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CURSO ANUAL DE LITERATURA

Prof. Steller de Paula

TROVADORISMO península Ibérica, principalmente através da língua: o galego-


português.
E é na corte dos reis portugueses, galegos e castelhanos que a
poesia galego-portuguesa floresce.
Nas cortes dos senhores feudais, centros de atividades artísticas
durante a Idade Média, cantadores e músicos eram contratados
pelo senhor para divertir a corte. As cantigas apresentadas eram
compostas, quase sempre, por nobres que se denominavam
“trovadores”.

1.3) As Cantigas Líricas são divididas em: Cantigas de Amor e


Cantigas de Amigo.

a) Cantigas de Amor: O servilismo dos vassalos ao seu suserano


1.1) Contexto Histórico: Idade Média - Feudalismo
e de todos a Deus é a fonte do princípio básico da literatura
Durante a Idade Média, a Igreja Católica acumulou vastas medieval: a afirmação da absoluta subserviência do trovador à sua
extensões de terra, enriqueceu e exerceu um imenso poder dama (na poesia) ou de um cavaleiro à sua donzela (nas novelas
religioso e secular. No período conhecido como Alta Idade Média de cavalaria).
(séculos XII e XIII), o poder da Igreja medieval era tão grande a Essa subserviência é a base do amor cortês, um código de
ponto do papa Inocêncio III (século 1198-1216) afirmar que comportamento amoroso idealizado, criado por Guilherme IX, nobre
“Os príncipes têm poder na terra, os sacerdotes, sobre a alma. E e senhor de um dos mais poderosos feudos da Europa.
assim como a alma é muito mais valiosa do que o corpo, assim De acordo com o código do amor cortês, o trovador deveria
também mais valioso é o clero do que a monarquia [...]. Nenhum rei expressar seus galanteios e súplicas a uma mulher casada e
pode reinar com acerto a menos que sirva devotamente ao vigário pertencente à nobreza, que tivesse uma posição social de
de Cristo.". destaque.
Uma vez que a mulher cortejada é casada, o amor não tem
PERRY, Marvin. Civilização ocidental: uma história concisa. São possibilidade de se realizar, originando a “coita de amor”, o
Paulo: Martins Fontes, 1985. p 218. sofrimento amoroso.
As cantigas de amor galego-portuguesas expressam a paixão
A Igreja impôs uma ideologia teocêntrica, estimulando os fieis a infeliz, o amor não correspondido de um trovador pela sua senhora,
acreditarem que viviam no pecado e que a possibilidade de como fica evidente na famosa Cantiga da Ribeirinha, de Paay
salvação residia na total submissão a Deus e à Igreja, sua Soares de Taveiros:
representante no mundo.
Cantiga da Ribeirinha
*Teocentrismo: refere-se a uma visão de mundo cristã, que afirma No mundo non me sei pareiha,
a perfeição e a superioridade de Deus. Assim, Deus seria o Mentre me for como me vai,
fundamento de tudo e responsável por todas as coisas. Ca já moiro por vós – e ai!
Mia senhor branca e vermelha,
Outra manifestação do poder da Igreja manifestava-se no controle Queredes que vos retraia
quase absoluto da produção cultural da época, uma vez que a Quando vos eu vi em saia!
leitura e a escrita estavam restritas aos mosteiros e abadias: cabia Mau dia me levantei,
a monges e padres traduzir e reproduzir os textos sagrados do Que vos enton non vi fea!
cristianismo e as obras de filósofos clássicos, como Platão e
Aristóteles. No entanto a circulação desses textos era restrita, pois E, mia senhor, dês aquel di’, ai!
a Igreja proibia a circulação de obras que ameaçassem seu poder, Me foi a mim mui mal,
além de contar com o fato de que apenas dois por cento da E vós, filha de don Paai
população da Europa era alfabetizada. Moniz, e bem vos semelha
D’haver eu por vós guarvaia,
Nesse contexto, a sociedade organizava-se ao redor dos grandes Pois, eu, mia senhor, d’alfaia
proprietários de terra, os senhores feudais, em torno dos quais se Nunca de vós houve nen hei
reunia uma pequena corte: membros de uma nobreza Valia d’ua Correa.
empobrecida, cavaleiros, camponeses livres e servos, unidos por
uma relação de vassalagem. As relações entre nobres, cavaleiros e Cantiga da Ribeirinha
senhores feudais eram regidas por um código de cavalaria baseado Não há no mundo ninguém que se compare a mim em infelicidade,
na lealdade, na honra, na bravura e na cortesia. enquanto a minha vida continuar assim,
porque morro por vós e, ai,
1.2) A Literatura Trovadoresca minha senhora branca e de faces rosadas,
O nascimento da literatura em Portugal coincide com o nascimento quereis que vos retrate
do próprio país. Em 1140, Portugal tornou-se um estado quando vos vi sem manto.
independente, mas manteve uma forte ligação cultural com a Mau dia foi esse em que me levantei,
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Porque não vos vi feia! Ver-vos, senhora, me for dado,


