Sie sind auf Seite 1von 10

UMA ABORDAGEM DO PONTO DE VISTA DA RELIGIÃO UMBANDA

E AS HISTÓRIAS CONTADAS ATRAVÉS DOS PONTOS CANTADOS

AN APPROACH TO THE POINT OF VIEW OF RELIGION UMBANDA AND STORIES TOLD THROUGH
THE SANCTUARY POINTS

Jamile Dos Reis Santos *


Jamilereis83@gmail.com
UNILAB, Santo Amaro,BA/BR

RESUMO
O presente artigo faz uma apresentação da religião Umbanda, mostrando as suas
origens, as suas práticas, as influências do seu surgimento, explicar os seus cultos,
pontos riscados e os seus deuses/orixás. É uma religião autenticamente brasileira
sincrética de diversas outras tradições que resiste, luta contra a intolerância e o
sofrimento do cativeiro.

Palavras-Chaves: Religião, Resistência, Umbanda.

ABSTRACT
The present article presents a Umbanda religion, showing its origins, its practices,
the influences of its emergence, explain its cults, points crossed and its gods / orixás.
It is an authentically Brazilian religion syncretic of several other traditions that it
resists, fight against the intolerance and the suffering of the captivity.

Key-words: Religion, Resistance, Umbanda.

INTRODUÇÃO
Quando o assunto é religião surgem muitos questionamentos, pensamentos e
julgamentos que muitas vezes são pessimistas a cerca da religião. A religião
umbandista é muitas vezes confundida com o candomblé, as pessoas acham que se
resume a macumba, farofa, cachaça e galinha preta, resumindo a coisas ruins. Por
conter em determinados momentos o transe mediúnico, é chamada de pelos não
adeptos como práticas diabólicas, inventado pelos positivistas, mas este tabu vem
sendo quebrado aos poucos. A Umbanda é construção de diversas religiões que se
impôs e resistiu ao quebrar os paradigmas impostos pelo espiritismo em Niterói-RJ
O presente estudo propõe, de maneira concisa conceituar a religião Umbanda, falar
das doutrinas que é permitido e continuar preservando os fundamentos. Trazer um
breve histórico, apresentar o espiritismo e as histórias por trás dos pontos cantados.
Para responder ao problema e alcançar os objetivos da pesquisa, foi utilizada
a abordagem qualitativa, buscando explicar o processo histórico e os pontos
cantados. Foi realizado um levantamento bibliográfico, para aprofundamento da
proposta em questão.

UMA ABORDAGEM DO PONTO DE VISTA DA RELIGIÃO UMBANDA


Eu abro a nossa gira
com Deus e Nossa Senhora
eu abro a nossa gira
Sambolê pembá de Angola
(Umbanda)

