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Nota Sobre o Ciclo Econômico

Dado que a teoria de Keynes conseguiu explicar os determinantes do emprego em


qualquer momento, ele se considera capaz de explicar, também, o fenômeno do ciclo
econômico (caracterizado, por Keynes, como complexo).

O ciclo econômico é considerado o resultado de uma variação cíclica na eficiência


marginal do k, embora complicado e frequentemente agravado por modificações que
acompanham outras variáveis importantes do sistema econômico no curto prazo.

O caráter essencial do ciclo econômico e, sobretudo, a regularidade de ocorrência e


duração, que justificam a denominação ciclo, se devem principalmente ao modo como
flutua a Efmgk, embora complicado e frequentemente agravado por modificações que
acompanham outras variáveis importantes do sistema eco no curto prazo.

Por movimento cíclico queremos dizer que, quando o sistema evolui, por exemplo, em
direção ascendente, as forças que o impelem para cima adquirem inicialmente impulso e
produzem efeitos cumulativos de maneira recíproca, mas perdem gradualmente a sua
potência até que, em certo momento, tendem a ser substituídas pelas forças que operam
em sentido oposto e que, por sua vez, adquirem também intensidade durante certo tempo e
fortalecem-se mutuamente, até que, alcançando o máximo desenvolvimento, declinam e
cedem lugar às forças contrárias. Além disso, há certo grau reconhecível de regularidade
na sequência e duração dos movimentos ascendentes e descendentes.

Outra característica do chamado ciclo econômico, é o fenômeno da crise – o fato de que


a substituição de uma fase ascendente por outra descendente geralmente ocorre de modo
repentino e violento, ao passo que, como regra, a transição de uma fase descendente para
uma ascendente não é tão repentina.

Qualquer flutuação no investimento, não compensada por uma variação correspondente


na propensão a consumir, resulta, necessariamente, numa flutuação no emprego.

A eficiência marginal do capital depende não apenas da abundância ou da escassez


existente de bens de capital e do custo corrente da produção dos bens de capital, mas
também das expectativas correntes relativas ao futuro rendimento dos bens de
capital.

As expectativas do futuro desempenhem um papel preponderante na determinação da


escala em que se julguem recomendáveis novos investimentos.

Como vimos, porém, as bases para tais expectativas são muito precárias. Fundadas em
indícios variáveis e incertos, estão sujeitas a variações repentinas e violentas.

Ora, para explicar a “crise”, temos enfatizado que a taxa de juros tende a subir sob o
efeito de maior demanda de moeda, tanto para fins de transações como para fins
especulativos. Algumas vezes este fator pode, certamente, representar um papel de
agravamento e talvez, ocasionalmente, de desencadeamento. Creio que a explicação mais
normal, e por vezes a essencial, da crise não é primordialmente uma alta taxa de juros,
mas um repentino colapso da eficiência marginal do capital.
As últimas etapas da expansão são caracterizadas por expectativas otimistas relativas
ao rendimento futuro dos bens de capital suficientemente fortes para compensar a
abundância crescente desses bens, a alta de seus custos de produção e, provavelmente,
também, a alta taxa de juros.

É próprio dos mercados financeiros organizados, sob a influência de compradores em


sua maioria ignorantes. Quando a decepção advém a um desses mercados otimistas em
demasia, e superabastecidos, as cotações desçam em movimento súbito e mesmo
catastrófico. Além disso, o pessimismo e a incerteza a respeito do futuro que acompanham
um colapso da eficiência marginal do capital suscitam, naturalmente, um forte aumento da
preferência pela liquidez e, conseqüentemente, uma elevação da taxa de juros. Nestas
condições, o fato de a queda da eficiência marginal do capital ser frequentemente
acompanhada por uma elevação da taxa de juros pode agravar seriamente o declínio do
investimento. A preferência pela liquidez só começa a aumentar após o desmoronamento
da eficiência marginal do capital.

É isto que, de fato, torna a depressão tão intratável. Posteriormente, um declínio de taxa
de juros será de grande auxílio para a recuperação e, provavelmente, uma condição
necessária da mesma, mas, de momento, o colapso da eficiência marginal do capital pode
ser tão completo que nenhuma redução possível de taxa de juros baste para o
contrabalançar.

É a volta da confiança, para empregar a linguagem comum, que se afigura tão difícil de
controlar numa economia de capitalismo individualista.

Isto me faz alcançar o ponto a que quero chegar. A explicação do elemento tempo no
ciclo econômico, o fato de que em geral tem de decorrer um lapso determinado de tempo
antes que se inicie a recuperação, deve ser procurada nas influências que governam a
recuperação da eficiência marginal do capital. Há razões dadas, primeiro, pela extensão da
vida útil dos bens duráveis em relação ao ritmo normal de crescimento em certa época e,
segundo, pelas despesas correntes de conservação dos estoques excedentes.

Voltemos ao que ocorre na crise. Enquanto a expansão continua, a maioria dos novos
investimentos oferece um rendimento corrente que não é insatisfatório. A desilusão chega
porque, de repente, surgem dúvidas quanto à confiança que se pode ter no rendimento
esperado, talvez porque o rendimento atual dê sinais de baixa à medida que os estoques
de bens duráveis produzidos recentemente aumentem regularmente.
Se se crê que os custos correntes de produção são mais elevados do que poderão vir a ser
futuramente, esta será mais uma razão para a baixa da eficiência marginal do capital. Uma
vez surgida, a dúvida propaga-se rapidamente. Assim, no começo da depressão, existe
provavelmente uma boa parte do capital que apresenta uma eficiência marginal ínfima ou
mesmo negativa, mas o intervalo de tempo que deverá decorrer antes que a escassez do
capital pelo uso, a deterioração e a obsolescência se tornem bastante óbvias para
aumentar a eficiência marginal pode ser uma função relativamente estável da duração
média do capital numa época dada.

