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EP - 140B - Sociologia Geral - Prof.

Antonio

“As regras do método sociológico” - Émile Durkheim

Durkheim começa o primeiro capítulo tentando definir o que é fato social, e


para evitar alguma confusão, ele explica que o termo era usado sem muita precisão,
sendo empregado para designar praticamente qualquer fenômeno que se dá no
interior da sociedade. Mas dessa forma, qualquer acontecimento humano poderia ser
fato social, e assim sendo, a sociologia não teria um objeto próprio que se
diferenciasse da psicologia ou biologia. Então para fazer essa diferenciação e trazer
a especificidade do objeto da sociologia, Durkheim apresenta o tipo determinado de
fenômeno a ser estudado pela área, e que será chamado de fato social.

Quando desempenho minha tarefa de irmão, de marido ou de cidadão,


quando executo os compromissos que assumi, eu cumpro deveres que estão
definidos, fora de mim e de meus atos, no direito e nos costumes. Ainda que
eles estejam de acordo com meus sentimentos próprios e que eu sinta
interiormente a realidade deles, esta não deixa de ser objetiva; pois não fui
eu que os fiz, mas os recebi pela educação. (DURKHEIM, 2007, p. 1)
Nesse trecho o autor explica uma das três principais características do fato
social, que é a exterioridade. Todo fato social é coisa, é externo ao indivíduo, e por
mais que este indivíduo tenha se adaptado e aceitado esse fato interiormente, a
exterioridade se mantém, pois não foi o indivíduo que o criou, mas sim o recebeu
através da educação. Fatos sociais são maneiras de agir, tipos de conduta ou de
pensamento, e eles têm a capacidade de existir independente das consciências
individuais, pois eles existem na sociedade, e não nos indivíduos.
“Esses tipos de conduta ou de pensamento [...] são dotados de uma força
imperativa e coercitiva em virtude da qual se impõem a ele, quer ele queira, quer não”,
(DURKHEIM, 2007, p. 2), aqui o autor nos apresenta a segunda das três grandes
características, que agora é a coercitividade. A coerção social é a força que os fatos
sociais exercem sobre o indivíduo. Essa força pode vir de uma instituição como o
sistema jurídico, ao punir alguém que cometeu algum crime, como pode vir de um
modo um tanto quanto mais sutil de ser percebida, empregada pelos próprios
indivíduos da sociedade através de riso, afastamento, como por exemplo um homem
ao usar uma saia, ele não está se submetendo às regras de vestimenta
convencionadas pela sociedade, portanto as pessoas podem se afastar, rir dele ou
em casos mais extremos até praticar alguma agressão física, dessa forma, a ideia da
prática de vestimenta aceita pela sociedade vai sendo introjetada nos indivíduos
através deles próprios.
A terceira característica das três principais dos fatos sociais é a generalidade,
ou seja, como já foi dito, o fato social não acontece dentro de um indivíduo, mas sim
reproduzido em toda sociedade pela totalidade ou maioria dos indivíduos, é expresso
de forma geral, como por exemplo o idioma usado na comunicação, ou
tradições/rituais como o casamento.
Achei muito interessante uma passagem na qual Durkheim diz que o ar não
deixa de ser pesado, apesar de não sentirmos mais o seu peso, e nos faz refletir sobre
os fatos sociais que através da coerção ao longo do tempo, talvez nem sentindo e se
dando conta, fomos incorporando ao nosso ser, e hoje podemos ser reprodutores
dessa coerção a aplicando em outros indivíduos. Em algum dado momento essa
coerção foi deixando de ser sentida, e pouco a pouco o fato social se torna um hábito.
Já quanto as regras relativas à observação dos fatos sociais, Durkheim coloca
que a primeira e mais fundamental regra é tratar os fatos sociais enquanto coisas,
para ele a sociologia não deve tratar sobre conceitos, e sim sobre coisas. Porém, só
tratar fato social enquanto coisa não é o suficiente para garantir a cientificidade, mas
também devemos garantir a exterioridade do objeto em estudo, ou seja, devemos
afastar todas as prenoções, o que pode ser particularmente mais complicado na
sociologia, já que é comum que o sociólogo escolha um objeto de pesquisa pelo qual
ele já tem algum sentimento.
Durkheim frisa a necessidade do método para o pesquisador não incorrer em
erros, e por exemplo aplicar a sua moral em cima do objeto de estudo, e assim não
garantindo a cientificidade da pesquisa.

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