Vivendo assim eu quero estar
E, minha senhora, desde aquele dia, ai, E esperar, e esperar.
Tudo para mim foi muito mal, mas vós,
Filha de D. Paio Moniz, parece-vos muito Esses que veem tristemente
Bem que eu tenha de vós uma garvaia (manto de luxo) Desamparada sua paixão,
Quando nunca recebi de vós Querendo morrer, loucos estão.
O simples valor de uma correia. Minha fortuna não é diferente;
Porém eu digo constantemente:
Características das cantigas de amor: Vivendo assim eu quero estar
- O eu lírico é sempre masculino; E esperar, e esperar.
- O eu lírico se autodenomina coitado, cativo, sofredor,
enlouquecido; João Garcia de Guilhade
- Destaca-se o tema da coita de amor (o sofrimento amoroso);
- O amor é não realizado; b) Cantigas de Amigo
- A dama é identificada pelas suas qualidades físicas (fremosa, de
bem parecer, delgada...) e sempre superior às demais damas da As cantigas de amigo falam de uma relação amorosa concreta,
mesma corte; real, entre amantes que vivem no campo. O tema central é a
- O espaço é o da corte, espaço civilizado; saudade.
- Versos de 7 sílabas poéticas (redondilha maior);
- Presença de refrão. Características das Cantigas de Amigo:
- Eu lírico femininos;
Cantiga d’amor de refran - Amor concreto, realizado;
Quantos han gran coita d'amor - Tema da saudade do amigo (namorado ou amante), que está
eno mundo, qual hoj'eu hei, ausente;
querrían morrer, eu o sei, - Tom mais alegre e otimista;
e haverían én sabor. - Presença de personagens que se relacionam, principalmente,
Mais mentr'eu vos vir, mia senhor, com a donzela: a mãe, as amigas, as damas de companhia;
sempre m'eu querría viver, - O cenário caracteriza um ambiente rural, campesino;
e atender e atender! - Versos de 5 sílabas poéticas (redondilha menor);
- Presença de refrão.
Pero ja non posso guarir,
ca ja cegan os olhos meus Cantiga de Amigo
por vós, e non me val i Deus Levad', amigo, que dormides as manhanas frías;
nen vós; mais por vós non mentir, toda-las aves do mundo d'amor dizían.
enquant'eu vós, mia senhor, vir, Leda m'and'eu.
sempre m'eu querría viver,
e atender e atender! Levad', amigo, que dormide-las frías manhanas;
toda-las aves do mundo d'amor cantavan.
E tenho que fazen mal sén Leda m'and'eu.
quantos d'amor coitados son
de querer sa morte se non Toda-las aves do mundo d'amor dizían;
houveron nunca d'amor ben, do meu amor e do voss'en ment'havían.
com'eu faç'. E, senhor, por én Leda m'and'eu.
sempre m'eu querría viver,
e atender e atender! Toda-las aves do mundo d'amor cantavan;
do meu amor e do voss'i enmentavan.
João Garcia de Guilhade Leda m'and'eu.
Cantiga d’amor de refran Do meu amor e do voss'en ment'havían;
Quantos o amor faz padecer vós lhi tolhestes os ramos en que siían.
Penas que tenho padecido, Leda m'and'eu.
Querem morrer e não duvido
Que alegremente queiram morrer. Do meu amor e do voss'i enmentavan;
Porém enquanto vos puder ver, vós lhi tolhestes os ramos en que pousavan.
Vivendo assim eu quero estar Leda m'and'eu.
E esperar, e esperar.
Vós lhi tolhestes os ramos en que siían
Sei que a sofrer estou condenado e lhis secastes as fontes en que bevían.
E por vós cegam os olhos meus. Leda m'and'eu.
Não me iacudis; nem vós, nem Deus.
Mas, se sabendo-me abandonado,
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Vós lhi tolhestes os ramos en que pousavan Ai, dona fea! Foste-vos queixar
e lhis secastes as fontes u se banhavan. que vos nunca louv'en meu trobar;
Leda m'and'eu. mas ora quero fazer um cantar
en que vos loarei toda via;
Nuno Fernandes Torneol
e vedes como vos quero loar:
Cantiga de Amigo dona fea, velha e sandia!

Ergue-te, amigo, que dormes nas manhãs frias! Ai, dona fea! Se Deus me pardon!
Todas as aves do mundo, de amor, diziam: pois avedes [a] tan gran coraçon
Alegre eu ando! que vos eu loe, en esta razon
vos quero já loar toda via;
Ergue-te, amigo, que dormes nas manhãs claras!
Todas as aves do mundo, de amor, diziam: e vedes qual será a loaçon:
Alegre eu ando! dona fea, velha e sandia!

Todas as aves do mundo, de amor, diziam; Dona fea, nunca vos eu loei
Do meu amor e do teu se lembrariam: en meu trobar, pero muito trobei;
Alegre eu ando! mais ora já un bon cantar farei,
en que vos loarei toda via;
Todas as aves do mundo, de amor, cantavam;
Do meu amor e do teu se recordavam: e direi-vos como vos loarei:
Alegre eu ando! dona fea, velha e sandia!

Do meu amor e do teu se lembrariam; Cantiga de Escárnio


Tu lhes tolheste os ramos em que eu as via: Ai, senhora feia, foste-vos queixar
Alegre eu ando! porque nunca vos louvo em minhas cantigas
mas agora quero fazer um cantar
Do meu amor e do teu se recordavam;
em que vos louvarei, todavia;
Tu lhes tolheste os ramos em que pousavam:
Alegre eu ando! e vede como vos quero louvar:
senhora feia, velha e louca.!
Tu lhes tolheste os ramos em que eu as via;
E lhes secaste as fontes em que bebiam: Senhora feia, assim Deus me perdoe,
Alegre eu ando! pois tendes tão bom coração
que eu vos louvo, e por esta razão
Tu lhes tolheste os ramos em que pousavam;
eu vos quero louvar, todavia;
E lhes secaste as fontes que as refrescavam:
Alegre eu ando! e vede qual será a louvação:
senhora feia, velha e louca!
Nuno Fernandes Torneol
Senhora feia, eu nunca vos louvei
1.4) CANTIGAS SATÍRICAS em meu trovar, mas muito já trovei;
As cantigas satíricas apresentavam críticas ao comportamento entretanto, farei agora um bom cantar
social, difamavam alguns nobres ou denunciavam as damas que em que eu todavia vos louvarei:
não cumpriam seu papel no jogo do amor cortês. Dividem-se em e vos direi como louvarei:
Cantigas de Escárnio e Cantigas de Maldizer. senhora feia, velha e louca!

a) Cantigas de Escárnio
Nas cantigas de escárnio o trovador faz uma crítica a alguém por
meio de ironias, de palavras de duplo sentido, de trocadilhos,
portanto, a crítica é indireta.

b) Cantigas de Maldizer
HUMANISMO E RENASCIMENTO CULTURAL
Nas cantigas de maldizer, as críticas são feitas de modo direto,
explícito, muitas vezes identificando a pessoa satirizada. A
linguagem costuma ser vulgar, ofensiva; e os textos tratam de 1.5) O HUMANISMO
indiscrições amorosas de nobres e de membros do clero. “Desde o fim do século XIV, na Itália, um grande número de
homens cultos, os humanistas (da palavra latina humanus, polido,
Cantiga de Escárnio culto), apaixonou-se pela recordação da Antiguidade Greco-Latina.”
(GIRARDET, R e JAILLET, P.)

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Assim, dá-se o nome de Humanismo a esse movimento de Idade Média Renascimento


glorificação do homem como centro e medida de todas as coisas,
aliado a um movimento intelectual de valorização da Antiguidade
Teocentrismo Antropocentrismo
Clássica.

O Humanismo foi um movimento intelectual e artístico, surgido na Homem como ser Homem como criação divina,
Itália no século XIV, que alcançou seu estado pleno durante o submisso e pecador; perfeita, dotada de razão /
Renascimento Cultural. Os humanistas rejeitavam a visão Hedonismo;
teocêntrica do mundo e os valores medievais, estabelecendo, Deus como única fonte de A natureza como fonte de
então, uma visão antropocêntrica. conhecimento verdadeiro; conhecimento;

1.6) RENASCIMENTO CULTURAL


Domínio cultural da Igreja. Resgate dos Valores da
Antiguidade clássica.
1.6.1) Principais características do Renascimento:
O Renascimento significou uma nova arte, novas mentalidades e
formas de ver, pensar e representar o mundo e os humanos.