O segundo dos fatores que conduzem a esta estabilidade de duração temporal se deve
aos custos de conservação dos estoques excedentes, que forçam a sua absorção dentro
de certo período, nem muito curto nem muito longo. A repentina suspensão de novos
investimentos depois da crise levará, provavelmente, a uma acumulação de estoques de
produtos não acabados. O custo de conservação destes produtos raramente é inferior a
10% ao ano. Seus preços devem, portanto, baixar o bastante para causar uma restrição da
produção que assegure a reabsorção dos estoques excedentes. O processo de absorção
dos estoques representa um investimento negativo, que também contribui para diminuir o
emprego, e, chegando a seu termo, causa um considerável alívio. Ademais, a redução do
capital circulante, que necessariamente acompanha o declínio da produção, é um novo
fator, às vezes importante de desinvestimento, e, quando a recessão se instalou, este fator
exerceu forte influência cumulativa no sentido da baixa.

Nos primeiros momentos de uma depressão típica verifica-se provavelmente um


investimento no aumento dos estoques, que ajuda a compensar o desinvestimento
no capital circulante; na fase seguinte pode haver um curto período de desinvestimento,
tanto em estoques como em capital circulante; depois que se alcançou o nível inferior da
depressão aparece, em geral, um desinvestimento suplementar nos estoques que equilibra
parcialmente os reinvestimentos no capital circulante; e, finalmente, quando a recuperação
tiver avançado bastante, ambos os fatores serão simultaneamente favoráveis ao
investimento.

Infelizmente, uma queda substancial da eficiência marginal do capital tende, também, a


afetar negativamente a propensão a consumir, pois provoca uma baixa considerável no
valor do mercado de títulos. Serve obviamente para agravar o efeito depressivo de uma
baixa na Efmgk. Uma vez iniciada a recuperação, de maneira como ela se alimenta em si
mesma e se desenvolve cumulativamente é óbvia.

Conquanto a depressão não possa ser evitada por uma baixa taxa de juros, a expansão
possa, não obstante, ser evitada por uma taxa de juros elevada. Há, de fato, substância no
argumento de que uma taxa de juros elevada é muito mais eficaz contra o auge da
expansão do que uma taxa de juros baixa o é contra uma depressão.

Pode aplicar-se aos investimentos destinados a desapontar as expectativas que os


incitaram ou para os quais não há lugar em períodos de intenso desemprego, mas pode
também aplicar-se a uma situação caracterizada por tal abundância de capital que não haja
investimento novo aparentemente capaz de, mesmo em condições de pleno emprego,
render no curso de sua duração mais do que o seu custo de reposição. É apenas neste
último estado de coisas que há sobreinvestimento, estritamente falando, no sentido de que
qualquer investimento posterior seria mero desperdício de recursos. Além disso, uma
característica normal da fase de auge da expansão, o remédio seria tomar medidas
enérgicas, como por exemplo uma nova distribuição dos rendimentos ou outra qualquer, a
fim de estimular a propensão a consumir.

Pode acontecer, naturalmente — e na realidade é provável que assim seja —, que as


ilusões da expansão levem a produzir certos tipos de bens de capital em tamanha
abundância que parte da produção seja, independentemente de qualquer critério, um
desperdício de recursos — o que às vezes se verifica, podemos acrescentar, mesmo
quando não há expansão. Quer dizer, levam a um investimento mal orientado. Além disso,
porém, uma característica essencial do auge da expansão é que os investimentos que
terão um rendimento efetivo.

Quando chega a desilusão, esta expectativa é substituída por um “erro de pessimismo”


inverso, com o resultado de que se passa a esperar um rendimento negativo dos
investimentos que em situação de pleno emprego renderiam efetivamente, colapso
resultante do investimento novo que daí resulta leva então a um estado de desemprego no
qual os investimentos, que em situação de pleno emprego teriam rendido 2%, passam, de
fato, a render menos que nada. Chega-se a uma situação em que há escassez de casas de
moradia na qual, todavia, ninguém dispõe de meios para viver nas casas que existem.

Assim, o remédio para o auge da expansão não é a alta, mas a baixa da taxa de juros.
Pois aquela pode fazer perdurar o chamado auge da expansão. O verdadeiro remédio para
o ciclo econômico não consiste em evitar o auge das expansões e em manter assim uma
semidepressão permanente, mas em abolir as depressões e manter deste modo
permanentemente em um quasi-boom!

O auge da expansão que acaba por levar a uma crise resulta, portanto, da combinação
de uma taxa de juros, que num estado correto de expectativa seria demasiadamente alta
para permitir o pleno emprego, e de um estado enganoso de expectativa que, enquanto
dura, impede essa taxa de juros de ser, de fato, um obstáculo. O boom é uma situação em
que o excesso de otimismo triunfa sobre uma taxa de juros que, julgada a sangue-frio, seria
considerada alta demais.

Talvez convenha, no ponto a que chegamos, dizer umas palavras sobre os importantes
correntes de pensamento que sustentam, de maneiras diferentes, que a tendência crônica
das sociedades contemporâneas para o subemprego deve ter sua causa procurada no
subconsumo, quer dizer, nos hábitos sociais e numa distribuição da riqueza que resultam
numa propensão a consumir demasiado baixa. Nas condições atuais — ou, pelo menos,
nas que prevaleceram até há pouco —, em que o fluxo de investimento não é planejado
nem dirigido, antes se acha abandonado aos caprichos de uma eficiência marginal do
capital, que depende das opiniões pessoais de indivíduos não conhecedores ou de
especuladores, e à influência de uma taxa de juros a longo prazo que raras vezes, ou
nunca, baixa além de um nível convencional, essas correntes de pensamento, como guias
de política prática, estão indubitavelmente certas. Em tais condições, pois, não há outro
meio capaz de levar o volume médio de emprego a um nível mais favorável. Se é
materialmente impraticável aumentar o investimento, torna-se evidente não haver outros
meios de alcançar um nível maior de emprego além do de aumentar o consumo.

