumento para a O método utilizado para medição de nível deve ser escolhido sob uma cri-
utilizar em sua planta é importantíssimo teriosa análise da sua concreta implementação.

saber do funcionamento e das limitações É preciso entender o comportamento dinâmico, tipo de silo ou tanque, tipo
que cada aparelhos tem. do material, precisão requerida etc.

Dentre os métodos ou técnicas mais comuns estão a sonda capacitiva, o


Você também deve prestar atenção em outros fatores envolvidos no pro- sistema de pesagem, o sistema radioativos, ultrassônicos, todos já abor-
cesso, como: material estocado; geometria e estrutura do silo; precisão dados ao longo do texto.
requerida; custo; etc.
Instrumentos para Alarme e Intertravamento
Como escolher o melhor medidor de nível?
O objetivo fundamental da medição de nível está ligado à monitoração e/
A escolha do tipo de medidor de nível que você vai usar deve levar em con- ou controle da quantidade de fluidos estocados em silos e tanques.
sideração a especificidade do sensor.
A medição envolvendo sólidos deve levar em consideração que os pro-
Ele deve ser escolhido de acordo com suas características químicas e fí- cessos geralmente são dinâmicos e assim ocasionam periódicas cargas
sicas, o estado da matéria, as interferências das variáveis temperatura e e descargas.
pressão e principalmente o local da instalação.
Toda essa movimentação recorrente demanda os uso de medidores de
Por exemplo, se a opção melhor for a medição por pressão diferencial de- nível ponterais. Esse tipo de instrumentação é chamada de chave de nível.
ve-se recorrer as mesmas recomendações sugeridas para os medidores
de pressão de líquidos. As chaves de nível são feitas tendo como saída pontos específicos de nível
de um elemento, como nível baixo, médio, alto, entre outros. Seu objetivo
Se o fluido for sólido granulado é importante verificar a geração de poeira, é acusar uma condição extrema ocorrida no armazenamento do fluido. 49
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Dessa forma, serve para evitar tanto o excesso como a falta de material no Para realizarem esta tarefa, as chaves são compostas basicamente de
reservatório, assim, respectivamente, controlando a ocorrência de trans- duas partes: um detector de nível e um circuito de saída.
bordo e o trabalho em vazio.
O detector informa ao circuito de saída a presença ou ausência do nível em
Chaves de Nível determinada posição; e o circuito de saída se encarrega de alterar o esta-
do de saída da chave em função da informação transmitida pelo detector.
As chaves de nível são instrumentos de medição feitos para atuar em de-
terminados pontos fixos de nível. Chave de Nível por vibração
Estes pontos fixos são valores de nível em equipamentos que, uma vez al-
cançados, exigem o desencadeamento de alguma ação necessária à boa
operação ou à segurança do sistema ao qual pertence o instrumento.

Por exemplo, uma chave de nível pode ligar uma bomba, acionar um alar-
me ou desencadear uma sequência de operações automáticas quando o
nível atinge um ponto fixo, cujo valor é informado à chave através de ajus-
te a ela inteligíveis.

Por isso são chamadas de chaves.

São instrumentos que acionam sinais du-


rante do processo para interferir de alguma
maneira.
As chaves de nível são capazes de dar como saída somente um dentre
dois estados: energizado e desenergizado.
50
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

A chave de nível com lâmina vibratória atua sob o princípio do amorteci- 3 características para levar em consideração
mento da vibração de uma haste singela ou de duas hastes em forma de
diapasão. Indicação e Controle

O amortecimento mecânico acontece pela absorção de energia de vibra- Os indicadores de medição de nível permitem a verificação do nível “on-si-
ção pela viscosidade de um líquido ou pela resistência de sólidos granula- te” (localmente).
res ou em pó que entram em contato com uma ou mais hastes.
Os indicadores exigem que o operador interprete a medição para só a par-
A chave de nível por vibração consiste em um garfo simétrico com duas tir daí tomar as medidas adequadas. Indicadores também são usados fre-
extremidades. Na base do garfo há uma fina membrana com conexão a quentemente para ajudar na calibração dos sistemas de controle.
uma extensão em aço inoxidável que entra em contato com o processo. O
garfo de vibração é excitado por uma frequência de ressonância por meio Os sistemas de controle automático ou sistemas em malha fechada são
da membrana através de um cristal piezoelétrico. capazes de controlar o nível em um recipiente eletronicamente.

