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PORTO ALEGRE
Auditor Fiscal de Tributos Municipais

DIREITO CONSTITUCIONAL

Profª Alessandra Vieira


Direito Constitucional

Professora Alessandra Vieira

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Edital

DIREITO CONSTITUCIONAL: 6.1.4. Princípios Fundamentais da Constituição Brasileira. 6.1.6.


Direitos e Garantias Fundamentais: Direitos e Deveres Individuais, Coletivos, Sociais, Políti-
cos e Nacionalidade. Tutela Constitucional das Liberdades: Mandado de Segurança, Habeas
Corpus, Habeas Data, Ação Popular, Mandado de Injunção e Direito de Petição. Ação Civil
Pública.

BANCA: FMP
CARGO: Auditor Fiscal

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Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

Entrará em vigor na data


de sua publicação.

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PORTO ALEGRE
Auditor Fiscal de Tributos Municipais

DIREITO CONSTITUCIONAL

Prof. Ubirajara Martell


Direito Constitucional

Professor Ubirajara Martell

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Edital

DIREITO CONSTITUCIONAL: Constituição. Conceito. Classificação. Aplicabilidade e Interpre-


tação das Normas Constitucionais. 6.1.2. Poder Constituinte. Conceito, Finalidade, Titulari-
dade e Espécies. Reforma da Constituição. Cláusulas Pétreas. 6.1.3. Supremacia da Consti-
tuição. Controle de Constitucionalidade. Sistemas de Controle de Constitucionalidade. Ação
Direta de Inconstitucionalidade. Ação Declaratória de Constitucionalidade. Arguição de Des-
cumprimento de Preceito Fundamental. 6.1.7. Da Ordem Econômica e Financeira: Princípios
Gerais da Atividade Econômica. Sistema Financeiro Nacional. 6.1.5. Organização dos Poderes
do Estado. Conceito de Poder: Separação, Independência e Harmonia.

BANCA: FMP
CARGO: Auditor Fiscal

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CONSTITUCIONAL PARA O ISS PORTO ALEGRE

1 – Direito Constitucional e Constituição

O que seria o Direito Constitucional?


Bem, podemos defini-lo como o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os
princípios e normas fundamentais do Estado. E tem como objeto a Constituição desse Estado.
Quanto ao conceito de Constituição, podemos relacioná-lo à noção de forma de organização
do Estado.
Quando eu digo Estado, temos de relacionar essa concepção à junção de três elementos funda-
mentais (território, população e governo) que podem ser completadas com mais um elemen-
to: a finalidade. Assim, o Estado seria constituído de um governo (poder institucionalizado)
que tem por finalidade essencial a regulamentação das relações sociais travadas pelos mem-
bros de uma população distribuída em determinado território.
Nesse sentido, qualquer Estado tem sua Constituição, independentemente de estar essa
organização compilada em um livro, um documento específico.

1.1 Conceitos: político, sociológico e jurídico


Excepcionalmente neste assunto, é importante que você memorize os nomes relacionados a
cada uma das concepções de Constituição: política, sociológica e jurídica.

Constituição em sentido POLÍTICO


Carl Schmitt é quem desenvolve a concepção política de Constituição. Segundo esse conceito,
a Constituição é uma decisão política fundamental.
Assim, a Constituição surge a partir de uma vontade política fundamental de definir a forma e
modo de organização do Estado.
Carl Schmitt estabeleceu uma distinção entre Constituição e leis constitucionais. A Constitui-
ção disporia somente sobre as matérias substancialmente constitucionais, materialmente cons-
titucionais devido à sua grande relevância jurídica (organização do Estado, direitos e garantias
fundamentais etc.). Essas sim seriam, por excelência, as decisões políticas fundamentais.
As demais matérias integrantes do texto da Constituição, de menor relevância, seriam tão
somente leis constitucionais.

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Ou seja, uma coisa é tratar de temas realmente “importantes”, substancialmente constitucio-
nais, assunto para a Constituição. Outra coisa seriam aqueles temas menos relevantes, que
constituiriam meras leis constitucionais.
Com base nessa teoria, podemos mencionar um aspecto importante para concursos: a distinção
entre Constituição em sentido material e Constituição em sentido formal.

Constituição em sentido SOCIOLÓGICO


Na concepção sociológica, a Constituição é concebida como fato social, como resultado da
realidade social do país, e não propriamente como norma. A Constituição seria a soma dos
fatores reais de poder que imperam na sociedade (tais como a aristocracia, a burguesia, os
banqueiros etc.).
Aquele documento escrito teria a função de simplesmente sistematizar essa correlação de
forças, e só teria eficácia se, de fato, representasse os valores sociais da sociedade.
Essa noção é defendida por Ferdinand Lassalle, segundo o qual há duas Constituições: a real
e a escrita. A real é a “soma dos fatores reais de poder” e a escrita, mera “folha de papel”. Em
caso de conflito, aquela sempre prevalecerá sobre esta.
Dessa forma, Lassalle nega a força normativa da Constituição escrita. Afinal, para ele, se a
Constituição escrita não representar a real soma dos fatores de poder, ela não passará de uma
folha de papel.

Constituição em sentido JURÍDICO


Para Hans Kelsen, defensor da concepção jurídica de Constituição, a Constituição é norma
jurídica pura, sem qualquer consideração de ordem social, política, moral ou filosófica.
Nesse caso, a Constituição teria um caráter estritamente formal.
É interessante como a visão de Kelsen contrapõe-se à concepção sociológica de Ferdinand
Lassalle. Por um lado, Lassalle nega a força normativa da Constituição, ao considerar que ela só
teria valor se representasse os fatores reais de poder. Ao contrário, na visão de Kelsen, a validade
de uma norma independe da sua aceitação pelo sistema de valores sociais da sociedade.
Kelsen estabeleceu uma distinção entre Constituição em sentido lógicojurídico e Constituição
em sentido jurídico-positivo.
De acordo com o sentido lógico-jurídico, a Constituição significa norma fundamental hipotética,
cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da validade da Constituição jurídico-
positiva. Ou seja, trata-se de fato instaurador não positivado (já que apenas pressuposto,
pensado, imaginado), origem de todo o processo de criação das normas.
Já em seu sentido jurídico-positivo, a Constituição equivale à norma positiva suprema, conjunto
de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau.

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1.2 – Classificação das Constituições


Em todo direito constitucional, há diversas formas de se classificar determinada Constituição.
Vamos estudar aqui as classificações mais relevantes para fins de concurso público.
As Constituições podem ser classificadas:
•• quanto ao conteúdo;
•• quanto à forma;
•• quanto ao modo de elaboração;
•• quanto à origem;
•• quanto à estabilidade;
•• quanto à extensão;
•• quanto à finalidade; e
•• quanto à correspondência com a realidade.

Quanto ao conteúdo: materiais e formais


Já falamos um pouco sobre o sentido material e formal de Constituição. Constituição material
(ou substancial) é aquele conjunto de normas substancialmente constitucionais. Não importa
se as normas estão ou não codificadas em um único documento (um livro denominado
“Constituição”). Se a norma fala sobre temas substancialmente constitucionais, ela integra a
Constituição material.

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A Constituição formal é aquela que está restrita a um documento solene, de forma escrita.
Assim, independentemente do tema sobre o qual versem, aquelas normas ali inseridas terão
status de normas constitucionais.
Observem a Constituição de 1988. Ela é do tipo formal, tendo em vista que qualquer dos
temas inseridos naquele documento revestem-se da mesma dignidade jurídica. Não importa
se trata da organização do Estado (tema essencialmente constitucional, substancialmente
constitucional) ou de qualquer outro aspecto pouco relevante, o que importa é o processo de
formação, é o fato de aquela norma estar dentro daquele documento.

Quer um exemplo para esclarecer?


O art. 242, § 2º da CF/88 assim dispõe: “O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de
Janeiro, será mantido na órbita federal.”
Acho que fica claro para qualquer um que isso não tem dignidade constitucional. Não é um
assunto essencialmente constitucional. Entretanto, segundo o sentido formal de Constituição,
o que importa é o fato de ele integrar a Constituição. É dizer, o art. 242, § 2º é tão formalmente
constitucional quanto os artigos que estabelecem os princípios constitucionais ou os direitos
fundamentais.

Quanto à forma: escritas e não escritas


Constituição escrita é aquela solenemente elaborada por um órgão constituinte num
determinado momento. Disso resulta um documento escrito único, integrado por todas as
normas constitucionais. E aquele documento é que rege todo ordenamento jurídico, regulando
jurídica e efetivamente as relações da vida e dirigindo as condutas.
Já a Constituição não escrita (costumeira ou consuetudinária) é aquela que surge com o lento
passar do tempo, como resultado de lenta síntese da evolução histórica do Estado. É integrada
por leis escritas esparsas, jurisprudências, normas costumeiras e convenções.
A Constituição de 1988 é do tipo escrita, pois está compilada em um único documento
elaborado por um órgão constituinte.
Atenção! É errado dizer que a Constituição não escrita é integrada apenas por normas
costumeiras, sem textos propriamente ditos. Observe que o que distingue uma da outra não é
exatamente a existência ou não de textos escritos, mas o fato de as escritas estarem compiladas
em um único documento, e as não escritas estarem espalhadas, sendo compostas também de
normas não escritas.

Quanto ao modo de elaboração: dogmáticas e históricas


Constituição dogmática é formada em determinado momento histórico, baseada nas ideias,
ideologias e princípios da teoria política e do direito daquele tempo. É o caso da Constituição
de 1988 que elaborada por uma assembléia constituinte, em determinado momento fixo,
segundo os dogmas reinantes àquela época.
Ao contrário, a Constituição histórica é fruto da lenta e contínua síntese da história daquele
povo, constituindo um longo processo de formação.

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Quanto à origem: promulgadas e outorgadas


Constituição promulgada (democrática ou popular) é produzida pela participação popular,
normalmente por força do regime de democracia representativa. Assim, a Constituição surge
do trabalho de uma assembléia constituinte, formada por representantes do povo (eleitos
democraticamente).
Por outro lado, a Constituição outorgada é imposta de forma unilateral pelo poder da época,
sem a participação popular. Trata-se de obra de um agente revolucionário que atua sem
legitimidade para representar o povo.
Há, por fim, a Constituição cesarista, que também não é democrática. Trata-se de uma
Constituição elaborada pelo detentor do poder e submetida ao povo, com vistas a referendar
aquele documento, dando a ele ares de aparente legitimidade.
No Brasil, já tivemos tanto Constituições promulgadas, quanto outorgadas. Sabendo um
pouquinho de história você pode ter uma noção inicial do perfil daquela Constituição. É só
verificar o “ambiente” em que surge aquela Constituição.
I) A primeira Constituição foi a 1824, que era imperial e outorgada.
II) Em 1937, tivemos uma Constituição outorgada, durante o regime totalitário de Getúlio
Vargas (Estado Novo).
II) A Constituição de 1967 e a emenda constitucional de 1969 foram outorgadas logo após o
golpe militar de 1964 e regeram o país até 1988.
Em suma, na história do constitucionalismo brasileiro tivemos Constituições outorgadas (1824,
1937, 1967 e 1969) e Constituições promulgadas (1891, 1934, 1946 e 1988).

Quanto à estabilidade (ou alterabilidade): imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas


A Constituição imutável é aquela que não admite alteração do seu texto em nenhuma hipótese.
Atualmente, podemos dizer que esta forma está em desuso (constituem relíquias históricas),
tendo em vista que a imutabilidade pode resultar na total desconexão entre a Constituição e a
realidade à sua volta.
A Constituição rígida é aquela que admite alteração do seu texto, mas somente mediante um
processo legislativo solene, mais dificultoso do que aquele de elaboração das leis.
A Constituição flexível admite alteração do seu texto mediante processo legislativo simples,
igual ao de elaboração das leis. Em regra, são também não escritas (classificação quanto a
forma), mas podem ser excepcionalmente escritas.
A Constituição semiflexível ou semirrígida mescla os dois tipos anteriores. Exige um
procedimento especial para alteração de parte do seu texto (parte rígida) e permite a alteração
da outra parte mediante procedimento simples, igual ao de elaboração das leis (parte flexível).
Destaque-se que, no Brasil, todas as Constituições foram do tipo rígida (inclusive a de 1988),
exceto a Imperial de 1824, que foi do tipo semirrígida.
A propósito, quer ver como funciona uma Constituição semi-rígida? A Constituição de 1824
apresentava a seguinte regra no seu artigo 178:

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“Art. 178. É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes
Políticos, e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional
pode ser alterado, sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias.”
Ou seja, a própria Constituição traz um dispositivo que indica qual é a sua parte rígida (que vai
exigir procedimento mais dificultoso para sua modificação) e qual é a sua parte flexível.
Atenção! Apesar de a Constituição de 1988 ser do tipo rígida, há na doutrina (Alexandre de
Moraes) quem a classifique como super rígida, uma vez que possui um núcleo não passível de
supressão (cláusulas pétreas).

Quanto à extensão: sintéticas e analíticas


A Constituição sintética (breve ou concisa) é aquela de texto abreviado, que trata apenas de
matérias substancialmente constitucionais.
De outra forma, a Constituição analítica (extensa ou prolixa) é aquela de texto extenso,
tratando de matérias variadas, e não só de temas substancialmente constitucionais.
A Constituição de 1988 é classificada como analítica, pois apresenta texto extenso, abrangendo
normas materialmente constitucionais, normas apenas formalmente constitucionais e
normas programáticas. Nesse sentido, nossa Constituição segue a tendência moderna de
as Constituições analíticas como forma de: (i) conferir maior estabilidade a certas matérias,
levando-as para o texto da Constituição; e (ii) assegurar uma maior proteção social aos
indivíduos, por meio da fixação de programas e diretrizes de política social para a concretização
futura pelos órgãos estatais.

Quanto à finalidade: garantia, balanço e dirigente


A Constituição garantia (negativa) é aquela de texto abreviado (sintéticas) que se limita
a estabelecer as garantias fundamentais e limites frente ao Estado. Podemos dizer que elas
“olham para o passado”, no sentido de garantir aquelas conquistas.
A Constituição balanço é aquela elaborada para retratar a vida do Estado por um período certo
de tempo. Podemos dizer que elas “olham o presente”.
A Constituição dirigente (ou programática) tem texto extenso (analíticas) e, além de estabelecer
as garantias fundamentais frente ao Estado, fixam programas e diretrizes para a atuação futura
dos órgãos estatais, normalmente de cunho social. Em suma, elas “olham para frente, para o
futuro”.
Nasceram com o surgimento do chamado Estado Social, e passaram a introduzir no texto
constitucional verdadeiros programas sociais a serem concretizados no futuro pelos órgãos
estatais. Esses programas, em sua maioria de cunho social-democrático, correspondem às
chamadas “normas programáticas”.

Quanto à correspondência com a realidade: normativas, nominativas e semânticas


Karl Loewenstein formulou uma classificação que leva em conta a correspondência entre o
texto constitucional e a realidade política do Estado.

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A Constituição normativa é aquela que consegue efetivamente normatizar a vida política do


Estado, limitando sua ingerência por meio da garantia de direitos aos indivíduos. Existe em
países em que há perfeita correspondência entre as normas estabelecidas (pela Constituição) e
a realidade (o que, de fato, ocorre na vida política do Estado).
A Constituição nominativa é aquela que tem o objetivo de regular a vida política do Estado, mas
não consegue cumprir essa função. Ou seja, até que se busca essa normatização das relações
em sociedade, mas sem sucesso.
Por fim, há ainda a Constituição semântica, em que não há sequer o objetivo de limitar a
ingerência estatal em favor do indivíduo. Busca-se apenas conferir legitimidade meramente
formal aos governantes, servindo como instrumento em favor dos detentores do poder.

Características da CF/88: “É PRA FODER”


E scrita
PR omulgada
A nalítica
FO rmal
D ogmática
E clética
R ígida

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2 – Aplicabilidade e Eficácia: Classificação das Normas Constitucionais

Em primeiro lugar: todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica. Podemos até
considerar a existência de uma variação no grau de eficácia e aplicabilidade dessas normas.
Mas, não existem normas desprovidas de eficácia jurídica no texto da Constituição.
Bem, ocorre que algumas normas já produzem seus efeitos essenciais com a simples
promulgação da Constituição. Outras têm um grau de eficácia reduzido, já que só produzem os
seus plenos efeitos quando forem regulamentados por lei.
Para o STF, o preâmbulo não é norma constitucional e não possui a mesma força normativa
das demais normas constitucionais. É apenas mera manifestação de cunho político/filosófico/
ideológico que não se insere no âmbito do Direito Constitucional.
Você pode perguntar: o mesmo pode ser afirmado quanto às normas integrantes do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT?
Bem, o ADCT é uma norma constitucional como qualquer outra, ressalvada a sua natureza
transitória. Assim: (i) as normas do ADCT são formalmente constitucionais; (ii) têm a mesma
rigidez e situam-se no mesmo nível hierárquico das demais normas constitucionais (não há
subordinação entre norma integrante do ADCT e norma do corpo principal da Constituição);
(iii) e podem ser modificadas (ou revogadas, ou acrescentadas) por emenda à Constituição.
Nesse sentido, a única diferença entre as normas do ADCT e as demais (parte dogmática,
corpo principal da Constituição) é que a primeira tem natureza transitória: ocorrida a situação
transitória prevista na norma do ADCT, esgota-se a sua eficácia.
Bem, de qualquer forma, quando se fala em “aplicabilidade das normas constitucionais”, o
mais comum é serem cobradas questões sobre a classificação do prof. José Afonso da Silva:
normas constitucionais de eficácia plena, limitada e contida. Esse assunto não cai, despenca
em concursos! E o melhor é que é bem simples de você dividi-las...
Assim, as normas constitucionais dividem-se em três diferentes graus de eficácia:
→ eficácia plena
→ eficácia contida
→ eficácia limitada

2.1 – Normas de eficácia plena


As normas de eficácia plena são aquelas que já estão aptas para produzirem os seus plenos
efeitos com a simples entrada em vigor da Constituição, independentemente de regulamentação
por lei.
Assim, são dotadas de aplicabilidade imediata (porque estão aptas para produzir efeitos
imediatamente, com a simples promulgação da Constituição); direta (porque não dependem
de nenhuma norma regulamentadora intermediária para a produção de efeitos); e integral
(porque já produzem seus essenciais efeitos).

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2.2 – Normas de eficácia contida


As normas de eficácia contida, restringida ou restringível também estão aptas para a produção
de seus plenos efeitos com a simples promulgação da Constituição, mas podem ser restringidas.
Promulgada a Constituição, aquele direito (nelas previsto) é imediatamente exercitável, mas
esse exercício poderá ser restringido no futuro.
Assim, são dotadas de aplicabilidade imediata (porque estão aptas para produzir efeitos
imediatamente, com a simples promulgação da Constituição); direta (porque não dependem de
nenhuma norma regulamentadora intermediária para a produção de efeitos); mas nãointegral
(porque sujeitas à imposição de restrições).
Ademais, vale a pena comentar que as restrições às normas de eficácia contida podem ser
impostas:
a) por lei (exemplo: art. 5º, XIII, da CF/88, que prevê as restrições ao exercício de trabalho,
ofício ou profissão, que poderão ser impostas pela lei que estabelecer as qualificações
profissionais);
b) por outras normas constitucionais (exemplo: art. 139 da CF/88, que impõe restrições ao
exercício de certos direitos fundamentais, durante o período de estado de sítio);
c) por conceitos ético-jurídicos geralmente aceitos (exemplo: art. 5º, XXV, da CF/88, em que
o conceito de “iminente perigo público” autoriza a autoridade competente a impor uma
restrição ao direito de propriedade, requisitando administrativamente a propriedade
particular).

2.3 – Normas de eficácia limitada


As normas de eficácia limitada são aquelas que só produzem seus plenos efeitos depois da
exigida regulamentação. Elas asseguram determinado direito, mas esse direito não poderá ser
exercido enquanto não for regulamentado pelo legislador ordinário. Enquanto não expedida a
regulamentação, o exercício do direito permanece impedido.
São, por isso, dotadas de aplicabilidade mediata (só produzirão seus efeitos essenciais
posteriormente, depois da regulamentação por lei); indireta (não asseguram, diretamente,
o exercício do direito, dependendo de norma regulamentadora intermediária para tal); e
reduzida.
Podemos dizer que, com a simples promulgação da Constituição, sua eficácia é meramente
“negativa”. É importante explicar melhor essa eficácia negativa.
É que elas não produzem seus plenos efeitos ainda (já que dependem da regulamentação), mas
já servem de parâmetro para a realização do controle de constitucionalidade das leis:
(i) revogando a legislação pretérita em sentido contrário; e (ii) permitindo a declaração da
inconstitucionalidade da legislação posterior em sentido contrário.
Ademais, essas normas também servem de parâmetro para o exercício da interpretação
constitucional.

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Atenção! Diante do que eu disse aqui, é errada a questão que afirme que até a regulamentação,
as normas de eficácia limitada são desprovidas de eficácia.
a) de princípio institutivo ou organizativo;
b) de princípio programático.
As normas definidoras de princípio institutivo ou organizativo são aquelas em que a Constituição
estabelece regras para a futura criação, estruturação e organização de órgãos, entidades
ou institutos, mediante lei (por exemplo, “a lei disporá sobre a organização administrativa e
judiciária dos Territórios” (CF, art. 33)).
Vale comentar que essas normas constitucionais definidoras de princípio institutivo podem
ser impositivas (quando determinam peremptoriamente a edição de norma) ou facultativas
(quando apenas facultam ao legislador, não impõem).
Ou seja:
I) Impositivas → aquelas vinculadas, em que se determina ao legislador a obrigação de
emissão da legislação integrativa (por exemplo, art. 20, § 2º; art. 32, § 4º; art. 33; art. 88;
art. 91, § 2º); e
II) Facultativas → aquelas que dão ao legislador ordinário a possibilidade (e não a obrigação)
de instituir ou regular a situação nelas delineada (por exemplo, art. 22, § único; art. 125, §
3º; art. 195, § 4º; art. 25, § 3º; art. 154, I).
Já as normas constitucionais definidoras de princípios programáticos são aquelas em que a
Constituição estabelece os princípios e diretrizes a serem cumpridos futuramente pelos órgãos
estatais (legislativos, executivos, jurisdicionais e administrativos), visando à realização dos fins
sociais do Estado.
Constituem programas a serem realizados pelo Poder Público, disciplinando interesses
econômico-sociais, tais como: realização da justiça social; valorização do trabalho; amparo à
família; combate ao analfabetismo etc. (por exemplo, “a República Federativa do Brasil buscará
a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à
formação de uma comunidade latinoamericana de nações” (CF, art. 4º, parágrafo único)). Esse
grupo é composto pelas chamadas normas programáticas.
Sabemos bem que não são agradáveis esses termos (normas definidoras de princípio institutivo
e normas programáticas), mas o que importa é você saber distinguir um grupo do outro na hora
da prova. Para isso, pense que: se a norma de aplicabilidade limitada não estiver relacionada à
criação e à organização de órgãos ou entidades, ela será uma norma programática.

TIPO DE NORMA EFICÁCIA


O direito de greve no serviço público limitada
A inadmissibilidade de provas obtidas por meios ilícitos no processo plena
Liberdade de exercício de qualquer profissão contida
Em relação aos estrangeiros, a norma constitucional que garante o acesso a cargos,
limitada
empregos e funções públicas

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TIPO DE NORMA EFICÁCIA


Em relação aos BRASILEIROS, a norma constitucional que garante o acesso a cargos,
contida
empregos e funções públicas
A disposição constitucional que determina que lei complementar regulamente a
criação de território ou a sua transformação em estado-membro é exemplo de norma limitada
de eficácia contida
A norma constitucional que estabelece que o provimento dos cargos públicos ocorra
plena
por meio da realização de concurso público
Veda a instituição de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços relacionados
às finalidades essenciais dos partidos políticos, dos sindicatos e das instituições de contida
educação e de assistência social sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei
Compete privativamente à União legislar sobre: I – direito civil, comercial, penal,
plena
processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.
A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores
limitada
culturais.
Desmembramento de município previsto na CF limitada
Direito à aposentadoria especial dos servidores públicos limitada
Liberdade de reunião cotida
Lei complementar regulamente a criação de território ou a sua transformação em
limitada
estado-membro

3. Poder Constituinte

Pergunta importante que se deve fazer a seguinte: quem o titular do Poder Constituinte?
Numa leitura moderna, se conclui que a titularidade do Poder Constituinte do povo, pois este
pode determinar a criação ou modificação de uma Constituição.
Embora o povo seja o titular do poder constituinte, seu exerccio nem sempre é democrático.
Muitas vezes, a Constituição é criada por ditadores ou grupos que conquistam o poder
autocraticamente.
Assim, diz-se que a forma do exerccio do poder constituinte pode ser democrática ou por
convenção (quando se da pelo povo) ou autocrática ou por outorga (quando se dá pelos
usurpadores do poder). Note que em ambas as formas a titularidade do poder constituinte é
do povo. O que muda unicamente a forma de exercicio deste poder.
O poder constituinte pode ser de dois tipos: originário ou derivado.
Poder constituinte originário (poder constituinte de primeiro grau ou genuíno) o poder de
criar uma nova Constituição. Apresenta 6 (seis) características que o distinguem do derivado:
político, inicial, incondicionado, permanente, ilimitado juridicamente e autônomo.
a) Político: O Poder Constituinte Originário um poder de fato (e não um poder de direito). Ele
é extrajurídico, anterior ao direito.

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b) Inicial: O Poder Constituinte Originário da início a uma nova ordem juridica, rompendo com
a anterior. A manifestação do Poder Constituinte tem o efeito de criar um novo Estado.
c) Incondicionado: O Poder Constituinte Originário não se sujeita a qualquer forma ou
procedimento predeterminado em sua manifestação.
d) Permanente: O Poder Constituinte Originário pode se manifestar a qualquer tempo. Ele
não se esgota com a elaboração de uma nova Constituição, mas permanece em estado
de latância, aguardando um novo chamado para manifestar-se, aguardando um novo
momento constituinte.
e) Ilimitado juridicamente: O Poder Constituinte Originário não se submete a limites
determinados pelo direito anterior. Pode mudar completamente a estrutura do Estado
ou os direitos dos cidadãos, por exemplo, sem ter sua validade contestada com base no
ordenamento jurídico anterior. Por esse motivo, o STF entende que não há possibilidade de
se invocar direito adquirido contra normas constitucionais originárias.
f) Autônomo: tem liberdade para definir o conteúdo da nova Constituição. Destaque-se que
muitos autores tratam essa característica como sinônimo de ilimitado.
O Poder Constituinte Derivado (poder constituinte de segundo grau) o poder de modificar
a Constituição Federal bem como de elaborar as Constituições Estaduais. É fruto do poder
constituinte originário, estando previsto na própria Constituição. Tem como características ser
jurídico, derivado, limitado (ou subordinado) e condicionado.
a) Jurídico: regulado pela Constituição, estando, portanto, previsto no ordenamento jurídico
vigente.
b) Derivado: fruto do poder constituinte originário
c) Limitado ou subordinado: limitado pela Constituição, não podendo desrespeitá-la, sob
pena de inconstitucionalidade.
d) Condicionado: a forma de seu exercício determinada pela Constituição. Assim, a aprovação
de emendas constitucionais, por exemplo, deve obedecer ao procedimento estabelecido
no artigo 60 da Constitui o Federal (CF/88).
O Poder Constituinte Derivado subdivide-se em dois: i) Poder Constituinte Reformador e; ii)
Poder Constituinte Decorrente.
O primeiro consiste no poder de modificar a Constituição e o segundo aquele que a CF/88
confere aos Estados de se auto-organizarem, por meio da elaboração de suas próprias
Constituições. Ambos devem respeitar as limitações e condições impostas pela Constituição
Federal.

4. Interpretação da Constituição

Interpretar a Constituição significa compreender, investigar o significado do texto constitucional.


A Hermenêutica (Interpretação) Constitucional serve para solucionar, no caso concreto,
conflitos entre bens jurídicos protegidos pela Carta Magna, bem como para dar eficácia e
aplicabilidade as normas constitucionais.

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A quem cabe a tarefa de interpretar a Constituição? Só ao Judiciário? Não caia nessa pegadinha,
comum nas provas de concursos! Tanto o Judiciário quanto o Executivo e o Legislativo
interpretam a Constituição.
A interpretação constitucional foi vista, durante um bom tempo, como algo restrito aos juízes;
tratava-se, portanto, de atividade exclusiva de um pequeno grupo, uma verdadeira sociedade
fechada.
Há duas correntes doutrinárias que se posicionam de maneira diversa com relação a atuação
do juiz na interpretação constitucional. De um lado, está o os interpretativistas; do outro, os
não-interpretativistas. Bastante comum a confusão quanto ao que pensam cada uma dessas
correntes.
Os interpretativistas consideram que o juiz não pode, em sua atividade hermenêutica,
transcender o que diz a Constituição. Nesse sentido, o juiz dever limitar-se a analisar os
preceitos expressos e os preceitos claramente implícitos no texto constitucional.
Os não-interpretativistas, por sua vez, defendem que o juiz deve pautar sua atuação em valores
substantivos, tais como justiça, liberdade e igualdade. O nome dessa corrente doutrinária
advém do fato de que os resultados da atuação judicial não decorrem de uma interpretação
direta do texto constitucional, mas sim da aplicação de valores substantivos apreciação de
um caso concreto. Na ética não-interpretativista, o juiz goza de um nível bem superior de
autonomia, podendo transcender a literalidade da Constituição.
A corrente não-interpretativista defende uma abertura do sistema constitucional, da surgindo
o conceito de Constituição aberta. A Constituição não pode ser um sistema fechado; ela deve
captar a evolução dos valores da sociedade, sob pena de perder sua força normativa, tornando-
se desconectada da realidade. Segundo Canotilho, a existência da Constituição enquanto um
sistema aberto de regras e princípios a melhor maneira de se concretizar o Estado democrático
de direito.

4.1 Métodos de Interpretação Constitucional:


Na Hermenêutica Constitucional são aplicáveis todas as técnicas de interpretação das
demais normas jurídicas (gramatical, histórica, teleológica, dentre outras). A interpretação
da Constituição envolve um conjunto de métodos todos desenvolvidos pela doutrina e pela
jurisprudência. São eles:

a) Método jurídico (hermenêutico clássico):


Este método considera que a Constituição é uma lei como qualquer outra, devendo ser
interpretada usando as regras da Hermenêutica tradicional, ou seja, os elementos literal
(textual), lógico (sistemático), histórico, teleológico e genético. O elemento literal, como o nome
diz, busca analisar o texto da norma em sua literalidade. O lógico, por sua vez, busca avaliar
a relação de cada norma com o restante da Constituição. O histórico avalia o momento de
elaboração da norma (ideologia então vigente), enquanto o teleológico busca a sua finalidade.
Por fim, o genético investiga a origem dos conceitos empregados na Constituição.
O método jurídico valoriza o texto constitucional. Cabe ao interprete descobrir o sentido deste
texto, sem extrapolar a literalidade da lei.

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b) Método tópico-problemático:
Criado por Theodor Viehweg, neste método, há prevalência do problema sobre a norma,
ou seja, busca-se solucionar determinado problema por meio da interpretação de norma
constitucional. Este método parte das premissas seguintes: a interpretação constitucional tem
caráter prático, pois busca resolver problemas concretos e a norma constitucional aberta, de
significado indeterminado (por isso, deve-se dar preferência a discussão do problema).

c) Método hermenêutico-concretizador:
Este método foi criado por Konrad Hesse, segundo o qual a leitura da Constituição inicia-se
pela pré-compreensão do seu sentido pelo intérprete, a quem cabe aplicar a norma para a
resolução de uma situação concreta. Valoriza a atividade interpretativa e as circunstâncias nas
quais esta se desenvolve, promovendo uma relação entre texto e contexto, transformando
a interpretação em movimento de ir e vir (círculo hermenêutico). O método hermenêutico-
concretizador diferencia-se do método tópico-problemático porque enquanto este pressupõe
a primazia do problema sobre a norma, aquele se baseia na prevalência do texto constitucional
sobre o problema.

d) Método integrativo ou científico-espiritual:


Segundo este método, preconizado por Rudolf Smend, a interpretação da Constituição deve
considerar a ordem ou o sistema de valores subjacentes ao texto constitucional. A Constituição
deve ser interpretada como um todo, dentro da realidade do Estado.

e) Método normativo-estruturante:
Este método considera que a norma jurídica diferente do texto normativo: aquela mais ampla
que este, pois resulta não só da atividade legislativa, mas igualmente da jurisdicional e da
administrativa. Assim, para se interpretar a norma, deve-se utilizar tanto seu texto quanto a
verifica o de como se dá sua aplicação na realidade social (contexto). A norma seria o resultado
da interpretação do texto aliado ao contexto.

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4.2 Princípios da Interpretação Constitucional:


Para auxiliar a entender o significado das normas constitucionais, a doutrina criou vários enun-
ciados, os chamados princípios de interpretação constitucional. Esses princípios são aplicados
facultativamente pelo intérprete, não tendo qualquer valor normativo. São eles:

a) O princípio da unidade da Constituição:


Esse princípio determina que o texto da Constituição deve ser interpretado de forma a
evitar contradições entre suas normas ou entre os princípios constitucionais. Assim, não há
contradição verdadeira entre as normas constitucionais: o conflito entre estas apenas aparente.
Ou, em outras palavras, não há antinomias reais no texto da Constituição; as antinomias são
apenas aparentes.
Do princípio da unidade da Constitui o, deriva um entendimento doutrinário importante: o de
que não existem normas constitucionais originárias inconstitucionais.

b) Princípio da máxima efetividade (da eficiência ou da interpretação efetiva)


Esse princípio estabelece que o intérprete deve atribuir à norma constitucional o sentido que
lhe dê maior efetividade social. Visa, portanto, a maximizar a norma, a fim de extrair dela
todas as suas potencialidades. Sua utilização se deve principalmente na aplicação dos direitos
fundamentais, embora possa ser usado na interpretação de todas as normas constitucionais.

c) Princípio da justeza ou da conformidade funcional ou, ainda, da correção funcional:


Esse princípio determina que o órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode
chegar a uma conclusão que subverta o esquema organizatário-funcional estabelecido pelo
constituinte. Assim, este órgão o não poderia alterar, pela interpretação, as competências
estabelecidas pela Constituição para a União.

d) Princípio da concordância prática ou da harmonização:


Esse princípio impõe a harmonização dos bens jurídicos em caso de conflito entre eles, de
modo a evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros.
Geralmente usado na solução de problemas referentes colisão de direitos fundamentais.
Assim, apesar de a Constituição, por exemplo, garantir a livre manifesta o do pensamento (art.
5º, IV, CF/88), este direito não absoluto. Ele encontra limites na proteção da vida privada (art.
5º, X, CF/88), outro direito protegido constitucionalmente.

e) Princípio do efeito integrador ou eficácia integradora:


Esse princípio busca que, na interpretação da Constituição, seja dada preferência as
determinações que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política.
Muitas vezes, associado ao princípio da unidade da constituição, justamente por ter como
objetivo reforçar a unidade política.

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f) Princípio da força normativa da Constituição:
Esse princípio determina que toda norma jurídica precisa de um mínimo de eficácia, sob
pena de não ser aplicada. Estabelece, portanto, que, na interpreta o constitucional, deve-se
dar preferência as soluções que possibilitem a atualização de suas normas, garantindo-lhes
eficácia e permanência.
Aprofundando ainda mais no estudo do tema, trazemos a posição do Supremo Tribunal Federal
(STF) de que a manutenção de decisões divergentes da interpreta o constitucional revela-se
afrontosa força normativa da Constituição e ao princípio da máxima efetividade da norma
constitucional. Isso porque a postura atual do Supremo a de valorizar cada vez mais suas
decisões, com vistas a criar um ambiente de maior segurança jurídica. Visa-se, enfim, conferir
maior uniformidade as decisões do Judiciário brasileiro.

4.3 Interpretação conforme a Constituição:


Esse princípio, criado pela jurisprudência alemã , se aplica interpretação das normas infracons-
titucionais (e não da Constituição propriamente dita!). Trata-se de técnica interpretativa cujo
objetivo preservar a validade das normas, evitando que sejam declaradas inconstitucionais. Ao
invés de se declarar a norma inconstitucional, o Tribunal busca dar-lhe uma interpreta o que a
conduza constitucionalidade.
É relevante destacar que a interpretação conforme a Constituição não é aplicável as normas
que tenham sentido unívoco (apenas um significado possível). Essa técnica somente deve ser
usada diante de normas polissêmicas, plurissignificativas (normas com várias interpretações
possíveis). Assim, no caso de normas com várias interpretações possíveis, deve-se priorizar
aquela que lhes compatibilize o sentido com o conteúdo constitucional. A partir deste
princípio, tem-se que a regra a manutenção da validade da lei, e não a declaração de sua
inconstitucionalidade. Isso, desde que, obviamente, a interpretação dada norma não contrarie
sua literalidade ou sentido, a fim de harmonizá-la com a Constituição.
Outro ponto importante que a interpretação conforme não pode deturpar o sentido originário
das leis ou atos normativos. Não é possível ao intérprete salvar uma lei inconstitucional, dando-
lhe uma significa o contra legem . A interpretação conforme a Constituição tem como limite
a razoabilidade, não podendo ser usada como ferramenta para tornar o juiz um legislador,
ferindo o princípio da separa o dos Poderes. Veja o que o Supremo decidiu a respeito:
Por isso, se a única interpretação possível contrariar o sentido inequívoco que o Poder Legislativo
lhe pretendeu dar, não se pode aplicar o princípio da interpreta o conforme a Constitui o, que
implicaria, em verdade, criação de norma jurídica, o que privativo do legislador positivo (STF,
Repr. 1.417-7, em 09.12.1987).
A interpretação conforme pode ser de dois tipos: com ou sem redução do texto.

a) Interpretação conforme com redução do texto:


Nesse caso, a parte viciada considerada inconstitucional, tendo sua eficácia suspensa. Como
exemplo, tem-se que na ADI 1.127-8, o STF suspendeu liminarmente a expressão desacato,
presente no art. 7º, ⁄ 2º, do Estatuto da OAB.

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b) Interpretação conforme sem redução do texto:


Nesse caso, exclui-se ou se atribui norma um sentido, de modo a torná-la compatível com a
Constituição. Pode ser concessiva (quando se concede a norma uma interpretação que lhe
preserve a constitucionalidade) ou excludente (quando se exclua uma interpreta o que poderia
torná-la inconstitucional).

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

1. Conceito:

É uma forma de controle dos atos normativos, verificando sai adequação aos preceitos previstos
na CF/88. Sendo nossa constituição do tipo rígida, temos a atribuição de um órgão para resolver
o controle de constitucionalidade, que variará de acordo com o sistema de controle adotado.
Entendemos haver um escalonamento de normas, ocupando a constituição o nível máximo,
dando validade para todos os demais atos normativos (princípio da supremacia da
constituição).
“A constituição está no ápice da pirâmide iluminando todos os demais atos infraconstitucionais.”

DICA DO PROFESSOR:
Abaixo estão enumeradas algumas características:
•• Atualmente quando falamos em controle de constitucionalidade estamos pensando em uma
constituição do tipo rígida.
•• Essa rigidez nos traz a noção de “supremacia formal da constituição sobre as demais normas”.
•• As demais “normas” devem estar de acordo com a constituição.
•• Aquelas que não estiverem devem ser excluídas, pois são inválidas e inconstitucionais.
•• Deve existir um órgão superior – STF – independente do produtor da norma, para que fiscalize,
processe e a retire do ordenamento jurídico, caso contrário a CF.
•• Quando esse órgão realizar o confronto das normas com a CF, estará realizando o controle de
constitucionalidade.

2. Bloco de Constitucionalidade:

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DICA DO PROFESSOR:
Normas NÃO SUJEITAS a controle de constitucionalidade:
•• Normas constitucionais originárias. Emendas a constituição podem ser objeto de controle.
•• Direito pré-constitucional – exceção: ADPF – desde 1999. Ex.: Lei de Imprensa foi considerada
inconstitucional em ação de ADPF (Lei 9882)
•• Súmulas, vinculantes ou não. Súmulas não podem ser objetos de Controle, devem ser objeto de
cancelamento.
•• Decretos regulamentares e regulamentos subordinados, via de regra não, pois nestes casos
ocorre mera ilegalidade a não inconstitucionalidade (ADI 264), as exceções são quando a lei
é declarada inconstitucional, o decreto que a regulamenta é declarado inconstitucional por
arrastamento, o acessório segue o principal (ADI 2947) e o decreto autônomo (art. 84, VI), ex.:
mudança de órgão públicos, mudanças administrativas.
•• O STF não admite interposição de ADin para atacar lei ou ato normativo revogado. Cabe ADPF
•• Respostas emitidas pelo TSE, por não possuírem eficácia vinculativa aos demais órgão do poder
judiciário.

3. Constitucionalidade Superveniene:

“Que sobrevém, que vem, acontece ou surge depois, subsequente”. Significa o fenômeno pelo
qual uma lei ou ato normativo, que tenha nascido com algum vício de inconstitucionalidade,
seja formal ou material, se torna constitucional. EM REGRA NÃO É ADMITIDO (exceção ADI
2.240 e ADO 3.682 – correção do processo de criação do município de Luís Eduardo Magalhães).

4. Inconstitucionalidade Superveniente:

É o caso de uma lei ou ato normativo que nascido perfeito, sem nenhum tipo de vício de
inconstitucionalidade, vem a se tornar inconstitucional. EM REGRA NÃO É ADMITIDO (STF).
# Lei editada antes do advento da nova constituição (fenômeno da recepção): ou lei é
compatível (recepcionada) ou é incompatível (não recepção = revogação).
# Lei editada já na vigência da nova costituição e superveniência de emenda consttucional
futura, que altere o fundamento de constitucionalidade de lei: nesse caso a nova emenda
constitucional ou a mutação constitucional revogaria a lei em sentido contrário, não se trata de
inconstitucionalidade superveniênte.

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5. ESPÉCIES DE INCOSTITUCIONALIDADE:

Espécies de Inconstitucionalidade
Conduta comissiva, positiva praticada por algum órgão estatal. Por exemplo a
elaboração pelo legislador ordinário de uma lei em desacordo com a constituição.
# Material: Quando o conteúdo da lei contraria a constituição. O texto em seus artigos
vão de encontro com a CF.
# Formal: Quando temos um vício em seu processo de elaboração, podendo ser em
relação à competência ou modo de elaboração.
Orgânica: vício de competência
Por ação
Subjetivo: vício no processo legislativo, em relação a iniciativa para elaboração de
determinada lei.
Objetivo: vício nas demais fases de elaboração como discussão, votação, veto,
promulgação...
# Vício de decoro parlamentar: quando ocorre abuso das prerrogativas asseguradas
aos membros do Congreso Nacional ou a percepção de vantagnes indevidas. Ex.:
mensalão
Conduta omissiva, ocorre quando uma norma constitucional de eficácia limitada, no
qual se exige do legislador a elaboração de uma lei para tornar viável o exercício de um
Por determinado direito e nada é feito, ou seja o legislador fica inerte, não age.
omissão Omissão Total: quando não existe a norma.
Omissão Parcial: quando a norma é elaborada de modo insatisfatório.

6. Momentos de Controle:
6.4. MOMENTOS DE CONTROLE
Legisla�vo Próprio parlamentar e CCJ

Prévio ou
Execu�vo Veto
Preven�vo

Judiciário MS impetrado por parlamentar

Momentos Cortes ou Tribunais


de Controle Polí�co Cons�tucionais ou Órgão de
Natureza Polí�ca

Exceções
Legisla�vo
Jurisdicional Execu�vo
Posterior ou misto (difuso e
Repressivo concentrado) Órgãos Administra�vos de
Controle (TCU, CNJ e CNMP)?
Cuidado!

Há tanto o polí�co
Híbrido
como o jurisdicional

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6.5. SISTEMAS E VIAS DE CONTROLE JUDICIAL


7. Sistemas de Controle Judicial:

Sistema difuso
Critério Subje�vo
ou orgânico
Sistema concentrado

Sistemas e vias de
controle judicial da
cons�tucionalidade
Sistema pela via incidental
(ou de exceção - caso concreto)

Critério formal

Sistema pela via principal


(em abstrato ou direto)

7.1 Controle Difuso:


Significa a possibilidade de qualquer juiz ou tribunal , observadas as regras de competência,
realizar o controle de constitucionalidade. Exercido de forma incidental (pela via de exceção ou
defesa). Pede-se algo em juízo fundamentando-se na inconstitucionalidade de uma lei ou ato
normativo, a alegação de inconstitucionalidade será a causa de pedir processual. Ex.: bloqueio
do dinheiro na era Collor (o pedido principal não era a declaração de incosntitucionalidade e
sim o desbloqueio do dnheiro).
Efeitos da decisão: inter partes, ex-tunc (STF pode modular os efeitos e tornar ex-tunc)
JUIZ SINGULAR DECIDE = EFEITOS INTER PARTES E EX-TUNC
TJ OU ÓRGÃO ESPECIAL DECIDE = EFEITO INTER PARTES E EX-TUNC
STF DECIDE = EFEITO INTER PARTES E EX-TUNC – COMUNICAÇÃO AO
SENADO FEDERAL (ART. 52, X), se desejar suspende a
execução da lei no todo ou em parte.
# Não esqueça do art. 97 da CF/88 – reserva de plenário (súmula vinculante número 10 – STF)
# Órgãos fracionários não podem declarar a inconstitucionalidade

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7.2 Controle Concentrado:
Como o próprio nome já diz, o controle se concentra em um órgão. Trata-se de competência
originária do referido órgão. Exercido pela via principal (abstrata ou via de ação).
7.3 ADI
7.4 ADC
7.5 ADPF
7.6 ADO

LEI CONTRARIA JULGADOR


Lei Federal CF STF – art. 102, I, a
Lei Estadual CF STF – art. 102, I, a
Lei Estadual CE TJ – art. 125
Lei Municipal CE TJ – art. 125
TJ ou STF se as ações forem simultâneas a ADI
Lei Estadual CE e CF
federal, suspende a estadual
Lei Municipal CF Não cabe ADI, cabe controle Difuso ou ADPF (STF)
Lei Orgânica do DF, que
Lei Distrital TJ do DF
tem estatus de CE
Lei da caráter estadual = STF
Lei Distrital CF Lei de caráter municipal =
não cabe ADI e sim ADPF (STF)

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ITEM ADI ADC ADPF


Lei ou ato normativo Federal,
Lei ou ato normativo Fe-
Estadual ou Municipal, inclusi-
deral, Estadual ou Distri-
Lei ou ato norma- ve os pré-constitucionais, pós-
tal (natureza Estadual).
tivo Federal, preci- -constitucionais, revogadas, atos
Objeto Seja de caráter abstrato
sam ser pós consti- não normativos, decisões judi-
ou genérico. Pode ser Lei
tucionais ciais (no qual a decisão dada seja
Orçamentária ou Resolu-
incompatível com preceito fun-
ção do CNJ.
damental)
Competência STF STF STF
Art. 103 I ao IX da CF. Repetição não obrigatória na CE.
São eles:
Presidente da República;
Mesa do SF;
Mesa da CD;
Legitimação Mesa da Assembléia Legislativa ou Câmara Legislativa do DF;
Ativa Governador do Estado ou DF
PGR;
Conselho federal da OAB;
Partido político com representação do Congresso Nacional; PRECISA ADV
Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. PRECISA ADV
[sublinhado = pertinência temática]
Efeitos da REGRA: erga omnes, efeito vinculante e ex tunc.
decisão de EXCEÇÃO: ex nunc – tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional
mérito interesse social e por maioria de dois terços dos membros do STF.
Proclamar-se-á a constitucionalidade ou inconstitucionalidade da lei se num ou
Votação
noutro sentido votarem 6 ministros, presentes no mínimo 8 a votação. Maioria
Quorum
Absoluta do Tribunal – art. 97 CF
1 – Desistir da ação;
2 – Desistir do pedido da medida cautelar;
3 – Impetrar ação rescisória contra a decisão do STF;
Não é possível
4 – Intervenção de terceiros – exceção do amicus curiare;
5 – Recorrer da decisão, exceção dos embargos declaratórios;
6 – Não há prazo decadencial para interposição da ação.
Participação
Sim Sim Sim
do PGR
Não, pois ele é o
defensor da consti-
tucionalidade das
Participação
Sim leis e nesse caso o Sim
do AGU
que se pretende é
justamente torná-
-la constitucional.

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TÍTULO VII
Da Ordem Econômica e Financeira

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios:
I – soberania nacional;
II – propriedade privada;
III – função social da propriedade;
IV – livre concorrência;
V – defesa do consumidor;
VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
VII – redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII – busca do pleno emprego;
IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.  (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 6, de 1995)
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
Art. 171. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)       
Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro,
incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista
e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios
da administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a
participação de acionistas minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.
§ 4º lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à
eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica,
estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza,
nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor
público e indicativo para o setor privado.
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional
equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de
desenvolvimento.
§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em
conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros.
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou
concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde
estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei.
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter
especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade,
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II – os direitos dos usuários;
III – política tarifária;

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IV – a obrigação de manter serviço adequado.
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia
hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento,
e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se
refere o “caput” deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou
concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis
brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá
as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou
terras indígenas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)
§ 2º – É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no
valor que dispuser a lei.
§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações
e concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou
parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.
§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia
renovável de capacidade reduzida.
Art. 177. Constituem monopólio da União:
I – a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II – a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III – a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades
previstas nos incisos anteriores;
IV – o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de
petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto,
seus derivados e gás natural de qualquer origem;
V – a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de
minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção,
comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as
alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades
previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)
§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de
1995)
I – a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o território nacional; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)
II – as condições de contratação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

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III – a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 9, de 1995)
§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais radioativos no território
nacional. (Renumerado de § 2º para 3º pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às
atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus
derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
I – a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) diferenciada por produto ou uso; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art.
150,III, b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
II – os recursos arrecadados serão destinados: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus
derivados e derivados de petróleo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do
gás; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.  (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo,
quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido
o princípio da reciprocidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995)
Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá as condições em
que o transporte de mercadorias na cabotagem e a navegação interior poderão ser feitos por
embarcações estrangeiras. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995)
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e
às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando
a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e
creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.
Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão e incentivarão o
turismo como fator de desenvolvimento social e econômico.
Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou informação de natureza comercial, feita
por autoridade administrativa ou judiciária estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou
domiciliada no País dependerá de autorização do Poder competente.

