Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
ISSN: 23170336
Resumo: Nos dias atuais é de extrema importância à empresa atender com velocidade e
flexibilidade as exigências do mercado. Com este intuito, os níveis de estoques podem fazer a
diferença nos custos dos produtos e se faz necessário a sua gestão e de forma prática. A
utilização do sistema Kanban mostra seus benefícios com a diminuição do desperdício e a
produção desnecessária dos produtos e lotes de compra. Este estudo procura mostrar os
impactos no inventário dos produtos manufaturados com a implantação do sistema Kanban
resulta em uma solução de controle de forma contínua no fluxo de produção, garantindo a
entrega dos produtos na quantidade e no tempo correto.
Palavras-chave: Sistema Kanban, Just-in-time, Supermercado, Inventário.
Abstract: Nowadays it is extremely important to the company speed and flexibility to meet
market demands. With this order, inventory levels can make the difference in the cost of
products and is necessary to its management and practical way. The use of the Kanban system
shows its benefit with reduced waste and unnecessary production of batches of products and
buy. This study aims to show the impact on inventory of products manufactured with the
implementation of the Kanban system results in a control solution continuously in the
production flow, ensuring the delivery of products in the quantities and at the right time.
Keywords: Kanban System, Just-in-time, Supermarket, Inventory.
1. Introdução
Atualmente, um dos problemas identificados na indústria está relacionado ao
processo de redução e eliminação de perdas de processo e estoques altos em sua
atividade. Essa tarefa pode ser considerada bastante complexa, se levarmos em conta o
crescente números de produtos disponibilizados aos consumidores pelas indústrias, e o
ciclo de vida dos produtos cada vez mais curto quando atingem o mercado consumidor
cada vez mais exigente. Essa realidade impõe uma severa condição de operação nas
1
1
Complexo de ensino Superior de Cachoeirinha, Cesuca
* Diego Augusto de Jesus Pacheco, e-mail: profdajp@gmail.com
A Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências Exatas e da Terra
Produção/construção e tecnologia, v. 4, n. 6, 2015
52
indústrias, mesmo para as que trabalham orientadas pela demanda. Essas empresas
necessitam operar com estoques enxutos, evitando a obsolescência de mercadorias em
sua cadeia de produção e compra. E a busca pelo equilíbrio no sistema de produção no
que se prega a redução de estoques e da superprodução não parece uma tarefa fácil, caso
levarmos em consideração que no modelo ideal esta questão deve prevalecer desde a
demanda de mercado passando pela linha de montagem ou de compra das matérias
primas ou componentes. Para isto, a necessidade de métodos e técnicas que sustente um
modelo que apoie a redução de estoques e otimização dos processos produtivos é
necessária, alavancando o aumento da competitividade e menores custos.
Neste trabalho, buscaremos nos conceitos do Sistema Toyota de Produção,
subsídios das premissas da produção abastecida no momento certo, na hora certa, na
quantidade certa e sem geração de estoques, esta premissa é baseada numa filosofia
chamada Just-In-Time, e utilizando a ferramenta Kanban. Segundo Ohno (1997), em
1953 a Toyota dava início a implantação de um sistema baseado no modelo de
reposição de supermercados, através de experiências de tentativa e erro. Este sistema
seria chamando mais tarde de Kanban, e sua implantação na totalidade de suas
operações internas somente seria atingida no ano de 1962, pela Toyota. Após um
esforço de quase dez anos, para implantar o Kanban interno, Ohno (1997) e suas
equipes de trabalho levariam mais vinte anos para, em diferentes velocidades,
desenvolver o sistema em seus fornecedores na busca por entregas JIT (Just-in-Time),
no caso da Toyota. Este esforço teria começado através de empresas mais próximas e se
expandido até fornecedores localizados em regiões mais distantes. A distância dos
fornecedores, segundo o próprio Ohno (1997), seria um dos fatores do avanço mais
lento do Kanban em alguns dos fornecedores da Toyota. Esse artigo visa mostrar na
prática os cenários entre o antes e o depois de uma implantação de Kanban, utilizando
como base a ideia central do JIT.
disponível de operação e, ainda, como segurança, utilizar os tempos de trocas nas linhas
de produção a fim de que não se tenha influência na entrega dos itens na próxima
operação. Nessa fórmula, o tempo de transporte não é considerado, tornando o cálculo
ainda mais simples e rápido para o gestor do sistema kanban. Em seguida, para o
cálculo de um sistema de dois cartões (2) inclui-se o tempo de transporte de materiais de
uma estação de trabalho para outra.
O cálculo do número de cartões em um sistema kanban com fornecedores (3)
não considera o tempo de produção do item, compreendo a existência de estoques de
itens acabados no estoque do fornecedor. Com isso, levando somente em consideração a
demanda para um dia de produção do recebedor e assumindo que o contentor utilizado
tem capacidade de armazenamento conhecida, o tempo de movimentação de uma área
para outra também deve ser considerado neste cálculo. Ainda, para maior segurança é
acrescido uma porcentagem de tempo para que as possíveis variações de produção e/ou
transporte dos itens sejam amenizadas (TUBINO, 2008).