O garfo de vibração é projetado para quando for imerso em um material Um dispositivo de medição de nível, combinado com um transmissor, gera
haver um deslocamento na sua frequência de ressonância de aproxima- um sinal eletrônico, que é proporcional ao nível no recipiente.
damente 10% a 20%. A frequência de ressonância é coletada por um re-
ceptor de cristal, e o seu deslocamento, por um circuito específico tem por O sinal é recebido por um controlador, que opera outros dispositivos (vál-
função comutar do tipo NA ou NF. vulas, bomba, etc.) e, por sua vez, controla a quantidade de produto que
entra e sai de um recipiente.
Por fim, de acordo com a configuração em que é executada, a chave de ní-
vel vibratória poderá ser instalada lateralmente ou no topo do reservatório. Os recipientes controlados automaticamente também podem incluir indi-
Só é preciso ter cuidado com os cantos onde possam haver acúmulo de cadores de medição de nível.
material e do mesmo modo com as áreas em que ocorre a queda de mate-
rial para a alimentação do reservatório.
Medição Pontual e Contínua
As chaves de nível (medição pontual) são frequentemente usadas em con-
junto com transmissores de nível (medição contínua) em medições de ní-
vel para um ponto único, seja este intermediário, alto, baixo, e/ou como 51
alarme.
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

No entanto, as chaves de nível também podem ser utilizadas sozinhas Porém, em alguns dos casos, verifica-se uma perda de precisão na me-
para indicar simplesmente um estado cheio ou vazio. Limitações de ta- dição, devido à poeira ou pó em suspensão, ecos falsos na leitura, e difi-
manho e espaço, bem como a aplicação, determinarão as característica culdade de calibração em softwares complexos específicos de cada fabri-
do sistema ideal. cante.

Os transmissores de nível (medição contínua) são geralmente uma entra- Em condições extremas, o mais indicado é a Radiometria.
da independente para o sistema de controle.
Vantagens e Desvantagens de cada medidor de nível
Neste tipo de medição de nível, confiabilidade e repetibilidade são carac-
terísticas mais importantes do que a alta precisão nas leituras. A exigên- Muito se falou sobre os mais diversos tipos de medidores de nível. Chegou
cia de precisão varia em um intervalo de 5 a 10 mm. a hora de apresentar os prós e contras de cada um dos principais instru-
mentos de medição de nível.
Os transmissores de nível contínuo são fundamentais em praticamente
todas as indústrias, incluindo química, petróleo e gás, energia, refino, papel Os principais aspectos a serem considerados na escolha do medidor de
e celulose, mineração, farmacêutica, alimentos e bebidas, dentre outras nível são:
plantas de processo.
• densidade e viscosidade
Medição com Contato e Sem Contato • composição química
• agitação no processo
Em uma medição com contato é fundamental que parte do sistema de • vapores e poeiras
medição tenha uma relação direta com o conteúdo do recipiente. A RF Ad- • acúmulo de material
mitância e os Radares de Onda Guiada são os dois melhores exemplos de
tecnologia aplicada à Medição de Nível. Dentre todas essas categorias, algumas especificidades encontradas, tan-
to em processos pontuais como contínuos, merecem nossa total atenção
Já se tratando de medição sem contato, nenhuma parte do sistema de na hora de escolher a tecnologia que melhor se adapte ao desafio imposto
medição toca diretamente o conteúdo do tanque. Métodos sem contato à medição de nível.
são preferidos quando o meio a ser controlado é especialmente abrasivo
ou corrosivo. 52
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Vale muito a pena estar atento às seguintes especificidades: MELHORES TECNOLOGIAS PARA APLICAÇÕES EM NÍVEL
• Incrustação
PONTUAL
• Espuma
• Mistura e Armazenamento de Produtos Químicos; Tanques de
• Pó em suspensão
Mistura e Pastas Químicas: RF Admitância e Vibração (Diapasão).
• Abrasão
• Choque mecânico
• Controle/Proteção de Bombas: RF Admitância.
• Arraste
• Vácuo
• Pressão
• Variações de composição Uma boa forma de avaliar qual tipo de medi-
dor é o mais indicado, consiste em verificar
Para facilitar a compreensão e ajudar você a se a aplicação ocorrerá em nível pontual ou
visualizar melhor as vantagens e desvanta- contínuo.
gens de cada tipo de medidor de nível apre-
sentamos uma série de tabelas e tópicos para MELHORES
CONTÍNUO
TECNOLOGIAS PARA APLICAÇÕES EM NÍVEL