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CAPÍTULO IV
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento
equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem,
abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão,
inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
I – (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
II – (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
III – (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
a) (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
b) (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
IV – (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
V – (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
VI – (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
VII – (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
VIII – (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
§ 1º (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
§ 2º (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
§ 3º (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

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ISS (Poa) – Direito Constitucional – Prof. Ubirajara Martell

ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

Conceito de Poder: UNO, INDIVISÍVEL E INDELEGÁVEL (O poder é um só, manifestando-se por


meio de órgãos que exercem funções).
As primeiras bases teóricas sobre tripartição de poderes foram apresentadas na antiguidade por
Aristóteles (2010) em sua obra “Política”, onde ele identificou três funções distintas exercidas
pelo soberano, que seriam a de editar, aplicar e julgar as normas gerais observadas por todos.
Estas três funções distintas, mesmo que exercidas pelo mesmo órgão, foram identificadas por
Aristóteles e aprimoradas futuramente por Montesquieu.
Deste modo, a concepção dos Três Poderes que conhecemos foi desenvolvida pelo iluminista
Charles de Montesquieu, em 1748, na obra “O Espírito das Leis” (MASCARENHAS, 2010, p.141).
Ele não foi o primeiro buscar uma solução para que o poder não ficasse centralizado nas mãos
de apenas uma pessoa ou de um pequeno grupo, porém foi ele que após muita análise explicou
de maneira mais clara e eficaz uma forma que contribuísse para melhor funcionalidade entre
governo e população.
A teoria da tripartição dos poderes exposta por Montesquieu foi adotada por grande parte dos
estados modernos, só que de maneira abrandada. Isso porque, diante das realidades históricas
e sociais, passou-se a permitir uma maior interpenetração entre os poderes, atenuando a teoria
que pregava a separação pura e absoluta deles.
Dessa forma, além das funções típicas de cada poder, temos também as funções atípicas,
conforme o quadro abaixo:

PODER FUNÇÃO TÍPICA FUNÇÃO ATÍPICA COMPOSIÇÃO


LEGISLATIVO

EXECUTIVO

JUDICIÁRIO

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INDEPENDÊNCIA E HARMONIA DOS PODERES:
Os poderes são independentes entre sí, cada qual atuado em uma parcela de competência
constitucionalmente estabelecida quando da manifestação do poder constituinte originário.
As atribuições não podem ser delegadas sem expressa previsão na constituição. Observamos
que a CF/88 possibilita uma INTERPENETRAÇÃO entre os poderes, o que materializa aquilo que
chamamos de SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS.
Exemplos do sistema de freios e contrapesos:
# Art. 52, I
# Art. 62
# Art. 66, §1º

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Questões

DEGUSTAÇÃO DE QUESTÕES / BANCA CESPE

1. O princípio fundamental da Constituição 4. De acordo com a doutrina majoritária,


que consiste em fundamento da República quanto à origem, as Constituições podem
Federativa do Brasil, de eficácia plena, e que ser classificadas como
não alcança seus entes internos é
a) promulgadas, que são ditas democrá-
a) o pluralismo político. ticas por se originarem da participação
b) a soberania. popular por meio do voto e da elabora-
c) o conjunto dos valores sociais do traba- ção de normas constitucionais.
lho e da livre iniciativa. b) outorgadas, que surgem da tradição,
d) a prevalência dos direitos humanos. dos usos e costumes, da religião ou das
e) a dignidade da pessoa humana. relações políticas e econômicas.
c) cesaristas, que são as derivadas de uma
2. No título referente à Ordem Social, o cons- concessão do governante, ou seja, da-
tituinte dispôs o seguinte: “o Estado promo- quele que tem a titularidade do poder
verá e incentivará o desenvolvimento cien- constituinte originário.
tífico, a pesquisa, a capacitação científica e d) pactuadas, que são formadas por dois
tecnológica e a inovação”. Considerando-se mecanismos distintos de participação
a classificação das normas constitucionais popular, o plebiscito e o referendo, am-
quanto a sua eficácia, é correto afirmar que bos com o objetivo de legitimar a pre-
tal dispositivo é uma norma sença do detentor do poder.
e) históricas, que surgem do pacto entre
a) de eficácia plena. o soberano e a organização nacional e
b) de eficácia contida. englobam muitas das Constituições mo-
c) exaurida. nárquicas.
d) autoexecutável.
e) programática. 5. O poder constituinte originário
3. Julgue o item seguinte, relativo à classifica- a) é fático e soberano, incondicional e pre-
ção das Constituições e à organização políti- existente à ordem jurídica.
co-administrativa. O fato de o texto consti- b) é reformador, podendo emendar e re-
tucional ter sido alterado quase cem vezes formular.
em razão de emendas constitucionais não é c) é decorrente e normativo, subordinado
suficiente para classificar a vigente Consti- e condicionado aos limites da própria
tuição Federal brasileira como flexível. Constituição.
d) é atuante junto ao Poder Legislativo co-
( ) Certo   ( ) Errado mum, com critérios específicos e de for-
ma contínua.
e) é derivado e de segundo grau, culmi-
nando em atividade diferida.

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6. O art. 5º, inciso XIII, da Constituição Federal 9. A respeito da evolução histórica do consti-
de 1988 (CF) assegura ser livre o exercício tucionalismo no Brasil, das concepções e
de qualquer trabalho, ofício ou profissão, teorias sobre a Constituição e do sistema
atendidas as qualificações profissionais que constitucional brasileiro, julgue o item a se-
a lei estabelecer. Com base nisso, o Estatuto guir.
da Ordem dos Advogados do Brasil estabe-
lece que, para exercer a advocacia, é neces- A CF goza de supremacia tanto do ponto de
sária a aprovação no exame de ordem. A vista material quanto do formal.
norma constitucional mencionada, portan- ( ) Certo   ( ) Errado
to, é de eficácia
a) contida. 10. A respeito do poder constituinte, assinale a
b) programática. opção correta.
c) plena.
d) limitada. a) É possível a realização de controle de
e) diferida. constitucionalidade das normas consti-
tucionais originárias em razão de princí-
7. Classifica-se a Constituição Federal de 1988 pios de justiça substantiva subjacentes
(CF) como ao texto constitucional.
b) Propostas de emenda à CF não podem
a) histórica, pelo critério do modo de ela- sofrer controle de constitucionalidade
boração. preventivo em razão de seu conteúdo.
b) cesarista e outorgada, pelo critério de c) Uma nova Constituição não pode ter
origem. eficácia retroativa média e máxima, ain-
c) eclética e ortodoxa, pelo critério da da que assim nela esteja expresso.
dogmática. d) O poder constituinte originário pode li-
d) prolixa, pelo critério da extensão das mitar os proventos de aposentadoria
matérias contempladas no texto consti- que sejam percebidos em desacordo
tucional. com a CF, não sendo oponível, nesse
caso, a alegação de direito adquirido.
8. O método de interpretação da Constituição
que, por considerá-la um sistema aberto
de regras e princípios, propõe que se deva
encontrar a solução mais razoável para de-
terminado caso jurídico partindo-se da situ-
ação concreta para a norma, é denominado
método
a) hermenêutico clássico.
b) científico-espiritual.
c) tópico-problemático.
d) normativo-estruturante.
e) hermenêutico concretizador.

Gabarito: 1. B 2. E 3. C 4. A 5. A 6. A 7. D 8. C 9. C 10. D

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Contabilidade Geral

Investimentos em Participações Societárias

Professor Rodrigo Machado

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Contabilidade Geral

INVESTIMENTOS EM PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS

ATIVO NÃO CIRCULANTE

Investimentos
São aplicações relativamente permanentes com propensão a produzir renda para a empresa.
São participações voluntárias ou incentivadas, em empresas e direitos de propriedade, não en-
quadráveis no Ativo Circulante, nem no Realizável a Longo Prazo e nem mesmo no Imobilizado,
pois não se destina à atividade operacional da entidade.

CPC 18 – Investimento em coligada, em controlada e empreendimento con-


trolado em conjunto

Lei nº 6.404/76

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:


(...)
III – em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de
qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção
da atividade da companhia ou da empresa;

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Cabe ressaltar que a lei cometeu o omissão de não excluir direitos de quaisquer natureza clas-
sificáveis no Realizável a Longo Prazo. Infelizmente esse comando persiste na lei, mas isso foi
“resolvido” no CPC 18, pois lá ele excluído.

Objetivo

Estabelecer a contabilização de investimentos em coligadas e em controladas e definir os re-


quisitos para a aplicação do método de equivalência patrimonial quando da contabilização de
investimentos em coligadas, em controladas e em empreendimentos controlados em conjunto
(joint venture).

Alcance

O CPC 18 deve ser aplicado a todas as investidoras que possuírem:

• Controle individual da investida


• Controle conjunto da investida
• Influência significativa na investida

Definições

Coligada é a entidade sobre a qual o investidor tem influência significativa.


Influência significativa é o poder de participar das decisões sobre políticas financeiras e opera-
cionais de uma investida, mas sem que haja o controle individual ou conjunto dessas políticas.
Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de um grupo econômico, em
que ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e
de suas controladas são apresentados como se fossem uma única entidade econômica.
Método da equivalência patrimonial é o método de contabilização por meio do qual o investi-
mento é inicialmente reconhecido pelo custo e, a partir daí, é ajustado para refletir a alteração
pós-aquisição na participação do investidor sobre os ativos líquidos da investida. As receitas ou
as despesas do investidor incluem sua participação nos lucros ou prejuízos da investida, e os
outros resultados abrangentes do investidor incluem a sua participação em outros resultados
abrangentes da investida
Participações societárias permanentes são aplicações de recursos de modo permanente, em
quotas de capital ou ações de outras sociedades. O significado de permanente está associa-
do a investimento que possui motivação estratégica. Participação societária estratégica ocorre
quando uma sociedade deseja participar do capital de outra porque é um fornecedor impor-
tante ou estratégico no seu negócio.

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Contabilidade Geral – Investimentos em Participações Societárias – Prof. Rodrigo Machado

Participações societárias temporárias são aplicações de recursos de modo temporário ou es-


peculativo.

Classificação das participações societárias

A classificação das participações societárias depende das intenções da investidora e divide-se


em participações temporárias e permanentes. Esta classificação é extremamente importante,
porque trás impactos diretos na forma de avaliar os investimentos. Para fins contábeis existem
três métodos de avaliação de investimentos em participações societárias:
• Método do valor justo
• Método do custo
• Método da equivalência patrimonial (MEP)

Participações societárias temporárias

As participações societárias temporárias são adquiridas exclusivamente para fins especulativos,


portanto, são obtidas com o intuito de venda. Os títulos patrimoniais de outras companhias
(ações, por exemplo) mantidos pela investidora para fins especulativos constituem um ativo
financeiro, que é um instrumento financeiro.
As participações societárias temporárias são instrumentos financeiros classificados como:

• Disponível para venda


• Destinadas à negociação
• Mantidas até o vencimento

Avaliação das participações societárias temporárias

De acordo com a Lei nº 6.404/76, art. 183, inciso I, alíneas a) e b), as participações societárias
temporárias em instrumentos financeiros são classificadas no subgrupo do ativo circulante
e não no ativo não circulante realizável a longo prazo. Esses investimentos serão avaliados
seguindo os seguintes critérios:

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Participações societárias temporárias disponíveis para venda

A investidora que adquire participações societárias temporárias e demonstre a intenção de


negociar na bolsa de valores essas ações a partir da data em que atingirem um percentual de
valorização pré-fixado pela investidora, classifica essas participações societárias temporárias
como disponíveis para venda.

Essas participações societárias são avaliadas pelo valor justo e estão sujeitas a duas atualizações.

• Reconhecimento do ajuste ao valor da curva do papel: corresponde à aplicação da taxa


efetiva de rendimento (juros e correção monetária) que reflete a atualização das participa-
ções societárias ao longo do tempo, desde a compra até o seu vencimento. A contrapartida
será uma conta de resultado.

• Reconhecimento do ajuste ao valor justo: a diferença, para mais ou para menos, entre o
valor da curva do papel e o valor justo será registrada na conta de ajuste de avaliação patri-
monial (AAP) no patrimônio líquido. O saldo da conta AAP somente será transferida para a
DRE quando da baixa do respectivo investimento.

Participações societárias temporárias disponíveis para venda – exemplo

(Inédita) A entidade Doutromundo adquiriu à vista em 02.01.2018 um lote de 5.000 ações da


entidade Dessemundo por R$ 10,00 a unidade. Na mesma data a administração da investidora
informou que sua intenção era liquidar o investimento quando ele atingisse 45% de valorização.
No encerramento do exercício financeiro, em 31.12.2018, as ações da investida eram cotadas
na bolsa de valor por R$ 12,00 a unidade. Em 31.12.2018 a investidora deverá realizar o seguin-
te registro contábil:
a) Ações da Cia. Dessemundo destinadas à negociação
a Ajustes de avaliação patrimonial. ............................................... 10.000

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Contabilidade Geral – Investimentos em Participações Societárias – Prof. Rodrigo Machado

b) Ações da Cia. Dessemundo destinadas à negociação


a Receita Financeira. ....................................................................... 10.000
c) Ações da Cia. Dessemundo disponíveis para venda
a Ajustes de avaliação patrimonial. ................................................ 10.000
d) Ações da Cia. Dessemundo disponíveis para venda
a Receita Financeira. ........................................................................ 10.000

Participações societárias temporárias destinadas à negociação

A investidora adquire participações temporárias e demonstre interesse em negociar imediata-


mente as ações na bolsa de valores deve classificar tais participações como temporárias como
destinadas à negociação.
As participações societárias temporadas classificadas como destinadas à negociação são avalia-
das pelo valor justo.
Essas participações societárias são avaliadas pelo valor justo e estão sujeitas a duas atualiza-
ções.

• Reconhecimento do ajuste ao valor da curva do papel: desde o instante da compra até o seu
vencimento, pela taxa efetiva de rendimento. A contrapartida será uma conta de resultado.

• Reconhecimento do ajuste ao valor justo (valor de mercado): a diferença, para mais ou


para menos, entre o valor da curva do papel e o valor justo será registrada em conta de
resultado.

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Participações societárias temporárias destinadas à negociação – Exemplo
(Inédita) A entidade Doutromundo adquiriu à vista em 02.01.2018 um lote de 4.000 ações da
entidade Dessemundo por R$ 10,00 a unidade. No encerramento do exercício financeiro, em
31.12.2018, as ações da investida eram cotadas na bolsa de valor por R$ 11,00 a unidade. Em
31.12.2018 a investidora deverá realizar o seguinte registro contábil:

a) Ações da Cia. Dessemundo destinadas à negociação


a Ajustes de avaliação patrimonial. ............................................... 4.000
b) Ações da Cia. Dessemundo destinadas à negociação
a Receita Financeira. ......................................................................4.000
c) Ações da Cia. Dessemundo disponíveis para venda
a Ajustes de avaliação patrimonial. ............................................... 4.000
d) Ações da Cia. Dessemundo disponíveis para venda
a Receita Financeira. ......................................................................4.000

Participações societárias temporárias mantidas até o vencimento

A investidora que adquire participações societárias temporárias e que tenha capacidade finan-
ceira e a intenção positiva de manter até uma data pré-fixada (vencimento) essas ações espe-
culativas para poder negociá-las a partir desta data, classifica essas participações societárias
temporárias como mantidas até o vencimento.
Essa classe de investimento é avaliada pelo valor da curva do papel e está sujeita a apenas uma
atualização, que é decorrente da taxa efetiva de rendimento dos valores das ações e tem como
contrapartida o registro contábil em uma conta de resultado.
Caso exista diferença entre o valor das participações societárias temporárias mantidas até o
vencimento e o seu valor de mercado (valor justo), nenhum ajuste deverá ser realizado, per-
manecendo o valor das participações societárias temporárias mantidas até o vencimento pelo
valor da curva do papel.
De acordo com a Lei no. 6.404/76, art. 183, I, “b” quando o valor de mercado das participações
societárias temporárias mantidas até o vencimento for inferior ao custo de aquisição e essa
perda estiver comprovada como permanente e que não será modificada em razão do rece-
bimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas, a investidora deverá
constituir uma provisão para ajustar essas ações temporárias até o vencimento ao seu valor
provável de realização.

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Contabilidade Geral – Investimentos em Participações Societárias – Prof. Rodrigo Machado

Participações societárias temporárias mantidas até o vencimento – Exemplo


(Inédita) A entidade Doutromundo adquiriu à vista em 02.01.2018 um lote de 10.000 ações da
entidade Dessemundo por R$ 10,00 a unidade. No encerramento do exercício financeiro, em
31.12.2018, as ações da investida eram cotadas na bolsa de valor por R$ 6,00 a unidade devido
a ocorrência de inundação que destruiu grande parte do parque industrial da investida e a per-
da foi considerada permanente. Em 31.12.2018 a investidora deverá realizar o seguinte registro
contábil:
a) Provisão para perdas prováveis
a Ações da entidade Dessemundo mantidas até o vencimento. .................................. ,40.000
b) Outras despesas operacionais
a Ações da entidade Dessemundo mantidas até o vencimento. ................................... 40.000
c) Ações da entidade Dessemundo mantidas até o vencimento
a Ajustes de avaliação patrimonial. ............................................................................... 40.000
d) Outras despesas operacionais
a Provisão para perdas prováveis ......................................................................................... 40.000

Resumão

Participações societárias permanentes

As participações societárias permanentes são adquiridas com a intenção de permanência, são


aquisições estratégicas e não especulativas. São classificadas no subgrupo do ativo não cir-
culante – investimentos, sendo avaliadas pelo método do custo de aquisição ou método da
equivalência patrimonial.

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Método do custo

Segundo art. 183, III, da Lei nº 6.404/76, os investimentos em participação de capital social de
outras sociedades serão avaliadas pelo custo de aquisição, deduzido da provisão para perdas
prováveis na realização do seu valor, quando esta estiver comprovada como permanente e
que não será modificada em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou
quotas bonificadas.
As outras sociedades são aquelas que recebem investimentos em seu capital social e podem ser:

• Coligadas
• Controladas
• Sociedades que façam parte de um mesmo grupo
• Estejam sob controle comum

Dividendos recebidos até 06 (seis) meses da data de aquisição

De acordo com o art. 380 do RIR/99, os lucros ou dividendos recebidos pela pessoa jurídica, em
decorrência de participação societária avaliada pelo custo de aquisição, adquirida até 06 (seis)
meses antes da data do respectivo recebimento, serão registrados pelo contribuinte como di-
minuição do valor do custo de aquisição do investimento e não influenciarão nas contas de
resultado do exercício.

Dividendos recebidos até 06 (seis) meses

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Contabilidade Geral – Investimentos em Participações Societárias – Prof. Rodrigo Machado

Os lucros ou dividendos recebidos pela pessoa jurídica após 06 (seis) meses da data de aquisi-
ção dos investimentos avaliados pelo custo de aquisição são tratados como receitas operacio-
nais e serão excluídos na parte A do e-Lalur, para efeito de apuração do lucro fiscal, pois essa
parcela já é tributada na origem, com retenção do imposto respectivo (investida).

Dividendos recebidos até 06 (seis) meses

Método da equivalência patrimonial

O investimento em coligada, controlada ou em empreendimento controlado em conjunto


deve ser reconhecido inicialmente pelo custo de aquisição e seu valor contábil aumentará ou
diminuirá pelo reconhecimento da participação do investidor nos lucros ou prejuízos do perío-
do, gerados pela investida.
A participação do investidor no lucro ou no prejuízo do período da investida deve ser reconhe-
cido no resultado do investidor e as distribuições recebidas da investida reduzem o valor con-
tábil do investimento.

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Pelo fato de o investidor possuir o controle individual ou em conjunto ou ainda, exercer influ-
ência significativa sobre a investida, ele tem interesse no desempenho desta investida e, como
resultado, interesse no retorno de seu investimento.
O investimento deve reconhecer contabilmente esse interesse por meio da extensão do alcan-
ce de suas demonstrações contábeis, com a inclusão da sua participação nos lucros ou preju-
ízos da investida. Como resultado, o MEP proporciona relatórios com maior grau de informa-
ção acerca dos ativos líquidos do investidor e suas receitas e despesas.
Quando existirem potenciais direitos de voto ou outros derivativos que contenham potenciais
direitos de voto, os interesses da entidade na investida devem ser determinados exclusivamen-
te com base nos interesses de propriedade existentes e não devem refletir o possível exercício
ou conversão dos potenciais direitos de voto ou de outros instrumentos derivativos.

Aplicação do método da equivalência patrimonial (MEP)

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Contabilidade Geral – Investimentos em Participações Societárias – Prof. Rodrigo Machado

Exceções à aplicação do MEP

A entidade controladora estiver dispensada de publicar demonstrações contábeis consolidadas


ela estará dispensada de adotar o método da equivalência patrimonial se os critérios a seguir
forem atendidos:
• A entidade é controlada de outra entidade, a qual, em conjunto com os demais acionis-
tas ou sócios, incluindo aqueles com direito a voto, foram informados a respeito e não
fizeram objeção à não aplicação do MEP.
• Os instrumentos de dívida ou patrimoniais não são negociados publicamente (bolsa de
valores doméstica ou internacional ou mercado de balcão, incluindo mercados locais e
regionais.
• A entidade não está em processo de arquivamento ou arquivou suas demonstrações con-
tábeis na CVM ou outro órgão regulador, visando à emissão e/ou distribuição pública de
qualquer tipo ou classe de instrumento no mercado de capitais.
• A controladora final ou qualquer controladora intermediária da entidade disponibiliza ao
público suas demonstrações contábeis, elaboradas de acordo com os CPC’s em que as con-
troladas são consolidadas ou são mensurados ao valor justo por meio do resultado de acor-
do com o CPC 36.

Quando o investimento em coligada ou controlada ou empreendimento controlado em conjun-


to for mantido direta ou indiretamente por uma entidade que seja uma organização de capital
de risco, essa entidade pode adotar a mensuração ao valor justo por meio do resultado para es-
ses investimentos, conforme CPC 38, independentemente de a organização de capital de risco
exercer ou não influência significativa sobre essa parcela de participação.

Descontinuidade do uso do MEP

A partir da data que a investida perder a condição de coligada, controlada ou empreendimento


controlado em conjunto, a investidora deverá descontinuar o uso do método da equivalência
patrimonial.
Caso o investimento remanescente anteriormente qualificado como coligada, controlada ou
empreendimento controlado em conjunto, for um ativo financeiro, a investidora deverá men-
surá-lo ao valor justo.
O valor justo do interesse remanescente deve ser considerado como seu valor justo no reco-
nhecimento inicial tal qual um ativo financeiro, de acordo com o CPC 38. Nesse caso, a entidade
deve reconhecer na demonstração do resultado do período, como receita ou despesa, qual-
quer diferença entre:
Quando a entidade descontinuar o MEP, deve contabilizar todos os montantes previamente
reconhecidos em seu patrimônio líquido em rubrica de outros resultados abrangentes e que
estejam relacionados com o investimento objeto da mudança de mensuração contábil, na mes-
ma base que seria requerido caso a investida estivesse diretamente se desfeito dos ativos e
passivos relacionados.

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Nesse caso, a investidora deverá reclassificar a receita ou a despesa reconhecida no seu patri-
mônio líquido para a demonstração do resultado (como um ajuste de reclassificação) quando o
método da equivalência patrimonial for descontinuado.

(AFRE – SEFAZ-RJ – FCC – 2013 – Adaptada)


Em 31/12/2012, a Cia. Paulista possuía influência significativa na administração da Cia. Minei-
ra por possuir 30% das ações desta empresa. O saldo contábil referente a esta investida, em
31/12/2012, era R$ 2.100.000,00. Em 31/12/2012, a Cia. Paulista vendeu 2/3 (dois terços) de
sua participação na Cia. Mineira por R$ 2.600.000,00 à vista e a participação remanescente
nesta Cia., ou seja, 1/3 (um terço), passou a ser considerada um ativo financeiro, uma vez que a
Cia. Paulista perdeu a influência significativa na investida. O valor justo avaliado da participação
remanescente na data da venda foi R$ 1.300.000,00.
Com base nestas informações, o resultado que a Cia. Paulista reconheceu em sua Demonstra-
ção de Resultados, com a alienação de parte do investimento e a perda de influência significati-
va sobre o saldo remanescente, consideradasem conjunto, foi
a) R$ 500.000,00.
b) R$ 1.200.000,00.
c) R$ 1.300.000,00.
d) R$ 600.000,00.
e) R$ 1.800.000,00.

Resultado do exercício de investimentos avaliados pelo custo e MEP

Nos investimentos avaliados pelo custo de aquisição, o resultado do exercício apurado na in-
vestida não gera nenhum reflexo na contabilidade da investidora.
Nos investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial podem gerar ganhos de
equivalência patrimonial (GEP), na investidora, no caso da apuração de resultado na investida
ter indicado lucro ou pode gerar, na investidora, perdas com equivalência patrimonial (PEP),
caso o resultado na investida tenha sido de prejuízo.

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Coligadas
É uma entidade sobre a qual o controlador tem influência significativa e não configura como
controlada ou empreendimento controlado em conjunto (joint venture).
Vamos mais fundo...

Influência significativa
É o poder de participar das decisões sobre políticas financeiras e operacionais de uma investi-
da, mas sem que haja o controle individual ou em conjunto dessas políticas.
O investidor que mantém direta ou indiretamente por meio de controladas, vinte por cento ou
mais do poder de voto da investida, presume-se que ele tenha influência significativa, a menos
que possa comprovar claramente o contrário.
Se o investidor detiver menos de vinte por cento no capital votante, direta ou indiretamente,
presume-se que ele não tem influência significativa sobre a investida, a menos que ele de-
monstre claramente o contrário.
Vale frisar que a propriedade substancial ou majoritária da investida por outro investidor não é
o principal fator determinante para a existência de influência significativa. Por exemplo, a influ-
ência significativa da investidora sobre a investida é evidenciada por uma ou mais das seguintes
formas:

Coligada – CVM 247/96

No art. 2º da instrução CVM nº 247/96 possui uma definição particular para coligada, pois:
Consideram-se coligadas as sociedades quando uma participa com 10% (dez por cento) ou mais
do capital social da outra, sem controlá-la.
Parágrafo Único. Equiparam-se às coligadas, para os fins desta Instrução:

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a) as sociedades quando uma participa indiretamente com 10% (dez por cento) ou mais do
capital votante da outra, sem controlá-la;
b) as sociedades quando uma participa diretamente com 10% (dez por cento) ou mais do ca-
pital votante da outra, sem controlá-la, independentemente do percentual da participação no
capital total.

Potenciais direitos de voto e influência significativa

A investidora pode ter em seu poder:


• direitos de subscrição;
• opções não padronizadas de compras de ações (warrants);
• opções de compra de ações;
• instrumentos de dívidas ou patrimoniais conversíveis em ações ordinárias; ou
• outro instrumentos semelhantes.

Se exercidos ou convertidos darão à investidora, poder de voto adicional ou reduzir o poder


de voto de outra parte, sobre políticas financeiras e operacionais da investida.
Portanto, a existência e a efetivação dos potenciais direitos de voto prontamente exercíveis ou
conversíveis, incluindo os potenciais direitos de voto detidos por outras entidades, devem ser
consideradas na avaliação de a entidade possuir ou não influência significativa ou controle.

Potenciais direitos de voto e influência significativa – Exemplo


A entidade Ganhatudo possui os seguintes instrumentos patrimoniais da Cia. Ganhanada:

• 17% das ações com direito a voto


• 8% de debêntures conversíveis em ações com direito a voto

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• Opções de compra de ações da Cia. Ganhanada e, caso sejam exercidas, gera mais 5% de
ações com direito a voto.

Nessa situação, de acordo com o CPC 18, as entidades não são coligadas, pelo fato da entidade
Ganhatudo possuir apenas 17% das ações da Ganhanada.
( ) Certo ( ) Errado

Perda da Influência Significativa

A investidora perde a influência significativa quando ele deixa de possuir o poder de participar
das decisões sobre as políticas financeiras e operacionais da investida.
A perda de influência significativa pode ocorrer com ou sem mudança no nível de participação
acionária da investidora no capital da investida.

Controladas
A controlada é a entidade em que a investidora possui, de forma direta ou indireta, o controle.
Logo, a investidora é titular de direitos de sócio que assegurem, de modo permanente, a
preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
Para que ocorra o controle, a investidora deve possuir mais de 50% das ações com direito a
voto da investida/controlada.

Controladas – na Lei nº 6.404/76

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Portanto, de acordo com a Lei nº 6.404/76, o capital social de qualquer companhia, tem a
seguinte composição em termos de ações ordinárias e ações preferenciais:

(Inédita) A entidade Ganhatudo tem uma capital composto por 100.000 ações dividido em 50%
de ações ordinárias e o restante de ações preferenciais, sendo que cada ação tem o valor uni-
tário de R$ 5,00. O montante mínimo, em reais, para uma investidora deverá desembolsar para
tornar-se controladora é de R$ 125.005,00.
( ) Certo ( ) Errado

Formas de controle

O controle pode ser exercido de duas formas: direto ou indireto.


No controle direto a investidora detém mais de 50% do capital votante da investida.

No controle indireto a investidora exerce o controle da investida por meio de outra companhia,
que é controlada por ela.

Formas de controle e cálculos de participação


No controle indireto a investidora exerce o controle da investida por meio de outra companhia,
que é controlada por ela.

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Sociedades integrantes de um mesmo grupo

Quando a investidora e a investida tiverem um controlador comum, o investimento será


avaliado pelo MEP, independentemente do percentual de participação da investidora no capital
social da investida.

As Cias. Beta e Celta estão sob o controle comum da Cia. Alpha e, por isso, o investimento da
Cia Beta sobre a Cia. Celta deverá ser avaliado pelo MEP, mesmo que represente apenas 1% do
capital da Cia. Celta.

Grupo econômico na Lei nº 6.404/76

A controladora, também designada holding ou sociedade de comando de grupo, de pelo menos


uma entidade controlada, poderá formar com suas controladas um grupo econômico e todas
poderão utilizar a designação de grupo.
Somente participam de um grupo econômico as controladas, não fazendo parte do grupo
qualquer empresa coligada ou com participações menos significativa que coligada.

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Art. 265. A sociedade controladora e suas controladas podem constituir, nos termos deste Capí-
tulo, grupo de sociedades, mediante convenção pela qual se obriguem a combinar recursos ou
esforços para a realização dos respectivos objetos, ou a participar de atividades ou empreendi-
mentos comuns.
§ 1º A sociedade controladora, ou de comando do grupo, deve ser brasileira, e exercer, direta ou
indiretamente, e de modo permanente, o controle das sociedades filiadas, como titular de direi-
tos de sócio ou acionista, ou mediante acordo com outros sócios ou acionistas.
§ 2º A participação recíproca das sociedades do grupo obedecerá ao disposto no artigo 244.

A Lei nº 6.404/76 determina que os grupos econômicos deverão apresentar a respectiva desig-
nação, sendo:
Art. 267. O grupo de sociedades terá designação de que constarão as palavras “grupo de socie-
dades” ou “grupo”.
Parágrafo único. Somente os grupos organizados de acordo com este Capítulo poderão usar
designação com as palavras “grupo” ou “grupo de sociedade”.

Sociedades sob controle comum

O controle comum ou conjunto é o compartilhamento de controle, contratualmente estabe-


lecido, sobre uma atividade econômica que existe somente quando as decisões estratégicas,
financeiras e operacionais relativas à atividade exigem o consentimento unânime das partes
que compartilham o controle, que são os empreendedores.

Nenhuma Cia. tem o controle da Cia. Alpha, e nesse caso, as Cias. Beta e Celta celebram um
contrato, aprovando o controle em comum da Cia. Alpha.

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Dividendos de investimentos avaliados pelo MEP

O MEP corresponde ao valor do investimento determinado mediante a aplicação da porcenta-


gem de participação no capital social da investida, então quando a investida distribui dividen-
dos, seu patrimônio líquido sofre diminuição.
Essa redução será equivalente ao montante de dividendos distribuídos e, por consequência, os
investimentos contabilizados na investidora sofrerá uma redução proporcional ao percentual
de participação que a investidora tem no capital da investida.
Na investidora, o montante dos dividendos a receber distribuídos pela investida, é calculado
por meio da seguinte fórmula:

(ESAF – TCU – 2000)


A empresa Cia. Aços Especiais investiu R$ 200.000,00 em ações da empresa S.A. Armamentos
Gerais e contabilizou o investimento em “Ações de Coligadas”, constituindo uma participação
acionária de 30%, a ser avaliada pelo método da equivalência patrimonial. No fim do exercício
de 1999 a S.A. Armamentos Gerais contabilizou um lucro líquido anual de R$ 20.000,00 e desti-
nou 25% desse lucro para dividendos na forma do lançamento abaixo:
Lucros (ou Prejuízos) Acumulados a Dividendos a Pagar Valor que ora se distribui aos acionistas
5.000,00.
Ao receber a comunicação sobre os dividendos propostos e contabilizados na forma acima, o
Contador da empresa investidora, Cia. Aços Especiais, deverá promover o seguinte lançamento:

a) Dividendos a Receber
a Receitas de Dividendos. ........................... R$ 1.500,00
b) Ações de Coligadas
a Receitas de Dividendos............................ R$ 1.500,00
c) Dividendos a Receber
a Ações de Coligadas................................... R$ 1.500,00
d) Dividendos a Receber
a Receitas de Dividendos............................. R$ 5.000,00
e) Ações de Coligadas
a Receitas de Dividendos............................... R$ 6.000,00

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Resultado de exercício de investimento avaliado pelo MEP

O resultado do exercício na investida pode ser um lucro líquido ou um prejuízo líquido. Com
relação aos investimentos avaliados pelo MEP, quando a investida apura um lucro o resultado
na investidora será o reconhecimento de um ganho de equivalência patrimonial (GEP).

Caso a investida apure um prejuízo líquido, a investidora deverá reconhecer uma perda de
equivalência patrimonial.

Dividendos de investimentos avaliados pelo MEP

Ocorrendo outros ajustes na investida, como por exemplo, variações decorrentes de ajustes
de instrumentos financeiros disponíveis para a venda ao valor justo, a investidora reconhecerá
proporcionalmente essa variação diretamente no seu patrimônio líquido, em outros resultados
abrangentes.
Os outros resultados abrangentes (ORA) compreendem itens de receita e despesa que não são
reconhecidos na demonstração do resultado como requerido ou permitido pelos Pronuncia-
mentos, Interpretações e Orientações emitidos pelo CPC. Os componentes dos outros resulta-
dos abrangentes incluem:
• Variação na reserva de reavaliação (não permitido no Brasil);
• Ganhos e perdas atuariais nos planos de pensão com benefício definido reconhecido,
conforme CPC33;
• Ganhos e perdas derivados da conversão das demonstrações contábeis de operações no
exterior;
• Ganhos e perdas na remensuração de ativos financeiros disponíveis paravenda;
• Parcela efetiva de ganhos e perdas advindas de instrumentos de hedge em operação de
hedge de fluxo de caixa.

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Demonstrações contábeis para aplicação do MEP

A investidora deve utilizar a demonstração contábil mais recente da coligada, controlada ou do


empreendimento controlado em conjunto para aplicação do método da equivalência patrimo-
nial. Quando o término do exercício social da investidora for diferente daquele da investida,
esta deve elaborar, para utilização por parte do investidor, demonstrações contábeis na mes-
ma data das demonstrações da investidora, a menos que isso sejaimpraticável.
No caso em que as datas das demonstrações contábeis da investida utilizadas para aplicação
do MEP foremdiferentes da data usada pelo investidor, ajustes pertinentes devem ser feitos em
decorrência dos efeitos de transações e eventos significativos que ocorrerem entre a data da
publicação das demonstrações contábeis da investida e a data das demonstrações contábeis
do investidor.

Recebimento de bonificações

As bonificações recebidas sem custos pela investidora, quer sejam para emissão de novas
ações, quer sejam por aumento do valor nominal das ações, no caso de investimentos avalia-
dos pelo MEP, não devem ser objeto de contabilização na conta de investimento na coligada e
controlada, tendo em vista que o PL da investida permanecerá o mesmo.

Goodwill

Tema ainda controverso no âmbito contábil, por sua dificuldade presente em mensurá-lo com
confiabilidade. Há dois tipo de goodwill, o objetivo e o subjetivo.
O goodwill objetivo ou adquirido surge quando o valor pago (ou custo de aquisição) pelo in-
vestimento é maior que o seu valor justo, e a essa diferença damos o nome de ágio por expec-
tativa de rentabilidade futura. O goodwill objetivo é objeto de contabilização.
O goodwill subjetivo corresponde à diferença entre o valor presente dos fluxos futuros de caixa
menos o valor justo líquido dos ativos e passivos. O goodwill subjetivo não é objeto de contabi-
lização.

Amortização do goodwill

O goodwill ou ágio por expectativa de rentabilidade futura, regra geral, não pode mais ser
amortizado e, no caso de investimentos em coligadas e em joint venture, o saldo contábil
relacionado ao goodwill permanecerá até a baixa do investimento por alienação ou pelo teste
de recuperabilidade.

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Há exceção, pois podem existir situações em que o goodwill tenha seu benefício econômico
limitado no tempo, ou seja, o goodwill apresenta vida útil definida.
Esse fato pode acontecer em situações de direito de concessão, que é obtido a partir do valor
descontado da projeção do fluxo de caixa das operações da entidade adquirida.
Nesse caso, se for possível obter de forma objetiva e confiável a parte do valor do preço pago
não alocável aos demais ativos e passivos e nem ao direito de concessão, deverá o goodwill ser
amortizado pelo prazo remanescente do direito de concessão.

Teste de recuperabilidade do goodwill

De acordo com o CPC 18, como o goodwill integra o saldo contábil do investimento em coligada,
por esse motivo ele não é testado separadamente em relação ao seu valor recuperável. O
impairment test é aplicado sobre todo o saldo contábil do investimento.
No caso de investimentos em controladas o goodwill também não é amortizado, mas está
sujeito ao teste de recuperabilidade que é realizado de forma isolada, portanto, o teste de
recuperabilidade é aplicado especificamente sobre o goodwill.
O goodwill no balanço patrimonial da investidora é classificado no AÑC Investimentos e no
balanço patrimonial consolidado o goodwill deve ser reclassificado para o AÑC Intangível, pois
o goodwill é da investida e não da investidora.

Ágio por mais-valia de ativos líquidos

O ágio por mais-valia de ativos líquidos tem origem na aquisição de investimentos avaliados
pelo MEP e é obtido pela diferença entre o valor justo do investimento e seu valor patrimonial.

Amortização do ágio por mais-valia de ativos líquidos

A realização ou amortização do ágio por mais-valia de ativos líquidos terá como contrapartida
uma conta deresultado e equivalência patrimonial.

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Essa amortização é feita de maneira proporcional à realização dos ativos e passivos que lhes
deram origem, por exemplo:

a) No caso de estoques, quando da sua venda;

b) No caso de imobilizado, proporcionalmente à sua depreciação, baixa por alienação ou teste


de recuperabilidade; e

c) No caso de ativos intangíveis com vida útil definida, proporcionalmente à sua amortização,
baixa por alienação ou teste de recuperabilidade.

No caso de ágio por mais-valia de ativos líquidos que têm como origem terrenos, obras de
arte ou ativos intangíveis com vida útil indefinida, a realização da mais-valia somente ocorrerá
quando da baixa dos respectivos ativos, seja por alienação, perda parcial ou total ou ainda, re-
conhecimento de perdas por parte do investidor, mediante o teste de recuperabilidade.

Em relação à classificação contábil:


O ágio por mais-valia será classificado/contabilizado no balanço patrimonial da investidora no
AÑC Investimentos. No balanço patrimonial consolidado o saldo correspondente ao ágio por
mais-valia deverá ser reclassificado para os ativos e passivos que lhe deram origem.

(EPE – Contador – Cesgranrio – 2006)


Em janeiro de 2005, a Cia. Alfa adquiriu por R$ 2.040,00, 95% das ações da Cia. Beta, cujo pa-
trimônio líquido na data de aquisição era de R$ 2.000,00. O ágio foi fundamentado com base
no valor de mercado (parte edificada) de um imóvel registrado na Cia. Beta por R$ 600,00 e já
depreciado em cinco anos (4% ao ano), cujo valor de mercado, na data da aquisição, montava
a R$ 620,00. Em dezembro de 2005, o patrimônio líquido da Cia. Alfa montava R$ 2.020,00 e o
ágio foi amortizado com base na realização do bem que o originou. Com base nessas informa-
ções, o saldo total da participação da Cia. Alfa na Cia. Beta, incluindo investimento e ágio, em
dezembro de 2005, era, em reais:
a) 1.919,00
b) 2.033,00
c) 2.045,00
d) 2.052,00
e) 2.060,00

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Ganho por compra vantajosa

De acordo com o nosso CPC 18, o investimento em coligada e em controlada é registrado


contabilmente pelo MEP a partir da data em que a investida se torna sua coligada ou controlada.
Na aquisição deste investimento, quaisquer diferenças identificáveis entre o custo de aquisição
(valor pago) e a parte do investidor no valor justo líquido dos ativos e passivos identificáveis da
investida devem ser contabilizadas.
Quando o custo de aquisição do investimento (valor pago) for inferior ao valor justo dos ativos
líquidos identificáveis da investida, essa diferença representará o ganho por compra vantajosa
que deve ser reconhecido como receita no resultado do exercício do investidor, no período em
que o investimento foi adquirido.

Tratamento do ágio e deságio após o processo de convergência contábil

Após a publicação das Leis nº 11.638/07 e 11.941/09, que deram origem ao alinhamento das
normas contábeis brasileiras com as normas contábeis internacionais, ocorreu uma mudança
de entendimento nos conceitos de ágio e deságio.
O ágio e o deságio, que antes do processo de convergência das práticas contábeis, eram cal-
culados sobre o valor patrimonial dos investimentos, passaram a ser calculados sobre o valor
justo dos ativos líquidos.

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Memorex

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Aquisição com goodwill e valor justo igual ao valor patrimonial

Nas aquisições de investimentos com goodwill quando o valor justo for igual ao valor patrimo-
nial, não teremos a figura do ágio por mais-valia de ativos líquidos.

Perda da condição de coligada

A entidade perde a influência significativa da investida quando ela perde o poder de participar
nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais daquela investida.
Essa perda pode ocorrer com ou sem uma mudança no nível de participação acionária abso-
luta ou relativa. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando uma coligada sujeita-se ao controle:

• Do governo
• De um tribunal
• De um órgão administrador ou entidade reguladora

Perda do controle de uma controlada

A controlada pode perder o controle de uma controlada com ou sem uma mudança no nível
de participação acionária absoluta ou relativa. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando uma
controlada sujeita-se ao controle:
• Do governo
• De um tribunal
• De um órgão administrador ou entidade reguladora

Isso pode ocorrer também como resultado de um acordo contratual.

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Quando há a perda de controle, a controladora deve realizar ajustes contábeis, sendo eles:
a) Dar baixa nos saldos de ativos (incluindo goodwill) e os passivos da controlada pelos seus
valores contábeis na data em que o controle foi perdido;
b) Dar baixa nos saldos de quaisquer participações de não-controladores na ex controlada,
na data em que o controle foi perdido (incluindo quaisquer componentes de outros resul-
tados abrangentes reconhecidos diretamente no patrimônio líquido e atribuíveis aos não-
-controladores);
c) Reconhecer o valor justo da compensação recebida em troca pela perda do poder – caso
ela exista;
d) Reconhecer o investimento remanescente na ex controlada, caso exista;
e) Transferir para o resultado do período vigente todos os saldos contábeis reconhecidos como
outros resultados abrangentes do investimentos, exceto se, outro CPC exigir tratamento
específico;
f) Reconhecer qualquer diferença resultante como ganho ou perda no resultado do período
atribuível àcontroladora.

Resultados não realizados

O CPC 18 (R2) especifica que quando existirem, na data da elaboração dos relatórios contábil-
-financeiros, negócios não realizados entre uma investidora e uma investida ou vice-versa, seja
a investida uma coligada ou controlada, os lucros ainda não realizados devem ser excluídos
quando a investidora avalia a participação.
Existem quatro tipos de tratamentos contábeis dados em função do tipo de empresas envolvi-
das na transação com lucros não realizados no sentido do negócio, isto é, do investidor para a
investida ou vice-versa.

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Resultados não realizados – detalhe histórico
Uma das consequências do processo de alinhamento das normas contábeis brasileiras às normas
internacionais está relacionada com o tratamento que é dado aos lucros não realizados, pois:

• Antes do alinhamento apenas os lucros não realizados decorrentes de vendas de merca-


dorias para a investidora (upstream) eram eliminados para cálculo da equivalência patri-
monial; e
• Após o alinhamento os lucros não realizados decorrente de vendas da investida para a in-
vestidora (upstream) ou da investidora para a investida (downstream) são eliminados para
cálculo da equivalência patrimonial

Resultados não realizados


Independente de qualquer caso, o processo de reconhecer e excluir os resultados não reali-
zados consiste em identificar o lucro da transação entre as empresas e determinar a parcela
do item adquirido que ainda permanece no estoque da adquirente na data da elaboração das
demonstrações contábeis.
Essa parcela de resultado não realizado deve ser excluída para fins de consolidação das de-
monstrações contábeis para que sejam evitadas duplicidades de valores comuns.

Exemplo
No diagrama a seguir está representada a venda de mercadorias da empresa “A” para a empresa
“B” por R$ 500.000,00 com custos de R$ 400.000,00 e lucro na operação de R$ 100.000,00. A
empresa “B”, que adquiriu as mercadorias, vendeu a terceiros 60% do lote adquirido e, na data
do balanço, mantém em seus estoques 40% do lote. Portanto, o lucro nos estoques do adqui-
rente é de 40% de R$ 100.000,00, logo, R$ 40.000,00.

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Venda com lucro da investidora para a coligada

Os itens 50 e 51 do ICPC 09 (R2) especificam que os lucros nos estoques da coligada devem ser
considerados realizados na proporção de participação dos demais sócios na coligada e não
realizados na proporção da participação da investidora.
51. A operação de venda deve ser registrada normalmente pela investidora (receitas e despesas
correspondentes) e a eliminação dos lucros não realizados deve ser feita no resultado individual
da investidora, na rubrica de resultado da equivalência patrimonial (e se for o caso no resultado
consolidado), pelo registro da parcela não realizada a crédito da conta de investimento, até a
efetiva realização do ativo na coligada (ou empreendimento controlado em conjunto).
Não devem ser eliminadas na demonstração do resultado da investidora as parcelas de venda,
custo da mercadoria ou produto vendido, tributos e outros itens aplicáveis, já que a operação
como um todo se dá com genuínos terceiros.

Venda com lucro da investidora para a coligada – Exemplo


A investidora RITO S.A. realiza venda de mercadorias para sua coligada ALIÁS por R$ 500.000,00
cujo lucro da operação foi de R$ 100.000,00 (20%). A investidora participa de 30% do capital
da investida, o que caracteriza coligação. A coligada mantém em seus estoques o equivalente
a 40% da aquisição. O lucro líquido total do período na investida foi de R$ 500.000,00. O PL da
investida antes da incorporação do lucro do exercício era de R$ 2.000.000,00.

A investida ainda possui 40% do lote adquirido.


Lucro não realizados nos estoques:
$40.000

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Conclusão:
Os lucros a serem excluídos nas demonstrações contábeis do investidor serão apenas
os valores proporcionais à sua participação na coligada. No exemplo, os lucros não
realizados a serem excluídos do resultado do investidor serão 30% dos 40.000 (em es-
toque), logo, 12.000.

Lucros não realizados a serem excluídos pelo investidor

Lucro não realizado. ..........................R$12.000


a Lucro a apropriar ..............................R$12.000

Venda com lucro da coligada para a investidora

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Quando uma coligada vende um ativo para a sua investidora, está deverá realizar um ajuste a
ser considerado como ganho de equivalência patrimonial.
A investidora deve calcular o ajuste de equivalência aplicando o percentual de participação
sobre o valor do lucro da investida, diminuído dos lucros ainda não realizados na investida.

O ICPC 09 (R2) apresenta as seguintes orientações em relação à operação de venda da coligada


para a investidora:
53. Nas operações de venda da coligada (ou empreendimento controlado em conjunto) para
sua investidora, os lucros não realizados por operação de ativos ainda em poder da investidora
ou de suas controladas devem ser eliminados.

Exemplo
A coligada RITO realizou venda de mercadorias para sua investidora ALIÁS por R$ 700.000 cujo
custo foi de R$ 400.000. As mercadorias não foram vendidas a terceiros pela investidora. O lu-
cro da transação é de R$ 300.000. A investidora ALIÁS participa de 30% do capital da coligada
RITO. O lucro líquido total do período da coligada foi de R$ 800.000. O PL da investida antes da
incorporação do lucro do exercício era de R$ 2.200.000

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Venda com lucro da controladora para a controlada

28A. Os resultados decorrentes de transações descendentes (downstream) entre a controla-


dora e a controlada não devem ser reconhecidos nas demonstrações contábeis individuais da
controladora enquanto os ativos transacionados estiverem no balanço de adquirente perten-
cente ao mesmo grupo econômico.
O disposto neste item deve ser aplicado inclusive quando a controladora for, por sua vez, con-
trolada de outra entidade do mesmo grupo econômico.
O ICPC 09 (R2) também detalha o assunto, abordando de uma maneira similar acerca do método:

55B. Nas demonstrações individuais, quando de operações de venda de ativos da controladora


para suas controladas (downstream), a eliminação do lucro não realizado deve ser feita no resul-
tado individual da controladora, deduzindo-se cem por cento do lucro contido no ativo ainda em
poder do grupo econômico, em contrapartida da conta de investimento (como se fosse uma devo-
lução de parte desse investimento), até sua efetiva realização pela baixa do ativo na(s) controlada(s).
55C. A eliminação de que trata o item 55B na demonstração do resultado deve ser feita em
linha logo após o resultado da equivalência patrimonial, com destaque na própria demonstra-
ção do resultado ou em nota explicativa, conforme item 52. Podem ser eliminadas na demons-
tração do resultado da controladora as parcelas de venda, custo da mercadoria ou produto
vendido, tributos e outros itens aplicáveis, já que a operação como um todo não se dá com
genuínos terceiros. Se não eliminados, esses valores devem ser evidenciados na própria de-
monstração do resultado ou em notas explicativas.

Venda com lucro da controladora para a controlada – Exemplo


A controladora A vendeu mercadorias para sua controlada B por R$ 1.400.000 cujo custo é de
R$ 1.000.000. A controlada vendeu 50% da aquisição a terceiros. O lucro da transação é de
R$ 400.000. A investidora A participa em 70% do capital da controlada B. O lucro líquido do
período da investida foi de R$ 1.000.000. O PL da investida antes da incorporação do lucro do
exercício era de R$ 2.000.000.

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Contabilidade Geral – Investimentos em Participações Societárias – Prof. Rodrigo Machado

Nas operações em que a controlada venda ativos com lucro para a controladora, o ganho com
equivalência patrimonial deve ser calculado aplicando-se o percentual de participação da con-
troladora sobre o lucro da controlada e, deste resultado, subtrair 100% dos lucros não realiza-
dos nos estoques da controladora.
O ICPC 09 diz em seu item 56 que, nas operações de venda da controlada para a controladora
(upstream) ou para outras controladas do mesmo grupo econômico, o lucro deve ser reconhe-
cido na vendedora normalmente. No caso de coligada e de empreendimento controlado em
conjunto, adota-se o mesmo procedimento.
Já o item 56A, afirma que nas demonstrações individuais da controladora, quando de opera-
ções de venda de ativos da controlada para a controladora ou entre controladas, o cálculo da
equivalência patrimonial deve ser feito deduzindo-se, do patrimônio líquido da controlada, cem
por cento do lucro contido no ativo ainda em poder do grupo econômico. Com isso, a contro-
ladora deve registrar como resultado valor nulo, não tendo, por isso, afetação no seu resultado
e no seu patrimônio líquido como decorrência do resultado reconhecido pela controlada.

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Exemplo
A controlada B vendeu mercadorias para a sua controladora A por R$ 1.400.000 cujo custo é de
R$ 1.000.000. A controladora vendeu 50% da aquisição a terceiros. O lucro da transação é de
R$ 400.000. A investidora A participa em 70% do capital da controladora B. O lucro líquido total
do período da controlada foi de R$ 1.000.000. O PL da controlada antes da incorporação do
lucro do exercício era de R$ 2.000.000.

Memorex

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Contabilidade Geral – Investimentos em Participações Societárias – Prof. Rodrigo Machado

Mudanças na participação societária

No caso de participação societária de entidade em coligada ou em empreendimento contro-


lado em conjunto que for reduzida, porém o investimento continuar a ser classificado como
em coligada ou em empreendimento controlado em conjunto, respectivamente, a investidora
deve realizar ajustes.
Tais ajustes envolvem a reclassificação para a demonstração de resultado, como receita ou
despesa, a proporção da receita ou da despesa previamente reconhecida como em outros re-
sultados abrangentes que esteja relacionada com a redução na participação societária.