- antropocentrismo (o homem como centro do universo):


valorização do homem como ser racional e como a mais bela e
perfeita obra da natureza;

- otimismo: os renascentistas tinham uma atitude positiva diante


do mundo – acreditavam no progresso e na capacidade humana e
apreciavam a beleza do mundo tentando captá-la em suas obras de
arte;

- racionalismo: contrapondo-se à cultura medieval, que era


baseada na autoridade divina, os renascentistas valorizavam a
razão humana como base do conhecimento. O saber como fruto
da observação e da experiência das leis que governam o mundo.

O termo Renascimento é utilizado para englobar o florescimento 1.6.2) Características gerais da Arte Renascentista:
artístico, cultural, científico e político ocorrido na Europa, * Racionalidade e Rigor Científico
principalmente entre os séculos XV e XVI.

“Que obra de arte é o homem: tão nobre no raciocínio; tão vário na


capacidade; em forma e movimento, tão preciso e admirável, na
ação é como um anjo; no entendimento é como um Deus; a beleza
do mundo, o exemplo dos animais.”
Hamlet, William Shakespeare

A frase de Hamlet traduz perfeitamente o Antropocentrismo que


norteou o pensamento humano na época do Renascimento.
O rígido teocentrismo medieval, que centrava suas atenções na
relação Deus-Homem, foi substituído pela glorificação do Ser
Humano, pela relação Homem-Natureza.
Para que isso ocorresse, foram necessárias transformações
estruturais associadas ao Absolutismo e ao crescimento da
burguesia.
Enriquecida com o comércio, a burguesia procurou se firmar
socialmente, se opondo aos valores projetados pela Igreja e pela
nobreza feudal, difundindo seus valores através das artes, das O Homem Vitruviano, Leonardo Da Vinci
letras e das ciências, que seguiam concepções racionalistas,
individualistas, pagãs e antropocêntricas. * Antropocentrismo e Hedonismo
Da mesma forma, a política de centralização monárquica levou
diversos soberanos a estimular a produção artística e literária,
visando à promoção pessoal e à atração de partidários para o
absolutismo.

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suas peças, faz um retrato, muitas vezes satírico, da sociedade


portuguesa do seu tempo, contribuindo para que tenhamos um
registro dos hábitos, costumes e valores de toda uma galeria de
tipos humanos: reis, cavaleiros, clérigos e camponeses, todos
estão retratados.

Apesar de ser frequentador da corte e de muitas de suas peças


terem sido escritas para entreter reis e nobres, Gil Vicente não se
priva de criticar os hábitos imorais da nobreza. Sem fazer distinção
entre as classes sociais, o autor expõe em cena os vícios e
vaidades de ricos e pobres, de nobres e plebeus; censura a
hipocrisia dos frades que não fazem aquilo que pregam; denuncia a
exploração do povo, seja por juízes ou por sapateiros; ridiculariza
os supersticiosos, os velhos luxuriosos e as alcoviteiras.

*Para Gil Vicente suas peças não tinham apenas o objetivo de


divertir e entreter, mas de moralizar, destacando os defeitos e os
vícios de uma sociedade em transformação, cada vez mais
materialista, corrupta e distante dos ensinamentos divinos.

Davi, Michelangelo 1.7.1) CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS PEÇAS DE GIL


VICENTE
* Ideal Humanista - Resgate dos valores Clássicos - Caráter popular;
- Linguagem rica e variada das personagens, de acordo com sua
origem e posição social;
- Profunda crítica social;
- Personagens Tipo;
- Personagens que simbolizam um valor ou um comportamento
humano;
- Presença de alegorias (o agiota, no Auto da Barca do Inferno,
carrega consigo, mesmo depois de morto, uma bolsa de moedas
representando sua ganância);
- Teor moralizante;
- A estrutura cênica do teatro vicentino apresenta enredos simples;
- O teatro de Gil Vicente o padrão estabelecido pelo teatro clássico
(Grego e Romano);
- A ideologia das obras apresentam o confronto entre a idade Média
e o Renascimento - Teocentrismo X Antropocentrismo.
Escola de Atenas, Rafael Sanzio 1.7.2) A obra teatral de Gil Vicente pode ser didaticamente
dividida em:
* Paganismo
- Autos pastoris: peças teatrais de assunto religioso, como o Auto
pastoril português, ou profano, como o Auto pastoril da Serra da
Estrela.

- Autos de Moralidade: Tinham a finalidade de moralizar e difundir


a fé cristã. Suas obras mais célebres pertencem a essa categoria,
como a Trilogia das Barcas (Auto da Barca do Inferno, Auto da
Barca da Glória e Auto da Barca do purgatório); Auto da Feira.

- Farsas: são peças críticas, de teor cômico, de um só ato, com


enredo curto e poucas personagens, extraídas do cotidiano,
desenvolvem-se em torno de problemas sociais.
As farças mais famosas são a Farsa do Velho da Horta, que satiriza
a paixão de um velho casado por uma virgem, e a Farsa de Inês
Pereira, que retrata a história de uma jovem que pretende ascender
socialmente por meio do casamento.
O nascimento de Vênus – Botticelli

1.7) GIL VICENTE Auto da Lusitânia


Gil Vicente é considerado o primeiro dramaturgo português. Em (Gil Vicente - 1465? - 1536?)

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Estão em cena os personagens "Todo o Mundo" (um rico mercador)


e "Ninguém" (um homem vestido como pobre). Além deles,
participam da cena dois diabos, Berzebu e Dinato, que escutam os
diálogos dos primeiros, comentando-os, e anotando-os.

Ninguém para Todo o Mundo: E agora que buscas lá?


Todo o Mundo: Busco honra muito grande.
Ninguém: E eu virtude, que Deus mande que tope co ela já.
Berzebu para Dinato: Outra adição nos acude:
Escreve aí, a fundo, que busca honra Todo o Mundo, e Ninguém
busca virtude.
Ninguém para Todo o Mundo: Buscas outro mor bem qu'esse?
Todo o Mundo: Busco mais quem me louvasse tudo quanto eu
fizesse.
Ninguém: E eu quem me repreendesse em cada cousa que
errasse.
Berzebu para Dinato: Escreve mais.
Dinato: Que tens sabido?
Berzebu: Que quer em extremo grado Todo o Mundo ser louvado, e
Ninguém ser repreendido.
Ninguém para Todo o Mundo: Buscas mais, amigo meu?
Todo o Mundo: Busco a vida e quem ma dê.
Ninguém: A vida não sei que é, a morte conheço eu.
Berzebu para Dinato: Escreve lá outra sorte.
Dinato: Que sorte?
Berzebu: Muito garrida: Todo o Mundo busca a vida, e Ninguém
conhece a morte.

