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Sumário

CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA................................................................................................................................... 3


Dirigir alcoolizado na contramão: reconhecimento de dolo eventual ....................................................... 4
Motivo torpe e feminicídio: inexistência de bis in idem ................................................................................ 4
Juiz da 1ª fase do Júri deve examinar se o agente que conduzia o veículo embriagado praticou
homicídio doloso ou culposo ............................................................................................................................... 4
O simples fato do condutor do veículo estar embriagado não gera a presunção de que tenha
havido dolo eventual ............................................................................................................................................... 4
Lesão corporal contra irmão configura o § 9º do art. 129 do CP não importando onde a agressão
tenha ocorrido........................................................................................................................................................... 5
Interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação ........................................................................ 5
Perda de dois dentes configura lesão grave (e não gravíssima) ................................................................ 5
A qualificadora do motivo fútil é compatível com o homicídio praticado com dolo eventual ............ 6
Hipótese de inexistência de motivo fútil em homicídio decorrente da prática de "racha" .................. 6
Incidência da qualificadora do motivo torpe em relação ao mandante de homicídio mercenário .... 6
Entrega de veículo automotor a pessoa embriagada e inexistência de homicídio doloso ................. 6
Qualificadora da deformidade permanente e posterior cirurgia plástica reparadora ........................... 7
Morte instantânea da vítima nem sempre irá afastar a majorante do § 4º do art. 121 do CP .............. 7
Homicídio qualificado pelo meio cruel e reiteração de golpes na vítima ................................................. 7
Homicídio qualificado por motivo fútil e fato que surgiu como uma bobagem, mas virou uma
briga ............................................................................................................................................................................. 8
Homicídio culposo cometido por médico e causa de aumento do art. 121, § 4º do CP ....................... 8
Ceifar a vida do feto após iniciado o trabalho de parto................................................................................. 8
Reconhecimento da gravidade da lesão corporal pode ser feito por outros meios além da perícia 9
Dolo eventual não é compatível com qualificadora de traição, emboscada, dissimulação ................ 9
Qualificadora do § 9º do art. 129 do CP aplica-se também quando a vítima for homem...................... 9
Interrupção de gravidez de feto anencéfalo é conduta atípica ........................................................................... 9
Lesão corporal qualificada pelo resultado morte e nexo de causalidade........................................................ 10
Homicídio pode ser provado por outros meios além do exame de corpo de delito direto ............................ 10
CRIMES CONTRA HONRA ................................................................................................................................................ 10
Esposa tem legitimidade para propor queixa-crime contra autor de postagem que sugere relação
extraconjugal do marido .......................................................................................................................................... 10
Difamação pode ser praticada mediante a publicação de vídeo no qual o discurso da vítima seja editado
.................................................................................................................................................................................... 11
Não deve ser punido Deputado Federal que profere palavras injuriosas contra adversário político que
também o ofendeu imediatamente antes ............................................................................................................. 11
Deputado que, em entrevista à imprensa, afirma que determinada Deputada "não merece ser estuprada"
pratica, em tese, injúria (art. 140 do CP) .............................................................................................................. 11
Prática de calúnia, difamação e injúria por meio de uma única carta ............................................................. 12
Diferença entre a injúria comum (art. 140 do CP) e a injúria prevista no art. 326 do CE ............................. 12
Advogado não comete calúnia se não ficar provada sua intenção de ofender a honra ............................... 13
Pena da injúria qualificada não é desproporcional ............................................................................................. 13
Crimes contra a honra e imunidade profissional do advogado ......................................................................... 13
CRIMES CONTRALIBERDADE INDIVIDUAL ....................................................................................................................... 13
Réu constrangeu a vítima a ficar no porta-malas de seu veículo por 30 minutos, tempo no qual o agente
utilizou o carro como meio de transporte para a prática de roubo ................................................................... 13
Invasão de domicílio (art. 150 do CP) ................................................................................................................... 14
Redução a condição análoga à de escravo (art. 149 do CP) ........................................................................... 14
CRIMES CONTRA O PATRIMONIO ................................................................................................................................... 14
O pagamento do débito oriundo de furto de energia elétrica antes do oferecimento da denúncia NÃO é
causa de extinção da punibilidade ........................................................................................................................ 14
Roubo circunstanciado pelo emprego de arma e desnecessidade de perícia ............................................... 15
Se, após o roubo, foi constatado que a arma estava desmuniciada no momento do crime, incide mesmo
assim a majorante? .................................................................................................................................................. 15
Abolitio criminis promovida pela Lei 13.654/2018 no roubo .............................................................................. 16
O chamado “estelionato judicial” é conduta atípica ............................................................................................ 16
Sistema de vigilância em estabelecimento comercial não constitui óbice para a consumação do furto ... 16
Furto de “cofrinho” contendo R$ 4,80 de uma instituição de combate ao câncer, mediante induzimento
de filho de 9 anos ..................................................................................................................................................... 17
Estelionato e competência no caso em que o prejuízo ocorreu em local diferente da obtenção da
vantagem ................................................................................................................................................................... 17
O que fazer se foi atingido um único patrimônio, mas houve pluralidade de mortes?.................................. 18
A extorsão pode ser praticada mediante a ameaça feita pelo agente de causar um "mal espiritual" na
vítima .......................................................................................................................................................................... 18
Súmula 582-STJ ....................................................................................................................................................... 18
Incide a majorante do § 1º do art. 158 do CP no caso da extorsão qualificada pela restrição da liberdade
da vítima (§ 3º).......................................................................................................................................................... 18
O síndico mencionado no inciso II do § 1º, do art. 168, do CP não é o síndico de condomínio edilício.... 19
Prostituta que arranca cordão de cliente que não quis pagar o programa responde por exercício
arbitrário das próprias razões ................................................................................................................................. 19
Aumento de pena-base fundado na confiança da vítima no autor de estelionato ......................................... 19
Momento consumativo ............................................................................................................................................ 20
Momento consumativo do roubo............................................................................................................................ 20
As causas de aumento de pena do § 2º do art. 157 não se aplicam para o § 3º .......................................... 20
Crime de dano praticado contra a Caixa Econômica ......................................................................................... 20
Ressarcimento em acordo homologado no juízo cível e sua repercussão no criminal ................................ 21
Hipótese de inaplicabilidade do princípio da consunção com o furto/roubo ........................................ 21
Estelionato e devolução da vantagem antes do recebimento da denúncia ........................................... 22
Grave ameaça/violência contra mais de uma pessoa, mas subtração de um só patrimônio ........... 22
Efeitos da suspensão da exigibilidade de crédito tributário na prescrição da pretensão punitiva 22
Destreza e excepcional habilidade sem ser descoberto ............................................................................. 23
Causa de aumento do § 1º pode ser aplicada tanto para furto simples como qualificado ................ 23
Roubo praticado no interior de ônibus sendo que o sujeito rouba apenas o dinheiro que estava
com o cobrador ...................................................................................................................................................... 23
Destruição de acessões feitas em terras indígenas pode configurar dano qualificado..................... 24
Art. 102 do Estatuto do Idoso ............................................................................................................................. 24
Causa de aumento incidente no caso de a vítima estar em serviço de transporte de valores......... 24
Roubo de uso é crime ........................................................................................................................................... 25
A Súmula 554 do STF não se aplica ao estelionato no seu tipo fundamental (art. 171, caput) ........ 25
Agente emite duplicata que não corresponde à efetiva transação comercial: duplicata simulada 25
Ameaça de causar prejuízo econômico à vítima pode configurar extorsão .......................................... 25
Apropriação indébita de contribuição previdenciária não exige "dolo específico" ............................ 26
Furto qualificado mediante escalada pode ser provado por outras provas além da perícia ............ 26
Aumento decorrente da existência de pluralidade de majorantes ........................................................... 26
Constitucionalidade do § 1º do art. 180 do CP ............................................................................................... 27
Descumprimento de obrigação contratual não consiste, como regra, em crime ................................ 27
Roubo praticado no interior de ônibus atingindo patrimônios distintos ............................................... 27
Subtrair objeto do interior do automóvel mediante quebra do vidro: furto qualificado ..................... 28
Estelionato previdenciário (art. 171, § 3º do CP): crime permanente ou instantâneo? ...................... 28
Caracterização do latrocínio independentemente do grau das lesões ................................................... 28
Pessoa que, após a morte do beneficiário, passa a receber mensalmente o benefício em seu
lugar: estelionato em continuidade delitiva .................................................................................................... 29
Se a arma é apreendida e periciada, sendo constatada a sua inaptidão, não se aplica a majorante
do art. 157, § 2º-A, I, do CP .................................................................................................................................. 29
Dano contra o patrimônio do Distrito Federal ................................................................................................ 29
Cola eletrônica ........................................................................................................................................................ 30
Advogado que cobra honorários de cliente beneficiado pela justiça gratuita não pratica crime ... 30
Consumação do crime de extorsão .................................................................................................................. 30
Além do roubo circunstanciado, o agente responderá também pelo porte ilegal de arma de fogo
(art. 14 ou 16, da Lei nº 10.826/2003)? .............................................................................................................. 30
Agente que participou do roubo pode responder por latrocínio ainda que o disparo que matou a
vítima tenha sido efetuado pelo corréu ........................................................................................................... 31
Latrocínio e cooperação dolosamente distinta ............................................................................................. 31
Furto e imunidade patrimonial ........................................................................................................................... 32
Roubo circunstanciado pelo concurso de pessoas e participação de inimputável ............................ 32
Receptação de bens dos Correios: incide a majorante do art. 180, § 6º do CP .................................... 32
É possível o furto híbrido se a qualificadora for objetiva ........................................................................... 33
Furto de estabelecimento comercial equipado com mecanismo de vigilância e de segurança ...... 33
Consumação do latrocínio .................................................................................................................................. 33

CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA


Dirigir alcoolizado na contramão: reconhecimento de dolo eventual
Direito Penal Crimes contra a vida Homicídio (art. 121)

Origem: STF

Verifica-se a existência de dolo eventual no ato de dirigir veículo automotor sob a influência de álcool,
além de fazê-lo na contramão. Esse é, portanto, um caso específico que evidencia a diferença entre a
culpa consciente e o dolo eventual. O condutor assumiu o risco ou, no mínimo, não se preocupou com
o risco de, eventualmente, causar lesões ou mesmo a morte de outrem. STF. 1ª Turma. HC 124687/MS,
rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/5/2018 (Info 904).