Admitindo a hipótese tácita de que a produção agregada seja incapaz de variar.

Capítulo 24

Os principais defeitos da sociedade econômica em que vivemos são a sua incapacidade


para proporcionar o pleno emprego e a sua arbitrária e desigual distribuição da riqueza e
das rendas.

Desde o fim do século XIX, a tributação direta — imposto sobre a renda e sobretaxas, e
impostos sobre as heranças — vem conseguindo realizar, especialmente na Grã-Bretanha,
considerável progresso na diminuição das grandes desigualdades de riqueza e de renda.

Já vimos que, dentro dos limites da existência do pleno emprego, o crescimento do capital
não depende absolutamente de uma baixa propensão a consumir,
mas é, ao contrário, reprimido pela mesma, e que apenas em condições de pleno emprego
pode uma baixa propensão a consumir levar ao crescimento do capital.

A crença tão generalizada de que os impostos sobre heranças são responsáveis pela
redução da riqueza de capital de um país reflete a confusão que reina entre o público neste
aspecto. Supondo que o Estado aplique o produto destes impostos em suas despesas
comuns, de modo que os impostos sobre a renda e o consumo se reduzam ou anulem
correspondentemente, é naturalmente inegável que uma política fiscal de altos impostos
sobre heranças faz aumentar a propensão da comunidade a consumir. Mas, como um
aumento da propensão habitual a consumir contribui, em geral (isto é, excetuando as
condições de pleno emprego), para elevar o incentivo ao investimento, a conclusão que daí
se tira é quase sempre oposta à verdade.

Há, contudo, um segundo aspecto do nosso argumento cujas consequências são muito
mais importantes para o futuro das desigualdades de riqueza, a saber, a nossa teoria da
taxa de juros. A justificativa de uma taxa de juros moderadamente elevada foi encontrada,
até aqui, na necessidade de proporcionar estímulo suficiente à poupança. Demonstramos,
porém, que a extensão da poupança efetiva é rigorosamente
determinada pelo montante de investimento, e que este montante cresce por efeito de uma
taxa de juros baixa, desde que não tentemos levá-lo por esse caminho além do nível que
corresponde ao pleno emprego. Assim sendo, o que mais nos convém é reduzir a taxa de
juros até o nível em que, em relação à curva da eficiência marginal do capital, se realize o
pleno emprego.

O rendimento agregado dos bens duráveis durante toda a sua vida cobriria justamente
como no caso dos bens de curta duração, o custo de trabalho necessário para os produzir,
mais uma margem correspondente ao risco e ao custo da habilidade e da supervisão.

Na prática, portanto, o nosso objetivo deveria ser conseguir (e isto nada tem de irrealizável)
um aumento no volume de capital até que ele deixe de ser escasso, de modo que o
investidor sem função deixe de receber qualquer benefício, e depois criar um sistema de
tributação direta que permita a inteligência, a determinação, a habilidade executiva do
financista, do empresário et hoc genus omne (certamente tão orgulhosos de suas funções
que poderia obter-se o seu trabalho muito mais barato que agora) a dedicar-se ativamente
à comunidade em condições razoáveis de remuneração.

O Estado deverá exercer uma influência orientadora sobre a propensão a consumir, em


parte através de seu sistema de tributação, em parte por meio da fixação da taxa de juros
e, em parte, talvez, recorrendo a outras medidas. Eu entendo, portanto, que uma
socialização algo ampla dos investimentos será o único meio de assegurar uma situação
aproximada de pleno emprego, embora isso não implique a necessidade de excluir ajustes
e fórmulas de toda a espécie que permitam ao Estado cooperar com a iniciativa privada.
Não é a propriedade dos meios de produção que convém ao Estado assumir. Se o Estado
for capaz de determinar o montante agregado dos recursos destinados a aumentar esses
meios e a taxa básica de remuneração aos seus detentores, terá realizado o que lhe
compete.

Se a demanda efetiva se mostra deficiente, não só o desperdício de recursos causa no


público um escândalo intolerável, como também o empreendedor individual que tenta pô-
los em ação joga um jogo com cartas marcadas contra si. O jogo de que participa contém
muitos zeros, de modo que os jogadores em conjunto acabarão perdendo se tiverem
bastante energia e confiança para jogar todas as cartas. O crescimento da riqueza mundial
tem sido menor, até agora, que o volume agregado das poupanças individuais, e a
diferença corresponde às perdas sofridas por aqueles cuja coragem e iniciativa não foram
suplementadas por uma habilidade excepcional ou por uma sorte fora do comum. Se a
demanda efetiva for adequada, porém, serão suficientes apenas habilidade e sorte normais.

Políticas econômicas para economias monetárias

Carvalho 1999

Desde meados dos anos de 1970 há um crescimento de uma nova onda conservadora
na teoria e na política econômica que vai contra as ideias intervencionistas atribuídas ao
Keynesianismo. Para os ideólogos conservadores o keynesianismo deveria ser condenado, em
bases morais, simplesmente por ter dado legitimidade à intromissão do Estado na vida privada.

Os modelos de ciclo econômico foram criados com base na ideia de que policy-makers
sofrem da doença denominada viez inflacionário. Keynes foi culpado porque atacou a
necessidade de equilíbrio das finanças públicas e fortaleceu aqueles que pensavam que a
prosperidade pode ser alcançada por outros meios que não o esforço árduo e a abstinência.

