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EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO 6
2. INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA 9
2.1 HISTÓRICO 9
4. INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 19
2
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
7.1 SAPATAS 52
7.2 TUBULÕES 52
10.2 RECALQUES 60
11.1 CONCEITO 72
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1. INTRODUÇÃO
De forma geral, a verificação das seguranças aos estados limites último e de utilização
dos elementos estruturais e o cálculo das cargas verticais atuantes nos elementos de
fundações são efetuados pelo engenheiro projetista estrutural. De posse dessas cargas
e a partir das investigações geotécnicas realizadas, o engenheiro projetista de
fundações determina os elementos de fundação e suas características geométricas.
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Segundo essa prática comum na maioria dos projetos de engenharia, não há relação
entre os dois profissionais projetistas. Porém, sabe-se pela literatura e, de acordo com
os preceitos da norma brasileira atualizada de fundações, NBR 6122 (2010), em seu
item 5.5, que “Em estruturas nas quais a deformabilidade das fundações pode
influenciar na distribuição de esforços, deve-se estudar a interação solo-estrutura ou
fundação – estrutura”, os projetos devem considerar os efeitos das análises da interação
solo x estrutura.
Como se sabe, os vínculos ou apoios que são considerados nos projetos estruturais
sofrem deslocamentos diversos devido às cargas oriundas da superestrutura. Esses
deslocamentos, quando verticais, são denominados de recalques nas fundações. Os
recalques que ocorrem nos apoios provocam uma redistribuição dos esforços nos
elementos estruturais e, dependendo da sua magnitude, podem causar danos na
superestrutura. O que se observa nas análises e estudos na área de interação solo-
estrutura é que, de forma geral, ocorre uma transferência de carga dos apoios que
tendem a recalcar mais para os que recalcam menos, ou seja, os apoios mais rígidos
tendem a receber mais cargas que os apoios mais flexíveis. Ao observar as análises
que consideram o estudo de interação solo-estrutura verifica-se que os pilares externos
das edificações tendem a ter um acréscimo de carga e os pilares internos um
decréscimo de carga. O acréscimo de carga nos pilares desconsiderado nas análises
simplistas, ou seja, não previstos nesse tipo de análise, pode representar um risco à
estrutura dependendo da magnitude do acréscimo.
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2. INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Face à importância do assunto, vários trabalhos têm sido publicados sobre o tema
interação solo-estrutura, atraindo a atenção de grande número de pesquisadores nas
últimas décadas. Entretanto, a interação solo-estrutura ainda não costuma ser
considerada no projeto estrutural pela maioria das empresas projetistas de estruturas e
de fundações. Recentemente, a última versão da ABNT NBR 6122 (2010), em seu
capítulo 5.5, estabelece que “Em estruturas nas quais a deformabilidade das fundações
pode influenciar na distribuição de esforços, deve-se estudar a interação solo-estrutura
ou fundação-estrutura”. Esta recomendação da norma deve contribuir para a mudança
de concepção de projeto no futuro.
2.1 HISTÓRICO
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Vale ressaltar que o procedimento acima é válido apenas para comportamento elástico
linear do solo, o que é uma aproximação válida apenas para solos arenosos e com
comportamento afastado da ruptura. No caso de solos argilosos, o mesmo procedimento
é válido, mas o cálculo do recalque envolve um modelo de solo que contemple não só
o valor de recalque, mas também sua velocidade, o que está relacionado ao coeficiente
de adensamento do solo.
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Figura 2.2 – Elaboração dos projetos estrutural e de fundações (Adaptado de GUSMÂO, 1990)
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GUSMÃO (1990) elaborou uma análise dos fatores que influenciam o mecanismo de
interação solo-estrutura em edificações, e a sua repercussão no desempenho das
mesmas. Através da utilização de um modelo proposto por POULOS (1975), que
considera a edificação (superestrutura, infraestrutura e solo onde a fundação está
assente) como um sistema único, fez-se um estudo paramétrico dos principais fatores
influentes na interação solo-estrutura, como a rigidez relativa estrutura-solo; o número
de pavimentos; efeito tridimensional de pórtico. GUSMÃO (1990) apresenta ainda um
banco de dados de diversas obras monitoradas na cidade de Recife para
acompanhamento de recalques. GUSMÃO (1990) observou o aumento dos recalques
absolutos decorrente do aumento das cargas nos pilares. À medida que a construção
progredia, a rigidez da estrutura também aumentava e os recalques tendiam a se
uniformizar ocorrendo assim uma redistribuição de cargas entre os pilares. Sendo
assim, pode-se considerar três fatores importantes influentes na interação solo-
estrutura: rigidez relativa estrutura-solo, número de pavimentos e influência da
sequência construtiva. Há ainda outros três fatores importantes também como: o efeito
das alvenarias na rigidez global da estrutura e o efeito tridimensional de pórtico.
Ec I b
K ss
Es l 4
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LOPES e GUSMÃO (1991) concluíram que, como mostra a Figura 2.2.1, o aumento do
valor da rigidez relativa solo-estrutura (kss) reduz os valores dos recalques, afetando de
modo mais acentuado o recalque diferencial.
Figura 2.2.1 – Recalque versus rigidez relativa estrutura-solo (LOPES e GUSMÃO, 1991)
Sabe-se que a maior parte dos estudos de interação solo-estrutura assume a hipótese
de não haver carregamento durante a construção. Entretanto, a rigidez da estrutura é
influenciada por sua altura. Sendo assim, a sequência construtiva passa a ser
importante na análise das estruturas de edifício que levam em conta a interação solo-
estrutura. Esses autores observaram que, durante a construção, à medida que vai
crescendo o número de pavimentos, ocorre uma tendência à uniformização dos
recalques, devido ao aumento da rigidez da estrutura; porém, essa rigidez não cresce
linearmente com o número de pavimentos.