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Motivo torpe e feminicídio: inexistência de bis in idem


Direito Penal Crimes contra a vida Homicídio (art. 121)

Origem: STJ

Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e de feminicídio no
crime de homicídio praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar. Isso se dá
porque o feminicídio é uma qualificadora de ordem OBJETIVA - vai incidir sempre que o crime estiver
atrelado à violência doméstica e familiar propriamente dita, enquanto que a torpeza é de cunho
subjetivo, ou seja, continuará adstrita aos motivos (razões) que levaram um indivíduo a praticar o delito.
STJ. 6ª Turma. HC 433898-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 24/04/2018 (Info 625).

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Juiz da 1ª fase do Júri deve examinar se o agente que conduzia o veículo


embriagado praticou homicídio doloso ou culposo
Direito Penal Crimes contra a vida Homicídio (art. 121)

Origem: STJ

Na primeira fase do Tribunal do Júri, ao juiz togado cabe apreciar a existência de dolo eventual ou culpa
consciente do condutor do veículo que, após a ingestão de bebida alcoólica, ocasiona acidente de
trânsito com resultado morte. STJ. 6ª Turma. REsp 1689173-SC, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz,
julgado em 21/11/2017 (Info 623).

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O simples fato do condutor do veículo estar embriagado não gera a


presunção de que tenha havido dolo eventual
Direito Penal Crimes contra a vida Homicídio (art. 121)

Origem: STJ

A embriaguez do agente condutor do automóvel, por si só, não pode servir de premissa bastante para
a afirmação do dolo eventual em acidente de trânsito com resultado morte. A embriaguez do agente
condutor do automóvel, sem o acréscimo de outras peculiaridades, não pode servir como presunção de
que houve dolo eventual. STJ. 6ª Turma. REsp 1689173-SC, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado
em 21/11/2017 (Info 623).

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Lesão corporal contra irmão configura o § 9º do art. 129 do CP não


importando onde a agressão tenha ocorrido
Direito Penal Crimes contra a vida Lesões corporais (art. 129)

Origem: STJ

Não é inepta a denúncia que se fundamenta no art. 129, § 9º, do CP – lesão corporal leve –, qualificada
pela violência doméstica, tão somente em razão de o crime não ter ocorrido no ambiente familiar. Ex:
João agrediu fisicamente seu irmão na sede da empresa onde trabalham, causando-lhe lesão corporal
leve. O agente deverá responder pelo art. 129, § 9º do CP. Sendo a lesão corporal praticada contra
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, deverá incidir a qualificadora do § 9º não
importando onde a agressão tenha ocorrido. STJ. 5ª Turma. RHC 50026-PA, Rel. Min. Reynaldo Soares
da Fonseca, julgado em 3/8/2017 (Info 609).

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Interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação


Direito Penal Crimes contra a vida Aborto

Origem: STF

A interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria gestante (art. 124)
ou com o seu consentimento (art. 126) não é crime. É preciso conferir interpretação conforme a
Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Penal – que tipificam o crime de aborto – para excluir do
seu âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre. A
criminalização, nessa hipótese, viola diversos direitos fundamentais da mulher, bem como o princípio
da proporcionalidade. STF. 1ª Turma. HC 124306/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min.
Roberto Barroso, julgado em 29/11/2016 (Info 849).

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Perda de dois dentes configura lesão grave (e não gravíssima)


Direito Penal Crimes contra a vida Lesões corporais (art. 129)

Origem: STJ

A lesão corporal que provoca na vítima a perda de dois dentes tem natureza grave (art. 129, § 1º, III,
do CP), e não gravíssima (art. 129, § 2º, IV, do CP). A perda de dois dentes pode até gerar uma
debilidade permanente (§ 1º, III), ou seja, uma dificuldade maior da mastigação, mas não configura
deformidade permanente (§ 2º, IV). § 1º Se resulta: III - debilidade permanente de membro, sentido ou
função; § 2º Se resulta: IV - deformidade permanente; STJ. 6ª Turma. REsp 1620158-RJ, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/9/2016 (Info 590).

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A qualificadora do motivo fútil é compatível com o homicídio praticado
com dolo eventual
Direito Penal Crimes contra a vida Homicídio (art. 121)

Origem: STJ

A qualificadora do motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP) é compatível com o homicídio praticado com
dolo eventual? SIM. O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o resultado morte (dolo eventual),
não exclui a possibilidade de o crime ter sido praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente,
direto ou indireto, não se confunde com o motivo que ensejou a conduta. STJ. 5ª Turma. REsp
912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/03/2012. STJ. 6ª Turma. REsp 1601276/RJ, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/06/2017.

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Hipótese de inexistência de motivo fútil em homicídio decorrente da


prática de "racha"
Direito Penal Crimes contra a vida Homicídio (art. 121)

Origem: STJ

Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2°, II, do CP), na hipótese de homicídio
supostamente praticado por agente que disputava "racha", quando o veículo por ele conduzido — em
razão de choque com outro automóvel também participante do "racha" — tenha atingido o veículo da
vítima, terceiro estranho à disputa automobilística. STJ. 6ª Turma. HC 307617-SP, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016 (Info 583).

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Incidência da qualificadora do motivo torpe em relação ao mandante de


homicídio mercenário
Direito Penal Crimes contra a vida Homicídio (art. 121)

Origem: STJ

O reconhecimento da qualificadora da "paga ou promessa de recompensa" (inciso I do § 2º do art. 121)


em relação ao executor do crime de homicídio mercenário não qualifica automaticamente o delito em
relação ao mandante, nada obstante este possa incidir no referido dispositivo caso o motivo que o tenha
levado a empreitar o óbito alheio seja torpe. STJ. 6ª Turma. REsp 1209852-PR, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 15/12/2015 (Info 575). Obs: existem julgados em sentido contrário.

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Entrega de veículo automotor a pessoa embriagada e inexistência de


homicídio doloso
Direito Penal Crimes contra a vida Homicídio (art. 121)

Origem: STF
Se houver incorreto enquadramento fático-jurídico na capitulação penal, que repercuta na competência
do órgão jurisdicional, admite-se, excepcionalmente, a possibilidade de o magistrado, antes da
pronúncia e submissão do réu ao júri popular, efetuar a desclassificação para outro tipo penal e
encaminhar o feito ao órgão competente. No caso, o STF considerou que não havia homicídio doloso
na conduta de um homem que entregou o seu carro a uma mulher embriagada para que esta dirigisse
o veículo, tendo havido acidente por conta do excesso de velocidade e da embriaguez, resultando na
morte da mulher (condutora). STF. 2ª Turma. HC 113598/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
15/12/2015 (Info 812).

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Qualificadora da deformidade permanente e posterior cirurgia plástica


reparadora
Direito Penal Crimes contra a vida Lesões corporais (art. 129)

Origem: STJ

A qualificadora “deformidade permanente” do crime de lesão corporal (art. 129, § 2º, IV, do CP) não é
afastada por posterior cirurgia estética reparadora que elimine ou minimize a deformidade na vítima.
Isso porque, o fato criminoso é valorado no momento de sua consumação, não o afetando providências
posteriores, notadamente quando não usuais (pelo risco ou pelo custo, como cirurgia plástica ou de
tratamentos prolongados, dolorosos ou geradores do risco de vida) e promovidas a critério exclusivo da
vítima. STJ. 6ª Turma. HC 306677-RJ, Rel. Min. Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ-
SP), Rel. para acórdão Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/5/2015 (Info 562).

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Morte instantânea da vítima nem sempre irá afastar a majorante do § 4º do


art. 121 do CP
Direito Penal Crimes contra a vida Homicídio (art. 121)

Origem: STJ

No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 se o agente deixa de prestar imediato socorro à
vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante (§ 4º
do art. 121 do CP). Se a vítima tiver morte instantânea, tal circunstância, por si só, é suficiente para
afastar a causa de aumento de pena prevista no § 4º do art. 121? NÃO. No homicídio culposo, a morte
instantânea da vítima não afasta a causa de aumento de pena prevista no art. 121, § 4º, do CP, a não
ser que o óbito seja evidente, isto é, perceptível por qualquer pessoa. STJ. 5ª Turma. HC 269038-RS,
Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 2/12/2014 (Info 554).

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Homicídio qualificado pelo meio cruel e reiteração de golpes na vítima


Direito Penal Crimes contra a vida Homicídio (art. 121)

Origem: STJ

O juiz, na decisão de pronúncia, só pode fazer o decote (retirada) da qualificadora imputada se ela for
manifestamente improcedente, ou seja, se estiver completamente destituída de amparo nos elementos
cognitivos dos autos. Isso porque o verdadeiro julgador dos crimes dolosos contra a vida são os jurados.
O juiz togado somente deve atuar em casos excepcionais em que a pretensão estatal estiver claramente
destituída de base empírica idônea. O fato de o agente ter praticado o crime com reiteração de golpes
na vítima, ao menos em princípio e para fins de pronúncia, é circunstância indiciária do “meio cruel”,
previsto no art. 121, § 2º, III, do CP. STJ. 6ª Turma. REsp 1241987-PR, Rel. Min. Maria Thereza de
Assis Moura, julgado em 6/2/2014 (Info 537).

