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OBJETIVO GERAL
● Identificar as expressões da violência em praças públicas e contextualizá-las
a partir da concepção teorico-metodologica que fundamenta a formação das
periferias e o aumento da violência no processo de urbanização.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
APRESENTAÇÃO
PROCEDIMENTOS DA PESQUISA
Ana Fandri apresenta uma reflexão acerca da lógica da acumulação capitalista, onde,
a partir da segregação socioespacial, o espaço urbano será condição, meio e produto
da reprodução social e a cidade perderá seu uso social. Logo, haverá uma negação
da cidade, ou seja, a propriedade privada cria acessos diferentes aos cidadãos,
gerando desigualdades. Essa segregação refletirá significativamente na diminuição
dos espaços públicos e aumento da violência.
Sérgio Adorno aborda as relações entre violência e exclusão socioeconômica
numa perspectiva socio-historica da sociedade brasileira aos dias atuais enfatizando
os padrões de concentração de riqueza como causadores de desigualdade social que
acarretam no crescimento da violência urbana, não numa relação entre pobreza,
crime e violência, mas nas políticas redisitributivas, fundadas na repressão dos
crimes, trazendo à tona a problemática da Violência institucional [...]"como não falar
em violência se sequer os direitos sociais fundamentais – o direito ao trabalho, à
educação, à saúde, ou seja, aqueles direitos que recobrem a dignidade da pessoa
humana – não estão universalizados, isto é, assegurados para todos os cidadãos?".
Ristum e Bastos (2003), ao categorizar a violência nos permite uma análise que
vai além da violência física, como geralmente é compreendida pelas pessoas, através
fatores externos como a mídia, por exemplo, pois, somos alienados ainda que de
forma indireta ao entendimento equivocado de mensurar a violência apenas pela sua
intensidade, fazendo com que muitas categorias do fenômeno expressas no cotidiano
escapem sem qualquer tipo de coerção. Nesse ponto, a negação da praça como
ambiente propício para o lazer da população é considerado como uma expressão da
Violência Estatal.
O artigo 99 do Código Civil - Lei 10406/02, diz que a praça é um bem público
de uso comum do povo. O espaço público decorre da interação do indivíduo com a
cidade e deve existir por meio de uma convivência harmônica entre estes elementos.
Somente desta forma, o indivíduo poderá gozar desta prerrogativa fundamental. Hoje,
muitas praças públicas descaracterizam sua imagem e comprometem a sua função
principal: proporcionar lazer à população, pois são utilizadas para feiras ou usadas
como extensão de bares, e isso nos remete ao que Ana Fandri diz sobre o espaço
passar a ser produzido como "mercadoria", mercadoria em que muitas vezes o povo
não pode pagar por ela.
A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e
garantir o bem- estar de seus habitantes (Constituição Federal, art. 182). Assim, o
Município possui o dever constitucional de garantir o direito ao espaço público,
controlando as atividades empresariais que atentem contra esse direito fundamental
do cidadão, uma vez que para o seu funcionamento depende de autorização
municipal.
A Igreja dos Remédios e o Palácio Cristo Rei, que abriga a sede da reitoria da
Universidade Federal do Maranhão e o Memorial Cristo Rei, se localizam em frente à
praça. Abaixo da praça, acessível por meio de escadarias estão a Praça Maria Aragão
e o Memorial Maria Aragão.
De modo Geral:
Através dos resultados observa-se que houve uma decadência em relação à popilaridade das
praças ainda em que em algumas delas ocorra maior fluxo de pessoas do que nas outras. O interesse
em apresentar dados de praças dos bairros de periferia em relação às praças do centro da cidade se
deu por haver maior presença do Estado nas praças de valor turístico. Ha algum tempo atrás era
possível perceber viaturas circulando pelos arredores da Praça Gonçalves Dias e um grande fluxo de
pessoas, principalmente aos finais da tarde quando muitos saem do trabalho, escola ou simplesmente
para apreciar a paisagem. A arquitetura e estrutura dessas praças em relação às de periferia é superior
tendo em vista que a maioria dos entrevistados reclamaram da inutidade da praça para o lazer em
função do descaso público e da falta de infraestrutura. Como se tratam de praças populares, muitos
alegaram que as praças só são reformadas anualmente no períodos das festividades.
A inutidade das praças para lazer foi atribuída também a sujeira e esgoto presentes no local. A
ausência de espaço para as crianças também foi mencionado além da fumaça espalhada pelas
lanchonetes que se instalam no local à noite. Muitas mães consideraram prejudicial à saúde de seus
filhos a inalação desses componentes.
Os bares também foram elementos muito citados, pois se instalam nas avenidas e praças e seu
horário de funcionamento começa ainda durante se estendendo até tarde da noite. Muitos temem
frequentar a praça em função desses elementos, foi frequentemente há brigas nesses locais e em
casos como a praça São Marçal, onde há uma Delegacia de Polícia, foi alegado que, em muitas vezes
quando é acionada, o problema é encaminhado para outra unidade. Dessa forma a prestação de
segurança pública perde a credibilidade para a população que vive aos arredores da praça. Durante as
entrevistas foi flagrado também às viaturas polícias circulando em velocidade considerável por dentro
da praça. Um perigo para as mães e crianças que saem da escola que é componente da praça.
No quesito educação, muitos não atribuíram os índices nas praças uma questão educacional. A
maioria sim, mas aqueles que demonstraram maior propriedade do assunto atribuíram a Violência
nas praças como a reprodução da ausencia de estrutura familiar, ainda que muitas vezes a influência
da família ocorra inconscientemente. As consequências de uma família mal estruturada, isto é, onde
o ambiente é propício para a disseminação da violência é reproduzido tanto em casa como fora dela.
A mendicância é um elemento que causa incômodo e medo nas pessoas também. Ainda que não
sejam violentos (geralmente são as maiores vítimas da Violência nesses locais), muitas pessoas em
situação de ruas se instalam nas praças, utilizando-as como casa. Os usuários reclamam do mau cheiro
e da sujeita e ficam receosos e, portanto, optam por não frequentar a praça.
CARACTERÍSTICAS DA EXPOSIÇÃO