É notável o pluralismo das religiões no Brasil, entretanto a única religião


autenticamente brasileira é a Umbanda que surgiu a partir de cultos e culturas dos
antepassados, através de ritos, mitos e simbologias. A Umbanda é constituída
através de outras religiões como o Kadercismo, a religião Indígena, o Catolicismo, o
Hinduísmo, o Budismo, a magia e as matrizes negras (macumba e candomblé). O
espaço religioso pode ser chamado de: casa, terreiro ou centro espírita. Os rituais
na Umbanda são bem diversificados podendo ser diferente em cada casa, pois cada
uma segue a sua doutrina, seus ritos, fundamentos, formas de cultuar e modos de
se vestir. Por ser uma religião hibrida e tão plural nos seus cultos, as pessoas
tentam compreender e nessa tentativa acaba por deixar alguns aspectos de lado.
A etimologia da palavra Umbanda deriva do quimbundo m’banda que significa
“sacerdote” ou “curandeiro”, ou seja, uma religião que está voltada para a cura física
e/ou espiritual. Para entender a Umbanda é necessário ir buscar na raiz, fazer o
resgate ancestral, a Umbanda é como uma árvore genealógica. O Universo
Umbandista é monoteísta, que se fundamenta na existência de um único Deus, e
onipotente, podendo ser chamado de Olorum, Zambi, ou mesmo de Deus, onde
assim como na Igreja Católica, não possui uma representação visível.
Desde a colonização já existia uma diversidade nos cultos, os índios
cultuando a natureza, os africanos seus deuses e orixás, os europeus o cristianismo.
Os europeus sempre tentaram catequizar os índios e africanos numa tentativa de
transformá-los em cristãos novos. A religiosidade do negro africano era baseada na
família, tribo ou clã, por exemplo, quando um ente morre o espírito continua perto da
família. Esses entes passam a ser chamados de deuses ancestrais, para
continuarem existindo a família deve fazer oferendas que consiste em um pouco de
comida e bebida deixadas nos túmulos como forma de agradecimento a esse
espírito e também por esse ancestral ajudar a resolver problemas da família. Outras
formas de cultos são: as adivinhações, os jogos de búzios, o transe, as danças dos
orixás, os elementos da natureza entre outras.
O transe mediúnico e o jogo de búzios é a característica mais marcante das
religiões afro-brasileiras. Dentre todos os grupos que chegaram ao Brasil e mesmo
com a repressão da casa grande e do catolicismo alguns merecem destaques por
terem conseguido prosseguir com sua religião, como: sudaneses (iorubás e
dahomeanos), os bantos de Angola, Congo e Moçambique. Os cultos eram
diferentes, alguns cultuavam os ancestrais, os sudaneses cultuavam os deuses
representados pelas as forças da natureza. As influencias no candomblé na Bahia
foram basicamente das tradições dos sudaneses, em especial dos nagôs e a dos
povos bantos que, se fundiram e constituirão os chamados “candomblés de caboclo”
e “candomblé de angola”. Essas religiões são a base para a Umbanda. Na Umbanda
não existe, rico ou pobre, doutor ou analfabeto, ou qualquer etnia, todos são iguais.
Com a forte pressão dos Europeus para impor o cristianismo, os negros
escravizados encontraram como forma de resistência e preservação da sua cultura
para cultuar os seus deuses através do sincretismo católico, ou seja, associar os
santos católicos com os espíritos ou deuses africanos, conhecidos como orixás.
Assim o sincretismo foi sobrevivendo e incrementando novos elementos indígenas,
como a pratica do uso de ervas e o curandeirismo.
A prática do curandeirismo não era bem aceita pela sociedade mas procurada
quando necessitava. Essas práticas, por vezes era caso de policia e considerada
exercício ilegal da medicina. Essas junções da religião candomblé, calundu tamém
chamado de cabula de origem banto que consistia na prática do curandeirismo e as
magias mulçumanas é que surge a macumba, que também é o nome de um tambor
usado nos rituais de iniciação.
Ao mesmo tempo cresce o Kardercismo oriundo da França no Brasil tendo
como crença a comunicação com os mortos e a reencarnação, uma religião elitista
restrita para aos que detinham dinheiro. Crescia também o baixo espiritismo com a
crença da feitiçaria e do curandeirismo. Os espíritos que trabalharam nas sessões
do alto espiritismo eram geralmente médicos, doutores, padres e pessoas com
privilégios. Com a primeira encarnação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, pretos
velhos e índios passou a incomodar os Kardercistas conservadores e intelectuais e