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Homicídio qualificado por motivo fútil e fato que surgiu como uma
bobagem, mas virou uma briga
Direito Penal Crimes contra a vida Homicídio (art. 121)

Origem: STJ

Se o fato surgiu por conta de uma bobagem, mas depois ocorreu uma briga e, no contexto desta, houve
o homicídio, tal circunstância pode vir a descaracterizar o motivo fútil. Vale ressaltar, no entanto, que a
discussão anterior entre vítima e autor do homicídio, por si só, não afasta a qualificadora do motivo fútil.
Assim, é preciso verificar a situação no caso concreto. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1113364-PE, Rel.
Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 06/08/2013 (Info 525).

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Homicídio culposo cometido por médico e causa de aumento do art. 121,


§ 4º do CP
Direito Penal Crimes contra a vida Homicídio (art. 121)

Origem: STJ

É possível a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 121, § 4º, do CP no caso de
homicídio culposo cometido por médico e decorrente do descumprimento de regra técnica no exercício
da profissão. Nessa situação, não há que se falar em bis in idem. STJ. 5ª Turma. HC 181847-MS, Rel.
Min. Marco Aurélio Bellizze, Rel. para acórdão Min. Campos Marques (Desembargador convocado do
TJ/PR), julgado em 4/4/2013 (Info 520).

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Ceifar a vida do feto após iniciado o trabalho de parto


Direito Penal Crimes contra a vida Homicídio (art. 121)

Origem: STJ

Iniciado o trabalho de parto, não há falar mais em aborto, mas em homicídio ou infanticídio, conforme
o caso, pois não se mostra necessário que o nascituro tenha respirado para configurar o crime de
homicídio, notadamente quando existem nos autos outros elementos para demonstrar a vida do ser
nascente. STJ. 5ª Turma. HC 228998-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 23/10/2012.

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Reconhecimento da gravidade da lesão corporal pode ser feito por outros
meios além da perícia
Direito Penal Crimes contra a vida Lesões corporais (art. 129)

Origem: STF

A ausência do laudo pericial não impede que a materialidade do delito de lesão corporal de natureza
grave seja reconhecida por outros meios, como testemunhas e relatórios de atendimento hospitalar.
STF. 2ª Turma. HC 114567/ES, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/10/2012 (Info 684).

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Dolo eventual não é compatível com qualificadora de traição, emboscada,


dissimulação
Direito Penal Crimes contra a vida Homicídio (art. 121)

Origem: STF

O dolo eventual não se compatibiliza com a qualificadora do art. 121, § 2º, IV (traição, emboscada,
dissimulação). STF. 2ª Turma. HC 111442/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/8/2012 (Info
677).

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Qualificadora do § 9º do art. 129 do CP aplica-se também quando a vítima


for homem
Direito Penal Crimes contra a vida Lesões corporais (art. 129)

Origem: STJ

A qualificadora prevista no § 9º do art. 129 do CP aplica-se também às lesões corporais cometidas


contra HOMEM no âmbito das relações domésticas. STJ. 5ª Turma. RHC 27622-RJ, Rel. Min. Jorge
Mussi, julgado em 7/8/2012.

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Interrupção de gravidez de feto anencéfalo é conduta atípica


Direito Penal Crimes contra a vida Aborto

Origem: STF

É inconstitucional a interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto anencéfalo seria


conduta tipificada nos arts. 124, 126 e 128, I e II, do CP. A interrupção da gravidez de feto anencéfalo
é atípica. STF. Plenário. ADPF 54/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11 e 12/4/2012.

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Lesão corporal qualificada pelo resultado morte e nexo de causalidade
Direito Penal Crimes contra a vida Lesões corporais (art. 129)

Origem: STJ

De acordo com o art. 13 do CP, o resultado do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Este art. 13, contudo,
deve ser interpretado em conjunto com o art. 18, segundo o qual a responsabilidade somente pode ser
imputada ao agente quando o resultado puder ser atribuível a ele ao menos culposamente. “A” desfere
chutes e joelhadas contra a região abdominal de “B”, fazendo com que este caia, bata a cabeça e morra.
O laudo prova que a causa mortis foi a ruptura de um aneurisma cerebral e não o choque da cabeça no
meio-fio. Neste caso, “A” não responderá pelo resultado morte porque este não lhe pode ser atribuído
nem mesmo culposamente. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1094758-RS, Rel. originário Min. Sebastião
Reis Júnior, Rel. para acórdão Min. Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ-RS),
julgado em 1º/3/2012.

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Homicídio pode ser provado por outros meios além do exame de corpo de
delito direto
Direito Penal Crimes contra a vida Homicídio (art. 121)

Origem: STJ

A materialidade do crime de homicídio pode ser demonstrada por meio de outras provas, além do exame
de corpo de delito, como a confissão do acusado e o depoimento de testemunhas. Assim, nos termos
do art. 167 do CPP, a prova testemunhal pode suprir a falta do exame de corpo de delito, caso
desaparecidos os vestígios. STJ. 6ª Turma. HC 170507-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 16/2/2012.

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CRIMES CONTRA HONRA

Esposa tem legitimidade para propor queixa-crime contra autor de


postagem que sugere relação extraconjugal do marido
Direito Penal Crimes contra a honra Geral

Origem: STF

A esposa tem legitimidade para propor queixa-crime contra autor de mensagem que insinua que o seu
marido tem uma relação extraconjugal com outro homem. Se alguém alega que um indivíduo casado
mantém relação homossexual extraconjugal com outro homem, a esposa deste indivíduo tem
legitimidade para ajuizar queixa-crime por injúria, alegando que também é ofendida. Caso concreto:
Roberto insinuou que Weverton teria um relacionamento homossexual extraconjugal com outro homem.
A mulher de Weverton tem legitimidade para ajuizar queixa-crime contra Roberto pela prática do crime
de injúria. STF. 1ª Turma. Pet 7417 AgR/DF, Rel. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado
em 9/10/2018 (Info 919).

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Difamação pode ser praticada mediante a publicação de vídeo no qual o


discurso da vítima seja editado
Direito Penal Crimes contra a honra Geral

Origem: STF

Configura, em tese, difamação a conduta do agente que publica vídeo de um discurso no qual a frase
completa do orador é editada, transmitindo a falsa ideia de que ele estava falando mal de negros e
pobres. A edição de um vídeo ou áudio tem como objetivo guiar o espectador e, quando feita com o
objetivo de difamar a honra de uma pessoa, configura dolo da prática criminosa. Vale ressaltar que esta
conduta do agente, ainda que praticada por Deputado Federal, não estará protegida pela imunidade
parlamentar. STF. 1ª Turma. Pet 5705/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 5/9/2017 (Info 876).

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Não deve ser punido Deputado Federal que profere palavras injuriosas
contra adversário político que também o ofendeu imediatamente antes
Direito Penal Crimes contra a honra Geral

Origem: STF

Determinado Governador afirmou, em rede social, que certo Deputado Federal estava financiando, com
a utilização de “dinheiro sujo”, a produção de injúrias contra ele e que o parlamentar estava sendo
processado pelos crimes de tortura, corrupção e estupro. No dia seguinte, o Deputado, em resposta,
afirmou, também em uma rede social, que o Governador era acusado de corrupção eleitoral, que tinha
como costume fazer acusações falsas para tentar incriminar seus desafetos políticos, que costumava
espancar seu pai e que era desequilibrado mental. O STF entendeu que o Deputado Federal praticou
fato típico, antijurídico e culpável, mas que não deveria ser punido, com base no art. 140, § 1º, II, do
CP. O Deputado postou as mensagens ofensivas menos de 24 horas depois de o Governador publicar
a manifestação também injuriosa. Dessa forma, as mensagens do parlamentar foram imediatamente
posteriores às veiculadas pelo ofendido e elaboradas em resposta a elas. Ao publicá-las, o acusado
citou parte do conteúdo da mensagem postada pelo ofendido, comprovando o nexo de pertinência entre
as condutas. Dessa maneira, o ofendido não só, de forma reprovável, provocou a injúria, como também,
em tese, praticou o mesmo delito, o que gerou a retorsão imediata do acusado. Logo, o STF entendeu
que não havia razão moral para o Estado punir o Deputado. STF. 1ª Turma. AP 926/AC, Rel. Min. Rosa
Weber, julgado em 6/9/2016 (Info 838).

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Deputado que, em entrevista à imprensa, afirma que determinada


Deputada "não merece ser estuprada" pratica, em tese, injúria (art. 140 do
CP)
Direito Penal Crimes contra a honra Geral

Origem: STF

O Deputado Federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou que a também Deputada Federal Maria do
Rosário (PT-RS), “não merece ser estuprada por ser muito ruim, muito feia, não faz meu gênero”. E
acrescentou que, se fosse estuprador, "não iria estuprá-la porque ela não merece". O STF entendeu
que a conduta do parlamentar configura, em tese, para fins de recebimento de denúncia, o crime de
injúria: "Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a
seis meses, ou multa." As declarações do Deputado atingiram a honra subjetiva da Deputada porque
rebaixaram sua dignidade moral, expondo sua imagem à humilhação pública, além de associar as
características da mulher à possibilidade de ser vítima de estupro. STF. 1ª Turma. Inq 3932/DF e Pet
5243/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 21/6/2016 (Info 831).

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Prática de calúnia, difamação e injúria por meio de uma única carta


Direito Penal Crimes contra a honra Geral

Origem: STJ

É possível que se impute, de forma concomitante, a prática dos crimes de calúnia, de difamação e de
injúria ao agente que divulga, em uma única carta, dizeres aptos a configurar os referidos delitos,
sobretudo no caso em que os trechos utilizados para caracterizar o crime de calúnia forem diversos dos
empregados para demonstrar a prática do crime de difamação. Ex: João, síndico do prédio, brigou com
Pedro em virtude de desavenças quanto à prestação de contas. Pedro escreveu, então, uma carta,
distribuída a todos os demais condôminos, na qual dizia que João, no mês de 09/2014, desviou R$ 10
mil da conta do condomínio em proveito próprio (calúnia); que, no dia da assembleia ocorrida em
22/10/2014, estava tão bêbado que não conseguia parar em pé (difamação) e que ele era um gordo,
feioso e burro (injúria). STJ. 5ª Turma. RHC 41527-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 3/3/2015 (Info
557).