Não há dúvidas de que Keynes era um intervencionista e que as implicações políticas


de sua teoria geral são claramente a favor de uma política econômica ativa.

A teoria geral: um modelo de economia monetária

Para Keynes, uma economia monetária é uma economia na qual a moeda joga um
papel próprio e afeta as motivações e decisões, sendo em suma, um dos fatores operativos da
situação, de forma que o curso dos eventos não pode ser predito, tanto no longo quanto no
curto período, sem conhecimento do comportamento da moeda entre o primeiro e o último
estados.

Em resumo, a característica distintiva de uma economia monetária está no fato de que a


moeda não é neutra. Isso afeta a posição de uma economia no curto período através de dois
canais principais: (a) para se demandar um bem ou serviço, necessita-se de moeda; (b) pode-
se apenas reter moeda, sem ter que gastá-la na compra de bens, subtraindo assim uma fração
da demanda total. O mais importante, contudo, é que a moeda também não é neutra em
relação às posições de longo período, por ser uma forma de riqueza em uma economia
monetária. Na condição de ativo, ela compete com outros, afetando o caminho de acumulação
da economia e, desta forma, os determinantes de sua posição de longo termo. Em um mundo
de incerteza e propriedade privada, a moeda é uma forma segura de riqueza. Na qualidade de
poder de compra, é uma representação geral da riqueza social em contraste com formas
específicas de riqueza representadas pelos bens específicos, por isso ela acama a ansiedade
dos detentores de riqueza. Os bens de capital, cujos retornos efetivos estão sujeitos a
incertezas, têm de oferecer alguma compensação para competir com a moeda, dado que os
detentores de riqueza demandam alguma forma de pagamento para abrirem mão da segurança
da riqueza monetária.
A incerteza afeta os valores dos ativos de capital porque máquinas e equipamentos
produzem bens específicos que podem, ou não, ser demandados pelos consumidores. Por
outro lado, os bens de capital são muito ilíquidos, sendo provável que seus detentores sofram
perdas de capital se tiverem que vendê-los para transferirem-se para outras atividades. Desta
maneira, os ativos de capital são afetados tanto pela incerteza como relação à renda quanto
pela iliquidez. A moeda por sua vez, situa-se em uma situação privilegiada quanto a tais riscos.

Além disso, em uma economia monetária, os agentes econômicos podem escolher


entre a moeda e bens como meio de acumulação de riqueza. A moeda é um ativo porque, em
economias de propriedade privada, sua retenção é um modo seguro de conservar o dinheiro
sobre o produto social. Qualquer sociedade é perturbada pela incerteza, mas esta tem uma
influência particular em economias monetárias, pois nelas o indivíduo é livre para decidir as
formas de acumulação, mas também é o único responsável pelos resultados de sua decisão. O
teste de validação social de uma dada escolha individual de como acumular riqueza é sua
capacidade de converter esta riqueza em moeda, ou seja, em poder de comando sobre parte
do produto social. A incerteza e a moeda têm papéis definidos em economias monetárias. Os
preços de demanda dos bens de capital são afetados por fatores monetários, pois a moeda,
como meio de acumulação, oferece serviço de segurança que os bens de capital não podem
oferecer.

Em economias monetárias, a demanda agregada variável implica que a renda nacional


é determinada de forma endógena. Isto é conhecido como multiplicador. A deficiência da DA é
uma falha sistêmica: a moeda deve conferir segurança, a fim de permitir que os preços sejam
fixados de forma intertemporal e os contratos sejam firmados, mas esta forma de moeda torna-
se um modo poderoso de se reter riqueza tão atraente que, sob certas condições, a demanda
por outros tipos de ativos, inclusive bens de capital, pode contrair-se ao ponto de desaparecer.

A necessidade de intervenção

Keynes identificou dois os principais males do klismo moderno: o excessivo grau de


concentração da renda e a incapacidade do sistema de sustentar o pleno emprego de
trabalhadores e da capacidade produtiva. Ele considerou este último como o mais grave, uma
vez que há várias possibilidades de redução de desigualdades. Esse problema não consiste no
fato de a renda estar concentrada, mas sim de ela estar concentrada além do que é adequado,
em vista dos fatores citados e para estimular os empreendimentos. Por exemplo, o sistema
tributário deveria assim ser orientado para corrigir essas fontes injustificadas de desigualdade.
Com relação à incapacidade do pleno emprego, o problema torna-se mais complexo. A demanda
efetiva poderia ser muito baixa com respeito ao produto potencial, pq a incerteza interpenetra
toda a economia e, em um moderno sistema de propriedade privada, a responsabilidade pelas
decisões recai sobre os indivíduos. Dessa forma, os agentes buscam um refúgio seguro contra
as incertezas que cercam qualquer dada escolha relativa a um instrumento definido de
acumulação de riqueza, buscando segurança contra perdas de capital na forma da moeda.
É essa contradição entre racionalidade individual e social que cria a necessidade de
intervenção. Se as incertezas não podem ser eliminadas, e tem de ser suportadas pelos
próprios indivíduos, não se pode esperar que soluções surjam de forma espontânea.
O problema do sistema estava relacionado com os preços relativos, mas com os preços
relativos dos ativos. Era na alocação de ativos entre os detentores da riqueza que estavam as
falhas de mercado. O fardo da incerteza com respeito ao retorno esperado dos bens de capital
pesava na formação dos seus preços de demanda tornando-os uma alternativa inferior com
relação à moeda, cujo retorno na forma de segurança era muito valorizado na medida em que
crescia a incerteza. Ou seja, por causa da incerteza, os preços dos ativos seriam estabelecidos
de forma a penalizar os bens de capital. Tornado seus preços de demanda inferiores ao de
oferta, o que comprime os I e faz com que a demanda efetiva fique abaixo do nível de pleno
emprego.
A possibilidade de intervenção e padrões de intervenção

Essa insuficiência da DA, portanto, valida a intervenção estatal.