Variação na porcentagem de participação em controladas

Após a aquisição do controle da investida pela investidora, ambas passam a fazer parte do mes-
mo grupo econômico e essa entidade econômica é obrigada pelo CPC 36 a elaborar e a apre-
sentar demonstrações contábeis consolidadas, como se fossem uma única entidade.

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Nas demonstrações contábeis consolidadas, deve ser evidenciada a parcela do patrimônio e do
resultado pertencente aos sócios não controladores. A participação dos sócios não controla-
dores é parcela integrante do patrimônio líquido da entidade consolidada.
Logo, transacionar com os sócios não controladores é transacionar com os sócios desse mesmo
patrimônio.
É por esse motivo que o CPC 36 solicita que as mudanças na participação relativa da controla-
dora sobre uma controlada que não resultem na perda de controle devem ser contabilizadas
como transações de capital – ou seja, transações com sócios, na qualidade de proprietários -,
nas demonstrações contábeis.
Assim, quando a controladora adquire mais ações da entidade que já controla, deve considerar
a diferença entre o valor de aquisição e o valor patrimonial contábil adquirido em contrapar-
tida do seu patrimônio líquido (individual e consolidado), semelhante à compra de suas pró-
prias ações (ações em tesouraria).
No caso de alienação, desde que não seja perdido o controle sobre a controlada, a diferença
também deve ser alocada diretamente ao patrimônio líquido e não ao resultado.
Nas demonstrações contábeis individuais da controladora, as transações de capital devem re-
fletir a situação dessa controladora individual, mas sem perder de vista que essas transações
de capital estão vinculadas ao conceito de entidade econômica como um todo e nesse conceito
estão envolvidos os patrimônios da controladora e da controlada.

Esse é, inclusive, o objetivo da aplicação do método de equivalência patrimonial. Nesse balan-


ço individual, não se tem reprodução pura e simples e totalmente isolada da controladora, o
que só deve ser apresentado nas demonstrações separadas.

Nas demonstrações separadas da controladora, se forem apresentadas, as transações de capi-


tal, devem ser consideradas como alterações dos seus investimentos, quer quando avaliados
pelo método do valor justo quer quando pelo método de custo.
Nessas demonstrações, a ideia implícita é exatamente a de não integração entre investidora e
controladas (e coligadas ou empreendimentos controlados em conjunto, se for o caso) e, sim, a
de caracterização dos investimentos como negócios da controladora.
Nesse caso, nas demonstrações separadas da controladora a aquisição de, ou a venda para,
sócios não controladores de suas controladas se caracterizam, para a controladora como tran-
sações com terceiros e não com sócios do mesmo grupo econômico.
Consequentemente, os ajustes derivados dessas transações, se existentes, devem ser registra-
dos no seu resultado e não no seu patrimônio.

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ISS
PORTO ALEGRE
Auditor Fiscal de Tributos Municipais

ESTATÍSTICA

Prof. Fabrício Biazotto


Estatística

Professor Fabrício Biazotto

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Edital

ESTATÍSTICA: 4.1. Conceitos: tipos de dados (qualitativos, quantitativos, contínuos, discretos,


nominais e por postos); estatística descritiva e inferencial; população; censo; amostra;
experimento aleatório; variáveis e atributos; variáveis aleatórias discretas e contínuas. 4.2.
Estatística descritiva: apresentação gráfica; normas para apresentação tabular de dados;
distribuição de freqüência (amplitude; intervalos de classe; ponto médio; freqüências
absolutas e relativas; freqüências acumuladas absolutas e relativas); medidas de posição e
de variabilidade para dados agrupados e não-agrupados (média aritmética: propriedades
da média; cálculo simplificado da média; médias geométrica e harmônica; mediana; moda;
percentis; quartis; amplitude interquartil; desvio padrão; variância e suas propriedades;
coeficiente de variação); associação entre variáveis (covariância e coeficiente de correlação).
4.3. Probabilidade: espaço amostral; evento; complemento de um evento; probabilidade de
um evento; probabilidade de dois eventos (eventos independentes; mutuamente excludentes;
não mutuamente excludentes; dependentes ou condicional). 4.4. Distribuições discretas
(descontínuas) de probabilidade: variáveis aleatórias discretas e contínuas; valor esperado;
distribuição binomial; distribuição de Poisson. 4.5. Distribuições contínuas de probabilidade:
distribuição normal; Teorema de Chebyshev; a distribuição normal como aproximação da
distribuição binomial; distribuição exponencial; 4.6. Amostragens e Distribuições Amostrais:
amostragens probabilísticas e não-probabilísticas; teorema do limite central; distribuições
de médias amostrais; distribuições de proporções amostrais; distribuição binomial, de
Poisson, normal, quiquadrado (χ2), distribuição t e distribuição F. 4.7. Estimação: pontual e
intervalar; cálculo do tamanho da amostra. 4.8. Estatística inferencial: intervalo de confiança;
nível de significância; testes de hipóteses para médias e proporções, unilaterais (unicaudal)
e bilaterais (bicaudal). 4.9. Análise de variância (ANOVA). 4.10. Regressão linear simples e
múltipla: método dos mínimos quadrados; variáveis binárias; coeficiente de determinação;
coeficiente de determinação múltiplo; coeficiente de determinação múltiplo ajustado;
coeficiente de correlação; testes de significância (teste t e F); utilização da equação de
regressão para estimação e previsão; homocedasticidade; multicolinearidade 4.11. Números
índices: aritméticos simples e ponderado, harmônico simples e ponderado, geométrico
simples e ponderado; mudança de base. 4.12. Números relativos. 4.13. Índices complexos de
quantidade e de preços: Laspeyres e Paasche; mudança de base. 18 4.14. Análise de séries
temporais.

BANCA: FMP
CARGO: Auditor Fiscal

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Módulo 1

ESTATÍSTICA DESCRITIVA

1. CONCEITOS INICIAIS

Estatística – é um conjunto de métodos e processos matemáticos desenvolvidos para a


coleta, classificação, apresentação, analise e interpretação de dados acerca de um fenômeno
observado, possibilitando a tomada de decisões face às incertezas.

1.1 – Ramos da Estatística:


Estatística Descritiva (ou dedutiva) – voltada à coleta, organização, apresentação, analise e
interpretação dos dados observados através de gráficos e tabelas, além da análise e desses
dados.
Estatística Indutiva (ou Inferência Estatística) – processo de generalização que permite tirar
conclusões a respeito do comportamento do fenômeno estudo.
População (ou Universo Estatístico) – é um conjunto de dados, obtidos na observação de um
fenômeno, que apresentam pelo menos uma característica em comum. Pode ser finita ou
infinita.
Censo – é o levantamento envolvendo todos os elementos da população.
Amostra – é qualquer subconjunto finito e não vazio de uma população, excetuando-se a
própria população. O processo de retirada da amostra requer cuidados especiais na tentativa
de resguardar a fidelidade e a representatividade da população.
Experimento aleatório – é aquele que, mesmo repetido em idênticas condições, produz
resultados imprevisíveis.

1.2 – Aspectos de um dado


Qualitativo – característica do elemento em estudo, denominado atributo
Quantitativo – determina a intensidade com que o atributo ocorre no fenômeno estudado, e é
representado por uma variável.
Série estatística – é uma sucessão de dados estatísticos referidos a caracteres qualitativos. Se a
sucessão for quantitativa, configurará uma seriação.

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1.3 – Tipos de séries estatísticas:
•• Temporal (cronológica, histórica ou evolutiva) – a variável é o fator tempo.
•• Geográfica (territorial, espacial ou de localização) – a variável é o fator geográfico.
•• Específica (especificativa ou categórica) – a variável é o fenômeno.
•• Mista – ocorre a variação de pelo menos dois dos fatores: tempo, local ou fenômeno.
Distribuição de frequência (seriação) – neste caso, todos os elementos (época, local ou
fenômeno) são fixos, variando apenas a intensidade de ocorrência do fenômeno.

1.4 – Organização dos Dados Estatísticos


Normas para apresentação tabular de dados Elementos essenciais:
Título – indicação contida na parte superior da tabela, onde deve estar definido o fato
observado, com a especificação de local e época referentes ao fato;
Cabeçalho – parte da tabela que apresenta a natureza do conteúdo de cada coluna;
Coluna indicadora – indica o conteúdo das linhas;
Célula (casa ou cela) – é o espaço resultante do cruzamento de uma linha com uma coluna,
onde se registra a frequência ou o valor da variável ou atributo.
Corpo – é a parte da tabela onde se encontram o cabeçalho, a coluna indicadora e as linhas e
colunas que contem a serie estatística;

Elementos complementares:
Fonte – designação da entidade que forneceu os dados estatísticos;
Notas – esclarecimentos de natureza geral;
Chamadas – esclarecimentos de natureza específica.

Exemplo
Frota de veículos (em mil unidades) – 1996

PARANÁ BRASIL
Automóveis 1.224 18.727
Picapes 193 2.980
Caminhões 158 1.630
Ônibus 19 317
Motocicletas 218 2.919
Total 1.812 26.573
Fonte: Denatran

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ISS (POA) – Estatística – Prof. Fabrício Biazotto

As Tabelas podem ser:


Simples – formadas por uma coluna indicadora (coluna matriz), onde são inscritos os valores ou
modalidades classificadas, e por uma coluna onde se inserem as ocorrências ou as intensidades
do fenômeno analisado.
Dupla entrada – apresenta séries conjugadas.

Tabela Simples:
População economicamente ativa por setor de atividade – Brasil/1940

Setor População (1.000 hab.)


Primário 8.968
Secundário 1.414
Terciário 3.620

Fonte: IPEA

Tabela de Dupla Entrada


População economicamente ativa
Por setor de atividade – Brasil

Setor
Setor
1940 1950 1960
Primário 8.968 10.255 12.163
Secundário 1.414 2.437 2.962
Terciário 3.620 4.156 7.525

Fonte: IPEA

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Módulo 2

DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS

1 – Distribuição de frequências (seriação)

Dados brutos – são os dados coletados, ainda não organizados.


Rol – lista em que os valores são dispostos em uma determinada ordem (crescente ou
decrescente.
Tabela de frequência – representação na qual os valores se apresentam com sua incidência de
repetição, evitando que eles apareçam mais de uma vez.
Distribuição de frequências de Dados Não-Agrupados em Classes – tabela onde os valores
aparecem individualmente, utilizado para variáveis discretas.

1.1 – Elementos
Amplitude total (At) – é a diferença entre o maior e o menor valor da série.
Frequência absoluta simples (fi) – é o número de repetições de cada valor.
Frequência total (fi ou Σn) – é a soma das frequências absolutas simples.
Frequência relativa simples (fri) – é o quociente entre a frequência absoluta simples e a
frequência total da série. Pode ser representada sob a forma unitária ou percentual (fri%)
Frequência absoluta acumulada (Fi ou fac) – é a soma das frequências absolutas simples de
um determinado valor da tabela com as frequências absolutas simples de todos os valores
anteriores. É também denominada de frequência absoluta “abaixo de”.
Frequência absoluta acumulada “acima de” (Fi+) – é a soma das frequências absolutas simples
de um determinado valor da tabela com as frequências absolutas simples de todos os valores
posteriores.
Obs.: Σ ... somatório

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Exemplo
Nº de aparelhos defeituosos da Empresa X

xi fi fri fri% Fi Fi+ Fri Fri% Fri+ Fri%+


0 5
1 10
2 18
3 12
4 5

Distribuição de frequências de Dados Agrupados em Classes – os dados são apresentados de


forma resumida, de forma agrupada. É recomendado, principalmente, para variáveis contínuas.

1.3 – Elementos
Classe – é cada um dos grupos ou intervalos de valores obtidos a partir de um agrupamento de
dados. Representação de uma classe:
a I––– b ... inclusive a, e exclusive b
a –––I b ... exclusive a, e inclusive b
a I–––I b ... inclusive a, e inclusive b
a ––– b ... exclusive a, e exclusive b
Limites de classe – são os valores extremos de uma classe.
a I––– b – a ... limite inferior (Li) b ... limite superior (Ls)
Ponto médio de uma classe (PMi ou Xi) – é a média aritmética dos limites superior e inferior
de uma classe.
Amplitude do intervalo de classe (h) – é a diferença entre os limites superior e inferior de uma
classe.

Exemplo
Notas de uma prova de Estatística

xi fi PMi fri fri% Fi Fi+ Fri Fri%


0 I––– 20 10
20 I––– 40 30
40 I––– 60 40
60 I––– 80 15
80 I––– 100 5

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Módulo 3

GRÁFICOS

a) de Linha – representado em um plano cartesiano, através de pontos ligados por segmentos


de reta, mostrando a evolução do fenômeno estudado.
b) em Barras (horizontais) – têm por finalidade comparar grandezas por meio de retângulos
horizontais de larguras iguais e alturas proporcionais às respectivas grandezas.
c) em Colunas (ou em barras verticais) – representados por retângulos verticais, prestam-se
à mesma finalidade que os gráficos em barras sendo, entretanto, preferíveis a esses últi-
mos, quando as legendas a se inscreverem sob os retângulos forem breves
d) em Setores (pizza) – são representados por círculos divididos proporcionalmente em seg-
mentos circulares de acordo com os dados do fenômeno ou do processo a ser representa-
do. Os valores são expressos em números ou em porcentagens.

Exemplos:

    

    

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1 – Gráficos representativos de uma Distribuição de Frequências

Histograma – formado por um conjunto de retângulos justapostos de larguras homogêneas, de


forma que a altura de cada retângulo seja proporcional à frequência da classe que representa.
Polígono de frequências – representação gráfica obtida a partir da união, através de segmentos,
dos pontos médios das bases superiores dos retângulos do histograma.

Exemplo:
Notas de uma prova de Estatística

xi fi fri%
0 I––– 20 20
20 I––– 40 60
40 I––– 60 80
60 I––– 80 30
80 I––– 100 10

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ISS (POA) – Estatística – Prof. Fabrício Biazotto

Frequências Acumuladas

Notas de uma prova de Estatística

xi fi Fi Fi+
0 I––– 20 20
20 I––– 40 60
40 I––– 60 80
60 I––– 80 30
80 I––– 100 10

OBS.: Os gráficos representativos de distribuições de frequências acumuladas são denominados


Ogivas (Ogiva de Galton).

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Questões

1. Considere a tabela de frequências seguinte Suponha que a tabela de frequências acu-


correspondente a uma amostra da variável muladas tenha sido construída a partir de
X. Não existem observações coincidentes uma amostra de 10% dos empregados da
com os extremos das classes. Cia. Alfa. Deseja-se estimar, utilizando in-
terpolação linear da ogiva, a frequência po-
Frequências pulacional de salários anuais iguais ou infe-
Classes riores a R$ 7.000,00 na Cia. Alfa. Assinale a
Acumuladas (%)
opção que corresponde a este número.
2.000 – 4.000 5
a) 180
4.000 – 6.000 16
b) 120
6.000 – 8.000 42 c) 150
8.000 – 10.000 77 d) 160
e) 130
10.000 – 12.000 89
12.000 – 14.000 100 3. O atributo do tipo contínuo X, observado
como um inteiro, numa amostra de tama-
Assinale a opção que corresponde à estima- nho 100 obtida de uma população de 1000
tiva do valor x da distribuição amostral de X indivíduos, produziu a tabela de frequên-
que não é superado por cerca de 80% das cias seguinte:
observações.
Classes Frequência (f)
a) 10.000
29,5-39,5 4
b) 12.000
c) 12.500 39,5-49,5 8
d) 11.000 49,5-59,5 14
e) 10.500
59,5-69,5 20
2. Frequências Acumuladas de Salários Anu- 69,5-79,5 26
ais, em Milhares de Reais, da Cia. Alfa
79,5-89,5 18
89,5-99,5 10
Frequências
Classes de Salário
Acumuladas Assinale a opção que corresponde à esti-
(3;6] 12 mativa do número de indivíduos na popula-
ção com valores do atributo X menores ou
(6;9] 30
iguais a 95,5 e maiores do que 50,5.
(9;12] 50
a) 700
(12;15] 60 b) 638
(15;18] 65 c) 826
d) 995
(18;21] 68
e) 900.

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4. Em um ensaio para o estudo da distribui-
ção de um atributo financeiro (X) foram
examinados 200 itens de natureza contábil
do balanço de uma empresa. Esse exercício
produziu a tabela de frequências abaixo. A
coluna Classes representa intervalos de va-
lores de X em reais e a coluna P representa a
frequência relativa acumulada. Não existem
observações coincidentes com os extremos
das classes.

Classes P (%)
70-90 5
90-110 15
110-130 40
130-150 70
150-170 85
170-190 95
190-210 100

Assinale a opção que corresponde à estima-


tiva da frequência relativa de observações
de X menores ou iguais a 145.
a) 62,5%
b) 70,0%
c) 50,0%
d) 45,0%
e) 53,4%

Gabarito: 1. E 2. A 3. C 4. A

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Módulo 4

MEDIDAS DE POSIÇÃO

Pela dificuldade de se trabalhar com uma distribuição de frequências completa, costuma-se


lançar mão de determinadas medidas que sumarizam certas características importantes da
distribuição.
Dentre as diversas medidas quem possibilitam condensar as informações dentro na fase
analítica da Estatística Descritiva, dois tipos são os mais importantes: as medidas de posição
(especialmente as de tendência central) e as medidas de dispersão (ou de heterogeneidade).
As medidas de posição podem se apresentar de várias formas, dependendo daquilo que se
pretende conhecer a respeito dos dados estatísticos.

1 – Medidas de tendência central (ou promédios)

São medidas de posição em torno das quais os dados tendem a se agrupar. Os três promédios
mais utilizados para resumir o conjunto de valores representativos de fenômeno que se deseja
estudar são: a média aritmética, a moda e a mediana. Outros promédios menos usados são as
médias: geométrica, harmônica, etc.

a) Médias
Média Aritmética Simples (x ou µ) – a média aritmética simples de um conjunto de números é
igual ao quociente entre a soma de valores do conjunto e o número total de valores.

Média Aritmética Ponderada (P) – utilizada quando os valores do conjunto tiverem pesos
diferentes. É obtida através do quociente entre a soma dos produtos dos pesos pelos respectivos
valores e a soma dos pesos.

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Esta equação é para dados não agrupados, caso sejam agrupados em classes, o Xi é o mesmo
que o PMi.
Desvio (di) – é o afastamento de cada valor do conjunto em relação a um valor fixo x0:
di = xi – x0

Propriedades da média aritmética:


1ª) a soma algébrica dos desvios dos valores em relação à média aritmética é igual a zero.
2ª) a soma algébrica dos quadrados dos desvios dos valores em relação à média aritmética é
um mínimo.
3ª) sendo n o número de incidência de cada média aritmética x, de cada conjunto k de valores,
então a média aritmética de todos os valores dos k conjuntos é a média ponderada das
médias aritméticas dos respectivos conjuntos. Essa média é denominada média global.
4ª) somando-se (ou subtraindo-se) uma constante arbitrária x a cada valor da série, a média
aritmética desta série fica somada (ou subtraída) dessa constante.
5ª) multiplicando-se (ou dividindo-se) uma constante arbitrária c a cada valor da série, a média
aritmética desta série fica multiplicada (ou dividida) por essa constante.

Processo breve para o cálculo da média aritmética (para dados tabulados em classes)
A partir das duas últimas propriedades citadas anteriormente, é possível calcular a média
aritmética utilizando uma variável transformada (di), denominada variável reduzida:
OBS: Recomenda-se utilizar para o valor de A o ponto médio da classe de maior frequência
se o número de classes k for par, ou o ponto médio da classe intermediária se o número de
classes for ímpar.

Exemplo: calcular a média aritmética na tabela a seguir.


Notas de uma prova de Estatística

xi fi PMi di fi.di
0 I––– 20 10
20 I––– 40 30
40 I––– 60 40
60 I––– 80 15
80 I––– 100 5

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ISS (POA) – Estatística – Prof. Fabrício Biazotto

Média Geométrica (G) – á média geométrica de um conjunto de n valores é a raiz n–ésima do


produto de todos os valores do conjunto dado.

Média Harmônica (H) – á média harmônica de um conjunto de n valores é o inverso da média


aritmética dos inversos de todos os valores do conjunto dado.

Obs.: H ≤ G ≤ X

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Questões

1. Frequências Acumuladas de Salários Anu- 3. Em um ensaio para o estudo da distribui-


ais, em Milhares de Reais, da Cia. Alfa ção de um atributo financeiro (X) foram
examinados 200 itens de natureza contábil
Classes de Frequências do balanço de uma empresa. Esse exercício
Salário Acumuladas produziu a tabela de frequências abaixo. A
(3;6] 12 coluna Classes representa intervalos de va-
lores de X em reais e a coluna P representa a
(6;9] 30 frequência relativa acumulada. Não existem
(9;12] 50 observações coincidentes com os extremos
das classes.
(12;15] 60
(15;18] 65 Classes P (%)
(18;21] 68 70-90 5
90-110 15
Quer-se estimar o salário médio anual para
os empregados da Cia. Alfa. Assinale a op- 110-130 40
ção que representa a aproximação desta es- 130-150 70
tatística calculada com base na distribuição
150-170 85
de frequências.
170-190 95
a) 10,00
b) 9,93 190-210 100
c) 13,50
d) 15,00 Assinale a opção que dá o valor médio
e) 12,50 amostral de X.
a) 140,10
2. Assinale a opção que expresse a relação en- b) 115,50
tre as médias aritmética ( X ), geométrica c) 120,00
(G) e harmônica (H), para um conjunto de n d) 140,00
valores positivos (X1, X2, ..., Xn): e) 138,00
a) G ≤ H ≤ X , com G = H = X somente se os
n valores forem todos iguais.
b) G ≤ X ≤ H, com G = X = H somente se os
n valores forem todos iguais.
c) X ≤ G ≤ H, com X = G = H somente se os
n valores forem todos iguais.
d) H ≤ G ≤ X , com H = G = X somente se os
n valores forem todos iguais.
e) X ≤ H ≤ G, com X = H = G somente se os
n valores forem todos iguais.

Gabarito: 1. B 2. D 3. E

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Módulo 5

MODA, MEDIANA E QUARTIL

Moda (Mo)

O valor de maior frequência da série, também chamado norma, valor dominante ou valor típico.

Exemplos:

1) Rol (dados não tabulados)


Determinar a moda nos conjuntos a seguir:
A = {2, 2, 3, 3, 3, 3, 5 , 5, 5, 5, 5, 5, 6, 6, 6, 6, 6, 6, 6, 6, 7, 7, 7, 9, 9} Mo =
B = {2, 2, 3, 3, 3, 3, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 6, 6, 6, 6, 6, 7, 7, 8, 8, 8, 8, 8, 8, 8, 8, 9, 9, 9} Mo =
C = {2, 3, 5, 7, 8, 9} Mo =

Dados Tabulados Não-Agrupados em classes


Exemplo: determinar o valor da moda na tabela a seguir.

xi fi
1 5
2 10
3 18
4 12
5 4

Dados Tabulados Agrupados em Classes


Classe modal: é classe de maior frequência.
Determinação da Moda:
•• Moda Bruta: é o método mais rudimentar de cálculo da moda, que consiste em considerá-
lo como sendo o ponto médio da classe modal.

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•• Método de King: baseia-se na influência das frequências das classes adjacentes à classe
modal.

Li – limite inferior da classe modal


h (ou c) – amplitude do intervalo de classe
fpos – frequência da classe posterior à classe modal
fant – frequência da classe anterior à classe modal

•• Método de Czuber: utiliza a frequência da classe modal e as das classes adjacentes.

Mediana (Md)

O valor central de uma série ordenada.


A mediana é considerada uma separatriz, por ser um promédio que divide a série em partes
iguais; e, pelo fato de ocupar uma determinada posição na série ordenada, o número que
indica a sua posição é denominado elemento mediano (Em).
Determinação da mediana para dados não tabulados
Uma vez ordenados os valores da série (Rol), a mediana será:
•• O valor central da série, se o número de valores (n) for ímpar,
•• A média aritmética dos dois valores centrais da série, se o número de valores for par.

Exemplos:

1) Rol (dados não tabulados)


Determinar a mediana nos conjuntos a seguir:
A = {2, 2, 3, 3, 3, 3, 3, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 6, 6, 6, 6, 6, 6, 6, 7, 7, 7, 9, 9} Md =
B = {2, 2, 3, 3, 3, 3, 3, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 6, 6, 6, 6, 6, 7, 7, 7, 7, 8, 8, 8, 9, 9} Md =
C = {2, 2, 3, 3, 3, 3, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 6, 6, 6, 6, 6, 6, 7, 7, 7, 7, 8, 8, 8, 9, 9} Md =

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2) Dados Tabulados Não-Agrupados em classes


O procedimento a ser adotado é praticamente idêntico ao anterior.
Exemplo: calcular a mediana na tabela a seguir.

xi fi
1 5
2 10
3 18
4 12
5 4

3) Dados Tabulados Agrupados em classes

n – frequência total
Fant – frequência acumulada da classe anterior à classe mediana
fmd – frequência da classe mediana
h – Amplitude da classe mediana
Li – Limite inferior da classe mediana
OBS: classe mediana ... é a classe onde se encontra o elemento de posição n/2.
Exemplo: Determinar a moda e a mediana na tabela a seguir.
Notas de uma prova de Estatística

xi fi Fi
0 I––– 20 10
20 I––– 40 30
40 I––– 60 40
60 I––– 80 15
80 I––– 100 5

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Outras separatrizes

Quartil (Q) – divide a série em 4 partes iguais.

Decil (D) – divide a série em 10 partes iguais.

Centil ou Percentil (P) – divide a série em 100 partes iguais.

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Questões

1. Os dados seguintes, ordenados do menor 3. Em um ensaio para o estudo da distribui-


para o maior, foram obtidos de uma amos- ção de um atributo financeiro (X) foram
tra aleatória, de 50 preços (Xi) de ações, to- examinados 200 itens de natureza contábil
mada numa bolsa de valores internacional. do balanço de uma empresa. Esse exercício
A unidade monetária é o dólar americano. produziu a tabela de frequências abaixo. A
coluna Classes representa intervalos de va-
4, 5, 5, 6, 6, 6, 6, 7, 7, 7, 7, 7, 7, 8, 8, 8, 8, 8, lores de X em reais e a coluna P representa a
8, 8, 8, 8, 9, 9, 9, 9, 9, 9, 10, 10, 10, 10, 10, frequência relativa acumulada. Não existem
10, 10, 10, 11, 11, 12, 12, 13, 13,14, 15, 15, observações coincidentes com os extremos
15, 16, 16, 18, 23 das classes.
assinale a opção que corresponde ao preço
modal. Classes P (%)
70-90 5
a) 7
b) 23 90-110 15
c) 10 110-130 40
d) 8
e) 9. 130-150 70
150-170 85
2. Frequências Acumuladas de Salários Anu-
170-190 95
ais, em Milhares de Reais, da Cia. Alfa
190-210 100
Classes de Frequências
Salário Acumuladas Assinale a opção que corresponde à estima-
tiva do quinto decil da distribuição de X.
(3;6] 12
a) 138,00
(6;9] 30
b) 140,00
(9;12] 50 c) 136,67
(12;15] 60 d) 139,01
e) 140,66
(15;18] 65
(18;21] 68

Quer-se estimar o salário mediano anual da


Cia. Alfa. Assinale a opção que corresponde
ao valor aproximado desta estatística, com
base na distribuição de frequências.
a) 12,50
b) 12,10
c) 9,60
d) 12,00
e) 9,00

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O atributo do tipo contínuo X, observado 6. Considere a seguinte amostra aleatória das
como um inteiro, numa amostra de tama- idades em anos completos dos alunos em
nho 100 obtida de uma população de 1000 um curso preparatório. Com relação a essa
indivíduos, produziu a tabela de frequên- amostra, marque a única opção correta:
cias seguinte:
29, 27, 25, 39, 29, 27, 41, 31, 25, 33, 27, 25,
25, 23, 27, 27, 32, 26, 24, 36, 32, 26, 28, 24,
Classes Frequência ( f ) 28, 27, 24, 26, 30, 26, 35, 26, 28, 34, 29, 23,
29,5-39,5 4 28.
39,5-49,5 8 a) A média e a mediana das idades são
49,5-59,5 14 iguais a 27.
b) A moda e a média das idades são iguais
59,5-69,5 20 a 27.
69,5-79,5 26 c) A mediana das idades é 27 e a média é
26,08.
79,5-89,5 18
d) A média das idades é 27 e o desvio-pa-
89,5-99,5 10 drão é 1,074.
e) A moda e a mediana das idades são
iguais a 27.
4. Assinale a opção que corresponde à estima-
tiva da mediana amostral do atributo X. 7. Considerando a distribuição de frequência
relativa ao salário, em milhares de reais, de
a) 71,04 professores de uma faculdade, os valores
b) 65,02 salariais do terceiro quartil e do nonagésimo
c) 75,03 percentil são respectivamente:
d) 68,08
e) 70,02.
i Salários R$ fi
5. Assinale a opção que corresponde ao valor 1 0 |-- 2 8
modal do atributo X no conceito de Czuber.
2 2 |-- 4 12
a) 69,50 3 4 |-- 6 22
b) 73,79
c) 71,20 4 6 |-- 8 25
d) 74,53 5 8 |-- 10 18
e) 80,10
6 10 |-- 12 15

a) R$ 8.880 e R$10.660
b) R$ 6.650 e R$ 4.480
c) R$ 2.920 e R$ 6.560
d) R$ 6.650 e R$10.660
e) R$ 6.560 e R$8.880.

Gabarito: 1. D 2. C 3. C 4. A 5. B 6. E 7. A

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Módulo 6

MEDIDAS DE DISPERSÃO

As medidas de dispersão permitem avaliar o grau de variabilidade ou dispersão dos valores


de um conjunto de números, proporcionando um conhecimento mais completo do fenômeno
a ser analisado, permitindo estabelecer comparações entre fenômenos de mesma natureza e
mostrando até que ponto os valores se distribuem acima ou abaixo da tendência central.

Medidas de Dispersão Absoluta

Amplitude Total ou Intervalo Total (AT) – é a diferença entre os valores extremos do conjunto.

Desvio Médio ou Média dos Desvios (Dm)

Desvio Quartil ou Amplitude Semi-Interquartílica (Dq ou Q)

No intervalo (Md Q) encontram-se aproximadamente 50% da distribuição. Essa porcentagem


será exata se a distribuição for simétrica.

Desvio Padrão (S ou σ)

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Obs.: quando o desvio padrão representar uma descrição da amostra e não da população,
caso mais frequente em estatística, o denominador das expressões será n – 1, ao invés de
n, pois assim se obtém uma estimativa melhor do parâmetro de população. Para valores
grandes de n (n > 30), não há grande diferença; entretanto, a utilização de n – 1 proporciona
uma estimativa mais justa do desvio-padrão da população.
Ou também pode ser com frequências:

Forma simplificada:

E também pelos desvios (di) como na média:

Onde:

h = amplitude do intervalo de classe e recomenda-se utilizar para o valor de x0 o ponto médio


da classe de maior frequência se o número de classes for par, ou o ponto médio da classe
intermediária se o número de classes for ímpar.

Propriedades do desvio-padrão:
1ª) somando-se (ou subtraindo-se) uma constante arbitrária x a cada valor da série, o desvio-
padrão desta série não se altera.
2ª) multiplicando-se (ou dividindo-se) uma constante arbitrária c a cada valor da série, o
desvio-padrão desta série fica multiplicada (ou dividida) por essa constante.
3ª) o desvio-padrão é maior que o desvio médio.

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Processo breve para o cálculo do desvio-padrão


(para dados tabulados em classes)
A partir das duas primeiras propriedades citadas anteriormente, é possível calcular a média
aritmética utilizando uma variável transformada (di), como no cálculo da média aritmética pelo
processo breve:
Exemplo: calcular o desvio padrão na tabela a seguir.
Notas de uma prova de Estatística

xi fi PMi di di2 fi.di fi.di2


0 I––– 20 10
20 I––– 40 30
40 I––– 60 40
60 I––– 80 15
80 I––– 100 5

Resposta: S 19,95

Variância (S2 ou σ2) – é o quadrado do desvio-padrão.

Propriedades da variância:
1ª) somando-se (ou subtraindo-se) uma constante arbitrária x a cada valor da série, a variância
desta série não se altera.
2ª) multiplicando-se (ou dividindo-se) uma constante arbitrária c a cada valor da série, a
variância desta série fica multiplicada (ou dividida) pelo quadrado desta constante.

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Medidas de Dispersão Relativa

Resultam, em geral, de comparação entre uma medida de dispersão absoluta e um promédio,


sendo expresso em termos percentuais. Proporcionam uma avaliação mais apropriada do grau
de dispersão da variável e ainda, comparar duas ou mais distribuições, mesmo de fenômenos
diferentes expressas em unidades de medidas distintas.

a) Desvio Quartil Reduzido (Qr)

b) Coeficiente de Variação

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Questões

1. Os dados seguintes, ordenados do menor 3. Em um ensaio para o estudo da distribui-


para o maior, foram obtidos de uma amos- ção de um atributo financeiro (X) foram
tra aleatória, de 50 preços (Xi) de ações, to- examinados 200 itens de natureza contábil
mada numa bolsa de valores internacional. do balanço de uma empresa. Esse exercício
A unidade monetária é o dólar americano. produziu a tabela de frequências abaixo. A
coluna Classes representa intervalos de va-
4, 5, 5, 6, 6, 6, 6, 7, 7, 7, 7, 7, 7, 8, 8, 8, 8, 8, lores de X em reais e a coluna P representa a
8, 8, 8, 8, 9, 9, 9, 9, 9, 9, 10, 10, 10, 10, 10, frequência relativa acumulada. Não existem
10, 10, 10, 11, 11, 12, 12, 13, 13,14, 15, 15, observações coincidentes com os extremos
15, 16, 16, 18, 23 das classes.
Os valores seguintes foram calculados para
a amostra: Classes P (%)
70-90 5
∑i Xi = 490 e ∑i Xi2 − (∑i Xi )2 / 50 = 668
90-110 15

Assinale a opção que corresponde à media- 110-130 40


na e à variância amostral, respectivamente 130-150 70
(com aproximação de uma casa decimal)
150-170 85
a) 9,0 : 13,6 170-190 95
b) 9,5 : 14,0
c) 8,0 : 15,0 190-210 100
d) 8,0 : 13,6
e) 9,0 : 14,0 Considere a transformação Z = (X – 140)
/ 10. Para o atributo Z encontrou-se
2. Numa amostra de tamanho 20 de uma po- ∑fi × Zi2 = 1680 , onde fi é a frequência sim-
pulação de contas a receber, representadas ples da classe i e Zi o ponto médio de classe
genericamente por X, foram determinadas a transformado. Assinale a opção que dá a va-
média amostral M = 100 e o desvio-padrão riância amostral do atributo X.
S = 13 da variável transformada (X – 200)/5. a) 720,00
Assinale a opção que dá o coeficiente de va- b) 840,20
riação amostral de X. c) 900,10
a) 3,0% d) 1200,15
b) 10,00% e) 560,30
c) 9,3%
d) 17,3%
e) 17,0%

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4. Um atributo W tem média amostral a ≠ 0 c) 7,7%
e desvio padrão positivo b ≠ 1. Considere a d) 31,2%
transformação Z = (W – a)/b. Assinale a op- e) 10,0%.
ção correta.
7. Uma empresa verificou que, historicamen-
a) A média amostral de Z coincide com a te, a idade média dos consumidores de seu
de W. principal produto é de 25 anos, considerada
b) O coeficiente de variação amostral de Z baixa por seus dirigentes. Com o objetivo
é unitário. de ampliar sua participação no mercado, a
c) O coeficiente de variação amostral de Z empresa realizou uma campanha de divul-
não está definido. gação voltada para consumidores com ida-
d) A média de Z é a/b. des mais avançadas. Um levantamento rea-
e) O coeficiente de variação amostral de lizado para medir o impacto da campanha
W e o de Z coincidem. indicou que as idades dos consumidores
apresentaram a seguinte distribuição:
5. O atributo do tipo contínuo X, observado
como um inteiro, numa amostra de tama-
nho 100 obtida de uma população de 1000 Idade (X) Frequência Porcentagem
indivíduos, produziu a tabela de frequên- 18 | – 25 20 40
cias seguinte:
25 | – 30 15 30
Classes Frequência ( f ) 30 | – 35 10 20
29,5-39,5 4 35 | – 40 5 10
39,5-49,5 8 Total 50 100
49,5-59,5 14
Assinale a opção que corresponde ao resul-
59,5-69,5 20
tado da campanha considerando o seguinte
69,5-79,5 26 critério de decisão: se x − 25 for maior que
2δx
79,5-89,5 18 o valor n então a campanha de divulgação
89,5-99,5 10 surtiu efeito, isto é, a idade média aumen-
tou; caso contrário, a campanha de divulga-
Sabendo que a mediana calculada é 71,04, ção não alcançou o resultado desejado.
assinale a opção que corresponde ao desvio
absoluto médio do atributo X. a) A campanha surtiu efeito, pois x − 25 =
2δx
2,1 é maior que n = 1,53
a) 16,0 b) A campanha não surtiu efeito, pois x − 25
b) 17,0 2δx
= 0 é menor que n = 1,64
c) 16,6
d) 18,1 c) A campanha surtiu efeito, pois x − 25 =
2δx
e) 13,0. 2,1 é maior que n = 1,41
d) A campanha não surtiu efeito, pois x − 25
2δx
6. O atributo Z = (X – 2)/3 tem média amostral = 0 é menor que n = 1,53
20 e variância amostral 2,56. Assinale a op- e) A campanha surtiu efeito, pois x − 25 =
ção que corresponde ao coeficiente de va- 2δx
2,5 é maior que n = 1,41.
riação amostral de X.
a) 12,9%
b) 50,1%

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8. Em uma determinada semana uma empresa


recebeu as seguintes quantidades de pedi-
dos para os produtos A e B:

Produto A 39 33 25 30 41 36 37
Produto B 50 52 47 49 54 40 43

Assinale a opção que apresente os coefi-


cientes de variação dos dois produtos:
a) CVA = 15,1% e CVB = 12,3%
b) CVA = 16,1% e CVB = 10,3%
c) CVA = 16,1% e CVB = 12,3%
d) CVA = 15,1% e CVB = 10,3%
e) CVA = 16,1% e CVB = 15,1%

9. A tabela mostra a distribuição de frequên-


cias relativas populacionais (f’) de uma vari-
ável X:

Sabendo que “a” é um número real, então


a média e a variância de X são, respectiva-
mente:
a) µx = – 0,5 e σx2 = 3,45
b) µx = 0,5 e σx2 = – 3,45
c) µx = 0 e σx2 = 1
d) µx = – 0,5 e σx2 = 3,7
e) µx = 0,5 e σx2 = 3,7

Gabarito: 1. A 2. C 3. B 4. C 5. E 6. C 7. A 8. B 9. A

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Módulo 7

AMOSTRAGEM

Amostragem – é o ato de obter amostra de uma população. O levantamento por amostragem


objetiva a redução do custo e tempo do processo estatístico. O tamanho da amostra deve ser
no mínimo 10% da população, para que haja uma maior fidedignidade dos fatos.

1 – Conceitos em Amostragem

Inferência Estatística – é o processo de obter informações sobre uma população a partir de


resultados observados na amostra.
Amostragem – É o processo de retirada de informações dos “n” elementos amostrais, na qual
deve seguir um método adequado (tipos de amostragem).

2 – Plano de Amostragem

1º) Definir os Objetivos da Pesquisa


2º) População a ser amostrada
Parâmetros a ser estimados (Objetivos)
3º) Definição da Unidade Amostral

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Seleção dos Elementos que farão parte da amostra
4º) Forma de seleção dos elementos da população

Tipo de Amostragem:

5º) Tamanho da Amostra


Exemplo: Moradores de uma Cidade (população alvo)

Objetivo: Tipo de Residência

Unidade Amostral: Domicílios (residências)


Elementos da População: Família por domicílio
Tipo de Amostragem:

3 – Tipos de Amostragem

A) Probabilísticos:

Amostragem Simples ou Ocasional


É o processo mais elementar e frequentemente utilizado. Todos os elementos da população
têm igual probabilidade de serem escolhidos. Para uma população finita o processo deve ser
sem reposição. Todos os elementos da população devem ser numerados. Para realizar o sorteio
dos elementos da população pode-se usar a Tabela de Números Aleatórios ou gerar números
aleatórios por meio de um software;

Amostragem Sistemática
Trata-se de uma variação da Amostragem Aleatória Ocasional, conveniente quando a população
está naturalmente ordenada, como fichas em um fichário, lista telefônica, etc.
Ex.: N = 500 (População)
n = 50 (Amostra)
N
então r = = 100, (teremos uma Progressão Aritmética (PA) de razão 10)
n

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Sorteia-se usando a Tabela de Números Aleatórios um número entre 1 e 10, (x = 3), o número
sorteado refere-se ao 1o elemento da amostra, logo os elementos da amostra serão:
3
13 23 33 43 ......
Para determinar qualquer elemento da amostra podemos usar a fórmula do termo geral de
uma P.A.

Amostragem Estratificada
É um processo de amostragem usado quando nos depararmos com populações heterogêneas,
na qual pode-se distinguir subpopulações mais ou menos homogêneas, denominados estratos.
Após a determinação dos estratos, seleciona-se uma amostra aleatória de cada uma subpopu-
lação (estrato).
As diversas subamostras retiradas das subpopulações devem ser proporcionais aos respetivos
números de elementos dos estratos, e guardarem a proporcionalidade em relação a variabilida-
de de cada estrato, obtendo-se uma estratificação ótima.
Tipos de variáveis que podem ser usadas em estratificação: idade, classes sociais, sexo, profis-
são, salário, procedência, etc.

Amostragem por Conglomerados (ou Agrupamentos)


Algumas populações não permitem, ou tornam-se extremamente difícil que se identifiquem
seus elementos, mas podemos identificar subgrupos da população. Em tais casos, uma amostra
aleatória simples desses subgrupos (conglomerados) podem ser escolhidas, e uma contagem
completa deve ser feita no conglomerado sorteado.
Agregados típicos são: quarteirões, famílias, organizações, agências, edifícios, etc.

B) Não Probabilísticos:
Por julgamento – os elementos são escolhidos de modo intencional.
Por quotas – também baseado em um julgamento (escolha intencional). Os grupos (quotas)
extraídos têm número proporcional àquele em que se encontram na população.

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4 – Tamanho da Amostra

Os pesquisadores de todo o mundo, na realização de pesquisas científicas, em qualquer setor


da atividade humana, utilizam as técnicas de amostragem no panejamento de seus trabalhos,
não só pela impraticabilidade de poderem observar, numericamente, em sua totalidade
determinada população em estudo, como devido ao aspecto econômico dessas investigações,
conduzidos com um menor custo operacional, dentro de um menor tempo, além de possibilitar
maior precisão nos respectivos resultados, ao contrário, do que ocorre com os trabalhos
realizados pelo processo censitário.
A técnica da amostragem, a despeito de sua larga utilização, ainda necessita de alguma didática
mais adequada aos pesquisadores iniciantes.
Na teoria da amostragem, são consideradas duas dimensões:
1ª) Dimensionamento da Amostra;
2ª) Composição da Amostra.

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Módulo 8

VARIÁVEIS ALEATÓRIAS

Variável representa a intensidade com que o atributo ocorre no fenômeno estudado.


a) Uma variável pode ser:
Discreta (ou descontinua) – quando a menor diferença não-nula entre dois valores possíveis
dessa variável é finita. Normalmente resulta de contagem.
Continua – pode assumir o valor de qualquer número real. Normalmente resulta de mensura-
ção.

DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE

Em Estatística, uma Distribuição de Probabilidade descreve a chance que uma variável pode
assumir ao longo de um espaço de valores.

Principais Distribuições de Probabilidade

1 – Variáveis Aleatórias Discretas

a) Distribuição de Bernoulli
Consideremos uma única tentativa de um experimento aleatório. Podemos ter sucesso ou
fracasso nessa tentativa.
Seja p a probabilidade de sucesso e q a probabilidade de fracasso, com p + q = 1, ou seja,
q = 1 − p.
Seja X o número de sucessos em uma única tentativa do experimento. X assume o valor 0 que
corresponde ao fracasso, com probabilidade q, ou o valor 1, que corresponde ao sucesso, com
probabilidade p.
P(X = 0) = q e P(X = 1) = p
Nessas condições a variável aleatória X tem distribuição de BERNOULLI, e sua função de
probabilidade é dada por:
P(X = x) = px· q1−x

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A esperança da distribuição de Bernoulli é
E(X) = p
Variância é V (X) = p . q.

b) Distribuição Binomial
A probabilidade de um evento A ocorrer exatamente k vezes em um determinado experimento
aleatório é dada por:

Onde: n = número de eventos e k = é o número de favoráveis dentro dos eventos.


Vale observar que se a probabilidade de realização de um evento (sucesso) é p, a probabilidade
de não realização desse evento (insucesso) é 1 – p = q.

c) Distribuição de Poisson
Na distribuição binomial, se n for muito grande, enquanto a probabilidade p da ocorrência
de um evento for próxima de zero, o evento será denominado raro. Na prática, considera-se
um evento como raro quando o número de tentativas é, pelo menos, igual a 50 (n ≥ 50), ao
passo que n.p é menor que 7. Nesses casos, a distribuição binomial é muito aproximada da de
Poisson, com λ = n . p.

A distribuição de Poisson
Representa um modelo probabilístico adequado para o estudo de um grande número de
fenômenos observáveis. Eis alguns exemplos:
1 – Chamadas telefônicas por unidade de tempo; defeitos por unidade de área; acidentes por
unidade de tempo;
2 – Chegada de clientes a um supermercado por unidade de tempo;
3 – Número de glóbulos sanguíneos visíveis ao microscópio por unidade de área;
4 – Número de partículas emitidas por uma fonte de material radioativo por unidade de tempo.
De modo geral, dizemos que a variável aleatória X tem uma distribuição de Poisson com
parâmetro λ > 0, se:

Onde k = 0, 1, 2, ... (número de ocorrências em determinado intervalo de tempo), e representa


o número médio de eventos ocorrendo no intervalo considerado.
e = 2,71828... (número neperiano).

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A esperança da distribuição Poisson é


E(X) = n . p = λ = V(x)
Onde: p = λ / n

A Distribuição Exponencial (ou exponencial negativa)


A distribuição exponencial pode ser associada com a distribuição geométrica. Porém antes
de tratarmos das similaridades da propriedade dessas duas distribuições avaliaremos as
características da variável aleatória.
De uma forma bastante resumida imagine uma variável aleatória Poisson, onde temos
a contagem do número de ocorrências em um intervalo. Suponha agora que estejamos
interessados em verificar a probabilidade do tempo transcorrido entre duas ocorrências
consecutivas. Essa última é considerada uma variável aleatória exponencial.
Essa distribuição contínua que pode ser utilizada para descrever as probabilidades envolvidas
no tempo que decorre para que um determinado evento aconteça. Existe uma conexão muito
próxima entre a distribuição exponencial e a de Poisson. Ou seja, é Utilizada para descrever o
tempo entre as ocorrências de sucessivos eventos de uma distribuição de Poisson. As relações
entre as distribuições podem ser associadas a um processo estocástico, chamado de processo
de Poisson.
Para simplificar a abordagem imagine um processo de chegada sendo monitorando ao longo do
tempo (sendo o tempo uma variável contínua).

a) Função de Distribuição Cumulativa:


P(X ≤ x) = 1 – e-λx ou
P(X ≥ x) = e-λx

b) Esperança e Variância:

1
E(x) =
λ

1
V(x) =
λ2

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Questões

1. Uma urna contém 15 bolas brancas e 25 bo- 4. Em um experimento binomial com três
las vermelhas. Uma bola é retirada da urna provas, a probabilidade de ocorrerem dois
e a variável aleatória X anota o número de sucessos é doze vezes a probabilidade de
bolas brancas obtidas. Calcule a média e a ocorrerem três sucessos. Desse modo, as
variância de X e determinar P(X). probabilidades de sucesso e fracasso são,
em percentuais, respectivamente, iguais a:
a) 80 % e 20 %
b) 30 % e 70 %
c) 60 % e 40 %
d) 20 % e 80 %
2. Um dado não viciado é lançado 3 vezes.
e) 25 % e 75 %.
Qual é a probabilidade do resultado 5 ocor-
rer exatamente 2 vezes?

5. O número de petroleiros que chegam a uma


refinaria ocorre segundo uma distribuição
de Poisson, com média de dois petroleiros
3. Um telefone recebe, em média, cinco cha-
por dia. Desse modo, a probabilidade de a
madas por minuto. Supondo que a distri-
refinaria receber no máximo três petrolei-
buição de Poisson seja adequada nessa si-
ros em dois dias é igual a:
tuação, calcular a probabilidade de que o
telefone não receba chamadas durante um a) 32/73 e^ – 4
intervalo de um minuto. b) 71/3 e^4
c) 71/3 e^ – 4
No problema anterior, calcular a probabili-
d) 71/3 e^-2
dade de se obter no máximo duas chamadas
e) 32/3 eˆ – 2.
em quatro minutos.

Gabarito: 1. E(X) = 3/8 (37,5%) e V (X) = 15/64 (aprox.. 23,4%) 2. 5/72 (aprox. 7%) 3. e–5 (aprox. 0,0067) / 221.e–20 (aprox.
zero) 4. D 5. C

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Módulo 9

VARIÁVEL ALEATÓRIA CONTÍNUA (VAC)

A probabilidade de uma VAC X assumir um determinado valor dentro de um intervalo [a,b] de


valores é dada por:

A função f(x) é chamada Função Densidade de Probabilidade (f.d.p.) da variável X.


Teoricamente, qualquer função f , que não seja negativa e cuja área total sob a curva seja igual
à unidade, caracterizará uma VAC; ou seja:

a) Esperança de uma Variável Aleatória Contínua


Se uma variável aleatória X possui uma distribuição contínua com f.d.p. f(x), então a esperança
E(X) é definida por:

b) Variância de uma Variável Aleatória Contínua


Suponha que uma v.a. X possua uma distribuição contínua, cuja f.d.p. é f(x). Então:

c) O Desvio Padrão (DP) será dado por

E(x) = µ(x); Var(x) = σ(x)2 e DP = S = σ(x)

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Principais Modelos de Distribuições de Probabilidade

a) O Modelo Uniforme
É o modelo mais simples para v.a. contínua.
Uma v.a. X tem Distribuição Uniforme no intervalo [α , β ] se sua f.d.p. é dada por

A Esperança e a Variância são dadas por

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Questões

1. Demostrar a equação da esperança para 3. A expectância de uma variável aleatória x


uma VAC com distribuição uniforme, saben- ─ média ou esperança matemática como
do que: também é chamada ─ é igual a 2, ou seja:
E(x) = 2. Sabendo-se que a média dos qua-
⎧ 1 drados de x é igual a 9, então os valores da
⎪ , se α ≤ x ≤ β variância e do coeficiente de variação de x
f(x) = ⎨ β − α são, respectivamente, iguais a:
⎪ 0,caso contrário
⎩ 5
a) 5;
2
b) 5; 5
2
c) 5;
2

2
d) 5;
5
2. A função densidade de probabilidade de 5
uma variável aleatória contínua x é dada e) ;5
2
por:

⎧ 3x2 ,se −1 ≤ x ≤ 0

F(x) = ⎨
⎪⎩ 0,caso contrário
Para esta função, a média de x, também de-
nominada expectância de x e denotada por
E(x) é igual a:
a) 4/3
b) 3/4
c) – 3/4
d) – (3/4) x
e) – (4/3) x

α +β
Gabarito: 1. E(x) = 2  2. C 3. A

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Distribuição Normal

A distribuição normal é a mais importante distribuição estatística, considerando a questão


prática e teórica. Esse tipo de distribuição apresenta-se em formato de sino, unimodal,
simétrica em relação a sua média. Considerando a probabilidade de ocorrência, a área sob sua
curva soma 100%. Isso quer dizer que a probabilidade de uma observação assumir um valor
entre dois pontos quaisquer é igual à área compreendida entre esses dois pontos.