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Diferença entre a injúria comum (art. 140 do CP) e a injúria prevista no art.
326 do CE
Direito Penal Crimes contra a honra Geral

Origem: STJ

Compete à Justiça Comum Estadual, e não à Eleitoral, processar e julgar injúria cometida no âmbito
doméstico e desvinculada, direta ou indiretamente, de propaganda eleitoral, embora motivada por
divergência política às vésperas da eleição. STJ. 3ª Seção. CC 134005-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti
Cruz, julgado em 11/6/2014 (Infos 543 e 545).

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Advogado não comete calúnia se não ficar provada sua intenção de
ofender a honra
Direito Penal Crimes contra a honra Geral

Origem: STJ

A manifestação do advogado em juízo para defender seu cliente não configura crime de calúnia se
emitida sem a intenção de ofender a honra. STJ. 3ª Seção. Rcl 15574-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti
Cruz, julgado em 9/4/2014 (Info 539).

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Pena da injúria qualificada não é desproporcional


Direito Penal Crimes contra a honra Geral

Origem: STF

A pena prevista para o crime de injúria qualificada (art. 140, § 3º do CP) NÃO é desproporcional, sendo
compatível com a CF/88, considerando que tem por objetivo proteger a dignidade da pessoa humana.
STF. 1ª Turma. HC 109676/RJ, rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11/6/2013 (Info 710).

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Crimes contra a honra e imunidade profissional do advogado


Direito Penal Crimes contra a honra Geral

Origem: STJ

Em regra, o advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria ou difamação puníveis a sua
manifestação, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, ainda que contra o magistrado. STJ.
5ª Turma. HC 202059-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/2/2012 (Info 491).

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CRIMES CONTRALIBERDADE INDIVIDUAL

Réu constrangeu a vítima a ficar no porta-malas de seu veículo por 30


minutos, tempo no qual o agente utilizou o carro como meio de transporte
para a prática de roubo
Direito Penal Crimes contra a liberdade individual Geral

Origem: STJ
Caso concreto: João abordou a vítima quando esta entrava em seu carro. Mediante grave ameaça com
emprego de arma de fogo, ele obrigou a vítima a entrar no porta-malas do veículo. A vítima ficou lá por
cerca de 30 minutos. Durante esse tempo, João utilizou o veículo para fazer um assalto, abandonando
em seguida o carro. A defesa alegou que a conduta praticada contra a vítima foi constrangimento ilegal
(art. 146 do CP), e não sequestro (art. 148), uma vez que a finalidade do delito não foi em si a privação
de sua liberdade. O STJ não concordou e afirmou que houve o delito do art. 148 do CP. O crime de
sequestro/cárcer privado, tipificado no art.148 Código Penal, exige para a sua configuração a restrição
da liberdade de ir e vir da vítima, sendo, assim, um crime permanente. Por outro lado, o delito de
constrangimento ilegal, descrito no art. 146 possui a natureza de crime instantâneo. A conduta do réu
extrapolou o mero constrangimento ilegal, tendo havido cárcere privado. STJ. 5ª Turma. HC
395.978/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 19/04/2018.

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Invasão de domicílio (art. 150 do CP)


Direito Penal Crimes contra a liberdade individual Geral

Origem: STJ

Configura o crime de violação de domicílio (art. 150 do CP) o ingresso e a permanência, sem
autorização, em gabinete de Delegado de Polícia, embora faça parte de um prédio ou de uma repartição
públicos. No caso concreto, dezenas de manifestantes foram até a Delegacia de Polícia Federal cobrar
agilidade na conclusão de um inquérito policial. Como não foram recebidos, decidiram invadir o gabinete
do Delegado. STJ. 5ª Turma. HC 298763-SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 7/10/2014 (Info 549).

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Redução a condição análoga à de escravo (art. 149 do CP)


Direito Penal Crimes contra a liberdade individual Geral

Origem: STJ

Para configurar o delito do art. 149 do Código Penal (redução a condição análoga à de escravo) NÃO
É imprescindível a restrição à liberdade de locomoção dos trabalhadores. O delito pode ser praticado
por meio de outras condutas como no caso em que os trabalhadores são sujeitados a condições
degradantes, subumanas. STJ. 3ª Seção. CC 127937-GO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
28/5/2014 (Info 543).

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CRIMES CONTRA O PATRIMONIO

O pagamento do débito oriundo de furto de energia elétrica antes do


oferecimento da denúncia NÃO é causa de extinção da punibilidade
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Furto (art. 155)
Origem: STJ

Nos casos de furto de energia elétrica, diferentemente do que acontece na sonegação fiscal, o
pagamento do valor subtraído antes do recebimento da denúncia não permite a extinção da
punibilidade. Nessas hipóteses, a manutenção da ação penal tem relação com a necessidade de coibir
ilícitos contra um recurso essencial à população. Além disso, em razão da natureza patrimonial do delito,
é inviável a equiparação com os crimes tributários, nos quais é possível o trancamento da ação penal
pela quitação do débito. STJ. 3ª Seção. RHC 101299/RS, Red. para acórdão Min. Joel Ilan Paciornik,
julgado em 13/03/2019. O furto de energia elétrica não pode receber o mesmo tratamento dado aos
crimes tributários, considerando serem diversos os bens jurídicos tutelados e, ainda, tendo em vista
que a natureza jurídica da remuneração pela prestação de serviço público, no caso de fornecimento de
energia elétrica, é de tarifa ou preço público, não possui caráter tributário, em relação ao qual a
legislação é expressa e taxativa. Nos crimes patrimoniais existe previsão legal específica de causa de
diminuição da pena, qual seja, o instituto do arrependimento posterior, previsto no art. 16 do CP. STJ.
5ª Turma. HC 412208-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 20/03/2018 (Info 622).

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Roubo circunstanciado pelo emprego de arma e desnecessidade de


perícia
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STF e STJ

É necessário que a arma utilizada no roubo seja apreendida e periciada para que incida a majorante do
art. 157, § 2º-A, I, do Código Penal? NÃO. O reconhecimento da referida causa de aumento prescinde
(dispensa) da apreensão e da realização de perícia na arma, desde que o seu uso no roubo seja
provado por outros meios de prova, tais como a palavra da vítima ou mesmo de testemunhas. STF. 1ª
Turma. HC 108034/MG, rel. Min. Rosa Weber, julgado em 05/06/2012. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp
1076476/RO, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 04/10/2018. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 449102/MS,
Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 09/10/2018.

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Se, após o roubo, foi constatado que a arma estava desmuniciada no


momento do crime, incide mesmo assim a majorante?
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STF e STJ

STJ: NÃO. O emprego de arma de fogo desmuniciada tem o condão de configurar a grave ameaça e
tipificar o crime de roubo, no entanto NÃO É suficiente para caracterizar a majorante do emprego de
arma, pela ausência de potencialidade lesiva no momento da prática do crime (STJ. 5ª Turma. HC
449.697/SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 21/06/2018; STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1536939/SC
, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 15/10/2015). STF: SIM. É irrelevante o fato de estar ou
não municiada para que se configure a majorante do roubo (STF. 2ª Turma. RHC 115077 , Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 06/08/2013).
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Abolitio criminis promovida pela Lei 13.654/2018 no roubo


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STJ

O emprego de arma branca deixou de ser majorante do crime de roubo com a modificação operada
pela Lei nº 13.654/2018, que revogou o inciso I do § 2º do art. 157 do Código Penal. Diante disso,
constata-se que houve abolitio criminis, devendo a Lei nº 13.654/2018 ser aplicada retroativamente para
excluir a referida causa de aumento da pena imposta aos réus condenados por roubo majorado pelo
emprego de arma branca. Trata-se da aplicação da novatio legis in mellius, prevista no art. 5º, XL, da
Constituição Federal. STJ. 5ª Turma. REsp 1519860/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 17/05/2018
(Info 626). STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 1249427/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 19/06/2018.

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O chamado “estelionato judicial” é conduta atípica


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Estelionato (art. 171)

Origem: STJ

O estelionato judicial consistiria no uso do processo judicial para auferir lucros ou vantagens indevidas,
mediante fraude, ardil ou engodo, ludibriando a Justiça. A jurisprudência entende que esta conduta é
penalmente atípica e não configura o delito do art. 171 do CP. Assim, não configura crime de
“estelionato judicial” a conduta de fazer afirmações possivelmente falsas, com base em documentos
também tidos por adulterados, em ação judicial. Isso porque a Constituição Federal assegura à parte o
acesso ao Poder Judiciário. O processo tem natureza dialética, possibilitando o exercício do
contraditório e a interposição dos recursos cabíveis, não se podendo falar, no caso, em “indução em
erro” do magistrado. Desse modo, verifica-se atipicidade penal da conduta de invocar causa de pedir
remota inexistente para alcançar consequências jurídicas pretendidas, mesmo que a parte ou seu
procurador tenham ciência da ilegitimidade da demanda. A deslealdade processual é combatida por
meio do Código de Processo Civil, que prevê a condenação do litigante de má-fé ao pagamento de
multa, e ainda passível de punição disciplinar no âmbito do Estatuto da Advocacia. Assim, o chamado
“estelionato judicial” pode ensejar infrações civil e administrativa, mas não configura crime. Vale
ressaltar que o indivíduo poderá responder por eventual ilicitude dos documentos que embasaram o
pedido judicial, sendo isso, contudo, um crime autônomo (ex: falsidade documental), que não se
confunde com a imputação de estelionato judicial. STJ. 5ª Turma. HC 435.818/SP, Rel. Min. Ribeiro
Dantas, julgado em 03/05/2018. STJ. 6ª Turma. RHC 88.623/PB, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 13/03/2018.