Keynes rejeitou a ideia de eliminação da propriedade privada e dos mecanismos de
mercado. Para ele, há pelo menos 3 tipos de políticas econômicas que resolva esse problema:
(a) O Estado poderia assumir a responsabilidade direta pelas decisões de I (permitindo à livre
empresa funcionar); (b) o Estado poderia tentar oferecer condições especiais para o
investimento privado em certas áreas ( o estado no processo de alocação de recursos); (c) o
estado poderia atingir todo o conjunto de investimentos privados =, criando um ambiente
econômico seguro no qual os agentes privados possam ser estimulados a fazer escolhas mais
arriscadas e não somente a acumular ativos líquidos ( intervenção deveria ser planejada para
impulsionar a DA e reduzir, assim, a incerteza). Pois o governo é um construtor do futuro
através do poder de mobilizar recursos e influenciar a DA, quando a demanda privada fracassa.
O papel do governo não seria substituir os mercados privados mas intervir de forma planejada
para impulsionar a DA e reduzir as incertezas quanto ao futuro.
O governo não pode criar contextos microeconômicos estáveis, pq os agentes ainda
precisam correr os riscos ligados às suas escolhas de como acumular para se beneficiar por
eventuais sucessos. No entanto, o governo pode reduzir ou eliminar riscos globais ou
macroeconômicos que afetam a economia como um todo e que podem punir até mesmo
aqueles indivíduos cujas decisões foram adequadas em termos microeconômicos.
As políticas econômicas keynesianas devem consistir em ações concentradas em
múltiplas áreas. Esse é um aspecto importante que com frequência é esquecido em especial
por aqueles que concentram a atenção exclusivamente nas medidas fiscais. Uma intervenção
redutora de incertezas requer ações concentradas em várias frentes a fim de evitar que
políticas locais ou setoriais acabem apenas desviando a incerteza dos seus pontos de impacto
originais em vez de reduzi-las. Nesse sentido é melhor identificar “politicas econômicas
Keynesianas” em vez de um politica keynesiana fiscal ou monetária

Política fiscal

A política fiscal ativa, isto é, o apelo consciente aos poderes do Estado de taxar e gastar
de modo a influenciar a demanda agregada, é o instrumento mais conhecido de politica
econômica keynesiana.

A política econômica é uma forte alavanca para empurrar a demanda agregada para
baixo ou para cima, porque atinge de forma direta a renda privada. Aumenta ou diminui a renda
dos que ofertam ao governo produtos e serviços disparando um efeito multiplicador.

Para implementar a política fiscal ativa o governo deveria preparar dois orçamentos
fiscais, um para as funções ordinárias da administração pública e outro para os gastos
discricionários do governo. O orçamento ordinário, recomenda Keynes, deveria estar sempre
equilibrado. O orçamento discricionário seria a alavanca fiscal que o governo poderia ter á sua
disposição para empurrar a economia em direção ao pleno emprego ou para mantê-lo. Este
orçamento cobriria atividades de investimento que pudessem ser aceleradas ou desaceleradas
de acordo com o estado geral dos negócios na economia.
A política fiscal também contribuiria para aumentar a demanda através de medidas
redistributivas que aqueceriam o consumo.

...

Política Fiscal
Ref (Sicsú 2008)

A política fiscal ativa atinge de forma direta a renda privada. Os objetivos dessa politica
fiscal são 1) Organizar os negócios normais do Estado 2) Regular a DA 3) promover a
redistribuição da renda pessoal. Os instrumentos utilizados são: a administração de gastos
públicos e política de tributação.

A equação de determinação da renda é: redução dos gastos correntes, redução da


carga tributária e aumento do investimento público. Ela garantiria um crescimento permanente
da economia.

O que a equação em voga propõe inicialmente é uma redução de gastos correntes. Esta
economia, em primeiro lugar, reduziria a necessidade de arrecadação, o que possibilitaria a
redução de impostos, principalmente sobre a aquisição de máquinas e equipamentos – sem
aumentar o déficit público. Em segundo lugar, proporcionaria recursos para um aumento do
gasto público em investimento – sem aumentar o déficit público. isto provoca crescimento?

Políticas de gastos públicos somente geram crescimento quando pelo menos uma de
duas condições é atendida (ou quando há uma combinação favorável delas): i) quando há um
aumento de gastos do governo; ou ii) quando o mesmo volume de gastos é redirecionado para
favorecer aqueles que têm uma alta propensão a gastar, isto é, por exemplo, quando quem
passa a receber o gasto do governo são “pobres”, que gastam o que recebem – e “ricos”, que
recebiam o gasto público, deixam de receber; estes poupavam o que recebiam. “Pobres”
gastam o que recebem e geram empregos e renda. “Ricos” já têm o seu consumo satisfeito,
poupam o que ganham a mais, não geram empregos nem renda.

No caso da equação proposta não haveria um aumento de gastos. Haveria de fato


redução, porque somente uma parte da redução de gastos correntes seria transformada em
gastos de investimento. A outra parte propiciaria, conforme explicitado, a redução de impostos,
sem que isto provocasse aumento do déficit público. Sob estas condições, teria que haver uma
certeza: de que esta troca de gastos públicos correntes por gastos públicos em investimento
corresponderia a uma troca de beneficiários dos gastos públicos que têm uma baixa propensão
a gastar por aqueles que têm uma alta propensão.

A teoria de Keynes demonstrou que trabalhadores e empresários, interagindo


livremente em plena concorrência, não poderiam prover vagas suficientes para absorver todos
aqueles que buscavam renda.

