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Todo e qualquer vínculo, que tenha importância para o mundo jurídico, parte
da existência da denominada Relação Jurídica.
Segundo a doutrina civilista, relação jurídica corresponde ao vínculo
existente entre duas ou mais pessoas, cuja relação está envolta de objeto de
manifestação de vontade, ou por decorrência legal, entre as referidas pessoas.
Há classificação da relação jurídica simples, onde há parte ativa (credor) e
passiva (devedor), como em doação pura e simples; bem como relação jurídica
complexa, onde as partes mutuamente se afirmam como credor/devedor
recíprocos, como numa compra e venda.
2. PERSONALIDADE E CAPACIDADE
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Professor Me. Diogo Durigon
Veja-se que o nascituro tem garantido, desde o nascimento com vida, o
direito de personalidade, da mesma forma que a empresa a partir de seu efetivo
exercício.
Contudo, a capacidade de exercício de direitos, no caso do infante v.g.,
depende de representante para seu exercício. Por isso, denomina-se de
absolutamente incapaz. De modo intermediário, o relativamente incapaz é aquele
que possui relativa capacidade para o exercício de direitos, merecendo ser apenas
assistido por representante. Nesse sentido, o CC/2002 estabelece que:
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DINIZI, Maria Helena. Manual de direito civil. Saraiva, 2011.
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Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será
regulada por legislação especial. (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015)
Destaque-se a situação dos indígenas que, modificando-se situação prevista
no CC de 1916, houve delegação à lei especial quanto à sua capacidade.
Também é necessário referir que os relativamente incapazes poderão
alcançar ou retomar a capacidade plena, conforme estabelece o art. 5º do CC:
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos,
quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida
civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,
mediante instrumento público, independentemente de
homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se
o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela
existência de relação de emprego, desde que, em função deles,
o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
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C) Janeiro de 2013.
D) Julho de 2013.
RESPOSTA: D
R–A
Quanto aos demais casos previstos para aquisição da capacidade civil plena,
destaca-se o reconhecimento dos pais através de escritura pública de emancipação
e o casamento (o qual, entre incapazes, necessita de anuência dos responsáveis),
que geram a obtenção da capacidade civil plena.
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A par da capacidade de exercício dos direitos inerentes à vida civil, os
direitos de personalidade iniciam com o nascimento com vida e extinguem-se com
a morte da pessoa. Contudo, conforme art. 2º e 6º do CC, a proteção de tais direitos
estende-se ao nascituro, assim como poderão os sucessores realizar a proteção
de direitos de personalidade após a morte de ofendido. Cite-se, como exemplo, a
proteção do nome, de direitos autorais, da personalidade, entre outros, cuja ofensa,
mesmo realizada após a morte do ofendido, gera direito à reparação e proteção
através de seus sucessores, como se infere do art. 20 e do art. 12, ambos do CC:
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da
personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer
a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente
em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
Há que se lembrar, ainda, quanto à personalidade, que tal proteção se
estende à ao direito de negativa de disposição do próprio corpo (art. 13 do CC), o
que venda, por exemplo, a disposição onerosa de órgãos, com exceção de quando
essa disposição é gratuita (ou seja, doação de órgãos).
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R–A
R–C
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art. 7º do CC, através da morte provável ou desaparecimento em campanha
(guerra).
Ocorrendo desaparecimento de pessoa na forma do art. 22 do CC, a
ausência será declarada judicialmente, nomeando-se curador para administração
do patrimônio da mesma, com preferência de curadoria ao cônjuge do
desaparecido (art. 25 CC).
Declarada a ausência, e decorrido o prazo do art. 26 do CC, será possível a
abertura da sucessão provisória, com a distribuição provisória de bens aos
sucessores.
10 anos após a sentença declaratória da sucessão provisória, é possível o
requerimento de sucessão definitiva.
Caso o ausente retorne após o prazo de 10 anos da sucessão definitiva,
poderá retomar os bens repassados em sucessão provisória ou sub-rogados, no
estado que se encontram (art. 37 do CC).
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Resposta D
3. PESSOAS JURÍDICAS
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b) Pessoas jurídicas de direito público externo: correspondem às entidades
estatais alheias ao estado brasileiro (como outros estados soberanos), aí incluídas
as entidades supranacionais (como ONU, UNESCO, etc.), conforme art. 42 do CC:
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados
estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional
público.
Cuidado! Federações esportivas, como FIFA, não possuem natureza
pública, mas sim privada.
c) pessoas jurídicas de direito privado: correspondem ás entidades privadas,
aqui incluídas as sociedades empresárias, associações, etc:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de
22.12.2003)
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
A criação e existência das personalidades jurídicas será realizada mediante
registro, salvo quanto à existência de União, Estados e Municípios que dependem
da CF/88, Constituições Estaduais e Leis Orgânicas respectivas.
No caso de pessoas jurídicas de direito público interno, sua criação
decorrerá de lei, acrescendo-se eventual necessidade de Estatuto ou Regimento
Interno.
No caso das sociedades privadas, estas tem início a partir da inscrição do
respectivo ato constitutivo (art. 45 CC). Para validade plena, o registro deverá
compor-se dos seguintes elementos essenciais:
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social,
quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos
diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente,
judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de
que modo;
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V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas
obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu
patrimônio, nesse caso.
Quanto ao registro, sendo a sociedade empresária, seu registro ocorre na
junta comercial do respectivo estado de constituição; de modo especial, entidades,
associações, fundações e cooperativas tem registro junto ao Tabelionato de
Registro de Títulos e documentos, enquanto que entidades específicas poderão ter
registro de modo especial (como no caso de sociedades jurídicas, cujo registro
ocorre na OAB).
Quanto à responsabilidade dos gestores, administradores e sócios,
dependerá essa da forma de constituição da sociedade. Contudo, em caso de
abuso da personalidade, poderá ser aplicada a disregard of legal entity theory
(teoria da desconsideração da personalidade jurídica), com responsabilidade dos
sócios/administradores de modo pessoal (art. 50 do CC), o que implica em afetação
do patrimônio pessoal dos mesmos.
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R–D
4. DOMICÍLIO
Tem-se por domicílio o local de residência fixada (com ânimo definitivo) por
parte da pessoa natural (art. 70 do CC). Este conceito se amplia no caso de várias
residências, sendo todas consideradas como domicílio civil da pessoa natural.
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No caso de profissionais, em especial servidores públicos, será considerado
seu domicílio o local de exercício profissional (art. 72 do CC).
Quanto às pessoas jurídicas, será seu domicílio o local de respectiva sede,
e, quanto à eventuais filiais, o local das filias para os atos ali praticados.
As pessoas jurídicas de direito público interno possuem domicílio
determinado pelo art. 75 do CC:
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as
respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial
no seu estatuto ou atos constitutivos.
Há situações em que o domicílio é determinado por lei (domicílio necessário),
como no caso do incapaz (o de seu representante), do próprio servidor público
(local de suas funções), do militar (onde servir ou na sede do respectivo comando),
e do preso (onde cumprir a sentença) – art. 76 do CC.
A fixação do domicílio tem importância jurídica para a fixação e cumprimento
de obrigações civis, como ocorre no caso de contratos, responsabilidade por atos
ilícitos, etc.
5. BENS
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Bens imóveis: de forma geral, consideram-se imóveis o solo e o que lhe for
incorporado natural ou artificialmente (art. 79 do CC). Contudo, o art. 80 do CC
também classifica como imóveis os direitos reais que recaírem sobre imóveis e o
direito à sucessão aberta; da mesma forma, os materiais e benfeitorias retirados
provisoriamente do solo ou prédio (art. 81)
Também são enquadrados como imóveis para determinadas finalidades os
navios, aeronaves e linhas férreas, os quais estão sujeitos ao uso da hipoteca
quando utilizados na condição de garantia ou registro.
Bens móveis: segundo a classificação do art. 82 do CC, móveis são os bens
suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força alheia.
Incluem-se nessa classificação os denominados semoventes, onde
tradicionalmente são enquadrados os animais de grande porte (bovinos, equinos,
etc.).
Bens fungíveis: bens que se sujeitam à substituição por outros de mesma
qualidade, espécie e quantidade sem prejuízo de sua condição ou do negócio
jurídico, como no caso de dinheiro. Os infungíveis são, justamente, aqueles
individualizados, cuja substituição altera o objeto.
Bens consumíveis: são aqueles que, pelo uso, há sua destruição, como no
caso dos alimentos.
Bens divisíveis: permitem a sua divisão sem alteração de sua substância,
valor econômico ou natureza. Já os indivisíveis não são suscetíveis de divisão sem
alteração de algum desses elementos.
Lembre-se que a indivisibilidade poderá ser definida por lei (como no caso
do mínimo fracionamento de gleba ou terreno) ou por contrato.
Bens singulares: são aqueles considerados ‘de per si’, individualizado.
Bens coletivos: são aqueles que, em universalidade de bens singulares,
pertencem à pessoa e se destinam à finalidade comum.
Bens principal e acessório: principal é bem que existe de per si, enquanto
que o acessório alcança a sua existência apenas em função do principal.
Pertenças: bens cuja utilidade ou destinação agregam valor ou utilidade à
bem principal. Cite-se, como exemplo, o trator para com a propriedade rural, ou o
ar condicionado para o imóvel residencial.
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Benfeitorias: são construções agregadas ao solo ou à construção já
existente, de modo artificial. Classificam-se em:
a) necessárias – tem por fim a conservação do bem;
b) úteis – agregam utilidade ao bem;
c) voluptuárias – são de mero deleite ou aformoseamento.
RESPOSTA: C
Bens públicos
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Enquanto perdurar a condição de uso especial, não poderão ser alienados
pelo ente público que lhe tenha a propriedade.
c) Bens dominicais: são os bens públicos que não são de uso comum ou que
não tenham utilidade pública. Cite-se, como exemplo, imóveis sem utilidade pública
ou bens que, outrora de uso especial, foram ‘desafetados’2.
Justamente por sua condição, poderão ser alienados na forma da lei.
6. NEGÓCIO JURÍDICO
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A desafetação compreende o procedimento de retirada da afetação de uso comum ou especial, o que
viabiliza a alienação de bens, como no caso de inservíveis ou sem destinação específica.
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fé pública, notadamente no que tange ao fato de o ato de declaração ter
sido praticado na presença do tabelião e ter sido feita sua regular anotação
em assentos próprios, o que não importa na veracidade quanto ao
conteúdo declarado.
R–B
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A condição é requisito de efetivação do negócio jurídico, o encargo
descumprido gera a possibilidade de resolução do negócio.
R–A
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V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para
a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem
cominar sanção.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se
dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas
daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não
verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos
contraentes do negócio jurídico simulado.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem
convalesce pelo decurso do tempo.
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R–D
Juliana foi avisada que seu filho Marcos sofreu um terrível acidente de carro em
uma cidade com poucos recursos no interior do Ceará e que ele está correndo
risco de morte devido a um grave traumatismo craniano. Diante dessa notícia,
Juliana celebra um contrato de prestação de serviços médicos em valores
exorbitantes, muito superiores aos praticados habitualmente, para que a única
equipe de médicos especializados da cidade assuma o tratamento de seu filho.
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Há outras classificações menores. Para tal, ver doutrina.
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RESPOSTA: C
RESPOSTA: A
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solvabilidade futura de créditos. Permite a anulação através da denominada ‘ação
pauliana’.
Difere da fraude à execução, pois nessa a dissipação patrimonial ocorre
durante processo executivo.
g) Simulação: envolve a simulação de negócio jurídico, o qual, mesmo que
formalizado, não manifestou vontade existente; normalmente tem o condão de
prejudicar terceiro ou situação jurídica. É negócio formal, mas inexistente de fato.
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RESPOSTA: D
NULIDADE X ANULABILIDADE
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D) a anulação do negócio, por incapacidade relativa decorrente de
enfermidade ou deficiência mental.
RESPOSTA: C
RESPOSTA: D
7. ATOS LÍCITOS
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Questão 39. João e Maria casaram-se, no regime de comunhão
parcial de bens, em 2004. Contudo, em 2008, João conheceu Vânia e eles
passaram a ter um relacionamento amoroso. Separandose de fato de Maria,
João saiu da casa em que morava com Maria e foi viver com Vânia, apesar
de continuar casado com Maria. Em 2016, João, muito feliz em seu novo
relacionamento, resolve dar de presente um carro 0 km da marca X para
Vânia. Considerando a narrativa apresentada, sobre o contrato de doação
celebrado entre João, doador, e Vânia, donatária, assinale a afirmativa
correta.
A) É nulo, pois é hipótese de doação de cônjuge adúltero ao seu
cúmplice.
B) Poderá ser anulado, desde que Maria pleiteie a anulação até dois
anos depois da assinatura do contrato.
C) É plenamente válido, porém João deverá pagar perdas e danos à
Maria.
D) É plenamente válido, pois João e Maria já estavam separados de
fato no momento da doação.
RESPOSTA: D
8. ATOS ILÍCITOS
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modo, um determinado ato poderá ensejar ilícito civil sem corresponder á ilícito
penal e vice versa.
Quanto à aplicação do conceito de ato ilícito civil, a veremos de modo
aprofundado na análise da responsabilidade civil.
Lembre-se, por fim, que o ato ilícito civil permite a conceituação da culpa,
base da responsabilidade civil subjetiva, a qual contrapõe-se à responsabilidade
objetiva (determinada independentemente do conceito de culpa).
9. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
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O direito não socorre os que dormem.
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Também é possível concluir, assim, que a prescrição não afetará o direito o
qual, alcançado pelo prazo prescricional, qualificar-se-á como obrigação natural,
consoante se verá adiante.
