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MECANOTRANSDUÇÃO

- Processo fisiológico no qual as células sentem e respondem a estímulos mecânicos;

- Fenómeno dividido em três passos:

(1) mechanocoupling

(2) comunicação intercelular

(3) resposta efectora

FUNÇÃO NEUROMUSCULAR

Unidade Motora

- O conjunto de um motoneurónio alfa e as fibras musculares por ele inervado;

- Representa a unidade funcional através da qual o SNC regula a atividade do músculo.

FACTORES MODULADORES DA PRODUÇÃO DE FORÇA

1. Mecânica Muscular

Curva F-V (Força-Velocidade)

- A tensão máxima que uma fibra muscular é capaz de gerar em contração concêntrica
decresce com o aumento da velocidade de encurtamento. Isto deriva da incapacidade de gerar
pontos ativos entre a actina e miosina à medida que a velocidade de contração aumenta.

- Durante a contração excêntrica a capacidade de produção de força da fibra muscular


aumenta relativamente à fase concêntrica ou isométrica. Os mecanismos por detrás desta
capacidade não estão totalmente elucidados, sendo que, uma das teorias desenvolvidas
atualmente atribua esta capacidade ao papel da titina que tem a capacidade de se ligar à
actina durante contrações excêntricas.

Curva F-C (Força-Comprimento)

- Parece existir um comprimento ótimo para a produção de força para a fibra muscular, assim
que nos distanciamos desse comprimento a capacidade de formar pontes cruzadas entre a
actina e a miosina diminui e perde-se a capacidade de produção de força.

Tipos de contração muscular

- isométrica;

- concêntrica;

- excêntrica;

- Ciclo muscular alongamento-encurtamento (CMAE)


Ciclo muscular alongamento-encurtamento (CMAE)

- Caracteriza-se pela produção de uma ação dinâmica concêntrica potente que é


imediatamente antecedida de uma ação dinâmica excêntrica do mesmo músculo.

- Se o intervalo de tempo entre o final da ação excêntrica e o início da ação concêntrica,


normalmente designado por fase de amortização, for suficientemente curto, o sistema
neuromuscular consegue tirar partido da fase excêntrica, de forma a potenciar a força
desenvolvida durante a fase concêntrica.

- Esta potenciação explica-se através dos seguintes mecanismos:

1. Aumento do tempo para produzir força

2. Aproveitamento da pré-tensão desenvolvida nos sarcómeros durante a ação excêntrica;

3. Interação entre os elementos elásticos e contrácteis;

4. Armazenamento e aproveitamento da energia potencial elástica do músculo e tendão;

5. mecanismos reflexos, nomeadamente o reflexo miotático.

FACTORES MUSCULARES

Tipologia de fibras musculares

- Existem diferenças na tipologia de fibras musculares a nível intra e inter individual.

- Esta distribuição está relacionada com a função do músculo, bem como, com a carga genética
do indivíduo.

- A classificação do tipo de fibras musculares utiliza critérios moleculares baseados na


expressão da proteína miosina.

- As cadeias pesadas são a principal determinante da velocidade contrátil da fibra muscular e


existem variantes desta proteína.

- O músculo esquelético humano possui três destas isoformas, que são identificadas como 1,
2A e 2X.

Parâmetros de arquitetura muscular

Área anatómica de secção transversa

- Corresponde à área de secção transversal do músculo, perpendicular ao seu eixo mecânico.

Área fisiológica de secção transversa

- É definida pela área total do músculo no plano perpendicular à direção dos feixes de fibras
musculares.

- Traduz o número de miofibrilas do músculo e o número de sarcómeros em paralelo.

- É o conceito que melhor representa a quantidade de proteínas contrácteis de um músculo e


o seu potencial para desenvolver força.
Ângulo de penação

- É o ângulo estabelecido entre a fibra muscular e o tendão ou estrutura conjuntiva onde a


fibra se insere.

- Um aumento do ângulo de penação está associado com um maior potencial para a produção
de força.

- O aumento do ângulo de penação decorre de um processo de treino com cargas elevadas.

- Uma diminuição do ângulo de penação está associada com um maior potencial de


velocidades de contração elevadas.

Comprimento dos fascículos

- Um aumento do comprimento dos fascículos é um resultado da adição de sarcómeros em


série.

