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Instituto Federal Catarinense – Campus Concórdia

Curso de Licenciatura em Física


Aluna: Flávia Elisa Lohmann
Professor: Luciano Lewandowski Alvarenga

RESENHA: O PAPEL DA EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA

O artigo “O Papel da Experimentação no Ensino da Física”, foi elaborado pela Dra


Marie-Geneviève Séré (Doutora em Didática da Física, Coordenadora do Grupo de
Pesquisa em Didática das Ciências Físicas da Universidade de Paris Sud – XI de
Orsay), é fruto de um seminário apresentado pela mesma, na Faculdade de Física da
PUCRS, em dezembro de 2000 durante a realização do evento Reflexões sobre a
Didática das Ciências, apoiado pela FAPERGS, PUCRS, ADPPUCRS, CEPERS e
SINPRO. Seu artigo tem por finalidade discutir o papel da experimentação no ensino
da Física com base em alguns experimentos práticos relacionados com a Lei de Snell-
Descartes. Mostram-se diferentes tipos de abordagens para ensino experimental da
Lei, dando ênfase a exploração de aspectos conceituais e procedurais na atividade
experimental que reflitam a atividade científica. Desta forma, constata-se a
experimentação como uma forma de possibilitar o estabelecimento de união entre o
mundo de objetos, o mundo dos conceitos, leis e teorias e o das linguagens
simbólicas.
O experimento envolvendo a Lei de Snell-Descartes constitui-se de uma fonte luz com
uma fenda na vertical que quando acionado o interruptor, é gerado um feixe de luz
sendo este desviado por um dioptro de acrílico semicilindro que foi posicionado sobre
um disco graduado que pode girar em torno eixo central, assim é possível observar o
feixe incidente e refratado e medir seus ângulos. Este experimento é frequentemente
utilizado para realização de experiências demonstrativas, porém o equipamento exige
alguns cuidados de montagem para que funcione, que não são óbvios aos alunos,
sendo o professor o protagonista da montagem e regulagem do equipamento.
Contudo, no decorrer do artigo, a autora pretende mostrar alternativas que
possibilitem diferentes abordagens para aplicação do experimento, sendo o objetivo
central estudar a Lei de Snell-Descartes.
Na primeira alternativa de abordagem, a autora apresenta um roteiro que o aluno deve
seguir para realizar a atividade. A primeira parte é ajustar o dispositivo para que o
feixe de luz penetre o semicilindro de forma que ele passe no centro de sua face
plana. Depois do ajuste, ela estabelece uma tabela com os valores das posições em
que os alunos devem anotar os ângulos de incidência e refração e os seus respectivos
senos, pede também para fazer uma relação entre a divisão do seno de incidência
pelo de refração com o objetivo de identificar que esta razão é uma constante. Nesta
primeira parte do experimento, a atividade é totalmente mecânica, pois o aluno
somente a executa seguindo os passos do roteiro, não havendo uma reflexão por
parte dos mesmos. Após o experimento, os alunos foram orientados a fazerem uma
análise dos dados, foi solicitado que determinassem o valor central do intervalo da
razão entre o seno de incidência pelo de refração, e o desvio percentual em relação
ao valor central. Em seguida, os alunos devem interpretar os dados, guiados por duas
perguntas: a) foram obtidos valores constantes das razões dos senos?; b) o desvio
destas razões é inferior a 5%? Contudo, a autora sugere que se ocorrer um erro de
calibração do experimento e a primeira medida estiver errada, as seguintes também
estarão. Para contornar esse erro sistemático, ela recomenda que se calcule o valor
central das medidas e avalia-se se elas estão próximas do valor central em até 5%.
No segundo experimento, a autora utiliza a comparação dos modelos de Kepler e
Descartes, não se tratando de modelos teóricos e sim comportamentais. Nesta
atividade, utiliza-se o mesmo equipamento e os alunos também devem seguir um
roteiro. Primeiramente, é solicitado que façam os ajustes e que realizem uma
quinzena de medidas dos pontos de incidência e refração, sendo que
aproximadamente a metade dos valores de incidência devem estar no intervalo de
[0º,30º]. Após a coleta de dados, é solicitada a análise dos dados, onde pede para
fazer a comparação, com o intuito de mostrar que os dois modelos são equivalentes
para ângulos pequenos. Este experimento traz o aluno como protagonista, fazendo
que vejam que modelos científicos não são absolutos, mas sim tentativas de entender
e representar a realidade.
Na outra atividade, a autora pede para determinar o índice de refração do acrílico em
relação ao ar n por dois métodos. No primeiro método, que é do ar para o acrílico, ela
dá o ângulo de incidência de 35º e a partir disso solicita medir o ângulo de refração,
após obter esse resultado ela pede para que encontre o valor de n, por fim é solicitado
que anotem os valores encontrados por todos os grupos em uma tabela. No segundo
método, é pedido para que obtenham a reflexão total sobre a face plana e em seguida
meçam o ângulo limite, a partir disso devem determinar novamente o valor de n e
registrar os valores obtidos por todos os grupos na tabela. Após a realização dos dois
métodos, é requerido a análise dos dados obtidos de cada um dos métodos e
comparar a dispersão dos resultados. Neste experimento não há uma preocupação
com a teoria, mas que os alunos possam visualizar claramente a teoria de Snell-
Descartes.
A última abordagem que a autora propõe é totalmente diferente do primeiro
experimento em que o aluno é somente um reprodutor de tarefas dadas. Neste
experimento ela propôs aos alunos que criassem seu próprio experimento a partir de
alguns materiais postos à disposição dos educandos. No roteiro, pede para que
determinem o índice de refração na água escolhendo os seus materiais e depois os
descrevam detalhadamente. Com esta abordagem, percebeu-se o nível de
dificuldade que a turma tinha. Este experimento é o mais complexo, pois aluno deve
ter conhecimento de como montar o experimento e de como aplicar a teoria.
Conclui-se com este artigo que um experimento que relacione a prática com a teoria
é um grande coadjuvante para o ensino, não só da lei de Snell-Descartes como de
vários outros fenômenos. Porém devemos ter cuidado em aplicar um experimento
para que não haja reprodução de tarefas e consequentemente não tenha espaço para
o aluno refletir como ocorre determinado fenômeno. Para se ter um experimento, é
necessário também que haja uma seleção na coleta de dados, melhorar a exatidão e
evitar erros sistemáticos. Com um experimento bem elaborado, é possível que o aluno
se sinta atraído a realizar determinada atividade, além de aprender a teoria e a prática
e/ou confirmar determinado fenômeno.

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