Já a decadência fulminará o próprio direito material. É o caso, por exemplo,
do direito de preferência na aquisição de imóvel, que, não sendo exercido no prazo
legal de 180 dias, gera a perda do direito de preferência5.
Assim, enquanto a prescrição ataca a pretensão de satisfação do direito, a
decadência fulmina o próprio direito.
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Como ocorre no caso de arrendamento rural, ou quando pactuada no contrato a preferência.
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da prescrição, vale citar que a mesma redundará no reinício da contagem dos
prazos:
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma
vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se
o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em
concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe
reconhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do
ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
1. CONCEITUALIZAÇÃO
Obrigação e atos unilaterais de vontade
É possível exigir o cumprimento de prestação, diante de declaração unilateral de
vontade, como uma promessa de recompensa?
Na relação que se desenvolve quando há uma declaração unilateral de vontade,
como nos casos de promessa de recompensa, gestão de negócios, pagamento indevido e
enriquecimento sem causa, não há um contrato propriamente dito, ou relações bilaterais.
Há uma assunção ao cumprimento de determinada prestação decorrente de ato
unilateral, gerando a obrigação, e comprometendo-se à cumpri-la. Inclusive, tendo o
beneficiário direito de exigir o cumprimento da satisfação.
Obrigação e contrato
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As figuras da obrigação e do contrato quase se confundem, encontrando a distinção
no fato de que contrato é fonte de obrigações, ou seja, os negócios bilaterais são as
principais formas de geração de obrigações.
Obrigações e moral
A moral não se constitui em elemento de exigibilidade jurídica, ou seja, a moral não
é capaz de originar obrigações junto ao direito.
Não obstante, a relação obrigacional surge da moral, pois é pelo aspecto moral que
o devedor comprometia-se e cumpria a obrigação. Não podendo cumpri-la, o devedor
subjugava-se a condição de escravo, cumprindo a prestação e, principalmente, mantendo
a sua honra.
As obrigações decorrem do comprometimento moral à satisfação daquilo que fora
pactuado entre duas partes.
Mesmo que não se possa exigir o cumprimento de obrigação moral, este lança sua
influência sobre todo o ordenamento jurídico, pois é com base nessa que são prescritas as
condutas em nosso sistema.
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É possível identificar, dentro das características das obrigações, elementos que lhe
são necessários para sua própria caracterização.
A obrigação decorre de uma relação entre duas ou mais pessoas, tendo como
centro um objeto (prestação), sendo uma delas o sujeito ativo (credor) e outra o sujeito
passivo (devedor), da relação.
Mesmo nas declarações unilaterais de vontade, uma das partes se compromete em
cumprir determinada obrigação, podendo o credor dessa obrigação exigir o seu
cumprimento.
Há situações em que as figuras de credor e devedor se confundem, pois cada um
é devedor e credor ao mesmo tempo.
É o caso, por exemplo, da contratação de construção de uma casa, com pagamento
parcelado, onde o empreiteiro da obra se obriga a construir a casa, ao mesmo tempo em
que é credor da prestação mensal. Por outro lado, o dono do imóvel se obriga ao
adimplemento da parcela mensal, ao mesmo tempo que pode exigir o cumprimento da
construção do imóvel no prazo estabelecido.
O sujeito ativo
Sujeito ativo é aquele que possui a obrigação a ser satisfeita; é aquele que pode
exigir o cumprimento da obrigação. Enfim, é o credor. Trata-se daquele que confia no
cumprimento da obrigação pelo devedor.
Credor pode assim ser chamado aquele que possui qualquer relação obrigacional
em seu favor, podendo-se envolver valores em espécie, bens, obrigações de fazer e não
fazer, dar, etc.
Qualquer pessoa poderá ser credor: seja ela capaz ou incapaz (menor de idade,
tutelado, curatelado, doente mental, etc.)
Quando um incapaz faz parte de determinada relação obrigacional, é o incapaz que
é considerado o credor (e até mesmo devedor), porém é representado ou assistido por
alguém (que não vai lhe tomar o posto de parte na relação negocial).
Também é possível que sejam credores pessoas físicas e jurídicas, sejam elas de
direito público ou privado. Também as associações civis se legitimam como credoras para
pleitear em ações coletivas (ex. IDEC).
Ponto de interesse é a possibilidade de modificação posterior do credor, como é o
caso dos títulos de crédito, que, em uma nota promissória não se indica o credor; ou então
no cheque, que deve ser pago ao portador.
Sujeito passivo
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Sujeito passivo é aquela pessoa obrigada pela relação jurídica, ou seja, é aquela
que deve cumprir a obrigação assumida com o credor. É o devedor.
Quando se trata de bem, a condição de devedor decorre desta titularidade, ou seja,
a situação de devedor pode ser transferida com a coisa. Cite-se como exemplo a venda de
um apartamento, onde o novo proprietário passa a ser o devedor das taxas de condomínio
que se vencerem a partir de então.
Assim como no caso de credores, há possibilidade de haver vários devedores de
uma mesma obrigação, para com um ou vários credores. Também aqui podem ser
devedores pessoas físicas e jurídicas, capazes ou incapazes.
Objeto da obrigação
O objeto da obrigação é o bem (material ou imaterial) pelo qual credor e devedor
estabelecem a obrigação. É aquilo que deve ser realizado, cumprido, omitido, prestado,
etc. Trata-se da própria obrigação.
Qualquer coisa pode ser objeto de vínculo obrigacional, desde que cumpra as
determinações dos art. 104, II e 166, II, ambos do CC (objeto lícito, possível e determinado
ou determinável – valor econômico ou moral), sob pena de nulidade ou invalidade do
negócio jurídico.
Lembre-se: licitude se refere à não vedação ou existência de amparo legal quanto
ao objeto (afasta-se, por exemplo, negociações de drogas ilícitas); possibilidade se refere
à capacidade humana, permissão legal e comerciabilidade do bem; valor econômico ou
moral, que refere ou valoração econômica ou imaterial (como obrigação de preservação
ambiental).
O vínculo obrigacional
O vínculo obrigacional é a relação jurídica que liga credor e devedor para com o
objeto desta obrigação. É a perfectibilização da obrigação. É relação jurídica por que, para
ser obrigação tutelada pelo direito, deve ser adequar à estes moldes (art. 104 do CC/02).
O vínculo obrigacional nasce tanto do acordo de vontades com de atos jurídicos
ilícitos, como de um acidente de trânsito6.
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RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Obrigações. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
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A realização de uma classificação das obrigações tem por objetivo distinguir
aspectos como sua eficácia, objeto, e assim, por diante. De modo a facilitar o estudo,
tomaremos as distinções recepcionadas pelo Código Civil de 2002.
Obrigações civis
Obrigações civis ou empresariais são as obrigações que possuem todas as
qualidades necessárias para a sua exigibilidade, ou seja, emitem seus efeitos no mundo
jurídico com plenitude.
Na obrigação civil, o devedor assume a obrigação para com o credor, que pode ser
positiva ou negativa, obrigando-se a cumpri-la. Em caso de não cumprimento, o credor
poderá buscar, através do Poder Judiciário, a satisfação dessa obrigação.
Temos como exemplo de obrigação civil a realização de um contrato, na forma do
art. 104 do CC; a assinatura de um título de crédito; a realização de um negócio; e assim
por diante.
A obrigação civil é formada por todos os elementos já transcrito em outros
momentos (material adicional já inserido no site), que são: sujeito ativo (credor), sujeito
passivo (devedor), objeto da obrigação e vínculo jurídico suficiente à permitir a exigibilidade
judicial do cumprimento da obrigação (ação material e ação processual).
Obrigações morais
A obrigação moral é a obrigação que decorre exclusivamente de liberalidade da
pessoa, que, sem qualquer vínculo jurídico, cumpre o dever moralmente assumido para
com outrem.
É o caso, por exemplo, do cumprimento de disposição de última vontade que não
constou no testamento; ou então de socorrer pessoas necessitadas7.
Porém, uma vez cumprida a obrigação, não é possível a sua repetição, ou seja, não
pode o devedor, após cumprir a obrigação moral, tentar a restituição da obrigação.
Obrigação natural
A obrigação natural possui todos os elementos da obrigação civil, com exceção,
apenas, do direito de ação. Ou seja, a obrigação natural se equipara à obrigação civil por
possuir credor, devedor e objeto da obrigação.
Porém, não terá o credor direito de ação em face do credor: não poderá ajuizar
ação pretendendo a cobrança ou execução de uma obrigação natural.
7
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 2.v. 20.ed. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 62.
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A obrigação natural também se equipara à obrigação moral, no sentido da
irreversibilidade de prestação cumprida: se o devedor cumpre espontaneamente a sua
obrigação, não poderá discutir o cumprimento desta ou buscar a restituição da obrigação.
O seu diferencial perante as obrigações morais é que as obrigações naturais
possuem previsão expressa no ordenamento jurídico. No caso do nosso Código Civil,
temos as obrigações prescritas (art. 882 do CC); dívidas de jogo e aposta (art. 814 a 817
do CC); empréstimo feito à menor (art. 588 – verificar exceções do art. 589 do CC).
Como exceção à regra da previsão, a concessão de gorjetas e o pagamento de
comissões para alguém não profissional que intermediou a venda, também são obrigações
naturais.
A obrigação natural, assim, não pode ser exigida, porém, uma vez cumprida pelo
devedor, não poderá ser objeto de repetição (reversão do adimplemento).
Obrigação principal e obrigação acessória
É a obrigação existente por si, abstrata ou concretamente, sem que haja
dependência ou sujeição para com outras obrigações (relações jurídicas).
É caso da obrigação assumida pelo inquilino em devolver o imóvel, findo o contrato
de locação; também é a obrigação ao pagamento de certa quantia em dinheiro, decorrente
de título de crédito.
Já a obrigação acessória é aquela obrigação cuja existência depende de outra
relação jurídica, ou seja, é a obrigação cuja existência depende da existência de outra
obrigação.
Uma vez extinta a relação jurídica principal (obrigação principal), extingue-se a
obrigação acessória.
Podemos apontar como exemplo o contrato de fiança para garantia de contrato de
locação, sendo a fiança acessório deste (art. 818 a 839 do CC); os juros de um empréstimo
(art. 323, 406 e 407 do CC); a cláusula penal, por ser uma pena imposta pelo
descumprimento do contrato (art. 408 do CC).
A natureza principal ou acessória das obrigações pode ser em decorrência de
acordo entre as partes ou em decorrência de lei.
4. OBRIGAÇÕES DE DAR
Obrigação de dar é aquela que envolve a entrega de algo pelo devedor ao credor.
Se subdivide em quatro formas distintas:
a) obrigação de dar (stricto senso): é a obrigação que envolve a transferência de
domínio ou de outros direitos reais (posse, propriedade, etc.) para o credor. É a obrigação
que envolve a entrega de determinado bem, sob o fundamento de transferência de seu
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domínio. Exemplo dessa obrigação ocorre em um contrato de compra e venda, no qual o
vendedor se compromete a entregar o imóvel (posse e propriedade) para o comprador.
b) obrigação de restituir: na obrigação de restituir, não há a transferência da
propriedade, mas apenas a posse do bem. Verificamos este tipo de obrigação nos
contratos de locação, por exemplo, onde o inquilino se obriga a restituir o imóvel ao locador
(art. 59 ao 66 da Lei nº 8245/91). Previsão dos art. 238 ao 242 do CC.
Se a coisa se perder sem culpa do devedor este não terá responsabilidade pela
coisa, sendo sua responsabilidade restrita à obrigação. Por exemplo os encargos de
aluguéis até o dia em que temporal arrancou a casa inteira, que estava sendo locada.
Relativamente aos melhoramentos, o devedor somente terá direito se houver
contribuído para isso, como a realização de reformas, o devedor terá direito à restituição
do valor, se estiver de boa-fé, de acordo com o disposto nos art. 1219 a 1222 do Código
Civil.
Da mesma forma ocorre em relação aos frutos, tendo o devedor direito se estiver
agindo de boa-fé, também de acordo com os citados dispositivos.
Fica excluída dessa regra, no entanto, a obrigação decorrente de comodato,
conforme dispõe o art. 584 do CC.
c) obrigação de contribuir: são as obrigações que impõem o dever de contribuição
por parte do devedor, como no caso do condomínio (art. 1315, 1334, I, 1336, I e §1º, todos
do CC); e da manutenção das despesas da família (art. 1568 e 1688 do CC).
Cada um, proporcionalmente à sua cota ou capacidade, deve contribuir para a
manutenção do condomínio ou das despesas familiares, respectivamente.
d) obrigação de solver dívida em dinheiro: são as obrigações que se estabelecem
pelo valor, ou seja, representam determinado valor para seu adimplemento.
É o caso do pagamento do aluguel; do preço do contrato de compra e venda; das
perdas e danos (quando do inadimplemento); e do pagamento dos juros (quando de mútuo
– empréstimo).
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Assim, a obrigação recai apenas e tão somente sobre a coisa objeto da contratação,
não sendo o credor obrigado a receber prestação diversa daquela que foi pactuada (art.
313 do CC).
Está prevista nos art. 233 à 237 do CC.
No caso da obrigação de dar coisa certa, a obrigação principal abrangerá os
acessórios desta, salvo se diversamente tiverem estipulado as partes (art. 233 do CC).
Como há a transferência de propriedade, até que a coisa deva ser entregue, os
frutos (percebidos) e melhoramentos pertencerão ao devedor, inclusive com direito à
aumento do preço ou resolução do negócio (art. 237).
