Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
“Eu não quero saber doutra coisa, senão de Jesus, de Jesus Crucificado” (Cor. C. 2, v. 2). Quem
quiser, diz São Boaventura, crescer sempre em virtude e em graça, medite
incessantemente os sofrimentos de Jesus Cristo. Ao mesmo Santo pergunta São Tomás de
que livro se socorria para tão belos ensinamentos quais eram os seus, e apontou São
Boaventura para a imagem do Senhor na Cruz: “Eis aqui, disse, o livro onde aprendi o pouco
que sei”. Não há bálsamo tão consolador nas tribulações, lenitivo tão doce aos
sofrimentos, conforto tão eficaz para as desventuras, como a lembrança da Paixão de
Jesus. Nas chagas de Jesus crucificado aprenderam os Santos a coragem e constância com
que sofreram as torturas, o martírio e a morte.
ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Ó MEU Jesus! Amo-Vos mais que todas as coisas, porque sois infinitamente bom. Pesa-
me de todo o coração, de vos ter ofendido, a Vós, que sois meu soberano bem. Ofereço-
Vos este piedoso exercício em memória do que sofrestes no caminho do Calvário, por
amor de mim, que sou um indigno pecador. – (Se for oferecido às almas do
purgatório) Intento ganhar e aplicar às almas do Purgatório a indulgência plenária anexa a este
piedoso exercício.
PODIA o Divino Salvador nosso pulverizar com uma palavra, com um olhar só, aquele
infame Juiz e a turba dos Judeus e algozes; queria, porém, satisfazer à justiça de seu Pai
por todos os pecados do mundo, calou-se!... Obrigue-nos este exemplo a sofrer as
injustiças dos homens, como satisfação à justiça eterna, tantas vezes por nós desacatada.
Miserere nostri, Domine, miserere nostri (Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de
nós.)
RECEBE Jesus, o justo por excelência, da mão dos algozes, o pesado lenho do seu
sacrifício: E nós, pecadores, como recebemos as cruzes, às vezes tão leves, que nos envia o
misericordioso Senhor, para lembrar-nos a devida penitência? – Comparemos, julguemos!
Miserere nostri, Domine, miserere nostri (Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de
nós.)
CAI ao peso da cruz nosso Redentor. Levanta-se no meio de sangrentos insultos. Eis
como se dignou expiar nossas quedas. – Sigamo-lo, pois, com o coração sinceramente
contrito e penetrado, no caminho doloroso que aceitou trilhar por nós.
Miserere nostri, Domine, miserere nostri (Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de
nós.)
IMENSA foi a aflição da mãe e do Filho, neste crudelíssimo encontro. Maria, porém,
conhecia o plano divino, sabia que Jesus havia de ser imolado pela glória do Pai e
Redenção do mundo, e dela também era o holocausto. – Alcance-nos a Mão do Salvador,
os sentimentos de suas virtudes heróicas com perfeita imitação do seu divino Filho.
PAI NOSSO – AVE MARIA – GLÓRIA
Miserere nostri, Domine, miserere nostri (Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de
nós.)
MEDITEMOS o ato que permite aqui Jesus. Não lhe falta a força àquele que sustenta o
universo; quer, porém, ensinar-nos, aceitando tal auxílio, que nos devemos ajudar uns aos
outros, no caminho da vida, com serviços e obséquios recíprocos.
Miserere nostri, Domine, miserere nostri (Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de
nós.)
Miserere nostri, Domine, miserere nostri (Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de
nós.)
SUCUMBE de novo o Divino Cordeiro, ao peso dos nossos pecados antes que do lenho
ignominioso. Ergue-se logo, continua sua marcha para o Calvário. – Exemplo para nós, de
nunca entregarmo-nos ao desalento: retemperando-os com nova graça nas águas benditas
da penitência.
Miserere nostri, Domine, miserere nostri (Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de
nós.)
NÃO choreis por Mim, chorais antes por vós e por vossos filhos, diz Jesus ás mulheres de
Jerusalém, pensando só nas calamidades iminentes sobre sua pérfida pátria... E nos ensina
que mais agradável lhe será nossa compaixão, se primeiro chorarmos nossos pecados,
causa que são do seu sacrifício.
PAI NOSSO – AVE MARIA – GLÓRIA
Miserere nostri, Domine, miserere nostri (Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de
nós.)
TANTAS e tão graves são as nossas ofensas, que de novo prostram o nosso Salvador. – O
que, porém, lhe causa tristeza mortal, é que será baldado para muitos, o sangue que
derrama. Não sejamos nós ingratos tais, protestemos antes, corresponder amorosamente à
sua divina graça.
PAI NOSSO – AVE MARIA – GLÓRIA
Miserere nostri, Domine, miserere nostri (Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de
nós.)
Miserere nostri, Domine, miserere nostri (Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de
nós.)
QUE atroz suplício nosso Redentor, quando lhe transpassaram as mãos e os pés sagrados
com enormes cravos, e o crucificaram! Com este sangue a correr em jorro, conheçamos o
preço duma alma, e quanto custou a nossa. Detestemos o pecado, causa de tantas dores.
Prendei, Senhor e Redentor meu, à vossa cruz minha vontade, nada a separe da vossa.
Miserere nostri, Domine, miserere nostri (Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de
nós.)
Gravai, ó Mãe Santa, em meu coração, as chagas de Jesus Crucificado.
DEPOIS de três horas de agonia, expira o nosso Redentor. Logo o céu, o sol, a lua, a
terra, as pedras, todos os elementos se comovem em pavoroso assombro... – Choremos
nossas iniqüidades, causa desta morte, e prometamos a Jesus pagar amor com amor,
procurando com zelo ardente a salvação das almas.
Miserere nostri, Domine, miserere nostri (Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de
nós.)
MARIA recebeu em seus braços o corpo inânime de seu adorado Filho. Então mais
fundo que nunca lhe penetrou à alma o gládio profetizado outrora por Simeão. Então
seria aquela dor grande como o mar... – Ó Mãe dolorosíssima, nossas culpas foram a
causa do martírio vosso, e de vosso Filho; suplicai-lhe por nós, que nos penetre o coração
o sincero arrependimento e o firme propósito de emenda para todo o sempre.
PAI NOSSO – AVE MARIA – GLÓRIA
Miserere nostri, Domine, miserere nostri (Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de
nós.)
Miserere nostri, Domine, miserere nostri (Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de
nós.)
Conclua-se com a seguinte oração, que tem anexos 300 dias de indulgência:
SENHOR meu Jesus Cristo, que para resgatar o mundo quisestes nascer, ser
circuncidado, reprovado pelos ímpios Judeus, entregue com um ósculo pelo traidor Judas,
amarrado e levado ao sacrifício como um cordeiro, arrastado pelas ruas, levado com tanta
ignomínia aos tribunais da Anáz, Caifás, Pilatos e Herodes, acusado por falsas
testemunhas, cruelmente rasgado com tantos açoites, ludibriado, cuspido com
repugnantes escarros, coroado de agudos espinhos, fustigado com a cana... que vos
tapassem os olhos por zombaria, que vos despissem, vos pregassem com três cravos, e vos
erguessem na cruz no meio de dois ladrões... que vos dessem a beber vinagre e fel, e vos
transpassassem o coração com a lança!... Ó piedosíssimo Redentor, por tantas dores e
penas, por nosso amor padecidas, e que nós vamos meditando agora, livrai-nos das penas
do inferno, levai-nos ao paraíso, como o ladrão convosco crucificado, ó meu bom e
dulcíssimo Jesus, que com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais por todos os séculos
dos séculos. Amém.