serem avaliados.
• Fluxo em canal aberto: as melhores soluções são ultrassônica e
RF Admitância.

• Estação elevatória ou poço de bombeamento: ultrassônica, RF


Admitância e pressão hidrostática.

• Tela com barras móveis ou estruturas de derivação: ultrassônica


e RF Admitância. 53
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

• Monitor de manta de lodo/clareza: ultrassônica.


Que tal avaliar o medidor de nível mais in-
• Digestores de lodo/armazenamento de lodo: RF Admitância, ra-
dicado através dos desafios de medição
dar e ultrassônica. que ele irá enfrentar?
• Filtração de água: RF Admitância e magnetostritiva.

• Mistura de produtos químicos: ultrassônica e radar.

• Armazenamento de produtos químicos secos: RF Admitância,


ultrassônica, radar e TDR.

• Armazenamento de pasta química: RF Admitância, ultrassônica


e Radar.

• Armazenamento de produtos químicos líquidos: RF Admitância.

• Poços de água: pressão hidrostática e RF Admitância.

Tanques de mistura: ultrassônica, Radar e RF Admitância.

• Pastas químicas: RF Admitância e Radar.

54
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Comparativo das principais tecnologias em medição de nível

DESAFIOS DA MEDIÇÃO DE NÍVEL

TECNOLOGIA
PÓ EM CHOQUE VARIAÇÕES DE
INCRUSTAÇÃO ESPUMA ABRASÃO ARRASTE VÁCUO PRESSÃO
SUSPENSÃO MECÂNICO COMPOSIÇÃO
* * *
RF - ADMITÂNCIA

HIDROSTÁTICO

ELETROMECÂNICO

CAPACITIVO

INDUTIVO

LASER

RADIOMÉTRICO *

PRESSÃO

CÉLULA DE CARGA

RADAR DE ONDA LIVRE

RADAR DE ONDA GUIADA

55
ULTRASSOM
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

Agora vamos um a um dos medidores SONDA CAPACITIVA


apontando seus prós e contras. Vantagens
• instalação simples
Quem sabe agora você tira a sua dúvida • baixo custo de aplicação
de vez?! • vários tipos de aplicação

Desvantagens
CHAVE E TRANSMISSOR DE NÍVEL COM TECNOLOGIA RF • contato com o produto
ADMITÂNCIA • sensibilidade a variações na constante dielétrica e condutividade
• falsa medição por acúmulo de produto no sensor
Vantagens
• precisão confiável
• não possui componentes móveis
• insensível a borbulhamento, turbulência, espuma na superfície ou par- CHAVE DE NÍVEL POR VIBRAÇÃO
tículas em suspensão
• imune à incrustação Vantagens
• pode ser instalada em várias posições • não possui componentes móveis
• pode ser usada em produtos com alta viscosidade • insensível a borbulhamento, turbulência ou partículas em suspensão
• pode ser instalada em várias posições
Desvantagens • não requer calibração
• contato com o produto • pode ser usada em produtos com alta viscosidade
• sensível a elevados graus de pressão, temperatura, ou agressividade
do produto Desvantagens
• contato com o produto
• falsa medição devido a incrustação