Na figura anterior, as barras verticais representam os desvios padrões. Quanto mais afastado
do centro da curva normal, mais área compreendida abaixo da curva haverá. O traço horizontal
menor indica que 68,26% das observações estão contidas no intervalo entre um desvio padrão
para a direita e um desvio padrão para a esquerda da média (centro da distribuição). O segundo
traço indica que a dois desvios padrões em torno da média possuímos 95,44% dos dados e,
finalmente a três desvios temos 99,73% (traço horizontal maior). Podemos concluir que quanto
maior a variabilidade dos dados em relação à média, maior a probabilidade de encontrarmos o
valor que buscamos embaixo da normal.

Características:
1 – É uma curva com a forma de um “sino”, com um eixo de simetria;
2 – Muitas populações reais seguem a distribuição normal;
3 – Numa população com média µ e desvio-padrão σ:
•• aproximadamente 68 % se encontram dentro do intervalo µ ± σ
•• aproximadamente 95 % se encontram dentro do intervalo µ ± 2σ;
•• aproximadamente 99,7 % se encontram dentro do intervalo µ ± 3σ.
Para achar a área sob a curva normal devemos conhecer dois valores numéricos, a média e o
desvio padrão.

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Para cada valor de e/ou temos uma curva de distribuição de probabilidade. Porém, para se
calcular áreas específicas, faz-se uso de uma distribuição particular: a “distribuição normal
padronizada”, o qual é a distribuição normal com µ= 0 e σ= 1. Para obter tal distribuição, isto é,
quando se tem uma variável X com distribuição normal com média diferente de 0 (zero) e/ou
desvio padrão diferente de 1 (um), devemos reduzi-la a uma variável Z, efetuando o seguinte
cálculo:

x−µ
Z=
σ

Assim, a distribuição passa a ter média = 0 e desvio padrão σ = 1. Pelo fato de a distribuição ser
simétrica em relação à média µ = 0, a área à direita é igual a área à esquerda de σ. Por ser uma
distribuição muito usada, existem tabelas a qual encontramos a resolução de suas integrais.
Assim, a tabela fornece áreas acima de valores não negativos que vão desde 0,00 até 4,09. Veja
o gráfico da curva Normal padronizada na Figura abaixo.

A probabilidade de ocorrência de valores menores ou iguais a um valor genérico z dessa


distribuição é dada por:

Isso representa a área (entre −∞ e z) sob a curva da função de densidade.


A Tabela III (em anexo) dá os valores de área sob a curva entre 0 e z conforme indicado na
Figura (a). Portanto, é a fórmula anterior modificada para:

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Desde que a distribuição normal é simétrica, para calcular a área entre −∞ e z basta somar 0,5
aos valores da tabela. Ver Figura (b).

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Questões

1. Calcular as seguintes probabilidades: d) maior do que R$ 20.000,00


a) P(0 ≤ Z ≤ 1,73)

4. Em um concurso público, a nota média da


b) P(Z ≥ 1,73) prova de inglês foi igual a 7 com desvio-
-padrão igual a 2. Por outro lado, a nota
média da prova de lógica foi igual a 7,5 com
c) P(Z < 1,73) desvio-padrão igual a 4. Naná obteve nota
8 em Inglês e nota 8 em Lógica. Nené obte-
ve nota 7,5 em Inglês e 8,5 em Lógica. Nini
d) P(0,47 ≤ Z ≤ 1,73) obteve 7,5 em Inglês e 9 em Lógica. Com re-
lação à melhor posição relativa ─ ou ao me-
lhor desempenho ─, pode-se afirmar que o
desempenho de
2. Seja X uma v.a. N(µ,σ 2 ) , com µ = 3 e
σ 2 = 16 . Calcular P(2 ≤ X ≤ 5) . a) Naná foi o mesmo em Inglês e Lógica.
b) Nini foi melhor em Lógica do que o de
Naná em Inglês.
c) Nené foi melhor em lógica do que o de
Naná em Inglês.
d) Nené foi o mesmo em Inglês e Lógica.
e) Nené foi melhor em Lógica do que em
Inglês.
3. Os depósito efetuados no Banco da Ribeira
durante o mês de Janeiro de um determina- 5. O Sr. Ramoile, professor de Estatística
do ano são distribuídos normalmente, com aposentado, vem há muito tempo acom-
média de R$ 10.000,00 e desvio padrão de panhando os dados sobre custos e fatura-
R$ 1.500,00. Um depósito é selecionado ao mento do restaurante de sua filha Cecília.
acaso dentre todos os referentes ao mês O restaurante funciona todos os dias da se-
em questão. Calcular a probabilidade de mana e o Sr. Ramoile concluiu que: o custo
que o depósito seja: diário do restaurante segue uma distribui-
ção normal, com média igual a R$ 500,00 e
a) de R$ 10.000,00 ou menos desvio-padrão igual a R$ 10,00 e que o fa-
turamento diário, também, apresenta uma
distribuição normal, com média R$ 800 e
b) de pelo menos R$ 10.000,00 desvio-padrão R$ 20. Como o Sr. Ramoile
conhece muito bem os princípios básicos
da estatística, ele sabe que, se uma variável
c) de um valor entre R$ 12.000,00 Z seguir uma distribuição normal padrão,
e R$ 15.000,00 então Z tem média 0 e variância 1. Ele tam-
bém sabe que a probabilidade dessa vari-
ável Z assumir valores no intervalo entre 0

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< Z < 2 ─ ou seja, entre a média 0 e 2 des-
vios-padrão ─ é, aproximadamente, igual
a 0,4772. Cecília, muito preocupada com o
futuro de seu restaurante, perguntou a seu
pai se ele poderia verificar a probabilidade
de, em um dia qualquer, o custo ser maior
do que R$ 520,00 e o faturamento ficar no
intervalo entre R$ 760,00 e R$ 840,00. Após
alguns minutos, o Sr. Ramoile disse, acerta-
damente, que as respectivas probabilidades
são, em termos percentuais, iguais a
a) 2,28; 95,44.
b) 52,28; 95,44.
c) 2,28; 98,69.
d) 98,69; 95,44.
e) 98,65; 2,28.

Gabarito: 1. a) 0,4582 b) 0,0418 c) 0,9582 d) 0,2774 2. 0,2902 3. a) 0,5 b) 0,5 c) 0,0914 d) 0 4. C 5. A

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Módulo 10

IV – DISTRIBUIÇÃO NORMAL

A distribuição normal é a mais importante distribuição estatística, considerando a questão


prática e teórica. Esse tipo de distribuição apresenta-se em formato de sino, unimodal,
simétrica em relação a sua média. Considerando a probabilidade de ocorrência, a área sob sua
curva soma 100%. Isso quer dizer que a probabilidade de uma observação assumir um valor
entre dois pontos quaisquer é igual à área compreendida entre esses dois pontos.

Na figura anterior, as barras verticais representam os desvios padrões. Quanto mais afastado
do centro da curva normal, mais área compreendida abaixo da curva haverá. O traço horizontal
menor indica que 68,26% das observações estão contidas no intervalo entre um desvio padrão
para a direita e um desvio padrão para a esquerda da média (centro da distribuição). O segundo
traço indica que a dois desvios padrões em torno da média possuímos 95,44% dos dados e,
finalmente a três desvios temos 99,73% (traço horizontal maior). Podemos concluir que quanto
maior a variabilidade dos dados em relação à média, maior a probabilidade de encontrarmos o
valor que buscamos embaixo da normal.

Características:
1 – É uma curva com a forma de um “sino”, com um eixo de simetria;
2 – Muitas populações reais seguem a distribuição normal;
3 – Numa população com média µ e desvio-padrão σ:
– aproximadamente 68 % se encontram dentro do intervalo µ ± σ;
– aproximadamente 95 % se encontram dentro do intervalo µ ± 2σ;
– aproximadamente 99,7 % se encontram dentro do intervalo µ ± 3σ.

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Para achar a área sob a curva normal devemos conhecer dois valores numéricos, a média e o
desvio padrão.
Para cada valor de e/ou temos uma curva de distribuição de probabilidade. Porém, para se
calcular áreas específicas, faz-se uso de uma distribuição particular: a “distribuição normal
padronizada”, o qual é a distribuição normal com µ= 0 e σ= 1. Para obter tal distribuição, isto é,
quando se tem uma variável X com distribuição normal com média diferente de 0 (zero) e/ou
desvio padrão diferente de 1 (um), devemos reduzi-la a uma variável Z, efetuando o seguinte
cálculo:

Assim, a distribuição passa a ter média = 0 e desvio padrão σ= 1. Pelo fato de a distribuição ser
simétrica em relação à média µ= 0, a área à direita é igual a área à esquerda de σ. Por ser uma
distribuição muito usada, existem tabelas a qual encontramos a resolução de suas integrais.
Assim, a tabela fornece áreas acima de valores não negativos que vão desde 0,00 até 4,09. Veja
o gráfico da curva Normal padronizada na Figura abaixo.

A probabilidade de ocorrência de valores menores ou iguais a um valor genérico z dessa


distribuição é dada por:

Isso representa a área (entre −∞ e z) sob a curva da função de densidade.


A Tabela III (em anexo) dá os valores de área sob a curva entre 0 e z conforme indicado na
Figura (a). Portanto, é a fórmula anterior modificada para:

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Desde que a distribuição normal é simétrica, para calcular a área entre −∞ e z basta somar 0,5
aos valores da tabela. Ver Figura (b).

TEOREMA DE CHEBYCHEV (A DESIGUALDADE DE TCHEBYCHEFF)

A proposta do pesquisador russo Pafnuty Lvovich Tchebycheff fornece meios para compreender
como a variância mede a variabilidade em relação ao valor esperado.
Se conhecermos a distribuição de probabilidade, podemos calcular E(x) e V(x). No entanto,
se conhecermos E(x) e V(x), não é possível reconstruir a distribuição de probabilidade. Dessa
forma, sabendo apenas a variância e a esperança não podemos calcular P(|x – E(x)| ≤ c), onde c
é um valor pequeno qualquer.
Apesar da impossibilidade de calcular P(|x – E(x)| ≤ c) é possível estabelecer limites superiores
e inferiores para a variabilidade ao redor do valor esperado.

A EQUAÇÃO:
ANTES É PRECISO LEMBRAR OS INTERVALOS BÁSICOS DAS DISTRIBUIÇÕES QUE SÃO:
intervalo µ ± σ ; intervalo µ ± 2σ ; intervalo µ ± 3σ.

Unindo as três equações acima, para cálculo entre intervalos, chega-se a equação:

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Onde K é o número de desvios padrões do intervalo que se deseja.
Vale atentar para os seguintes valores:
Quando K = 2 (intervalo µ ± 2σ): Ao menos 3/4 (75%) de todos os valores estão no intervalo;
Quando K = 3 (intervalo µ ± 3σ): Ao menos 8/9 (89%) de todos os valores estão no intervalo;

APROXIMAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO BINOMIAL PELA DISTRIBUIÇÃO NORMAL


Aumentando-se o tamanho da amostra a distribuição de probabilidade binomial se aproxima
da normal, passando a mesma variável do tipo discreto a ter o mesmo tratamento que uma
variável do tipo contínuo, com E(x) = n . p e V(x) = n . p . q.

Distribuição “t” de Student


Esta distribuição “t” ou Student foi estudada por Gosset em 1908 e se refere a pequenas
amostras, isto é, quando n < 30. Sua curva representativa é bem semelhante à curva normal,
sendo também simétrica em relação a ordenada máxima, mas apresentando as extremidades
com maior comprimento e mais elevadas, fato este que determina uma variância maior do que
a distribuição normal.

É MUITO IMPORTANTE ATENTAR PARA OS SÍMBOLOS:


= MÉDIA DA AMOSTRA;
µ = MÉDIA DA POPULAÇÃO;
S = DESVIO PADRÃO DA AMOSTRA;
σ = DESVIO PADRÃO DA POPULAÇÃO;
δ = GRAU DE LIBERDADE.
Na distribuição normal verificamos que ela depende dos parâmetros µ e σ. Mas na maioria
das vezes, a variância populacional não é conhecida e as investigações ou análises são feitas
a partir de amostras retiradas dessa população. Nessas condições o desvio padrão amostral S
corresponderá a uma estimativa de σ, logo:

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onde n – 1 corresponderá ao número de graus de liberdade δ, ou seja, o número de variáveis


independentes, fixada uma condição.
Para cada amostra da população teremos:

Onde:
= média da amostra
µ = média da população

A medida que o grau de liberdade aumenta t → Z, observando que ao ultrapassar 30 graus


de liberdade já é possível usar a distribuição normal, pois a diferença entre os resultados será
bastante pequena.
Genericamente, existe uma família de distribuições “t”, cuja forma tende à distribuição normal
reduzida, à medida que n cresce (pois S tende a σ e, portanto, t tende a Z).

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Distribuição Qui-quadrado(x2)

A distribuição Qui-quadrado possui numerosas aplicações em inferência estatística, tais


como os testes não paramétricos. Sejam X1, X2, ..., Xn, variáveis aleatórias independentes,
normalmente distribuídas com média zero e variância σ2. Define-se a variável aleatória x2, com
δ graus de liberdade como sendo a soma do quadrado de δ variáveis normais padronizadas e
independentes, isto é:

A distribuição x2 assume diversas formas gráficas dependendo do número de graus de liberdade

Parâmetros da Distribuição:
E(x) = δ e V(x) = 2δ

Distribuição F de Snedecor.
A distribuição F de Snedecor também conhecida como distribuição de Fisher é frequentemente
utilizada na inferência estatística para análise da variância
A distribuição F é uma distribuição de amostragem contínua da razão de duas variáveis
aleatórias independentes com distribuição qui-quadrado, cada uma dividida por seus graus de
liberdade. O distribuição F é assimétrica à direita e descrito pelos graus de liberdade de seu
numerador (ν1) e denominador (ν2). Os gráficos a seguir mostram o efeito de diferentes valores
de graus de liberdade na forma da distribuição, como por exemplo a curva abaixo:

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Onde V1 = 1 e V2 = 9
Utiliza-se a distribuição F, quando uma estatística de teste é a razão entre duas variáveis que
tenham, cada uma delas, uma distribuição do qui-quadrado. Por exemplo, use a distribuição
F na análise de variância e em testes de hipóteses para determinar se duas variâncias de
população são iguais.

A) Principais Características:
•• Cada par de graus de liberdade da origem a uma distribuição F diferente;
•• A distribuição F depende de dois parâmetros. O primeiro (ν1) é o grau de liberdade do
numerador e o segundo (ν2) do denominador;
•• A variável aleatória Fé não-negativa, e a distribuição é assimétrica à direita;
•• A distribuição F se parece com a distribuição qui-quadrado, no entanto, os parâmetros ν1 e
ν2 fornecem flexibilidade extra em relação à forma;

B) Teorema:
Sejam Q1 e Q2 variáveis aleatórias independentes, com distribuição qui-quadrado com ν1 e ν2
graus de liberdade, respectivamente. Então, a variável aleatória

tem distribuição F de Snedecor com ν1 graus de liberdade no numerador e ν2 graus de liberdade


no denominador.

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C) RELAÇÕES IMPORTANTES:

Observação:
Suponha que temos duas populações independentes tendo distribuições normais com
variâncias iguais a σ2. Considere Y11, ... ,Y1n uma amostra aleatória da primeira população com
n observações e Y21, ... ,Y2m uma amostra aleatória da segunda população com m observações.
Então, a estatística

tem distribuição F de Snedecor com (n − 1) graus de liberdade no numerador e (m − 1) graus


de liberdade no denominador, onde S1 e S2 são os desvios padrão amostrais da primeira e da
segunda amostra, respectivamente.

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Questões

Exercícios b) de pelo menos R$ 10.000,00

1. Calcular as seguintes probabilidades

a) P(0 ≤ Z ≤ 1,73) c) de um valor entre R$ 12.000,00 e


b) P(Z ≥ 1,73) R$ 15.000,00
c) P(Z < 1,73)
d) P(0,47 ≤ Z ≤ 1,73)

d) maior do que R$ 20.000,00

2. Seja X uma v.a N(µ,σ 2 ) , com µ = 3 e σ 2 = 16. 4. Em um concurso público, a nota média da
Calcular P(2 ≤ X ≤ 5) . prova de inglês foi igual a 7 com desvio-pa-
drão igual a 2. Por outro lado, a nota média
da prova de lógica foi igual a 7,5 com des-
vio-padrão igual a 4. Naná obteve nota 8 em
Inglês e nota 8 em Lógica. Nené obteve nota
7,5 em Inglês e 8,5 em Lógica. Nini obteve
7,5 em Inglês e 9 em Lógica. Com relação à
melhor posição relativa ─ ou ao melhor de-
3. Os depósito efetuados no Banco da Ribeira sempenho ─, pode-se afirmar que o desem-
durante o mês de Janeiro de um determina- penho de
do ano são distribuídos normalmente, com a) Naná foi o mesmo em Inglês e Lógica.
média de R$ 10.000,00 e desvio padrão de b) Nini foi melhor em Lógica do que o de
R$ 1.500,00. Um depósito é selecionado ao Naná em Inglês.
acaso dentre todos os referentes ao mês em c) Nené foi melhor em lógica do que o de
questão. Calcular a probabilidade de que o Naná em Inglês.
depósito seja: d) Nené foi o mesmo em Inglês e Lógica.
a) de R$ 10.000,00 ou menos e) Nené foi melhor em Lógica do que em
Inglês.

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5. O Sr. Ramoile, professor de Estatística apo- 6. Em uma distribuição de probabilidade, a
sentado, vem há muito tempo acompa- esperança matemática é 75, com uma vari-
nhando os dados sobre custos e fatura- ância de 25 e deseja-se calcular a probabili-
mento do restaurante de sua filha Cecília. dade de uma variável aleatória X estar entre
O restaurante funciona todos os dias da se- os limites de 67 a 83:
mana e o Sr. Ramoile concluiu que: o custo
diário do restaurante segue uma distribui- a) 75% de probabilidade.
ção normal, com média igual a R$ 500,00 e b) 25% de probabilidade.
desvio-padrão igual a R$ 10,00 e que o fa- c) 60,9% de probabilidade.
turamento diário, também, apresenta uma d) 39,1% de probabilidade.
distribuição normal, com média R$ 800 e e) 89% de probabilidade.
desvio-padrão R$ 20. Como o Sr. Ramoile
conhece muito bem os princípios básicos da
estatística, ele sabe que, se uma variável Z
seguir uma distribuição normal padrão, en-
tão Z tem média 0 e variância 1. Ele também
sabe que a probabilidade dessa variável Z
assumir valores no intervalo entre 0 < Z < 2
─ ou seja, entre a média 0 e 2 desvios-pa-
drão ─ é, aproximadamente, igual a 0,4772.
Cecília, muito preocupada com o futuro de
seu restaurante, perguntou a seu pai se ele
poderia verificar a probabilidade de, em um
dia qualquer, o custo ser maior do que R$
520,00 e o faturamento ficar no intervalo
entre R$ 760,00 e R$ 840,00. Após alguns
minutos, o Sr. Ramoile disse, acertadamen-
te, que as respectivas probabilidades são,
em termos percentuais, iguais a
a) 2,28; 95,44.
b) 52,28; 95,44.
c) 2,28; 98,69.
d) 98,69; 95,44.
e) 98,65; 2,28.

Gabarito: 1. a) 0,4582 b) 0,0418 c) 0,9582 d) 0,2774 2. 0,2902 3. a) 0,5 b) 0,5 c) 0,0914 d) 0 4. D 5. A 6. C

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Módulo 11

TESTE DE HIPÓTESE

Quando não temos certeza a respeito de uma afirmação sobre um parâmetro estatístico
(média, desvio-padrão), dizemos que essa afirmação é uma hipótese.
Um teste de hipótese é um processo estatístico que tem como finalidade verificar se uma
determinada afirmação é verdadeira.

Erros em um teste de Hipótese:


Podemos cometer um erro ao analisar uma afirmação.

A probabilidade de se cometer um erro do tipo I


é denominada de nível de significância
P(erro I) = α

Tipos de Testes:
a) Bilateral: H0: µ = P e H1: µ ≠ P (Rejeitar se Zcalc < – Zα ou Zcalc > Zα)
b) Unilateral à esquerda: H0: µ ≥ P e H1: µ < P (Rejeitar se Zcalc < – Zα)
c) Unilateral à direita: H0: µ ≤ P e H1: µ > P (Rejeitar se Zcalc > Zα)

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Estrutura de um teste de hipótese:
a) formular as hipóteses H0 e H1
b) escolher uma distribuição adequada (comumente a distribuição normal) para testar a
média.
c) escolher um nível significância (valor crítico).
d) calcular a estatística teste

Onde: µ = média afirmada em H0


µ0 = média da amostra testada
σ = desvio-padrão da população (ou amostra com n ≥ 30)
n = número de elementos da amostra
e) comparar a estatística teste com a estatística tabelada (Zteste e Ztab)
f) rejeitar H0 se o valor de Zteste estiver na zona de rejeição, ou aceitar H0 se Zteste na área
de aceitação

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ISS (POA) – Estatística – Prof. Fabrício Biazotto

DETERMINAÇÃO DO TAMANHO DE UMA AMOSTRA COM BASE NA ESTIMATIVA DA


MÉDIA POPULACIONAL
Suponha, por exemplo, que queiramos estimar a renda média de pessoas que concluíram um
curso superior, no primeiro ano após a formatura. QUANTAS rendas devemos incluir em nossa
amostra? A determinação do tamanho de uma amostra é problema de grande importância,
porque:
•• amostras desnecessariamente grandes acarretam desperdício de tempo e de dinheiro;
•• e amostras excessivamente pequenas podem levar a resultados não confiáveis.
Em muitos casos é possível determinar o tamanho mínimo de uma amostra para estimar um
parâmetro estatístico, como por exemplo, a média populacional (μ) .
A fórmula para cálculo do tamanho da amostra para uma estimativa confiável da média
populacional é dada por:

Onde:
n = Número de indivíduos na amostra
Zα/2 = Valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado.
σ = Desvio-padrão populacional da variável estudada.
E = Margem de erro ou ERRO MÁXIMO DE ESTIMATIVA (Identifica a diferença máxima entre a
média amostral (X) e a verdadeira média populacional (μ), ou seja: x ̅ – μ ).

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Questões

1. Suponhamos que uma indústria compre de 2. Em um teste de hipóteses bilateral, com ní-
certo fabricante parafusos cuja carga média vel de significância α, cujas estatísticas de
de ruptura por tração é especificada em 50 teste calculadas e tabeladas são designadas
Kg, o desvio-padrão das cargas de ruptura é por Tc e T α/2, respectivamente, pode-se
suposto ser igual a 4 Kg. afirmar que:
O comprador deseja verificar se um grande a) Se – Tα/2 ≤ Tc ≤ Tα/2, rejeita-se H0
lote de parafusos recebidos deve ser consi- b) Se – Tα/2 ≤ Tc ≤ T/2, não se pode rejei-
derado satisfatório, no entanto existe algu- tar H0
ma razão para se temer que a carga média c) a probabilidade de se rejeitar H0, sendo
de ruptura seja eventualmente inferior à 50 H0 verdadeira, é igual a α/2
Kg. Se for superior não preocupa o compra- d) ocorre erro tipo I quando se aceita H) e
dor pois neste caso os parafusos seriam de H0 é falsa
melhor qualidade que a especificada. e) se α for igual a 5%, então a probabilida-
de de ocorrer erro tipo II é 95%
A hipótese do comprador é que a carga mé-
dia da ruptura é inferior a 50 Kg. O compra-
dor pode ter o seguinte critério para decidir
se compra ou não o lote: resolve tomar uma
amostra aleatória simples de 25 parafusos e
submetê-los ao ensaio de ruptura. Se a car-
ga média de ruptura observada nesta amos-
tra for maior que 48 Kg, com nível de sig-
nificância de 5%, ele comprará o lote, caso
contrário se recusará a comprar.

Gabarito: 1. P(µ < 48) = P(Z < −2,5) = 0,0062.Rejeitar H0  2. B

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ISS
PORTO ALEGRE
Auditor Fiscal de Tributos Municipais

DIREITO CIVIL – Parte 01

Prof. Guilherme Koenig


Direito Civil

Professor Guilherme Koenig

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Edital

DIREITO CIVIL: 5.1. Direito Civil 5.1.1. Lei de Introdução ao Código Civil: vigência e revoga-
ção da norma, conflito de normas no tempo e no espaço, preenchimento de lacuna jurídica.
5.1.2. Pessoa Natural: conceito, capacidade e incapacidade, começo e fim, direitos da per-
sonalidade. 5.1.3. Pessoa Jurídica: conceito, classificação, começo e fim de sua existência
legal, desconsideração. 5.1.4. Fatos Jurídicos. Ato Jurídico. Negócio Jurídico: conceito, classi-
ficação, elementos essenciais gerais e particulares, elementos acidentais, defeitos, nulidade
absoluta e relativa, conversão no negócio nulo. Prescrição e Decadência. 5.1.5. Ato Ilícito.
Abuso de Direito. 5.1.6. Responsabilidade Civil no novo Código Civil e seu impacto no direito
do trabalho.

BANCA: FMP
CARGO: Auditor Fiscal

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Direito Civil

AULA 01

MATÉRIA A SER ABORDADA

•• LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL: vigência e revogação da norma, conflito de normas


no tempo e no espaço, preenchimento de lacuna jurídica.
•• PESSOA NATURAL: conceito, capacidade e incapacidade, começo e fim, direitos da
personalidade.

LINDB – Lei de Introdução ao Código


Civil Brasileiro Decreto-Lei 4.657-1942

LEI DAS LEIS (Lex Legum) → Disciplina a aplicação das outras leis; período de vigências das leis,
conflito entre normas, interpretação, regras de territorialidade e tempo para entrada em vigor,
revogação das leis, regras de direito internacional, etc

ESTRUTURA DA LINDB

Início da obrigatoriedade da Lei – Art. 1º


Tempo da obrigatoriedade da Lei – Art. 2º
Eficácia global da ordem jurídica – Art. 3º
Mecanismos de integração – Art. 4º
Critérios de Hermenêutica Jurídica – Art. 5º
Direito Internacional Privado – Art. 7º e 18º

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DA VACACIO LEGIS

Art. 1º Salvo disposição contrária, a LEI começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de
oficialmente publicada.

REGRA GERAL = 45 DIAS (salvo disposição distinta)

PODE TER APLICAÇÃO EM PRAZO MENOR?

PODE TER APLICAÇÃO EM PRAZO MAIOR?

PROMULGA → PUBLICA → VIGÊNCIA

PRAZO DA VACATIO LEGIS NO EXTERIOR

§ 1º Nos Estados, ESTRANGEIROS, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia


3 MESES depois de oficialmente publicada.

CONTAGEM DO PRAZO DE VACATIO LEGIS

LEI 95/98 – Art. 8º → Inclui publicação, inclui último dia e a vigência é do seguinte.

PRINCÍPIO DA VIGÊNCIA SINCRÔNICA

•• Lei entrará em vigor em todo território nacional ao mesmo tempo


§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer NOVA PUBLICAÇÃO de seu texto, destinada a
correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
Lei corretiva                  Recomeça a contar a Vacatio

§ 4º As correções a texto de lei JÁ EM VIGOR consideram-se lei nova.


Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou
revogue.

Só lei revoga lei

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ISS - Porto Alegre – Direito Civil – Prof. Guilherme Koenig

REVOGAÇÃO DAS LEIS

ABRROGAÇÃO – Revogação total

DERROGAÇÃO – Revogação parcial

PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO DAS LEIS → Art. 2º – § 2º A lei nova, que estabeleça disposições
gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

Art. 2º - § 1o A lei posterior revoga a anterior quando EXPRESSAMENTE o declare,


quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de
que tratava a lei anterior.

REPRISTINAÇÃO

•• Voltar à origem (pristino)


•• Como regra é vedada no ordenamento jurídico!
•• Se for expresso é permitido

1 2 3

Art. 2º - § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não


se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

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ESTUDO DAS ANTINOMIAS LACUNA
(ausência de norma)

HIERÁRQUICO

ESPECIALIDADE
CRITÉRIOS DE RESOLUÇÃO
DOS CONFLITOS
CRONOLÓGICO

LACUNA NORMATIVA – ausência de norma

LACUNA AXIOLÓGICA – ausência de justiça

LACUNA ONTOLÓGICA – ausência de eficácia social

EFICÁCIA GLOBAL E MECANISMOS


DE INTEGRAÇÃO DAS NORMAS

Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.


Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os
princípios gerais de direito. Equidade???
Inafastabilidade ORDEM SUCESSIVA!
jurisdicional

Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos FINS SOCIAIS a que ela se dirige e às EXIGÊNCIAS DO
BEM COMUM.

DIREITO INTERTEMPORAL

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente AO TEMPO EM QUE
SE EFETUOU.
Já se incorporou ao patrimônio ou à pessoa

§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa
exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.

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ISS - Porto Alegre – Direito Civil – Prof. Guilherme Koenig

CÓDIGO CIVIL

DA PESSOA NATURAL
PESSOA NATURAL/ PESSOAS FÍSICAS – ser humano considerado como sujeito que tem direitos
e obrigações após ter nascido com vida
PERSONALIDADE JURÍDICA – Titularidade de direitos e obrigações. Pode ser atribuída a grupos
de indivíduos que se associam para alguma relação direta (associações por exemplo).

Capacidade de Direito/Personalidade - ser titular de direitos, poder integrar


obrigações
Capacidade de Fato/Exercício (exercer POR SI SÓ os atos da vida civil)

Art. 1o Toda pessoa é CAPAZ de direitos e deveres na ordem civil.

Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro.

PERSONALIDADE

NASCITURO APTO A TER DIREITOS E OBRIGAÇÕES

Personalidade Personalidade Personalidade


Formal Material Formal...

STF - Teoria da Nidação: começa a personalidade com


a nidação (acomplamento do ovo na parede uterina)

CAPACIDADE DE FATO/EXERCÍCIO

→ APLICA-SE O ESTUDO POR EXCLUSÃO:


Art. 3º São ABSOLUTAMENTE INCAPAZES de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores
de 16 anos.
Art. 4º São INCAPAZES, RELATIVAMENTE a certos atos ou à maneira de os exercer:

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I – os maiores de 16 e menores de 18 anos;
Dipsômanos / Toxicômanos
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.

CPC/2015 - Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício


de seus direitos tem capacidade para estar em juízo.
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais,
por tutor ou por curador, na forma da lei.

I. + 18 ANOS
II. EMANCIPADO
PLENA III. DEFICIENTE COM 2
Termo de decisão apoiada
APOIADORES DE DECISÃO

CAPACIDADE I. + 16 – 18
RELATIVA II. HÉBRIO, VICIADO EM
TÓXICOS E PRÓDIGOS
III. CAUSA TRANSITÓRIA
OU PERMANENTE NÃO PODE
EXPRESSAR SUA VONTADE

INCAPACIDADE
- 16 ANOS (não emancipado)

ÍNDIOS: capacidade especial regido por lei

DA EMANCIPAÇÃO

→ É A ANTECIPAÇÃO DA CAPACIDADE DE FATO E NÃO DA MAIORIDADE CIVIL.


Art. 5º A MENORIDADE cessa aos 18 anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de
todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a INCAPACIDADE:
Emancipação Voluntária
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o
menor tiver 16 anos completos;
Emancipação Judicial
II – pelo casamento;

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III – pelo exercício de emprego público efetivo;


IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde
que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria.

Emancipação Legal

EMANCIPAÇÃO

VOLUNTÁRIA FEITA PELOS PAIS


(mínimo 16 anos)
E se divorciarem-se?

I. CASAMENTO
LEGAL II. GRAU EM ENSINO SUPERIOR
III. EMPREGO PÚBLICO EFETIVO
IV. ECONOMIA PRÓPRIA

JUDICIAL - 16 ANOS (não emancipado)

EFEITO PENAL E EM OUTRAS ESFERAS?

ENUNCIADOS ACERCA DA EMANCIPAÇÃO

→ Enunciado 530 VI Jornada de Direito Civil: A emancipação, por si só, não elide a incidência do
ECA
→ Enunciado 397 V Jornada de Direito Civil: A emancipação por concessão dos pais ou por
sentença judicial está sujeita a desconstituição por vício de vontade.

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Parada encefálica

DA MORTE NO CÓDIGO CIVIL

REAL
Ação de justificação
MORTE Desaparecimento em risco
(CC, Art. 7, I)
PRESUMIDA
com risco

Desaparecimento em campanha
(CC, Art. 7, II)

Ausência (CC, Art. 6º; 22 ao 39)

FIM DA PERSONALIDADE MATERIAL

Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a MORTE; PRESUME-SE esta, quanto aos
AUSENTES, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
Após 11 anos desaparecimento
Art. 7º Pode ser declarada a MORTE PRESUMIDA, SEM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA:
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 2 anos
após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida
depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do
falecimento.

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PROCEDIMENTO DE DECLARAÇÃO DE
MORTE PRESUMIDA E AUSÊNCIA

1 ANO 10 ANOS 10 ANOS


Pode ser 3 anos se
deixou procurador Só a posse fica para os herdeiros Posse e propriedade
(Art. 26)

CPC/15 - Art. 745. Feita a arrecadação, o juiz mandará publicar editais na rede mundial
de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado e na plataforma de editais
E a declaração da morte
do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 1 ano, ou, não havendo sítio, no
órgão oficial e na imprensa da comarca, durante 1 ano, reproduzida de 2 em 2 meses, presumida a pedido?
anunciando a arrecadação e chamando o ausente a entrar na posse de seus bens.

DO PROCEDIMENTO DE AUSÊNCIA NO CC

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver
deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento
de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar
mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes
forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as
circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais
de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descenden-
tes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.

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SUCESSÃO PROVISÓRIA

Art. 26. Decorrido 1 ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou
procurador, em se passando 3 anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e
se abra PROVISORIAMENTE a sucessão.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: I – o cônjuge
não separado judicialmente;
I – os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
II – os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; IV – os credores
de obrigações vencidas e não pagas.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição
deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 1º Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida
neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do
curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
§ 2º Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de
herdeiros, poderão, INDEPENDENTEMENTE DE GARANTIA, entrar na posse dos bens do
ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão ALIENAR, não sendo por desapropriação, ou hipotecar,
quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente
o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem
movidas.
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus
TODOS os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém,
deverão capitalizar METADE DESSES FRUTOS E RENDIMENTOS, segundo o disposto no art. 29, de
acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a AUSÊNCIA FOI VOLUNTÁRIA E
INJUSTIFICADA, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente,
considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse
provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados
a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.

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DA COMORIÊNCIA

Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum
dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão SIMULTANEAMENTE MORTOS.

Chama-se os herdeiros próximos dos comorientes

DIREITO SUCESSÓRIO: não há transferência de direitos entre


os comorientes se são herdeiros. Um não sucederá o outro.

DIREITOS DA PERSONALIDADE

DIREITO CIVIL = Direitos da Personalidade/Direitos Personalíssimos


DIREITO INTERNACIONAL = Direitos Humanos
DIREITO CONSTITUCIONAL = Direitos Fundamentais

Vida
Liberdade
Integridade Física Corpo

Expressão

EXISTIR
Psicológico Intimidade
saudável Honra

Integridade Psíquica Integridade Moral

Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são INTRANSMISSÍVEIS
e IRRENUNCIÁVEIS, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

Personalidade é o conjunto de caracteres próprios da


pessoa. É objeto de direito e proteção estatal.
Ex.: VIDA, INTEGRIDADE, LIBERDADE, REPUTAÇÃO,
HONRA, IMAGEM, PRIVACIDADE, etc.

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LESÃO A DIREITO DA PERSONALIDADE

Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas
e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista
neste artigo o CÔNJUGE SOBREVIVENTE, ou QUALQUER PARENTE EM LINHA RETA, OU
COLATERAL ATÉ O 4º GRAU.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é DEFESO o ato de disposição do próprio corpo, quando
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma
estabelecida em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo CIENTÍFICO, ou ALTRUÍSTICO, a disposição gratuita do próprio corpo,
no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou
a intervenção cirúrgica.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao NOME, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações
que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
Art. 19. O PSEUDÔNIMO adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da
ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou
a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo
da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se
destinarem a fins comerciais
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer
essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é INVIOLÁVEL, e o juiz, a requerimento do interessado,
adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.

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AULA 02

MATÉRIA A SER ABORDADA

PESSOA JURÍDICA: conceito, classificação, começo e fim de sua existência legal, desconsideração.

PESSOA JURÍDICA

COISA PESSOA

DIVISÃO DA PESSOA JURÍDICA

ESTADOS
ESTRANGEIROS

EXTERNO ENTES REGIDOS PELO


DIR. INTERNACIONAL
DIR. PÚBLICO
UNIÃO
PESSOA INTERNO ESTADO/DF
MUNICÍPIO
JURÍDICA TERRITÓRIOS
AUTARQUIAS
FUNDAÇÕES PUB.
DEMAIS ENTES PUB.

DIREITO PRIVADO ASSOCIAÇÃO


SOCIEDADE
FUNDAÇÃO
PARTIDO POLÍTICO
ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA
EIRELI

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TEORIAS DA NATUREZA JURÍDICA DA PESSOA JURÍDICA

TEORIA DA FICÇÃO: Pessoa Jurídica não existe, sendo uma mera ficção.
•• Ficção Legal (Savigny): a pessoa jurídica é uma ficção da lei.
•• Ficção Doutrinária: a pessoa jurídica é uma ficção da doutrina.
•• Teoria da Realidade Objetiva: a Pessoa Jurídica existe. Trata-se de um organismo social
com existência e vontades diversas das dos organismos individuais que a compõem.
•• Teoria da Realidade Técnica: a Pessoa jurídica existe, mas seria fruto da adoção de atos
técnicos. Essa teoria prevalece consoante o art. 45 do Código Civil.

Art. 45. Começa a EXISTÊNCIA LEGAL DAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO


PRIVADO com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida,
quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-
se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

DISPOSIÇÕES GERAIS NO CÓDIGO CIVIL DE 2002

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I – a União;
II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III – os Municípios;
IV – as autarquias, inclusive as associações públicas;
V – as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público,
a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu
funcionamento, pelas normas deste Código.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas
que forem regidas pelo direito internacional público.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos
seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Art. 44. São pessoas jurídicas de DIREITO PRIVADO:
I – as associações;
II – as sociedades;

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III – as fundações.
IV – as organizações religiosas;
V – os partidos políticos.
VI – as empresas individuais de responsabilidade limitada.
§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das
organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro
dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
§ 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades
que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.
§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei
específica.

DA CONSTITUIÇÃO DA PJ

Atividades estratégicas (armamento,


linha aérea, tv, rádio...)

ATO 30 DIAS (998,CC)


REGISTRO
CONSTITUTIVO

CONTRATO SOCIAL

ESTATUTO JUNTA COMERCIAL SECCIONAL DA OAB

DECLARAÇÃO/
REQUERIMENTO CARTÓRIO DE REGISTRO
DE PESSOAS JURÍDICAS

CONSTITUIÇÃO DA PJ NO CC/2002

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. DECAI em 3 ANOS o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas
de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da PUBLICAÇÃO DE SUA
INSCRIÇÃO NO REGISTRO.
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus
poderes definidos no ato constitutivo.

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Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de
votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em 3 ANOS o direito de anular as decisões a que se refere este artigo,
quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.

DO REGISTRO DA PJ

Art. 46. O registro declarará:


I – a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II – o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III – o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicial-
mente;
IV – se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V – se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI – as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
•• O surgimento das pessoas jurídicas de DIREITO PÚBLICO decorre de lei (em sentido amplo),
uma vez que o regime jurídico-administrativo lhes confere poderes como o de polícia.
•• As SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA e as EMPRESAS PÚBLICAS, por serem pessoas
jurídicas de DIREITO PRIVADO, surgem com o registro de seus atos constitutivos.

EXTINÇÃO DA PJ

- Voluntárias
CAUSAS
- Automáticas
- Administrativas
- Judiciais

EXTINÇÃO
DA PJ

- Dissolução
FASES - Liquidação
- Cancelamento

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EXTINÇÃO DA PJ NO CC/2002

Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento,
ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais
pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.

DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Possibilidade de ser cobrado de outrem a obrigação da qual seria responsável a Pessoa Jurídica

PESSOA - Negocial
AUTONOMIA
JURÍDICA - Jurídica
- Patrimonial

PJ PF

$ $ Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações


respondem todos os bens do devedor.

DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NO CC/02

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo DESVIO DE FINALIDADE,
ou pela CONFUSÃO PATRIMONIAL, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério
Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa
jurídica.

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DIVISÕES DA DESCONSIDERAÇÃO
DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Ilicitude
TEORIA MAIOR
DIRETA (art. 50, CC/02)
DESCONSIDERAÇÃO
DA PERSONALIDADE
JURÍDICA TEORIA MENOR
CDC/Código Ambiental..

INVERSA  EXPANSIVA
 SUCESSIVA
 CONJUNTA

DAS ASSOCIAÇÕES

UNIÃO DE PESSOAS SEM FINALIDADE LUCRATIVA

•• LUCRO REVERTE PARA A PRÓPRIA PESSOA JURÍDICA


•• ATO CONSTITUTIVO: ESTATUTO
•• LEVADA A REGISTRO NO CARTÓRIO DE REGISTRO DE PJ
•• PODE HAVER CATEGORIAS DIFERENTES DE ASSOCIADOS
•• NÃO HÁ DIREITOS E OBRIGAÇÕES ENTRE OS ASSOCIADOS

DAS ASSOCIAÇÕES NO CC/02

Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos.
Parágrafo único. NÃO HÁ, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I – a denominação, os fins e a sede da associação;
II – os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;

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III – os direitos e deveres dos associados;


IV – as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
VI – as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com
vantagens especiais.
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação,
a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao
adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo JUSTA CAUSA, assim reconhecida em
procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido
legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.

DAS ATRIBUIÇÕES DA ASSEMBLEIA NA ASSOCIAÇÃO

Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral:


I – destituir os administradores;
II – alterar o estatuto.
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido
deliberação da assembléia ESPECIALMENTE CONVOCADA PARA ESSE FIM, cujo quorum será o
estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 dos
associados o direito de PROMOVÊ-LA.
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas,
se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, SERÁ DESTINADO
À ENTIDADE DE FINS NÃO ECONÔMICOS DESIGNADA NO ESTATUTO, ou, OMISSO ESTE, por
deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou
semelhantes.
§ 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes,
antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado
o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a
associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do
seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.

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FUNDAÇÃO

ESCRITURA PÚBLICA

$$ DOTAÇÃO $$ CONSTITUIDOR ESTATUTO


INSTITUIDOR

TESTAMENTO

Registro
MPE FISCALIZA!

EXTINÇÃO Prazo

Finalidade  Ilícito
 Impossível
 Ilícita

DA FUNDAÇÃO NO CÓDIGO CIVIL

Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento,
dotação especial de bens livres, ESPECIFICANDO O FIM A QUE SE DESTINA, e declarando, se quiser,
a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de
sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e
científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas;

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Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de
outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a FIM
IGUAL ou SEMELHANTE.
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-
lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados,
em nome dela, por mandado judicial.
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do
encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o ESTATUTO da fundação projetada,
submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não
havendo prazo, em 180 dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.

CUIDAR DF e DIVERSOS ESTADOS!

DA ALTERAÇÃO DO ESTATUTO E DA EXTINÇÃO DA FUNDAÇÃO

Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I – seja deliberada por 2/3 dos competentes para gerir e representar a fundação;
II – não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o
qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do
interessado.
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da
fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência
à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a FINALIDADE a que visa a fundação, ou VENCIDO
O PRAZO de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá
a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou
no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.

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ISS
PORTO ALEGRE
Auditor Fiscal de Tributos Municipais

DIREITO CIVIL – Parte 02

Prof. Guilherme Koenig


Direito Civil

Professor Guilherme Koenig

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Direito Civil

AULA 03

FATO JURÍDICO

“Acontecimento relevante para o direito e suscetível de regulação pela norma jurídica“


“Todo acontecimento, NATURAL ou HUMANO que determina a ocorrência de efeitos
constitutivos, modificativos ou extintivos de direitos e obrigações”

ATO JURÍDICO é uma conduta ou um comportamento


adotado por uma pessoa, é uma manifestação da
vontade humana que produz efeitos jurídicos

FATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO

→ Todo acontecimento NATURAL, determinante de efeitos na esfera jurídica.


→ É o elemento constitutivo do próprio direito (Miguel Reale)

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DIVISÕES:
•• Ordinários fatos da natureza de ocorrência comum
(nascimento, transcurso do tempo, morte)
•• Extraordinários fatos inesperados/imprevisíveis

Caso fortuito (ex.: acidente)

Força maior (ex.: forças da natureza)

NEGÓCIO JURÍDICO
“Efeitos jurídicos são determinados pela vontade humana”
“É a declaração de vontade emitida em obediência aos seus pressupostos de existência,
validade e eficácia, cujo propósito deve ser o de produzir efeitos lícitos”

ATO-FATO JURÍDICO

Conduta humana para as quais a vontade é irrelevante


Ex1: compra e venda de um objeto por uma criança
Ex2: Ocupação (1263 CC) – pegar algo do lixo..

PLANOS DOS FATOS JURÍDICOS

EXISTÊNCIA:
•• Sujeito
•• Vontade
•• Objeto
•• Forma

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VALIDADE:
•• Capacidade
•• Livre
•• Licito e possível
•• Forma compatível com a lei.

EFICÁCIA:
•• Produção de efeitos concretos

CERTO
TERMO:
INCERTO

ESPÉCIES:
Suspensivo/inicial:
Impede o inicio da eficácia
Ex. doação a partir da data X.
Resolutivo/final:
Faz cessar a eficácia de um Negócio Jurídico.
Ex. Empréstimo com prazo final.

CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

→ Quanto ao aperfeiçoamento:
Unilateral: Testamento
Bilateral: Contrato
Plurilateral: Constituição de uma empresa

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QUANTO AO SACRIFÍCIO PATRIMONIAL

→ Gratuito: sacrifício sem proveito econômico


→ Oneroso: há um sacrifício patrimonial com fim proveito econômico
→ Neutro: não existe sacrifício patrimonial nem proveito econômico para ninguém.

QUANTO A FORMALIDADE

Informal: não depende de forma específica – é a regra (107)


Formal: lei impõe forma sob pena de nulidade
Ex. Compra e venda de imóvel acima de 30 salários tem que haver escritura.
Ex. Fiança tem que ser escrita, não pode ser verbal

NEGÓCIO JURÍDICO NO CÓDIGO CIVIL

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:


I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum.
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico SE FOR RELATIVA, OU SE
CESSAR ANTES DE REALIZADA A CONDIÇÃO A QUE ELE ESTIVER SUBORDINADO.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a
lei EXPRESSAMENTE a exigir.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a ESCRITURA PÚBLICA é essencial à validade dos negócios
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre
imóveis de valor superior a 30 vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este
é da substância do ato.
Art. 110. A manifestação de vontade SUBSISTE ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de
não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

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Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, E não
for necessária a declaração de vontade expressa.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá MAIS À INTENÇÃO NELAS CONSUBSTANCIADA do
que ao sentido literal da linguagem.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de
sua celebração.
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se ESTRITAMENTE.

CONDIÇÃO, TERMO E ENCARGO

Art. 121. Considera-se CONDIÇÃO a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes,
subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro E incerto.
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons
costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico,
ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I – as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II – as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III – as condições incompreensíveis ou contraditórias.
Art. 124. Têm-se por INEXISTENTES as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer
coisa impossível.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se
não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto
àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem
incompatíveis. Irretroatividade da condição
suspensiva nos contratos reais

Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico,
podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.

EX.: Constituo uma renda para alguém enquanto estiver estudando

Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela
se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo
disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis
com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.

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Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for
maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário,
não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu
implemento.
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido
praticar os atos destinados a conservá-lo. Atos conservatórios

Art. 131. O TERMO inicial SUSPENDE O EXERCÍCIO, MAS NÃO A AQUISIÇÃO DO DIREITO.
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o
dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte
dia útil.
§ 2º MEADO considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.

CONTAGEM DE PRAZO

§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se


faltar exata correspondência.
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
Art. 133. Nos TESTAMENTOS, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos CONTRATOS, em
proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias,
resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes.
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exeqüíveis desde logo, salvo se a
execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.
Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição
suspensiva e resolutiva.
Clausula acessória. Ex.: doação de prédio com encargo de construir hospital

Art. 136. O ENCARGO NÃO SUSPENDE A AQUISIÇÃO NEM O EXERCÍCIO DO DIREITO, salvo quando
expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo
determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.

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DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

ERRO / IGNORÂNCIA Substancial e real


DOLO Prejudica o contratante e beneficia o autor do dolo
COAÇÃO Receio de sofrer um dano
ESTADO DE PERIGO Necessidade de livrar-se de um risco iminente
LESÃO Prestação manifestamente desproporcional por estar em estado de necessidade ou
inexperiência
FRAUDE CONTRA CREDORES Insolvência intencional do devedor

DO ERRO/IGNORÂNCIA

Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias
do negócio.
Art. 139. O erro é substancial quando:
I – interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das
qualidades a ele essenciais;
II – concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de
vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
III – sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal
do negócio jurídico.
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em
que o é a declaração direta.
Art. 142. O ERRO DE INDICAÇÃO DA PESSOA OU DA COISA, a que se referir a declaração de vontade,
não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa
ou pessoa cogitada.
Art. 143. O ERRO DE CÁLCULO apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a
manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do
manifestante.

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DO DOLO

Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu
despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de
fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem
ela o negócio não se teria celebrado.
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem
aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o
negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder
civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante
convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio,
ou reclamar indenização.

DA COAÇÃO

Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado
temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com
base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o
temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples
temor reverencial.
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter
conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e
danos.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que
aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas
as perdas e danos que houver causado ao coacto.

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DO ESTADO DE PERIGO E DA LESÃO

Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-
se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá
segundo as circunstâncias.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se
obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que
foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a
parte favorecida concordar com a redução do proveito.

DA FRAUDE CONTRA CREDORES

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o


devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser
anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a
insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for,
aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os
interessados.
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço
que lhes corresponda ao valor real.
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a
pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que
hajam procedido de má-fé.
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda
não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o
concurso de credores, aquilo que recebeu.
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o
devedor insolvente tiver dado a algum credor.

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Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à
manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de
sua família.
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do
acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais,
mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da
preferência ajustada.

DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

Art. 166. É NULO o negócio jurídico quando:


I – celebrado por pessoa ABSOLUTAMENTE incapaz;
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Art. 167. É NULO o NEGÓCIO JURÍDICO SIMULADO, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for
na substância e na forma.
§ 1º o Haverá SIMULAÇÃO nos negócios jurídicos quando:
I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente
se conferem, ou transmitem;
II – contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico
simulado.
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por QUALQUER INTERESSADO,
OU PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio
jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda
que a requerimento das partes.
Art. 169. O negócio jurídico NULO não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso
do tempo.