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Sistema de vigilância em estabelecimento comercial não constitui óbice


para a consumação do furto
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Furto (art. 155)
Origem: STF

A existência de sistema de vigilância em estabelecimento comercial não constitui óbice para a tipificação
do crime de furto. STF. 1ª Turma.HC 111278/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz
Roberto Barroso, julgado em 10/4/2018 (Info 897). Súmula 567-STJ: Sistema de vigilância realizado por
monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por
si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.

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Furto de “cofrinho” contendo R$ 4,80 de uma instituição de combate ao


câncer, mediante induzimento de filho de 9 anos
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Furto (art. 155)

Origem: STJ

Não se aplica o princípio da insignificância ao furto de bem de inexpressivo valor pecuniário de


associação sem fins lucrativos com o induzimento de filho menor a participar do ato. STJ. 6ª Turma.
RHC 93472-MS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 15/03/2018 (Info 622).

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Estelionato e competência no caso em que o prejuízo ocorreu em local


diferente da obtenção da vantagem
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Estelionato (art. 171)

Origem: STJ

Nos termos do art. 70 do CPP, a competência é, em regra, determinada pelo lugar em que se consuma
a infração penal ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. O
delito de estelionato consuma-se no local em que ocorre o efetivo prejuízo à vítima, ou seja, na
localidade da agência onde a vítima possuía a conta bancária. Assim, a competência para o processo
e julgamento do estelionato deve ser o local em que a vítima mantém a conta bancária. Ex: João,
famoso estelionatário que mora em Belo Horizonte (MG), ligou para a casa de Maria, uma senhora que
reside em Campo Grande (MS). Na conversa, João afirmou que trabalhava no Governo e que Maria
tinha direito de receber de volta R$ 10 mil de impostos pagos a mais. Para isso, no entanto, ela
precisaria apenas depositar previamente R$ 1 mil a título de honorários advocatícios em uma conta
bancária cujo número ele forneceu. Maria, toda contente, depositou o valor na conta bancária,
pertencente a João, que no dia seguinte, foi até a sua agência, em Belo Horizonte (MG) e sacou a
quantia. João praticou o crime de estelionato (art. 171 do CP). A competência para processar e julgar
o crime será da vara criminal de Campo Grande (lugar onde ocorreu o dano efetivo). STJ. 3ª Seção.
CC 147811/CE, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 14/09/2016. STJ. 3ª Seção. AgRg no CC
146524/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 22/03/2017.

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O que fazer se foi atingido um único patrimônio, mas houve pluralidade
de mortes?
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STF e STJ

Carlos e Luiza estão entrando no carro quando são rendidos por João, assaltante armado, que deseja
subtrair o veículo. Carlos acaba reagindo e João atira contra ele e Luiza, matando o casal. João foge
levando o carro. Haverá dois crimes de latrocínio em concurso formal de ou um único crime de
latrocínio? STJ: concurso formal impróprio. STF e doutrina majoritária: um único crime de latrocínio.
STJ. 5ª Turma. HC 336680/PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 17/11/2015. STF. 1ª Turma. RHC
133575/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 21/2/2017 (Info 855).

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A extorsão pode ser praticada mediante a ameaça feita pelo agente de


causar um "mal espiritual" na vítima
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Extorsão (art. 158)

Origem: STJ

O crime de extorsão consiste em "Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar fazer alguma coisa" A ameaça de causar um "mal espiritual" contra a vítima pode ser considerada
como "grave ameaça" para fins de configuração do crime de extorsão? SIM. Configura o delito de
extorsão (art. 158 do CP) a conduta do agente que submete vítima à grave ameaça espiritual que se
revelou idônea a atemorizá-la e compeli-la a realizar o pagamento de vantagem econômica indevida.
STJ. 6ª Turma. REsp 1299021-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/2/2017 (Info 598).

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Súmula 582-STJ
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STJ

Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego
de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao
agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 14/09/2016, DJe 19/09/2016 (Info 590).

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Incide a majorante do § 1º do art. 158 do CP no caso da extorsão


qualificada pela restrição da liberdade da vítima (§ 3º)
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Extorsão (art. 158)
Origem: STJ

O § 1º do art. 158 do CP prevê que se a extorsão é cometida por duas ou mais pessoas, ou com
emprego de arma, a pena deverá ser aumentada de um terço até metade. Essa causa de aumento
prevista no § 1º do art. 158 do CP pode ser aplicada tanto para a extorsão simples (caput do art. 158)
como também para o caso de extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima (§ 3º). Assim,
é possível que o agente seja condenado por extorsão pela restrição da liberdade da vítima (§ 3º) e, na
terceira fase da dosimetria, o juiz aumente a pena de 1/3 até 1/2 se o crime foi cometido por duas ou
mais pessoas, ou com emprego de arma (§ 1º). STJ. 5ª Turma. REsp 1353693-RS, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 13/9/2016 (Info 590).

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O síndico mencionado no inciso II do § 1º, do art. 168, do CP não é o


síndico de condomínio edilício
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Apropriação indébita (art. 168)

Origem: STJ

O "síndico" mencionado no inciso II do § 1º, do art. 168, do Código Penal é o síndico da massa falida
(atualmente denominado "administrador judicial" da falência ou recuperação judicial - Lei nº
11.101/2005), e não o síndico de condomínio edilício. Por essa razão, não se aplica esta causa de
aumento para o caso de um síndico de condomínio edilício que se apropriou de valores pertencentes
ao condomínio para efetuar pagamento de contas pessoais. STJ. 5ª Turma. REsp 1552919-SP, Rel.
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/5/2016 (Info 584).

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Prostituta que arranca cordão de cliente que não quis pagar o programa
responde por exercício arbitrário das próprias razões
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STJ

A prostituta maior de idade e não vulnerável que, considerando estar exercendo pretensão legítima,
arranca cordão do pescoço de seu cliente pelo fato de ele não ter pago pelo serviço sexual combinado
e praticado consensualmente, pratica o crime de exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 do
CP) e não roubo (art. 157 do CP). STJ. 6ª Turma. HC 211888-TO, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 17/5/2016 (Info 584).

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Aumento de pena-base fundado na confiança da vítima no autor de


estelionato
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Estelionato (art. 171)

Origem: STJ
O cometimento de estelionato em detrimento de vítima que conhecia o autor do delito e lhe depositava
total confiança justifica a exasperação da pena-base em razão da consideração desfavorável das
circunstâncias do crime. Existe um plus de reprovabilidade pelo fato de o agente ter escolhido para ser
vítima do delito uma pessoa conhecida que lhe depositava total confiança. STJ. 6ª Turma. HC 332676-
PE, Rel. Min. Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ/SP), julgado em 17/12/2015 (Info
576).

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Momento consumativo
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Furto (art. 155)

Origem: STJ

Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo
e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. STJ.
3ª Seção. REsp 1524450-RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 14/10/2015 (recurso repetitivo) (Info
572).

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Momento consumativo do roubo


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STJ

Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante emprego de violência ou
grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao agente e
recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. STJ. 3ª
Seção. REsp 1499050-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/10/2015 (recurso repetitivo)
(Info 572).

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As causas de aumento de pena do § 2º do art. 157 não se aplicam para o


§ 3º
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STJ

As causas de aumento de pena do § 2º do art. 157 do CP não se aplicam para o roubo qualificado pela
lesão corporal grave nem para o latrocínio, previstos no § 3º do art. 157. STJ. 6ª Turma. HC 330831/RO,
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 03/09/2015.

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Crime de dano praticado contra a Caixa Econômica


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Dano (art. 163)
Origem: STJ

O STJ entendia que dano doloso praticado contra a Caixa Econômica Federal era considerado como
crime de dano simples (art. 163, caput, do CP), não podendo ser caracterizado como dano qualificado
(art. 163, parágrafo único, III). Isso porque o legislador, ao prever a redação do referido inciso III não
incluiu neste rol as empresas públicas. Logo, não estando expressamente prevista a empresa pública
no art. 163, parágrafo único, III, do CP, não é possível incluí-la por meio de interpretação uma vez que
isso seria realizar analogia em prejuízo ao réu, o que não é permitido no Direito Penal. STJ. 5ª Turma.
RHC 57544-SP, Rel. Min. Leopoldo de Arruda Raposo (Desembargador convocado do TJ-PE), julgado
em 6/8/2015 (Info 567). Atenção. O julgado acima está superado. A Lei nº 13.531/2017 corrigiu essa
falha e incluiu o “Distrito Federal”, as “autarquias”, as “fundações” e as “empresas públicas” no rol do
inciso III do parágrafo único do art. 163 do CP.

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Ressarcimento em acordo homologado no juízo cível e sua repercussão


no criminal
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Apropriação indébita (art. 168)

Origem: STF

A advogada ficou com o dinheiro recebido pelo cliente e só devolveu a quantia após ser demandada
judicialmente e fazer acordo em ação de cobrança. Vale ressaltar que, a esta altura, já havia um
inquérito policial instaurado para apurar eventual crime de apropriação indébita. O STF, com base em
peculiaridades do caso concreto, decidiu trancar a ação penal por falta de justa causa. Salientou-se que
o acordo firmado no juízo cível que colocou fim à pendência ocorreu em novembro de 2012 e a denúncia
só foi formalizada quase um ano após. Além disso, o juiz do processo cível determinou a comunicação
à Delegacia de Polícia sobre o acordo. Diante desses fatos, a 1ª Turma entendeu que a situação seria
excepcional e suficiente para se trancar a ação penal. Entendeu-se que a relação jurídica cível repercute
porque o acerto de contas se deu em data anterior à propositura da ação penal. STF. 1ª Turma. RHC
125283/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/8/2015 (Info 793).