Empresários, agindo de forma racional, não podem ofertar vagas de trabalho quando
vislumbram uma queda das suas vendas futuras. Então, o papel do Estado, por intermédio de
políticas governamentais, deveria ser estimular a geração de expectativas empresarias
otimistas, promovendo um ambiente em que empresários contratassem mais e mais
trabalhadores.
A política fiscal foi identificada, por Keynes, como aquela política capaz de fazer o
serviço de manter o desemprego quase nulo. O gasto público, especialmente aquele em
atividades intensivas em trabalho, é o elemento básico desta política. A realização de grandes
obras públicas, por exemplo, contrata muitos trabalhadores que vão gastar os seus salários
comprando bens de consumo. É este cenário esperado de aumento de suas vendas que os
empresários precisam vislumbrar para elevar a sua produção e contratar mais trabalhadores.

Para pôr em prática essa política discricionária fiscal de gastos, as finanças públicas
precisam estar sempre equilibradas. Para realizar gastos, um governo precisa ter condições
orçamentárias para fazê-lo. Um governo que possui uma dívida pública muito grande pode
estar sujeito a pagar um serviço elevado por esta dívida. Talvez sob estas condições, o
governo tenha perdido a capacidade de utilizar o instrumento apreciado por Keynes, dado que
seu orçamento pode ser altamente deficitário, o que impediria, ou pelo menos reduziria
demasiadamente, a sua capacidade de realização de gastos públicos adicionais.

Desequilíbrios orçamentários devem ser sempre evitados, mas em condições


emergenciais, podem ser aceitos. Contudo, se o orçamento já está no limite máximo de déficit
aceitável, se a carga tributária não pode ser elevada e o governo precisa gerar mais empregos,
então o que o governo deve fazer é: mudar a composição dos seus gastos, trocando gastos
que geram poucos empregos por gastos que geram muitos empregos. Por exemplo, reduzir o
gasto público com o pagamento de serviço da dívida que não gera empregos, e gastar mais em
construção de infraestrutura pública.

Esta fórmula de recomposição de gastos públicos, sem aumentá-los, além de reduzir o


desemprego, proporcionaria também uma redução do déficit público e, possivelmente, um
equilíbrio do orçamento.

A doença básica de certas economias, então, não são seus déficits públicos, mas suas
elevadas taxas de desemprego. Déficits são sintomas que devem ser eliminados porque
impedem que economias utilizem políticas keynesianas de gastos na rubrica obras públicas em
condições ideais, onde seus resultados são mais previsíveis. Entretanto, tentar eliminar o déficit
público pelo corte de gastos correntes e de investimento em uma economia que possui a
doença crônica do desemprego é tarefa quase impossível, e que obterá, como resultado, mais
déficit e mais desemprego. Doenças devem ser combatidas com ataques às suas causas, e
não aos seus sintomas. Um corte de gastos correntes e de investimentos em situação de
elevado desemprego provocará, por um lado, uma redução da arrecadação, porque agravará o
desemprego, e, por outro lado, um aumento de gastos em determinadas rubricas, tais como o
seguro-desemprego. Então, um corte de gastos correntes e de investimento pode aumentar o
déficit, e não forçosamente reduzi-lo.

Deve-se, em conclusão, rejeitar a ocorrência de déficits públicos profundos e


permanentes, porque impedem a realização discricionária e emergencial de políticas de gastos
governamentais de combate ao desemprego. Deve-se, ainda, buscar eliminar os déficits
públicos por meio do combate ao desemprego, e não do corte de gastos correntes e de
investimento

Alguns serviços são necessários para organizar a sociedade de forma civilizada; outros
são necessários porque promovem justiça social. Entre os primeiros, destaca-se a prestação
do serviço de segurança pública realizado por intermédio do aparato policial. Ao mesmo tempo,
a justiça social deve ser alcançada, por exemplo, pelo acesso amplo e irrestrito dos indivíduos
a sistemas de saúde e educação de alta qualidade. Impostos, taxas e contribuições são, por
conseguinte, uma necessidade da vida civilizada.

O ponto de partida para a promoção da justiça social é a alíquota contributiva cobrada


de cada indivíduo. Está consagrado que aqueles que ganham mais devem pagar alíquotas
superiores àqueles que ganham menos. Assim, é pelas alíquotas diferenciadas que sacrifícios
para o pagamento de impostos podem ser equalizados. Logo, um imposto com alíquota única
não é socialmente justo porque estabelece um sacrifício menor àqueles que ganham mais. É
reconhecido também que a melhor forma de diferenciar alíquotas se dá via imposto direto
sobre a renda e sobre o patrimônio. Os impostos indiretos sobre mercadorias de uso
generalizado como o leite, por exemplo, que possuem a mesma alíquota para todo e qualquer
consumidor, são injustos, porque sacrificam demasiadamente os menos afluentes
relativamente aos mais ricos.

Em uma sociedade democrática e com uma economia de mercado, a justiça social


desejada é a instituição pública que oferta segurança de vida com qualidade para todos, sem
qualquer distinção de idade, de condição (formal ou informal) no mercado de trabalho, de
condição física, racial, social ou religiosa.

Faz-se justiça social também impedindo a constituição de mecanismos que geram


oportunidades diferenciadas. Diferenças de rendas devem ser aceitas até certo grau;
diferenças de riqueza e patrimônio também. Mas acessos e oportunidades diferenciadas não
podem ser aceitos. A instituição da justiça social deve impedir a emergência de mecanismos
que geram privilégios como, por exemplo, a transferência de heranças em magnitude capaz de
fazer um indivíduo se diferenciar dos demais não por sua capacidade, mas sim pela
capacidade de seus antecessores.