Por exemplo: na compra e venda de uma plantação de maças, as maças que
maturarem até o dia da transferência da posse pertencerão ao devedor, e as verdes, que
maturarem após a data, pertencerão ao credor.
Ainda, se a coisa a ser entregue se perder antes de sua entrega, ou mesmo sofrer
deterioração, sem que o devedor tenha culpa no evento, a obrigação se resolverá, com a
devolução de valores pagos, ou então, poderá o credor receber a coisa com o respectivo
abatimento (art. 234 e 235 do CC).
Por outro lado, tendo o devedor culpa na perda ou deterioração da coisa, poderá o
credor exigir o seu equivalente, ou o desconto da deterioração, além de indenização por
perdas e danos (art. 236 do CC).
É o caso do devedor que se obrigou a entregar um terreno com a casa. Se o
devedor não efetuou a manutenção do imóvel, vindo este a desabar, responderá pelo valor
da casa também, além de eventuais perdas e danos que o não cumprimento da prestação
tenha causado (como a necessidade do credor pagar aluguéis de um outro imóvel até
construir novamente a casa).
A peça Liberdade, do famoso escultor Lúcio, foi vendida para a Galeria da Vinci
pela importância de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Ele se comprometeu a
entregar a obra dez dias após o recebimento da quantia estabelecida, que foi
paga à vista. A galeria organizou, então, uma grande exposição, na qual a
principal atração seria a escultura Liberdade. No dia ajustado, quando dirigia seu
carro para fazer a entrega, Lúcio avançou o sinal, colidiu com outro veículo, e a
obra foi completamente destruída. O anúncio pela galeria de que a peça não seria
mais exposta fez com que diversas pessoas exercessem o direito de restituição
dos valores pagos a título de ingresso.
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Resposta: B
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exatidão, o objeto da obrigação. Portanto, com a concentração, as disposições inerentes à
obrigação de dar coisa certa passam a incidir sobre a obrigação.
O ato de identificação do objeto exato da obrigação pode ocorrer a qualquer tempo
antes do adimplemento. Deve ser efetuado de maneira que o credor saiba da escolha, ou
seja, a concentração deve ser feita com a ciência de ambas as partes.
Na determinação do objeto, o Código Civil estabelece que a coisa não poderá ser
a de pior qualidade, mas o devedor não está obrigado a entregar a de melhor qualidade,
conforme art. 244.
Fato importante na obrigação de dar coisa incerta está na impossibilidade de
alegação, pelo devedor, antes da escolha, de perda ou deterioração da coisa como
fundamento para desobrigar-se da obrigação.
Exemplo: se o devedor está obrigado a entregar 10 sacas de café ao credor e, antes
de efetuada a escolha, por granizo, toda a lavoura e os estoques do galpão são danificados,
com perda total do produto, ainda assim persistirá a obrigação como se nada houvesse
ocorrido.
Por outro lado, caso a escolha já tenha sido feita, e o credor anuiu com a escolha,
estando as 10 sacas de café separadas já, dentro do galpão, que, com o granizo é
destruído, destruindo também o café, incidirão as disposições do art. 235 do CC.
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pelos vícios redibitórios (fazer); b) na empreitada, o empreiteiro se compromete a fornecer
a mão de obra (fazer) e fornecer os materiais (dar).
Obrigações de fazer
A obrigação de fazer é aquela que decorre da obrigação à determinada atitude. Ou
seja, é quando alguém se compromete a realizar determinada tarefa física (como o
empreiteiro que se obriga à pintura de um prédio), intelectual (como o escritor que se
compromete a escrever artigos para um jornal) ou um ato jurídico (como o vendedor que
se compromete a outorgar a escritura definitiva em contrato de compra e venda).
A obrigação de fazer não se confunde com obrigação de dar, haja vista que esta
demanda na entrega de algo, enquanto que a primeira se refere à atitude positiva que pode
ou não envolver uma entrega (pode ser a realização de determinada tarefa, por exemplo).
Podemos citar vários exemplos, como as obrigações de cunho contratual,
prestação de serviços, prestação de um fato, realização de obras, realização de obra
imaterial, obrigações decorrentes de lei ou da vida (dever de prestar alimentos e amparo).
Via de regra, as obrigações de fazer devem ser cumpridas pelo devedor, tal como
assumido em contrato, haja vista que é da essência da relação jurídica que essa fique
adstrita às partes envolvidas. Ou seja, em princípio, as obrigações de fazer seguem a
infungibilidade.
Da mesma forma que o devedor tem a obrigação de cumprir esta, em virtude da
pessoalidade, ao credor não é possível impor receber o cumprimento da prestação de
terceiro que não o devedor (art. 247, CC).
Eventual impossibilidade de cumprimento pessoal, quando infungível a obrigação,
se resolverá em perdas e danos, conforme estabelecido no art. 247 e 402 e ss. do CC/2002.
Relativamente à inadimplência obrigacional, temos duas soluções distintas:
segundo prescreve o art. 248 do Código Civil, tornando-se impossível a obrigação sem
culpa do devedor, resolve-se a obrigação.
Tendo o devedor colaborado para a inadimplência, este responderá não apenas
pelo que já recebera (tendo que devolver), mas também por perdas e danos que a
inadimplência tenha causado.
Importante lembrar que em se tratando de obrigação inadimplida no momento
oportuno, é possível buscar o cumprimento e, somente quando for impossível o
cumprimento, é que se converterá em perdas e danos.
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Outro aspecto importante quanto ao cumprimento das obrigações, está contido no
direito do consumidor, em especial no art. 35 da lei 8078/1990.
No caso de negativa em cumprir a obrigação, a simples mora autoriza, caso fungível
a obrigação, a busca de outra pessoa, de imediato, para executar a prestação às custas
do devedor, na forma do art. 249 do CC/02. Neste caso, o credor poderá buscar ainda
perdas e danos.
A ação para o cumprimento de obrigação de fazer é a execução, prevista no art.
815 e ss. do novo CPC. Para a execução, é fixado prazo para o devedor cumprir a
obrigação (art. 816 do novo CPC).
Não sendo cumprida pelo devedor, poderá requerer judicialmente a designação de
terceiro para cumprir a obrigação às custas do devedor – art. 819 do novo CPC. Poderá
ainda o próprio exeqüente realizar a prestação – art. 819 e 817 do novo CPC.
Após a realização da obrigação, efetuar-se-á a liquidação dos valores, podendo ser
executados como quantia certa. Tudo isso se processa nos próprios autos da execução.
No caso de obrigação infungível, somente é possível buscar o cumprimento contra
o próprio devedor. É possível buscar a fixação de astreintes (art. 536, § 1° do novo CPC),
mas, via de regra, converter-se-á em perdas e danos – art. 821 do novo CPC.
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R–C
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Novamente aqui, nas obrigações de não fazer, se aplica com propriedade a fixação
de astreintes, na forma do art. 536, § 1º do novo CPC.
Obrigações simples
Obrigações simples são aquelas que cuja prestação recai somente sobre uma coisa
ou sobre um ato, liberando-se o devedor quando cumprir essa obrigação.
Podemos dizer que uma obrigação é simples, também, quando não for cumulativa,
alternativa ou facultativa.
Temos como exemplo a obrigação para pagamento de um saco de cimento
comprado em uma loja de materiais de construção.
Obrigações alternativas
É a obrigação que contém dois ou mais objetos distintos, onde o devedor se libera
do vínculo obrigacional com o cumprimento de apenas um deles, mediante escolha sua,
do credor ou de terceiro.
Possui como características duas ou mais prestações para opção de serem
escolhidas e, com o adimplemento de uma, exonera-se o devedor das demais.
É o caso, por exemplo, da obrigação em que o devedor pode entregar uma carga
de maças ou uma motocicleta para o credor, sendo que a entrega de apenas uma delas o
exonera do encargo.
A escolha deverá ser feita até o momento do adimplemento, cabendo inicialmente
ao devedor este direito de escolha. Contudo, se as partes estipularem de forma diversa,
poderá o credor ou mesmo terceiro efetuar a escolha – art. 252 do CC.
Tão logo efetuada a escolha, esta gera obrigatoriedade e a obrigação se concentra
naquele objeto escolhido. A escolha é, além de obrigatória, irrevogável, salvo se forem
prestações periódicas, cuja opção ocorrerá à cada período 9art. 252, §2º do CC.
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O Código Civil, objetivando valorizar a boa-fé, veda que a obrigação seja comprida
parte com um dos objetos e parte com outro, haja vista que o direito de escolha demanda
na opção pela totalidade do objeto.
Há situações onde, com ou sem culpa do devedor, haverá o perecimento de uma
ou de todos os objetos de escolha, impossibilitando o cumprimento da obrigação.
a) quando a escolha couber ao devedor:
Se, sem culpa do devedor, uma das prestações não puder mais ser satisfeita, a
obrigação se concentra na outra obrigação, devendo esta ser cumprida pelo devedor – art.
253 do CC.
Se todas as prestações se tornarem inexeqüíveis, sem culpa do devedor, a
obrigação será extinta, resolvendo-se o contrato – art. 256 do CC.
No entanto, se, por culpa do devedor, as prestações se tornarem inexeqüíveis, o
devedor responderá pelo valor da última que se impossibilitou o cumprimento, bem como
será responsável por perdas e danos em favor do credor – art. 254 do CC.
b) quando a escolha couber ao credor:
Se a escolha couber ao credor e, sem culpa do devedor, uma das prestações
perecer, novamente a obrigação se concentra na prestação remanescente.
Quando, por culpa do devedor, uma das prestações se tornar inexeqüível, o
devedor será compelido ao cumprimento da prestação remanescente ou ao pagamento de
indenização pelo valor da outra e perdas e danos.
Caso, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornem impossíveis de
cumprimento, o credor poderá optar em exigir o valor de qualquer uma delas, bem como
indenização por perdas e danos – art. 255 do CC.
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d) Se, por culpa de Teresa, não se puder cumprir nenhuma das prestações,
não competindo a Carla a escolha, ficará aquela obrigada a pagar
somente os lucros cessantes.
Resposta: B
Obrigação facultativa
Obrigação facultativa é aquela cujo objeto, desde que permitida por lei ou pelo
acordo entre as partes, pode ser substituído por outro, de forma a facilitar o adimplemento
pelo devedor – artigo 643 do Código Civil Argentino
Não se trata de possibilidade de escolha, mas sim de substituição do objeto.
Não está prevista no ordenamento jurídico brasileiro, mas pode ser estipulada pelas
partes.
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Portanto, a responsabilidade, na obrigação divisível, é parcial, sendo que o
cumprimento parcial exonera o devedor que a cumpriu –art. 259 do CC.
Em caso de remissão ou prescrição da obrigação, esta se opera apenas em relação
ao devedor que se beneficiou – art. 204 do CC.
Em caso de inadimplemento de um dos devedores, será o credor que arcará com
o prejuízo, pois cada um dos devedores será responsável por sua cota parte apenas.
É a obrigação cuja prestação somente poderá ser cumprida por inteiro, que, em
virtude da natureza, ordem econômica ou razão determinante do negócio jurídico, não
comporta divisão – art. 257 do CC.
Podemos dizer que há indivisibilidade quando a prestação perder a sua essência
ou quando, em virtude da divisão, há perda da viabilidade econômica.
Dessa forma, a indivisibilidade pode ser:
a) física ou material: quando a prestação não pode ser dividida em virtude de suas
características particulares, como no caso da entrega de um cavalo de corrida famoso.
b) legal ou jurídica: se a prestação for indivisível por determinação legal, como no
caso da impossibilidade de divisão de imóvel rural inferior ao módulo rural (conforme lei nº
4504/64).
c) convencional ou contratual: quando a indivisibilidade da prestação é estabelecida
pelas partes. Por exemplo: contrato de conta corrente onde os créditos e débitos se fundem
num todo.
d) Judicial: ocorre quando a indivisibilidade é determinada judicialmente.
Na obrigação indivisível, a responsabilidade de qualquer dos devedores é pela
dívida toda – art. 259 do CC. Aquele que adimplir a dívida, tomará o lugar do credor,
podendo cobrar dos demais as respectivas cotas partes.
Em caso de pluralidade de devedores, podemos destacar outras características:
a) O credor não pode recusar pagamento por inteiro feito por um dos devedores
b) Nulidades estendem-se à todos;
c) Insolvência de um devedor não prejudica o credor, pois poderá demandar dos
demais o adimplemento da prestação indivisível.
Em caso de pluralidade de credores, o pagamento deverá ser feito à todos os
credores conjuntamente, ou então, à um ou uns, desde que possuam caução de ratificação
(autorização) dos demais credores – art. 260 do CC.
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Havendo insolvência, qualquer um dos credores poderá exigir o débito por inteiro,
porém deverá reportar-se aos demais após o adimplemento forçado.
Se apenas um dos credores se beneficiar da prestação, mesmo que com
autorização dos demais, este deverá compensar os outros, em dinheiro, por suas
respectivas partes – art. 261 do CC.
Em caso de remissão, transação, novação, compensação ou confusão da dívida
por parte de um dos credores, estes não produzirão efeitos perante o direito dos demais
credores, que excluirão a parte deste credor apenas – art. 262 do CC.
A indivisibilidade pode desaparecer por perda do motivo (como alteração de lei,
revogação de ordem judicial, etc.), regulando-se, a partir daí, pelas regras da divisibilidade.
Havendo inadimplemento e sendo impossível o cumprimento da prestação, esta se
resolverá em perdas e danos. Neste caso também ocorrerá a perda da indivisibilidade.
Quando o inadimplemento ocorrer por culpa de todos os devedores, todos
responderão, em partes iguais, pelas perdas e danos. No entanto, sendo apenas um deles
o culpado, apenas o culpado responderá pelas perdas e danos – art. 263 do CC.