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Hipótese de inaplicabilidade do princípio da consunção com o furto/roubo


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Estelionato (art. 171)

Origem: STJ

O delito de estelionato não será absorvido pelo de roubo na hipótese em que o agente, dias após roubar
um veículo e os objetos pessoais dos seus ocupantes, entre eles um talonário de cheques, visando
obter vantagem ilícita, preenche uma de suas folhas e, diretamente na agência bancária, tenta sacar a
quantia nela lançada. A falsificação da cártula não é mero exaurimento do crime antecedente. Isso
porque há diversidade de desígnios e de bens jurídicos lesados. Dessa forma, inaplicável o princípio da
consunção. STJ. 5ª Turma. HC 309939-SP, Rel. Min. Newton Trisotto (Desembargador convocado do
TJ-SC), julgado em 28/4/2015 (Info 562).

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Estelionato e devolução da vantagem antes do recebimento da denúncia
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Estelionato (art. 171)

Origem: STJ

O art. 9º da Lei 10.684/2003 prevê que o pagamento integral do débito fiscal realizado pelo réu é causa
de extinção de sua punibilidade. Imagine que determinado indivíduo tenha praticado estelionato contra
o INSS, conhecido como estelionato previdenciário (art. 171, § 3º do CP). Antes do recebimento da
denúncia, o agente paga integralmente o prejuízo sofrido pela autarquia. Isso poderá extinguir sua
punibilidade, com base no art. 9º da Lei 10.684/2003? NÃO. Não extingue a punibilidade do crime de
estelionato previdenciário (art. 171, § 3º, do CP) a devolução à Previdência Social, antes do recebimento
da denúncia, da vantagem percebida ilicitamente. O art. 9º da Lei 10.684/2003 menciona os crimes aos
quais são aplicadas suas regras: a) arts. 1º e 2º da Lei nº 8.137/90; b) art. 168-A do CP (apropriação
indébita previdenciária); c) Art. 337-A do CP (sonegação de contribuição previdenciária). Repare,
portanto, que o estelionato previdenciário (art. 171, § 3º do CP) não está listado nessa lei. Mesmo sem
o estelionato previdenciário estar previsto, não é possível aplicar essas regras por analogia em favor
do réu? NÃO. O art. 9º da Lei 10.684/2003 somente abrange crimes tributários materiais, delitos que
são ontologicamente distintos do estelionato previdenciário e que protegem bens jurídicos diferentes.
Dessa forma, não há lacuna involuntária na lei penal a demandar analogia. O fato de o agente ter pago
integralmente o prejuízo trará algum benefício penal? SIM. O agente poderá ter direito de receber o
benefício do arrependimento posterior, tendo sua pena reduzida de 1/3 a 2/3 (art. 16 do CP). STJ. 6ª
Turma. REsp 1380672-SC, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 24/3/2015 (Info 559).

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Grave ameaça/violência contra mais de uma pessoa, mas subtração de


um só patrimônio
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STJ

No delito de roubo, se a intenção do agente é direcionada à subtração de um único patrimônio, estará


configurado apenas um crime, ainda que, no modus operandi (modo de execução), seja utilizada
violência ou grave ameaça contra mais de uma pessoa para a obtenção do resultado pretendido. Ex:
Maria estava saindo do banco, acompanhada de seu segurança. João, de arma em punho, deu uma
coronhada no segurança, causando lesão leve, e subtraiu a mala que pertencia a Maria. O agente
praticou um único roubo majorado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º, I do CP), considerando
que somente um patrimônio foi atingido. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1490894-DF, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, julgado em 10/2/2015 (Info 556).

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Efeitos da suspensão da exigibilidade de crédito tributário na prescrição


da pretensão punitiva
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Apropriação indébita previdenciária (art. 168-A)

Origem: STJ

A prescrição da pretensão punitiva do crime de apropriação indébita previdenciária (art. 168-A do CP)
permanece suspensa enquanto a exigibilidade do crédito tributário estiver suspensa em razão de
decisão de antecipação dos efeitos da tutela no juízo cível. Isso porque a decisão cível acerca da
exigibilidade do crédito tributário repercute diretamente no reconhecimento da própria existência do tipo
penal, visto ser o crime de apropriação indébita previdenciária um delito de natureza material, que
pressupõe, para sua consumação, a realização do lançamento tributário definitivo. STJ. 5ª Turma. RHC
51596-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 3/2/2015 (Info 556).

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Destreza e excepcional habilidade sem ser descoberto


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Furto (art. 155)

Origem: STJ

No crime de furto, não deve ser reconhecida a qualificadora da “destreza” (art. 155, § 4º, II, do CP) caso
inexista comprovação de que o agente tenha se valido de excepcional — incomum — habilidade para
subtrair a coisa que se encontrava na posse da vítima sem despertar-lhe a atenção. Destreza, para fins
de furto qualificado, é a especial habilidade física ou manual que permite ao agente subtrair bens em
poder direto da vítima sem que ela perceba o furto. É o chamado “punguista”. STJ. 5ª Turma. REsp
1478648-PR, Rel. para acórdão Min. Newton Trisotto (desembargador convocado do TJ/SC), julgado
em 16/12/2014 (Info 554).

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Causa de aumento do § 1º pode ser aplicada tanto para furto simples como
qualificado
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Furto (art. 155)

Origem: STF e STJ

É legítima a incidência da causa de aumento de pena por crime cometido durante o repouso noturno
(art. 155, § 1º) no caso de furto praticado na forma qualificada (art. 155, § 4º). Não existe nenhuma
incompatibilidade entre a majorante prevista no § 1º e as qualificadoras do § 4º. São circunstâncias
diversas, que incidem em momentos diferentes da aplicação da pena. Assim, é possível que o agente
seja condenado por furto qualificado (§ 4º) e, na terceira fase da dosimetria, o juiz aumente a pena em
1/3 se a subtração ocorreu durante o repouso noturno. A posição topográfica do § 1º (vem antes do §
4º) não é fator que impede a sua aplicação para as situações de furto qualificado (§ 4º). STF. 2ª Turma.
HC 130952/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/12/2016 (Info 851). STJ. 6ª Turma. HC 306450-
SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 4/12/2014 (Info 554).

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Roubo praticado no interior de ônibus sendo que o sujeito rouba apenas


o dinheiro que estava com o cobrador
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STJ

O sujeito entra no ônibus e, com arma em punho, subtrai apenas os bens que estavam na posse do
cobrador de ônibus: R$ 30,00 e um aparelho celular, pertencentes ao funcionário, e R$ 70,00 que eram
da empresa de transporte coletivo. Quantos crimes ele terá praticado? Um único crime (art. 157, § 2º,
I, do CP). Em caso de roubo praticado no interior de ônibus, o fato de a conduta ter ocasionado violação
de patrimônios distintos (o da empresa de transporte coletivo e o do cobrador) não descaracteriza a
ocorrência de crime único se todos os bens subtraídos estavam na posse do cobrador. No voto, o
Ministro relembrou que a jurisprudência do STJ e do STF entende que o roubo perpetrado com violação
de patrimônios de diferentes vítimas, ainda que em um único evento, configura concurso formal de
crimes, e não crime único (vimos isso acima). Todavia, para ele, esse mesmo entendimento não pode
ser aplicado ao caso em que os bens subtraídos, embora pertençam a pessoas distintas, estavam sob
os cuidados de uma única pessoa, que sofreu a grave ameaça ou violência. STJ. 5ª Turma. AgRg no
REsp 1396144-DF, Rel. Min. Walter de Almeida Guilherme (Desembargador Convocado do TJ/SP),
julgado em 23/10/2014 (Info 551).

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Destruição de acessões feitas em terras indígenas pode configurar dano


qualificado
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Dano (art. 163)

Origem: STF

Se um indivíduo que tinha uma fazenda em uma terra indígena, ao receber ordem para desocupar o
local, destrói as acessões (construções e plantações) que havia feito no local, ele pratica, em tese, o
delito de dano qualificado (art. 163, parágrafo único, III, do CP). Isso porque essas terras pertencem à
União (art. 20, XI, da CF/88), de forma que, consequentemente, as acessões também são patrimônio
público federal. STF. 2ª Turma. Inq 3670/RR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/9/2014 (Info 760).

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Art. 102 do Estatuto do Idoso


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Furto (art. 155)

Origem: STJ

Se o funcionário do banco recebe o cartão e a senha da idosa para auxiliá-la a sacar um dinheiro do
caixa eletrônico e, aproveitando a oportunidade, transfere quantias para a sua conta pessoal, tal
conduta configura o crime previsto no art. 102 do Estatuto do Idoso. STJ. 6ª Turma. REsp 1358865-RS,
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 4/9/2014 (Info 547).

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Causa de aumento incidente no caso de a vítima estar em serviço de


transporte de valores
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STJ

O inciso III do § 2º do art. 157 do Código Penal prevê que a pena do delito de roubo é majorada se a
vítima estava em serviço de transporte de valores e o agente conhecia essa circunstância. Quando o
dispositivo fala em “transporte de valores” não se restringe a dinheiro em espécie, abrangendo outros
bens e produtos que possuam expressão econômica. No caso concreto, o STJ reconheceu que incide
a majorante prevista no inciso III do § 2º do art. 157 do CP na hipótese em que o autor praticou o roubo
ciente de que as vítimas, funcionários dos Correios, transportavam grande quantidade de produtos
cosméticos de expressivo valor econômico e liquidez. STJ. 5ª Turma. REsp 1309966-RJ, Min. Rel.
Laurita Vaz, julgado em 26/8/2014 (Info 548).

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Roubo de uso é crime


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STJ

Furto de uso: NÃO é crime (fato atípico). Roubo de uso: É crime (configura o art. 157 do CP). STJ. 5ª
Turma. REsp 1323275-GO, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/4/2014 (Info 539).