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Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o
fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é ANULÁVEL o negócio jurídico:
I – por incapacidade RELATIVA do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Art. 172. O negócio ANULÁVEL pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado E a vontade expressa
de mantê-lo.
Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo
devedor, ciente do vício que o inquinava.
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos termos dos
arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o
devedor.
Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado
se este a der posteriormente.
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício;
só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de
solidariedade ou indivisibilidade.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se
realizou o negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para
pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação,
invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de
obrigar-se, declarou-se maior.
Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não
provar que reverteu em proveito dele a importância paga.
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se
achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.
Art. 183. A INVALIDADE do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder
provar-se por outro meio.

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Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade PARCIAL de um negócio jurídico não o
prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das
obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.

DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA

PRESCRIÇÃO → Fator de extinção da pretensão, do poder de exigir uma prestação devida em


razão de inércia, deixando escoar o prazo legal – ligada a direito processual.
•• Pode ser interrompida uma única vez ou suspensa nos casos previstos em lei.
•• Só pode ser declarada por quem tenha interesse em que seja decretada.
•• É passível de Renúncia.
Caducidade

DECADÊNCIA → Vem do verbo em latim cadere . Perda de um direito potestativo – diretamente


ligada a direito material.
•• Não se interrompe ou se suspende.
•• Pode ser alegada por qualquer pessoa ou de ofício pelo Juiz.
•• Não é passível de ser renunciada

PRESCRIÇÃO NO CÓDIGO CIVIL

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a PRETENSÃO, a qual se extingue, pela prescrição,
nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.
Art. 191. A RENÚNCIA DA PRESCRIÇÃO pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem
prejuízo de terceiro, DEPOIS QUE A PRESCRIÇÃO SE CONSUMAR; tácita é a renúncia quando se
presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.
Art. 192. Os prazos de prescrição NÃO podem ser alterados por acordo das partes.
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou
representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.

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CAUSAS IMPEDITIVAS DA PRESCRIÇÃO

Art. 197. NÃO corre a prescrição:


I – entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II – entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III – entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
Art. 198. Também NÃO corre a prescrição:
I – contra os incapazes de que trata o art. 3º;
II – contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III – contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Art. 199. NÃO corre igualmente a prescrição:
I – pendendo condição suspensiva;
II – não estando vencido o prazo;
III – pendendo ação de evicção.
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no JUÍZO CRIMINAL, não correrá
a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se
a obrigação for indivisível.

SUPENSÃO E INTERRUPÇÃO DA
PRESCRIÇÃO SÃO SINÔNIMOS?

CAUSAS QUE INTERROMPEM A PRESCRIÇÃO

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I – por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a
promover no prazo e na forma da lei processual;
II – por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III – por protesto cambial;
IV – pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

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VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do
direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu,
ou do último ato do processo para a interromper.
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a
interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a
interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
§ 2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os
outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.

PRAZOS PRESCRICIONAIS

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Art. 206. Prescreve:
§ 1º Em um ano:
I – a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio
estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
II – a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para
responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este
indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
III – a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos,
pela percepção de emolumentos, custas e honorários;
IV – a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação
do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o
laudo;
V – a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado
o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.
§ 2º Em 2 ANOS, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se
vencerem.
§ 3º Em 3 ANOS:

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I – a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;


II – a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;
III – a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em
períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
IV – a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V – a pretensão de reparação civil;
VI – a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo
da data em que foi deliberada a distribuição;
VII – a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto,
contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao
exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela
deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;
VIII – a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento,
ressalvadas as disposições de lei especial;
IX – a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de
seguro de responsabilidade civil obrigatório.
§ 4º Em 4 ANOS, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.
§ 5º Em 5 ANOS:
I – a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;
II – a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e
professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos
respectivos contratos ou mandato;
III – a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.

DA DECADÊNCIA

Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem,
suspendem ou interrompem a prescrição.
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei. Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;

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Art. 210. Deve o juiz, DE OFÍCIO, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer
grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.

Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas


jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou
representantes legais, que derem causa à
prescrição, ou não a alegarem oportunamente.

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AULA 04

ATOS ILÍCITOS

É uma espécie de ato jurídico stricto senso


Ato causador de um prejuízo (patrimonial, físico ou moral) a outrem

Simples manifestação de vontade, sem


conteúdo negocial, que determina
a produção de efeitos legalmente previstos

ATO ILÍCITO NO CC/02

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito E
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Consequência: obrigação de indenizar


(art. 927 a 954)

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, EXCEDE
MANIFESTAMENTE OS LIMITES impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes.

Abuso de direito ou exercício


irregular do direito

ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e a
REGRA GERAL (Art. 240 CPC/15)

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EXCLUDENTES DE ILICITUDE
•• LEGÍTIMA DEFESA
•• EXERCÍCIO REGULAR DE UM
DIREITO RECONHECIDO
•• ESTADO DE NECESSIDADE

EXCLUDENTES DE ILICITUDE NO CÓDIGO CIVIL/02


Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I – os praticados em LEGÍTIMA DEFESA ou no EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO
RECONHECIDO; Estado de necessidade

II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de REMOVER PERIGO


IMINENTE.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias
o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a
remoção do perigo.

DA RESPONSABILIDADE CIVIL
REQUISITOS:
•• Ação comissiva ou omissiva (violação de um direito)
•• Dano
•• Nexo causal
→ RESPONSABILIDADE SUBJETIVA X OBJETIVA
→ TEORIAS DO RISCO: risco integral, risco-proveito e teoria do risco criado.

DA RESPONSABILIDADE CIVIL NO CC/02


Art. 927. Aquele que, por ATO ILÍCITO (arts. 186 e 187), CAUSAR DANO A OUTREM, fica obrigado a
repará-lo. Responsabilidade Objetiva /
Teoria do risco

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, INDEPENDENTEMENTE DE CULPA, nos


casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar
se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.

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Estado de necessidade

Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados
do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá
o AUTOR DO DANO ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.

Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano
(art. 188, inciso I).
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os EMPRESÁRIOS INDIVIDUAIS E AS
EMPRESAS respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos
em circulação.

Responsabilidade Objetiva /
Teoria do risco

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:


I - os praticados em legítima defesa ou no exercício CPP - Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que
reconhecer ter sido o ato praticado em ESTADO DE NECESSIDADE,
regular de um direito reconhecido; em LEGÍTIMA DEFESA, em ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a LEGAL ou no EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO.
lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.

DOS RESPONSÁVEIS PELA REPARAÇÃO CIVIL


Responsabilidade Indireta:
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: SEMPRE restritiva

I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do
trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro,
mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V – os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente
quantia.
Espécie de culpa objetiva dos responsáveis

Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de
sua parte, RESPONDERÃO PELOS ATOS PRATICADOS PELOS TERCEIROS ALI REFERIDOS.

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Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele
por quem pagou, SALVO SE O CAUSADOR DO DANO FOR DESCENDENTE SEU, ABSOLUTA OU
RELATIVAMENTE INCAPAZ.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais
sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem
decididas no juízo criminal.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, SE NÃO PROVAR
CULPA DA VÍTIMA OU FORÇA MAIOR. Excludente de responsabilidade

Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se
esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que HABITAR PRÉDIO, OU PARTE DELE, responde pelo dano proveniente das coisas
que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei
o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros
correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.

DA INDENIZAÇÃO NO CÓDIGO CIVIL

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.


Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá
o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será
fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.

Culpa concorrente
Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no contrato disposição fixando
a indenização devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei
processual determinar.
Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajustada, substituir-se-á pelo seu
valor, em moeda corrente.
Art. 948. No caso de HOMICÍDIO, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I – no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II – na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a
duração provável da vida da vítima.

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DA RESPONSABILIDADE CIVIL E DA LIGAÇÃO


COM O DIREITO DO TRABALHO

Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do
tratamento e dos LUCROS CESSANTES até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo
que o ofendido prove haver sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou
profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, INCLUIRÁ PENSÃO CORRESPONDENTE
À IMPORTÂNCIA DO TRABALHO PARA QUE SE INABILITOU, OU DA DEPRECIAÇÃO QUE ELE SOFREU.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e
paga de uma só vez.
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por
aquele que, NO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE PROFISSIONAL, POR NEGLIGÊNCIA, IMPRUDÊNCIA OU
IMPERÍCIA, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para
o trabalho.

SÚMULAS PERTINENTES

Súmula Vinculante 22 STF – A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações
de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas
por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuam sentença de
mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional 45/04
Súmula 341 do STF – É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do
empregado ou preposto.
Súmula 479 do STJ – As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados
por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações
bancárias.
Súmula 227 do STJ – A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

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ISS
PORTO ALEGRE
Auditor Fiscal de Tributos Municipais

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Prof. Guilherme Koenig


Legislação Específica

Professor Guilherme Koenig

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Edital

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA: 9.1. Lei Orgânica do Município de Porto Alegre (art. 107 a 113)

BANCA: FMP
CARGO: Auditor Fiscal

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Legislação Específica

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE

PODERES DO MUNICÍPIO

 LEGISLATIVO

 EXECUTIVO

INDEPENDENTES e HARMÔNICOS entre si.

É VEDADA a delegação de atribuições entre os poderes

DOS SÍMBOLOS DO MUNICÍPIO

•• BANDEIRA
•• BRASÃO
•• OUTROS ATRIBUÍDOS POR LEI
Art. 4º O dia 26 de março é a data magna de Porto Alegre.

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COMPROMISSOS FUNDAMENTAIS DO MUNICÍPIO

Art. 6º O Município promoverá vida digna aos seus habitantes e será administrado com base nos
seguintes compromissos fundamentais:
I – transparência pública de seus atos;
II – moralidade administrativa;
III – participação popular nas decisões;
IV – descentralização político-administrativa;
V – prestação integrada dos serviços públicos.

AUTONOMIA MUNICIPAL

Art. 7º A autonomia do Município se expressa através da:


I – eleição direta dos Vereadores;
II – eleição direta do Prefeito e do Vice-Prefeito;
III – administração própria, no que respeita ao interesse local.

COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO

Art. 8º Ao Município compete, privativamente:


I – elaborar o orçamento, estimando a receita e fixando a despesa, com base em planejamento
adequado;
II – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, e fixar e cobrar tarifas e preços públicos,
com a obrigação de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
III – organizar e prestar diretamente ou sob regime de CONCESSÃO ou PERMISSÃO, sempre
através de licitação, os serviços públicos de interesse local e os que possuem caráter essencial,
bem como dispor sobre eles;
IV – licenciar para funcionamento os estabelecimentos comerciais, industriais, de serviços e
similares, mediante expedição de alvará de localização;
V – suspender ou cassar o alvará de localização do estabelecimento que infringir dispositivos
legais;
VI – organizar o quadro e estabelecer o regime único para seus servidores;
VII – dispor sobre a administração, utilização e alienação de seus bens, tendo em conta o
interesse público;

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ISS - Porto Alegre – Legislação Específica – Prof. Guilherme Koenig

VIII – adquirir bens e serviços, inclusive mediante desapropriação por necessidade pública ou
interesse social;
IX – elaborar os planos diretores de desenvolvimento urbano, de saneamento básico e de
proteção ambiental;
X – promover adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
parcelamento e da ocupação do solo urbano;
XI – estabelecer normas de edificação, de loteamento, de arruamento e de zoneamento urbano,
bem como as limitações urbanísticas convenientes à organização de seu território;
XII – criar, organizar e suprimir distritos e bairros, consultados os munícipes e observada a
legislação pertinente;
XIII – participar de entidade que congregue outros Municípios integrados à região, na forma
estabelecida pela lei;
XIV – regulamentar e fiscalizar a utilização dos logradouros públicos, especialmente no
perímetro urbano;
XV – sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais;
XVI – normatizar, fiscalizar e promover a coleta, o transporte e a destinação final dos resíduos
sólidos domiciliares e de limpeza urbana;
XVII – dispor sobre serviço funerário e cemitérios, encarregando-se dos que forem públicos e
fiscalizando os pertencentes às entidades privadas;
XVIII – regulamentar, autorizar e fiscalizar a fixação de cartazes e anúncios publicitários de
qualquer peça destinada à venda de marca ou produto;
XIX – estabelecer e impor penalidades por infração de suas leis e regulamentos;
XX – dispor sobre depósito e venda de mercadorias apreendidas em decorrência de transgressão
à legislação municipal;
XXI – estabelecer servidões administrativas necessárias à realização de serviços públicos;
Parágrafo Único – Para efeito do disposto no inciso XVIII, considera-se publicitária toda peça de
propaganda destinada à venda de marca ou produto comercial.

AINDA SOBRE ASCOMPETÊNCIAS MUNICIPAIS

Art. 9º Compete ao Município, no exercício de sua autonomia:


I – organizar-se administrativamente, observadas as legislações federal e estadual;
II – prover a tudo quanto concerne ao interesse local, tendo como objetivo o pleno
desenvolvimento de suas funções sociais, promovendo o bem-estar de seus habitantes;
III – estabelecer suas leis, decretos e atos relativos aos assuntos de interesse local;

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IV – administrar seus bens, adquiri-los e aliená-los, aceitar doações, legados e heranças e dispor
sobre sua aplicação;
V – desapropriar, por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, nos casos
previstos em lei;
VI – constituir a Guarda Municipal, destinada à proteção dos bens, serviços e instalações
municipais, conforme dispuser a lei;
VII – constituir serviços civis auxiliares de combate ao fogo, de prevenção de incêndios e de
atividades de defesa civil, na forma da lei;
VIII – implantar, regulamentar, administrar e gerenciar equipamentos públicos de abastecimento
alimentar;
IX – prover a defesa da flora e da fauna e o controle da poluição ambiental;
X – preservar os bens e locais de valor histórico, cultural ou científico;
XI – dispor sobre os registros, vacinação e captura de animais, vedadas quaisquer práticas de
tratamento cruel;
XII – ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horário, para atendimento ao público,
de estabelecimentos bancários, industriais, comerciais e similares, observadas as normas
federais e estaduais pertinentes.

Art. 10 O Município pode celebrar convênios com a União, o Estado e outros


Municípios, mediante autorização da Câmara Municipal, para execução de
serviços, obras e decisões, bem como de encargos dessas esferas.

DOS BENS PÚBLICOS MUNICIPAIS

Art. 11 Constituem o patrimônio municipal os bens imóveis, móveis e semoventes, e os direitos e


ações que, a qualquer título, PERTENÇAM AO MUNICÍPIO.
Art. 12 A alienação de bens municipais, subordinada à existência de interesse público devidamente
justificado, será sempre precedida de avaliação e obedecerá ao seguinte:
I – quando IMÓVEIS, dependerá de autorização legislativa e concorrência pública, dispensada
esta nos casos de permuta;
II – quando MÓVEIS, dependerá de licitação, dispensada esta nos casos de doação, que será
permitida somente por interesse social.
Parágrafo Único – A venda, aos proprietários lindeiros, respeitada a preferência do antigo
proprietário, das áreas urbanas remanescentes e inaproveitáveis para edificação resultantes de
obras públicas ou de modificação de alinhamento dependerá de prévia avaliação e autorização
legislativa, dispensada a concorrência pública.

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Art. 14 Os bens de USO COMUM do povo devem ter sempre um conjunto mínimo de elementos
naturais ou de obras de urbanização que caracterizem sua destinação.
Parágrafo Único – As áreas verdes podem ser cultivadas e mantidas com a participação da
comunidade.
Art. 15 O uso de bens municipais por terceiros poderá ser feito mediante concessão, permissão ou
autorização, conforme o caso, atendido o interesse público, coletivo ou social, nas seguintes
condições:
I – a concessão de direito real de uso de bens dominiais para uso especial far-se-á MEDIANTE
CONTRATO, sob pena de nulidade do ato, e será sempre precedida de concorrência pública;
II – a concessão de direito real de uso de bens de uso comum somente poderá ser outorgada
MEDIANTE LEI e para finalidade de habitação e educação ou assistência social;
III – a permissão será feita por decreto;
IV – a autorização será feita, por decreto, pelo prazo máximo de 90 dias.
Parágrafo Único – Em qualquer hipótese, o Poder Público promoverá ampla discussão com a
comunidade local.

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL

Art. 17 A administração pública direta e indireta do Município observará os princípios da


LEGALIDADE, da MORALIDADE, da IMPESSOALIDADE, da PUBLICIDADE, da ECONOMICIDADE, da
RAZOABILIDADE, da LEGITIMIDADE e da PARTICIPAÇÃO POPULAR, e o seguinte:
I – a Lei especificará os cargos e funções cujos ocupantes, ao assumi-los e ao deixá-los,
devem declarar os bens que compõem seu patrimônio, podendo estender esta exigência aos
detentores de funções diretivas e empregos na administração indireta;
II – a Lei estabelecerá os casos de contratação de pessoal por tempo determinado para atender
a necessidade TEMPORÁRIA de EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO;
III – a Lei reservará percentual de cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
Art. 18 Os ocupantes de cargos eletivos, Secretários, Presidentes e Diretores de autarquias,
fundações, empresas públicas e de economia mista apresentarão declaração de bens NO DIA DA
POSSE, NOS FINAIS DE MANDATO e NOS CASOS DE EXONERAÇÃO OU APOSENTADORIA.

CARGOS PÚBLICOS

CARGO EFETIVO X CARGO EM COMISSÃO

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CARGOS PÚBLICOS E SUA ADMISSÃO

Art. 19 A investidura em cargo ou emprego público, bem como a admissão de empregados na


administração indireta e empresas subsidiárias dependerão de APROVAÇÃO PRÉVIA EM CONCURSO
PÚBLICO DE PROVAS E TÍTULOS, ressalvadas as nomeações para cargos de provimento EM
COMISSÃO, declarados em Lei de livre nomeação e exoneração.
Parágrafo Único – Os cargos em comissão terão número e remuneração certos, NÃO serão
organizados em carreira e NÃO poderão ser ocupados por cônjuge, companheiro ou parente
em linha reta, colateral ou por afinidade, ATÉ O TERCEIRO GRAU, inclusive, ficando vedadas,
ainda, as designações recíprocas:
I – do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos Secretários Municipais, dos Presidentes, Vice-Presidentes
e Diretores-Gerais de autarquia, fundação instituída ou mantida pelo Poder Público, empresa
pública ou sociedade de economia mista controladas pelo Município, bem como dos detentores
de cargos de direção, chefia e assessoramento no âmbito do Poder Executivo Municipal; e
II – dos Vereadores e dos titulares de cargos de direção, chefia e assessoramento no âmbito da
Câmara Municipal Porto Alegre. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 27/2008)

GRAU DE PARENTALIDADE

AVÔ

TIO

PAI

PRIMO
PARTE

Art. 19-A Ficam proibidas a nomeação ou a designação para cargo em comissão ou função de
direção, chefia ou assessoramento, na administração direta e na administração indireta, de pessoa
que seja inelegível em razão de atos ilícitos, nos termos da legislação federal. (Redação acrescida
pela Emenda à Lei Orgânica nº 33/2011)
Art. 20 Integram a ADMINISTRAÇÃO INDIRETA as autarquias, as sociedades de economia mista, as
empresas públicas e as fundações instituídas e mantidas pelo Município.

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Parágrafo Único – As FUNDAÇÕES PÚBLICAS OU DE DIREITO PÚBLICO são equiparadas às


autarquias, regendo-se por todas as normas a estas aplicáveis.
Art. 21 DEPENDEM DE LEI ESPECÍFICA:
I – a criação ou extinção de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou
fundação pública;
II – a alienação do controle acionário de sociedade de economia mista;
III – a incorporação de empresa privada a entidade da administração pública ou a fusão delas.
Art. 22 Todas as pessoas têm direito, independentemente de pagamento de qualquer natureza, à
informação sobre o que consta a seu respeito, a qualquer título, nos registros ou bancos de dados
das entidades governamentais ou de caráter público.
Art. 23 O Município realizará censos periódicos dos servidores públicos dos Poderes Legislativo e
Executivo e de sua administração indireta, devendo, até quinze de março de cada ano, publicar,
na imprensa oficial, relação do número de ocupantes de cada cargo, com o respectivo total de
vencimentos, bem como o percentual global médio de comprometimento da arrecadação com a
folha de pagamento verificado no exercício imediatamente anterior.
Art. 24 As instituições da administração indireta do Município terão nas respectivas diretorias, NO
MÍNIMO, um representante dos empregados, eleito diretamente por estes.
Parágrafo Único – É assegurada a eleição de, NO MÍNIMO, um delegado ou representante
sindical em cada uma das instituições.
Art. 25 A publicação das leis e atos municipais far-se-á no órgão da imprensa oficial e por afixação
na sede da Prefeitura e da Câmara Municipal.
Art. 26 A administração municipal deverá publicar antecipadamente, por edital, no prazo mínimo
de 30 dias, os PROCESSOS LICITATÓRIOS de concessão de serviços públicos, locações, permissões e
cessão de uso de próprios municipais.
Art. 27 O Município poderá criar fundos para desenvolvimento de programas específicos, cuja
regulamentação será feita através de Lei complementar.
Art. 28 À administração pública direta e indireta é vedada a contração de empresas que adotem
práticas discriminatórias na admissão de mão-de-obra, ou que veiculem propaganda discriminatória.
Art. 29 As secretarias, autarquias, sociedades de economia mista, empresas públicas e fundações
mantidas pelo Município manterão uma Central de Informações, destinada a colher reclamações e
prestar informações ao público.
Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de economia mista disponibilizarão as
suas demonstrações financeiras anuais na internet, até o final do primeiro quadrimestre do ano
subsequente, com acesso irrestrito à população.

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DOS SERVIDORES MUNICIPAIS

Art. 30 Todo cidadão, no gozo de suas prerrogativas constitucionais, poderá prestar concurso para
preenchimento de cargos da administração pública municipal, na forma que a Lei estabelecer.
Art. 31 São direitos dos servidores do Município, além de outros previstos nesta Lei Orgânica, na
Constituição Federal e nas leis:
I – padrão referencial básico, vinculativo de todos os padrões de vencimento, nunca inferior ao
salário mínimo fixado pela União para os trabalhadores urbanos e rurais;
II – irredutibilidade de vencimentos e salários;
III – vencimento básico inicial não inferior ao salário profissional estabelecido em legislação
federal para a respectiva categoria;
III – participação de representante sindical nas comissões de sindicância e inquérito que
apurarem falta funcional;
IV – livre acesso à associação sindical;
V – desempenho, com dispensa das atividades funcionais e sem qualquer prejuízo para sua
situação funcional ou retribuição pecuniária, de mandato como dirigentes ou representantes
eleitos do Sindicato dos Municipários, mediante solicitação deste; (Inciso declarado
inconstitucional – Tribunal de Justiça/RS – Acórdão de 19.11.90)
VI – licença-maternidade;
VII – licença-paternidade, na forma da lei;
IX – extensão, ao servidor público adotante, dos direitos que assistem ao pai e à mãe naturais,
na forma da lei;
X – participação em reuniões no local de trabalho, na forma da lei;
XI – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
XII – abono familiar diferenciado, inversamente proporcional ao padrão de vencimento, e
complementação do salário-família na quota-parte correspondente ao nível em que se situe o
servidor não-integrante dos quadros de provimento efetivo regidos estatutariamente;
XIII – duração normal do trabalho não superior a seis horas diárias e trinta semanais, facultada
a compensação de horários e a redução da jornada, conforme estabelecido em lei;
XIV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos sábados e domingos;
XV – remuneração do serviço extraordinário, superior, no mínimo em 50%, à da hora normal;
XVI – remuneração do trabalho em sábados, domingos, feriados e pontos facultativos superior,
no mínimo em 100%, à da jornada normal, sem prejuízo da folga compensatória; (Inciso
declarado inconstitucional – Tribunal de Justiça/RS – Acórdão de 26.11.90)
XVII – gozo das férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que a
retribuição total e pagamento antecipado;

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XVIII – recusa de execução do trabalho quando não houver redução dos riscos a ele inerentes
por meio de normas de saúde, higiene e segurança, ou no caso de não ser fornecido o
equipamento de proteção individual;
XIX – igualdade de retribuição pelo exercício de funções idênticas e uniformidade de critérios
de admissão, vedada a discriminação por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XX – adicional sobre a retribuição pecuniária para atividades penosas, insalubres ou perigosas,
na forma da lei;
XXI – auxílio-transporte, auxílio-refeição, auxílio-creche e adicional por difícil acesso ao local do
trabalho, nos termos da lei;
XXII – disponibilidade com remuneração integral, até adequado aproveitamento em outro
cargo, quando extinto o que ocupava ou se declarada a desnecessidade deste.
Parágrafo Único – Ao Município, inclusive às entidades de sua administração indireta, é vedado
qualquer ato de discriminação sindical em relação a seus servidores e empregados, bem como
influência nas respectivas organizações.
Art. 32 Aos servidores da administração direta e indireta que concorram a CARGOS ELETIVOS,
inclusive no caso previsto no art. 24 e no de mandato sindical, é garantida a estabilidade a partir
da data do registro do candidato ATÉ 1 ANO após o término do mandato, ou ATÉ 180 DIAS após a
publicação dos resultados EM CASO DE NÃO SEREM ELEITOS.
Parágrafo Único – Enquanto durar o mandato, o órgão empregador recolherá mensalmente as
obrigações sociais e garantirá ao servidor ou empregado os serviços médicos e previdenciários
dos quais era beneficiário antes de se eleger.
Art. 33 O regime jurídico dos servidores da administração centralizada do Município, das autarquias
e fundações por ele instituídas será único e estabelecido em estatuto, através de Lei complementar,
observados os princípios e normas da Constituição Federal e desta Lei Orgânica.
Art. 34 Fixada a isonomia de vencimentos, será vedado conceder aumento ou reajuste de
vencimentos ou realizar reclassificações que privilegiem categorias funcionais em preterição de
outras, devendo as correções ou ajustes, sempre que necessários, em razão das condições da
execução do trabalho, ser feitos quando da revisão geral do sistema.

DOS VENCIMENTOS E VANTAGENS

Art. 36 Os vencimentos e vantagens dos cargos e funções de atribuições iguais do Poder Legislativo
não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.
Art. 37 Fica vedada, no Município, a instituição de gratificações, PRA NÃO ESQUECER
bonificações ou prêmios aos servidores a título de retribuição
por execução de tarefa que constitua atribuição de cargos ou funções.
Art. 38 Os servidores somente serão indicados a participar em cursos de especialização ou
capacitação técnica profissional custeados pelo Município quando houver correlação entre o
conteúdo programático de tais cursos com as atribuições do cargo exercido ou outro integrante
da mesma carreira, além de conveniência para o serviço.

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§ 1º Quando sem ônus para o Município, o servidor interessado requererá liberação.
§ 2º Não será pontuado título de curso que não guarde correlação com as atribuições do cargo.
Art. 41 As obrigações pecuniárias do Município para com seus servidores e pensionistas não
cumpridas até o último dia do mês da aquisição do direito serão liquidadas com correção pelos
índices que forem aplicáveis para a revisão geral da remuneração dos servidores municipais, sem
prejuízo da responsabilidade administrativa e penal da autoridade que dê motivo ao atraso.
Art. 42 O tempo de serviço público federal, estadual e municipal prestado à administração pública
direta e indireta será contado INTEGRALMENTE para fins de aposentadoria e disponibilidade.

DA APOSENTADORIA DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL

Art. 43 O servidor será aposentado:


I – por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente de acidente em
serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e
proporcionais aos demais casos;
II – compulsoriamente, aos 70 anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;
IV – voluntariamente:
a) aos 35 anos de serviço, se homem, e aos 30, se mulher, com proventos integrais;
b) aos 30 anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor, e 25, se professora,
com proventos integrais;
c) aos 30 anos de serviço, se homem, e aos 25 , se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
d) aos 65 anos de idade, se homem, e aos 60, se mulher, com proventos proporcionais ao
tempo de serviço.

RESUMO DAS APOSENTADORIAS

PROVENTOS INTEGRAIS PROVENTOS PROPORCIONAIS

- Invalidez permanente por doença grave, - Invalidez permanente


contagiosa ou incurável, acidente em
serviço ou moléstia profissional; - 70 anos (Compulsória)

- 35/30 por contribuição - 30/25 por contribuição

- 30/25 Magistério * - 65/60 por idade

Art. 44 O professor ou professora que trabalhe no atendimento de excepcionais


poderá, a pedido, após 20 anos de efetivo exercício em regência de classe,
completar seu tempo de serviço em outras atividades pedagógicas no ensino
público municipal, as quais serão consideradas como de efetiva regência.

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§ 1º A Lei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou empregos temporários.


§ 2º Os proventos e pensões serão revistos, na mesma proporção e na mesma data, sempre
que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos
aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores
em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou
função em que se deu a aposentadoria.
§ 3º Na contagem do tempo para a aposentadoria do servidor aos 35 anos de serviço, e da
servidora aos 30, o período de exercício de atividades que assegurem direito à aposentadoria
especial será acrescido de 1/6 e de 1/5 respectivamente.
Art. 45 Decorridos 30 DIAS da data em que tiver sido protocolado o requerimento da aposentadoria,
o servidor público será considerado em licença especial, podendo afastar-se do serviço, salvo se
antes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido.
Parágrafo Único – No período de licença de que trata este artigo, O SERVIDOR TERÁ DIREITO
À TOTALIDADE DA REMUNERAÇÃO, computando-se o tempo como de efetivo exercício para
todos os efeitos legais.
Art. 46 Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselhos de empresas fornecedoras ou
prestadoras de serviços ou que realizem qualquer contrato com o Município.
Art. 47 É assegurado aos servidores municipais da administração direta e indireta o ATENDIMENTO
GRATUITO de seus filhos de 0 a 6 anos de idade em creches e pré- escolas, na forma da lei.
Art. 48 A previdência será assegurada mediante contribuição do Município e de seus servidores,
nos termos da lei.
Parágrafo Único – A direção da entidade de previdência será composta integralmente por
representantes eleitos diretamente pelos servidores municipais, cabendo ao Município prover
o órgão de fiscalização.
Art. 49 O Município manterá entidades de assistência à saúde e previdência para seus servidores e
dependentes.

DO PODER LEGISLATIVO

Art. 50 O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, composta de Vereadores,


representantes do povo, eleitos no Município, em pleito direto, pelo sistema proporcional.
§ 1º O número de Vereadores será estabelecido em Lei Complementar, observando-se os
seguintes limites:
I – mínimo de 33 e máximo de 41, até 5 milhões de habitantes;
II – mínimo de 42 e máximo de 55, acima de 5 milhões de habitantes.
§ 2º A Câmara Municipal terá autonomia orçamentária.
ATUALMENTE TEMOS 39!

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REUNIÕES DA CÂMARA MUNICIPAL

Art. 51 A Câmara Municipal reunir-se-á, anual e independentemente de convocação, de 1º de


fevereiro a 16 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro, salvo prorrogação ou convocação
extraordinária, e funcionará em todos os dias úteis durante a sessão legislativa, exceto aos
sábados.
§ 1º A convocação extraordinária da Câmara Municipal caberá:
I – ao Prefeito Municipal;
II – ao Presidente da Câmara Municipal;
Legitimados para convocação
III – à Comissão Representativa; EXTRAORDINÁRIA
IV – à maioria de seus membros.
§ 2º Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara Municipal deliberará, EXCLUSIVAMENTE,
sobre a matéria da convocação.
§ 3º Nas convocações extraordinárias previstas no “caput” deste artigo, a sessão legislativa
ocorrerá sem ônus adicional para o Município.
Art. 52 No primeiro ano de cada legislatura, cuja duração coincide com a do mandato do Vereador, a
Câmara Municipal reunir-se-á no dia estabelecido em lei, para dar posse aos Vereadores, ao Prefeito
e ao Vice-Prefeito, eleger sua Mesa, a Comissão Representativa e as Comissões Permanentes e para
indicar as lideranças de bancadas.
Art. 53 As deliberações da Câmara Municipal e de suas Comissões, salvo disposição em contrário
nas Constituições Federal e Estadual e nesta Lei Orgânica que exijam “quorum” qualificado, serão
tomadas por MAIORIA DE VOTOS, presente a maioria de seus membros.
Parágrafo Único – As deliberações serão PÚBLICAS, através de chamada nominal ou por
votação simbólica.
Art. 54 As reuniões e a administração da Câmara Municipal serão dirigidas por MESA eleita mediante
chapa única ou cargo a cargo, com mandato de 1 ano, pela MAIORIA ABSOLUTA dos Vereadores.

LEGISLATURA
SESSÃO LEGISLATIVA

MAIORIA SIMPLES

MAIORIA ABSOLUTA

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COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DA CÂMARA

Art. 57 É de competência privativa da Câmara Municipal:


I – dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, bem como declarar extintos seus mandatos nos
casos previstos em lei;
II – conceder licença ao Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores para afastamento do cargo;
III – autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a se ausentarem do Município e do Estado, por prazo
superior a 5 dias, ou do País por qualquer tempo;
IV – zelar pela preservação de sua competência, sustando os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentador;
V – julgar anualmente as contas prestadas pelo Prefeito.
VI – apreciar os relatórios anuais do Prefeito sobre a execução orçamentária, operações de
crédito, dívida pública, aplicação das leis relativas ao planejamento urbano, à concessão ou
permissão de serviços públicos, ao desenvolvimento dos convênios, à situação dos bens imóveis
do Município, ao número de servidores públicos e ao preenchimento de cargos, empregos e
funções, bem como à política salarial;
VII – apreciar os relatórios anuais de sua Mesa;
VIII – fiscalizar e controlar diretamente os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração
indireta;
IX – solicitar informações ao Prefeito sobre assuntos referentes à administração, ressalvados os
casos previstos nesta Lei Orgânica;
X – convocar ou convidar o Prefeito, Secretários e Diretores de autarquias, fundações e
empresas públicas, conforme o caso, responsáveis pela administração direta ou indireta, para
prestarem informações sobre matéria de sua competência;
XI – criar comissões parlamentares de inquérito;
XII – solicitar informações aos órgãos estaduais, nos termos da Constituição Estadual;
XIII – julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores nos casos previstos em lei;
XIV – conceder título de cidadão honorário do Município;
XV – dispor sobre sua organização, funcionamento e polícia, criação e transformação de cargos,
empregos e funções, e fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros legais,
especialmente a Lei de diretrizes orçamentárias;
XVI – elaborar seu Regimento;
XVII – eleger sua Mesa, bem como destituí-la;
XVIII – deliberar sobre assuntos de sua competência privativa e de sua economia interna;
XIX – representar por dois terços de seus membros, para efeito de intervenção no Município.

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DAS CPI’S

Art. 59 As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento, serão criadas para apuração de FATO
DETERMINADO e POR PRAZO CERTO, mediante requerimento de 1/3 dos Vereadores.
Parágrafo Único – As conclusões das comissões parlamentares de inquérito serão
encaminhadas, se for o caso, no prazo de até 30 dias, ao Ministério Público.
Art. 60 Todos os órgãos do Município têm de prestar, no prazo de 15 dias, as informações solicitadas
por quaisquer comissões instaladas por Vereador.

FISCALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Art. 61 A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município de


Porto Alegre, quanto à legalidade, à moralidade, à publicidade, à impessoalidade e à economicidade,
será exercida pela CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, MEDIANTE CONTROLE EXTERNO, e pelo
sistema de controle interno unificado dos Poderes Legislativo e Executivo, observado o disposto
na legislação federal e estadual, bem como pelos conselhos populares.
§ 1º Serão fiscalizados nos termos deste artigo os órgãos e entidades da administração direta
E indireta, bem como quaisquer outras entidades constituídas ou mantidas pelo Município.
§ 2º Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica que utilize, arrecade, guarde, gerencie
ou administre dinheiros, bens e valores públicos pelos quais o Município responda, ou que, em
nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária ou patrimonial.
Art. 62 O controle externo, a cargo da Câmara Municipal, será exercido com auxílio do Tribunal de
Contas do Estado, ao qual não poderá ser negada qualquer informação a pretexto de sigilo.
Art. 63 Todo cidadão, partido político, associação ou sindicato poderá denunciar qualquer
irregularidade ou ilegalidade de que tenha conhecimento, VEDADO O ANONIMATO.

DOS VEREADORES

Art. 65 Os Vereadores são INVIOLÁVEIS por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato
E na circunscrição do Município.
Parágrafo Único – Os Vereadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiarem ou deles receberem informações.
Art. 66 Os Vereadores não poderão:
I – DESDE A EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA, firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito
público, sociedade de economia mista, autarquia, empresa pública ou empresa que preste
serviço público por delegação, no âmbito e em operações de crédito, salvo quando o contrato
obedecer a cláusulas uniformes;

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II – DESDE A POSSE:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de
contrato com pessoa de direito público no Município, ou nela exercer função remunerada;
b) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I;
c) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo;
III – no exercício do mandato, votar em assunto de seu particular interesse nem no de seus
ascendentes, descendentes ou colaterais, consangüíneos ou afins, ATÉ O SEGUNDO GRAU.
Art. 67 Perderá o mandato o Vereador:
I – que perder ou tiver suspensos os direitos Perda será declarada pela mesa, de ofício, mediante
políticos; provocação de qualquer de seus membros ou de partido
político representado na Casa
II – quando o decretar a Justiça Eleitoral;
III – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado nos delitos que
impeçam o acesso à função pública; Perda do mandato será decidida pela Câmara Municipal,
por MAIORIA ABSOLUTA, mediante provocação da Mesa
IV – que fixar residência fora do Município; ou de partido político representado na Casa

V – que se utilizar do mandato para a prática de atos de corrupção ou improbidade


administrativa.

NÃO É CAUSA DE PERDA DO MANDATO

Art. 68 Não perde o mandato o Vereador:


I – investido em cargo de Prefeito, Secretário Municipal, Diretor de Autarquia ou Fundação,
Procurador-Geral do Município, bem como em cargos equivalentes em âmbito estadual ou
federal;
II – licenciado por motivo de doença, devidamente comprovada;
III – licenciado em razão de luto, por falecimento de cônjuge, ascendentes, descendentes e
irmãos, até 8 dias;
IV – em licença-gestante, por 180 dias;
V – em licença por adoção, quando o adotado possuir até 9 meses de idade, por 120 dias;
VI – em licença-paternidade, conforme legislação federal; e
VII – licenciado para, sem remuneração, tratar de interesses particulares.
Art. 69 Nos casos de perda de mandato regulados por esta Lei Orgânica e nos de legítimo
impedimento, morte ou renúncia, o Vereador será substituído pelo suplente, exceto no período de
recesso parlamentar.(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 27/2008)

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Art. 70 Os Vereadores têm livre acesso aos órgãos da administração direta e indireta do Município,
MESMO SEM PRÉVIO AVISO.
Art. 71 O Vereador que, sem justo motivo e não estando em gozo de licença, deixar de comparecer
às sessões da Câmara Municipal terá descontado 1/30 avos de sua remuneração por sessão.

DO PROCESSO LEGISLATIVO

Art. 72 O Processo Legislativo compreende a elaboração de:


I – emendas à Lei Orgânica;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – decretos legislativos;
V – resoluções.
Parágrafo Único – Lei complementar disporá sobre a elaboração, a redação, a alteração e a
consolidação dos atos normativos de que trata este artigo.

DA EMENDA À LEI ORGÂNICA

Art. 73 A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante proposta:


I – de um terço, no mínimo, dos Vereadores;
II – da população, nos termos do art. 98; Iniciativa popular – 5% eleitorado

III – do Prefeito Municipal.


§ 1º A proposta será discutida e votada em DOIS TURNOS, considerando-se aprovadase obtiver,
em ambos, 2/3 DOS VOTOS FAVORÁVEIS.
§ 2º A emenda será promulgada pela Mesa da Câmara Municipal na sessão seguinte àquela em
que se der a aprovação, com o respectivo número de ordem.
§ 3º Não será objeto de deliberação a emenda que vise a abolir as formas de exercício da
soberania popular previstas nesta Lei Orgânica.
Art. 74 A Lei Orgânica NÃO poderá ser emendada na vigência de intervenção estadual, de estado
de defesa que abranger área do Município ou de estado de sítio.

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DAS LEIS MUNICIPAIS EM GERAL


Art. 75 A iniciativa das leis ordinárias e das leis complementares cabe:
I – ao Prefeito;
II – aos Vereadores;
III – aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica;
IV – às Comissões da Câmara Municipal; e
V – à Mesa da Câmara Municipal, nos casos específicos previstos no Regimento da Câmara
Municipal.
Maioria absoluta!

Art. 76 Serão objeto de LEI COMPLEMENTAR os códigos, o estatuto dos funcionários públicos, as
leis dos planos diretores, bem como outras matérias previstas nesta Lei Orgânica.

DO VETO OU SANÇÃO DO PREFEITO


Art. 77 O projeto de lei, se aprovado, será enviado ao Prefeito, o qual em aquiescendo, o sancionará.
§ 1º Se o Prefeito julgar o projeto, no seu todo ou em parte, inconstitucional, inorgânico ou
contrário ao interesse público, VETÁ-LO-Á TOTAL OU PARCIALMENTE, dentro de 15 dias úteis
contados daquele em que o recebeu, devolvendo o projeto ou a parte vetada ao Presidente da
Câmara Municipal, dentro de 48 horas.
§ 2º O veto PARCIAL deverá abranger o texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de
alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de 15 dias, o silêncio do Prefeito importará sanção.
§ 4º O veto será apreciado no prazo de 30 dias a contar de seu recebimento, só podendo ser
rejeitado pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA dos membros da Câmara Municipal.
§ 5º Se o veto for rejeitado, será o projeto enviado, para promulgação, ao Prefeito.
§ 6º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem
do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.
§ 7º Se, nas hipóteses dos §§ 3º e 5º, a Lei não for promulgada pelo Prefeito no prazo de 48
horas, o Presidente da Câmara Municipal a promulgará.
§ 8º Caso o projeto de Lei seja vetado durante o recesso da Câmara Municipal, o Prefeito
comunicará o veto à Comissão Representativa.
Art. 78 A matéria constante do projeto de Lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo
projeto, NA MESMA SESSÃO LEGISLATIVA, mediante proposta da maioria dos membros da Câmara
Municipal ou mediante a subscrição de 5% do eleitorado do Município, bairro ou comunidade rural,
conforme o interesse e abrangência da proposta.
Parágrafo Único – Excluem-se do disposto no “caput” os projetos de iniciativa do Poder
Executivo.

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SANÇÃO/VETO NO SISTEMA LEGISLATIVO DE PORTO ALEGRE

Razões para o PREFEITO


VETO Presidente em 48hrs Promulga a Lei

48 Hrs

15 DIAS ÚTEIS 30 DIAS CORRIDOS 48 Hrs

Projeto vai para Rejeitar o veto: Presidente


análise do Prefeito MAIORIA ABSOLUTA da Câmara
Promulga

Art. 83 O Presidente da Câmara Municipal ou seu substituto só terá voto na eleição da Mesa ou em
matérias que exigirem, para sua aprovação:
a) maioria absoluta;
b) dois terços dos membros da Câmara Municipal;
c) o voto de desempate.
Art. 84 Nos 180 dias que antecedem o término do mandato do Prefeito, é VEDADA a apreciação de
projeto de Lei que importe:
I – alienação gratuita de bens municipais;
II – perda do controle acionário pelo Poder Público ou privatização de atividade que venha
sendo exercida por esse, direta ou indiretamente.

DO PODER EXECUTIVO

Art. 90 O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse em sessão da Câmara Municipal, prestando o


compromisso de cumprir a Lei Orgânica e as Constituições Federal e Estadual, defendendo a justiça
social e eqüidade dos munícipes.
§ 1º Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo
motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
§ 2º Empossado, o Prefeito Municipal deverá, num prazo de 30 dias, enviar à Câmara Municipal
de Porto Alegre documento firmado contendo as propostas de governo apresentadas durante
o período eleitoral.
Art. 91 Substituirá o Prefeito, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Prefeito.
§ 1º No caso de impedimento conjunto do Prefeito e do Vice-Prefeito, assumirá o cargo o
PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL.
§ 2º No caso de impedimento do Presidente da Câmara Municipal, assumirá o PROCURADOR-
GERAL DO MUNICÍPIO.

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DAS LICENÇAS DO PREFEITO

Art. 92 O Prefeito poderá licenciar-se:


I – quando em serviço ou em missão de representação do Recebe remuneração integral
Município;
II – quando impossibilitado do exercício do cargo por motivo de doença devidamente
comprovada, ou em licença-gestante, ou em licença paternidade;
III – para tratar de assunto de interesse particular, sem remuneração, por período de até
sessenta dias por ano.
§ 1º No caso do inciso I, o Prefeito e o Vice-Prefeito deverão comunicar à Câmara o seu
afastamento, indicando os motivos da viagem, o roteiro e a previsão de gastos, ficando
dispensada a aprovação quando o afastamento for inferior a 6 dias.
§ 2º Se o afastamento for SUPERIOR A 5 DIAS, dependerá de aprovação da Câmara, atendidas
as exigências do § 1º.

ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO

Art. 94 Compete privativamente ao Prefeito:


I – nomear e exonerar os Secretários e Diretores de departamentos do Município, e os demais
responsáveis pelos órgãos da administração direta, autárquica e fundacional;
II – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, e expedir decretos e regulamentos para sua
execução;
III – vetar projetos de lei;
IV – dispor sobre a estrutura, a organização e o funcionamento da administração municipal;
V – prover cargos, funções e empregos municipais, e praticar os atos administrativos referentes
aos servidores municipais, salvo os de competência da Câmara Municipal;
VI – apresentar anualmente relatório sobre o estado das obras e serviços à Câmara Municipal;
VII – promover a iniciativa de projetos de Lei que disponham sobre:
a) criação e aumento da remuneração de cargos, funções ou empregos públicos na
administração direta e autárquica;
b) regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores públicos;
c) criação e estruturação de secretarias e órgãos da administração pública;
VIII – prestar, dentro de trinta dias, prorrogáveis, justificadamente, por mais quinze,
as informações solicitadas pela Câmara Municipal, comissões municipais ou entidades
representativas de classe ou de trabalhadores do Município referentes aos negócios do
Município;

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IX – representar o Município;
X – contrair empréstimos, mediante prévia autorização da Câmara Municipal;
XI – decretar desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou interesse social;
XII – administrar os bens e as rendas municipais, e promover o lançamento, a fiscalização e a
arrecadação de tributos;
XIII – propor o arrendamento, o aforamento ou a alienação de próprios mediante prévia
autorização da Câmara Municipal;
XIV – propor convênios, ajustes e contratos de interesse do Município;
XV – propor a divisão administrativa do Município, de acordo com a lei;
XVI – propor a ação direta de inconstitucionalidade;
XVII – decretar estado de calamidade pública;
XVIII – subscrever ou adquirir ações, e realizar ou aumentar capital de sociedade de economia
mista ou de empresa pública, desde que haja recursos hábeis, mediante autorização da Câmara
Municipal;
XIX – indicar entidades civis sem fins lucrativos para tarefas de fiscalização, a serem exercidas
em conjunto com os órgãos públicos municipais, os quais não se eximem de suas atribuições de
fiscalização;
XX – manifestar-se, dentro do prazo de trinta dias, prorrogáveis, justificadamente, por mais
quinze dias, quanto à viabilidade de atendimento de proposição solicitada pela Câmara
Municipal através de Pedido de Providências.
XXI – enviar à Câmara Municipal de Porto Alegre, nos 60 dias que antecederem o término de seu
mandato, documento firmado contendo a relação de todos os programas e projetos aprovados
e ainda não implementados e dos programas e projetos que estiverem em andamento no
Município de Porto Alegre, relativos a políticas públicas.
XXII – apresentar, em até 90 dias após a data de sua posse, o Programa de Metas, que
compreenderá os 4 anos de sua gestão, devendo conter as prioridades, os indicadores de
desempenho e as metas quantitativas e qualitativas para cada um dos eixos estratégicos de
políticas públicas estabelecidos para a Administração Municipal.
Art. 95 O Prefeito poderá solicitar URGÊNCIA nos projetos de Lei de sua iniciativa, caso em que
deverão ser apreciados em 45 dias.
§ 1º Asolicitação de urgência poderá ser feita em qualquer fase de andamento do processo.
§ 2º Na falta de deliberação sobre o projeto no prazo previsto, será ele incluído na ordem do
dia, sobrestada a deliberação de qualquer outro assunto até que se ultime a votação.
§ 3º O prazo de que trata este artigo será suspenso durante o recesso parlamentar.

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DA SOBERANIA POPULAR

Art. 97 A soberania popular se manifesta quando a todos são asseguradas condições dignas de
existência e será exercida:
I – pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos;
II – pelo PLEBISCITO;
III – pelo REFERENDO;
IV – pela iniciativa popular;
V – pela participação popular nas decisões do Município e no aperfeiçoamento democrático de
suas instituições;
VI – pela ação fiscalizadora sobre a administração pública;
VII – pela tribuna popular.

DA INICIATIVA POPULAR

Art. 98 A iniciativa popular, no processo legislativo, será tomada por 5% do ELEITORADO do


Município, mediante apresentação de:
I – projeto de lei;
II – projeto de emenda à Lei Orgânica.
§ 1º Quando se tratar de interesse específico no âmbito de bairro ou distrito, a iniciativa popular
poderá ser tomada por 5% dos eleitores inscritos ali domiciliados.
§ 2º Recebido o requerimento, a Câmara Municipal verificará o cumprimento dos requisitos
dispostos neste artigo, dando-lhe tramitação em caráter de urgência.
§ 3º Fica assegurado o direito de discussão e defesa do projeto de Lei de iniciativa popular,
no plenário da Câmara Municipal, por um representante especialmente designado pelos
proponentes.
§ 4º Não tendo sido votado até o encerramento da sessão legislativa, o projeto estará inscrito
para votação na sessão seguinte da mesma legislatura.
§ 5º Os projetos de iniciativa popular poderão ser subscritos eletronicamente, por meio da
Internet.

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PLEBISCITO, REFERENDO E TRIBUNA POPULAR

Art. 99 É assegurado, no âmbito municipal, o recurso de consultas Referendárias ou Plebiscitárias


sobre atos, autorizações ou concessões do Poder Executivo e sobre Lei ou parte de lei, projeto de
Lei ou parte de projeto de lei, cabendo a iniciativa ao Prefeito, a 2/3 dos Vereadores da Câmara
Municipal OU a 5% do eleitorado do Município.
Art. 100 Fica instituída a TRIBUNA POPULAR nas sessões ordinárias de segundas e quintas-feiras da
Câmara Municipal, bem como na Praça Montevidéu – largo fronteiro ao Paço Municipal -, podendo
dela fazer uso:
I – entidades sindicais com sede em Porto Alegre, entidades representativas de moradores ou
outras que tenham atuação no âmbito municipal, reconhecidas ou registradas como tais;
II – entidades que, mesmo não tendo caráter municipal, venham a apresentar questões de
relevância para a população de Porto Alegre.
§ 1º O Regimento da Câmara Municipal disciplinará as condições de uso da Tribuna Popular em
seu respectivo âmbito.
§ 2º O uso da Tribuna Popular terá por finalidade a veiculação de assuntos de interesse das
entidades referidas nos incs. I e II deste artigo e com repercussão na sua comunidade.