Por fim, como estimular gastos sem incorrer em déficit? Para tal o Estado deverá ter 2
orçamentos. !) Destinado a despesas correntes- ordinário e outro destinado ao capital –
discricionário. O orçamento corrente deverá sempre estar equilibrado ou ter superávit, não
pode ter déficit. No discricionário pode ter déficit por que existe a possibilidade de que este seja
compensado por um superávit nas despesas correntes, mas também porque é um gasto de
investimento que gera um superávit no longo prazo para cobrir o déficit.

Política Monetária

É mais secundária, pois a política fiscalista assume um papel mais ativo já que a política
fiscal atua diretamente sobre a demanda agregada.

O objetivo da política monetária é viabilizar preços mais favoráveis para ativos que
sejam mais passíveis de investimento.

Os instrumentos que o banco central poderá utilizar são: A taxa de juros; mercado
aberto; recolhimento compulsório e a taxa de redesconto.

A taxa de juros: O banco central pode alterar a taxa de juros no curto prazo, estimulado o
investimento
Mercado aberto: O banco central coloca ou retira do mercado títulos públicos. É uma
ferramenta intermediária para influenciar a Demanda Agregada , pois influencia a taxa de juros.
Quanto mais títulos públicos no mercado, menor a taxa de juros e quanto menos títulos
públicos, maior é a taxa de juros.

Recolhimento compulsório: é um recolhimento obrigatório que cada banco deve realizar junto
ao BC, quando quer estimular o investimento, o BC pode reduzir essa taxa, aumentando a
quantidade de crédito que o banco pode ofertar, o que afeta a demanda e estimula o
investimento

Taxa de redesconto: refere-se aos juros que o BC cobra para ofertar empréstimos para os
bancos. Se diminui a taxa de redesconto, aumenta a oferta de crédito, quando a taxa está alta,
o banco fica acuado em pegar empréstimos junto ao BC. É importante levantar a questão do
spread da taxa de juros, que se refere a diferença entre a taxa de juros que o banco cobra do
público e a taxa de juros que se paga belos bancos comerciais se precisarem recorrer ao
empréstimo do BC. Por isso o alto índice de inadimplência, em razão da taxa alta cobrada
pelos bancos comerciais.

O desafio desses instrumentos é fazer com que a moeda saia da circulação financeira e
vá para a circulação industrial. É possível que a moeda esteja inviabilizando o investimento por
estar concentrada no circuito financeiro como moeda-ativo

A partir daí é possível dialogar essa política monetária com outras teorias. A discussão
dos pós keynesianos vão responder as teorias contrastantes.

Para Keynes o BC tem que agir discricionariamente para que surpreenda os agentes,
para que a politica monetária esteja coordenada junto da política fiscal, precisa ter raio de
manobra.

Segundo as novas abordagens teóricas há um pressuposto de independência do BC.


No Brasil é mais ou menos independente, tem independência relativa. Tem autonomia para
definir metas e taxa de juros mas não é uma autonomia completa. O conselho da política
monetária nacional é formado pelo presidente do BC, ministro do planejamento e ministro da
fazenda.

Política de Rendas (Controle de inflação)

Objetivo: atacar os preços

Método proposto: busca das causas para construir uma agenda positiva de controle da
inflação.

Questão inflacionária BR: não existe uma convergência em relação a política adequada
para controlar a inflação

O que a causa vai ser associada a distintos elementos ao longo do tempo → questões
estruturais
Até os anos 80 existia uma preocupação muito grande em relação a inflação, pois passou-
se por inflações estrangeiras, e até no BR pq se passa por inúmeras tentativas de combate
a inflação. Década perdida, inflação, divida, não crescimento.

Expansão da oferta monetária é apontada como causa da inflação, pois muita moeda
circulando, vai gerar muita demanda por produtos e consequentemente inflação → essa
inflação é atacada pelas metas monetárias: busca de um determinado nível de moeda
circulando, meta para a expansão de oferta de moeda, para que não se expanda e haja
inflação. De acordo com Keynes esse é um olhar reduzido no que tange a busca pela
estabilidade de preços, pq até a década de 80/90 a causa inflacionária era embasada em
uma corrente teórica pré-Keynes (clássicos).

No qual se refere a TQM, uma vez que a eco clássica acredita que a economia está sempre
equilibrada no nível pleno emprego, então o nível de renda é estável e a velocidade de
circulação da moeda é constante, ou seja, qualquer variação na oferta de moeda é igual a
variação no nível de preços, mas esse receituário baseado no eco monetária vai perder
força, em seu lugar vai se discutir metas de inflação no lugar de metas monetárias no BR,
sua estratégia para controlar os preços são essa metas, ataca-los pelo nível das taxas de
juros, então o PROCOM define metas para a taxa Selic, ou seja, se discute como se irá
manejar a i para controlar a inflação e alcançar a meta, é a partir da adoção das metas que
surge a politica de rendas dos pós keynesianos, pois eles vão criticar que está se atacando
a inflação por um único instrumento que é controla-la a partir das taxas de juros, a critica é
que esse regime de controle é que se olha para a inflação e só se ataca ela pelo seu
sintoma e não pela causa (doença, remédios, sintomas), então a proposta deles são
politicas que olham para a causa, para a raiz dela, ou seja, distintos remédios para distintas
causas. Metas de inflação é um remédio apenas para a causa monetarista da inflação, é
apenas uma causa possível, mas na vdd existem varias causas.

Todas as politicas devem estar coordenadas.

Metas de inflação são uma das soluções, é uma subpolítica da política monetária

A política para controlar a instabilidade de preços é a política de renda. Cuja proposta é de


buscar as causas da inflação na sua origem, e para essa busca eles irão encontrar distintas
causa e que para elas se construa uma agenda positiva de controle a inflação,
multifacetada não só voltada para o ataque via juros.

Política monetária brasileira não é uma politica keynesiana, dado que os keynesianos são
críticos a usar metas de inflação para controle da inflação.