56
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

BORBULHADOR
CHAVE CONDUTIVA
Vantagens
Vantagens • instalação e calibragem simples
• baixo custo • somente os tubos ficam em contato com a água
• sem componentes móveis • não é afetado por espuma na superfície
• empregada em mais de um ponto de operação • resistente à obstrução por água suja

Desvantagens Desvantagens
• contato com o produto • requer o fornecimento constante de ar e seu devido sistema de trata-
• contaminação dos eletrodos com produto, impedindo a continuidade mento
do circuito • especificidade da instalação: o ar utilizado deve ser o ar de instrumen-
tos, seco e isento de óleo, ou qualquer gás inerte.
• especificidade do produto: o líquido não deve conter pó em suspensão,
e deve ser mantida constância de sua densidade

FLUTUADOR
Vantagens MEDIÇÃO POR PESAGEM (CÉLULAS DE CARGA)
• simplicidade
• confiabilidade Vantagens
• capacidade de medição de diferentes produtos • precisão para materiais de densidade constantes
• mede líquidos e sólidos
Desvantagens
• instrumento mecânico passível de manutenção Desvantagens
• contato com o produto • custo elevado
• requer elevada quantidade de dispositivos mecânicos para instalação
exige material de densidade constante
57
• sensível a ventos
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

MEDIÇÃO POR PRESSÃO DIFERENCIAL ULTRASSOM


Vantagens Vantagens
• medição de nível ou de volume • não tem contato com o produto
• simples configuração • sem componentes móveis
• precisão razoável • precisão típica de 0,25% do fundo de escala
• a medição não é afetada por mudanças na composição, densidade e
Desvantagens pressão
• precisão varia de acordo com a densidade constante do fluido
• requer complementação com medidor multivariável Desvantagens
• elevado custo de instalação devido às tomadas de impulso • sensibilidade a espuma, bolhas e turbulências
• não é recomendado para altas pressões e temperaturas

RADAR DE ONDA GUIADA Mas afinal de contas, por que importa tanto
Vantagens
a escolha do medidor certo?
• sem componentes móveis Para concluir, propomos um exercício. Pergunte a qualquer colega seu,
• segurança de medição através da avaliação da ponta da sonda profissional técnico experiente que também trabalha na indústria de trans-
• medição segura também durante o enchimento formação, qual é a importância da Medição de Nível. Caso você seja um
estudante, também levante essa questão para o seu professor do curso de
Desvantagens Automação ou Instrumentação Industrial.
• sensibilidade a incrustação, arraste, abrasão e choque mecânico