- Está associado a um decréscimo do potencial de produção de força máxima, no entanto,


permite atingir maiores velocidades de contração.

Propriedades do tendão

- O tendão apresenta duas propriedades distintas: rigidez e complacência.

- O aumento da rigidez do tendão permite diminuir o tempo do atraso eletromecânico, bem


como, permite uma eficiência maior para o armazenamento e utilização da energia elástica.

FACTORES NEURAIS

Factores reguladores da produção de força atuam a dois níveis:

1. Coordenação intramuscular;

- Recrutamento de unidades motoras (UM);

- Frequência de disparo das unidades motoras;

- Sincronização de disparo das unidades motoras;

2. Coordenação intermuscular

Recrutamento de unidades motoras

- As UM são recrutadas de uma forma hierárquica, das mais pequenas para as maiores
(princípio de Henneman).

- Se uma tarefa não necessitar do recrutamento de todas as UM, as UM mais pequenas serão
as únicas solicitadas.

- Se a tarefa for de exigência máxima, todas as UM serão recrutadas.


Frequência de disparo das unidades motoras

- A estimulação de uma fibra muscular ocorre sempre através de um conjunto de estímulos


que o motoneurónio gera num determinado período de tempo.

- O aumento da frequência de disparo de um motoneurónio é um dos mecanismos utilizados


pelo SNC para aumentar a força de contração de um músculo.

Sincronização de disparo das unidades motoras

- A sincronização de disparo das unidades motoras é sugerida como parte da resposta


adaptativa ao treino de força.

- No entanto, ainda não foi verificada uma relação causal entre o aumento de sincronização e
o aumento da força.

PRINCÍPIOS DO TREINO

1. Especificidade

- As adaptações fisiológicas desencadeadas do processo de treino são específicas para o


padrão motor da tarefa, para os processos de coordenação intra e intermuscular, o tipo de
ação muscular envolvida, a velocidade de movimento, a amplitude do movimento, os grupos
musculares alvos e os sistemas energéticos envolvidos

2. Sobrecarga

- A sobrecarga caracteriza um estímulo que, quer em termos de intensidade, como de


frequência e duração, possa ser suficiente para conduzir um organismo a um conjunto de
adaptações de determinada natureza.

- As variáveis que podem ser manipuladas para que determinado estímulo possa cumprir o
princípio da sobrecarga são: a intensidade, a duração, o volume e a frequência. A intensidade
do treino está associada à taxa de produção de ATP

3. Variação

- Um dos componentes necessários para induzir adaptação em resposta ao treino. Indivíduos


mais bem treinados necessitam de maior variabilidade no estímulo para gerar adaptação em
comparação com indivíduos mais fracos e menos treinados. Uma falta de variabilidade no
treino pode dar origem a um programa monótono que por sua vez leve a uma falta de
compromisso por parte do atleta gerando piores resultados.

Periodização do treino

- Método pelo qual o treino é dividido em frações mais pequenas, que são mais fáceis de
manipular e que são normalmente referidas como fases do treino e, em simultâneo, é também
a manipulação das variáveis de treino de forma a atingir determinados patamares de
performance em momentos chave, enquanto, reduz o risco de lesão e sobretreino do
indivíduo.
A periodização pode ser observada sob dois prismas importantes:

- A divisão temporal do plano anual em frações mais pequenas que são mais fáceis de
programar e gerir e que permitem a estruturação do treino para que a performance máxima
possa ser manifestada nos momentos mais importantes.

- Permite priorizar as capacidades físicas mais relevantes consoante a fase do treino.

Qual a necessidade de ter uma abordagem periodizada?

- Métodos e volumes de treino monótonos podem predispor um indivíduo à estagnação.

- Existe uma forte necessidade de induzir variabilidade no processo de treino.

Organização estrutural do treino do treino

1. Macrociclo:

- Projeta a estrutura do programa de treino de forma antecipada em várias semanas, meses ou


anos de acordo com a classificação de diferentes autores. De uma forma simples, o macrociclo
permite definir a estrutura geral do treino e permite não perder de vista o objetivo principal
com o mesmo.

2. Mesociclo:

- Consiste num agregado de microciclos, normalmente entre 2-6, sendo que, como já permite
uma somação de estímulos razoáveis, normalmente já é possível desencadear um processo
adaptativo positivo.