Se as partes estipularam cláusula penal, todos os devedores, culpados ou não,
responderão pelo valor da cláusula penal estabelecida, de acordo com suas respectivas
cotas parte. Porém, somente poderá ser demandado o valor total da cláusula penal daquele
devedor que tiver culpa pelo inadimplemento.
Especificidades
Obrigação solidária é aquela em que, havendo multiplicidade de credores ou
devedores, ou de uns e outros, cada credor terá direito à totalidade da prestação, como se
fosse o único credor, ou cada devedor estará obrigado pelo débito todo, como se fosse o
único devedor. – Maria Helena Diniz.
A solidariedade implementa à obrigação uma garantia ao credor, de modo que
obriga à todos os devedores quanto à totalidade da prestação obrigacional.
A solidariedade adquire importância na medida em que representa elemento de
grande segurança nas transações, convenções ou contratos celebrados no mundo jurídico.
Há uma garantia bem maior quanto ao cumprimento das avenças e cláusulas, porquanto
aos credores abre-se a faculdade de demandar qualquer um dos obrigados. Os patrimônios
de todos os envolvidos ficam adstritos à garantia do cumprimento, até a sua satisfação
integral. Diluem-se os riscos de inadimplência dos compromissos, o que enseja o
incremento das relações econômicas. – Arnaldo Rizzardo.
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A obrigação solidária se caracteriza pela pluralidade de relações jurídicas que se
estabelecem entre credores e devedores, são as chamadas “relações externas”, onde cada
devedor será obrigado pela sua parte e dos demais devedores para com o credor ou
credores. De outro lado, existem “as relações internas”, isto é, entre os próprios credores
ou devedores. Aquele que demandou o recebimento da totalidade do crédito deve transferir
para os demais credores a parcela correspondente à sua quota. Do mesmo modo, ao que
pagou por inteiro a dívida, faculta-se que reclame, perante os demais obrigados, a
compensação da porção à parte que lhe cabia satisfazer. Não convindo voluntariamente
na reposição das quotas, reconhece-se o direito de agir regressivamente ao que pagou.
Importante lembrar que, na obrigação solidária, podemos ter: a) um credor e vários
devedores; b) vários credores e um devedor; e c) vários credores e vários devedores.
Como principais características da solidariedade, podemos apontar:
a) pluralidade de sujeitos ativos (credores) e/ou passivos (devedores), sendo
pois imprescindível a sua existência, haja vista que não há como cogitar de solidariedade
sem que haja dois ou mais sujeitos envolvidos na relação;
b) multiplicidade de vínculos, pois cada um dos devedores possui um vínculo
com cada um dos credores;
c) unidade de prestação, pois cada um dos devedores responde pela totalidade
da obrigação e cada credor possui o direito de exigir a totalidade da obrigação;
d) Co-responsabilidade ou responsabilidade comum dos interessados, na
medida em que todo o pagamento feito por um dos devedores extingue a obrigação,
enquanto que o recebimento por qualquer dos credores também põe termo ao vínculo
obrigacional.
Obs. Não confundir a solidariedade com a indivisibilidade. Existem alguns pontos
de semelhança, como a exigibilidade da obrigação inteira, ou não em partes, e a pluralidade
de credores ou devedores, mas, na solidariedade tem-se um direito em todo o crédito, ou
firma-se a obrigação sobre a dívida inteira. Já na indivisibilidade, a totalidade dos credores
coloca-se no papel de exigir por força da inviabilidade de partir-se a obrigação ou a coisa,
que se dividida tornar-se-ia imprestável ou sem utilidade. Na solidariedade se houver
pluralidade passiva qualquer devedor poderá pagar e na ativa, qualquer credor poderá
receber não necessitando apresentar nenhuma garantia de que irá repassar. Já na
indivisibilidade o credor tem que apresentar a caução de ratificação que garante aos
demais o direito à parte da prestação recebida.
Art. 260- se não tiver a caução ou pagar conjuntamente terá que pagar novamente.
– Indivisibilidade. “Quem paga mal, paga duas vezes”.
Art.264- não necessita pagar aos demais- solidariedade.
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Princípios da solidariedade
Como princípios norteadores da solidariedade, podemos elencar dois principais:
a) variabilidade do modo de ser da obrigação na solidariedade, pois a
solidariedade admite a estipulação com condição, prazo e local diferenciados entre os
credores ou devedores, sem que perca a sua essência. Circunstância essa que jamais
poderá agravar a situação dos demais – art. 278 do CC;
b) não presunção da solidariedade, pois, por ser encargo que agrava a situação
dos devedores, deve a solidariedade ser decorrente de lei ou decorrente da vontade
das partes, afastando-se a solidariedade presumida do ordenamento jurídico brasileiro –
art. 265 do CC.
Em caso de omissão legislativa ou falta de disposição expressa em contrato, não
poderá haver solidariedade.
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simplesmente ser cumpridas sem aguardar uma condição ou evento. Estabelecida a
obrigação nasce o direito em exigi-la ou a imposição de cumpri-la. Já na condicional, ou a
prazo (a termo), ou pagável em lugar diferente, aguarda-se que venha o fato ou a condição
determinante para o cumprimento, ou a ocorrência de determinado evento; ou espera-se
que ocorra a data prevista; ou é pagável em lugar diferente daquele que normalmente
deveria ser, sendo consignado onde se fará.
Por exemplo, estabelece-se que o empreiteiro é responsável (obrigação pura ou
simples), mas que, se não concluírem a obra (condição) também serão responsabilizados
o mestre-de-obras e os próprios subempreiteiros (obrigação condicional).
Solidariedade ativa (de credores)
Na solidariedade ativa, qualquer credor pode exigir a prestação por inteiro do
devedor ou dos devedores – art. 267 e 275 do CC. Da mesma forma, o pagamento pode
ser à qualquer credor.
Um exemplo clássico de solidariedade ativa está no contrato de depósito bancário
em conjunto ou conta corrente conjunta.
Este credor que receber a prestação dará quitação integral, ou seja, o pagamento
feito pelo devedor ao credor solidário o desonera da obrigação, mesmo sem autorização
dos demais credores. Este pagamento, porém, deve ser feito até que algum dos credores
demande judicialmente a prestação – art. 268 e 269 do CC.
Assim como qualquer credor pode receber a dívida por inteiro, poderá também
ajuizar medidas que visem assegurar o adimplemento da obrigação, além da própria
execução da prestação.
Vindo a falecer o credor solidário, e ficando pendente o crédito de pagamento,
transmite-se o direito que tinha o credor em sua integralidade para a herança. A herança
(herdeiros em conjunto ou único herdeiro) tem a legitimidade para exigir a totalidade do
credito. Havendo mais de um herdeiro, não pode cada herdeiro ser considerado titular do
crédito integral de seu pai ( na relação interna), sendo proprietário apenas da cota-parte
que lhes toca em quinhão, e, com muito maior razão, não o poderá ser do crédito total (na
relação externa) . Ou seja, os herdeiros não se revestem dos mesmos direitos assegurados
ao credor originário. Não se estendem a eles as prerrogativas de receber a totalidade do
crédito. Art. 270 CC.
Quando houver compensação, transação, remissão e novação da dívida por
qualquer um dos credores solidários, estas emitem seus efeitos para todas as relações,
aproveitando-se à todos os demais devedores.
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Se, por exemplo, um dos credores perdoa a dívida do devedor, o devedor estará
completamente exonerado da obrigação, sendo que este credor responderá perante os
demais credores – art. 272 do CC.
A constituição em mora de um credor prejudicará os demais, considerando-se todos
em mora perante o devedor, e vice-versa.
Convertendo-se a prestação em perdas e danos, a solidariedade permanecerá
inalterada.
As exceções pessoais que o devedor tiver com um dos credores não se estendem
aos demais credores. Mesmo que um dos credores tenha uma obrigação pessoal para com
o devedor, ou que este possua um crédito, não cabe abatimento ou compensação da
dívida. Art. 273 CC.
Todavia, se um dos credores move a ação própria, para a satisfação de seu crédito,
e vindo alegada alguma defesa ou exceção pessoal, como a compensação, ou a
ilegitimidade do credor para receber o crédito, a decisão favorável ao devedor não atinge
os demais credores, que estão habilitados a promover o cumprimento da obrigação. O
julgamento favorável, ao credor, contra o devedor, aproveita os demais credores, a menos
que se funde em exceção pessoal própria do credor, como um crédito que o devedor alega
possuir, e que a decisão judicial não o reconhece. – Art. 274 CC
EXAME 2015.2
38ª Questão:
Gilvan (devedor) contrai empréstimo com Haroldo (credor) para o pagamento com
juros do valor do mútuo no montante de R$10.000,00. Para facilitar a percepção
do crédito, a parte do polo ativo obrigacional ainda facultou, no instrumento
contratual firmado, o pagamento do montante no termo avençado ou a entrega do
único cavalo da raça manga larga marchador da fazenda, conforme escolha a ser
feita pelo devedor.
Resposta - A
Solidariedade passiva
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Na solidariedade passiva, temos pluralidade de devedores que, juntos ou
individualmente, respondem pela integralidade da prestação. Podemos destacar os
principais aspectos da solidariedade passiva:
O credor poderá escolher entre os devedores, um ou todos, para o cumprimento da
obrigação; podendo exigir o adimplemento total ou parcial de qualquer obrigado;
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Em caso de novação feita pelo devedor com apenas um dos devedores, sem a
anuência dos demais, apenas este será responsável pela obrigação a partir de então,
estando os demais devedores exonerados do encargo – art. 365 do CC.
Da mesma forma, se ocorrer transação em relação à integralidade, apenas entre
um devedor e o credor, extingue-se a obrigação perante os demais devedores – art. 844,
§3º do CC.
Em caso de cessão de crédito, esta somente terá validade se todos os devedores
forem notificados (assunto que será estudado nas próximas aulas).
Quando apenas um dos devedores pagar a dívida, terá direito de buscar dos demais
a quota equivalente de cada um deles, sub-rogando-se no direito do credor em relação à
quota parte dos demais – art. 283 do CC.
Se, dentre os devedores, houver um insolvente, os demais devedores, inclusive
aqueles exonerados da solidariedade pelo credor, farão o rateio da parte do devedor
insolvente – art. 284 do CC.
Ocorrendo o inadimplemento, todos os devedores responderão pelos juros da mora.
Porém o culpado responderá perante os demais devedores pelos encargos acrescidos à
prestação – art. 280 do CC.
Se a prestação se tornar impossível, por culpa de apenas um, todos responderão
pelo valor equivalente a prestação. Apenas o devedor culpado responderá pelas perdas e
danos – art. 279 do CC.
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Resposta: C
RESPOSTA: B
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Conceito de cessão
Segundo Maria Helena Diniz, cessão “é a transferência negocial, a título gratuito ou
oneroso, de um dever, de uma ação ou de um complexo de direitos, deveres e bens, com
conteúdo predominantemente obrigatório, de modo que o adquirente (cessionário) exerça
posição jurídica idêntica à do antecessor (cedente).”
De maneira sintética podemos dizer que cessão, no direito das obrigações, é a
transferência da obrigação, pelo credor, pelo devedor, ou mesmo de ambos, sendo que o
cessionário passa a figurar na mesma condição do cedente, frente a relação jurídica objeto
de cessão.
Como referido no conceito de Maria Helena Diniz, pode ser gratuita ou onerosa,
bem como pode ser de qualquer das partes envolvidas na obrigação.
Assim, temos cessão de crédito (feita pelo credor); cessão de débito (feita pelo
devedor), que também é chamada de assunção de dívida; e cessão de contrato (ou de
crédito e débito), em que a relação jurídica estabelece crédito e débito para ambas as
partes.
Cessão de crédito
Cessão de crédito é a transferência de um crédito, no todo ou em parte, pelo credor
(cedente) à um cessionário que passa a figurar como credor, sendo portanto um negócio
jurídico bilateral, gratuito ou oneroso, independentemente de consentimento do devedor,
com todos os acessórios e garantias, sem que se opere a extinção do vínculo contratual.
Gratuita é a cessão feita independente de pagamento pelo novo credor ao credor
originário. Onerosa é quando esse crédito é repassado com algum ônus para o novo
credor.
É total quando engloba a totalidade do crédito (totalidade do valor de uma nota
promissória, por exemplo), e parcial quando a cessão é feita de apenas parte do crédito
existente.
A cessão não é fator de novação, pois a novação extingue a relação jurídica
anterior, ao passo que na cessão há uma alteração de figura subjetiva, sem alterar o
negócio em si.
Não há necessidade de consentimento do devedor. No entanto, há necessidade de
notificação do devedor sobre a cessão, de modo a cientificar-lhe a existência de novo
destinatário do recebimento da prestação.
Se não ocorrer a notificação, e o devedor pagar ao credor originário, o pagamento
será considerado válido, pois, como o devedor desconhecia a transferência da obrigação,
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pagou àquele para com quem inicialmente se comprometera. O novo credor deverá buscar
do credor originário a satisfação do crédito.
No entanto, tendo sido notificado, o devedor deverá pagar ao novo credor, sob pena
de ter que pagar duas vezes a prestação.
Em caso de dúvidas, terá à disposição a ação de consignação em pagamento,
depositando o valor e livrando-se de eventuais encargos por pagamento indevido.
O cedente se responsabiliza, perante o cessionário, pela existência do crédito.
Poderá se responsabilizar também pela existência do débito (o que deve ser expresso),
salvo se a cessão decorrer de lei.
Ao cessionário caberão todos os direitos que o credor originário possuía, inclusive
acessórios, garantias, vantagens e ônus. Em caso de insolvência do devedor, arcará com
o prejuízo (salvo em caso de estipulação expressa de responsabilidade).