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A Súmula 554 do STF não se aplica ao estelionato no seu tipo fundamental


(art. 171, caput)
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Estelionato (art. 171)

Origem: STJ

A jurisprudência afirma que a Súmula 554 do STF aplica-se unicamente para o crime de estelionato na
modalidade de emissão de cheque sem fundos (art. 171, § 2º, VI). Assim, a referida súmula não se
aplica ao estelionato no seu tipo fundamental (art. 171, caput). Dessa forma, não configura óbice ao
prosseguimento da ação penal — mas sim causa de diminuição de pena (art. 16 do CP) — o
ressarcimento integral e voluntário, antes do recebimento da denúncia, do dano decorrente de
estelionato praticado mediante a emissão de cheque furtado sem provisão de fundos. STJ. 5ª Turma.
HC 280089-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 18/2/2014 (Info 537).

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Agente emite duplicata que não corresponde à efetiva transação


comercial: duplicata simulada
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Duplicata simulada (art. 172)

Origem: STJ

O delito de duplicata simulada, previsto no art. 172 do CP (redação dada pela Lei 8.137/1990),
configura-se quando o agente emite duplicata que não corresponde à efetiva transação comercial,
sendo típica a conduta ainda que não haja qualquer venda de mercadoria ou prestação de serviço. STJ.
6ª Turma. REsp 1267626-PR, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 5/12/2013 (Info 534).

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Ameaça de causar prejuízo econômico à vítima pode configurar extorsão


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Extorsão (art. 158)

Origem: STJ
Se o agente ameaça causar um prejuízo econômico à vítima, ainda assim haverá extorsão? A grave
ameaça prevista no art. 158 pode ser econômica? SIM. O STJ decidiu que a extorsão pode ser feita
mediante ameaça de causar um prejuízo econômico. Assim, não se exige que a ameaça se dirija
apenas contra a integridade física ou moral da vítima. No caso concreto julgado, o agente estava com
o carro da vítima e exigiu que ela fizesse o pagamento a ele de determinada quantia em dinheiro. Caso
o pedido não fosse atendido, ele prometeu destruir o veículo. Dessa forma, o STJ decidiu que pode
configurar o crime de extorsão a exigência de pagamento em troca da devolução do veículo furtado,
sob a ameaça de destruição do bem. STJ. 5ª Turma. REsp 1207155-RS, Rel. Min. Sebastião Reis
Júnior, julgado em 7/11/2013 (Info 531).

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Apropriação indébita de contribuição previdenciária não exige "dolo


específico"
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Apropriação indébita previdenciária (art. 168-A)

Origem: STJ

Para a caracterização do crime de apropriação indébita de contribuição previdenciária (art. 168-A do


CP), não há necessidade de comprovação do “dolo específico” de se apropriar de valores destinados à
previdência social. STJ. 6ª Turma. AgRg no Ag 1083.417-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em
25/6/2013 (Info 526). STJ. 3ª Seção. EREsp 1296631-RN, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 11/9/2013
(Info 528).

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Furto qualificado mediante escalada pode ser provado por outras provas
além da perícia
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Furto (art. 155)

Origem: STJ

Para que seja configurado o furto qualificado mediante escalada é dispensável a realização de perícia,
desde que existam outras provas que demonstrem a ocorrência da escalada (exs: filmagem, fotos,
testemunhos etc.). STJ. 5ª Turma. REsp 1392386-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
3/9/2013 (Info 529).

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Aumento decorrente da existência de pluralidade de majorantes


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STF

Se houver pluralidade de causas de aumento no crime de roubo (art. 157, § 2º do CP), o juiz não poderá
incrementar a pena aplicada com base unicamente no número de majorantes nem se valer de tabelas
com frações matemáticas de aumento. Para se proceder ao aumento, é necessário que o magistrado
apresente fundamentação com base nas circunstâncias do caso concreto (Súmula 443-STJ). STF. 2ª
Turma. RHC 116676/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/8/2013 (Info 716).
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Constitucionalidade do § 1º do art. 180 do CP


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Receptação (art. 180)

Origem: STF

O STF entende que o § 1º do art. 180 do CP é CONSTITUCIONAL. O objetivo do legislador ao criar a


figura típica da receptação qualificada foi justamente a de punir de forma mais gravosa o comerciante
ou industrial que, em razão do exercício de sua atividade, pratica alguma das condutas descritas no
referido § 1°, valendo-se de sua maior facilidade para tanto devido à infraestrutura que lhe favorece. O
crime foi qualificado pelo legislador em razão da condição do agente que, por sua atividade profissional,
merece ser mais severamente punido com base na maior reprovabilidade de sua conduta. Para o STF,
o § 1º do art. 180 pune tanto o agente que atua com dolo eventual como também no caso de dolo direto.
STF. 1ª Turma. RHC 117143/RS, rel. Min. Rosa Weber, 25/6/2013 (Info 712).

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Descumprimento de obrigação contratual não consiste, como regra, em


crime
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Apropriação indébita (art. 168)

Origem: STJ

O simples descumprimento de uma obrigação contratual, sem que ocorra a indicação de elementos
concretos do ilícito penal, não pode ensejar uma ação penal contra o inadimplente. Assim, o STJ
considerou atípica a conduta do advogado que, contratado para patrocinar os interesses de
determinada pessoa em juízo, não cumpriu o pactuado, apesar do recebimento de parcela do valor dos
honorários contratuais. STJ. 6ª Turma. HC 174013-RJ, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20/6/2013
(Info 527).

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Roubo praticado no interior de ônibus atingindo patrimônios distintos


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STJ

Imagine a seguinte situação: o sujeito entra no ônibus e, com arma em punho, subtrai os pertences de
oito passageiros. Quantos crimes ele terá praticado? O agente irá responder por oito roubos majorados
(art. 157, § 2º, I, do CP) em concurso formal (art. 70). Atenção: não se trata, portanto, de crime único.
Confira: (...) É entendimento desta Corte Superior que o roubo perpetrado contra diversas vítimas, ainda
que ocorra num único evento, configura o concurso formal e não o crime único, ante a pluralidade de
bens jurídicos tutelados ofendidos. (...) (STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 389.861/MG , Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 18/06/2014) Nesse caso, o concurso formal é próprio ou impróprio?
Segundo a jurisprudência majoritária, consiste em concurso formal PRÓPRIO. Veja: (...) Praticado o
crime de roubo mediante uma só ação contra vítimas distintas, no mesmo contexto fático, resta
configurado o concurso formal próprio, e não a hipótese de crime único, visto que violados patrimônios
distintos. (...) STJ. 6ª Turma. HC 197684/RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 18/06/2012.
STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1189138/MG , Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
11/06/2013. STJ. 5ª Turma. HC 455.975/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 02/08/2018.

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Subtrair objeto do interior do automóvel mediante quebra do vidro: furto


qualificado
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Furto (art. 155)

Origem: STJ

A conduta de violar o automóvel, mediante a destruição do vidro para que seja subtraído bem que se
encontre em seu interior — no caso, um aparelho de som automotivo — configura o tipo penal de furto
qualificado pelo rompimento de obstáculo à subtração da coisa, previsto no art. 155, § 4º, inciso I, do
CP. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1364606-DF, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 22/10/2013 (Info
532). STJ. 3ª Seção. EREsp 1079847/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, Terceira Seção, julgado em
22/05/2013.

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Estelionato previdenciário (art. 171, § 3º do CP): crime permanente ou


instantâneo?
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Estelionato (art. 171)

Origem: STF e STJ

O estelionato previdenciário é crime “permanente” ou “instantâneo de efeitos permanentes”? • Quando


praticado pelo próprio beneficiário: é PERMANENTE. • Quando praticado por terceiro diferente do
beneficiário: é INSTANTÂNEO de efeitos permanentes. STF. 1ª Turma. HC 102049, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 22/11/2011. STJ. 6ª Turma. HC 190071/RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
em 02/05/2013.

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Caracterização do latrocínio independentemente do grau das lesões


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STJ

Latrocínio é o crime de roubo qualificado pelo resultado, em que o dolo inicial é o de subtrair coisa,
sendo que as lesões corporais ou a morte são decorrentes da violência empregada. Embora haja
divergência, prevalece no STJ que, se o agente consegue subtrair o bem da vítima, mas não tem êxito
em matá-la, há tentativa de latrocínio, desde que fique comprovado que havia dolo de subtrair e dolo
de matar. Por esta razão, a jurisprudência do STJ pacificou-se no sentido de que o crime de latrocínio
tentado se caracteriza independentemente da natureza das lesões sofridas pela vítima (se leves,
graves, gravíssimas), bastando que o agente, no decorrer do roubo, tenha agido com o desígnio de
matá-la. Assim, como a gravidade das lesões experimentadas pela vítima não influencia para a
caracterização da tentativa de latrocínio, pouco importa que o laudo pericial que atestou as lesões tenha
irregularidades. STJ. 5ª Turma. HC 201175-MS, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 23/4/2013 (Info 521).

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Pessoa que, após a morte do beneficiário, passa a receber mensalmente


o benefício em seu lugar: estelionato em continuidade delitiva
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Estelionato (art. 171)

Origem: STJ

Se a pessoa, após a morte do beneficiário, passa a receber mensalmente o benefício em seu lugar,
mediante a utilização do cartão magnético do falecido, pratica o crime de estelionato previdenciário (art.
171, § 3º, do CP) em continuidade delitiva. Segundo o STJ, nessa situação, não se verifica a ocorrência
de crime único, pois a fraude é praticada reiteradamente, todos os meses, a cada utilização do cartão
magnético do beneficiário já falecido. Assim, configurada a reiteração criminosa nas mesmas condições
de tempo, lugar e maneira de execução, tem incidência a regra da continuidade delitiva prevista no art.
71 do CP. A hipótese, ressalte-se, difere dos casos em que o estelionato é praticado pelo próprio
beneficiário e daqueles em que o não beneficiário insere dados falsos no sistema do INSS visando
beneficiar outrem; pois, segundo a jurisprudência do STJ e do STF, nessas situações, o crime deve ser
considerado único, de modo a impedir o reconhecimento da continuidade delitiva. STJ. 6ª Turma. REsp
1282118-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 26/2/2013 (Info 516).