Identificar as diferentes causas e achar uma política para cada

Inflação de salários: quando há uma relação forte entre trabalhador e empregador, no


sentido de que se há aumento de salários que é resultado dessa negociação, essa pressão
de salários por conta disso vai gerar um pressão de custos, aumento de custos, e o
empresário vai repassar para os preços esses custos, inflação por causa da variação nos
salários nominais na economia, por exemplo, aumento do salário mínimo vai gerar pressão
sobre os preços pois irá aumentar a demanda.

Inflação de lucros: ocorre quando os empresários repassam para os preços uma busca
que eles têm por aumentar lucro que só é possível em setores em que a demanda dos
produtos possui uma elasticidade favorável a elevação de preços, por exemplo, energia
elétrica, planos de saúde, gasolina todos têm demanda resistente a variações de preços,
são nesses setores que os empresários conseguem repassar para o preços uma margem
de lucro maior, pq sabem que a demanda é resistente. Esses preços são definidos de
forma distinta dos preços livres da economia.

Solução para 1 e 2: Política de renda baseada em impostos, aumentar os impostos sobre


as rendas especialmente, tributando mais as empresas com demanda mais inelástica que
conseguem repassar os preços e menos as empresas que não conseguem fazer isso

Preços livres diferente de preços administrados, os livres são definidos por Oferta e
Demanda, os administrados são definidos por contratos que o governo faz com setores
específicos, o governo administra preços da energia elétrica, do petróleo. Governo define a
base desses preços, e ele sempre administrar os produtos e serviços que tem demanda
mais rígida, e que tem margem de lucro enorme.

Inflação de retornos decrescentes: PIB potencial – PIB efetivo = hiato do produto → em


alguns momentos em economias cíclicas acontece desse hiato ser mais baixo, ou seja, eco
produzindo próximo do produto potencial (primeiro a eco vai produzir potencial nos setores
de mais fácil acesso, depois ele vai atrás dos setores mais tecnológicos), dificuldade de
qualificação da mão de obra em determinados setores, quando a eco passa por esses
momentos de hiato baixo, quando isso acontece os empresários repassam para os preços
essa falta de mão de obra qualificada, inflação explicada por setores que estão enfrentando
retornos decrescentes de escalas pois empresa poderia estar atuando com custos baixos e
produzindo mais, e então começa-se a ter retornos decrescentes, pois não se tem mão de
obra qualificada suficiente para produzir o potencial da empresa. Portanto, as empresas
não têm como se proteger dessa escassez de mão de obra qualificada e então ela repassa
para os preços o custo que ela tem de não ter a mão de obra necessária.

Solução: Qualificar a mão de obra no longo prazo. Os pós keynesianos são chamados de
condescendentes com a inflação pois a aceitariam no CP, mas o resultado é a longo prazo,
eles não aceitam a inflação mas é preciso conviver com ela

Inflação importada: ocorre quando se tem pressão inflacionada de fora, aumento dos
preços dos produtos internacionais, que são transmitidos para os preços internos por conta
de usarmos matéria prima, insumo importado, pressão de custo repassada para os preços
domésticos. Pass-throgh, transmissão do câmbio para os preços domésticos.

Solução: Política tributária e monetária de curto prazo- redução dos impostos sobre os
produtos tecnológicos para favorecer o capital que entra para alavancar o setor industrial

Choque de oferta inflacionária, inflação de commodities: quando se tem dificuldade de


ofertar esses produtos, os tornando mais caros, como quebra da safra agrícola, pq as
commodities (índices) são referência para os preços internacionais, que são utilizados
como índices para o mercado financeiro baseando-se nesses produtos que sofrem esse
tipo de choque de oferta, como carne bovina, soja, etc. → variações muito sensíveis em
relação a oferta.

Solução: Estoque de proteção para se proteger dos períodos em que os preços são
pressionados
Inflação de impostos: quando se tem variação de preços quando se tem mudança nos
impostos cobrados pelos governos, mudanças nas alíquotas, criação de novos impostos.

Solução: pacto de política, deve ser evitada pelo próprio governo que deve estar
comprometido com a estabilidade do valor da moeda.

Inflação de demanda: ocorre quando o hiato está baixo, aumento de consumo, aumento
de gastos dos governos.

Solução: deve ser combatido com políticas macroeconômicas contracionistas,


principalmente, com a redução de gastos governamentais públicos. Se os gastos de forma
generalizada, de consumo ou de investimento, público ou privado, estão pressionando os
preços para cima, então a economia, sem qualquer discriminação, deve ser resfriada

...

Cambial: ataca taxa de câmbio, ela é um preço, preço da moeda estrangeira medida em
termos da moeda doméstica, é importante financeiramente. A política cambial tenta
assegurar o equilíbrio externo, uma taxa de cambio que favoreça as exportações, mas que
não gera inflação existem vários estudos que tenta identificar o nível adequado → é um
nível que propicie a exportação e que não compromete o mercado financeiro, mas que
também não gere inflação. Tentar reduzir expectativa/incerteza empresarial conforme a
variação do cambio e dar mais liberdade para a construção de políticas monetárias, pq
quando as políticas monetárias deixam o câmbio muito flutuante ela tem mais liberdade
para administrar a taxa de juros, mas ele não pode ser muito flutuante para não subir muito.
O ideal seria mitigar uma restrição externa, atacar o problema que dificultaria o acesso
externo da economia estimular setores exportadores e o mercado financeiro voltado para
investimento financeiro produtivo e não deixar a taxa de câmbio flutuar muito. Por exemplo
um câmbio competitivo que incentiva exportações, política industrial também é importante e
é cambial pq tenta promover e diversificar as exportações. Fazer a criação de uma
instituição que gerencia o sistema monetário financeiro cambial, criar o bankor (moeda
fictícia).

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