Com certeza ele lhe dirá que medir o nível é


fundamental.
58
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

A medição de nível feita corretamente ao longo de um processo industrial diversos profissionais se deslocam para cima e para baixo com fitas mé-
faz toda a diferença na produtividade de uma instalação. tricas, trenas e réguas. Todos correndo e mensurando de forma manual o
nível de diversas etapas do processo produtivo.
Para garantir a sustentabilidade ambiental e financeira da planta, é im-
prescindível estar equipado com instrumentos que forneçam uma medi-
ção confiável e precisa. Apesar de extremamente criativo, tais ope-
Abaixo apontamos as 3 principais razões para você ficar de olho na quali-
rações são assoladas por altos custos de
dade dos sistemas que você está adquirindo. pessoal e baixa produtividade.
1) SEGURANÇA OPERACIONAL Não existe mistério, uma medição de nível precisa aumentar a eficiência
Medição de Nível é uma questão de segurança. Assim como você não ou- do processo industrial. Um bom exemplo de corte de custos seria na es-
saria andar pela planta sem seu EPI (Equipamento de Proteção Individual), tocagem.
pois sabe o quão importante é a prevenção de acidentes, escolher o siste-
ma de nível mais barato pode acabar custando muito caro. Se uma operação precisa ter em estoque sempre uma quantidade de ma-
terial, mas seus silos de estocagem não estão sendo utilizados na sua ca-
O enchimento de tanques ou vasos acima de suas capacidades máximas pacidade máxima, esta instalação invariavelmente será obrigada a com-
pode causar acidentes gravíssimos, transbordamentos, e paradas de plan- prar e manter silos de estocagem adicionais.
ta não programadas. Criam gargalos de produção.
O uso eficiente da capacidade de armazenamento da planta pode ser atin-
No caso de acidentes envolvendo a medição de substâncias quentes, in- gido através do controle do nível, eliminado o custo extra de comprar e
flamáveis, corrosivas ou de alta granulometria, as consequências podem manter outras unidades de armazenamento.
ser desastrosas.
É isso que entendemos como sendo um processo verdadeiramente efi-
O monitoramento eficaz do nível cria um ambiente seguro e produtivo, evi- ciente.
tando assim todos os possíveis eventos negativos, além de adequar sua
instalação às mais duras exigências regulatórias. 3) SUPRIMENTO CONSTANTE é sinônimo de QUALIDADE
A maioria dos processos requer um suprimento constante de matéria pri-
2) EFICIÊNCIA DE PROCESSO ma ou reagentes para produzir um bem final de qualidade. 59
Não é raro visitarmos instalações pouco modernas onde ao longo do dia
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL

relação a produtividade da sua planta.


Aliar altos padrões de qualidade a elevadas taxas de produtividade é im-
possível se os diversos “inputs” forem entregues de forma não homogê- O próximo passo é buscar um fabricante que realmente esteja comprome-
nea, em quantidades variáveis, ou se houver falta ou excesso de produto tido em ajudar vocês a enfrentarem o seu problema de medição de nível
na linha de produção. mais específico.

A implementação de um silo/tanque de estocagem entre a entrega e o pro- Esperamos que a partir de agora você tenha total segurança das tecnolo-
cesso age portanto como um atenuador dessas variações. gias mais adequadas aos processos que envolvem incrustação, espuma,
pó em suspensão e interfaces complexas.
Caso o nível na unidade de armazenamento seja sempre mantido dentro
de um range ideal, a quantidade/volume de matéria prima obtida através Esperamos que a partir de agora você tenha segurança para tratar de as-
do abastecimento ser elevada ou cair sem afetar a quantidade alimentada suntos relacionados à Medição de Nível e também falar acerca das tecno-
ao processo, e portanto sem afetar a qualidade do produto final. logias mais adequadas para os desafios enfrentados nas instalações da
mais diversas indústrias.
Esperamos ter ajudado você a entender um
pouco mais sobre Medição de Nível!
Você agora já sabe qual é a importância da medição de nível em uma ope-
ração; sabe dos desafios e problemas diários que enfrenta com a sua ins-
trumentação; e agora também já sabe como resolver isso.

Agora só depende de você. A otimização de custos em função da produti-


vidade está fazendo todas as indústrias de pequeno, médio e grande porte
aderirem aos instrumentos que utilizam tecnologias de Automação e Ins-
trumentação Industrial em seus instrumentos.

Chegou o momento de dar um upgrade na operação em que você trabalha.


Converse com o seu superior e ajude ele a dar um basta nas cobranças em 60
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FONTES
SENAI. Automação: Fundamentos de Instrumentação

FRANCHI, C. L. Instrumentação de Processos Industriais: Princípios e Apli-


cações

SENAI. Programa de Certificação Pessoal de Instrumentação Básica

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