logo foi banida das sessões do alto espiritismo por ser considerada a degradação da
doutrina espírita.
Com o tempo as sessões passaram a acontecer em bairros periféricos, casas
simples. Muitos kardercistas migraram para essa nova religião a Umbanda que foi
crescendo e ganhando novas Tendas. Apesar de que para muitos acreditarem que
a Umbanda é uma religião africana muito se engana, a Umbanda surgiu no século
XX, em Niterói no Rio de Janeiro, onde Zélio de Moraes que desde os 17 anos
incorporava e a família acreditava ser uma desordem mental, após ter passado por
várias internações psiquiátricas, exorcismos e curandeirismo Zélio é levado para a
Federação Espírita de Niterói no dia 15 de novembro de 1908, sentou-se a mesa
kardecista e no inicio do culto levantou-se andou em direção ao jardim, apanhou
uma rosa branca colocou-a no centro da mesa e sentou-se. Logo em seguida Zélio
incorporou um caboclo e os demais médiuns presentes incorporaram caboclos e
pretos velhos. Ao serem advertidos a entidade do trabalho incorporada em Zélio
questionou porque não aceitavam a presença dos caboclos e pretos velhos que
estavam ali e presentes sem nem ao menos terem ouvido a mensagem que eles
traziam? O problema seria a cor da pele ou suas origens?
Um vidente que ali estava presente questionou os termos usados na fala do
espírito já que ele via a luz de um Padre Jesuíta e os termos usados são claramente
atrasados! E indagou: qual o seu nome meu irmão?”
O Padre responde:
“Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que
amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em
que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim,
cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma
religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que devem
existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se
querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete
Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim.”
(Oliveira, José Henrique, pág. 37)
No dia seguinte, em São Gonçalo - RJ uma multidão assim como membros da
Federação Espírita se reuniu para ver e exatamente às 20:00 horas em ponto o
Caboclo Sete Encruzilhadas iniciou o culto e a partir daquele momento os espíritos
de africanos e índios poderiam trabalhar para ajudar os seus irmão e a religião se
chamaria Umbanda. Mas a frente Zélio de Moraes junto o Caboclo Sete
Encruzilhadas fundou o grupo chamado de: Tenda Espírita Nossa Senhora da
Piedade, posteriormente foram abertas mais sete Tendas com a Orientação do
Caboclo.
Há grandes discussões quanto à data do surgimento da Umbanda, por
justamente coincidir com a data da Proclamação da República. Na visão dos
intelectuais umbandistas o movimento integra um plano “astral superior” evoluído
onde a civilização se basearia na racionalidade e no progresso. Não há registros
documentados de quando a surgiu os cultos afrodescendentes e indígenas.
A Umbanda é uma religião cujos cultos são baseados na possessão, na qual
os médiuns entram em transe e recebem os guias, onde estes são cultuados e dão
atendimento aos adeptos, a fim de ajudar aqueles que com eles desejam se
consultar. Segundo Renato Ortiz: "A possessão é, portanto, o elemento central do
culto, permitindo a descida dos espíritos do reina da luz, da corte de Aruanda, que
cavalgam a montaria da qual eles são senhores." (ORTIZ, 1999, p. 71)
Na época do Estado Novo os Terreiros de Umbanda eram obrigados a pagar
“taxas de produção” nas delegacias para se registrar que na verdade eram
verdadeiras extorsões. Os terreiros que não efetuavam o pagamento corriam sérios
riscos de serem pegos pela policia. Na época não se falava de Umbanda ou
Candomblé, mas, de feitiçaria, macumba e baixo espiritismo. A constante
perseguição na época da inquisição em 1951 e o fato dos registros serem feitos
sobre o olhar do opressor sempre foi um fato impossibilitante. Portanto, a Umbanda
é um acervo da herança afro-índigena, com matriz kadercista, mas valorizando o
índio, o negro e denunciando todo o fetichismo e superstições contrárias ao
progresso e a civilização deixando de ser uma religião “bárbara” e “selvagem”. Foi à
necessidade de ter uma religião com características sincréticas, de fácil identificação
e que se aproximasse socialmente dos valores dos colonizadores dominantes do
Brasil. Como um exemplo de semelhanças está as Entidades Intercessoras, como
por exemplo, a expressão ARASHA uma palavra indígena que significa ARA=Luz e
SHA=Senhor formando a expressão ORIXÁ, onde ORI=Cabeça, Luz e XÁ= Senhor.