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EXAME 2013.3 38ª Questão:
R–B
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Pode ocorrer a cessão de débito por:
a) expromissão: decorre de acordo entre credor e terceiro, podendo ser liberatória
(liberando o devedor primitivo) ou cumulativa (o novo devedor passa a responder pela
obrigação conjuntamente com o devedor anterior);
b) delegação: decorre de acordo entre devedor e terceiro, podendo ser privativa
(exonera totalmente o devedor) ou simples (responsabilidade subsidiária do devedor
originário).
Cessão de contrato
Cessão de contrato é a transferência dos direitos e deveres decorrentes de um
contrato firmado por duas ou mais partes.
É assim chamada por que, via de regra, em um contrato, ambas as partes assumem
a posição de credor e devedor.
Cite-se, por exemplo, o contrato de construção de uma casa, onde o contratante se
compromete a pagar o valor (posição de devedor) em troca do comprimento da prestação
de construção da casa (posição de credor). O construtor se compromete a construir
(posição de devedor), em troca do cumprimento da obrigação pelo contratante de
pagamento do valor (posição de credor).
A cessão de contrato se rege pela forma estabelecida nas cessões de crédito e
débito, antes referidas, no que for aplicável cada uma.
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R–A
Pagamento
Pagamento é o meio direto de extinção das obrigações, onde o devedor efetua a
entrega da prestação obrigacional exata no tempo, lugar e forma convencionados.
Para que ocorra o pagamento (concepção stricto sensu), deve haver: vontade de
adimplir a prestação (animus solvendi), presença de quem paga (solvens) e de quem
recebe (accipiens), vínculo obrigacional e satisfação exata da obrigação.
O tempo do pagamento se refere à data fixada para o adimplemento da obrigação.
Via de regra, a obrigação deverá ser satisfeita no prazo estabelecido, nem antes e
nem depois. Há circunstâncias, como no código de defesa do consumidor (lei nº 8078) que
estabelecem o benefício do devedor pagar antes o valor, com o direito ao abatimento de
juros relativos ao período antecipado.
Da mesma forma, por conveniência do devedor, poderá ser feito o pagamento
antecipadamente (art. 133 do CC).
Não havendo estipulação de prazo para vencimento da obrigação, o art. 331 do CC
permite ao credor exigi-la de imediato. Se for obrigação que depende de condição, será
exigível a partir da chegada ou ocorrência da condição.
Lugar do pagamento
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Quanto ao lugar do pagamento, trata-se da designação do local em que deve ser
satisfeita a obrigação. Via de regra, não havendo estipulação expressa, entende-se que a
obrigação deve ser satisfeita no domicílio do devedor (dívida quérable).
Havendo estipulação das partes, poderá ser designado o endereço do credor para
a satisfação da obrigação. Geralmente consta o local do cumprimento da obrigação no
título, o que deverá servir de base para o cumprimento.
Se os pagamentos de prestações periódicas ocorrerem em local diverso do
estabelecido pelo contrato, entende-se que o credor renunciou ao local previsto, passando
a ser considerado o novo local para adimplemento.
Prova do pagamento
No que se refere à prova do pagamento, trata-se esta da quitação propriamente
dita (recibo). Este documento estabelece a data, local e forma do cumprimento da
obrigação, sendo o comprovante de que a prestação fora satisfeita.
A quitação é um direito do devedor e uma obrigação do credor, razão pela qual é
lícito ao devedor reter o pagamento em caso de negativa de fornecimento da quitação.
Há situações de presunção de pagamento, estabelecidas pelos artigos 322, 323 e
324 do CC.
Quando do pagamento, havendo negativa de quitação, terá o devedor, ao seu
dispor, a consignação em pagamento para satisfazer a obrigação e evitar os encargos
decorrentes de eventual mora.
O objeto do pagamento deverá ser a prestação exata estabelecida pelas partes no
negócio jurídico. Se o objeto do pagamento não atender à esse requisito, o credor não é
obrigado a aceitar o adimplemento.
No entanto, se receber parte do valor, é seu ônus emitir recibo de quitação da parte
que fora adimplida.
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Ver art. 876 à 883 do CC.
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Não sendo aceito o valor da consignação extrajudicial, ou mesmo de forma
imediata, é possível a consignação judicial da prestação.
Tendo sido efetuado o depósito extrajudicial, o comprovante de depósito será a
prova já da consignação, determinando-se de imediato a citação do demandado.
Se o procedimento judicial é a primeira opção, o juiz despachará a inicial, fixando
data para depósito (5 dias). Efetuado o depósito da prestação, será determinada a citação.
O demandado poderá aceitar o valor e levantar o depósito, ou então, contestar a
ação, argüindo: prestação incompleta, prestação vencida; inexistência de negativa de
recebimento; inexistência de dúvida quanto ao credor.
Julgada procedente a ação, esta exonera o devedor dos encargos da mora, como
juros, correção, multa e eventual responsabilidade por perda ou deterioração do objeto,
passando os riscos para o credor. Ainda libera as garantias, impõe ao credor a obrigação
de ressarcir despesas e danos causados por sua recusa, tais como custas e honorários
advocatícios.
No caso de improcedência, o devedor será considerado em mora ainda, arcando
com as despesas processuais, além dos efeitos da mora (encargos e riscos).
Necessário referir ainda que, em se tratando de obrigação a ser satisfeita no
domicílio do devedor, é do credor o ônus de comprovar que tentou receber o crédito e que
a prestação, portanto, não teria sido adimplida (obrigação quérable). Contudo, sendo
obrigação portable (paga no domicílio do credor), é do devedor o encargo de provar que
tentou adimplir a obrigação e que houve recusa do credor.
EXAME 2014.2 38ª Questão:
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Resposta: C
Tal previsão envolve tanto a consignação extra judicial (art. 539 do novo
CPC) como a consignação judicial (art. 539 ao 549 do novo CPC).
A se destacar, a consignação extra judicial é possível apenas para
obrigações financeiras, eis que o depósito deve ser realizado em conta corrente,
preferencialmente junto a banco oficial.
Por outro lado, a consignação judicial comporta o cumprimento de qualquer
espécie de obrigação e, quando impossível o depósito físico do bem da vida, o
mesmo pode ser colocado à disposição do juízo, satisfazendo-se, assim, a
obrigação do devedor.
19. SUB-ROGAÇÃO
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No entanto, sendo sub-rogação legal, a limitação está na própria prestação
cumprida, devendo ser o exato valor que fora pago ao credor (art. 250 do CC).
Pode ocorrer tanto em decorrência da lei, conforme artigos 346, I, II e III CC; art. 40
Dec. 2.044/1908, bem como pode ser convencional (acordo entre as partes), tanto entre
credor e terceiro, como entre devedor e terceiro. Sendo sub-rogação por pagamento feito
por terceiro, aplicam-se as
Via de regra, a sub-rogação legal é aquela em que um terceiro interessado paga a
dívida do devedor originário. Por outro lado, na sub-rogação convencional, um terceiro não
interessado assume o débito do devedor, seja pagando, seja emprestando-lhe o valor
correspondente.
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Cite-se como exemplo a utilização de um veículo para quitar a dívida de uma nota
promissória (cuja prestação inicial era o pagamento do valor em dinheiro).
A dação em pagamento necessita da concordância do credor, pois este não é
obrigado a receber prestação diversa daquela recebida. Sendo firmada, extingue parte ou
a totalidade do negócio jurídico.
22. NOVAÇÃO
Novação é o ato negocial realizado pelas partes que, sem que se efetue o
pagamento da integralidade da obrigação, há a extinção da relação jurídica anterior (do
negócio primário), criando um novo vínculo jurídico entre as partes.
Mesmo que a obrigação originária não tenha sido satisfeita, extinguirão todos os
seus efeitos, passando a ter validade apenas os novos termos fixados.
Assim, de maneira sintética, podemos dizer que é a relação jurídica – negócio
jurídico, que substitui um outro negócio jurídico, traçando novos parâmetros de
contratação.
Para que ocorra a novação é necessário que exista uma obrigação anterior (art.
367 do CC), haja intenção de novar (art. 361 do CC), se crie uma nova relação jurídica, em
substituição ao negócio anterior, tendo ainda um novo elemento.
A novação pode substituir ou alterar a obrigação, ou então, substituir uma das
partes – art. 360, I, II e III, e art. 362 do CC.
Efeitos da novação.
Como efeitos da novação, há a extinção do débito anterior; cessação de juros,
correção, multa, etc; extinção das garantias, fianças e acessórios – art. 837, 365 e 366;
desaparecimento da mora; exoneração do devedor e fiador que não anuir à novação;
insolvência na nova obrigação não prejudica a novação; impossibilidade de discussão do
débito anterior; perda, pelo devedor, das exceções que poderia levantar no vínculo jurídico
anterior.
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Quanto ao último item, há exceções à essa regra quando verificada a incidência de
nulidade que fulmine tanto a novação como a relação jurídica anterior, como no caso de
contratos bancários:
Súmula n° 286 do STJ: A renegociação de contrato bancário ou a confissão da
dívida não impede a possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos
anteriores.
23. COMPENSAÇÃO
Requisitos à compensação.
Na compensação legal, para que seja operada, são necessários alguns requisitos:
as dívidas devem ser líquidas e vencidas (exigíveis, portanto); não poderá ser oriunda de
alimentos, depósito, comodato ou coisa impenhorável (art. 373 do CC); poderá haver
renúncia prévia de uma das partes (renúncia ao direito de compensação); ou falta de
estipulação quando for necessário (art. 375 do CC); compensação das despesas de
pagamento, quando houverem (art. 378 do CC); aplicação da imputação de pagamento
(art. 379 do CC); e deverá ser garantido direito de terceiro (art. 380 do CC).
As partes podem estipular renúncia à compensação, o que impediria a
compensação judicial, porém não a convencional.
Não poderá impor-se a compensação de créditos de terceiros, ou seja, a
compensação deve se operar entre credor e devedor recíprocos (isso na compensação
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legal), salvo o fiador, que também poderá buscar a compensação, haja vista que é obrigado
ao adimplemento da prestação (art. 371 do CC).
24. CONFUSÃO
Confusão é a situação jurídica onde uma pessoa passa a figurar como credora e
devedora de si própria, extinguindo-se automaticamente os débitos/créditos.
Temos como exemplo a situação do filho, que deve para o pai, e esse vem a falecer,
tendo portanto o filho créditos decorrentes da sucessão. Ao mesmo tempo em que deve
para o espólio, receberá parte desse (inclusive o seu próprio débito).
A confusão pode ocorrer em relação à totalidade da prestação (total ou própria) ou
apenas em relação à parte da obrigação (parcial ou imprópria).
Em caso de mais de um credor ou devedor, configurando-se a confusão em relação
à um deles, a extinção da obrigação ocorre em relação apenas à sua parte no
crédito/débito, permanecendo a obrigação em relação aos demais (art. 383 do CC).
A confusão extingue a obrigação, bem como todos os respectivos acessórios, como
as garantias.
Se por ventura for declarada ineficaz, restabelece-se a obrigação anterior em todos
os seus termos.
25. REMISSÃO
26. TRANSAÇÃO.
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28. MORA
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Mora é a falta de pagamento culposa da prestação obrigacional, bem como a recusa
injustificada em receber a prestação, impondo ao credor ou devedor (o que estiver em
mora) efeitos e encargos.
Ocorrerá a mora do devedor quando este deixar de cumprir a obrigação no tempo,
lugar e forma pactuados. É a mora solvendi.
Mora do devedor
No caso do devedor, poderemos ter mora ex re, que é aquela que decorre da
inexecução no tempo pactuado, incidindo de imediato sobre a obrigação. Na mora ex
persona, não há um tempo fixado, sendo necessária a notificação judicial ou extrajudicial
para constituição do devedor em mora (art. 397, caput e § único do CC).
Mesmo que se seja possível o adimplemento, também haverá, além dos encargos
da mora, a responsabilidade por perdas e danos causados em decorrência do
inadimplemento da obrigação pelo devedor.
Ou seja, o devedor, que não cumpriu a obrigação, podendo ainda cumpri-la (como
no caso do pagamento de valor – em dinheiro), poderá cumpri-la, pagando ao credor a
obrigação, juros, correção monetária, despesas eventuais, e eventuais perdas e danos que
seu atraso ocasionou (art. 395 do CC).
Não cumprida a obrigação, mas sendo possível cumpri-la ainda, o credor poderá
exigir a mesma, bem como os respectivos acréscimos.
Se o objeto da prestação se perder, mesmo que por caso fortuito ou força maior,
após o termo, ou seja, estando o devedor em situação de mora ou inadimplência, o devedor
será responsabilizado pela perda, respondendo, portanto, pelo principal e acréscimos.
Em caso de ato ilícito, a mora e seus efeitos, incidem desde a data do ilícito – art.
398 do CC.
Mora do credor
Mora do credor, também chamada de mora accipiendi, é aquela que decorre na
recusa injustificada do credor em receber a prestação no tempo, lugar e forma
convencionados pelas partes.
É necessário, para ocorrer, que a dívida já tenha alcançado o seu termo, tenha
oferta real do devedor e a recusa seja injustificada.
Se o credor nega-se em receber a prestação, ou mesmo a dar a quitação, estará
se colocando em situação de mora, autorizando o devedor a ajuizar consignação em
pagamento.
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A mora do credor libera o devedor da responsabilidade sobre o objeto da prestação;
impõe ao credor a obrigação de ressarcir ao devedor as despesas que teve para a
conservação da coisa; obriga o credor a receber a coisa pelo mais alto valor (se houver
alterações entre o termo e data do efetivo pagamento).