3. Microciclo:

- É unidade funcional mais importante no planeamento do treino. Tem uma duração média de
uma semana, podendo variar. O microciclo é estruturado de acordo com os objetivos do treino
e os métodos utilizados devem ser os mais adequados para a fase de treino em questão.

TREINO DE FORÇA E RISCO DE LESÃO

- O treino de força tem um carácter profilático no risco de lesão.

Mecanismos de actuação

1. Fortalecimento dos tecidos adjacentes que permitem reduzir as cargas articulares e


aumentar a resiliência dos tecidos;

2. Melhor percepção psicológica de situações de alto risco;

3. Melhoria da coordenação neuromuscular.

Recomendações do treino de força

- Uma fase de familiarização/técnica antes do acréscimo gradual das variáveis de volume e


intensidade na prescrição do treino de força. Os protocolos de treino de força devem ter início
na pré-época ou em fases menos congestionadas da época.
Tipologia do programa de prevenção de lesões

- Afastamento de programas de prevenção de lesões com múltiplos componentes


(alongamento, treino propriocetivo, treino de força) para algo que utilize o treino de força
como foco primário para diminuir o risco de lesão.

BASES FISIOLÓGICAS DO TREINO DE ENDURANCE

- A produção e a remoção de lactato são processos contínuos.

- A variação independente da taxa de cada um destes processos é o que determina o nível de


lactatemia.

- A produção de lactato é uma consequência da glicólise anaeróbia.

Limiar lático (LL) - Nível de intensidade ou consumo de oxigénio (VO2 ) que precede
imediatamente o incremento inicial e contínuo da lactatemia a partir dos valores de repouso.

Maximal lactate steady state (MLSS) ou estado estacionário máximo de lactate (EEML):

- Máxima intensidade que pode ser mantida sem que, ao longo da duração do exercício, ocorra
acumulação de lactato.

- Nesta intensidade, perto de 15±5% do custo energético total é coberto pelo metabolismo
anaeróbio, independentemente do nível de treino e de desempenho do atleta.

Economia motora/eficiência mecânica

- A eficiência mecânica irá determinar o declive da relação entre o consumo de O2 e a potência


mecânica.

- Se a eficiência for baixa, então o aumento do consumo de O2 será proporcionalmente maior,


se a eficiência for alta, o oposto será verificado.

- Uma elevada eficiência mecânica permite reduzir o custo energético da tarefa e beneficia a
tolerância ao exercício, para além disto, aumenta o output mecânico em que o VO2máx. é
atingido.

Domínios de intensidade do treino de endurance

- Fala-se de domínios de intensidade do exercício submáximo definidos a partir dos perfis


metabólicos presentes em tarefas de carga constante, ao longo de um espectro de solicitação
que vai desde o nível moderado, abaixo do LL, até ao nível severo, que corresponde a
intensidades superiores ao EEML.

- O domínio de intensidade que se encontra entre os dois “limiares” foi designado de pesado.
Bases fisiológicas do treino de endurance

- O EEML discrimina, assim, qualitativamente, entre intensidades de esforço nas quais a


continuidade do exercício está limitada pela energia armazenada (domínio de intensidade
pesado) e intensidades que conduzem à interrupção do exercício em pouco tempo, devido à
perturbação da homeostasia celular (domínio de intensidade severo).

- No exercício de moderada intensidade estão englobadas todas as tarefas abaixo do limiar


lático.

- Nesta intensidade fazem sentido a prescrição de atividades aeróbias contínuas.

- O limiar lático do indivíduo não treinado encontra-se a cerca de 60% do seu VO2máximo.

- Neste domínio, não há um aumento da concentração de lactato no sangue.

- O domínio pesado representa a potência mecânica entre o limiar lático e o estado


estacionário máximo do lactato.

- Nesta intensidade fazem sentido, sobretudo, a prescrição de atividades aeróbias contínuas.

- No domínio severo, a concentração de lactato continua a subir com o prolongar da tarefa.

- A fadiga é inevitável e o indivíduo não conseguirá manter esta intensidade por longos
períodos de tempo.

- Nesta intensidade predominam metodologias de treino intervalado.