(Antologia do Teatro de Gil Vicente)

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EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
CORREIA, Natália. Cantares dos trovadores galego-portugueses.
Questão 01 (Mackenzie 98) Seleção, introdução, notas e adaptação de Natália Correia. 2. ed.
Sobre a poesia trovadoresca em Portugal, é INCORRETO afirmar Lisboa: Estampa, 1978. p. 253.
que:
a) refletiu o pensamento da época, marcada pelo teocentrismo, o Quem te viu, quem te vê
feudalismo e valores altamente moralistas.
b) representou um claro apelo popular à arte, que passou a ser Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
representada por setores mais baixos da sociedade. Você era a favorita onde eu era mestre-sala
c) pode ser dividida em lírica e satírica. Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua
d) em boa parte de sua realização, teve influência provençal. Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
e) as cantigas de amigo, apesar de escritas por trovadores,
expressam o eu-lírico feminino. Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Questão 02 (G1 - ifsp 2016) Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer
Assinale a alternativa correta no que se refere às cantigas de amor
[...]
trovadorescas.
Chico Buarque
a) Nas cantigas de amor, o eu lírico masculino lamenta a ausência
da mulher amada, que lhe é indiferente e que, por mais que seja
A cantiga do rei D. Dinis, adaptada por Natália Correia, e a canção
vista por ele como superior, pertence às classes populares.
de Chico Buarque de Holanda expressam a seguinte característica
b) Nas cantigas de amor, o eu lírico masculino manifesta
trovadoresca:
insistentemente a coita, isto é, o sofrimento de amor, repleto de
a) a vassalagem do trovador diante da mulher amada que se
impulsos eróticos que lhe laceram o corpo e que conferem aos
encontra distante.
poemas uma aura sardônica.
b) a idealização da mulher como símbolo de um amor profundo e
c) Nas cantigas de amor, o eu lírico feminino manifesta a falta que
universal.
sente do amigo – isto é, do homem amado – invocando-o por
c) a personificação do samba como um ser que busca a plenitude
meio de composições de matriz popular que se caracterizam por
amorosa.
construções paralelísticas.
d) a possibilidade de realização afetiva do trovador em razão de
d) Nas cantigas de amor, o eu lírico masculino confessa a coita, isto
estar próximo da pessoa amada.
é, o sofrimento amoroso por uma dama que lhe é inacessível
devido à diferença social que existe entre ele e ela.
Questão 04 (Pucrj 2014)
e) Nas cantigas de amor, a distância social existente entre o eu
lírico masculino e a mulher amada a quem ele se dirige permite
entrever que já grassava na sociedade portuguesa a ascensão
social pelo trabalho.

Questão 03 (Ueg 2015)


Senhora, que bem pareceis!
Se de mim vos recordásseis
que do mal que me fazeis
me fizésseis correção,
quem dera, senhora, então
que eu vos visse e agradasse.

Ó formosura sem falha


que nunca um homem viu tanto
para o meu mal e meu quebranto!
A imagem acima, “A Escola de Atenas”, é considerada uma das
Senhora, que Deus vos valha!
maiores obras de arte renascentista. Foi elaborada sob a forma de
Por quanto tenho penado
afresco, realizado entre os anos de 1506-1510, sob encomenda do
seja eu recompensado
Vaticano para ornar um dos aposentos do palácio principal. Rafael
vendo-vos só um instante.
Sanzio soube representar de modo magistral o espírito de sua
época. No centro do afresco, as figuras dos filósofos Platão e
De vossa grande beleza
Aristóteles bem como de outros sábios da Antiguidade.
da qual esperei um dia
grande bem e alegria,
Considerando o contexto histórico retratado na obra e as
só me vem mal e tristeza.
proposições que se seguem, marque a alternativa CORRETA.
Sendo-me a mágoa sobeja,
deixai que ao menos vos veja
I. A realização da grandiosa obra foi em parte possível pela prática
no ano, o espaço de um dia.
do mecenato, que propiciava ao artista as condições materiais
para a produção de obras de arte e de inventos científicos.
Rei D. Dinis

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II. A técnica da perspectiva, a valorização do volume dos corpos Questão 06 (Unicamp 2016 - Adaptada)
pelo contraste claro-escuro, e a utilização, no original, de cores A teoria da perspectiva, iniciada com o arquiteto Filippo Bruneleschi
vivas revelam a preocupação em representar as pinturas da (1377-1446), utilizou conhecimentos geométricos e matemáticos na
forma mais realista possível. representação artística produzida na época. A figura a seguir ilustra
III. Apesar da crença em um conhecimento racional do mundo, os o estudo da perspectiva em uma obra desse arquiteto. É correto
intelectuais desse contexto acreditavam na existência de Deus, afirmar que, a partir do Renascimento, a teoria da perspectiva
que dotou o homem de raciocínio para desvendar as leis do
universo.
IV. Os intelectuais renascentistas buscaram inspiração nos padrões
estéticos e nos conhecimentos produzidos pelos clássicos
greco-romanos da Antiguidade.
a) I, II, III e IV.
b) I e IV, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) I e III, apenas.