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Legislação Específica

LEI ORGÂNICA DE PORTO ALEGRE

TÍTULO I Art. 5º São símbolos do Município de Porto Ale-


gre o brasão, a bandeira e outros estabelecidos
Da Organização Do Município, em lei.
Poderes Executivo E Legislativo Art. 6º O Município promoverá vida digna aos
seus habitantes e será administrado com base
nos seguintes compromissos fundamentais:

CAPÍTULO I I – transparência pública de seus atos;


DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA II – moralidade administrativa;
ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL
III – participação popular nas decisões;
Art. 1º O Município de Porto Alegre, pessoa jurí- IV – descentralização político-administrati-
dica de direito público interno, parte integrante va;
da República Federativa do Brasil e do Estado do
Rio Grande do Sul, no pleno uso de sua autono- V – prestação integrada dos serviços públi-
mia política, administrativa e financeira, reger- cos.
-se-á por esta Lei Orgânica e demais leis que
adotar, respeitados os princípios estabelecidos Art. 7º A autonomia do Município se expressa
nas Constituições Federal e Estadual. através da:

Parágrafo Único. Todo o poder do Municí- I – eleição direta dos Vereadores;


pio emana do povo porto-alegrense, que o II – eleição direta do Prefeito e do Vice-Pre-
exerce por meio de representantes eleitos feito;
ou diretamente, nos termos desta Lei Orgâ-
nica. III – administração própria, no que respeita
ao interesse local.
Art. 2º São Poderes do Município, independen-
tes e harmônicos entre si, o Legislativo e o Exe- Art. 8º Ao Município compete, privativamente:
cutivo. I – elaborar o orçamento, estimando a re-
Parágrafo Único. É vedada a delegação de ceita e fixando a despesa, com base em pla-
atribuições entre os Poderes. nejamento adequado;

Art. 3º É mantido o atual território do Municí- II – instituir e arrecadar os tributos de sua


pio. competência, e fixar e cobrar tarifas e pre-
ços públicos, com a obrigação de prestar
Art. 4º O dia 26 de março é a data magna de contas e publicar balancetes nos prazos fi-
Porto Alegre. xados em lei;

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III – organizar e prestar diretamente ou sob XV – sinalizar as vias urbanas e as estradas
regime de concessão ou permissão, sempre municipais;
através de licitação, os serviços públicos de
interesse local e os que possuem caráter es- XVI – normatizar, fiscalizar e promover a co-
sencial, bem como dispor sobre eles; leta, o transporte e a destinação final dos
resíduos sólidos domiciliares e de limpeza
IV – licenciar para funcionamento os esta- urbana;
belecimentos comerciais, industriais, de
serviços e similares, mediante expedição de XVII – dispor sobre serviço funerário e ce-
alvará de localização; mitérios, encarregando-se dos que forem
públicos e fiscalizando os pertencentes às
V – suspender ou cassar o alvará de localiza- entidades privadas;
ção do estabelecimento que infringir dispo-
sitivos legais; XVIII – regulamentar, autorizar e fiscalizar
a fixação de cartazes e anúncios publicitá-
VI – organizar o quadro e estabelecer o regi- rios de qualquer peça destinada à venda de
me único para seus servidores; marca ou produto;
VII – dispor sobre a administração, utili- XIX – estabelecer e impor penalidades por
zação e alienação de seus bens, tendo em infração de suas leis e regulamentos;
conta o interesse público;
XX – dispor sobre depósito e venda de mer-
VIII – adquirir bens e serviços, inclusive me- cadorias apreendidas em decorrência de
diante desapropriação por necessidade pú- transgressão à legislação municipal;
blica ou interesse social;
IX – elaborar os planos diretores de desen- XXI – estabelecer servidões administrativas
volvimento urbano, de saneamento básico necessárias à realização de serviços públi-
e de proteção ambiental; cos;

X – promover adequado ordenamento ter- Parágrafo Único. Para efeito do disposto no


ritorial, mediante planejamento e controle inciso XVIII, considera-se publicitária toda
do uso, do parcelamento e da ocupação do peça de propaganda destinada à venda de
solo urbano; marca ou produto comercial.
XI – estabelecer normas de edificação, de Art. 9º Compete ao Município, no exercício de
loteamento, de arruamento e de zonea- sua autonomia:
mento urbano, bem como as limitações ur-
banísticas convenientes à organização de I – organizar-se administrativamente, ob-
seu território; servadas as legislações federal e estadual;

XII – criar, organizar e suprimir distritos e II – prover a tudo quanto concerne ao in-
bairros, consultados os munícipes e obser- teresse local, tendo como objetivo o pleno
vada a legislação pertinente; desenvolvimento de suas funções sociais,
promovendo o bem-estar de seus habitan-
XIII – participar de entidade que congregue tes;
outros Municípios integrados à região, na
forma estabelecida pela lei; III – estabelecer suas leis, decretos e atos
relativos aos assuntos de interesse local;
XIV – regulamentar e fiscalizar a utilização
dos logradouros públicos, especialmente no IV – administrar seus bens, adquiri-los e
perímetro urbano; aliená-los, aceitar doações, legados e he-
ranças e dispor sobre sua aplicação;

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V – desapropriar, por necessidade ou utili- § 3º É permitido delegar, entre o Estado e o


dade pública, ou por interesse social, nos Município, também por convênio, os servi-
casos previstos em lei; ços de competência concorrente, assegura-
dos os recursos necessários.
VI – constituir a Guarda Municipal, destina-
da à proteção dos bens, serviços e instala-
ções municipais, conforme dispuser a lei;
VII – constituir serviços civis auxiliares de CAPÍTULO II
combate ao fogo, de prevenção de incên- DOS BENS PÚBLICOS MUNICIPAIS
dios e de atividades de defesa civil, na for-
ma da lei; Art. 11. Constituem o patrimônio municipal os
bens imóveis, móveis e semoventes, e os direi-
VIII – implantar, regulamentar, administrar tos e ações que, a qualquer título, pertençam ao
e gerenciar equipamentos públicos de abas- Município.
tecimento alimentar;
Art. 12. A alienação de bens municipais, subor-
IX – prover a defesa da flora e da fauna e o dinada à existência de interesse público devi-
controle da poluição ambiental; damente justificado, será sempre precedida de
avaliação e obedecerá ao seguinte:
X – preservar os bens e locais de valor histó-
rico, cultural ou científico; I – quando imóveis, dependerá de autoriza-
ção legislativa e concorrência pública, dis-
XI – dispor sobre os registros, vacinação e
pensada esta nos casos de permuta;
captura de animais, vedadas quaisquer prá-
ticas de tratamento cruel; II – quando móveis, dependerá de licitação,
dispensada esta nos casos de doação, que
XII – ordenar as atividades urbanas, fixando
será permitida somente por interesse so-
condições e horário, para atendimento ao
cial.
público, de estabelecimentos bancários, in-
dustriais, comerciais e similares, observadas Parágrafo Único. A venda, aos proprietários
as normas federais e estaduais pertinentes. lindeiros, respeitada a preferência do anti-
go proprietário, das áreas urbanas rema-
Art. 10. O Município pode celebrar convênios
nescentes e inaproveitáveis para edificação
com a União, o Estado e outros Municípios, me-
resultantes de obras públicas ou de modifi-
diante autorização da Câmara Municipal, para
cação de alinhamento dependerá de prévia
execução de serviços, obras e decisões, bem
avaliação e autorização legislativa, dispen-
como de encargos dessas esferas.
sada a concorrência pública.
§ 1º O Município participará de organismos
Art. 13. O Município utilizará seus bens domi-
públicos que contribuam para integrar a or-
niais como recursos fundamentais para a reali-
ganização, o planejamento e a execução de
zação de políticas urbanas, especialmente em
função pública de interesse comum.
habitação popular e saneamento básico, poden-
§ 2º Pode ainda o Município, através de do, para essa finalidade, vendê-los ou permutá-
convênios ou consórcios com outros Muni- -los.
cípios da mesma comunidade sócioeconô-
§ 1º Enquanto os bens dominiais munici-
mica, criar entidades intermunicipais para a
pais não tiverem destinação definitiva, não
realização de obras, atividades ou serviços
poderão permanecer ociosos, devendo ser
específicos de interesse comum, devendo
ocupados em permissão de uso, nos termos
ser aprovados por Leis dos Municípios que
da lei.
deles participarem.

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§ 2º Em casos de reconhecido interesse pú- CAPÍTULO III
blico e caráter social, o Município também DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
poderá realizar concessões reais de uso de
seus bens dominiais, contendo elas sempre Art. 17. A administração pública direta e indi-
cláusulas de reversão desses bens. reta do Município observará os princípios da
§ 3º O Município revogará as doações que legalidade, da moralidade, da impessoalidade,
tiverem destinação diversa da ajustada em da publicidade, da economicidade, da razoabili-
contrato ou as que não cumpriram as finali- dade, da legitimidade e da participação popular,
dades no prazo de quatro anos. e o seguinte: (Redação dada pela Emenda à Lei
Orgânica nº 14/1998)
Art. 14. Os bens de uso comum do povo devem I – a Lei especificará os cargos e funções
ter sempre um conjunto mínimo de elementos cujos ocupantes, ao assumi-los e ao deixá-
naturais ou de obras de urbanização que carac- -los, devem declarar os bens que compõem
terizem sua destinação. seu patrimônio, podendo estender esta exi-
Parágrafo Único. As áreas verdes podem ser gência aos detentores de funções diretivas
cultivadas e mantidas com a participação da e empregos na administração indireta;
comunidade. II – a Lei estabelecerá os casos de contra-
Art. 15. O uso de bens municipais por terceiros tação de pessoal por tempo determinado
poderá ser feito mediante concessão, permis- para atender a necessidade temporária de
são ou autorização, conforme o caso, atendido excepcional interesse público;
o interesse público, coletivo ou social, nas se- III – a Lei reservará percentual de cargos e
guintes condições: empregos públicos para as pessoas porta-
I – a concessão de direito real de uso de doras de deficiência e definirá os critérios
bens dominiais para uso especial far-se-á de sua admissão.
mediante contrato, sob pena de nulidade Art. 18. Os ocupantes de cargos eletivos, Secre-
do ato, e será sempre precedida de concor- tários, Presidentes e Diretores de autarquias,
rência pública; fundações, empresas públicas e de economia
II – a concessão de direito real de uso de mista apresentarão declaração de bens no dia
bens de uso comum somente poderá ser da posse, nos finais de mandato e nos casos de
outorgada mediante Lei e para finalidade de exoneração ou aposentadoria.
habitação e educação ou assistência social; Art. 19. A investidura em cargo ou emprego pú-
III – a permissão será feita por decreto; blico, bem como a admissão de empregados na
administração indireta e empresas subsidiárias
IV – a autorização será feita, por decreto, dependerão de aprovação prévia em concurso
pelo prazo máximo de noventa dias. público de provas e títulos, ressalvadas as no-
meações para cargos de provimento em comis-
Parágrafo Único. Em qualquer hipótese, o
são, declarados em Lei de livre nomeação e exo-
Poder Público promoverá ampla discussão
neração.
com a comunidade local.
Parágrafo Único. Os cargos em comissão te-
Art. 16. Reverterão ao Município, ao termo da
rão número e remuneração certos, não se-
vigência de toda concessão para o serviço pú-
rão organizados em carreira e não poderão
blico local, com privilégio exclusivo, todos os
ser ocupados por cônjuge, companheiro ou
bens materiais do mesmo serviço, independen-
parente em linha reta, colateral ou por afini-
temente de qualquer indenização.
dade, até o terceiro grau, inclusive, ficando
vedadas, ainda, as designações recíprocas:

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I – do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos Secre- de dados das entidades governamentais ou de


tários Municipais, dos Presidentes, Vice- caráter público.
-Presidentes e Diretores-Gerais de autar-
quia, fundação instituída ou mantida pelo Art. 23. O Município realizará censos periódicos
Poder Público, empresa pública ou socieda- dos servidores públicos dos Poderes Legislativo
de de economia mista controladas pelo Mu- e Executivo e de sua administração indireta, de-
nicípio, bem como dos detentores de cargos vendo, até quinze de março de cada ano, publi-
de direção, chefia e assessoramento no âm- car, na imprensa oficial, relação do número de
bito do Poder Executivo Municipal; e ocupantes de cada cargo, com o respectivo total
de vencimentos, bem como o percentual global
II – dos Vereadores e dos titulares de car- médio de comprometimento da arrecadação
gos de direção, chefia e assessoramento no com a folha de pagamento verificado no exercí-
âmbito da Câmara Municipal Porto Alegre. cio imediatamente anterior.
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
nº 27/2008) Art. 24. As instituições da administração indire-
ta do Município terão nas respectivas diretorias,
Art. 19-A. Ficam proibidas a nomeação ou a no mínimo, um representante dos empregados,
designação para cargo em comissão ou função eleito diretamente por estes.
de direção, chefia ou assessoramento, na ad-
ministração direta e na administração indireta, Parágrafo Único. É assegurada a eleição de,
de pessoa que seja inelegível em razão de atos no mínimo, um delegado ou representante
ilícitos, nos termos da legislação federal. (Re- sindical em cada uma das instituições.
dação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº Art. 25. A publicação das leis e atos municipais
33/2011) far-se-á no órgão da imprensa oficial e por afi-
Art. 20. Integram a administração indireta as xação na sede da Prefeitura e da Câmara Muni-
autarquias, as sociedades de economia mista, cipal.
as empresas públicas e as fundações instituídas Art. 26. A administração municipal deverá pu-
e mantidas pelo Município. blicar antecipadamente, por edital, no prazo mí-
Parágrafo Único. As fundações públicas ou nimo de trinta dias, os processos licitatórios de
de direito público são equiparadas às autar- concessão de serviços públicos, locações, per-
quias, regendo-se por todas as normas a es- missões e cessão de uso de próprios municipais.
tas aplicáveis. Art. 27. O Município poderá criar fundos para
Art. 21. Dependem de Lei específica: desenvolvimento de programas específicos,
cuja regulamentação será feita através de Lei
I – a criação ou extinção de empresa públi- complementar.
ca, sociedade de economia mista, autarquia
ou fundação pública; Art. 28. À administração pública direta e indire-
ta é vedada a contração de empresas que ado-
II – a alienação do controle acionário de so- tem práticas discriminatórias na admissão de
ciedade de economia mista; mão-de-obra, ou que veiculem propaganda dis-
criminatória.
III – a incorporação de empresa privada a
entidade da administração pública ou a fu- Art. 29. As secretarias, autarquias, sociedades
são delas. de economia mista, empresas públicas e funda-
ções mantidas pelo Município manterão uma
Art. 22. Todas as pessoas têm direito, indepen- Central de Informações, destinada a colher re-
dentemente de pagamento de qualquer nature- clamações e prestar informações ao público.
za, à informação sobre o que consta a seu res-
peito, a qualquer título, nos registros ou bancos

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Parágrafo único. As empresas públicas e as VII – licença-maternidade; (Redação acres-
sociedades de economia mista disponibi- cida pela Emenda à Lei Orgânica nº 09/1994,
lizarão as suas demonstrações financeiras renumerando-se os incisos subsequentes)
anuais na internet, até o final do primeiro
quadrimestre do ano subsequente, com VIII – licença-paternidade, na forma da lei;
acesso irrestrito à população. (Redação IX – extensão, ao servidor público adotante,
acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº dos direitos que assistem ao pai e à mãe na-
44/2018) turais, na forma da lei;
X – participação em reuniões no local de
CAPÍTULO IV trabalho, na forma da lei;
DOS SERVIDORES MUNICIPAIS XI – remuneração do trabalho noturno su-
perior à do diurno;
Art. 30. Todo cidadão, no gozo de suas prerro-
gativas constitucionais, poderá prestar concurso XII – abono familiar diferenciado, inversa-
para preenchimento de cargos da administração mente proporcional ao padrão de venci-
pública municipal, na forma que a Lei estabele- mento, e complementação do salário-famí-
cer. lia na quota-parte correspondente ao nível
em que se situe o servidor não-integrante
Art. 31. São direitos dos servidores do Municí- dos quadros de provimento efetivo regidos
pio, além de outros previstos nesta Lei Orgânica, estatutariamente; (Vide Arguição de Incons-
na Constituição Federal e nas leis: titucionalidade nº 595001587)
I – padrão referencial básico, vinculativo de XIII – duração normal do trabalho não su-
todos os padrões de vencimento, nunca in- perior a seis horas diárias e trinta semanais,
ferior ao salário mínimo fixado pela União facultada a compensação de horários e a
para os trabalhadores urbanos e rurais; redução da jornada, conforme estabelecido
em lei;
II – irredutibilidade de vencimentos e salá-
rios; XIV – repouso semanal remunerado, prefe-
rencialmente aos sábados e domingos;
III – vencimento básico inicial não inferior
ao salário profissional estabelecido em le- XV – remuneração do serviço extraordiná-
gislação federal para a respectiva categoria; rio, superior, no mínimo em cinqüenta por
(Inciso declarado inconstitucional – Tribunal cento, à da hora normal;
de Justiça/RS – Acórdão de 20.05.91)
XVI – remuneração do trabalho em sába-
IV – participação de representante sindical dos, domingos, feriados e pontos facultati-
nas comissões de sindicância e inquérito vos superior, no mínimo em cem por cento,
que apurarem falta funcional; à da jornada normal, sem prejuízo da folga
compensatória; (Inciso declarado inconsti-
V – livre acesso à associação sindical;
tucional – Tribunal de Justiça/RS – Acórdão
VI – desempenho, com dispensa das ativi- de 26.11.90)
dades funcionais e sem qualquer prejuízo
XVII – gozo das férias anuais remuneradas
para sua situação funcional ou retribuição
com, pelo menos, um terço a mais do que
pecuniária, de mandato como dirigentes ou
a retribuição total e pagamento antecipado;
representantes eleitos do Sindicato dos Mu-
nicipários, mediante solicitação deste; (Inci- XVIII – recusa de execução do trabalho
so declarado inconstitucional – Tribunal de quando não houver redução dos riscos a
Justiça/RS – Acórdão de 19.11.90) ele inerentes por meio de normas de saúde,

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higiene e segurança, ou no caso de não ser Art. 34. Fixada a isonomia de vencimentos, será
fornecido o equipamento de proteção indi- vedado conceder aumento ou reajuste de ven-
vidual; cimentos ou realizar reclassificações que privi-
XIX – igualdade de retribuição pelo exercí- legiem categorias funcionais em preterição de
cio de funções idênticas e uniformidade de outras, devendo as correções ou ajustes, sem-
critérios de admissão, vedada a discrimina- pre que necessários, em razão das condições da
ção por motivo de sexo, idade, cor ou esta- execução do trabalho, ser feitos quando da revi-
do civil; são geral do sistema.

XX – adicional sobre a retribuição pecuniá- Art. 35. Os acréscimos remuneratórios por tem-
ria para atividades penosas, insalubres ou po de serviço incidirão sobre a remuneração
perigosas, na forma da lei; integral dos servidores municipais, exceto fun-
ções gratificadas e cargos em comissão não in-
XXI – auxílio-transporte, auxílio-refeição, corporados. (Artigo declarado inconstitucional
auxílio-creche e adicional por difícil acesso – Tribunal de Justiça/RS – Acórdão de 12.09.94)
ao local do trabalho, nos termos da lei; (Vide Arguição de Inconstitucionalidade nº
XXII – disponibilidade com remuneração 595001587)
integral, até adequado aproveitamento em
outro cargo, quando extinto o que ocupava Art. 36. Os vencimentos e vantagens dos cargos
ou se declarada a desnecessidade deste. e funções de atribuições iguais do Poder Legisla-
tivo não poderão ser superiores aos pagos pelo
Parágrafo Único. Ao Município, inclusive às Poder Executivo.
entidades de sua administração indireta, é
vedado qualquer ato de discriminação sin- Art. 37. Fica vedada, no Município, a instituição
dical em relação a seus servidores e empre- de gratificações, bonificações ou prêmios aos
gados, bem como influência nas respectivas servidores a título de retribuição por execução
organizações. de tarefa que constitua atribuição de cargos ou
funções.
Art. 32. Aos servidores da administração direta
e indireta que concorram a cargos eletivos, in- Parágrafo Único. A Lei assegurará, ao servi-
clusive no caso previsto no art. 24 e no de man- dor que, por um qüinqüênio completo, não
dato sindical, é garantida a estabilidade a par- houver interrompido a prestação de servi-
tir da data do registro do candidato até um ano ços ao Município e revelar assiduidade, li-
após o término do mandato, ou até cento e oi- cença-prêmio de três meses, que poderá ser
tenta dias após a publicação dos resultados em gozada, contada em dobro como tempo de
caso de não serem eleitos. serviço ou convertida em pecúnia. (Expres-
são “ou convertida em pecúnia” declarada
Parágrafo Único. Enquanto durar o manda- inconstitucional – Tribunal de Justiça/RS –
to, o órgão empregador recolherá mensal- Acórdão de 19.11.90. ADIn nº 590034336)
mente as obrigações sociais e garantirá ao
servidor ou empregado os serviços médicos Art. 38. Os servidores somente serão indicados
e previdenciários dos quais era beneficiário a participar em cursos de especialização ou ca-
antes de se eleger. pacitação técnica profissional custeados pelo
Município quando houver correlação entre o
Art. 33. O regime jurídico dos servidores da ad- conteúdo programático de tais cursos com as
ministração centralizada do Município, das autar- atribuições do cargo exercido ou outro integran-
quias e fundações por ele instituídas será único te da mesma carreira, além de conveniência
e estabelecido em estatuto, através de Lei com- para o serviço.
plementar, observados os princípios e normas da
Constituição Federal e desta Lei Orgânica. § 1º Quando sem ônus para o Município, o
servidor interessado requererá liberação.

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§ 2º Não será pontuado título de curso que b) aos trinta anos de efetivo exercício em
não guarde correlação com as atribuições funções de magistério, se professor, e vinte
do cargo. e cinco, se professora, com proventos inte-
grais;
Art. 39. O pagamento mensal da retribuição dos
servidores, dos proventos e das pensões será c) aos trinta anos de serviço, se homem, e
realizado até o último dia útil do mês a que cor- aos vinte e cinco, se mulher, com proventos
responder. proporcionais a esse tempo;
Art. 40. O décimo-terceiro salário, estipêndio, d) aos sessenta e cinco anos de idade, se
provento e pensão serão pagos até o dia 20 de homem, e aos sessenta, se mulher, com
dezembro, facultada a antecipação, na forma da proventos proporcionais ao tempo de servi-
lei. ço.
Art. 41. As obrigações pecuniárias do Municí- § 1º A Lei disporá sobre a aposentadoria em
pio para com seus servidores e pensionistas não cargos ou empregos temporários.
cumpridas até o último dia do mês da aquisição
do direito serão liquidadas com correção pelos § 2º Os proventos e pensões serão revis-
índices que forem aplicáveis para a revisão geral tos, na mesma proporção e na mesma data,
da remuneração dos servidores municipais, sem sempre que se modificar a remuneração dos
prejuízo da responsabilidade administrativa e servidores em atividade, sendo também es-
penal da autoridade que dê motivo ao atraso. tendidos aos inativos quaisquer benefícios
ou vantagens posteriormente concedidos
Art. 42. O tempo de serviço público federal, es- aos servidores em atividade, inclusive quan-
tadual e municipal prestado à administração pú- do decorrentes da transformação ou reclas-
blica direta e indireta será contado integralmen- sificação do cargo ou função em que se deu
te para fins de aposentadoria e disponibilidade. a aposentadoria.
Art. 43. O servidor será aposentado: § 3º Na contagem do tempo para a aposen-
tadoria do servidor aos trinta e cinco anos
I – por invalidez permanente, sendo os pro- de serviço, e da servidora aos trinta, o perí-
ventos integrais quando decorrente de aci- odo de exercício de atividades que assegu-
dente em serviço, moléstia profissional ou rem direito à aposentadoria especial será
doença grave, contagiosa ou incurável, es- acrescido de um sexto e de um quinto res-
pecificadas em lei, e proporcionais aos de- pectivamente.
mais casos;
Art. 44. O professor ou professora que trabalhe
II – compulsoriamente, aos setenta anos no atendimento de excepcionais poderá, a pedi-
de idade, com proventos proporcionais ao do, após vinte anos de efetivo exercício em re-
tempo de serviço; gência de classe, completar seu tempo de servi-
III – especialmente, aos vinte e cinco anos ço em outras atividades pedagógicas no ensino
de serviço, quando trabalhar em atividade público municipal, as quais serão consideradas
insalubre ou perigosa reconhecida por lei; como de efetiva regência.
(Inciso declarado inconstitucional – Tribunal Art. 45. Decorridos trinta dias da data em que
de Justiça/RS – Acórdão de 21.06.93) tiver sido protocolado o requerimento da apo-
IV – voluntariamente: sentadoria, o servidor público será considerado
em licença especial, podendo afastar-se do ser-
a) aos trinta e cinco anos de serviço, se ho- viço, salvo se antes tiver sido cientificado do in-
mem, e aos trinta, se mulher, com proven- deferimento do pedido.
tos integrais;

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Parágrafo Único. No período de licença de I – mínimo de trinta e três e máximo de


que trata este artigo, o servidor terá direito quarenta e um, até cinco milhões de habi-
à totalidade da remuneração, computando- tantes;
-se o tempo como de efetivo exercício para
todos os efeitos legais. II – mínimo de quarenta e dois e máximo de
cinquenta e cinco, acima de cinco milhões
Art. 46. Nenhum servidor poderá ser diretor de habitantes.(Redação dada pela Emenda
ou integrar conselhos de empresas fornecedo- à Lei Orgânica nº 02/1992)
ras ou prestadoras de serviços ou que realizem
qualquer contrato com o Município. § 2º A Câmara Municipal terá autonomia or-
çamentária. (Redação dada pela Emenda à
Art. 47. É assegurado aos servidores municipais Lei Orgânica nº 02/1992)
da administração direta e indireta o atendimen-
to gratuito de seus filhos de zero a seis anos de Seção II
idade em creches e pré-escolas, na forma da lei. DAS ATRIBUIÇÕES DA
Art. 48. A previdência será assegurada median- CÂMARA MUNICIPAL
te contribuição do Município e de seus servido-
Art. 51. A Câmara Municipal reunir-se-á, anual
res, nos termos da lei.
e independentemente de convocação, de 1º de
Parágrafo Único. A direção da entidade de fevereiro a 16 de julho e de 1º de agosto a 22 de
previdência será composta integralmente dezembro, salvo prorrogação ou convocação ex-
por representantes eleitos diretamente pe- traordinária, e funcionará em todos os dias úteis
los servidores municipais, cabendo ao Mu- durante a sessão legislativa, exceto aos sába-
nicípio prover o órgão de fiscalização. dos. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
nº 32/2011)
Art. 49. O Município manterá entidades de as-
sistência à saúde e previdência para seus servi- § 1º A convocação extraordinária da Câma-
dores e dependentes. ra Municipal caberá:
I – ao Prefeito Municipal;
II – ao Presidente da Câmara Municipal;
CAPÍTULO V
DA ORGANIZAÇÃO, COMPETÊNCIA III – à Comissão Representativa;
E ATRIBUIÇÕES DO PODER IV – à maioria de seus membros.
LEGISLATIVO § 2º Na sessão legislativa extraordinária,
a Câmara Municipal deliberará, exclusiva-
Seção I mente, sobre a matéria da convocação.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 3º Nas convocações extraordinárias pre-
Art. 50. O Poder Legislativo é exercido pela Câ- vistas no "caput" deste artigo, a sessão le-
mara Municipal, composta de Vereadores, re- gislativa ocorrerá sem ônus adicional para o
presentantes do povo, eleitos no Município, em Município.
pleito direto, pelo sistema proporcional.
§ 1º O número de Vereadores será estabele-
cido em Lei Complementar, observando-se
os seguintes limites:

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Art. 52. No primeiro ano de cada legislatura, II – matéria orçamentária: plano plurianual,
cuja duração coincide com a do mandato do Ve- diretrizes orçamentárias, orçamento anual,
reador, a Câmara Municipal reunir-se-á no dia operações de crédito e dívida pública;
estabelecido em lei, para dar posse aos Verea-
dores, ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, eleger sua III – planejamento urbano: planos diretores,
Mesa, a Comissão Representativa e as Comis- em especial planejamento e controle do
sões Permanentes e para indicar as lideranças parcelamento, uso e ocupação do solo;
de bancadas. (Redação dada pela Emenda à Lei IV – organização do território municipal: es-
Orgânica nº 25/2007) pecialmente divisão em distritos, observada
Art. 53. As deliberações da Câmara Municipal e a legislação estadual, e delimitação do perí-
de suas Comissões, salvo disposição em contrá- metro urbano;
rio nas Constituições Federal e Estadual e nesta V – bens imóveis municipais: concessão de
Lei Orgânica que exijam "quorum" qualificado, uso, retomada de bens cedidos às institui-
serão tomadas por maioria de votos, presente a ções filantrópicas e de utilidade pública,
maioria de seus membros. com a finalidade da prática de programas
Parágrafo Único. As deliberações serão pú- de relevante interesse social, alienação e
blicas, através de chamada nominal ou por aquisição, salvo quando se tratar de doa-
votação simbólica. ção, sem encargo, ao Município;

Art. 54. As reuniões e a administração da Câma- VI – auxílios e subvenções a terceiros;


ra Municipal serão dirigidas por Mesa eleita me- VII – convênios, contratos e atos assemelha-
diante chapa única ou cargo a cargo, com man- dos com entidades públicas ou particulares;
dato de 1 (um) ano, pela maioria absoluta dos
Vereadores. (Redação dada pela Emenda à Lei VIII – criação, transformação e extinção de
Orgânica nº 27/2008) cargos, empregos e funções públicas, e fixa-
ção da remuneração de servidores do Mu-
Art. 55. Cabe à Câmara Municipal legislar sobre nicípio, inclusive da administração indireta,
assuntos de interesse local, observadas as de- observados os parâmetros da Lei de diretri-
terminações e a hierarquia constitucional, su- zes orçamentárias;
plementarmente à legislação federal e estadual,
e fiscalizar, mediante controle externo, a admi- IX – denominação de próprios municipais,
nistração direta e indireta. vias, logradouros e equipamentos públicos,
observado o disposto no inc. VI do § 2º e
Parágrafo Único. em defesa do bem co- no § 3º do art. 58 desta Lei Orgânica. (Re-
mum, a Câmara Municipal se pronunciará dação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
sobre qualquer assunto de interesse públi- 24/2006)
co.
Art. 57. É de competência privativa da Câmara
Art. 56. Os assuntos de competência do Muni- Municipal:
cípio sobre os quais cabe à Câmara Municipal
dispor, com a sanção do Prefeito, são, especial- I – dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito,
mente: bem como declarar extintos seus mandatos
nos casos previstos em lei;
I – sistema tributário: arrecadação, distri-
buição das rendas, instituição de tributos, II – conceder licença ao Prefeito, Vice-Pre-
fixação de alíquotas, isenções e anistias fis- feito e Vereadores para afastamento do car-
cais e de débitos; go;

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III – autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a XIV – conceder título de cidadão honorário


se ausentarem do Município e do Estado, do Município;
por prazo superior a 5 (cinco) dias, ou do
País por qualquer tempo; (Redação dada XV – dispor sobre sua organização, funcio-
pela Emenda à Lei Orgânica nº 06/1993) namento e polícia, criação e transformação
de cargos, empregos e funções, e fixação da
IV – zelar pela preservação de sua compe- respectiva remuneração, observados os pa-
tência, sustando os atos normativos do Po- râmetros legais, especialmente a Lei de di-
der Executivo que exorbitem do poder regu- retrizes orçamentárias;
lamentador;
XVI – elaborar seu Regimento;
V – julgar anualmente as contas prestadas
pelo Prefeito. (Redação dada pela Emenda à XVII – eleger sua Mesa, bem como destituí-
Lei Orgânica nº 20/2004) -la;

VI – apreciar os relatórios anuais do Prefeito XVIII – deliberar sobre assuntos de sua


sobre a execução orçamentária, operações competência privativa e de sua economia
de crédito, dívida pública, aplicação das leis interna;
relativas ao planejamento urbano, à conces- XIX – representar por dois terços de seus
são ou permissão de serviços públicos, ao membros, para efeito de intervenção no
desenvolvimento dos convênios, à situação Município.
dos bens imóveis do Município, ao número
de servidores públicos e ao preenchimento Seção III
de cargos, empregos e funções, bem como DAS COMISSÕES
à política salarial;
Art. 58. A Câmara Municipal terá comissões per-
VII – apreciar os relatórios anuais de sua
manentes e temporárias, constituídas na forma
Mesa;
e com as atribuições previstas nesta Lei Orgâni-
VIII – fiscalizar e controlar diretamente os ca, no Regimento ou no ato de que resultar sua
atos do Poder Executivo, incluídos os da ad- criação.
ministração indireta;
§ 1º Na constituição de cada comissão de-
IX – solicitar informações ao Prefeito sobre verá ser observada a representação propor-
assuntos referentes à administração, ressal- cional dos partidos ou dos blocos parlamen-
vados os casos previstos nesta Lei Orgânica; tares.

X – convocar ou convidar o Prefeito, Secre- § 2º Às comissões, em razão de sua compe-


tários e Diretores de autarquias, fundações tência, caberá:
e empresas públicas, conforme o caso, res-
I – realizar reuniões com entidades da so-
ponsáveis pela administração direta ou in-
ciedade civil, bem como audiências públicas
direta, para prestarem informações sobre
determinadas em Lei;(Redação dada pela
matéria de sua competência;
Emenda à Lei Orgânica nº 27/2008)
XI – criar comissões parlamentares de in-
II – convocar Secretários e dirigentes de ór-
quérito;
gãos da administração indireta e qualquer
XII – solicitar informações aos órgãos esta- servidor público municipal para prestarem
duais, nos termos da Constituição Estadual; informações sobre assuntos inerentes a
suas atribuições;
XIII – julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os
Vereadores nos casos previstos em lei;

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III – receber petições, reclamações, repre- tadual, bem como pelos conselhos populares.
sentações ou queixas de qualquer pessoa (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
contra atos ou omissões das autoridades ou 35/2012)
entidades públicas;
§ 1º Serão fiscalizados nos termos deste
IV – solicitar depoimento de qualquer auto- artigo os órgãos e entidades da administra-
ridade ou cidadão; ção direta e indireta, bem como quaisquer
outras entidades constituídas ou mantidas
V – apreciar ou emitir parecer sobre progra- pelo Município.
mas de obras e planos de desenvolvimento.
§ 2º Prestará contas qualquer pessoa físi-
VI – discutir e votar, mediante parecer, pro- ca ou jurídica que utilize, arrecade, guar-
jetos que dispensem, na forma do Regimen- de, gerencie ou administre dinheiros, bens
to, a apreciação do Plenário, salvo se houver e valores públicos pelos quais o Município
requerimento de 1/6 (um sexto) dos mem- responda, ou que, em nome deste, assuma
bros da Casa. (Redação dada pela Emenda à obrigações de natureza pecuniária ou patri-
Lei Orgânica nº 43/2017) monial.
§ 3º REVOGADO. (Revogado pela Emenda à Art. 62. O controle externo, a cargo da Câmara
Lei Orgânica nº 43/2017) Municipal, será exercido com auxílio do Tribunal
Art. 59. As comissões parlamentares de inqué- de Contas do Estado, ao qual não poderá ser ne-
rito, que terão poderes de investigação próprios gada qualquer informação a pretexto de sigilo.
das autoridades judiciais, além de outros previs- Art. 63. Todo cidadão, partido político, asso-
tos no Regimento, serão criadas para apuração ciação ou sindicato poderá denunciar qualquer
de fato determinado e por prazo certo, median- irregularidade ou ilegalidade de que tenha co-
te requerimento de um terço dos Vereadores. nhecimento, vedado o anonimato.
Parágrafo Único. As conclusões das comis- Art. 64. Os Poderes Legislativo e Executivo man-
sões parlamentares de inquérito serão en- terão, de forma unificada, o sistema de contro-
caminhadas, se for o caso, no prazo de até le interno, com as atribuições estabelecidas no
trinta dias, ao Ministério Público. art. 74 da Constituição Federal, adaptadas ao
Art. 60. Todos os órgãos do Município têm de Município de Porto Alegre.(Redação dada pela
prestar, no prazo de quinze dias, as informações Emenda à Lei Orgânica nº 35/2012)
solicitadas por quaisquer comissões instaladas
por Vereador. Seção V
DOS VEREADORES
Seção IV
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, Art. 65. Os Vereadores são invioláveis por suas
opiniões, palavras e votos no exercício do man-
FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA dato e na circunscrição do Município.
Art. 61. A fiscalização contábil, financeira, or- Parágrafo Único. Os Vereadores não serão
çamentária, operacional e patrimonial do Mu- obrigados a testemunhar sobre informa-
nicípio de Porto Alegre, quanto à legalidade, à ções recebidas ou prestadas em razão do
moralidade, à publicidade, à impessoalidade exercício do mandato, nem sobre as pesso-
e à economicidade, será exercida pela Câmara as que lhes confiarem ou deles receberem
Municipal de Porto Alegre, mediante contro- informações.
le externo, e pelo sistema de controle interno
unificado dos Poderes Legislativo e Executivo, Art. 66. Os Vereadores não poderão:
observado o disposto na legislação federal e es-

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I – desde a expedição do diploma, firmar reador ou percepção de vantagens indevi-


ou manter contrato com pessoa jurídica de das. (* ver Resolução de Mesa da CMPA nº
direito público, sociedade de economia mis- 1319/96 (Código de Ética Parlamentar)).
ta, autarquia, empresa pública ou empresa
que preste serviço público por delegação, § 2º Nos casos dos incisos III e V, a perda do
no âmbito e em operações de crédito, sal- mandato será decidida pela Câmara Munici-
vo quando o contrato obedecer a cláusulas pal, por maioria absoluta, mediante provo-
uniformes; cação da Mesa ou de partido político repre-
sentado na Casa, assegurada ampla defesa.
II – desde a posse:
§ 3º Nos casos dos incisos I, II e IV, a per-
a) ser proprietários, controladores ou dire- da será declarada pela mesa, de ofício,
tores de empresa que goze de favor decor- mediante provocação de qualquer de seus
rente de contrato com pessoa de direito pú- membros ou de partido político representa-
blico no Município, ou nela exercer função do na Casa, assegurada ampla defesa.
remunerada;
Art. 68. Não perde o mandato o Vereador:
b) patrocinar causa em que seja interessa-
da qualquer das entidades a que se refere o I – investido em cargo de Prefeito, Secretá-
inciso I; rio Municipal, Diretor de Autarquia ou Fun-
dação, Procurador-Geral do Município, bem
c) ser titulares de mais de um cargo ou como em cargos equivalentes em âmbito
mandato público eletivo; estadual ou federal; (Redação dada pela
Emenda à Lei Orgânica nº 27/2008)
III – no exercício do mandato, votar em as-
sunto de seu particular interesse nem no de II – licenciado por motivo de doença, devi-
seus ascendentes, descendentes ou colate- damente comprovada; (Redação dada pela
rais, consangüíneos ou afins, até o segundo Emenda à Lei Orgânica nº 27/2008)
grau.
III – licenciado em razão de luto, por fale-
Art. 67. Perderá o mandato o Vereador: cimento de cônjuge, ascendentes, descen-
dentes e irmãos, até 8 (oito) dias; (Redação
I – que perder ou tiver suspensos os direitos acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
políticos; 27/2008)
II – quando o decretar a Justiça Eleitoral; IV – em licença-gestante, por 180 (cento e
III – que sofrer condenação criminal em oitenta) dias; (Redação dada pela Emenda à
sentença transitada em julgado nos delitos Lei Orgânica nº 31/2011)
que impeçam o acesso à função pública; V – em licença por adoção, quando o adota-
IV – que fixar residência fora do Município; do possuir até 9 (nove) meses de idade, por
120 (cento e vinte) dias; (Redação acrescida
V – que se utilizar do mandato para a prá- pela Emenda à Lei Orgânica nº 27/2008)
tica de atos de corrupção ou improbidade
administrativa. VI – em licença-paternidade, conforme le-
gislação federal; e (Redação acrescida pela
§ 1º Os casos incompatíveis com o decoro Emenda à Lei Orgânica nº 27/2008)
parlamentar serão definidos no Regimento,
em similaridade com o Regimento da As- VII – licenciado para, sem remuneração,
sembléia Legislativa do Estado e da Câmara tratar de interesses particulares. (Redação
dos Deputados, especialmente no que diz acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
respeito ao abuso de prerrogativas de Ve- 27/2008)

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Art. 69. Nos casos de perda de mandato regula- § 2º A emenda será promulgada pela Mesa
dos por esta Lei Orgânica e nos de legítimo im- da Câmara Municipal na sessão seguinte
pedimento, morte ou renúncia, o Vereador será àquela em que se der a aprovação, com o
substituído pelo suplente, exceto no período de respectivo número de ordem.
recesso parlamentar.(Redação dada pela Emen-
da à Lei Orgânica nº 27/2008) § 3º Não será objeto de deliberação a
emenda que vise a abolir as formas de exer-
Art. 70. Os Vereadores têm livre acesso aos ór- cício da soberania popular previstas nesta
gãos da administração direta e indireta do Mu- Lei Orgânica.
nicípio, mesmo sem prévio aviso.
Art. 74. A Lei Orgânica não poderá ser emenda-
Art. 71. O Vereador que, sem justo motivo e não da na vigência de intervenção estadual, de es-
estando em gozo de licença, deixar de compare- tado de defesa que abranger área do Município
cer às sessões da Câmara Municipal terá descon- ou de estado de sítio.
tado 1/30 avos de sua remuneração por sessão.
Seção VIII
Seção VI DAS LEIS
DO PROCESSO LEGISLATIVO
Art. 75. A iniciativa das leis ordinárias e das leis
Art. 72. O Processo Legislativo compreende a complementares cabe:
elaboração de:
I – ao Prefeito;
I – emendas à Lei Orgânica;
II – aos Vereadores;
II – leis complementares;
III – aos cidadãos, na forma e nos casos pre-
III – leis ordinárias; vistos nesta Lei Orgânica;
IV – decretos legislativos;
IV – às Comissões da Câmara Municipal; e
V – resoluções.
V – à Mesa da Câmara Municipal, nos casos
Parágrafo Único. Lei complementar disporá específicos previstos no Regimento da Câ-
sobre a elaboração, a redação, a alteração e mara Municipal.(Redação dada pela Emen-
a consolidação dos atos normativos de que da à Lei Orgânica nº 27/2008)
trata este artigo. (Redação acrescida pela
Emenda à Lei Orgânica nº 26/2008) Art. 76. Serão objeto de Lei complementar os
códigos, o estatuto dos funcionários públicos, as
Seção VII leis dos planos diretores, bem como outras ma-
DA EMENDA À LEI ORGÂNICA térias previstas nesta Lei Orgânica.
§ 1º Dos projetos de códigos e respectivas
Art. 73. A Lei Orgânica poderá ser emendada
exposições de motivos, antes de submeti-
mediante proposta:
dos à discussão da Câmara Municipal, será
I – de um terço, no mínimo, dos Vereadores; dada divulgação mais ampla possível.
II – da população, nos termos do art. 98; § 2º Os projetos de Lei complementar so-
mente serão aprovados se obtiverem maio-
III – do Prefeito Municipal. ria absoluta dos votos dos membros da
§ 1º A proposta será discutida e votada em Câmara Municipal, observados os demais
dois turnos, considerando-se aprovada se termos da votação das leis ordinárias.
obtiver, em ambos, dois terços dos votos fa-
voráveis.

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Art. 77. O projeto de lei, se aprovado, será en- Parágrafo Único. Excluem-se do disposto no
viado ao Prefeito, o qual em aquiescendo, o "caput" os projetos de iniciativa do Poder
sancionará. Executivo.
§ 1º Se o Prefeito julgar o projeto, no seu Art. 79. As resoluções e decretos legislativos far-
todo ou em parte, inconstitucional, inor- -se-ão na forma do Regimento.
gânico ou contrário ao interesse público,
vetá-lo-á total ou parcialmente, dentro de Seção IX
quinze dias úteis contados daquele em que DO PLENÁRIO E DAS DELIBERAÇÕES
o recebeu, devolvendo o projeto ou a parte
vetada ao Presidente da Câmara Municipal, Art. 80. Todos os atos da Mesa, da Presidência
dentro de quarenta e oito horas. e das comissões estão sujeitos à decisão do Ple-
nário, desde que haja recurso a este.
§ 2º O veto parcial deverá abranger o texto
integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou Art. 81. Decorrido o prazo de 45 (quarenta e
de alínea. cinco) dias do recebimento de quaisquer propo-
sições em tramitação na Câmara Municipal, seu
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o si- Presidente, a requerimento de Vereador, man-
lêncio do Prefeito importará sanção. dará incluí-las na Ordem do Dia, para serem dis-
§ 4º O veto será apreciado no prazo de trinta cutidas e votadas, independentemente de pa-
dias a contar de seu recebimento, só poden- recer, observando-se as ressalvas estabelecidas
do ser rejeitado pelo voto da maioria absolu- no Regimento da Câmara Municipal. (Redação
ta dos membros da Câmara Municipal. dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 27/2008)

§ 5º Se o veto for rejeitado, será o projeto Parágrafo Único. A proposição somente po-
enviado, para promulgação, ao Prefeito. derá ser retirada da ordem do dia se o autor
desistir do requerimento.
§ 6º Esgotado, sem deliberação, o prazo es-
tabelecido no § 4º, o veto será colocado na Art. 82. A Câmara Municipal deliberará pela
ordem do dia da sessão imediata, sobresta- maioria dos votos, presente a maioria absoluta
das as demais proposições, até sua votação dos Vereadores, salvo as exceções previstas nes-
final. ta Lei Orgânica e nos parágrafos seguintes:

§ 7º Se, nas hipóteses dos §§ 3º e 5º, a Lei § 1º Dependerá de voto favorável da maio-
não for promulgada pelo Prefeito no prazo ria absoluta dos membros da Câmara Mu-
de quarenta e oito horas, o Presidente da nicipal a aprovação das seguintes matérias:
Câmara Municipal a promulgará. I – leis complementares;
§ 8º Caso o projeto de Lei seja vetado du- II – seu Regimento;
rante o recesso da Câmara Municipal, o Pre-
feito comunicará o veto à Comissão Repre- III – criação de cargos, funções ou empregos
sentativa. públicos, aumento da remuneração, vanta-
gens, estabilidade e aposentadoria dos ser-
Art. 78. A matéria constante do projeto de Lei vidores;
rejeitado somente poderá constituir objeto de
novo projeto, na mesma sessão legislativa, me- IV – REVOGADO. (Revogado pela Emenda à
diante proposta da maioria dos membros da Lei Orgânica nº 13/1997)
Câmara Municipal ou mediante a subscrição
V – obtenção de empréstimo de particular;
de cinco por cento do eleitorado do Município,
bairro ou comunidade rural, conforme o inte- VI – concessão de serviços públicos;
resse e abrangência da proposta.