Mora recíproca
Mora recíproca, ou mora de ambos os contratantes, ocorre quando ambos
encontram-se em mora, pelo inadimplemento ou recusa em receber, em relação à
obrigação.
Em virtude da reciprocidade, as moras se anulam, retornando o negócio ao status
quo, como se a mora não tivesse ocorrido.
Purgação da mora
Quando o inadimplemento for relativo, ou seja, quando ainda for possível o
adimplemento da obrigação, mesmo com o atraso, poderá a parte que estiver em mora
purgá-la.
Se for o devedor que estiver em mora, este purgará a mora cumprindo a obrigação
acrescida dos encargos da mora e de eventuais prejuízos que tenham incidido em
decorrência da mora (art. 401, I do CC).
Se a mora for do credor, poderá este receber a prestação, no estado em que se
encontra, descontados valores relativos à despesas e encargos decorrentes da mora.
Cessação da mora
A mora terá sua cessação com a extinção da obrigação, ou então, em decorrência
de qualquer ato extintivo de efeitos pretéritos e futuros (como novação, renúncia, remissão,
dação em pagamento, etc.).
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termo da obrigação não cumprida, ou então, da constituição em mora do credor ou do
devedor.
Lembre-se que a mora pode ser ex re ou ex persona.
Os juros moratórios podem ser convencionais (estabelecidos pelas partes), bem
como legais (estabelecidos pelo art. 406 do CC).
Joana deu seu carro a Lúcia, em comodato, pelo prazo de 5 dias, findo o
qual Lúcia não devolveu o veículo. Dois dias depois, forte tempestade
danificou a lanterna e o parachoque dianteiro do carro de Joana.
Inconformada com o ocorrido, Joana exigiu que Lúcia a indenizasse pelos
danos causados ao veículo.
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R–C
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Não havia, no contrato, qualquer outra cláusula que se referisse ao
inadimplemento ou suas consequências. No dia 20/02/2015, José Antônio
telefona para Carlos Pacheco e lhe comunica que não vai cumprir o
avençado, pois celebrou com outro escritório de advocacia contrato por
valor superior, a lhe render maiores lucros.
R–A
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Questão 38. Marcos vendeu para Francisco, por instrumento
particular, um quadro que pintara anos antes, pelo valor de três mil reais. No
momento da celebração do contrato, Francisco entregou a Marcos, a título
de arras penitenciais, quinhentos reais. No contrato constou que Marcos
entregaria a obra na casa do comprador 30 dias depois da celebração da
avença. Todavia, 10 dias antes da data ajustada para a entrega, Francisco
telefonou para Marcos e comunicou que desistira do negócio. Sobre os fatos
narrados, assinale a afirmativa correta.
A) Francisco exerceu seu direito potestativo de desfazer a avença, e
por isso perderá em favor de Marcos o sinal pago quando da celebração do
contrato.
B) Francisco cometeu um ilícito contratual, pelo que Marcos poderá
reter o sinal dado pelo comprador no momento da celebração da avença.
C) Marcos poderá pleitear indenização por perdas e danos se provar
que seu prejuízo com o desfazimento do negócio foi superior aos R$ 500,00
pagos a título de sinal.
D) As arras penitenciais reforçam o vínculo contratual e impedem o
desfazimento do negócio, pelo que Marcos poderá pleitear a execução
específica do contrato.
RESPOSTA: A
1. CONCEITO DE CONTRATO
Tem-se por contrato todo e qualquer ajuste entre duas ou mais pessoas,
destinado a transigir, adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de cunho
patrimonial.
Percebe-se claramente que contrato poder ser tido como o elemento de
formalização de vínculos obrigacionais, compartilhando, assim, de seus requisitos
basilares, em especial quanto aos requisitos de validade do negócio jurídico.
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O contrato, contudo, pode ser verbal, em escrito particular, por escritura
pública, solene ou por documentos equivalentes, de acordo com as disposições
para cada espécie.
A regra é que, quando a lei exigir formalidade, tal deve ser cumprida, sob
pena de ineficácia ou invalidade do negócio, como ocorre, por exemplo, quanto à
necessidade de escritura pública para transmissão de bem imóvel no valor acima
de 30 salários mínimos (art. 108 do CC).
8
‘cumpra-se o que fora pactuado’, em tradução livre.
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formação, execução e resolução, o qual será interpretado de acordo com esses
ditames para adequada execução.
Necessário lembrar que o código civil de 1916 era lastreado na boa fé
subjetiva, a qual, contudo, pela condição subjetiva, não permitia adequada
aplicação. Assim, o CC de 2002 evoluiu para firmar a aplicação da boa-fé a partir
da interpretação equânime e equilibrada das cláusulas contratuais.
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Já os solenes são aqueles que dependem de cumprimento de prescrição
legal quanto á forma ou procedimento.
São, por fim, reais, os contratos que se perfectibilizam com a entrega da
coisa.
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Contudo, o credor, em caso de inadimplemento, poderá exigir o cumprimento
do contrato.
Vícios redibitórios
São falhas ou defeitos ocultos existentes na coisa alienada, objeto de
contrato, não comuns as congêneres, que a tornam imprópria ao uso, a que se
destina, ou lhe diminuem sensivelmente o valor, de tal modo que o ato negocial não
se realizaria se esses defeitos fossem conhecidos, dando ao adquirente ação para
redibir o contrato ou para obter abatimento do preço – art.
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Evicção
É a perda da coisa, por incidência de direito de terceiro, fundada em motivo
jurídico anterior, que confere à outrem, seu verdadeiro dono, e o reconhecimento
em juízo da existência de ônus sobre a mesma coisa, não denunciado
oportunamente no contrato. Ex. Penhor, penhora, etc.
Adimplemento contratual
Corresponde ao cumprimento do contrato nos termos entabulados –
cumprimento no tempo, lugar e forma convencionados.
Gera a extinção do contrato, como ato jurídico perfeito e acabado.
Resolução contratual
Tem-se por resolução contratual a extinção do contrato em razão de seu
inadimplemento total ou parcial, bem como por desinteresse ou vícios constatados
no decorrer de sua execução.
Resilição bilateral
Extinção do contrato por força de ajuste entre as partes contratantes, pondo
fim ao vínculo de modo consensual – art. 472 do CC.
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Resilição unilateral
Decisão e ação de extinção do contrato, por uma das partes contratantes,
dentro de possibilidade jurídica prevista no contrato ou na lei – art. 473 do CC.
Rescisão contratual
Situação de reconhecimento de nulidade ou anulabilidade que retira a
validade do contrato, ou seja, o retira do mundo jurídico. Ocorre, por exemplo, no
caso de descumprimento dos requisitos do art. 104 do CC.
RESPOSTA: B
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1. CONTRATO DE COMPRA E VENDA
9
Silvio Rodrigues, Direito Civil.
82
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separação final dos aquestos) – art. 1647 e 1656 do CC; compra e venda entre
cônjuges – art. 499, 1659 e 1668 do CC; venda entre ascendentes e descendentes
sem anuência dos demais irmãos e cônjuge – art. 496 CC (compra e venda
anulável); impossibilitados por ofício – art. 497 do CC; venda de parte indivisa pelo
condômino – art. 504 do CC.
A celebração da compra e venda gera:
a) o dever de entrega do bem;
b) obrigação de pagamento do preço;
c) satisfação de garantia estabelecida (real ou fidejussória);
d) responsabilidade pelos riscos até tradição (devedor) e após (credor);
e) direito aos cômodos da tradição (frutos e acréscimos para devedor até
tradição);
f) responsabilidade do devedor por evicção ou vícios redibitórios;
g) direito de resolução do contrato na compra e venda a contento, não
cumprido o ofertado;
h) complementação de área na venda ad mensuram10.
39ª Questão:
10
Venda realizada por quantia ou medida certa – aplica-se na compra e venda de imóveis, onde a aquisição
de área em quantidade (pela ‘mensuração’).
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R-D
39ª Questão:
84
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R- B
85
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Em caso de inadimplemento, pode optar entre retomar o bem (com a
devolução do saldo após desconto de multa, encargos e despesas) ou indicar o
bem à penhora para satisfação do crédito – art. 526 e 527 do CC.
Os riscos da coisa correm á conta do comprador – art. 524 do CC.
42ª Questão:
Donato, psiquiatra de renome, era dono de uma extensa e variada biblioteca, com
obras de sua área profissional, importadas e raras. Com sua morte, seus três
filhos, Hugo, José e Luiz resolvem alienar a biblioteca à Universidade do Estado,
localizada na mesma cidade em que o falecido residia.
Como Hugo vivia no exterior e José em outro estado, ambos incumbiram Luiz de
fazer a entrega no prazo avençado. Luiz, porém, mais preocupado com seus
próprios negócios, esqueceu-se de entregar a biblioteca à Universidade, que,
diante da mora, notificou José para exigir-lhe o cumprimento integral em 48 horas,
sob pena de resolução do contrato em perdas e danos.
b) Não tendo sido ajustada solidariedade, José não está obrigado a entregar
todos os livros, respondendo, apenas, pela sua cota parte.
86
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R–A
43ª Questão:
R–D
87
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2. TROCA OU PERMUTA
3. CONTRATO ESTIMATÓRIO
39ª Questão:
88
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R-b
4. DOAÇÃO
A doação poderá ser revogada por ingratidão (art. 557 CC) do donatário ou
por inexecução do encargo (art. 553 e 562 CC):
89
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III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que
este necessitava.
5. LOCAÇÃO DE COISAS
90
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distrato; morte do locatário sem sucessores; resilição unilateral; falência ou
recuperação judicial (ver art. 119, III da lei de falências).
6. EMPRÉSTIMO
Contrato onde uma das partes recebe, a título gratuito ou oneroso, bem
fungível (mútuo) ou infungível (comodato), com o compromisso de sua restituição
findo o prazo estipulado.
Tratando-se de comodato, a coisa tal qual fora entregue deve ser restituída
– art. 582 CC. Prazo pode ser determinado ou indeterminado. Despesas de
conservação da coisa sob responsabilidade do comodatário – art. 584.
Tratando-se de mútuo, a restituição é pelo mesmo gênero, qualidade e
quantidade do que se emprestou – art. 586 do CC. Sendo destinado à fins
econômicos, presume-se o pagamento de juros (art. 406 CC). Pode ser por prazo
determinado ou indeterminado (caso em que a lei estipula prazo – art. 592 do CC).
7. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
8. EMPREITADA
91
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92
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B) Tiago não terá que arcar com o adicional de R$ 10.000,00, porém
a empreiteira não está mais obrigada a terminar a obra, tendo em vista a
ocorrência de um fato fortuito ou de força maior.
C) Tiago terá que arcar com o adicional de R$ 10.000,00, tendo em
vista que a destruição do material não foi causada por um fato fortuito ou de
força maior.
D) Tiago terá que arcar com o adicional de R$ 10.000,00 e a
empreiteira não está mais obrigada a terminar a obra, ante a ocorrência de
um caso fortuito ou de força maior.
Resposta: A
9. DEPÓSITO
10. MANDATO
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Contrato pelo qual o mandatário assume a responsabilidade de realizar certo
negócio, praticar atos de administração ou administração interesses, em favor do
mandante. É bilateral, podendo ser gratuito ou oneroso. Art. 653 CC.
Pode ser verbal, tácito ou expresso, por escrito público ou particular – art.
655 e 656 CC. Possui intrínseca a estipulação de poderes gerais, demandando
previsão expressa de poderes especiais.
Possui como característica a revogabilidade (salvo na procuração com
cláusula de irrevogabilidade ou em causa própria, ou seja, em favor do mandatário)
– art. 684 e 685 CC.
Atos praticados pelo mandatário são sob responsabilidade do mandante,
porém com reserva de eventual direito de regresso – art. 667 CC. Há direitos e
obrigações recíprocos – art. 667 e 675 CC.
Extinção ocorre por revogação, renúncia, morte ou interdição, término do
prazo, conclusão do negócio ou mudança de estado com impossibilidade de
confirmação ou exercício de poderes – art. 682 CC.
Mandato judicial – procuração outorgada à advogado – regido pelo CPC –
art. 692 CC.
Estudar o mandato conferido ao advogado, em especial quanto aos
poderes e limites previstos no CPC e no Estatuto da OAB.
11. COMISSÃO
94
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13. CORRETAGEM
41ª Questão:
95
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a) Marina marca uma reunião entre o vendedor e Mônica, mas o negócio não
se realiza por arrependimento das partes. Sem pagar a comissão, Mônica
dispensa Marina, que reclama seu pagamento, explicando que conseguiu
o negócio e que não importa se não ocorreu a compra da sala.
Resposta: A
14. TRANSPORTE
15. SEGURO
96
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97
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18. FIANÇA
98
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39ª Questão:
d) Luciana não poderá se exonerar, quando lhe convier,da fiança que tiver
assinado, ficando obrigada por todos os efeitos da fiança até a extinção do
contrato de fornecimento de bebidas.
R–B
19. COMPROMISSO
99
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São manifestações unilaterais que, a partir da anuência de outra parte, ou
mediante cumprimento de ato ou ação, perfectibiliza vínculo obrigacional. São
estes:
Resposta: C
38ª Questão:
R–D
101
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1. CONCEITO
Pressupostos
43ª Questão:
R-C
2. CULPA
103
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Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que,
ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
EXAME 2014.3
38ª Questão:
Diante disso, à luz das normas que disciplinam a responsabilidade civil, assinale a
afirmativa correta.
104
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R–C
3. RESPONSABILIDADE OBJETIVA
4. DANO
105
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106
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que os denuncia ao chefe. Ofendido, Adilson ajuíza ação indenizatória
por danos morais em face de Tomás e Vinícius.