Questão 05 (Puccamp)
Leia o texto e observe o detalhe da pintura "Gioconda", de
a) foi aplicada nas artes e na arquitetura, com o uso de proporções
Leonardo da Vinci.
harmônicas, o que privilegiou o domínio técnico e restringiu a
capacidade criativa dos artistas.
b) evidencia, em sua aplicação nas artes e na arquitetura, que as
regras geométricas e de proporcionalidade auxiliam a percepção
tridimensional e podem ser ensinadas, aprendidas e difundidas.
c) fez com que a matemática fosse considerada uma arte em que
apenas pessoas excepcionais poderiam usar geometria e
proporções em seus ofícios.
d) separou arte e ciência, tornando a matemática uma ferramenta
apenas instrumental, porque essa teoria não reconhece as
proporções humanas como base de medida universal.
e) teve sua aplicação restrita à arquitetura, diante da
impossibilidade de os artistas clássicos representarem
elementos tridimensionais em um plano.
"Quanto mais a vida econômica e social se emancipa dos grilhões
do dogma eclesiástico, tanto mais a arte se volta para a realidade Questão 07 (Pucsp 2007)
imediata." Considerando a peça "Auto da Barca do Inferno" como um todo,
(Arnold Hauser. "História social da literatura e da arte". 2. ed. indique a alternativa que melhor se adapta à proposta do teatro
Tradução de Walter H. Geenen. São Paulo: Mestre Jou, 1972. p. vicentino.
358) a) Preso aos valores cristãos, Gil Vicente tem como objetivo
alcançar a consciência do homem, lembrando-lhe que tem uma
Com base no conhecimento histórico e tendo como referenciais a alma para salvar.
pintura e o texto de Hauser, pode-se afirmar que o Renascimento b) As figuras do Anjo e do Diabo, apesar de alegóricas, não
a) refletiu, no universo cultural, as transformações que ocorreram estabelecem a divisão maniqueísta do mundo entre o Bem e o Mal.
no período de transição para uma sociedade fundamentada no c) As personagens comparecem nesta peça de Gil Vicente com o
antropocentrismo. perfil que apresentavam na terra, porém apenas o Onzeneiro e o
b) resgatou os princípios culturais fundamentais das antigas Parvo portam os instrumentos de sua culpa.
sociedades orientais, servindo como um elemento de d) Gil Vicente traça um quadro crítico da sociedade portuguesa da
propagação desses princípios no mundo Ocidental. época, porém poupa, por questões ideológicas e políticas, a Igreja
c) representou uma ruptura na forma de interpretar a natureza, e a Nobreza.
propiciando inclusive a possibilidade de o artista pintar figuras e) Entre as características próprias da dramaturgia de Gil Vicente,
femininas o que era proibido pela Igreja cristã na Baixa Idade destaca-se o fato de ele seguir rigorosamente as normas do teatro
Média. clássico.
d) não alterou significativamente a interpretação que os artistas
tinham da realidade, já que as imagens dos seres humanos Questão 08 (Pucsp 2008)
expressavam as figuras simbólicas de santos cristãos. Gil Vicente, criador do teatro português, realizou uma obra
e) não teve grandes repercussões na sociedade ocidental, uma vez eminentemente popular. Seu Auto da Barca do Inferno, encenado
que foi um fenômeno tipicamente italiano de rebeldia à influência em 1517, apresenta, entre outras características, a de pertencer ao
que a Igreja exercia no mundo das artes. teatro religioso alegórico. Tal classificação justifica-se por

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a) ser um teatro de louvor e litúrgico em que o sagrado é


plenamente respeitado.
b) não se identificar com a postura anticlerical, já que considera a
igreja uma instituição modelar e virtuosa.
c) apresentar estrutura baseada no maniqueísmo cristão, que
divide o mundo entre o Bem e o Mal, e na correlação entre a
recompensa e o castigo.
d) apresentar temas profanos e sagrados e revelar-se radicalmente
contra o catolicismo e a instituição religiosa.
e) aceitar a hipocrisia do clero e, criticamente, justificá-la em nome
da fé cristã.

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
(Com’ousará parecer ante mi de Dom Dinis. Fonte:
Questão 01 (G1 - ifsp 2016) http://pt.wikisource.org/wiki/Com%27ousar%C3%A1_parecer_ante_
A poesia do Trovadorismo português tem íntima relação com a mi. Acesso em: 05.12.2012.)
música, pois era composta para ser entoada ou cantada, sempre
acompanhada de instrumental, como o alaúde, a viola, a flauta, ou per = tam = nom = veer = mi = parecer =
mesmo com a presença do coro. por tão não ver mim, me semblante

A respeito dessa escola literária, assinale a alternativa correta. Sobre o fragmento anterior, pode-se afirmar que pertence a uma
a) Os principais trovadores utilizavam a guitarra elétrica para cantiga de
acompanhar a exibição. a) amor, pois o eu lírico masculino declara a uma amiga o
b) As composições dividem-se em dois grandes grupos: líricas e sentimento de amor que tem por ela.
satíricas. b) amigo, pois o eu lírico feminino expressa a uma amiga a falta de
c) Os principais trovadores são: Padre Antônio Viera e Camões. seu amigo por quem sente amor.
d) O Trovadorismo é uma escola literária contemporânea. c) amor, pois o eu lírico é feminino e acha que seu amor não deve
e) São exemplos de Cantigas Satíricas as Cantigas de Amor e de voltar para os seus braços.
Amigo. d) amigo, pois o eu lírico masculino entende que só Deus pode
trazer de volta sua amiga a quem não vê há muito tempo.
Questão 02 (G1 - ifsp 2014) e) amor, pois o eu lírico feminino não consegue enxergar o amor
que sente por seu amigo.

Questão 04 (Uepa 2012)


“A literatura do amor cortês, pode-se acrescentar, contribuiu para
transformar de algum modo a realidade extraliterária, atua como
componente do que Elias (1994) * chamou de processo
civilizador. Ao mesmo tempo, a realidade extraliterária penetra
processualmente nessa literatura que, em parte, nasceu como
forma de sonho e de evasão.”

(Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, EDUFSC, v. 41, n. 1


e 2, p. 83-110, Abril e Outubro de 2007 pp. 91-92)

(*) Cf. ELIAS, N. O Processo Civilizador. Rio de Janeiro: Zahar,


1994, v.1.

Interprete o comentário acima e, com base nele e em seus


Podemos associar corretamente essa pintura ao conhecimentos acerca do lirismo medieval galego-português,
a) Trovadorismo, pois os artistas compunham e cantavam para os marque a alternativa correta:
integrantes da Corte cantigas sobre as façanhas dos cavaleiros a) as cantigas de amor recriaram o mesmo ambiente palaciano das
medievais. cortes galegas.
b) Trovadorismo, pois as cantigas líricas e satíricas, escritas em b) “a literatura do amor cortês” refletiu a verdade sobre a vida
versos, eram cantadas pelos artistas ao som de instrumentos de privada medieval.
corda. c) a servidão amorosa e a idealização da mulher foi o grande tema
c) Humanismo, visto que as personagens do teatro de Gil Vicente, da poesia produzida por vilões.
como os trovadores e os jograis, eram em sua maioria nobres e d) o amor cortês foi uma prática literária que aos poucos modelou o
constituíam a elite da época. perfil do homem civilizado.
d) Classicismo, pois os temas presentes nas cantigas líricas e e) nas cantigas medievais mulheres e homens submetem-se às
satíricas vêm das narrativas da mitologia greco-latina. maneiras refinadas da cortesia.
e) Classicismo, visto que Camões inspirou-se, para escrever Os
Lusíadas, nas cantigas trovadorescas que narravam as TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
aventuras dos navegantes portugueses. Cantiga de Amor
Afonso Fernandes
Questão 03 (Ifsp 2013)
Leia atentamente o texto abaixo. Senhora minha, desde que vos vi,
lutei para ocultar esta paixão
Com’ousará parecer ante mi que me tomou inteiro o coração;
o meu amigo, ai amiga, por Deus, mas não o posso mais e decidi
e com’ousará catar estes meus que saibam todos o meu grande amor,
olhos se o Deus trouxer per aqui, a tristeza que tenho, a imensa dor
pois tam muit’há que nom veo veer que sofro desde o dia em que vos vi.
mi e meus olhos e meu parecer?
Já que assim é, eu venho-vos rogar
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CURSO ANUAL DE LITERATURA – (Prof. Steller de Paula)