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Se a arma é apreendida e periciada, sendo constatada a sua inaptidão,


não se aplica a majorante do art. 157, § 2º-A, I, do CP
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STJ

Se a arma é apreendia e periciada, sendo constatada a sua inaptidão para a produção de disparos,
neste caso, não se aplica a majorante do art. 157, § 2º-A, I, do CP, sendo considerado roubo simples
(art. 157, caput, do CP). O legislador, ao prever a majorante descrita no referido dispositivo, buscou
punir com maior rigor o indivíduo que empregou artefato apto a lesar a integridade física do ofendido,
representando perigo real, o que não ocorre na hipótese de instrumento notadamente sem
potencialidade lesiva. Assim, a utilização de arma de fogo que não tenha potencial lesivo afasta a
mencionada majorante, mas não a grave ameaça, que constitui elemento do tipo “roubo” na sua forma
simples. STJ. 6ª Turma. HC 247669-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 4/12/2012.

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Dano contra o patrimônio do Distrito Federal


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Dano (art. 163)

Origem: STJ

O art. 163, parágrafo único, III, do CP prevê que o dano será qualificado no caso de ter sido praticado
contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou
sociedade de economia mista. Como o inciso III não falava no “Distrito Federal”, o STJ entendia que a
conduta de destruir, inutilizar ou deteriorar o patrimônio do DF não configurava, por si só, o crime de
dano qualificado, subsumindo-se, em tese, à modalidade simples do delito. É inadmissível a realização
de analogia in malam partem a fim de ampliar o rol contido no art. 163, III, do CP, incluindo o Distrito
Federal. STJ. 6ª Turma. HC 154051-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 4/12/2012
(Info 515). Atenção. O julgado acima está superado. A Lei nº 13.531/2017 corrigiu essa falha e incluiu
o “Distrito Federal”, as “autarquias”, as “fundações” e as “empresas públicas” no rol do inciso III do
parágrafo único do art. 163 do CP.

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Cola eletrônica
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Estelionato (art. 171)

Origem: STJ

A “cola eletrônica”, antes do advento da Lei nº 12.550/2011, era uma conduta atípica, não configurando
o crime de estelionato. STJ. 5ª Turma. HC 245039-CE, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
9/10/2012.

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Advogado que cobra honorários de cliente beneficiado pela justiça


gratuita não pratica crime
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Estelionato (art. 171)

Origem: STF

Advogado pode cobrar honorários contratuais de seu cliente no caso de êxito da ação, ainda que este
seja beneficiário da justiça gratuita. Não há qualquer ilegalidade ou crime nessa conduta. STF. 1ª
Turma. HC 95058/ES, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 4/9/2012.

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Consumação do crime de extorsão


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Extorsão (art. 158)

Origem: STJ

Não se consuma o crime de extorsão quando, apesar de ameaçada, a vítima não se submete à vontade
do criminoso, ou seja, não assume o comportamento exigido pelo agente. Nesse caso, haverá tentativa
de extorsão. STJ. 6ª Turma. REsp 1094888-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 21/8/2012
(Info 502).

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Além do roubo circunstanciado, o agente responderá também pelo porte


ilegal de arma de fogo (art. 14 ou 16, da Lei nº 10.826/2003)?
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)
Origem: STF e STJ

Em regra, não. Geralmente, o crime de porte ilegal de arma de fogo é absorvido pelo crime de roubo
circunstanciado. Aplica-se o princípio da consunção, considerando que o porte ilegal de arma de fogo
funciona como crime meio para a prática do roubo (crime fim), sendo por este absorvido. A conduta de
portar arma ilegalmente é absorvida pelo crime de roubo, quando, ao longo da instrução criminal, restar
evidenciado o nexo de dependência ou de subordinação entre as duas condutas e que os delitos foram
praticados em um mesmo contexto fático, incidindo, assim, o princípio da consunção (STJ HC
178.561/DF). No entanto, poderá haver condenação pelo crime de porte em concurso material com o
roubo se ficar provado nos autos que o agente portava ilegalmente a arma de fogo em outras
oportunidades antes ou depois do crime de roubo e que ele não se utilizou da arma tão somente para
cometer o crime patrimonial. Ex: “Tício”, às 13h, mediante emprego de um revólver, praticou roubo
contra “Caio”, que estava na parada de ônibus (art. 157, § 2º-A, I, CP). No mesmo dia, por volta das
14h 30min, em uma blitz de rotina da polícia (sem que os policiais soubessem do roubo ocorrido), “Ticio”
foi preso com os pertences da vítima e com o revólver empregado no assalto. Em um caso semelhante
a esse, a 5ª Turma do STJ reconheceu o concurso material entre o roubo e o delito do art. 14, da Lei
nº 10.826/2003, afastando o princípio da consunção. STJ. 5ª Turma. HC 199031/RJ, Rel. Ministro Jorge
Mussi, 5ª Turma, julgado em 21/06/2011. STF. 1ª Turma. RHC 106067, Rel. Min. Rosa Weber, 1ª
Turma, julgado em 26/06/2012.

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Agente que participou do roubo pode responder por latrocínio ainda que
o disparo que matou a vítima tenha sido efetuado pelo corréu
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STF

Aquele que se associa a comparsa para a prática de roubo, sobrevindo a morte da vítima, responde
pelo crime de latrocínio, ainda que não tenha sido o autor do disparo fatal ou que sua participação se
revele de menor importância. Ex: João e Pedro combinaram de roubar um carro utilizando arma de
fogo. Eles abordaram, então, Ricardo e Maria quando o casal entrava no veículo que estava
estacionado. Os assaltantes levaram as vítimas para um barraco no morro. Pedro ficou responsável por
vigiar o casal no cativeiro enquanto João realizaria outros crimes utilizando o carro subtraído. Depois
de João ter saído, Ricardo e Maria tentaram fugir e Pedro atirou nas vítimas, que acabaram morrendo.
João pretendia responder apenas por roubo majorado (art. 157, § 2º, I e II) alegando que não participou
nem queria a morte das vítimas, devendo, portanto, ser aplicado o art. 29, § 2º do CP. O STF, contudo,
não acatou a tese. Isso porque João assumiu o risco de produzir resultado mais grave, ciente de que
atuava em crime de roubo, no qual as vítimas foram mantidas em cárcere sob a mira de arma de fogo.
STF. 1ª Turma. RHC 133575/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 21/2/2017 (Info 855). Atenção:
vide STF. 1ª Turma. HC 109151/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/6/2012 (Info 670).

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Latrocínio e cooperação dolosamente distinta


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STF
Em regra, o coautor que participa de roubo armado responde pelo latrocínio ainda que o disparo tenha
sido efetuado só pelo comparsa. Essa é a jurisprudência do STJ e do STF. Entretanto, se um dos
agentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste. Logo, se o coautor que
não atirou não queria participar do latrocínio, não responderá por esse crime mais grave. STF. 1ª Turma.
HC 109151/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/6/2012 (Info 670).

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Furto e imunidade patrimonial


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Furto (art. 155)

Origem: STJ

A coabitação, de que trata o art. 182, III do CP, significa residência conjunta quando da prática do crime,
o que não se confunde com a mera hospedagem, a qual tem caráter temporário. STJ. 6ª Turma. REsp
1065086-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 16/2/2012.

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Roubo circunstanciado pelo concurso de pessoas e participação de


inimputável
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STF e STJ

Se um maior de idade pratica o roubo juntamente com um inimputável, esse roubo será majorado pelo
concurso de pessoas (art. 157, § 2º do CP). A participação do menor de idade pode ser considerada
com o objetivo de caracterizar concurso de pessoas para fins de aplicação da causa de aumento de
pena no crime de roubo. STF. 1ª Turma. HC 110425/ES, rel. Min. Dias Toffoli, 5/6/2012. STJ. 6ª Turma.
HC 150849/DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 16/08/2011.

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Receptação de bens dos Correios: incide a majorante do art. 180, § 6º do


CP
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Receptação (art. 180)

Origem: STF e STJ

A ECT é empresa pública, é pessoa jurídica de direito privado, prestadora de serviço postal, de natureza
pública e essencial (art. 21, X, da CF). O art. 180, § 6º, CP prevê, expressamente, a incidência da
majorante quando o crime for praticado contra "bens e instalações do patrimônio da (...) empresa
concessionária de serviços públicos", estando, dessa forma, abrangida a ECT na sua tutela, não
havendo falar em interpretação extensiva desfavorável ao conceito de bens da União. Assim, no delito
de receptação, os bens pertencentes aos Correios (ECT) recebem o mesmo tratamento que os da
União e, por isso, caso a receptação envolva tais bens, é cabível a majoração da pena prevista no § 6º
do art. 180 do CP. STF. 1ª Turma. HC 105542/RS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 17/4/2012 (Info
662). STJ. 5ª Turma. REsp 894730/RS, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. p/ Acórdão Min. Arnaldo Esteves
Lima, julgado em 17/06/2010 (Info 439).
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É possível o furto híbrido se a qualificadora for objetiva


Direito Penal Crimes contra o patrimônio Furto (art. 155)

Origem: STJ

Súmula 511-STJ: É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos


casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor
da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 11/06/2014.

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Furto de estabelecimento comercial equipado com mecanismo de


vigilância e de segurança
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Furto (art. 155)

Origem: STF

Súmula 567-STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de
segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do
crime de furto.

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Consumação do latrocínio
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Roubo (art. 157)

Origem: STF

Súmula 610-STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o
agente a subtração de bens da vítima.

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