ADAPTAÇÕES AGUDAS E CRÓNICAS AO EXERCÍCIO FÍSICO

As adaptações agudas:

- Ocorrem em associação directa com a sessão de exercício e podem ser subdivididas em


imediatas ou tardias.

- As respostas imediatas são as que ocorrem no período peri-sessão, como a elevação da


frequência cardíaca, pressão arterial e temperatura corporal.

- As adaptações agudas tardias são as observadas ao longo das primeiras 24 ou 72 horas após
uma sessão de treino e pode servir como exemplo a síndrome de dor muscular retardada.

As adaptações crónicas:

- Adaptações fisiológicas positivas que ocorrem após a somação de vários estímulos de treino.

- Redução da frequência cardíaca de repouso, aumento da sensibilidade à insulina, hipertrofia


muscular, adaptações neurais como a capacidade de recrutamento neural, etc.
Adaptações fisiológicas derivadas do treino de endurance

- Aumento do débito cardíaco, aumento da capacidade de captação, transporte e utilização de


O2 para a produção de energia e a biogénese mitocondrial.

- As determinantes do consumo de O2 encontram-se sumarizadas pela equação de Fick:

VO2 = CO x (CaO2 - CVO2)

Dois factores preponderantes que podem limitar o VO2máximo :

1. Débito cardíaco;

2. Capacidade de a musculatura atuante extrair e utilizar o O2 proveniente do sangue arterial.

Débito Cardíaco

- É o produto entre o volume sistólico e a frequência cardíaca;

- Aumenta de forma linear com a intensidade do exercício;

- Durante o exercício ocorre uma redistribuição do fluxo sanguíneo, de forma que, a maior
parte do débito cardíaco seja destinado à musculatura actuante.

Diferença (CaO2 – CVO2)

- A diferença a-vO2 é um indicador da eficiência da musculatura ativa no que diz respeito à


extração do oxigénio do sangue arterial;

- Na ausência de doença pulmonar, a CaO2 é constante em repouso e durante o exercício. Já a


CvO2 diminui com o aumento da intensidade do exercício.

- O treino de endurance provoca um aumento do número de capilares por fibra muscular e um


aumento do número e tamanho das mitocôndrias do músculo esquelético;

- Os novos capilares formados na musculatura ativa permitem um aumento do fluxo


sanguíneo local e providenciam uma maior área para as trocas gasosas durante o exercício;

- O aumento do conteúdo mitocondrial e das enzimas envolvidas no metabolismo lipídico e


glucídico aumentam a capacidade oxidativa do músculo.

Pressão arterial

- A pressão arterial sistólica e a pressão arterial média aumentam com a intensidade do


exercício, enquanto a pressão arterial diastólica se mantém estável;

- Exercícios efetuados somente com os membros superiores apresentam valores de pressão


arterial maiores do que exercícios efetuados com os membros inferiores devido ao aumento
da resistência vascular periférica.

- Durante ações isométricas, a PA é maior do que em atividades dinâmicas com intensidade e


duração semelhantes.

- O treino de endurance provoca uma redução dos valores de pressão diastólica e sistólica em
repouso em indivíduos saudáveis, bem como, em indivíduos hipertensos.
Adaptações cardiovasculares

- O treino de endurance aumenta a quantidade de plasma e o volume total de sangue. De


salientar que este efeito é notado cerca de 7-10 dias após o início do processo de treino;

- Ao nível do coração, o aumento do volume de plasma provoca um aumento do volume


diastólico final e promove uma maior expansão do ventrículo esquerdo.

- O treino de endurance também aumenta a massa muscular ventricular esquerda que provoca
uma contração mais forte.

- Ambas as adaptações promovem um aumento da fração de ejeção e um maior volume


sistólico em repouso e durante o exercício.

- A frequência cardíaca de repouso diminui após umas semanas de treino de endurance devido
a um aumento da atividade parassimpática e uma redução da atividade simpática.

- A frequência cardíaca máxima diminui ou permanece inalterada. Uma menor frequência


cardíaca permite um maior tempo de enchimento do ventrículo esquerdo de forma a
potenciar o volume sistólico e, por sua vez, o débito cardíaco;

- O treino de endurance provoca uma redução dos valores de pressão diastólica e sistólica em
repouso em indivíduos saudáveis, bem como, em indivíduos hipertensos.

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