que queirais pelo menos consentir Estes versos de Shakespeare (da peça "Troilo e Cressida") revelam
que passe a minha vida a vos servir (...) uma visão de mundo
a) moderna e liberal, ao tratarem das cidades, do comércio e,
(www.caestamosnos.org/efemerides/118. Adaptado) virtualmente, até do novo continente.
b) medieval e aristocrática, ao defenderem privilégios, graus e
hierarquias como decorrentes de uma ordem natural.
c) universal e democrática, ao se referirem a valores e concepções
Questão 05 (G1 - ifsp 2012) que ultrapassam seu próprio tempo histórico.
Observando-se a última estrofe, é possível afirmar que o d) clássica e monarquista, ao mencionarem instituições, como a
apaixonado monarquia e o direito de primogenitura, que eram características
a) se sente inseguro quanto aos próprios sentimentos. do mundo greco-romano.
b) se sente confiante em conquistar a mulher amada. e) particularista e elitista, ao expressarem hierarquias, valores e
c) se declara surpreso com o amor que lhe dedica a mulher amada. graus exclusivos da Inglaterra do século XVI.
d) possui o claro objetivo de servir sua amada.
e) conclui que a mulher amada não é tão poderosa quanto parecia Questão 09 (Upe 2013)
a princípio. Analise a imagem a seguir:

Questão 06 (G1 - ifsp 2012)


Uma característica desse fragmento, também presente em outras
cantigas de amor do Trovadorismo, é
a) a certeza de concretização da relação amorosa.
b) a situação de sofrimento do eu lírico.
c) a coita de amor sentida pela senhora amada.
d) a situação de felicidade expressa pelo eu lírico.
e) o bem-sucedido intercâmbio amoroso entre pessoas de camadas
distintas da sociedade.

Questão 07 (Upe 2014)


Que obra de arte é o homem! Que nobre na razão, que infinito nas
faculdades, na expressão e nos movimentos, que determinado e
admirável nas ações; que parecido a um anjo de inteligência, que
semelhante a um deus!
O quadro O nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli, é uma das
(SHAKESPEARE, William. Hamlet. São Paulo: Abril Cultural, 1976. grandes realizações da arte renascentista.
p. 87.) Sobre essa obra e seu contexto histórico, assinale a alternativa
CORRETA.
Partindo da análise da fala da personagem shakespeariana, a) A temática pagã da obra, baseada na mitologia greco-romana,
assinale a alternativa que a associa às características do constituiu-se numa ousadia que destoava do restante da
Renascimento Cultural. produção artística do Renascimento.
a) A fala de Hamlet ilustra o teor teocêntrico do Renascimento ao b) A nudez representada no quadro também aparece em obras de
associar o homem a anjos e deuses. outros artistas da época, como Michelangelo.
b) O texto apresenta Deus como centro do universo ao explorar a c) Botticelli, personagem símbolo do ideal humanista, também foi
semelhança entre o homem e o divino. arquiteto, engenheiro, músico e poeta.
c) Hamlet apresenta o homem como uma obra-prima nata, d) O nascimento de Vênus, assim como a Última Ceia de Da Vinci,
dialogando com a perspectiva filosófica do empirismo. é uma pintura de temática bíblica.
d) O texto explora o hedonismo ao destacar o homem como “infinito e) Botticelli destacou-se por sua produção em escultura.
nas faculdades, na expressão e nos movimentos”.
e) Hamlet apresenta uma ode ao homem, ilustrando o Questão 10
antropocentrismo característico do Renascimento Cultural. “Brunelleschi foi provavelmente o primeiro artista a demonstrar os
princípios da perspectiva linear; a geometria básica, contudo,
Questão 08 (Fuvest) parece ter sido descoberta por Alberti, que a resumiu em seu
"Os próprios céus, os planetas e este centro [a Terra] tratado Da Pintura (1436). A perspectiva linear é uma técnica na
Respeitam os graus, a precedência e as posições. qual o artista pode criar a impressão de profundidade tridimensional
Como poderiam as sociedades, numa superfície plana. Como ciência, a perspectiva está
Os graus nas escolas, as irmandades nas cidades, relacionada à óptica (o estudo da visão e do olho humano), mas
O comércio pacífico entre praias separadas, como sistema pictórico ela só foi completamente desenvolvida no
A primogenitura e o direito de nascença, começo do século XV, em meio à atmosfera intelectual e artística
Os privilégios da idade, as coroas, cetros, lauréis, da Renascença florentina. Pela primeira vez na história da pintura
Manter-se em seu lugar certo - não fossem os graus?" havia um sistema matemático para calcular como dimensionar
proporcionalmente o tamanho dos personagens e elementos em
relação à distância.”

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Tudo Sobre Arte – Stephen Farthing

Assinale o item cuja pintura é Renascentista e reflete a adoção


plena dos princípios matemáticos expostos no texto acima:

d)
Fonte:
http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Duccio_di_Buoninsegna_036.j
pg

a)
Fonte: http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Cimabue_033.jpg

e)
b) Fonte:
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a6/Cimab
http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:San_Francesco_Cimabue.jpg ue_032.jpg/220px-Cimabue_032.jpg

Questão 11 (Puccamp 2002)


Observe os detalhes da pintura.

c)
Fonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6c/Fra_Filippo_Li
ppi_010.jpg
"A Madona do Prado", de Giovanni Bellini.

(Wendy Beckett. "História da Pintura". Tradução. São Paulo: Ática,


1997. p. 108)

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A pintura renascentista expressa elementos do contexto histórico Frade: Por Deus! Essa seria ela?
na qual é produzida. A partir da pintura e do conhecimento Não vai em tal caravela
histórico, pode-se afirmar que na renascença minha senhora Florença?
a) os pintores analisam e retratam o mundo de acordo com imagem Como? Por ser namorado
do próprio homem. e folgar c’uma mulher?
b) os artistas mostram o seu desprezo pelos clérigos e pelos Se há um frade de perder,
princípios da Igreja Cristã. com tanto salmo rezado?!
c) as pinturas enfatizam demasiadamente os aspectos da vida Diabo: Ora estás bem arranjado!
coletiva, desprezando o individualismo. Frade: Mas estás tu bem servido.
d) os pintores têm os mesmos padrões estéticos e filosóficos, o que Diabo: Devoto padre e marido,
impede a criatividade. haveis de ser cá 11pingado…
e) as obras de arte adquirem um caráter popular, sendo adquiridas
sobretudo pelos servos. (Auto da Barca do Inferno, 2007.)

Para responder à questão a seguir, leia o excerto de Auto da Barca 1baixa: dança popular no século XVI.
do Inferno do escritor português Gil Vicente (1465? - 1536?). A 2Deo gratias: graças a Deus.
peça prefigura o destino das almas que chegam a um braço de mar 3tordião: outra dança popular no século XVI.

onde se encontram duas barcas (embarcações): uma destinada ao 4tanger: fazer soar um instrumento.