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VII – concessão de direito real de uso; II – perda do controle acionário pelo Poder
Público ou privatização de atividade que ve-
VIII – alienação de bens imóveis; nha sendo exercida por esse, direta ou indi-
IX – aquisição de bens imóveis por doação retamente.
com encargo;
X – Conselhos Municipais. (Redação acresci-
da pela Emenda à Lei Orgânica nº 30/2010) CAPÍTULO VI
§ 2º Dependerá de voto favorável de dois DA ORGANIZAÇÃO, COMPETÊNCIA E
terços dos membros da Câmara Municipal a ATRIBUIÇÕES DO PODER EXECUTIVO
aprovação das seguintes matérias:
Seção I
I – rejeição de parecer prévio do Tribunal de
Contas;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
II – cassação do mandato do Prefeito ou do Art. 85. O Município deverá organizar sua ad-
Vice-Prefeito e destituição de componentes ministração e exercer suas atividades dentro
da Mesa; de um processo de planejamento permanente,
atendendo ao interesse local e aos princípios
III – alteração dos limites do Município; técnicos adequados ao desenvolvimento inte-
grado da comunidade.
IV – alteração da denominação de próprios,
vias e logradouros públicos; (Redação acres- Parágrafo Único. Para o planejamento é ga-
cida pela Emenda à Lei Orgânica nº 13/1997, rantida a participação popular nas diversas
renumerando-se o inciso subsequente) esferas de discussão e deliberação.
V – concessão de títulos de cidadão honorá- Art. 86. O Poder Executivo definirá, em Lei com-
rio do Município; plementar, a forma como se efetivará a descen-
tralização político-administrativa que objetiva.
VI – alteração dos limites ou alteração de
regime urbanístico que compreenda a Zona Seção II
Rural do Município de Porto Alegre. (Reda-
ção acrescida pela Emenda à Lei Orgânica
DA ADVOCACIA-GERAL
nº 45/2018) Art. 87. A Advocacia-Geral do Município é ati-
Art. 83. O Presidente da Câmara Municipal ou vidade inerente ao regime de legalidade da ad-
seu substituto só terá voto na eleição da Mesa ministração pública, tendo como órgão central
ou em matérias que exigirem, para sua aprova- a Procuradoria-Geral do Município, diretamente
ção: vinculada ao Prefeito.

a) maioria absoluta; Seção III


b) dois terços dos membros da Câmara
DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA
Municipal; Art. 88. O Município instituirá o serviço público
c) o voto de desempate. de assistência jurídica, que deverá ser prestado
gratuitamente às pessoas e entidades sem re-
Art. 84. Nos cento e oitenta dias que antecedem cursos para prover, por seus próprios meios, a
o término do mandato do Prefeito, é vedada a defesa de seus direitos.
apreciação de projeto de Lei que importe:
I – alienação gratuita de bens municipais;

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Parágrafo Único. A fim de garantir a presta- Art. 92. O Prefeito poderá licenciar-se:
ção desse serviço, o Município poderá man-
ter convênios com faculdades de Direito. I – quando em serviço ou em missão de re-
presentação do Município;
Seção IV II – quando impossibilitado do exercício do
DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO cargo por motivo de doença devidamente
comprovada, ou em licença-gestante, ou
Art. 89. O Poder Executivo é exercido pelo Pre- em licença paternidade;
feito, auxiliado pelo Vice-Prefeito, pelos Secre-
tários e Diretores, e os demais responsáveis pe- III – para tratar de assunto de interesse par-
los órgãos da administração direta e indireta. ticular, sem remuneração, por período de
até sessenta dias por ano.
Parágrafo Único. É assegurada a participa-
ção popular nas decisões do Poder Executi- § 1º No caso do inciso I, o Prefeito e o Vice-
vo. -Prefeito deverão comunicar à Câmara o
seu afastamento, indicando os motivos da
Art. 90. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão viagem, o roteiro e a previsão de gastos,
posse em sessão da Câmara Municipal, prestan- ficando dispensada a aprovação quando o
do o compromisso de cumprir a Lei Orgânica e afastamento for inferior a 6 (seis) dias. (Re-
as Constituições Federal e Estadual, defenden- dação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
do a justiça social e eqüidade dos munícipes. 06/1993)
§ 1º Se, decorridos dez dias da data fixada § 2º Se o afastamento for superior a 5 (cin-
para a posse, o Prefeito ou o Vice-Prefeito, co) dias, dependerá de aprovação da Câma-
salvo motivo de força maior, não tiver as- ra, atendidas as exigências do § 1º. (Reda-
sumido o cargo, este será declarado vago. ção acrescida pela Emenda à Lei Orgânica
(Parágrafo Único transformado em § 1º pela nº 06/1993)
Emenda à Lei Orgânica nº 16/2000)
§ 3º O Prefeito licenciado nos casos dos in-
§ 2º Empossado, o Prefeito Municipal de- cisos I e II receberá a remuneração integral.
verá, num prazo de 30 (trinta) dias, enviar (§ 2º transformado em § 3º pela Emenda à
à Câmara Municipal de Porto Alegre docu- Lei Orgânica nº 06/1993)
mento firmado contendo as propostas de
governo apresentadas durante o período Art. 93. O Vice-Prefeito possui a atribuição de
eleitoral.(Redação acrescida pela Emenda à auxiliar a administração pública municipal, e por
Lei Orgânica nº 16/2000) ela será remunerado.
Art. 91. Substituirá o Prefeito, no caso de impe- Seção V
dimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice- DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO
-Prefeito.
§ 1º No caso de impedimento conjunto do Art. 94. Compete privativamente ao Prefeito:
Prefeito e do Vice-Prefeito, assumirá o car- I – nomear e exonerar os Secretários e Dire-
go o Presidente da Câmara Municipal. (Pa- tores de departamentos do Município, e os
rágrafo Único transformado em § 1º pela demais responsáveis pelos órgãos da admi-
Emenda à Lei Orgânica nº 15/1999) nistração direta, autárquica e fundacional;
§ 2º No caso de impedimento do Presidente II – sancionar, promulgar e fazer publicar as
da Câmara Municipal, assumirá o Procura- leis, e expedir decretos e regulamentos para
dor-Geral do Município.(Redação acrescida sua execução;
pela Emenda à Lei Orgânica nº 15/1999)

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III – vetar projetos de lei; XIV – propor convênios, ajustes e contratos
de interesse do Município;
IV – dispor sobre a estrutura, a organização
e o funcionamento da administração muni- XV – propor a divisão administrativa do Mu-
cipal; nicípio, de acordo com a lei;
V – prover cargos, funções e empregos mu- XVI – propor a ação direta de inconstitucio-
nicipais, e praticar os atos administrativos nalidade;
referentes aos servidores municipais, salvo
os de competência da Câmara Municipal; XVII – decretar estado de calamidade pública;

VI – apresentar anualmente relatório sobre XVIII – subscrever ou adquirir ações, e re-


o estado das obras e serviços à Câmara Mu- alizar ou aumentar capital de sociedade de
nicipal; economia mista ou de empresa pública,
desde que haja recursos hábeis, mediante
VII – promover a iniciativa de projetos de autorização da Câmara Municipal;
Lei que disponham sobre:
XIX – indicar entidades civis sem fins lucra-
a) criação e aumento da remuneração de tivos para tarefas de fiscalização, a serem
cargos, funções ou empregos públicos na exercidas em conjunto com os órgãos públi-
administração direta e autárquica; cos municipais, os quais não se eximem de
suas atribuições de fiscalização;
b) regime jurídico, provimento de cargos,
estabilidade e aposentadoria dos servidores XX – manifestar-se, dentro do prazo de trin-
públicos; ta dias, prorrogáveis, justificadamente, por
mais quinze dias, quanto à viabilidade de
c) criação e estruturação de secretarias e atendimento de proposição solicitada pela
órgãos da administração pública; Câmara Municipal através de Pedido de Pro-
VIII – prestar, dentro de trinta dias, prorro- vidências. (Redação acrescida pela Emenda
gáveis, justificadamente, por mais quinze, à Lei Orgânica nº 10/1996)
as informações solicitadas pela Câmara Mu- XXI – enviar à Câmara Municipal de Porto
nicipal, comissões municipais ou entidades Alegre, nos 60 dias que antecederem o tér-
representativas de classe ou de trabalhado- mino de seu mandato, documento firmado
res do Município referentes aos negócios do contendo a relação de todos os programas
Município; e projetos aprovados e ainda não imple-
IX – representar o Município; mentados e dos programas e projetos que
estiverem em andamento no Município de
X – contrair empréstimos, mediante prévia Porto Alegre, relativos a políticas públicas.
autorização da Câmara Municipal; (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgâ-
nica nº 28/2009)
XI – decretar desapropriação por necessida-
de ou utilidade pública, ou interesse social; XXII – apresentar, em até 90 (noventa) dias
após a data de sua posse, o Programa de
XII – administrar os bens e as rendas muni- Metas (Prometa), que compreenderá os 4
cipais, e promover o lançamento, a fiscaliza- (quatro) anos de sua gestão, devendo con-
ção e a arrecadação de tributos; ter as prioridades, os indicadores de desem-
penho e as metas quantitativas e qualitati-
XIII – propor o arrendamento, o aforamento
vas para cada um dos eixos estratégicos de
ou a alienação de próprios mediante prévia
políticas públicas estabelecidos para a Ad-
autorização da Câmara Municipal;
ministração Municipal. (Redação acrescida
pela Emenda à Lei Orgânica nº 36/2015)

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§ 1º O Prometa deverá observar as diretri- § 6º O prefeito poderá, em casos excepcio-


zes apresentadas na campanha eleitoral, os nais, proceder a alterações programáticas
programas e as ações de governo em anda- no Prometa, justificando-as por escrito e
mento, as leis orçamentárias e as delibera- com ampla divulgação pelos meios de co-
ções oriundas das assembleias do Orçamen- municação referidos no § 2º deste artigo.
to Participativo. (Redação acrescida pela (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgâ-
Emenda à Lei Orgânica nº 36/2015) nica nº 36/2015)
§ 2º O Prometa deverá ser amplamente Art. 95. O Prefeito poderá solicitar urgência nos
divulgado em meios de comunicação de projetos de Lei de sua iniciativa, caso em que
fácil acesso à população, tais como mídias deverão ser apreciados em quarenta e cinco
digital, impressa, radiofônica e televisiva, dias.
e ser publicado no Diário Oficial Eletrônico
de Porto Alegre (DOPA-e), devendo tal pu- § 1º A solicitação de urgência poderá ser
blicação ser afixada nas sedes da Prefeitu- feita em qualquer fase de andamento do
ra Municipal de Porto Alegre e da Câmara processo.
Municipal de Porto Alegre, no dia seguinte § 2º Na falta de deliberação sobre o pro-
ao término do prazo previsto no inc. XXII do jeto no prazo previsto, será ele incluído na
caput deste artigo. (Redação acrescida pela ordem do dia, sobrestada a deliberação de
Emenda à Lei Orgânica nº 36/2015) qualquer outro assunto até que se ultime a
§ 3º O Executivo Municipal promoverá, em votação.
até 30 (trinta) dias após o término do pra- § 3º O prazo de que trata este artigo será
zo referido no inc. XXII do caput deste arti- suspenso durante o recesso parlamentar.
go, audiência pública para apresentação do
Prometa. (Redação acrescida pela Emenda Seção VI
à Lei Orgânica nº 36/2015) DA RESPONSABILIDADE DO PREFEITO
§ 4º Na elaboração e na fixação dos indica-
Art. 96. São crimes de responsabilidade os atos
dores de desempenho do Prometa, conside-
do Prefeito que atentem contra a Lei Orgânica,
rar-se-ão as prioridades e as metas estabe-
as Constituições Federal e Estadual, e especial-
lecidas para cada um dos eixos estratégicos
mente contra: (Artigo suspenso devido a decla-
de políticas públicas da Administração Mu-
ração de inconstitucionalidade em decisão de-
nicipal. (Redação acrescida pela Emenda à
finitiva do Supremo Tribunal Federal, conforme
Lei Orgânica nº 36/2015)
Resolução nº 47/2005, do Senado Federal)
§ 5º O Executivo Municipal divulgará, pelo
I – a existência do Município;
menos 1 (uma) vez ao ano, os indicadores
de desempenho qualitativos e quantitativos II – o livre exercício da Câmara Municipal;
relativos à execução do Prometa, utilizan-
do meios de comunicação previstos no § 2º III – o exercício de direitos políticos, indivi-
deste artigo, assegurando a realização de duais e sociais;
audiência pública na sede da Câmara Muni- IV – a probidade da administração;
cipal de Porto Alegre, preferencialmente no
mesmo momento da apresentação do rela- V – a Lei orçamentária;
tório previsto no inc. VI do caput deste ar-
VI – o cumprimento das leis e decisões ju-
tigo.(Redação acrescida pela Emenda à Lei
diciais;
Orgânica nº 36/2015)
VII – o livre funcionamento dos conselhos
populares.

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CAPÍTULO VII § 4º Não tendo sido votado até o encerra-
DA SOBERANIA E DA PARTICIPAÇÃO mento da sessão legislativa, o projeto esta-
rá inscrito para votação na sessão seguinte
POPULAR da mesma legislatura.
Seção I § 5º Os projetos de iniciativa popular po-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS derão ser subscritos eletronicamente, por
meio da Internet. (Redação acrescida pela
Art. 97. A soberania popular se manifesta quan- Emenda à Lei Orgânica nº 29/2010)
do a todos são asseguradas condições dignas de
existência e será exercida: Art. 99. É assegurado, no âmbito municipal, o
recurso de consultas referendárias ou plebisci-
I – pelo sufrágio universal e pelo voto direto tárias sobre atos, autorizações ou concessões
e secreto, com valor igual para todos; do Poder Executivo e sobre Lei ou parte de lei,
projeto de Lei ou parte de projeto de lei, caben-
II – pelo plebiscito; do a iniciativa ao Prefeito, a dois terços dos Ve-
III – pelo referendo; readores da Câmara Municipal ou a cinco por
cento do eleitorado do Município.
IV – pela iniciativa popular;
Art. 100. Fica instituída a Tribuna Popular nas
V – pela participação popular nas decisões sessões ordinárias de segundas e quintas-feiras
do Município e no aperfeiçoamento demo- da Câmara Municipal, bem como na Praça Mon-
crático de suas instituições; tevidéu – largo fronteiro ao Paço Municipal -,
podendo dela fazer uso:(Redação dada pela
VI – pela ação fiscalizadora sobre a adminis-
Emenda à Lei Orgânica nº 27/2008)
tração pública;
I – entidades sindicais com sede em Porto
VII – pela tribuna popular.
Alegre, entidades representativas de mo-
Art. 98. A iniciativa popular, no processo legisla- radores ou outras que tenham atuação no
tivo, será tomada por cinco por cento do eleito- âmbito municipal, reconhecidas ou registra-
rado do Município, mediante apresentação de: das como tais;
I – projeto de lei; II – entidades que, mesmo não tendo cará-
ter municipal, venham a apresentar ques-
II – projeto de emenda à Lei Orgânica. tões de relevância para a população de Por-
§ 1º Quando se tratar de interesse específi- to Alegre.
co no âmbito de bairro ou distrito, a inicia- § 1º O Regimento da Câmara Municipal
tiva popular poderá ser tomada por cinco disciplinará as condições de uso da Tribu-
por cento dos eleitores inscritos ali domici- na Popular em seu respectivo âmbito. (Re-
liados. dação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
§ 2º Recebido o requerimento, a Câmara 27/2008)
Municipal verificará o cumprimento dos re- § 2º O uso da Tribuna Popular terá por fina-
quisitos dispostos neste artigo, dando-lhe lidade a veiculação de assuntos de interesse
tramitação em caráter de urgência. das entidades referidas nos incs. I e II deste
§ 3º Fica assegurado o direito de discussão artigo e com repercussão na sua comunida-
e defesa do projeto de Lei de iniciativa po- de. (Redação acrescida pela Emenda à Lei
pular, no plenário da Câmara Municipal, por Orgânica nº 27/2008)
um representante especialmente designado
pelos proponentes.

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Seção II Parágrafo Único. Os conselhos populares


DOS CONSELHOS MUNICIPAIS são instâncias regionais de discussão e ela-
boração de políticas municipais, formados
Art. 101. Os Conselhos Municipais, cujas nor- a partir de entidades representativas de to-
mas gerais são fixadas em Lei Complementar, dos os segmentos sociais da região.
são órgãos de participação direta da comuni-
dade na Administração Pública e têm por fina- Seção IV
lidade propor e fiscalizar matérias referentes a DO DIREITO DE INFORMAÇÃO
setores da Administração, bem como sobre elas
deliberar. (Redação dada pela Emenda à Lei Or- Art. 103. As entidades de âmbito municipal, ou
gânica nº 30/2010) se não o forem, com mais de três mil associa-
dos, poderão requerer a realização de audiên-
§ 1º Os Conselhos Municipais serão com- cia pública para esclarecimentos sobre projetos,
postos por representantes de: obras e outras matérias relativas à administra-
ção e ao Legislativo municipais.
I – órgãos da Administração Municipal; e
§ 1º Fica o Poder Executivo ou Poder Legis-
II – conforme a área de atuação de cada
lativo, conforme o caso, obrigado a realizar
Conselho Municipal:
a audiência pública no prazo de trinta dias a
a) entidades de moradores com atuação contar da data de entrega do requerimento.
no Município;
§ 2º A documentação relativa ao assunto da
b) entidades de classe com atuação no Mu- audiência ficará à disposição das entidades
nicípio; e movimentos da sociedade civil a contar de
dez dias da data do pedido até o momento
c) instituições públicas ou privadas com da realização da audiência.
atuação no Município; e
Art. 104. As entidades da sociedade civil, bem
d) outras organizações da sociedade ci- como qualquer cidadão poderão encaminhar
vil, desde que registradas ou reconhecidas pedido de informação ou certidão ao Poder Le-
como tais e com atuação no Município. (Re- gislativo ou ao Poder Executivo, sobre atos, con-
dação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº tratos, decisões, projetos ou quaisquer assuntos
30/2010) de interesse social, devendo tal pedido ter res-
§ 2º O Poder Legislativo terá representação posta no prazo de trinta dias ou justificativa da
nos Conselhos Municipais somente naque- impossibilidade desta.
les casos em que tal representação for con- Parágrafo Único. No caso das informações
dição para o recebimento, pelo Município, referentes ao controle ambiental realizado
de recursos transferidos por entes fede- no Município, independentemente de qual-
rais ou estaduais. (Redação acrescida pela quer solicitação que houver sido feita por
Emenda à Lei Orgânica nº 27/2008) entidades da sociedade civil ou cidadãos,
o Poder Executivo deverá divulgá-las perio-
Seção III dicamente nos meios de comunicação de
DOS CONSELHOS POPULARES massa, de acordo com a lei.
Art. 102. O Poder Público reconhecerá a exis-
tência de conselhos populares regionais, autô-
nomos, não subordinados à administração mu-
nicipal.

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CAPÍTULO VIII III – vendas a varejo de combustíveis líqui-
DA RELAÇÃO POLÍTICO- dos e gasosos, exceto óleo diesel;
ADMINISTRATIVA DO MUNICÍPIO IV – serviços de qualquer natureza não
COM A REGIÃO METROPOLITANA compreendidos na competência do Estado,
definidos em Lei complementar federal.
Art. 105. A Câmara Municipal, através de sua
Mesa, providenciará para que, no mínimo três § 1º O imposto de que trata o inciso I será
vezes durante cada sessão legislativa, sejam progressivo.
convidadas as Mesas das Câmaras Municipais § 2º Pertencem ainda ao Município a par-
da região metropolitana para se reunirem em ticipação no produto da arrecadação dos
local previamente acordado, visando à integra- tributos federais e estaduais previstos na
ção dos Municípios no que se refere a projetos e Constituição Federal e outros recursos adi-
iniciativas de interesse comum da região. cionais que lhe sejam conferidos.
Art. 106. O Município instituirá, mediante Lei Art. 109. A pessoa física ou jurídica com infra-
complementar, sua integração em região metro- ção não regularizada a qualquer dispositivo le-
politana, aglomeração urbana ou microregião. gal do Município não poderá receber benefício
ou incentivo fiscal.
TÍTULO II Parágrafo Único. O disposto no caput des-
te artigo não se aplica: (Redação dada pela
Dos Tributos, Das Finanças Emenda à Lei Orgânica nº 34/2011)
E Dos Orçamentos
I – à pessoa física, no caso de benefício fiscal
concedido relativamente ao Imposto Sobre
CAPÍTULO I a Propriedade Predial e Territorial Urbana,
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO MUNICIPAL quando renda, provento ou pensão sejam
requisitos; e (Redação dada pela Emenda à
Seção I Lei Orgânica nº 34/2011)
DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA II – à Caixa Econômica Federal e ao Fundo
de Arrendamento Residencial por ela geri-
Art. 107. Respeitados os princípios estabeleci- do, no caso de benefício fiscal concedido
dos na Constituição Federal, na Lei Orgânica, em relativamente ao Imposto sobre a transmis-
leis complementares e ordinárias, e nas demais são `inter-vivos`, por ato oneroso, de bens
normas gerais de direito tributário, são tributos imóveis e de direitos reais a eles relativos e,
municipais os impostos, as taxas e as contribui- nos casos de imóveis relativos a programas
ções de melhoria, instituídos por Lei do Municí- habitacionais de interesse social, ao Impos-
pio. to sobre Propriedade Predial e Territorial
Art. 108. Compete ao Município instituir impos- Urbana. (Redação dada pela Emenda à Lei
tos sobre: Orgânica nº 37/2015)

I – propriedade predial e territorial urbana; Art. 110. O Município deverá prestar informa-
ções ao Estado e à União, sempre que as obti-
II – transmissão "inter-vivos", a qualquer ver, com vistas a auxiliar a fiscalização tributária
título, por ato oneroso, de bens imóveis, estadual e federal a resguardar o efetivo ingres-
por natureza ou acessão física, e de direitos so de tributos nos quais tenha participação.
reais sobre imóveis, exceto os de garantia,
bem como cessão de direitos a sua aquisi-
ção;

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Seção II CAPÍTULO II
DAS LIMITAÇÕES DO DAS FINANÇAS PÚBLICAS
PODER DE TRIBUTAR
Art. 114. As rendas e disponibilidades de caixa
Art. 111. Sempre que houver discrepância, em da administração direta e indireta do Município
percentual a ser fixado em Lei complementar, serão depositadas em instituições financeiras
entre períodos consecutivos de medição dos oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
serviços cobertos por taxas ou tarifas, cabe ao Art. 115. É vedado iniciar a execução de obra
Município o ônus de comprovar que o serviço pública nos últimos cento e oitenta dias do
foi efetivamente prestado ou colocado à dispo- mandato do Prefeito, salvo se existirem recur-
sição do usuário, inclusive quanto à correção sos financeiros a ela destinados.
das medições. (Artigo regulamentado pela Lei
Complementar nº 255/1991)
Art. 112. Sem prejuízo de outras garantias asse-
guradas aos contribuintes, é vedado ao Muni- CAPÍTULO III
cípio cobrar pedágio pela utilização de vias por DOS ORÇAMENTOS
ele conservadas.
Art. 116. Leis de iniciativa do Prefeito Municipal
Art. 113. Somente mediante Lei aprovada por estabelecerão:
maioria absoluta será concedida anistia, re-
missão, isenção ou qualquer outro benefício I – o plano plurianual;
ou incentivo que envolva matéria tributária ou II – as diretrizes orçamentárias;
dilatação de prazos de pagamento de tributo e
isenção de tarifas de competência municipal. III – os orçamentos anuais.

§ 1º A Câmara Municipal deve avaliar a cada § 1º Fica garantida a participação da co-


legislatura os efeitos de disposição legal que munidade, a partir das regiões do Municí-
conceda anistia, remissão, isenção ou qual- pio, nas etapas de elaboração, definição e
quer outro tipo de benefício ou incentivo acompanhamento da execução do plano
que envolva matéria tributária. plurianual, de diretrizes orçamentárias e do
orçamento anual.
§ 2º Os direitos deferidos neste artigo terão
por princípio a transparência da concessão, § 2º A Lei que instituir o plano plurianual
devendo a Câmara Municipal publicar pe- estabelecerá as diretrizes, objetivos e metas
riodicamente a relação de beneficiários de da administração pública municipal direta e
incentivos, respectivos montantes, a justifi- indireta para as despesas de capital e outras
cação do ato concessivo e o prazo do bene- delas decorrentes, e para as relativas aos
fício. programas de duração continuada.

§ 3º Os benefícios a que se refere este arti- § 3º As leis de diretrizes orçamentárias, em


go, excluídas as imunidades, serão concedi- número que o Poder Executivo julgar ne-
dos por prazo determinado. cessário, compreenderão as metas e prio-
ridades da administração pública municipal
§ 4º Ficam estendidas às entidades de cul- direta e indireta, incluídas as despesas de
tura, recreativas, de lazer e esportivas, sem capital, orientarão a elaboração da Lei orça-
fins lucrativos, as imunidades consagradas mentária anual e disporão sobre a política
no art. 150, VI, "c", da Constituição Federal. tributária e tarifária para o exercício subse-
qüente.

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§ 4º As despesas com publicidade de Art. 119. O Poder Executivo publicará, até vinte
quaisquer órgãos da administração direta e oito dias após o encerramento de cada mês,
e indireta deverão ser objeto de dotação relatório de execução orçamentária dos órgãos
orçamentária própria, sendo vedada sua da administração direta e indireta, e da Câma-
suplementação nos últimos cento e oitenta ra Municipal, nele devendo constar, no mínimo,
dias de cada legislatura, salvo se o conteúdo as receitas e despesas orçadas e realizadas no
da divulgação for previamente autorizado mês, e o acumulado até o mês objeto da publi-
pelo Poder Legislativo. cação, bem como a previsão para o ano.
§ 5º A Lei orçamentária anual não conterá § 1º O Poder Executivo deverá encaminhar
dispositivo estranho à previsão da receita e à Câmara Municipal, bimestralmente, de-
à fixação da despesa, não se incluindo nesta monstrativo de fluxo de caixa dos órgãos da
proibição autorização para: administração direta e indireta.
I – abertura de créditos suplementares; § 2º Anualmente, as contas do Município
II – contratação de operações de crédito, relativas aos balanços das administrações
ainda que por antecipação de receita, nos direta e indireta, inclusive a das fundações,
termos da lei. ficarão à disposição do público a partir da
data estabelecida para sua apresentação à
§ 6º As leis orçamentárias referidas nes- Câmara Municipal.
te artigo deverão incorporar, dentro dos
respectivos prazos legais, as prioridades, § 3º As contas de que trata o parágrafo an-
os indicadores de desempenho e as metas terior, bem como o relatório anual sobre
quantitativas e qualitativas estabelecidos assuntos municipais serão encaminhados
no Prometa, em conformidade com o inc. pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo,
XXII do caput do art. 94 desta Lei Orgânica. até sessenta dias após o início da sessão le-
(Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgâ- gislativa do exercício subseqüente.
nica nº 36/2015) § 4º O Poder Executivo deverá realizar pe-
riodicamente audiências públicas de presta-
Art. 117. Os orçamentos anuais serão os seguin- ção de contas da execução orçamentária e
tes: apreciação de propostas referentes à aplica-
I – o orçamento da administração direta; ção dos recursos orçamentários.
II – os orçamentos das autarquias munici- § 5º As contas do Município ficarão, durante
pais; 30 (trinta) dias, anualmente, à disposição de
qualquer contribuinte para exame e apre-
III – os orçamentos das fundações mantidas ciação, o qual poderá questionar sua legiti-
pelo Município; midade. (Redação acrescida pela Emenda à
IV – a consolidação dos orçamentos previs- Lei Orgânica nº 11/1997)
tos nos incisos I, II e III deste artigo.
§ 6º A exposição das contas será feita nas
Art. 118. Acompanham os orçamentos anuais: dependências da Câmara Municipal de Por-
to Alegre, em horário a ser estabelecido
I – os orçamentos de investimentos das em-
pela Comissão de Economia, Finanças e Or-
presas públicas e das de economia mista
çamento, que designará, também, pessoa
nas quais o Município detenha a maioria do
autorizada para prestar informações aos in-
capital social com direito a voto;
teressados. (Redação acrescida pela Emen-
II – o demonstrativo dos efeitos sobre as re- da à Lei Orgânica nº 11/1997) (Denomina-
ceitas e despesas decorrentes de isenções ção atual conforme Regimento da CMPA:
e outros benefícios de natureza financeira, Comissão de Economia, Finanças, Orçamen-
tributária e tarifária. to e do Mercosul)

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§ 7º Caberá à mencionada Comissão rece- III – emitir parecer sobre projetos de Lei
ber eventuais petições apresentadas atra- ordinária ou complementar, inclusive suas
vés do Protocolo Geral e dar parecer sobre emendas, que tratem de matéria financeira.
as alegações recebidas, informando, poste-
riormente, aos interessados, os resultados § 2º As emendas ao projeto de Lei do orça-
apurados. (Redação acrescida pela Emenda mento anual ou aos projetos que o modifi-
à Lei Orgânica nº 11/1997) quem somente podem ser aprovadas caso:

§ 8º Até 48 (quarenta e oito) horas antes da I – sejam compatíveis com o plano plurianu-
exposição das contas, a Mesa Diretora fará al e com as leis de diretrizes orçamentárias;
publicar Edital na imprensa, que notificará II – indiquem os recursos necessários, admi-
horário e local em que as mesmas poderão tidos apenas os provenientes de anulação
ser vistas. (Redação acrescida pela Emenda de despesas, excluídas as que incidam so-
à Lei Orgânica nº 11/1997) bre:
§ 9º Do Edital constará menção sucinta a a) dotações para pessoal e respectivos en-
estas disposições da Lei Orgânica. (Redação cargos;
acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
11/1997) b) serviço de dívida;

Art. 120. Não será admitido aumento da despe- III – sejam relacionadas;
sa prevista:
a) com a correção de erros ou omissões;
I – nos projetos de iniciativa exclusiva do
b) com os dispositivos do texto do projeto
Prefeito Municipal, ressalvado o disposto
de lei.
no art. 121, § 2º;
§ 3º Durante o período de pauta regimental,
II – nos projetos sobre organização dos ser-
poderão ser apresentadas emendas popula-
viços administrativos da Câmara Municipal.
res aos projetos de Lei do plano plurianual,
Art. 121. Os projetos de Lei relativos ao plano de diretrizes orçamentárias e do orçamento
plurianual, às diretrizes orçamentárias, aos or- anual, desde que firmadas por, no mínimo,
çamentos anuais e aos créditos adicionais serão trezentos eleitores ou encaminhadas por
apreciados pela Comissão de Finanças e Orça- três entidades representativas da socieda-
mento da Câmara Municipal. (Denominação de, observado o disposto no parágrafo an-
atual conforme Regimento da CMPA: Comissão terior.
de Economia, Finanças, Orçamento e do Merco-
§ 4º As emendas de que trata o parágrafo
sul)
anterior, quando apresentadas por entida-
§ 1º Caberá à Comissão de Finanças e Orça- des, tendo por objeto obras públicas, não
mento, dentre outras atribuições previstas poderão ser apreciadas se contiverem mais
no Regimento: (Denominação atual confor- de uma obra, ou se a mesma entidade for
me Regimento da CMPA: Comissão de Eco- signatária de diversas emendas, salvo se os
nomia, Finanças, Orçamento e do Mercosul) recursos totais para atendê-las não ultra-
passarem a meio por cento da dotação da
I – examinar e emitir parecer sobre os pro- despesa fixada no orçamento de que trata o
jetos referidos neste artigo e sobre as con- inciso I do art. 117.
tas apresentadas anualmente pelo Prefeito;
§ 5º Os recursos que, em decorrência de
II – exercer o acompanhamento e fiscaliza- veto, emenda ou rejeição do projeto de Lei
ção orçamentária, sem prejuízo das demais orçamentária anual, ficarem sem despesas
comissões da Câmara Municipal; correspondentes poderão ser utilizados,

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conforme o caso, mediante créditos espe- III – a realização de operações de crédito
ciais ou suplementares, com prévia e espe- que excedam o montante das despesas de
cífica autorização legislativa. capital, ressalvadas as autorizadas median-
te créditos suplementares ou especiais com
§ 6º Os projetos de Lei do plano plurianual, finalidade precisa aprovados pelo Poder Le-
dos orçamentos anuais e de diretrizes orça- gislativo por maioria absoluta;
mentárias serão enviados à Câmara Munici-
pal nos seguintes prazos: IV – a vinculação de receita de impostos
municipais e de transferências oriundas de
I – o projeto de lei do plano plurianual até impostos federais e estaduais a órgão, res-
5 de junho do primeiro ano do mandato do salvada a prestação de garantias às opera-
Prefeito; ções de crédito por antecipação de receita,
II – o projeto de lei de diretrizes orçamentá- conforme o art. 116, § 5º;
rias até 20 de agosto de cada ano; V – a abertura de crédito suplementar ou
III – os projetos de lei dos orçamentos anu- especial sem prévia autorização legislativa e
ais até 15 de outubro, devendo ser votados sem indicação dos recursos corresponden-
até o dia 5 de dezembro.(Redação dada pela tes;
Emenda à Lei Orgânica nº 22/2005) VI – a transposição, o remanejamento ou a
§ 7º Os projetos de Lei de que trata o pa- transferência de recursos de uma categoria
rágrafo anterior deverão ser encaminhados de programação para outra ou de um órgão
para sanção nos seguintes prazos: para outro, sem prévia autorização legisla-
tiva;
I – o projeto de lei do plano plurianual até
15 de agosto do primeiro ano do mandato VII – a concessão ou utilização de créditos
do Prefeito; ilimitados;

II – o projeto de lei de diretrizes orçamentá- VIII – a utilização, sem autorização legisla-


rias até 10 de outubro de cada ano; tiva específica, de recursos do orçamento
previsto no art. 117, I, para suprir necessi-
III – os projetos de lei dos orçamentos anu- dade ou cobrir déficit de empresas, funda-
ais até 15 de dezembro de cada ano. (Re- ções e fundos;
dação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
22/2005) IX – a instituição de fundos de qualquer na-
tureza, sem prévia autorização legislativa;
§ 8º Aplicam-se aos projetos mencionados
neste artigo, no em que não contrariarem o X – a concessão de qualquer vantagem ou
disposto neste capítulo, as demais normas aumento de remuneração, e a criação de
relativas ao processo legislativo. cargos ou a alteração de estrutura de car-
reiras, bem como a admissão de pessoal, a
Art. 122. São vedados: qualquer título, pelos órgãos e entidades da
administração direta e indireta, salvo:
I – o início de programas ou projetos não in-
cluídos na Lei orçamentária anual; a) se houver prévia dotação orçamentária
suficiente para atender às projeções de des-
II – a realização de despesas ou a assunção
pesa de pessoal e os acréscimos dela decor-
de obrigações diretas que excedam os cré-
rentes;
ditos orçamentários ou adicionais;
b) se houver autorização específica na Lei
de diretrizes orçamentárias;

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XI – a concessão de subvenções ou auxílios Art. 124. Os recursos correspondentes às dota-


financeiros do Poder Público à pessoa jurí- ções orçamentárias, compreendidos os créditos
dica de direito privado com fins lucrativos; suplementares e especiais, destinados à Câma-
ra Municipal serão entregues até o dia dez de
XII – dotações orçamentárias, para fins de cada mês, em quotas correspondentes a um
distribuição de auxílios e subvenções a en- duodécimo.
tidades, exceto àquelas reconhecidas como
de utilidade pública; Art. 125. Ficam os Poderes Executivo e Legislati-
vo obrigados a publicar bimestralmente as des-
XIII – os empenhos, no último mês de man- pesas com publicidade e propaganda pagas, a
dato do Prefeito, maiores do que o duodé- relação de agências contratadas e os veículos de
cimo da despesa prevista no orçamento em comunicação social utilizados.
vigor, acrescido dos créditos adicionais auto-
rizados no exercício, salvo as dotações des- § 1º Ficam incluídas na obrigação explicita-
tinadas ao pagamento da folha de pessoal e da neste artigo as despesas do Poder Exe-
dos encargos sociais dela decorrentes; cutivo e da Câmara Municipal com jornais
próprios, boletins e outras formas de publi-
XIV – a dotação orçamentária para fins de cidade e propaganda impressa, eletrônica,
distribuição de auxílios e subvenções a car- cinematográfica e audiovisual, produzidas e
go de Vereador. executadas por terceiros ou por órgãos da
§ 1º Nenhum investimento cuja execução administração direta e indireta.
ultrapasse um exercício financeiro poderá § 2º Ficam proibidas a publicidade e a pro-
ser iniciado sem prévia inclusão no plano paganda de órgão da administração direta
plurianual, ou sem Lei que autorize sua in- e indireta fora do Município, seja qual for o
clusão, sob pena de responsabilidade. objetivo, exceto aquelas referente a ativida-
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários de turística.
terão vigência no exercício financeiro em § 3º As campanhas publicitárias da adminis-
que forem autorizados, salvo se o ato de au- tração direta e indireta sobre obras, interes-
torização for promulgado nos últimos qua- ses e prestação de serviços à comunidade
tro meses daquele exercício, caso em que, que objetivem a promoção do bem público,
reabertos nos limites dos respectivos sal- deverão reger-se pelos princípios da legali-
dos, serão incorporados ao orçamento do dade, ética, moralidade e impessoalidade.
exercício financeiro subseqüente.
§ 4º A publicidade dos atos, programas,
Art. 123. No caso de calamidade pública, para obras e serviços, bem como as campanhas
atender despesas imprevisíveis e urgentes, o dos órgãos referidos no parágrafo anterior,
Prefeito Municipal poderá abrir créditos adicio- mesmo que não custeadas diretamente por
nais extraordinários com força de lei, devendo eles, deverão revestir-se de caráter educati-
submetê-los, no prazo de dez dias, à Câmara vo, informativo, orientativo e social, vedado
Municipal, que, estando em recesso, será con- o uso de símbolos, expressões, nomes ou
vocada extraordinariamente. imagens que caracterizem promoção pesso-
Parágrafo Único. A medida que abrir cré- al.
ditos extraordinários perderá sua eficácia § 5º As campanhas de divulgação publicitá-
desde a edição se não for convertida em Lei ria serão suspensas noventa dias antes das
no prazo de vinte dias a contar da data de eleições municipais.
sua publicação, devendo a Câmara Munici-
pal disciplinar as relações jurídicas dela de-
correntes.

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§ 6º As empresas estatais que sofrem con- comercialização e de distribuição de bens e ser-
corrência de mercado deverão restringir viços oriundos da criatividade humana e da apli-
sua publicidade a seu objetivo social, não cação de capital intelectual.
estando sujeitas ao determinado nos pará-
grafos anteriores deste artigo. § 1º Serão valorizados, protegidos e promo-
vidos os bens e os serviços mencionados no
§ 7º Verificada a violação do disposto nes- caput deste artigo, sendo respeitada a di-
te artigo, caberá à Câmara Municipal, por versidade das expressões culturais.
maioria absoluta, determinar a suspensão
imediata da propaganda e publicidade. (Pa- § 2º Serão instituídos programas e proje-
rágrafo declarado inconstitucional – Tribu- tos de apoio aos setores criativos, aos seus
nal de Justiça/RS – Acórdão de 14.12.92) profissionais e aos seus empreendedores,
visando ao fortalecimento dos micro e dos
§ 8º O não-cumprimento do disposto neste pequenos empreendimentos criativos.
artigo implicará crime de responsabilidade,
sem prejuízo da suspensão da propaganda § 3º Serão incentivados os planos e as ações
ou publicidade e da instauração imediata de voltados à economia criativa que fomentem
procedimento administrativo para apuração a participação de indivíduos, de associações
do ilícito. e de entidades que manifestem o interesse
nessa área.
§ 4º Será promovida, em órgão público e
TÍTULO III instituições privadas a articulação da inser-
ção da temática da economia criativa no
Da Ordem Econômica âmbito de suas atuações.
§ 5º Serão formuladas e apoiadas as ações
voltadas à formação de profissionais e de
CAPÍTULO I empreendedores criativos, além da qualifi-
cação da cadeia produtiva.
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DAS
ATIVIDADES ECONÔMICAS § 6º Será promovida a captação de ideias
para a solução de problemas do Município
Art. 126. Os interesses da iniciativa privada não de Porto Alegre, assim como para a geração
podem sobrepor-se aos da coletividade. de novas oportunidades de negócios e pro-
jetos. (Redação acrescida pela Emenda à Lei
Art. 127. Os planos que expressam a política Orgânica nº 41/2016)
de desenvolvimento econômico do Município
terão o objetivo de promover a melhoria da Art. 128. Na organização de sua economia, além
qualidade de vida da população, a geração de dos princípios previstos nas Constituições Fede-
empregos, a distribuição eqüitativa da riqueza ral e Estadual, o Município zelará pelos seguin-
produzida, a preservação do meio ambiente, o tes:
uso da propriedade fundiária segundo sua fun-
I – proteção do meio ambiente e ordenação
ção social e o desenvolvimento social e econô-
territorial;
mico.
II – integração, no sentido de garantir a se-
Art. 127-A. O Município de Porto Alegre incen-
gurança social, das ações do Município com
tivará a economia criativa, mediante planos
as da União e do Estado destinadas a tornar
e ações que fomentem a formulação, a imple-
efetivos os direitos ao trabalho, à educação,
mentação e a articulação das ações relaciona-
à cultura, ao desporto, ao lazer, à saúde, à
das ao processo de criação, de produção, de
habitação e à assistência social;

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III – estímulo à participação da comunidade CAPÍTULO II


através de suas organizações representati- DA POLÍTICA AGRÍCOLA E
vas;
DE ABASTECIMENTO
IV – preferência aos projetos de cunho co-
munitário nos financiamentos públicos e in- Art. 132. O Município, dentro dos princípios de
centivos fiscais; sua organização econômica, planejará e execu-
tará política de incentivo à produção agrícola,
V – proibição de incentivos fiscais ou de bem como programas de abastecimento popu-
qualquer outra natureza a atividades que lar.
gerem significativos problemas ambientais,
comprovados através de estudos de impac- Art. 133. As atividades de fomento e pesquisa
to ambiental; tecnológica, na área agrícola, deverão estar vol-
tadas para o incentivo à agricultura ecológica.
VI – integração do planejamento e dos es-
tudos com a região metropolitana em pro- Art. 134. Todo aquele que utilizar o solo ou o
gramas de interesse conjunto, respeitado o subsolo somente poderá manter suas atividades
interesse do Município; quando evitar prejuízo ao solo agrícola, sendo
responsabilizado pelos danos que resultarem da
VII – convivência harmônica entre a iniciati- referida atividade.
va privada e a economia pública, cabendo a
esta a função de regular a atividade econô-
mica;
CAPÍTULO III
VIII – incentivo ao desenvolvimento das mi-
croempresas. DO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO
E TECNOLÓGICO
Art. 129. O Município, através de lei, definirá
normas de incentivo ao investimento e à fixa- Art. 135. O Município instituirá política de ciên-
ção de atividades econômicas em seu território, cia e tecnologia, destinando-lhe recursos orça-
estimulando as formas associativas e cooperati- mentários próprios, com vistas à promoção de
vas, assim como as pequenas e microunidades estudos, pesquisas e outras atividades nesse
econômicas e as empresas que, em seus estatu- campo.
tos estabeleçam a participação dos trabalhado-
res nos lucros e, por eleição direta, participação Art. 136 Incumbe ao Poder Executivo manter
na sua gestão. banco de dados com estatísticas, diagnóstico fí-
sico, territorial e outras informações relativas às
Art. 130. Incumbe ao Poder Executivo, na forma atividades comerciais, industriais e de serviços,
da lei, a prestação de serviços públicos, direta- destinando-se a servir de suporte para as ações
mente ou através de licitação, sob regime de de planejamento e desenvolvimento.
concessão ou permissão, devendo, através de
fiscalização permanente, garantir-lhes a quali-
dade.
Art. 131. O Município organizará sistemas e pro-
gramas de prevenção e socorro para casos de
calamidade pública, devendo constituir fundo
contábil para atender as necessidades de defesa
civil.

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CAPÍTULO IV III – implementação de ações que visem
DO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL, ao permanente controle de qualidade dos
bens e serviços turísticos;
COMERCIAL E DE SERVIÇOS
IV – medidas específicas para o desenvolvi-
Seção I mento dos recursos humanos para o setor;
DOS PRINCÍPIOS GERAIS V – elaboração sistemática de pesquisas so-
Art. 137. O Município elaborará política de de- bre oferta e demanda turística, com análise
senvolvimento comercial, industrial e de ser- dos fatores de oscilação do mercado;
viços, mediante planos, projetos e outras me- VI – fomento ao intercâmbio permanente
didas que visem ao incentivo e apoio daquelas com outras cidades e com o exterior; VII –
atividades. construção de albergues populares.
Art. 138. Somente será licenciada para funcio- Art. 141. A denominação de qualquer evento
namento a atividade comercial ou industrial turístico com o adjetivo "municipal" exigirá au-
que preencha requisitos essenciais de saúde, torização prévia do Poder Executivo.
segurança, higiene e condições ambientais.
Seção III
Art. 139. A renovação dos alvarás de permissão
dar-se-á na forma da legislação de posturas e DO TRANSPORTE URBANO E DO
ficará condicionada ao recadastramento e re- TRÂNSITO
novação da documentação comprobatórios dos
requisitos necessários a cada permissão. Art. 142. O transporte coletivo é serviço público
de caráter essencial e deverá ser estruturado de
Seção II acordo com os seguintes princípios:
DO TURISMO I – atendimento a toda a população;
Art. 140. O Município instituirá política de tu- II – qualidade do serviço prestado à popu-
rismo, definindo as diretrizes a observar nas lação segundo critérios estabelecidos pelo
ações públicas e privadas que visem a promo- Poder Público;
vê-lo e incentivá-lo como forma de desenvolvi-
mento. (Artigo regulamentado pelo Decreto nº III – redução da poluição ambiental em to-
12.218/1999) das as suas formas;

Parágrafo Único. Para o cumprimento do IV – desenvolvimento pleno de todas as tec-


disposto neste artigo o Poder Executivo pro- nologias disponíveis, que se adaptem às ca-
moverá: racterísticas da cidade;

I – inventário e regulamentação do uso, V – integração entre os diferentes meios de


ocupação e fruição dos bens naturais e cul- transporte e implantação dos equipamen-
turais de interesse turístico; tos de apoio.

II – infra-estrutura básica necessária à prá- Art. 143. O transporte remunerado de passagei-


tica do turismo, apoiando e realizando os ros, coletivo ou individual, de qualquer nature-
investimentos na produção, criação e quali- za, é serviço público sujeito ao controle e fiscali-
ficação dos empreendimentos, equipamen- zação dos órgãos próprios do Município.
tos e instalações ou serviços turísticos; Art. 144. Toda alteração no transporte coletivo
dentro dos limites do Município, com qualquer
fim ou objetivo, dependerá de aprovação prévia
do Poder Executivo.

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Parágrafo Único. Aplicam-se as disposições Art. 150. Sofrerão penalidades de multa até cas-
deste artigo aos transportes urbano, inte- sação do alvará de instalação e funcionamento
rurbano, interestadual e intermunicipal. os estabelecimentos de pessoas físicas ou jurí-
dicas que, no território do Município, pratiquem
Art. 145. É dever do Município assegurar tarifa ato de discriminação racial; de gênero; por
do transporte compatível com o poder aquisiti- orientação sexual, étnica ou religiosa; em ra-
vo da população e com a manutenção do equi- zão de nascimento; de idade; de estado civil; de
líbrio econômico-financeiro do sistema com vis- trabalho rural ou urbano; de filosofia ou convic-
tas a garantir-lhe a qualidade e a eficiência. ção política; de deficiência física, imunológica,
Art. 146. Cargas de alto risco somente poderão sensorial ou mental; de cumprimento de pena;
ser transportadas na zona urbana após vistoria cor ou em razão de qualquer particularidade ou
e licença, observadas as necessárias medidas de condição. (Redação dada pela Emenda à Lei Or-
segurança. gânica nº 08/1994)
Art. 151. O Município, juntamente com órgãos
e instituições estaduais e federais, criará meca-
TÍTULO IV nismos para coibir a violência doméstica, insti-
tuindo serviços de apoio integral às mulheres e
Da Ordem Social E Cidadania crianças vítimas dessa violência.
Art. 151-A. O Executivo Municipal, anualmente,
na primeira quinzena do mês de março, prestará
CAPÍTULO I contas à Câmara Municipal acerca das ações e
dos programas desenvolvidos no exercício ante-
DOS DIREITOS E GARANTIAS DOS
rior relacionados à:
MUNÍCIPES E DO EXERCÍCIO DA
CIDADANIA I – proteção de mulheres e de crianças víti-
mas de violência;
Seção I II – prevenção e ao combate à violência con-
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES tra a mulher; e

Art. 147. O Município deve promover, nos ter- III – promoção dos direitos da mulher.
mos das Constituições Federal e Estadual, e da
Parágrafo Único. Na prestação de contas re-
Lei Orgânica, o direito à cidadania, à educação,
ferida no caput deste artigo, serão discrimi-
à saúde, ao trabalho, ao lazer, ao usufruto dos
nados, para cada ação e para cada progra-
bens culturais, à segurança, à previdência so-
ma:
cial, à proteção da maternidade e da infância, à
assistência aos desamparados, ao transporte, à I – as metas estabelecidas;
habitação e ao meio ambiente equilibrado.
II – o orçamento previsto;
Art. 148. O Município não embaraçará o funcio-
namento de cultos, igrejas e o exercício do direi- III – a execução orçamentária; e
to de manifestação cultural coletiva. IV – o público atingido, quantificado por:
Art. 149. Os munícipes têm direito de apresen- a) idade;
tar, na forma da lei, sugestões, reclamações,
denúncias ou outros tipos de manifestação re- b) etnia; e
ferentes a quaisquer órgãos da administração
c) localização regional. (Redação acrescida
direta e indireta do Município, objetivando-lhes
pela Emenda à Lei Orgânica nº 39/2016)
o melhor funcionamento.

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Art. 152. São direitos constitutivos da cidadania: III – prestação, atendimento e orientação
ao consumidor, através do órgão de execu-
I – livre organização política para o exercício ção especializado.
da soberania;
II – liberdade de expressar e defender, indi- Seção III
vidual ou coletivamente, opiniões e interes- DA SEGURANÇA
ses;
Art. 156. A sociedade participará de conselho
III – prerrogativa de tornar pública reivindi- próprio para encaminhamento e solução dos
cações mediante organização de manifesta- problemas atinentes à segurança pública, na
ções populares em logradouros públicos e forma da lei.
afixação de cartazes e reprodução de "con-
signas" em locais previamente destinados Seção IV
pelo Poder Público; DA SAÚDE
IV – prerrogativa de utilização gratuita dos Art. 157. A saúde é direito de todos e dever do
próprios municipais para a realização de as- Poder Público, cabendo ao Município, com a co-
sembléias populares. operação da União e do Estado, prover as condi-
ções indispensáveis a sua promoção, proteção e
Seção II recuperação.
DA DEFESA DO CONSUMIDOR
§ 1º O dever do Município de garantir a saú-
Art. 153. O Município promoverá ação sistemá- de consiste na formulação e na execução de
tica de proteção ao consumidor, mediante pro- políticas econômicas e sociais que visem à
gramas específicos. eliminação dos riscos de doenças e outros
agravos, bem como no estabelecimento de
Art. 154. É dever do Poder Executivo auxiliar condições específicas que assegurem aces-
na organização de sistemas de abastecimento so universal às ações e aos serviços de saú-
popular e estimular a criação de estruturas co- de, os quais deverão ser prestados 24 (vinte
letivas ou cooperativas de produção, comercia- e quatro) horas por dia, todos os dias, nas
lização e consumo, prioritariamente nas comu- unidades básicas, nas unidades de pronto
nidades carentes do Município. atendimento, nos centros de atendimento e
Art. 155. A política econômica de consumo será nos hospitais. (Redação dada pela Emenda
planejada e executada pelo Poder Público, com à Lei Orgânica nº 42/2016)
a participação de entidades representativas do § 2º O dever do Município não exclui o ine-
consumidor e de trabalhadores dos setores de rente a cada pessoa, à família e à sociedade,
produção, industrialização, comercialização, ar- bem como às instituições e empresas, espe-
mazenamento, serviços e transportes, atenden- cialmente as que possam criar riscos e da-
do, especialmente, aos seguintes princípios: nos à saúde do indivíduo e da coletividade.
I – integração em programas estaduais e fe- Art. 158. O Município promoverá, em conjunto
derais de defesa do consumidor; com a União e o Estado:
II – favorecimento de meios que possibili- I – condições dignas de trabalho, sanea-
tem ao consumidor o exercício do direito à mento, moradia, alimentação, educação,
informação, à escolha e à defesa de seus in- transporte e lazer;
teresses econômicos;
II – respeito ao meio ambiente e controle da
poluição ambiental;

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III – acesso universal e igualitário dos habitan- § 1º As instituições privadas poderão par-
tes do Município às ações e serviços de pro- ticipar de forma suplementar do Sistema
moção, proteção e recuperação da saúde; Único de Saúde, no âmbito do Município,
mediante contrato de direito público, tendo
IV – acesso à terra e aos meios de produção. preferência as entidades filantrópicas e as
Art. 159. As ações e serviços públicos de saúde sem fins lucrativos.
e os serviços privados contratados ou convenia- § 2º É vedada a cobrança ao usuário pela
dos que integram o Sistema Único de Saúde são prestação de serviços de assistência à saú-
desenvolvidos de acordo com os seguintes prin- de mantidos pelo Município ou de serviços
cípios e diretrizes: contratados ou conveniados pelo Sistema
I – universalidade e eqüidade no acesso aos Único de Saúde.
serviços de saúde, respeitada a autonomia § 3º As instituições privadas de saúde fi-
das pessoas e excluídos preconceitos e pri- carão sob controle do Poder Público, nas
vilégios de qualquer espécie; questões de controle de qualidade e de in-
II – integralidade na prestação das ações pre- formação, e de registros de atendimento,
ventivas, curativas e reabilitadoras, adequa- conforme os códigos sanitários nacional, es-
das às diversas realidades epidemiológicas; tadual e municipal, e as normas do Sistema
Único de Saúde.
III – integração das ações de saúde individu-
ais, coletivas e de saúde do trabalhador; § 4º A instalação de quaisquer novos ser-
viços públicos de saúde deve ser discutida
IV – direito do indivíduo de obter informa- e aprovada no âmbito do Sistema Único de
ções e esclarecimentos sobre assuntos per- Saúde e do Conselho Municipal de Saúde,
tinentes à promoção, proteção e recupera- levando-se em consideração a demanda,
ção de sua saúde e da coletividade; cobertura, distribuição geográfica, grau de
complexidade e articulação do sistema.
V – utilização de método epidemiológico
como parâmetro no estabelecimento de Art. 161. São competências do Município, no
prioridades, na orientação programática e âmbito de sua esfera de ação, exercidas com a
na alocação de recursos; cooperação da União e do Estado, por meio de
órgão próprio:
VI – integração, em nível executivo, das
ações de saúde, meio ambiente e sanea- I – direção do Sistema Único de Saúde no
mento básico; Município;
VII – descentralização político-administrati- II – prestação de serviços de atendimento à
va da gestão dos serviços, assegurada am- saúde da população;
pla participação da população;
III – formulação e implantação da política
VIII – fomento à pesquisa, ao ensino e ao de recursos humanos na área da saúde, na
aprimoramento científico, tecnológico e de esfera municipal, de acordo com a política
recursos humanos no desenvolvimento da nacional e estadual de recursos humanos
área de saúde. em saúde, e observados os princípios de
isonomia, incentivo à dedicação exclusiva e
Art. 160. As ações e serviços de saúde são de
tempo integral, piso salarial nacional e ad-
relevância pública, cabendo ao Município sua
missão somente através de concurso públi-
normatização e controle, devendo a execução
co;
ser feita, preferencialmente, através de serviços
públicos e, suplementarmente, através de servi-
ços de terceiros.