Segundo Veloso (2006, p.17) o número de cartões que irão circular no sistema
irá depender do tamanho do lote, para isso, iremos abordar mais a frente, como
calcularemos este lote. A determinação desta quantidade será em função do tempo de
reposição, o tempo de movimentação dentro do sistema e do acréscimo de um fator de
segurança projetado relacionado com o estoque de segurança. Sendo apresentada por
Tubino (2000) a equação 1 abaixo:
(1)
Onde:
N: Número de Kanbans
D: Demanda.
Q: Quantidade de unidades por contêiner.
Tprod: tempo de resposta do ciclo produtivo.
Tmov: tempo total de produção até o consumidor.
S: fator de Segurança.
3. Procedimentos metodológicos
A pesquisa foi realizada a partir de um estudo bibliográfico e exploratório
utilizando os modelos encontrados em artigos e teses. Para a realização deste trabalho
foram necessárias duas etapas: na primeira etapa foi realizada uma busca pelo
conhecimento conceitual-teórico sobre Sistema Toyota de Produção, sistema Just-In-
Time, as características e funcionalidades do sistema kanban. Na segunda etapa foi
identificar o setor da empresa onde tem um maior volume de produção, com a ajuda do
setor de PCP (Planejamento e Controle de Produção) e o setor de Demanda da empresa.
Com os dados coletados utilizando o histórico do ano anterior (2012), foi
identificado que a máquina injetora Semeraro de número 01 foi a escolhida para
realização do projeto em questão. Corroborando com a ideia Menezes e Silva (2005), a
coleta de dados está relacionada com o problema, a hipótese ou os pressupostos da
pesquisa e objetiva obter elementos para que os objetivos propostos na pesquisa possam
ser alcançados. Sendo assim, este artigo, por meio do conhecimento teórico e prático
obtido, analisa o contexto da empresa NR em estudo para verificar se realmente um
sistema kanban é a melhor opção e até mesmo propor melhorias para que melhor se
adéque as necessidades da empresa.
4. Desenvolvimento da pesquisa
Segundo Silva e Sacomano (1995, p. 2 e 3) quando se deseja implantar o
sistema Kanban, deve-se seguir alguns mecanismos de implantação. Com base em
Monden (1993), Schonberger (1987) e Moura (1989) definiram-se os seguintes passos
para a implantação do kanban nessa pesquisa, conforme segue:
Preparar o grupo para os conceitos da filosofia Just-in-Time.
Escolher um setor piloto para permitir o aprendizado da técnica.
Determinar a demanda anterior, peça a peça.
Definir as quantidades por contenedor (container).
Estudar o lead time de reposição de cada peça.
Definir o tipo de sistema Kanban (duplo cartão, cartão único) e os
procedimentos.
Definir o número e os tipos de cartões para cada peça.
Estudar o layout do setor.
Criar painéis porta-Kanbans.
Seguindo este modelo foi selecionado uma pessoa de cada setor da empresa
para ser o grupo que receberia aulas sobre a filosofia JIT, conhecendo as ferramentas e
entendendo sua função, juntamente com seus benefícios. Já sabendo qual foi a máquina
escolhida para execução do trabalho em questão, foi identificado quais os itens seriam
levados em consideração fazer o Kanban, e com a classificação ABC, isso se torna mais
simples e visual, conforme Tabela 1 abaixo:
em detrimento do melhor global. Desta forma, todos sabem qual é a real prioridade. Um
trecho que contempla o Kanban é que segundo Moura (1992): "o Kanban deve ter início
sempre dentro de uma área da empresa, passar paulatinamente para outra, ter suas falhas
corrigidas e ser consolidado internamente, para só depois ser passado ao fornecedor. É
um trabalho contínuo e permanente de aperfeiçoamento." E ainda, "começar o Kanban
de fora para dentro da empresa é o maior erro que se pode cometer." Fica, portanto,
consignada a importância de se iniciar por um setor piloto, para permitir o aprendizado
da técnica e, só depois, expandir o sistema. Para essa expansão é necessário criar uma
mentalidade de cliente-fornecedor na organização toda. É de fundamental importância
que depois da implantação do sistema, reserve-se um tempo para medir seu desempenho
e aumentar seus benefícios.
5. Conclusão
Este estudo procurou analisar os impactos no inventário dos produtos
manufaturados com a implantação do sistema Kanban. Os resultados evidenciaram que
o Kanban contribui como uma solução de controle de forma contínua no fluxo de
produção, garantindo a entrega dos produtos na quantidade e no tempo correto. Pode-se
concluir que o Kanban é uma ferramenta que serve para otimizar o sistema produtivo.
Todavia, o sistema precisa ser bem implementado para um bom funcionamento, e com a
colaboração das pessoas que trabalham com ele estar engajadas neste novo conceito de
estoque e produção, onde minimiza os grandes lotes de produção e prima por pequenos
lotes e trocas rápidas de forma que aumenta o giro do estoque.
Vale a pena resaltar que a empresa NR investigada é aberta a mudanças, tanto
no processo produtivo quanto na capacitação dos seus empregados, pois sem as duas
coisas andarem juntas não teríamos êxito na implantação do Kanban. Percebemos ainda
que nos dias atuais se a empresa não realiza a correta gestão de estoques, pode deixar de
ser competitiva. Nesse contexto, o uso de kanbans juntamente com as práticas JIT,
podem levar à redução de custos que muitas vezes não são percebidos pela empresa..
Referências bibliográficas