Paraíso, comandada pelo anjo, e outra destinada ao Inferno, 5clausura: convento.

comandada pelo diabo. 6hábito: traje religioso.


7val: vale.

Vem um Frade com uma Moça pela mão […]; e ele mesmo fazendo 8mundanal: mundano.

a 1baixa começou a dançar, dizendo 9detença: demora.


10avença: acordo.

Frade: Tai-rai-rai-ra-rã ta-ri-ri-rã; 11ser pingado: ser pingado com gotas de gordura fervendo

Tai-rai-rai-ra-rã ta-ri-ri-rã; (segundo o imaginário popular, processo de tortura que ocorreria


Tã-tã-ta-ri-rim-rim-rã, huha! no inferno).
Diabo: Que é isso, padre? Quem vai lá?
Frade: 2Deo gratias! Sou cortesão. Questão 12 (Unesp 2017)
Diabo: Danças também o 3tordião? Assinale a alternativa cuja máxima está em conformidade com o
Frade: Por que não? Vê como sei. excerto e com a proposta do teatro de Gil Vicente.
Diabo: Pois entrai, eu 4tangerei a) “O riso é abundante na boca dos tolos.”
e faremos um serão. b) “A religião é o ópio do povo.”
E essa dama, porventura? c) “Pelo riso, corrigem-se os costumes.”
Frade: Por minha a tenho eu, d) “De boas intenções, o inferno está cheio.”
e sempre a tive de meu. e) “O homem é o único animal que ri dos outros.”
Diabo: Fizeste bem, que é lindura!
Não vos punham lá censura Questão 13 (G1 - ifsp 2016)
no vosso convento santo? Considere o trecho para responder à questão.
Frade: E eles fazem outro tanto!
Diabo: Que preciosa 5clausura! No final do século XV, a Europa passava por grandes mudanças
Entrai, padre reverendo! provocadas por invenções como a bússola, pela expansão marítima
Frade: Para onde levais gente? que incrementou a indústria naval e o desenvolvimento do comércio
Diabo: Para aquele fogo ardente com a substituição da economia de subsistência, levando a
que não temestes vivendo. agricultura a se tornar mais intensiva e regular. Deu-se o
Frade: Juro a Deus que não te entendo! crescimento urbano, especialmente das cidades portuárias, o
E este 6hábito não me 7val? florescimento de pequenas indústrias e todas as demais mudanças
Diabo: Gentil padre 8mundanal, econômicas do mercantilismo, inclusive o surgimento da burguesia.
a Belzebu vos encomendo!
Frade: Corpo de Deus consagrado! Tomando-se por base o contexto histórico da época e os
Pela fé de Jesus Cristo, conhecimentos a respeito do Humanismo, marque (V) para
que eu não posso entender isto! verdadeiro ou (F) para falso e assinale a alternativa correta.
Eu hei de ser condenado?
Um padre tão namorado ( ) O Humanismo é o nome que se dá à produção escrita e
e tanto dado à virtude? literária do final da Idade Média e início da moderna, ou seja,
Assim Deus me dê saúde, parte do século XV e início do XVI.
que eu estou maravilhado! ( ) Fernão Lopes é um importante prosador do Humanismo
Diabo: Não façamos mais 9detença português. Destacam-se entre suas obras: Crônica Del-Rei
embarcai e partiremos; D. Pedro I, Crônica Del-Rei Fernando e Crônica de El-Rei D.
tomareis um par de remos. João.
Frade: Não ficou isso na 10avença. ( ) Gil Vicente é um importante autor do teatro português e suas
Diabo: Pois dada está já a sentença!
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principais obras são: Auto da Barca do Inferno e Farsa de c) A imagem cômica, mas condenável, de um frade que canta,
Inês Pereira. dança e namora, trazendo consigo uma dama, é exemplo cabal
( ) Gil Vicente é um autor não reconhecido em Portugal, em do pressuposto das peças de Gil Vicente de que, rindo, é
virtude de sua prosa e documentação histórica não possível corrigir os costumes.
participarem da cultura portuguesa. d) O frade terá como destino o inferno porque é homem
a) V, V, V, F. “mundanal”, ligado aos gozos do mundo material, em cujo pano
b) V, F, V, V. de fundo percebe-se o sistema de valores do homem medieval,
c) F, V, V, F. para o qual não há salvação após a morte.
d) V, V, F, F. e) O sistema de valores que pode ser entrevisto nas peças de Gil
e) V, F, F, V. Vicente, e especialmente no Auto da Barca do Inferno, revela uma
mentalidade avessa aos valores da Idade Média.
Questão 14 (G1 - ifsp 2016)
Leia o texto abaixo, um trecho do Auto da Barca do Inferno, de Gil Questão 15 (Uepa 2014)
Vicente, para assinalar a alternativa correta no que se refere à obra Analise os trechos abaixo, retirados da peça Pranto de Maria
desse autor e ao Humanismo em Portugal. Parda, de Gil Vicente, e assinale aquele que comunica ao leitor
Nota: foram feitas pequenas alterações no trecho para facilitar a uma visão preconceituosa de caráter racial.
leitura. a) Eu só quero prantear
este mal que a muitos toca;
Vem um Frade com uma Moça pela mão, e um 1broquel e uma que estou já como minhoca
espada na outra, e um 1casco debaixo do 2capelo; e, ele mesmo que puseram a secar.
fazendo a baixa, começou de dançar, dizendo: b) Ó bebedores irmãos
que nos presta ser cristãos,
FRADE Tai-rai-rai-ra-rã; ta-ri-ri-rã; pois nos Deus tirou o vinho?
ta-rai-rai-rai-rã; tai-ri-ri-rã: tã-tã; c) Martim Alho, amigo meu,
ta-ri-rim-rim-rã. Huhá! Martim Alho, meu amigo,
DIABO Que é isso, padre?! Que vai lá? tão seco trago o umbigo
FRADE Deo gratias! Sou cortesão. como nariz de Judeu.
DIABO Sabes também o tordião? d) Ó Rua da Mouraria,
FRADE Por que não? Como ora sei! quem vos fez matar a sede
DIABO Pois entrai! Eu tangerei pela lei de Mafamede
e faremos um serão. com a triste da água fria?
Essa dama é ela vossa? e) Devoto João Cavaleiro
FRADE Por minha a tenho eu, que pareceis Isaías,
e sempre a tive de meu dai-me de beber três dias,
DIABO Fizestes bem, que é formosa! e far-vos-ei meu herdeiro.
E não vos punham lá 3grosa
no vosso convento santo?
FRADE E eles fazem outro tanto!
DIABO Que cousa tão preciosa...
Entrai, padre reverendo!
FRADE Para onde levais gente?
DIABO Pera aquele fogo ardente
que não temestes vivendo.
FRADE Juro a Deus que não te entendo!
E este hábito não me vale?
DIABO Gentil padre mundanal,
a Belzebu vos encomendo!
1broquel e casco – respectivamente, escudo e armadura para

cabeça – são elementos por meio dos quais o autor descreve o


frade.
2capelo – chapéu ou capuz usado pelos religiosos.
3pôr grosa – censurar.

a) O destino do frade é exemplar no que se refere à principal


característica da obra de Gil Vicente: a crítica severa, de sabor
renascentista, à Igreja Católica, de cuja moral se distancia a
obra do dramaturgo.
b) A proposta do teatro vicentino alegórico – especialmente a
Trilogia das Barcas – era a montagem de peças complexas, de
linguagem rebuscada, distante do falar popular, para criticar, nos
termos da moral medieval, os homens do povo.