A respeito do caso narrado, assinale a afirmativa correta.
A) Tomás e Vinícius são corresponsáveis pelo dano moral
sofrido por Adilson e devem responder solidariamente pelo dever de
indenizar.
B) Tomás e Vinícius devem responder pelo dano moral sofrido
por Adilson, sendo a obrigação de indenizar, nesse caso, fracionária,
diante da pluralidade de causadores do dano.
C) Tomás e Vinícius apenas poderão responder, cada um, por
metade do valor fixado a título de indenização, pois cada um poderá
alegar a culpa concorrente do outro para limitar sua responsabilidade.
D) Adilson sofreu danos morais distintos: um causado por
Tomás e outro por Vinícius, devendo, portanto, receber duas
indenizações autônomas.
Resposta: A
5. NEXO DE CAUSALIDADE
107
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d) culpa de terceiro, caso fortuito ou força maior: situações em que a culpa
decorre de terceiro ou de evento alheio às partes, afastando a responsabilidade
pela reparação (salvo exceções).
6. ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE
EXAME 2015.1
41ª Questão:
108
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R–B
EXAME 2014.1
40ª Questão:
110
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RESPOSTA: A
111
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D) Daniel poderá cobrar pensão alimentícia da Viação XYZ S.A., ainda
que não reste comprovado que Maria exercia atividade laborativa, se
preenchido o critério da necessidade.
RESPOSTA: D
112
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IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde
se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus
hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime,
até a concorrente quantia.
EXMAE 2013. 3
41ª Questão:
Pedro, dezessete anos de idade, mora com seus pais no edifício Clareira do
Bosque e, certa manhã, se desentendeu com seu vizinho Manoel, dezoito anos. O
desentendimento ocorreu logo após Manoel, por equívoco do porteiro, ter
recebido e lido o jornal pertencente aos pais do adolescente. Manoel, percebido o
equívoco, promoveu a imediata devolução do periódico, momento no qual foi
surpreendido com atitude inesperada de Pedro que, revoltado com o desalinho
das páginas, o agrediu com um soco no rosto, provocando a quebra de três
dentes. Como Manoel é modelo profissional, pretende ser indenizado pelos
custos com implantes dentários, bem como pelo cancelamento de sua
participação em um comercial de televisão.
R–C
113
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Responsabilidade decorrente de guarda ou propriedade
Também é necessário lembrar a responsabilidade decorrente da
propriedade de coisa ou animal, prevista nos art. 936 a 938 do CC:
114
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1. BEM JURÍDICO
Patrimonial
É tudo que seja útil, raro e apropriável, por isso, possua valor econômico.
Não Patrimonial
São os direitos da personalidade, como honra, liberdade, que não possuem valor
econômico, mas podem gerar indenização, ou seja, podem ser avaliados economicamente.
2. BEM IMÓVEL
Art. 79 CC: “São bens imóveis o solo e tudo o quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.”
Bens imóveis por sua natureza: abrange o solo com sua superfície, os seus
acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço
aéreo e o subsolo.
2
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Bens imóveis por acessão física artificial: inclui tudo aquilo que o homem incorporar
permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de
modo que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano.
Bens imóveis por acessão intelectual: são todas as coisas móveis que o proprietário
do imóvel mantiver, intencionalmente, empregadas em sua exploração industrial,
aformoseamento ou comodidade.
Bens imóveis por determinação legal: são direitos reais sobre imóveis (usufruto, uso,
habitação, enfiteuse, anticrese, servidão predial), inclusive o penhor agrícola e as ações que
o asseguram; apólices da dívida pública oneradas com a cláusula de inalienabilidade,
decorrente de doação ou de testamento; o direito à sucessão aberta, ainda que a herança
só seja formada de bens móveis.
3. BENS MÓVEIS
Para o NCC, (art. 82): são móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou
remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Segundo Diniz: são “os que, sem deterioração na substância ou na forma, podem ser
transportados de um lugar para outro, por força própria ou estranha”
Classificação bens
3
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Fungíveis são aqueles bens que podem ser substituídos por outros da mesma
espécie, qualidade e quantidade
Consumíveis são os bens móveis cujo uso importa na destruição imediata da própria
substância
Divisíveis são aqueles bens que podem ser fracionados sem alteração na sua
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam
Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal, não atingem as pertenças,
salvo se estipulado por lei, vontade das partes ou das circunstâncias do caso.
Pertenças são bens acessórios, não ligados ao principal, mas que se destinam ao
uso, serviço ou aformoseamento do bem principal
Os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico, apesar de ainda não
separados do bem principal;
4
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As benfeitorias podem ser voluptuárias, (mero deleite) úteis (aumentam ou facilitam o
uso) ou necessárias (conservar o bem ou evitar que se deteriore);
-os dominicais: não estão destinados nem a uma finalidade comum e nem a
uma especial.
O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme
determinação legal.
4. DIREITOS REAIS
São direitos que afetam a coisa de forma direta e imediata, seja sob alguns aspectos,
ou mesmo sobre todos os aspectose a segue em poder de quem quer que a detenha.
É o vínculo jurídico que se cria entre a pessoa titular do direito real e a coisa.
Principais atributos:
5
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DIREITO PESSOAL
Transitório Permanente
6
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Direito de Seqüela
Privilégio
Prescrição Aquisitiva
7
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2 do absolutismo - eficácia erga omnes
O único direito real sobre coisa própria é a propriedade, que confere o título
de dono ou domínio. Normalmente, a propriedade é ilimitada ou plena, conferindo
poderes de uso, gozo, posse, reivindicação e disposição.
8
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É o desmembramento em relação à disposição da coisa (limita o direito de
dispor da coisa). Se não cumprida a obrigação principal, o credor irá dispor da coisa.
Pode ser hipoteca, penhor e anticrese.
1. SITUAÇÃO JURÍDICA:
9
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1.1 DIREITO REAL SOBRE COISA PRÓPRIA (art. 1228)
A) Propriedade
B) Domínio
d) alienação fiduciária.
2. SITUAÇÃO DE FATO:
2.1 Posse
2.2 Detenção
PROPRIEDADE
DOMÍNIO
10
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DISTINÇÃO: POSSE X DETENÇÃO
POSSE
Art.1196 do CC.
Exteriorização do domínio.
DETENÇÃO
Art. 1198 do CC
1 propriedade ou domínio
2 posse
3 detenção
11
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titularidade jurídica, a significar que sua força normativa ocorre independentemente
da específica consideração de quem detenha o título jurídico de proprietário.”
11. POSSE
12
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CC: Art. 1196 Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o
exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade
TEORIA TRÍPTICA
13
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Posse como direito real:
A) ocupação temporária
B) requisição administrativa
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Posse direta
– fruição direta
Posse indireta
Posse justa
CC: Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Posse injusta
Posse violenta
15
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Posse clandestina
Posse precária
a) Retenção
b) Indenização benfeitorias úteis e necessárias
c) Levantamento benfeitorias voluptuárias
d) Faz jus aos frutos percebidos
Posse de má-fé
16
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Gera direito de indenização apenas das benfeitorias necessárias.
17
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ex.: A vende sua casa a B, mas continua no imóvel como inquilino; não
obstante, B fica sendo possuidor da coisa (posse indireta), mesmo jamais tê-la
ocupado fisicamente.
Posse civil ou jurídica – é a que assim se considera por força da lei, sem
necessidade de atos físicos ou materiais; é a que se transmite ou se adquire pelo
título.
Art. 1196 Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire
a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.
Modos:
18
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a.2.1 Tradição
Posse por tradição traditio brevi manu: possuidor tem posse do bem alheio
que passa a ser seu (v.g. locação seguida de compra do imóvel)
a.2.2 Apreensão
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que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da
coisa, por ocasião do negócio jurídico.
a.2.5 Acessão
Através da qual a posse pode ser continuada pela soma do tempo do atual
possuidor com o de seus antecessores.
20
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Bens corpóreos, salvo as que estiverem fora do comércio, ainda que
gravadas com cláusula de inalienabilidade;
Coisas coletivas;
21
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4. Direito de retenção pela indenização de benfeitorias úteis e
necessárias;
5. "jus tollendi" (direito de retirar) em relação às benfeitorias voluptuárias;
6. Direito de usucapir;
7. Direito a indenização pelo esbulho ou turbação.
22
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Havendo situação consolidada, proteção da posse se dá em relação à cada
parte de cada composse.
1. Abandono do bem
2. Tradição (negócio jurídico)
3. Perda da própria coisa
4. Destruição da coisa
5. Inalienabilidade
6. Posse de outrem
7. Constituto possessório
8. Perda da posse de direitos:
(i) Pelo seu desuso
(ii) Pela impossibilidade de seu exercício
9. Perda da posse para ausentes (após alcançando os períodos
determinados pelo CC). Porém, quando cessada a ausência, a perda é repelida.
EXAME 2015.1
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40ª Questão:
a) Mélvio não faz jus ao direito de retenção por benfeitorias, pois sua posse é
de má-fé e as benfeitorias, ainda que necessárias, não devem ser
indenizadas, porque não mais existiam quando a ação de reintegração de
posse transitou em julgado.
R–A
EXAME 2014.3
37ª Questão:
Quanto aos frutos colhidos por Francisco durante o período em que permaneceu
na posse da fazenda, assinale a afirmativa correta.
24
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R–A
19. PROPRIEDADE
Questões históricas
25
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Marx – extinção da propriedade privada como fator de igualdade
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É Direito irrevogável ou perpétuo – mantêm-se inclusive pelo não uso;
1
Ementa: MINERACAO. ACAO CAUTELAR. ALVARA DO DNPM. AREA URBANA E IMOVEL DO MUNICIPIO.
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Lei nº 9279 – LPI e Lei nº 9609/98
28
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as condições indispensáveis, incabível a reivindicação. NEGARAM PROVIMENTO
AO RECURSO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70037370103, Décima Oitava
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson José Gonzaga, Julgado
em 28/07/2011)
Aplicação das disposições contidas nos art. 937 e 186, ambos do CC:
29
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CC: Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos
que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja
necessidade fosse manifesta.
CC: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Ação declaratória
A. Aquisição originária
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B. Aquisição derivada
I. Da unitariedade matricial
II. Da instância ou solicitação
III. Da publicidade
IV. Da fé pública
V. Da legalidade
VI. Da prioridade
VII. Da especialidade (individualização)
VIII. Da continuidade
IX. Da disponibilidade
31
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X. De retificação
Constitutivo
De publicidade
De legalidade do direito do proprietário
De força probante
De continuidade
De obrigatoriedade
De retificação ou anulação para eventual alteração
Art. 216 - O registro poderá também ser retificado ou anulado por sentença
em processo contencioso, ou por efeito do julgado em ação de anulação ou de
declaração de nulidade de ato jurídico, ou de julgado sobre fraude à execução
Requisitos:
a) formação de ilhas
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b) aluvião (acessão à margem de rio)
c) avulsão (deslocamento de terra)
d) abandono de álveo (leito do rio)
Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários
ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos
por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais
se estendem até o meio do álveo.
Requisitos:
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c) Formais – elementos do instituto (posse mansa, pacífica e contínua;
lapso de tempo; justo título e boa fé; e sentença judicial ou ato de cunho judicial)
34
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Requer justo título e boa-fé;
Permitido uma única vez e desde que o postulante não tenha outros bens;
CF Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,
possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em
zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu
trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
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27. PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL POR MODO VOLUNTÁRIO
CC 1275: Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda
da propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do
ato renunciativo no Registro de Imóveis.
4. Perecimento do imóvel
5. Perda, deterioração
7. Requisição administrativa
8. Desapropriação judicial
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2014.1 42ª Questão:
R–A
Art. 1260: Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e
incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a
propriedade.
Requer:
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a) Justo título e boa-fé
b) Decurso de prazo: 3 anos
c) Sentença declaratória de aquisição do domínio e Registro cartorário
imobiliário da sentença
Art. 1261: Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá
usucapião, independentemente de título ou boa-fé.
Requer:
3. Ocupação:
Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire
a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.
Ocorre mediante:
4. Achado de tesouro
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5. Tradição
Modos voluntários
Alienação
Renúncia
Abandono
Modos involuntários
Perda
Perecimento
Requisição
Desapropriação
30. CONDOMÍNIO
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Segundo Caio Mário da Silva Pereira, condomínio ocorre quando a mesma
coisa pertence a mais de uma pessoa, cabendo a cada uma delas igual direito
idealmente sobre o todo e cada uma de suas partes.
Quanto a origem:
Quanto ao objeto:
40
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Quanto a sua necessidade:
Quanto a forma:
I – art. 1314 CC: usar livremente a coisa conforme seu destino e sobre ela
exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão – art. 1315 e 1319 do CC.
41
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VI – Impossibilidade de conceder posse, uso ou gozo da coisa para
estranhos sem anuência dos demais – art. 1314, § único
42
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D) A empreiteira pode cobrar a remuneração ajustada
contratualmente apenas de Márcia, que deverá suportar sozinha a despesa,
sem direito de regresso contra os demais condôminos, uma vez que
contratou a empreiteira sem o prévio consentimento dos demais
condôminos.
RESPOSTA: B
O condomínio poderá ser extinto pela divisão da coisa, ou então pela sua
venda.
II – Venda:
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A convenção de condomínio vincula tanto os proprietários como os
que utilizam o edifício, pois é averbada junto a matrícula do imóvel e celebra
verdadeiro ‘contrato’ de convivência.
