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lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga,
difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e deleite da sociedade".
Os museus tiveram origem no hábito humano do colecionismo, que nasceu junto com a própria humanidade. Desde
a Antiguidade remota, o homem por infinitas razões, coleciona objetos e lhes atribui valor, seja afetivo, cultural ou
simplesmente material, o que justifica a necessidade de sua preservação ao longo do tempo. Milhares de anos atrás já
se faziam registros sobre instituições vagamente semelhantes ao museu moderno funcionando. Entretanto, somente
no século XVII se consolidou o museu mais ou menos como atualmente o conhecemos. Depois de outras mudanças e
aperfeiçoamentos, hoje os museus, que já abarcam um vasto espectro de campos de interesse, se dirigem para uma
crescente profissionalização e qualificação de suas atividades, e se caracterizam pela multiplicidade de tarefas e
capacidades que lhes atribuem os museólogos e pensadores, deixando de ser passivos acúmulos de objetos para
assumirem um papel importante na interpretação da cultura e na educação do homem, no fortalecimento
da cidadania e do respeito à diversidade cultural, e no incremento da qualidade de vida. Porém, muitos dos conceitos
fundamentais que norteiam os museus contemporâneos ainda estão em debate e precisam de clarificação.
Índice
1História
1.2Contemporaneidade
2Estrutura e funcionamento
2.1Administração geral
2.1.1Plano Diretor
2.2Acervo
2.2.1Aquisição e documentação
2.2.2Conservação e restauro
2.3Segurança
3Bibliografia
4Referências
5Ver também
6Ligações externas
Na Grécia Antiga o museu era um templo das musas, divindades que presidiam a poesia, a música, a oratória,
a história, a tragédia, a comédia, a dança e a astronomia. Esses templos, bem como os de outras divindades, recebiam
muitas oferendas em objetos preciosos ou exóticos, que podiam ser exibidos ao público mediante o pagamento de uma
pequena taxa. Em Atenas se tornou afamada a coleção de pinturas que era exposta nas escadarias da Acrópole no
século V a.C. Os romanos expunham coleções públicas nos fóruns, jardins públicos, templos, teatros e termas, muitas
vezes reunidas como botins de guerra. No oriente, onde o culto à personalidade de reis e heróis era forte, objetos
históricos foram coletados com a função de preservação da memória e dos feitos gloriosos desses personagens. Dos
museus da Antiguidade, o mais famoso foi o criado em Alexandria por Ptolomeu Sóter em torno do século III a.C., que
continha estátuas de filósofos, objetos astronômicos e cirúrgicos e um parque zoobotânico, embora a instituição fosse
primariamente uma academia de filosofia, e mais tarde incorporasse uma enorme coleção de obras escritas,
formando-se a célebre Biblioteca de Alexandria.[2]
Ao longo da Idade Média a noção de museu quase desapareceu, mas o colecionismo continuou vivo. Por um lado os
acervos de preciosidades eram considerados patrimônio de reserva a ser convertido em divisas em caso de necessidade,
para financiamento de guerras ou outras atividades estatais; outras coleções se formaram com objetos ligados ao culto
cristão, acumulando-se em catedrais e mosteiros quantidades de relíquias de santos, manuscritos iluminados e
aparatos litúrgicos em metais e pedras preciosas.[3] No Renascimento, com a recuperação dos ideais clássicos e a
consolidação da humanismo, ressurgiu o colecionismo privado através de grandes banqueiros e comerciantes,
integrantes da burguesia em ascensão, que financiavam uma grande produção de arte profana e ornamental e se
dedicavam à procura de relíquias da Antiguidade. Algumas coleções se tornaram célebres pela sua riqueza, como a
dos Medici, em Florença; reis, nobres e burgueses abastados de toda a Europa competiam na propaganda de suas
coleções e mantinham círculos de eruditos em arte, filosofia e história em seu redor, onde se debateram ideias
influentes e se conceberam novos métodos educativos, como o academismo.[3][4]
A primeira ilustração de um gabinete de curiosidades, publicada por Ferrante Imperato em Dell'Historia Naturale, Nápoles, 1599
Entre os séculos XVI e XVII, com a expansão do conhecimento do mundo propiciado pelas grandes navegações, se
formaram na Europa inúmeros gabinetes de curiosidades, coleções altamente heterogêneas e assistemáticas de peças
das mais variadas naturezas e procedências, incluindo fósseis, esqueletos, animais empalhados, minerais, curiosidades,
aberrações da natureza, miniaturas, objetos exóticos de países distantes, obras de arte, máquinas e inventos, e toda a
sorte de objetos raros e maravilhosos. Tais gabinetes tiveram um papel importante na evolução da história e
da filosofia natural especialmente ao longo do século XVII. [5] Na mesma época proliferaram as galerias palacianas,
dedicadas à exposição de esculturas e pinturas. Mas tanto os gabinetes como as galerias ainda estavam essencialmente
dentro dos círculos privados, inacessíveis à população em geral. [4] Movidas por interesses científicos foram fundadas
inúmeras sociedades e instituições, como os jardins botânicos de Pisa (1543) e o de Pádua (1545), a Real
Sociedade de Londres (1660) e a Academia de Ciências de Paris (1666), que reuniam suas próprias
coleções.[3] No Brasil a primeira coleção de que se tem notícia foi formada pelo colonizador neerlandês conde Maurício
de Nassau, cuja corte se notabilizou pelo brilho científico e cultural, instalando-a em torno de 1640 no Palácio de
Friburgo, em Recife, semelhante em caráter aos gabinetes de curiosidades. [6]
Nessa tendência, apareceu em Basileia em 1671 o primeiro museu universitário,[4] e na Inglaterra, em 1683, aquele
que é considerado o primeiro museu moderno com objetivo declarado de educar o público, o Museu Ashmolean, criado
pela Universidade de Oxford. Seu acervo era eclético e se assemelhava aos antigos gabinetes de curiosidades,
procedente de várias partes do mundo, reunido pela família Tradescant e previamente exibida em sua casa de
Londres.[7] Pouco mais adiante, o espírito enciclopédico dos iluministas fortaleceu a associação do conhecimento com a
razão, a ordem e a moral, favorecendo a formação de acervos sistemáticos e a atuação de instituições culturais com
objetivos educativos e públicos. [3] Outros importantes museus fundados no século XVIII foram o Museu Britânico,
aberto em Londres em 1759, e o Museu do Louvre, em Paris, em 1793, ambos iniciativas do governo de seus países.
O exemplo europeu, por força do colonialismo, frutificou também em outros países do Oriente e na América.
Em Jacarta a Sociedade de Artes e Ciência de Batavia iniciou uma coleção em 1778, que evoluiu para se tornar o
Museu Central da Cultura Indonésia. Na Índia ocorreu o mesmo, sendo o primeiro museu, o Museu Indiano, fundado
em 1784 a partir das coleções reunidas pela Sociedade Asiática de Bengal. Ambos enfocavam as artes e ciências e se
dedicavam ao fomento do conhecimento. Nos Estados Unidos a Charleston Library Society da Carolina do Sul em
1773 anunciou sua intenção de formar uma coleção de produtos naturais para alavancar a agricultura e a medicina
da província.