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RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES DE CASA

Questão 01
O Trovadorismo data da época Medieval (por volta do século XII) e foi uma literatura oral acompanhada de alaúde, viola, flauta ou coro.
Dessa forma, as alternativas [A] e [D] são descartadas.
O trovador podia optar por dois tipos distintos de cantigas: as líricas (de Amor e de Amigo) e satíricas (Maldizer e Escárnio). Isso confirma a
alternativa [B] e invalida a [E].
O Padre Antônio Viera pertenceu ao período do Barroco, e Camões ao Renascimento e, portanto, [C] também está incorreta.

Resposta: [B]

Questão 02
[A] Apesar de muitas retratarem as Cruzadas, as cantigas têm temáticas mais variadas e complexas que variam do amor à ironia.
[B] Correta. As cantigas eram assim chamadas por serem cantadas e acompanhadas ao som de alaúdes.
[C] A pintura mostra um cantador não um ator do teatro de Gil Vicente.
[D] Os temas presentes nas cantigas refletiam os costumes e a forma de amar da Europa medieval e cristã.
[E] Camões não se inspirou nas cantigas trovadorescas para escrever os Lusíadas, mas sim pelos épicos greco-romanos.

Resposta: [B]

Questão 03
De origem popular, a cantiga de amigo da poesia trovadoresca caracteriza-se pela presença de um eu lírico feminino que expressa o
sofrimento por amor (coita). Assim, é correta a opção [B], pois o fragmento transcreve liricamente o lamento de uma moça a uma amiga,
queixando-se do “amigo” que tarda em vir ao seu encontro: “pois tam muit’há que nom veo veer / mi e meus olhos e meu parecer?”.

Resposta: [B]

Questão 04
É correta a alternativa [D]. Segundo o texto, a literatura do amor cortês transformou a realidade extraliterária que, por sua vez, interferiu no
processo civilizador do Homem.

Resposta: [D]

Questão 05
O eu lírico dirige-se à mulher amada, confessando-se incapaz de continuar a esconder os sentimentos que nutre por ela. Perante a não
correspondência amorosa, resigna-se e pede-lhe veementemente que o deixe servi-la (“Já que assim é, eu venho-vos rogar/que queirais
pelo menos consentir/que passe a minha vida a vos servir”).

Resposta: [D]

Questão 06
As cantigas de amor caracterizam-se pela presença do eu lírico masculino que expressa à mulher amada o sofrimento provocado pela
inviabilidade da concretização amorosa.

Resposta: [B]

Questão 07
Somente a proposição [E] está correta. O Renascimento Cultural ocorreu na Europa entre os séculos XIV, XV e XVI começando no norte da
Itália e depois se propagou para outras regiões. Este movimento defendeu o humanismo, o antropocentrismo, racionalismo, empirismo,
hedonismo, individualismo, entre outros. Inspirado nos valores da Antiguidade Clássica, Grécia e Roma, este movimento valorizou o
homem e suas potencialidades. As demais alternativas estão incorretas. A fala de Hamlet não ilustra o teocentrismo e sim o
antropocentrismo. Portanto, não defende a ideia de que Deus é o centro do universo. Embora hedonismo e empirismo sejam características
deste movimento cultural, a fala de Hamlet remete ao antropocentrismo que é a valorização do homem. As proposições [C] e [D] podem
confundir o candidato.

Resposta: [E]

Questão 08: Resposta: [B]

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Questão 09
Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi, ou Sandro Botticelli, pintor e retratista do Renascimento, participou da pintura da Capela Sistina
juntamente com Michelangelo. Ele foi protegido pela família dos Médicis e do monge beneditino Girolamo Savonarola.
A temática pagã, presente do quadro e do Cristianismo, é frequente nas obras do Renascimento. Botticelli, um dos maiores pintores do
período, foi exclusivamente um pintor, diferentemente de outros expoentes da época, como Leonardo da Vinci, com trabalhos e estudos em
diversas áreas, como Anatomia, Arquitetura, Engenharia e obras em Esculturas.

Resposta: [B]

Questão 10: Resposta: [C]

Questão 11: Resposta: [A]

Questão 12
Está correta a alternativa [C], pois Gil Vicente usava a sátira para fazer uma crítica à sociedade e aos costumes do seu tempo. Assim,
sugeria ao público uma reflexão sobre seus próprios atos e, consequentemente, uma revisão dos valores.

Resposta: [C]

Questão 13
Última afirmação incorreta: Gil Vicente foi um autor do teatro português, como colocado na terceira afirmativa. Sua importância para
Portugal é bastante reconhecida, uma vez que é considerado o primeiro dramaturgo do país. Suas peças tinham um caráter moralizante, e
faziam coro com as mudanças que aconteciam na transição da Idade Média para a Idade Moderna.

Resposta: [A]

Questão 14
A obra de Gil Vicente faz crítica a algumas práticas corruptas da sociedade, ao mesmo tempo em que se aproxima de valores religiosos.
Assim, ao criar uma personagem de um frade corrompido pelos pecados da luxúria, mas que a princípio deveria seguir as regras morais, o
autor faz uma crítica social. É interessante notar que a crítica é feita de forma cômica, a partir do perfil do Frade: nota-se que ele chega à
barca acompanhado de uma mulher, o que por si só já é cômico, tratando-se de um frade. Dessa forma, a partir do riso, Gil Vicente constrói
uma obra de caráter moralista e correcional dos costumes.

Resposta: [C]

Questão 15
Na alternativa [C], Maria Parda dirige-se a Martim Alho, implorando que lhe dê de beber. Como justificativa, diz que tem o estômago tão
seco como o nariz de um judeu (“tão seco trago o umbigo/como nariz de Judeu”), comparação que demonstra uma visão preconceituosa de
caráter racial.

Resposta: [C]

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