Não alterar o prédio externamente a não ser com a licença dos consortes;
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Órgão deliberativo: Assembléia geral, constituída por todos os condôminos
Ary celebrou contrato de compra e venda de imóvel com Laurindo e, mesmo sem
a devida declaração negativa de débitos condominiais, conseguiu registrar o bem
em seu nome. Ocorre que, no mês seguinte à sua mudança, Ary foi surpreendido
com a cobrança de três meses de cotas condominiais em atraso. Inconformado
com a situação, Ary tentou, sem sucesso, entrar em contato com o vendedor,
para que este arcasse com os mencionados valores.
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De acordo com as regras concernentes ao direito obrigacional, assinale a opção
correta.
R–D
São direitos de gozo sobre imóveis que, em virtude de lei ou vontade das
partes, se impõem sobre o prédio serviente em benefício do dominante.
Princípios Fundamentais
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- Não se pode de uma servidão constituir outra
- Servidão é inalienável
Modos de constituição
- Ato jurídico inter vivos ou causa mortis (CC, art. 1.378; Dec.-lei n. 1000/69,
art. 167, X).
- Destinação do proprietário.
Classificação
- Contínuas e Descontínuas
- Positivas e Negativas
- Ativas e Passivas
- Quanto à origem:
- Legais
- Naturais
- Convencionais
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- Realizar obras necessárias à sua conservação e uso (CC, art. 1380; Cód.
de Águas, art. 128).
Renunciar a servidão (CC, art. 1388, I) e removê-la (CC, art. 1384, in fine).
- Cancelar a servidão nos casos dos arts. 1388 e 1389 do Código Civil.
Obrigações:
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- Pagar despesas com a remoção da servidão e não prejudicar ou diminuir
as vantagens do prédio dominante, que decorrerem dessa mudança (CC, art. 1384)
– desde que realizada em razão do prédio serviente.
Proteção Jurídica
- Ação confessória
- Ação negatória
- Ação usucapião.
Extinção
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- Confusão (CC, art. 1389, I).
- Perecimento do objeto.
- Desapropriação
- Convenção
37. USUFRUTO
Objeto:
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- Direitos, desde que transmissíveis.
Caracteres jurídicos:
- É temporário.
- É intransmissível e inalienável.
- É impenhorável.
Espécies:
Modos constitutivos:
- Por lei
- Por usucapião.
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enfiteuse recai sobre terrenos para agricultura e edificação, o usufruto incide sobre
bens móveis, imóveis e direitos; a enfiteuse é onerosa, o usufruto é gratuito.
Direitos:
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- De cobrar as dívidas e empregar as importâncias recebidas (CC, art. 1395
e parágrafo único).
Obrigações:
- Pagar certas contribuições (CC, arts. 1403, II, 1407, 1408 E 1409) e os
juros dos débitos que onerem o patrimônio, ou parte dele, de que é objeto de
usufruto (CC, art. 1405).
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- Restituir o bem usufruído, findo o usufruto no estado em que o recebeu,
como o inventariou ou como se obrigou a conservá-lo.
Direitos:
- Exigir que o usufrutuário preste caução fidejussória ou real (CC, art. 1400).
- Aos frutos civis vencidos na data inicial do usufruto ( CC, art. 1398).
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- Não restabelecer o usufruto se, por sua conta, reconstruir o prédio
destruído sem culpa sua (CC, art. 1408).
Deveres:
- Pela destruição da coisa não sendo fungível (CC, art. 1410, V).
- Pelo não-uso da coisa sobre a qual recai o usufruto (CC, art. 1410,
VIII).
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- Pela culpa do usufrutuário (CC, art. 1410, I).
EXAME 2015.2
37ª Questão:
Angélica concede a Otávia, pelo prazo de vinte anos, direito real de usufruto
sobre imóvel de que é proprietária. O direito real é constituído por meio de
escritura pública, que é registrada no competente Cartório do Registro de Imóveis.
Cinco anos depois da constituição do usufruto, Otávia falece, deixando como
única herdeira sua filha Patrícia.
Resposta – C
Sara e Bernardo doaram o imóvel que lhes pertencia a Miguel, ficando o imóvel
gravado com usufruto em favor dos doadores.
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Resposta: D
R- C
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Conceito: Direito real que, a título gratuito ou oneroso, autoriza uma pessoa
a retirar, temporariamente, de coisa alheia, todas as utilidades para atender às suas
próprias necessidades e às de sua família.
Caracteres:
- É temporário.
- É indivisível.
- É intransmissível.
- É personalíssimo.
Modos de constituição:
- Sentença judicial.
- Usucapião.
Objeto:
Art. 1.413. São aplicáveis ao uso, no que não for contrário à sua natureza,
as disposições relativas ao usufruto.
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- Lei n. 9636/98, arts. 6º, § 1º, 7º, § 7º, 18, § 6º, III, 22 – A, com redação da
Lei n. 11481/2007.
Direitos:
- Administrar a coisa.
Deveres:
- Conservar a coisa.
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- Não retirar rendimentos ou utilidades que excedam à prevista em lei.
- Restituir a coisa, pois só detém a sua posse direta, a título precário, uma
vez que o uso é temporário.
Extinção:
- Morte do usuário
- Perecimento do objeto
- Consolidação
- Renúncia
Jurisprudência:
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Art. 1.372. O direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por
morte do superficiário, aos seus herdeiros.
Parágrafo único. Não poderá ser estipulado pelo concedente, a nenhum
título, qualquer pagamento pela transferência.
Art. 1.373. Em caso de alienação do imóvel ou do direito de superfície, o
superficiário ou o proprietário tem direito de preferência, em igualdade de
condições.
Art. 1.374. Antes do termo final, resolver-se-á a concessão se o
superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para que foi
concedida.
Art. 1.375. Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a
propriedade plena sobre o terreno, construção ou plantação,
independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o
contrário.
Art. 1.376. No caso de extinção do direito de superfície em conseqüência
de desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no
valor correspondente ao direito real de cada um.
Art. 1.377. O direito de superfície, constituído por pessoa jurídica de
direito público interno, rege-se por este Código, no que não for diversamente
disciplinado em lei especial.
(...) A enfiteuse é perpetua sendo feita por ato de ultima vontade ou inter
vivos, no caso da superfície deve obrigatoriamente ser temporário (não existe
norma limitando o tempo que irá perdurar a obrigação, mas deve obrigatoriamente
ser estipulado no contrato o termino do contrato) podendo também ser feito pelo
ato inter vivos ou ato de ultima vontade.
O direito de superfície pode ser oneroso ou gratuito, ou seja, pode o dono
do solo transferir temporariamente a posse da propriedade para terceiro sem que
esse tenha obrigação de pagar o cânon para o proprietário, na enfiteuse o
pagamento do foro anual é obrigatório.
2
Fonte: http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=6251
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A enfiteuse em regra é indivisível, contudo pode ocorrer sua divisão em
glebas no caso de herança, nesse caso, haveria o chamado cabecel, ele é o
administrador, escolhido pelos demais foreiros ou pelo senhorio do solo, fica
responsável pela cobrança do foro, na superfície o próprio superficiário é o
administrador do solo.
Ambos devem ter seu contrato registrado no cartório de registro de imóveis
para que se torne um contrato valido tendo esse todas as garantias dos direitos
reais.
R-C
Alexandre, pai de Bruno, celebrou contrato com Carlos, o qual lhe concedeu o
direito de superfície para realizar construção de um albergue em seu terreno e
explorá-lo por 10 anos, mediante o pagamento da quantia de R$100.000,00.
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Passados quatro anos, Alexandre veio a falecer. Diante do negócio jurídico
celebrado, assinale a afirmativa INCORRETA.
R–A
O direito real de habitação não é um instituto novo, criado pela Lei 10.406,
de 09 de janeiro de 2.002. Já era conhecido pelo Direito Sucessório Brasileiro, uma
vez que o art. 1.611, parágrafo segundo, do Código Civil anterior, lhe contemplava
desde o advento da Lei 4.121/64 – Estatuto da Mulher Casada – assegurando esse
tipo de sucessão ao cônjuge sobrevivente, casado pelo regime da comunhão
universal de bens.
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Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma
pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel
à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o
direito, que também lhes compete, de habitá-la.
Art. 1.416. São aplicáveis à habitação, no que não for contrário à sua
natureza, as disposições relativas ao usufruto.
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O objetivo da instituição da propriedade resolúvel é a viabilidade de
cumprimento de determinada o obrigação sob a garantia da resolução da
propriedade, como é o caso do pagamento do bem, implemento de condição ou
outra obrigação.
Jurisprudências de destaque:
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70030167019, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Nara Leonor Castro Garcia, Julgado em 24/09/2009)
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imprescritíveis e impenhoráveis, uma vez que são atributos da personalidade do
autor.
Limitações aos direitos - Lei nº 9.610/98, arts. 46, 68, 70, 76 e 79.
Cessão dos direitos do autor – Lei nº 9.610/98, arts. 49, 50, e 52; CP, art.
185.
Sanções à violação dos direitos autorais – Lei 9.610/98, arts. 102 a 110; CP
art. 184, §§ 1º a 4º.
45. PENHOR
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Modos constitutivos
Convenção
Lei
Direitos:
Ressarcir-se de qualquer dano que venha a sofrer por vício do bem gravado
(CC, art. 1433, III).
Deveres:
Restituir o bem gravado, uma vez paga a dívida, com os respectivos frutos
e acessões.
Entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga por excussão
judicial ou venda amigável.
Imputar o valor dos frutos nas despesas de guarda e conservação, nos juros
e no capital da obrigação garantida (CC, art. 1435, III).
Direitos:
Obrigações:
Obter licença do credor para alienar bem onerado, sob pena de sofrer a
sanção do art. 171, § 2º, III, do Código Penal.
Penhor legal:
1 – CC, arts. 1467, I, 1468, 1469, 1470 e 1471; CPC, arts. 703 a 706; CP,
art. 176.
Penhor rural:
- Dispensa tradição
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Registro: Lei n. 6015, art. 167, I, n. 15; Lei n. 492, arts. 2º e 10, parágrafo
único; Decreto-lei n. 2612/40; Lei n. 492, arts. 15, 16, 18, 19, 20 e 22, Decreto-lei
n. 167/67, arts. 30 a 38.
Penhor Industrial:
Penhor mercantil:
Penhor de direitos:
CC, arts. 1451 a 1457; Lei n. 6404/76, art. 9º; Decreto-lei n. 2063/40, art. 13;
Decreto-lei n. 36/66; Decreto-lei n. 3182/41; Patente de invenção; direito autoral,
direito de crédito.
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O penhor de títulos de dívidas públicas requer assento no Registro de Títulos
e Documentos – Lei n. 6015/73, art. 127, III.
- Fazer intimar ao devedor que não pagar ao seu credor, enquanto durar a
caução (CC, arts. 1459, III e 1460).
Penhor de veículos:
- Resolução da propriedade.
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- Prescrição da obrigação principal.
- Escoamento do prazo.
- Remissão da dívida.
Antônio, muito necessitado de dinheiro, decide empenhar uma vaca leiteira para
iniciar um negócio, acreditando que, com o sucesso do empreendimento, terá o
animal de volta o quanto antes.
R–D
48. ANTICRESE
Conceito: Para Clóvis, é o direito real sobre imóvel alheio, em virtude do qual
o credor obtém a posse da coisa a fim de perceber-lhe os frutos e imputá-los no
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pagamento da dívida, juros e capital, sendo, porém, permitido estipular que os
frutos sejam, na sua totalidade, percebidos à conta de juros.
Lei n. 6015/73, art. 167, I, n. 11; incide sobre a coisa imóvel alienável; requer
tradição real do imóvel.
Direitos:
Ter a posse do imóvel, para dele usar e gozar (CC, arts. 1506 e 1507, § 2º).
Deveres:
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Guardar e conservar o imóvel como se fosse seu.
Responder pelas deteriorações que, por culpa sua, o imóvel vier a sofrer,
bem como pelos frutos que deixar de perceber por negligência, desde que
ultrapassem, no valor, o montante do seu crédito (CC, art. 1508).
Direitos:
Obrigações:
Extinção
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Pelo pagamento da dívida
Pelo resgate feito pelo adquirente do imóvel gravado (CC, art. 1510; CPC,
art. 826).
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A plenitude do domínio pelo credor será alcançada no momento que ocorrer
a inadimplência do financiado (adquirente-alienante).
-É negócio solene, deve ser por contrato escrito, onde deve constar o total
da dívida, o local de pagamento , a taxa de juros, comissões, correção monetária,
cláusula penal e a descrição do bem.
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2014.3 39ª Questão:
No regime da Alienação Fiduciária que recai sobre bens imóveis, uma vez
consolidada a propriedade em seu nome no Registro de Imóveis, o fiduciário, no
prazo de trinta dias, contados da data do referido registro, deverá
a) adjudicar o bem.
R–C
50. HIPOTECA
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PLURALIDADE DAS HIPOTECAS
O direito do credor primitivo não sofrerá prejuízo, eis que seu crédito possui
preferência para resgate.
PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO
INCORPORADOR
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É a pessoa física ou jurídica, comerciante ou não, que, embora não efetue a
construção, compromisse ou efetive a venda de frações ideais de terreno
objetivando a vinculação de tais frações a unidades autônomas em edificações a
serem construídas ou em construção.
Mas nem toda pessoa física poderá ser incorporador, porque a atividade de
promoção e venda do empreendimento é exclusiva do corretor de imóveis, ou
responsabilizar-se pela edificação, que é exclusiva de engenheiro civil, habilitado
pelo CREA.
LOTEAMENTO
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anos (art. 18, item V), garantindo a sua execução por instrumento definido em Lei
Municipal.
DESMEMBRAMENTO
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