AS HISTÓRIAS CONTADAS ATRAVÉS DOS PONTOS CANTADOS

Assim como nas demais religiões na Umbanda também há cargos, há


respeito, hierarquia e principalmente humildade. Desde os mais novos, chamados de
yaôs aos mais velhos chamados de Babalorixá ou Yalorixá. Não somente os
médiuns que entram no transe mediúnico são importante mas também as
cozinheiras, as lavadeiras, as ekedys e os Ogans.
O Ogans tem como tarefa emitir energias através dos toques nos atabaques e
cânticos. São três tipos de atabaques o Rum, Rumpi e Lê, sendo que o Rum é o
atabaque maior, com som mais grave e o responsável puxar o cântico. O som e as
palavras entoadas têm bastante poder “uma palavra, uma vez emitida, não se perde
nunca e entra no mundo mental daquele que a ouviu”( REIS, Sergio Martins dos.
Pág. 92)
A música esta relacionado na nossa vida desde o ventre, os cânticos
exprimem respeito, obediência, amor ao Pai Maior e é comum em todas as religiões.
Na Umbanda chamamos de pontos cantados que são responsáveis por evocar os
espíritos, guias/orixás por meios de músicas que na verdade são histórias cantadas
ou orações dos espíritos, que ao ouvirem o clamor dos seus filhos respondem, na
Umbanda os pontos são cantados quase que exclusivamente em português.
Os pontos cantados se dividem em duas linhas os cânticos que são os Pontos
de Raiz (trazidos pela espiritualidade) e os Pontos Terrenos (elaborados pelas
pessoas). Com diferentes linhas de trabalho, os pontos cantados durantes as
sessões religiosas da linha dos pretos-velhos chamam a atenção por mencionar
barbáries sofridas pelos negros na época da escravidão e podem ser vistos como
retratos da escravidão sob o registro da cultura popular.
Mas acabou cativeiro acabou.
Mas acabou cativeiro acabou.
Já fui preso na senzala,
apanhei de ferro quente e
subi de morro acima e tinha a perna doente.
Mas acabou cativeiro acabou.
Mas acabou cativeiro acabou.
Conversava com a lua e a estrela respondia,
tem paciência meu velho, cativeiro acaba um dia.
Ô…

Mas acabou cativeiro acabou.


Mas acabou cativeiro acabou.
Eu andava sem dinheiro e não tinha paletó,
toda roupa que ganhava só era farrapo só.

Mas acabou cativeiro acabou.


Mas acabou cativeiro acabou.
Eu cantei minha toada, o que foi meu padecer,
por isso que Preto tem um conselho pra você.
Ô…

Mas acabou cativeiro acabou.


Mas acabou cativeiro acabou.
Preto Velho hoje é chamado na casa de seu doutor.
Pra beber vinhos finos e ganhar ramo de flor.

Mas acabou cativeiro acabou.


Mas acabou cativeiro acabou.
Negro hoje tem anel, diploma e tem galão.
Na alta sociedade o branco lhe estende a mão.
Ô…

Mas acabou cativeiro acabou.


Mas acabou cativeiro acabou.
Negro já casa com branca,
por que viram seu valor e a sogra ainda diz,
ele é preto só na cor.
Mas acabou cativeiro acabou.
Mas acabou cativeiro acabou. ♪♪♪

Adorei as Almas!
Salve os Pretos-Velhos!

Pretos velhos, preta velha, vovô ou vovó na Umbanda representam os negros


escravos que mesmo com idade avançada vivenciaram o cativeiro no Brasil no
século XIX, são guias que vem a terra sob a forma de velhos escravos Africanos e
que apesar dos maus tratos, da vida dura, e trabalhos forçados nos cativeiros,
conseguiram atingir idade avançada. Antes mesmo de trabalhar na Umbanda
Brasileira, esses pretos velhos representavam grande importância na cultura
religiosa de Angola. São conhecedores de ervas e “mandingas”. Eram dedicados a
cuidar “espiritualmente” e fisicamente de seus irmãos nos cativeiros. Muitas vezes
quando a medicina do homem branco, os senhores, falhavam eram chamados
também a casa grande.

“Antigamente preto apanhava,


branco olhava e ria
Hoje preto velho vem,
branco senta no banco e chora”

Os Pretos Velhos, são espíritos da humildade, sabedoria, experiência e


paciência. Segundo os praticantes da Umbanda os pontos de preto velhos , assim
como os pontos de orixás servem para iniciar a presença das entidades, o dá força
durante os trabalhos espirituais, que através das crenças desses praticantes é uma
força capaz de envolver todos os presentes.

[...] O preto por ser preto


Não merece ingratidão
O preto fica branco
Na outra encarnação
No tempo da escravidão
Como o senhor me batia
Eu chamava por Nossa Senhora, Meu Deus!
Como as pancadas doíam [...]

Neste ponto cantado ou riscado é possível perceber nas letras entoadas nas
canções o sofrimento de ser trazido do seu país, a dor da chibatada, a dor do
trabalho escravo, a dor física e mental, além dos momentos vividos no navio
negreiro.