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IV – elaboração e atualização do plano mu- XIV – complementação das normas con-
nicipal de saúde; cernentes às relações com o setor privado
e com serviços públicos, e à celebração de
V – administração do Fundo Municipal de contratos e convênios com serviços priva-
Saúde; dos e públicos;
VI – compatibilização e complementação XV – organização da assistência à saúde,
das normas técnicas do Ministério da Saúde com alocação de recursos técnicos e práti-
e da Secretaria de Estado da Saúde; cas de saúde adequados à realidade epide-
VII – planejamento e execução das ações miológica local, observados os princípios de
de: regionalização e hierarquização;

a) controle das condições e dos ambientes XVI – estabelecimento de normas, critérios


de trabalho, e dos problemas de saúde com e padrões de coleta, processamento, arma-
eles relacionados; zenamento e transfusão de sangue humano
e seus derivados, garantindo a qualidade
b) vigilância sanitária e epidemiológica, e destes produtos durante todo o processo,
de saúde do trabalhador; vedado qualquer tipo de comercialização,
estimulando a doação e propiciando infor-
c) controle do meio ambiente e do sane-
mações e acompanhamento aos doadores;
amento básico, em articulação com os de-
mais órgãos governamentais e Municípios XVII – estímulo à formação da consciência
da Região; pública voltada à preservação da saúde e do
meio ambiente.
VIII – elaboração e atualização da proposta
orçamentária do Sistema Único de Saúde no XVIII – controle e fiscalização de qualquer
Município; atividade e serviço que envolvam risco à
saúde, à segurança ou ao bem-estar físico
IX – implementação do sistema de informa-
e psíquico do indivíduo e da coletividade,
ções de saúde;
bem como ao ambiente natural;
X – divulgação de informações quanto ao
XIX – regulamentação, controle e fiscaliza-
potencial dos serviços de saúde e sua utili-
ção dos serviços públicos e suplementares
zação pelo usuário;
de saúde e serviço social;
XI – fornecimento de recursos educacionais
XX – acompanhamento, avaliação e divulga-
que assegurem o exercício do direito ao
ção dos indicadores de saúde;
planejamento familiar, facilitando o acesso
à informação e a métodos contraceptivos, XXI – desenvolvimento de ações específicas
bem como a livre decisão da mulher, do ho- de prevenção e manutenção de serviços pú-
mem ou do casal tanto para exercer a pro- blicos de atendimento especializado e gra-
criação como para evitá-la; tuito para crianças, adolescentes e idosos,
portadores de deficiência física, mental,
XII – normatização e execução da política
sensorial ou múltipla;
nacional de insumos e equipamentos para
a saúde; XXII – colaboração na vigilância sanitária de
portos e aeroportos.
XIII – execução dos programas e projetos
estratégicos para o atendimento das prio- Art. 162. Fica expressamente vedada, nos ser-
ridades nacionais, estaduais e municipais, viços de saúde, no âmbito do Município, qual-
bem como de situações emergenciais; quer experimentação de substâncias, drogas ou
meios anticoncepcionais que atentem contra a

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saúde, não sejam de pleno conhecimento dos extracurriculares, visando à prestação de assis-
usuários nem sofram a fiscalização do Poder tência preventiva e curativa à população, con-
Executivo e dos órgãos representativos da po- forme dispuser a lei.
pulação.
Art. 167. O órgão que integrar o Sistema Único
Art. 163. Será garantido pelo Município, através de Saúde em nível municipal deverá criar setor
de sua rede de saúde pública ou em convênio específico para tratar da saúde ocupacional dos
com o Estado e a União, o atendimento à prática trabalhadores, responsável pelo cadastramento
de abortamento legalmente previsto pela legis- e fiscalização de instalações comerciais, indus-
lação federal. triais e de serviços que envolvam risco à saúde
ocupacional do trabalhador, conforme regula-
Parágrafo Único. O atendimento será reali- mentação da Lei municipal.
zado de acordo com os procedimentos mé-
dico-hospitalares exigidos para o caso, sem Art. 168. Ao Município, na forma da lei, com-
qualquer tipo de discriminação. pete supletivamente estabelecer condições
que estimulem a doação de órgãos, tecidos e
Art. 164. O Sistema Único de Saúde, no âmbito substâncias humanas para fins de transplante,
do Município, será financiado com recursos or- pesquisa e tratamento, vedada sua comerciali-
çamentários do Município, do Estado, da União, zação.
da seguridade social, além dos provenientes de
outras fontes. Seção V
§ 1º O conjunto dos recursos destinados DA ASSISTÊNCIA E
às ações e serviços de saúde no Município AÇÃO COMUNITÁRIAS
constitui o Fundo Municipal de Saúde, na
forma da lei. Art. 169. A assistência social, enquanto direito
do cidadão e dever do Estado, é a política so-
§ 2º O montante das despesas com saúde cial que provê, a quem necessitar, benefícios e
não será inferior a treze por cento das des- serviços para o acesso a renda mínima e o aten-
pesas globais do orçamento anual do Muni- dimento das necessidades humanas básicas his-
cípio, excluídas do cálculo as transferências toricamente determinadas.
da União e do Estado referentes ao Sistema
Único de Saúde. Art. 170. É beneficiário da assistência social
todo cidadão em situação de incapacidade ou
Art. 165. Na gestão do Sistema Único de Saúde, impedimento permanente ou temporário, por
o gerenciamento dos serviços de saúde deve razões sociais, pessoais ou de calamidade públi-
seguir critérios de compromisso com o caráter ca, de prover para si e sua família ou de ter por
público desses serviços e da eficácia em seu de- ela provido o acesso a renda mínima e aos servi-
sempenho. ços sociais básicos.
§ 1º A avaliação será feita pelos órgãos cole- Art. 171. Compete ao Município:
giados deliberativos.
I – formular a política de assistência social
§ 2º Aos proprietários, administradores e em articulação com a política nacional e es-
dirigentes de entidades ou serviços contra- tadual, resguardadas as especificidades lo-
tados é vedado exercer cargo de chefia ou cais;
função de confiança no Sistema Único de
Saúde. II – coordenar e executar os programas de
assistência social, através de órgão específi-
Art. 166. O Município poderá realizar convênios co, a partir da realidade e das reivindicações
com instituições de ensino para participação da população;
dos alunos destas em atividades curriculares e

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III – legislar e estabelecer normas sobre ma- V – atenção especial às crianças e adoles-
térias de natureza financeira, política e pro- centes em estado de miserabilidade, ex-
gramática da área de assistência social; plorados sexualmente, doentes mentais,
órfãos, abandonados e vítimas de violência.
IV – planejar, coordenar, executar, controlar,
fiscalizar e avaliar a prestação de serviços e Art. 174. Compete à política municipal de assis-
benefícios; tência:
V – gerir os recursos orçamentários pró- I – dar prioridade às pessoas com menos de
prios, bem como aqueles repassados por quatorze e mais de sessenta anos em todos
outra esfera de governo para a área de as- os programas de natureza social;
sistência social, respeitados os dispositivos
legais vigentes; II – garantir a assistência à criança e ao ado-
lescente abandonados, proporcionando os
VI – instituir mecanismos de participação meios adequados a sua manutenção, edu-
popular que propiciem a definição das prio- cação, encaminhamento a emprego e inte-
ridades e a fiscalização e o controle das gração na sociedade;
ações desenvolvidas na área de assistência
social. III – estabelecer programas de assistência
aos idosos portadores, ou não, de defici-
Art. 172. Os investimentos na área de assistên- ência, com o objetivo de proporcionar-lhes
cia social serão, prioritariamente, aplicados em segurança econômica, defesa da dignidade
programas de cunho coletivo e que promovam e bem-estar, prevenção de doenças e inte-
a emancipação progressiva dos usuários. gração e participação ativa na comunidade;
Art. 173. A política municipal de assistência IV – manter casas-albergues para idosos,
obedecerá aos seguintes preceitos: mendigos, crianças e adolescentes abando-
nados, portadores, ou não, de deficiências,
I – criação de programas de prevenção e sem lar ou família, aos quais se darão as
atendimento especializado à criança e ao condições de bem-estar e dignidade huma-
adolescente; na;
II – criação de programas de promoção de V – estimular a criação de centros e grupos
integração social, de preparo para o traba- de convivência de idosos junto às comuni-
lho, de acesso facilitado aos bens e serviços dades, buscando, para isso, apoio das enti-
e à escola, e de atendimento especializado dades organizadas;
para crianças e adolescentes portadores de
deficiência física, sensorial, mental ou múl- VI – estimular opções de participação do
tipla; idoso no mercado de trabalho.
III – execução de programas que priorizem o Art. 175. O órgão colegiado municipal encarre-
atendimento no ambiente familiar e comu- gado da política de combate ao uso de entorpe-
nitário; centes, com estrutura, composição e dotação
orçamentária definidas em lei, tem por objetivo
IV – obrigatoriedade de quadro técnico res- formular as diretrizes da educação preventiva e
ponsável em todos os órgãos com atuação a assistência e recuperação dos dependentes de
nesses programas e estabelecimento de substâncias entorpecentes ou que determinem
convênios com entidade estadual para pres- dependência física ou psíquica.
tação de serviço técnico especializado, de
forma itinerante, às crianças portadoras de
deficiências;

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Seção VI Art. 178. O ensino religioso, de matrícula facul-


DA EDUCAÇÃO tativa constituirá disciplina dos horários normais
das escolas públicas de ensino fundamental,
Art. 176. A educação, direito de todos e dever sendo oferecido segundo as opções confessio-
do Estado, da família e da sociedade, terá por nais manifestadas por alunos e ministrado por
base os princípios da democracia e da justiça professores designados pelas respectivas igre-
social, da liberdade de expressão, da solidarie- jas, sem ônus para os cofres públicos.
dade e do respeito aos direitos humanos e ao Art. 179. O sistema municipal de ensino com-
meio ambiente, pautar-se-á no trabalho como preende as instituições de educação pré-esco-
fundamento da existência social, dignidade e lar, as de ensino fundamental e as de ensino
bem-estar universais, e visará aos seguintes fins: médio mantidas e administradas pelo Município
I – o exercício de uma cidadania compro- e pelos órgãos e serviços municipais de caráter
metida com a transformação social livre normativo e de apoio técnico.
de qualquer preconceito e discriminação, § 1º O Município atuará prioritariamente
contrária a todas as formas de exploração, na educação pré-escolar e no ensino fun-
opressão e desrespeito aos outros homens, damental, atendendo a demanda dentro de
à natureza e ao patrimônio cultural da hu- suas condições orçamentárias.
manidade;
§ 2º As escolas municipais deverão ser pro-
II – o preparo do cidadão para a reflexão, a vidas de meios para que, progressivamente,
compreensão e a crítica da realidade social, funcionem em turno integral, consideradas
tendo o trabalho como princípio educativo, as condições necessárias ao desenvolvimen-
mediante o acesso à cultura e aos conheci- to do processo educacional. (Redação dada
mentos científicos, tecnológicos e artísticos pela Emenda à Lei Orgânica nº 40/2016)
historicamente acumulados.
§ 3º O Município participará, em conjunto
Art. 177. O ensino público municipal será minis- com o Estado e a União, de programas de
trado com base nos seguintes princípios: alfabetização e universalização do ensino
I – igualdade de condições para o acesso à fundamental, e no atendimento aos porta-
escola e a permanência nela; dores de deficiência física, sensorial e men-
tal, e aos superdotados.
II – liberdade de aprender, ensinar, pesqui-
sar e divulgar o pensamento, a arte e o sa- § 4º As escolas públicas municipais somen-
ber humanos, sem qualquer discriminação te poderão reprovar aluno em nível de alfa-
à pessoa; betização, até a segunda série do primeiro
grau, após análise e avaliação pelo corpo
III – pluralismo de idéias e de concepções docente e direção, precedida de parecer do
pedagógicas; Serviço de Orientação Educacional.
IV – gratuidade nos estabelecimentos ofi- Art. 180. A Lei estabelecerá plano municipal de
ciais; educação, de duração plurianual, em consonân-
V – valorização dos profissionais do ensino; cia com os planos nacional e estadual de educa-
ção, visando à articulação e ao desenvolvimen-
VI – gestão democrática; to do ensino nos diversos níveis, e à integração
das ações desenvolvidas pelo Poder Público que
VII – garantia de padrão de qualidade; conduzam à:
VIII – respeito ao conhecimento e à experi- I – alfabetização;
ência extra-escolar do aluno.

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II – universalização do atendimento escolar; petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos
fluidos, conforme o disposto em legislação es-
III – melhoria da qualidade do ensino; pecífica, serão aplicados na área da educação,
IV – formação para o trabalho; no montante de 75% (setenta e cinco por cen-
to), e na área da saúde, no montante de 25%
V – promoção humanística, científica e tec- (vinte e cinco por cento), somando-se aos recur-
nológica; sos vinculados nos termos do disposto no caput
do art. 183 desta Lei Orgânica. (Redação acresci-
VI – prestação de atendimento aos portado-
da pela Emenda à Lei Orgânica nº 38/2016)
res de deficiência, superdotados e talento-
sos. Parágrafo único. Na aplicação dos recursos
referidos no caput deste artigo, serão im-
Art. 181. É assegurado aos pais, professores,
plementadas ações articuladas com as áre-
alunos e funcionários organizarem-se em todos
as de desporto e cultura. (Redação acresci-
os estabelecimentos de ensino municipal, atra-
da pela Emenda à Lei Orgânica nº 38/2016)
vés de associações, grêmios e outras formas.
Art. 184. A quota municipal do salário-educação
Parágrafo Único. Será responsabilizada a
ficará em conta especial, sob administração di-
autoridade educacional que embaraçar ou
reta do órgão responsável pela educação.
impedir a organização ou o funcionamento
das entidades referidas neste artigo. Art. 185. É vedada às direções, aos conselhos de
pais e mestres e aos conselhos escolares de es-
Art. 182. As escolas públicas municipais conta-
colas públicas municipais a cobrança de taxas e
rão com conselhos escolares, constituídos pela
contribuições para manutenção e conservação
direção da escola e representantes dos segmen-
das escolas.
tos da comunidade escolar, com funções consul-
tiva, deliberativa e fiscalizadora, na forma da lei. Art. 186. O Município complementará o ensi-
no fundamental ministrado nas escolas muni-
Art. 183. O Município nunca aplicará menos de
cipais com programas permanentes e gratuitos
trinta por cento da receita resultante de impos-
de transporte, alimentação, assistência à saúde,
tos, nela compreendida a proveniente de trans-
atividades culturais e esportivas, e materiais di-
ferências da União e do Estado, na manutenção
dáticos.
e desenvolvimento do ensino público municipal.
Parágrafo Único. Os programas de que trata
§ 1º O montante mínimo de doze por cento
o "caput" deste artigo serão mantidos com
de todos os recursos destinados à educação
recursos financeiros específicos que não os
será aplicado na educação especial dirigida
destinados à manutenção e desenvolvimen-
aos alunos portadores de deficiência física,
to do ensino e serão desenvolvidos com re-
sensorial, mental ou múltipla, aos superdo-
cursos dos respectivos órgãos da adminis-
tados e aos talentosos.
tração pública municipal.
§ 2º O Município promoverá, no mínimo
Art. 187. O Município promoverá, em coopera-
trimestralmente, transferência de verbas
ção com a União, o Estado e entidades sociais,
às escolas públicas municipais, garantindo-
o atendimento, em creches e pré-escolas, às
-lhes autonomia de gestão financeira, atra-
crianças de zero a seis anos portadoras, ou não,
vés de sua competência para o ordena-
de deficiências.
mento e execução de gastos rotineiros de
manutenção e custeio. § 1º O Município promoverá anualmente
programas orçamentários de creches públi-
Art. 183-A. Os recursos provenientes da União
cas e de auxílio às associações de comuni-
a título de distribuição da participação especial
dades que as mantêm, observados, para a
e dos royalties decorrentes da exploração de

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destinação de recursos, os critérios de efeti- IX – aperfeiçoamento profissional continua-


va carência e a organização coletiva dos res- do, com licenciamento periódico, sem pre-
ponsáveis comunitários. juízo salarial.
§ 2º Nas escolas públicas municipais dar-se- Seção VII
-á, obrigatoriamente, atendimento ao pré- DO DESPORTO
-escolar.
§ 3º A atividade de implantação, controle e Art. 191. É dever do Município fomentar e am-
supervisão de creches e pré-escolas fica a parar o desporto, o lazer e a recreação, como di-
cargo dos órgãos responsáveis pela educa- reito de todos, mediante:
ção e saúde. I – criação, ampliação, manutenção e con-
Art. 188. Os serviços de atuação técnico-peda- servação das áreas esportivas, recreativas
gógica do órgão responsável pela educação con- e de lazer, e dos espaços de manifestação
tarão, em cada área específica, com um mem- cultural coletiva, com orientação técnica
bro eleito pelos professores municipais, sendo competente para o desenvolvimento dessas
que o regimento eleitoral será definido pela ca- atividades e tendo como princípio básico a
tegoria, em conjunto com a administração. preservação das áreas verdes;

Art. 189. Os estabelecimentos de ensino deve- II – garantia do acesso da comunidade às


rão ter um regimento elaborado pela comunida- instalações de esporte e lazer das escolas
de escolar, homologado pelo conselho da escola públicas municipais, sob orientação de pro-
e submetido a posterior aprovação do Conselho fissionais habilitados, em horários e dias em
Municipal de Educação. que não se prejudique a prática pedagógica
formal;
Art. 190. O Município promoverá a valorização
dos profissionais da educação, através de plano III – sujeição dos estabelecimentos espe-
de carreira que assegure: cializados em atividades de educação física,
esportes e recreação a registro, supervisão
I – ingresso exclusivamente por concurso e orientação normativa do Município, na
público de provas e títulos; forma da lei.
II – piso salarial profissional; Art. 192. As áreas de lazer do Município são in-
III – regime jurídico único; tocáveis, não podendo ser cedidas, vendidas,
emprestadas ou alugadas sob qualquer pretex-
IV – progressão funcional e salarial; to, ficando proibida sua utilização para outro
V – liberação de tempo para estudo, duran- fim.
te a jornada normal, no local de trabalho;
Seção VIII
VI – aposentadoria voluntária integral nos
termos da Constituição Federal; DA CULTURA
VII – remuneração do trabalho noturno su- Art. 193. O Município estimulará a cultura em
perior ao diurno em até cem por cento e re- suas múltiplas manifestações, garantindo o ple-
dução da carga horária regular sem prejuízo no e efetivo exercício dos respectivos direitos,
salarial; bem como o acesso a suas fontes, apoiando e
incentivando a produção, a valorização e a difu-
VIII – política de incentivos e remuneração
são das manifestações culturais, especialmente
adicional de até cem por cento para os pro-
as de origem local e as relacionadas aos seg-
fessores que trabalhem em área de difícil
mentos populares.
acesso;

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Art. 194. O Município criará e apoiará mecanis- § 5º O Plano Diretor de Desenvolvimento
mos de preservação dos valores culturais das Urbano disporá, necessariamente, sobre a
diversas etnias presentes em Porto Alegre, asse- proteção do patrimônio histórico e cultural.
gurando-lhes também a participação igualitária (Denominação atual conforme Lei Comple-
e pluralista nas atividades educacionais. mentar nº 434/99: Plano Diretor de Desen-
volvimento Urbano Ambiental)
Art. 195. Constituem direitos culturais garanti-
dos pelo Município: Art. 197. As entidades da administração des-
centralizada do Município sujeitas a tributos
I – liberdade de criação e expressão artísti- federais, quando a Lei facultar a destinação de
cas; parte destes a título de incentivo fiscal, deverão
II – acesso à educação artística e ao desen- aplicá-los nas instituições dos diversos segmen-
volvimento da criatividade, principalmente tos da produção cultural vinculados ao órgão
nos estabelecimentos de ensino, nas esco- municipal responsável pela cultura, sob pena de
las de arte, nos centros culturais e espaços responsabilidade, sem prejuízo da dotação or-
de associações de bairros; çamentária à cultura.

III – amplo acesso a todas as formas de ex- Art. 198. O sistema municipal de cultura e lazer
pressão cultural; visa à integração da política cultural do Municí-
pio e tem por função:
IV – apoio e incentivo à produção, difusão e
circulação dos bens culturais; I – estabelecer diretrizes operacionais e
prioridades para o desenvolvimento cultu-
V – acesso ao patrimônio cultural do Muni- ral do Município;
cípio;
II – integrar ações governamentais na área
VI – as feiras de artesanato e de artes plásti- das artes e do lazer cultural.
cas, e os espaços de livre expressão artística
popular. Art. 199. Os recursos destinados à cultura serão
democraticamente aplicados dentro de uma vi-
Art. 196. O Município, com a colaboração da são social abrangente, valorizando as manifes-
comunidade, protegerá o patrimônio cultural e tações autênticas de cultura popular, a par da
histórico por meio de inventários, registros, vigi- universalização da cultura erudita.
lância, tombamentos, desapropriações e outras
formas de acautelamento e preservação. Seção IX
§ 1º O Município complementará o proce- DA QUESTÃO INDÍGENA
dimento administrativo do tombamento, na (Redação acrescida pela
forma da lei. Emenda à Lei Orgânica nº 12/1997)

§ 2º Os danos e ameaças ao patrimônio cul- Art. 200. O Município promoverá e incentivará


tural serão punidos na forma da lei. formas de valorização e proteção da cultura in-
dígena, de suas tradições, dos usos, dos costu-
§ 3º As instituições públicas municipais ocu- mes e da religiosidade, assegurando-lhes o di-
parão preferencialmente prédios tomba- reito a sua autonomia e organização social.
dos, desde que não haja ofensa a sua pre-
servação. § 1º O Poder Público estabelecerá projetos
especiais com vistas a valorizar a cultura in-
§ 4º Os prédios tombados utilizados em dígena como parte da vida cultural do Mu-
atividades ou serviço de acesso ao público nicípio.
deverão manter em exposição seu acervo
histórico.

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§ 2º Cabe ao Poder Público e à coletividade do meio ambiente com a finalidade de alcançar


apoiar as sociedades indígenas na organiza- a melhoria da qualidade de vida e incrementar
ção de programas de estudos e pesquisas o bem-estar da população.
de suas formas de expressão cultural, de
acordo com os interesses dessas sociedades § 1º A política de desenvolvimento urbano
e garantindo-lhes a propriedade do seu pa- e preservação do meio ambiente terá por
trimônio cultural. objetivo o pleno desenvolvimento social da
cidade e o atendimento das necessidades
§ 3º Fica vedada, no Município de Porto Ale- da população.
gre, qualquer forma de deturpação externa
da cultura indígena, violência às comunida- § 2º A função social da cidade é compreen-
des ou a seus membros, bem como sua uti- dida como direito de acesso de todo cida-
lização para fins de exploração. dão às condições básicas de vida.

§ 4º Ficam asseguradas às comunidades § 3º O desenvolvimento urbano consubs-


indígenas, proteção e assistência social, tancia-se em:
sócio-econômica e de saúde prestadas pelo I – promover o crescimento urbano de for-
Poder Público Municipal, através de políti- ma harmônica com seus aspectos físicos,
cas públicas adequadas às suas especificida- econômicos, sociais, culturais e administra-
des culturais. tivos;
§ 5º O Município garantirá às comunidades II – atender as necessidades básicas da po-
indígenas o ensino regular, ministrado de pulação;
forma intercultural e bilíngüe, no dialeto
indígena da comunidade e em português, III – manter o patrimônio ambiental do Mu-
respeitando, valorizando e resgatando seus nicípio, através da preservação ecológica,
métodos próprios de aprendizagem de sua paisagística e cultural;
língua e tradição cultural.
IV – promover a ação governamental de for-
§ 6º O Município promoverá e valorizará as ma integrada;
sociedades indígenas no sistema público de
V – assegurar a participação popular no
ensino municipal.(Redação acrescida pela
processo de planejamento;
Emenda à Lei Orgânica nº 12/1997, renu-
merando-se os artigos subsequentes) VI – ordenar o uso e ocupação do solo do
Município, em consonância com a função
social da propriedade;
TÍTULO V VII – promover a democratização da ocupa-
ção, uso e posse do solo urbano;
Do Desenvolvimento Urbano
E Do Meio Ambiente VIII – promover a integração e complemen-
tariedade das atividades metropolitanas,
urbanas e rurais;
IX – promover a criação de espaços públicos
CAPÍTULO I para a realização cultural coletiva.
DA POLÍTICA E REFORMA URBANAS
Art. 202. São instrumentos do desenvolvimento
Art. 201. O Município, através dos Poderes Exe- urbano, a serem definidos em lei:
cutivo e Legislativo, e da comunidade, promo-
verá o desenvolvimento urbano e a preservação I – os planos diretores;

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II – o Fundo Municipal de Desenvolvimento I – tributários e financeiros:
Urbano;
a) Imposto Predial e Territorial Urbano pro-
III – o plano plurianual de investimentos, gressivo;
a Lei de diretrizes orçamentárias e o orça-
mento anual; b) taxas diferenciadas por zonas, segundo
os serviços públicos;
IV – o sistema cartográfico municipal e a
atualização permanente do cadastro de c) contribuição de melhoria;
imóveis; d) incentivos e benefícios fiscais e financei-
V – os conselhos municipais; ros;

VI – os códigos municipais; e) banco de terra;

VII – o solo criado; f) fundos especiais;

VIII – o banco de terra; II – jurídicos:

IX – a regionalização e descentralização ad- a) discriminação de terras públicas;


ministrativa; b) desapropriação por interesse social ou
X – os planos e projetos de iniciativa da co- utilidade pública;
munidade. c) parcelamento ou edificação compulsó-
Art. 203. Para assegurar as funções sociais da rios;
cidade e da propriedade, o Poder Público pro- d) servidão administrativa;
moverá e exigirá do proprietário, conforme a le-
gislação, a adoção de medidas que visem a dire- e) restrição administrativa;
cionar a propriedade de forma a assegurar:
f) inventários, registros e tombamentos de
I – a democratização do uso, ocupação e imóveis;
posse do solo urbano;
g) declaração de área de preservação ou
II – a justa distribuição dos benefícios e ônus proteção ambiental;
decorrentes do processo de urbanização;
h) medidas previstas no art. 182, § 4º, da
III – a adequação do direito de construir às Constituição Federal;
normas urbanísticas;
i) concessão do direito real de uso;
IV – meio ambiente ecologicamente equili-
j) usucapião especial, nos termos do art.
brado, como bem de uso comum do povo,
183 da Constituição Federal;
essencial à sadia qualidade de vida, pre-
servando e restaurando os processos eco- l) solo criado;
lógicos, provendo o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas, e controlando a III – administrativos:
produção, a comercialização e o empre- a) reserva de áreas para utilização pública;
go de técnicas, métodos e substâncias que
comportem risco para a qualidade de vida. b) licença para construir;

Art. 204. Para os fins previstos no artigo ante- c) autorização para parcelamento do solo;
rior o Município usará, entre outros, os seguin-
tes instrumentos:

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d) regularização fundiária; (Redação para o cumprimento das funções sociais da


acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº propriedade, estabelecendo prazos e proce-
04/1993) dimentos para a aplicação do disposto nos
incisos I, II e III.
IV – políticos:
Art. 206. Toda área urbana de propriedade par-
a) planejamento urbano; ticular que, por qualquer motivo, permaneça
b) participação popular; sem o uso social previsto na política urbana, nos
termos da Constituição Federal, é suscetível de
V – outros previstos em lei. desapropriação, com vistas a sua integração nas
funções sociais da cidade.
Art. 205. A propriedade do solo urbano deverá
cumprir sua função social, atendendo às dispo- § 1º Anualmente, o Poder Executivo enca-
sições estabelecidas no Plano Diretor de Desen- minhará à Câmara Municipal projeto de
volvimento Urbano, preservando os aspectos Lei identificando as áreas de urbanização e
ambientais, naturais e histórico-culturais, e não ocupação prioritárias.
comprometendo a infra-estrutura urbana e o
sistema viário. (Denominação atual conforme § 2º ficam excluídos do disposto neste arti-
Lei Complementar nº 434/99: Plano Diretor de go:
Desenvolvimento Urbano Ambiental) I – terrenos com áreas de até quatrocentos
§ 1º O Município, mediante lei, exigirá do metros quadrados situados em zonas resi-
proprietário do solo urbano não-edificado, denciais, os quais sejam a única proprieda-
subutilizado, não-utilizado ou que compro- de urbana;
mete as condições da infra-estrutura ur- II – áreas caracterizadas como sendo de
bana e o sistema viário, que promova seu preservação ambiental ou cultural.
adequado aproveitamento ou correção do
agravamento das condições urbanas, sob Art. 207. A alienação do imóvel posterior à data
pena, sucessivamente, de: da notificação não interrompe o prazo fixado
para o parcelamento e edificação compulsórios.
I – parcelamento ou edificação compulsó-
rios; Art. 208. O estabelecimento de diretrizes e nor-
mas relativas ao desenvolvimento urbano deve-
II – imposto sobre a propriedade predial e rá assegurar:
territorial urbana progressivo no tempo;
I – a urbanização, a regularização e a titu-
III – desapropriação com pagamento me- lação das áreas faveladas e de baixa renda,
diante títulos da dívida pública de emissão sem remoção de moradores, exceto em si-
previamente aprovada pelo Senado Fede- tuação de risco de vida ou à saúde, ou em
ral, com prazo de resgate de até dez anos, caso de excedentes populacionais que não
em parcelas anuais, iguais e sucessivas, as- permitam condições dignas à existência,
segurados o valor real da indenização e os quando poderão ser transferidos, median-
juros legais. te prévia consulta às populações atingidas,
§ 2º O direito de propriedade territorial para área próxima, em local onde o acesso a
urbana não pressupõe o de construir, cujo equipamentos e serviços não sofra prejuízo,
exercício deverá ser autorizado pelo Poder no reassentamento, em relação à área ocu-
Executivo, segundo critérios estabelecidos pada originariamente;
em lei. II – a regularização dos loteamentos irre-
§ 3º A Lei municipal de que trata o § 1º gulares, clandestinos, abandonados e não-
deste artigo definirá parâmetros e critérios -titulados;

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III – a participação ativa das respectivas en- VII – ordenar o uso e ocupação do solo em
tidades comunitárias no estudo, encami- consonância com a função social da pro-
nhamento e solução dos problemas; priedade.
IV – a manutenção das áreas de exploração Art. 210. O Poder Executivo fica obrigado, na
agrícola e pecuária, e o estímulo a estas ati- forma da lei, a introduzir critérios ecológicos em
vidades primárias; todos os níveis de seu planejamento político,
econômico, social e de incentivo à moderniza-
V – a preservação, a proteção e a recupera- ção tecnológica.
ção do meio ambiente e do patrimônio pai-
sagístico e cultural; Art. 211. O Município, dentro de seus planos de
desenvolvimento e de obras, priorizará a utili-
VI – a criação de áreas de especial interesse zação de fontes de energia alternativa, não po-
urbanístico, social, ambiental, turístico e de luentes, bem como de tecnologias poupadoras
utilização pública. de energia.

CAPÍTULO II CAPÍTULO III


DO PLANEJAMENTO E DA GESTÃO DO PLANO DIRETOR DE
DEMOCRÁTICA DESENVOLVIMENTO URBANO
Art. 209. São objetivos gerais do planejamento (DENOMINAÇÃO ATUAL
do desenvolvimento, em consonância com a le- CONFORME LEI COMPLEMENTAR
gislação federal e estadual: Nº 434/99: PLANO DIRETOR DE
I – promover a ordenação do crescimento DESENVOLVIMENTO URBANO
do Município em seus aspectos físicos, eco- AMBIENTAL)
nômicos, sociais, culturais e administrati-
vos; Art. 212. O Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano é peça fundamental da gestão do Mu-
II – aproveitar plenamente os recursos ad- nicípio e tem por objetivo definir diretrizes para
ministrativos, financeiros, naturais, cultu- a execução de programas que visem à redução
rais e comunitários; da segregação das funções urbanas e ao acesso
III – atender as necessidades e carências da população ao solo, à habitação e aos serviços
básicas da população quanto às funções de públicos, observados os seguintes princípios:
habitação, trabalho, lazer e cultura, circula- (Artigo regulamentado pela Lei Complementar
ção, saúde, abastecimento e convívio com a nº 315/1994)
natureza; I – determinação dos limites físicos, em todo
IV – proteger o meio ambiente e preservar o território municipal, das áreas urbanas,
o patrimônio paisagístico e cultural do Mu- de expansão urbana e rurais e das reservas
nicípio; ambientais, com as seguintes medidas:

V – integrar a ação municipal com a dos ór- a) delimitação das áreas impróprias à ocu-
gãos e entidades federais, estaduais e me- pação urbana, por suas características geo-
tropolitanas, e, ainda, com a comunidade; lógicas;

VI – incentivar a participação comunitária b) delimitação das áreas de preservação


no processo de planejamento; ambiental;

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c) delimitação de áreas destinadas à im- Art. 216. O Código de Obras e o Plano Diretor
plantação de atividades com potencial po- de Desenvolvimento Urbano, cada qual em sua
luidor, hídrico, atmosférico e do solo; área de abrangência, deverão estabelecer re-
gras especiais, a serem definidas em lei, que
II – determinação das normas técnicas míni- facilitem a aprovação de projetos de edificação
mas obrigatórias no processo de urbaniza- às pessoas de baixa renda, a fim de que os pró-
ção de áreas de expansão urbana; prios moradores possam realizar as edificações,
III – delimitação de áreas destinadas à ha- com a supervisão do Poder Executivo.
bitação popular, atendendo aos seguintes
critérios mínimos:
a) dotação de infra-estrutura básica; CAPÍTULO IV
b) situação acima de quota máxima das DO USO E PARCELAMENTO DO SOLO
cheias; URBANO E DA POLÍTICA FUNDIÁRIA
IV – ordenação do processo de desmembra- Art. 217. Fica instituído um banco de terra des-
mento e de remembramento; tinado a atender as necessidades urbanas e ha-
bitacionais, formado por terrenos pertencentes
V – estabelecimento das permissões e im-
ao Município e acrescidos progressivamente de
pedimentos do uso do solo em cada zona
áreas adquiridas de conformidade com um pro-
funcional, assim como dos índices máximos
grama de municipalização de terras, mediante
e mínimos de aproveitamento do solo;
permutas, transferências, compras e desapro-
VI – identificação dos vazios urbanos e das priações.
áreas subutilizadas, para o atendimento do
§ 1º As áreas do banco de terra somente
disposto no art. 182, § 4º, da Constituição
poderão ser alienadas em permutas por ou-
Federal;
tras áreas urbanas ou de expansão urbana.
VII – estabelecimento de parâmetros míni-
§ 2º As áreas do banco de terra poderão ter
mos e máximos para parcelamento do solo
seu direito de superfície cedido ou ser obje-
urbano, que assegurem o seu adequado
to de concessão de uso a cooperativas habi-
aproveitamento, respeitadas as necessida-
tacionais para fins de habitação social, em
des mínimas de conforto urbano.
condições que excluam a possibilidade de
Art. 213. Incorpora-se à legislação urbanística utilização para fins de lucro ou especulação.
municipal o conceito de solo criado, entendido
Art. 218. O Município deverá notificar os par-
como excedente do índice de aproveitamento
celadores para que regularizem, nos termos da
dos terrenos urbanos com relação a um nível
legislação federal, os loteamentos clandestinos,
preestabelecido em lei.
podendo, em caso de recusa, assumir, junta-
Art. 214. O Município estabelecerá políticas mente com os moradores, a regularização, sem
emergenciais para as áreas de risco onde exis- prejuízo das ações punitivas cabíveis contra os
tam assentamentos humanos. loteadores.

Art. 215. O Plano Diretor de Desenvolvimen- Art. 219. As populações moradoras de áreas
to Urbano será elaborado conjuntamente pelo não regularizadas têm direito ao atendimento
Poder Executivo, representado por seus órgãos dos serviços públicos municipais. (Artigo regula-
técnicos, Poder Legislativo e população organi- mentado pela Lei Complementar nº 793/2016)
zada a partir das regiões e das entidades gerais
da sociedade civil do Município.

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Art. 220. O Poder Público propiciará condições III – controle de vetores, com utilização de
que facilitem às pessoas portadoras de deficiên- métodos específicos para cada um e que
cia física a locomoção no espaço urbano. não causem prejuízos ao homem, a outras
espécies e ao meio ambiente.
Parágrafo Único. O Código de Obras conte-
rá dispositivo determinando que as cons- Art. 225. O serviço público de água e esgoto é
truções públicas, como vias, viadutos e pas- atribuição precípua do Município, que deverá
sarelas, ou particulares de uso industrial, estendê-lo progressivamente a toda a popula-
comercial, ou residencial, quando coletivas, ção.
tenham acesso especial para as pessoas
portadoras de deficiência física. § 1º O Município manterá, na forma da lei,
mecanismos institucionais e financeiros
Art. 221 Nos loteamentos, as áreas destinadas destinados a garantir os benefícios do sane-
ao sistema de circulação, à implantação de equi- amento básico à totalidade da população,
pamentos urbanos e comunitários, bem como compatibilizando o planejamento local com
os espaços livres de uso público serão entregues o do órgão gestor das bacias hidrográficas
completamente desocupados, ou edificados, em que estiver parcial ou totalmente inseri-
quando for o caso, efetuando o Município o re- do. (Parágrafo Único transformado em § 1º
gistro público dessas áreas num prazo de cento pela Emenda à Lei Orgânica nº 17/2001)
e oitenta dias.
§ 2º O serviço público de que trata o ca-
Art. 222. O Poder Executivo, antes de conceder put deste artigo será organizado, prestado,
a licença para o loteamento urbano, poderá explorado e fiscalizado diretamente pelo
exigir, complementarmente à Lei federal, áreas Município, vedada a outorga mediante con-
destinadas a equipamentos urbanos ou coleti- cessão, permissão ou autorização, exceto
vos, conforme a expectativa da demanda local. à entidade pública municipal existente ou
que venha a ser criada para tal fim. (Reda-
Art. 223. Os loteamentos e desmembramentos ção acrescida pela Emenda à Lei Orgânica
deverão respeitar o prazo máximo determinado, nº 17/2001)
em Lei específica, para a conclusão das obras de
infra-estrutura e equipamentos urbanos. Art. 226. A conservação e proteção das águas
superficiais e subterrâneas são tarefa do Muni-
cípio, em ação conjunta com o Estado.

CAPÍTULO V Parágrafo Único. No aproveitamento das


águas superficiais e subterrâneas, é priori-
DO SANEAMENTO
tário o abastecimento às populações.
Art. 224. O saneamento básico é ação de saúde Art. 227. O Município adotará a coleta seletiva
pública e serviço público essencial, implicando e a reciclagem de materiais como forma de tra-
seu direito garantia inalienável, ao cidadão, de: tamento dos resíduos sólidos domiciliares e de
I – abastecimento de água com qualidade limpeza urbana, sendo que o material residual
compatível com os padrões de potabilida- deverá ser acondicionado de maneira a minimi-
de; zar, ao máximo, o impacto ambiental, em locais
especialmente indicados pelos planos diretores
II – coleta, disposição e tratamento de esgo- de desenvolvimento urbano, de saneamento
tos cloacais e dos resíduos sólidos domici- básico e de proteção ambiental.
liares, e a drenagem das águas pluviais;

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Art. 228. O Poder Público desenvolverá progra- Art. 231. Nos programas de regularização fundi-
mas de informação, através da educação formal ária e loteamentos realizados em áreas públicas
e informal, sobre materiais recicláveis e sobre do Município, o título de domínio ou de conces-
matérias biodegradáveis. são real de uso será conferido ao homem e à
mulher, independentemente do estado civil.
Art. 229. São proibidos os depósitos de mate-
riais orgânicos e inorgânicos, bem como a desti- Art. 232. Nas ações coletivas e individuais de
nação de resíduos sólidos ou líquidos em locais usucapião urbano, com fins de regularização
não-apropriados para tal. fundiária, o Município propiciará aos preten-
dentes formas de apoio técnico e jurídico neces-
sário.

CAPÍTULO VI Art. 233. A execução de programas habitacio-


nais será de responsabilidade do Município,
DA POLÍTICA HABITACIONAL
que:
Art. 230. Será meta prioritária da política urba- I – administrará a produção habitacional;
na municipal a superação da falta de moradia
para os cidadãos desprovidos de poder aquisi- II – estimulará novos sistemas construtivos,
tivo familiar suficiente para obtê-la no mercado. na busca de alternativas tecnológicas de
baixo custo, sem prejuízo da qualidade;
Parágrafo Único. As ações do Município
dirigidas a cumprir o disposto neste artigo III – incentivará a criação de cooperativas
consistirão basicamente em: habitacionais, principalmente as organiza-
das por associações de moradores e sindi-
I – regularizar, organizar e equipar as áreas catos de trabalhadores e outras modalida-
habitacionais irregulares formadas esponta- des de associações voluntárias, dirigidas
neamente, dando prioridade às necessida- pelos próprios interessados, como formas
des sociais de seus habitantes; de incremento à execução de programas de
II – participar, com terra urbanizada inalie- construção habitacional e melhoria ou ex-
nável pertencente ao Município, na oferta e pansão de infra-estrutura e equipamentos
cessão de espaço edificável a cooperativas urbanos em conjuntos e loteamentos resi-
habitacionais ou outras formas de organiza- denciais já existentes;
ções congêneres, comprovadamente caren- IV – instituirá programa de assistência téc-
tes, conforme a lei; nica gratuita no projeto e construção de
III – promover a participação do Poder Pú- moradias para famílias de baixa renda.
blico, diretamente ou em convênios com Art. 234. Para execução de programas habita-
o setor privado, na oferta de materiais bá- cionais, o Município utilizará recursos territo-
sicos de construção a preço de custo, com riais do banco de terra e recursos financeiros do
vistas à demanda da autoconstrução; Fundo Municipal de Desenvolvimento, que será
IV – promover a realização de censos quin- constituído:
quenais da população de baixa renda do I – da taxa de licenciamento de construção,
Município de Porto Alegre, devendo, até 30 calculada com fundamento no custo unitá-
de dezembro de 1996, serem divulgados os rio básico de construção ou em outro índice
dados do primeiro recenseamento, relati- que venha a substituí-lo, de acordo com cri-
vos às caraterísticas dos indivíduos, famílias, térios definidos em lei;
domicílios, perfil sócio-econômico e origem
desta população. (Redação acrescida pela II – de recursos auferidos com a aplicação
Emenda à Lei Orgânica nº 09/1995) do instituto do solo criado;

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III – de recursos orçamentários do Municí- VI – fiscalizar, cadastrar e manter as matas
pio. remanescentes e fomentar o florestamento
ecológico;
Art. 235. Nos programas habitacionais da casa
própria, a lei reservará percentual da oferta de VII – incentivar e promover a recuperação
moradia para pessoas portadoras de deficiên- das margens do rio Guaíba e de outros cor-
cia, comprovadamente carentes, assegurado o pos d`água, e das encostas sujeitas a ero-
direito preferencial de escolha. são.
Art. 235-A. Às famílias que tenham mulher VIII – combater as queimadas, responsabi-
como seu sustentáculo é garantido um mínimo lizando o usuário da terra por suas conse-
de 30% (trinta por cento) das vagas advindas de qüências. (Redação acrescida pela Emenda
projetos ou programas habitacionais implemen- à Lei Orgânica nº 21/2004)
tados pelo Município. (Redação acrescida pela
Emenda à Lei Orgânica nº 19/2002) § 2º Qualquer cidadão poderá, e o servidor
público deverá provocar iniciativa do Muni-
cípio ou do Ministério Público, para fins de
propositura de ação civil pública de respon-
CAPÍTULO VII sabilidade por danos causados ao meio am-
biente ou a bens e direitos de valor artístico,
DA POLÍTICA DO MEIO AMBIENTE
histórico e paisagístico.
Art. 236. Todos têm direito ao meio ambiente Art. 237. Dar-se-á amplo conhecimento à po-
ecologicamente equilibrado, impondo-se ao Po- pulação, através dos meios locais de comunica-
der Público e à coletividade o dever de defendê- ção, durante os noventa dias que antecederem
-lo, preservá-lo e restaurá-lo, cabendo a todos sua votação, dos projetos de lei, de iniciativa de
exigir do Poder Público a adoção de medidas qualquer dos poderes, de cujo cumprimento
nesse sentido. puder resultar impacto ambiental negativo.
§ 1º O Município desenvolverá ações per- Parágrafo Único. Por solicitação de qual-
manentes de planejamento, proteção, res- quer entidade interessada em oferecer opi-
tauração e fiscalização do meio ambiente, nião ou proposta alternativa, cabe ao poder
incumbindo-lhe primordialmente: iniciador do projeto promover audiência
I – elaborar o plano diretor de proteção am- pública, nos termos do art. 103, dentro do
biental; prazo estabelecido pelo "caput".

II – prevenir, combater e controlar a polui- Art. 238. A implantação de distritos ou pólos


ção e a erosão; industriais e empreendimentos de alto poten-
cial poluente, bem como de quaisquer obras de
III – fiscalizar e disciplinar a produção, o ar- grande porte que possam causar dano à vida
mazenamento, o transporte, o uso e o des- ou alterar significativa ou irreversivelmente o
tino final de produtos, embalagens e subs- ambiente, dependerá da autorização de órgão
tâncias potencialmente perigosos à saúde ambiental, da aprovação da Câmara Municipal e
pública e aos recursos naturais; de concordância da população manifestada por
plebiscito convocado na forma da lei.
IV – promover a educação ambiental, for-
mal e informal; Art. 239. As áreas verdes, praças, parques, jar-
dins, unidades de conservação e reservas ecoló-
V – proteger a flora, a fauna e a paisagem
gicas municipais são patrimônio público inalie-
natural;
nável.

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Art. 240. O Município deverá implantar e man- II – a cobertura vegetal que contribua para
ter áreas verdes, de preservação permanente, a resistência das encostas a erosão e a des-
perseguindo proporção nunca inferior a 12 m² lizamentos;
(doze metros quadrados) por habitante, em
cada uma das regiões de gestão de planejamen- III – as áreas que abrigam exemplares ra-
to previstas no Plano Diretor de Desenvolvi- ros, ameaçados de extinção ou insuficien-
mento Urbano Ambiental. (Redação dada pela temente conhecidos, da flora e da fauna,
Emenda à Lei Orgânica nº 18/2001) bem como aquelas que servem de local de
pouso, abrigo ou reprodução de espécies
Art. 241. Os morros e matas existentes no âmbi- migratórias;
to do Município são patrimônio da cidade.
IV – as áreas assim declaradas por lei;
Art. 242. O Município desenvolverá programas
de manutenção e expansão de arborização, com V – margens do rio Guaíba;
as seguintes metas: VI – as ilhas do Delta do Jacuí pertencentes
I – implantar e manter hortos florestais des- ao Município.
tinados à recomposição da flora nativa e à Parágrafo Único. Nas áreas de preservação
produção de espécies diversas, destinadas à permanente não serão permitidas ativida-
arborização de logradouros públicos; des que, de qualquer forma, contribuam
II – promover ampla arborização dos logra- para descaracterizar ou prejudicar seus atri-
douros públicos da área urbana, utilizando butos e funções essenciais.
cinqüenta por cento de espécies frutíferas. Art. 246. É vedado ao Município, a qualquer tí-
§ 1º A Lei definirá formas de responsabilida- tulo, autorizar o funcionamento ou licenciar a
de da população quanto à conservação da instalação de indústrias ou atividades que polu-
arborização das vias públicas. am o rio Guaíba ou seus afluentes.

§ 2º O plantio de árvores em logradouros Art. 247. São vedados no Município:


públicos é da competência do Município, I – o lançamento de esgotos " in natura";
que definirá o local e a espécie vegetal a ser
plantada. II – a produção, distribuição e venda de ae-
rossóis que contenham clorofluorcarbono;
Art. 243. São vedados o abate, a poda e o corte
das árvores situadas no Município. III – a fabricação, comercialização, transpor-
te, armazenamento e utilização de armas
Parágrafo Único. Lei complementar definirá químicas e biológicas;
os casos em que, por risco a pessoas, dano
ao patrimônio ou necessidade de obra pú- IV – a instalação de depósitos de explosivos,
blica ou privada, se admitirá o abate, a poda para uso civil, a menos de dois quilômetros
ou o corte, e definirá sanções para os casos da área urbana;
de transgressão ao disposto no "caput".
V – o lançamento, no ambiente, de substân-
Art. 244. O Município incentivará e promoverá cias carcinogênicas, mutagênicas e terato-
a implantação do uso de fontes alternativas aos gênicas;
derivados do petróleo nos transportes coletivos.
VI – a utilização de metais pesados em
Art. 245. Consideram-se de preservação perma- quaisquer processos de extração, produção
nente: e beneficiamento que possam resultar na
contaminação do ambiente natural;
I – as nascentes e as faixas marginais de pro-
teção de águas superficiais;

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VII – a pesca com artes que possam causar § 2º O Município colaborará com a União
prejuízos à preservação de recursos vivos; e o Estado na fiscalização e no controle da
produção, armazenamento e transporte de
VIII – a implantação e a ampliação de ati- energia nuclear e substâncias radioativas
vidades poluidoras cujas emissões estejam em seu território.
em desacordo com os padrões de qualidade
ambiental em vigor; § 3º As instituições públicas ou privadas que
utilizem materiais radioativos ficam obriga-
IX – a produção, o transporte, a comercia- das a cadastrar-se junto ao órgão ambiental
lização e o uso de medicamentos, biocidas, do Município e a manter, direta ou indireta-
agrotóxicos ou produtos químicos ou bioló- mente, depósitos para guarda daqueles, na
gicos cujo emprego se tenha comprovado forma da lei.
nocivo em qualquer parte do território na-
cional, ou outros países, por razões toxico- § 4º A responsabilidade por danos decor-
lógicas, farmacológicas ou de degradação rentes de atividades que utilizem energia
ambiental. nuclear independe de culpa, vedada qual-
quer limitação relativa aos valores indeniza-
Art. 248. As pessoas físicas ou jurídicas, públicas tórios.
ou privadas, que exerçam atividades considera-
das poluidoras ou potencialmente poluidoras Art. 250. Ficam proibidos em todo o Município
são responsáveis, direta ou indiretamente, pelo o transporte e o depósito ou qualquer forma de
tratamento, em nível local, dos efluentes sóli- disposição de resíduos que tenham sua origem
dos, líquidos e gasosos, bem como pelo acondi- na utilização de energia nuclear e de resíduos
cionamento, distribuição e destinação dos resí- tóxicos ou radioativos, quando provenientes de
duos finais produzidos. outros Municípios, de qualquer parte do territó-
rio nacional ou de outros países.
Parágrafo Único. o causador de poluição
ou dano ambiental, independentemente Art. 251. Aqueles que exploram recursos mine-
de culpa, será responsabilizado e deverá rais ficam obrigados a restaurar o meio ambien-
assumir ou ressarcir ao Município, se for o te degradado, de acordo com a solução técnica
caso, todos os custos financeiros, imediatos exigida pelo órgão público competente, na for-
ou futuros, decorrentes do saneamento do ma da lei.
dano.
Art. 252. O Município adotará o princípio polui-
Art. 249. Ficam proibidos a instalação, no Muni- dor-pagador para os empreendimentos causa-
cípio, de plantas geradoras de eletricidade pro- dores de poluição ambiental, que, além de se-
venientes de fissão nuclear, a produção, o arma- rem obrigados a tratar seus efluentes, arcarão
zenamento e o transporte, por qualquer via, de integralmente com os custos de recuperação
armamentos nucleares, bem como atividades das alterações do meio ambiente decorrentes
de pesquisa ou outras, relacionadas com o uso de suas atividades, sem prejuízo da aplicação de
de energia nuclear. penalidades administrativas e da responsabili-
dade civil.
§ 1º A construção e a operação de reato-
res e equipamentos destinados à pesquisa Art. 253. O terminal de carga, área funcional
científica, à utilização na medicina, indústria de interesse público, será o local destinado aos
ou agricultura dependerão de autorização transportadores de carga tóxica.
do Município, na forma da lei.

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