PONTO CANTADO DO CABOCLO SETE ENCRUZILHADAS

UM ÍNDIO CABOCLO GUERREIRO


UM JEZUÍTA QUE ZAMBI ENVIOU
COM SUA FORÇA E SABEDORIA
ABRAÇOU A UMBANDA COM O SEU AMOR

NO DIA 15 DE NOVEMBRO
ZÉLIO DE MORAES TEVE A INCORPORAÇÃO
FOI EM 1908 NO BAIRRO DE NEVES
UMA REVOLUÇÃO

HOUVE MUITA DISCÓRDIA


NO CENTRO DE MESA COM A REVELAÇÃO
QUANDO ELE DISSE, EU VIM CUMPRIR A MISSÃO
VOU FINCAR A BANDEIRA DA NOSSA NAÇÃO

VITÓRIA MEU PAI, VITÓRIA


DE UM ÍNDIO GUERREIRO UM DESBRAVADOR
CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS
QUE PLANTOU A SEMENTE QUE SE ALASTROU

UMBANDA É AMOR, FRATERNIDADE


UMBANDA É BONDADE
É DETERMINAÇÃO
É LUTAR EM PROL DA CARIDADE PARA OS NOSSOS GUIAS
DA-NOS EVOLUÇÃO

SÃO GLÓRIAS MEU PAI, SÃO GLÓRIAS


SÃO GLÓRIAS PARA HOMENAGEAR
CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS
NESTE SOLO SAGRADO DE PAI OXALÁ

“VITÓRIA MEU PAI, VITÓRIA


DE UM ÍNDIO GUERREIRO UM DESBRAVADOR
CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS
QUE PLANTOU A SEMENTE QUE SE ALASTROU”

Neste ponto podemos observar que é contada a história do Umbandista Zélio


de Moraes, do Caboclo Sete Encruzilhadas e da possível data de fundação da
religião Umbanda.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como vimos, a história da Umbanda é constituída deste contato de grupos


raciais e sociais que formam a sociedade brasileira, é marcada por resistência, por
imposições e dominações. Suas características são: a simplicidade, caridade, sem
dogmas rígidos, sua riqueza está na espiritualidade, no respeito mútuo, pelos pontos
cantados que na verdade são histórias vividas pelos escravizados evidenciando as
marcas da barbárie.
A religião é alvo de muito preconceito desde as décadas passadas assim
como sofre com a intolerância, visto que é uma religião no qual não sai às ruas para
tentar persuadir pessoas para a sua religião. Mesmo com tudo isso a Umbanda
continua a resistir, conquistando cada vez mais adeptos à religião e abrindo novas
casas.
A negação da nossa história, da história do povo negro, escravizado,
retirados dos seus países começa com o seqüestro; depois com a divisão que eram
em grupos que não falavam o mesmo idioma para não haver comunicação entre
eles e evitar uma possível rebelião; depois houve catequisação, o batismo e a
mudança de nome, negando mais uma vez a sua identidade, impondo a língua,
religião e costumes do colonizador. A forma de continuar cultuando seus ancestrais
foi através do sincretismo. Precisamos assumir a nossa ancestralidade, nosso corpo,
nossa ancestralidade, culturas, nosso dialeto, viver em comunidade. Como uma
forma de autopreservação, de auto cuidado, buscar a sabedoria dos mais velhos no
sentido de transgredir os saberes

 REFERÊNCIAS:

NOGUEIRA, Léo Carrer. UMBANDA EM GOIÂNIA: limites entre religião e magia.


Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ciências Sócio-
Econômicas e Humanas de Anápolis. Goiás. 2005.

OLIVEIRA, José Henrique Motta. DAS MACUMBAS À UMBANDA: a construção de


uma religião brasileira (1908-1941). Rio de Janeiro. Centro Universitário Moarcyr
Sreder Bastos, 2003. Exame de monografia em História. 57p.

REIS, Sergio Martins dos. UNIVERSO UMBANDISTA “umbanda tem fundamento, é


preciso preparar”. 3ºedição. São Paulo. 2014

POLIM, Renata dos Santos. UMBANDA- PONTOS CANTADOS E MEMÓRIAS DA


ESCRAVIDÃO. São Paulo. 2014

Das könnte Ihnen auch gefallen