GUSMÃO FILHO (1995) concluiu que existe uma rigidez limite e que, uma vez atingida
essa rigidez limite nos primeiros pavimentos, o aumento do número de andares não
altera o valor da parcela da carga no apoio, devido à interação solo-estrutura. Terminada
a redistribuição de cargas nos apoios, por efeito da interação solo-estrutura, os
recalques são função apenas do carregamento.
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Conforme descrito no item 2.2.1, durante a construção, à medida que vai crescendo o
número de pavimentos, ocorre uma tendência de uniformização dos recalques, devido
ao aumento da rigidez da estrutura; porém, essa rigidez não cresce linearmente com o
número de pavimentos. Existe uma rigidez limite e, uma vez atingida essa rigidez limite
nos primeiros pavimentos, o aumento no número de pavimentos não altera o valor da
parcela de carga no apoio devido à interação solo-estrutura, ou seja, cessada a
redistribuição de carga por efeito da interação solo-estrutura, os recalques são função
apenas do carregamento.
Figura 2.2.2 – Efeito da sequência de construção nos recalques (GUSMÃO FILHO, 1994)
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Uma estrutura perfeitamente elástica possui a rigidez que não depende da velocidade
da progressão dos recalques, podendo ser mais rápidos ou lentos, não influindo nos
resultados. Os recalques diferenciais obviamente, serão menores que os de rigidez nula
(caso D) e a distribuição varia muito menos durante o processo de recalque. Estruturas
de aço são as que se aproximam a este comportamento.
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Figura 3.1 - Efeito da interação solo-estrutura nos recalques e reações de apoio de edificações
(GUSMÃO, 1990)
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4. INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA
de Placa, ensaios de Palheta (Vane Test), entre outros. Outros não menos
importantes mas aplicáveis a ocasiões específicas de projeto são: ensaios
sísmicos, resistividade, etc.
atrasos podem resultar em custos elevados, muito superiores aos valores que
deveriam ser alocados no programa de investigação.
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Resumidamente, pode-se afirmar que o Método I (Peck, 1969) não é uma boa
alternativa a ser seguida para investigações geotécnicas consistentes.
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Nas fases iniciais dos estudos, poderão ser feitos levantamentos topográficos
expeditos, utilizando trena, clinômetro e bússola. Seções transversais podem ser
feitas com auxílio da trena e do nível de mangueira, frequentemente em escala
igual ou superior a 1:500.
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do edifício em planta, até 1.200 m² de área. Entre 1.200 m² e 2.400 m², deve-se
fazer uma sondagem para cada 400 m² que excederem aos 1.200 m². Acima de
2.400 m², o número de sondagens deve ser fixado de acordo com a construção,
satisfazendo ao número mínimo de: (a) duas sondagens para área de projeção
em planta do edifício de até 200 m² e (b) três para área entre 200 m² e 400 m².
Em caso de estudos de viabilidade ou de escolha do local, o número de
sondagens deve ser fixado de forma que a distância máxima entre elas seja de
100 m, com um número mínimo de sondagens.
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Rc,K Mín Rc,cal méd 1; Rc,cal mín 2
Onde Rc , K é a resistência característica; R
c , cal méd calculada com base em
valores médios dos parâmetros; Rc , cal mín é a resistência característica calculada
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(𝑁𝑆𝑃𝑇 ×0,82)
𝑁60 = = 1,37 × 𝑁𝑆𝑃𝑇
0,60
0,8
𝐸 = 8000 × 𝑁60 (KPa)
0,8
𝐸 = 8000 × (1,37 × 𝑁𝑠𝑝𝑡 )0,8 ≈ 10291 × 𝑁𝑠𝑝𝑡 (kN/m²)
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O ensaio requer um dispositivo de reação que pode ser proporcionado pelo peso
próprio do equipamento ou por sistemas especialmente construídos para este
fim.
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O projeto mecânico do cone deve garantir que o elemento poroso não seja
solicitado; isto é toda carga é resistida pela ponta cônica e fuste, não há
transferida de carga para região aonde a ponta porosa está posicionada.
É interessante ressaltar que fisicamente a resistência lateral (fs) não ser negativa
(atrito negativo). Caso isso ocorra, o erro pode estar associado a:
qt v 0
Resistencia de ponta normalizada -
v0
fs
Resistencia de atrito normalizada -
qt v 0
u2 u0
Parâmetro de poropressão - Bq
qt v 0
fs
Relação de atrito - R f
qc
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A abordagem de projeto convencional, que prevalece até hoje, não prevê a associação
dos dois tipos de fundação. Sua escolha é feita com base em critérios técnicos de
capacidade de carga e recalques, sem envolver elementos distintos numa mesma
fundação.
Novos tipos de projetos têm sido explorados na busca de menor custo e melhor critério
técnico, na escolha das fundações.
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Soares (2011) relata que os tipos de sistemas de fundação variam de acordo com o
elemento estrutural utilizado e sua forma de transmissão de carga ao solo. As
descrições dos sistemas adotados neste trabalho são
Figura 5.1 – Sistema de fundação: (a) Estaca Isolada, (b) grupo de estacas, (c) radier
estaqueado.
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Para se considerar a influência do solo junto à fundação, muitos projetistas e uma boa
parte dos programas computacionais disponíveis utilizam a hipótese de Winkler, onde
se estabelece que as pressões aplicadas são proporcionais, em uma relação escalar,
ao recalque mobilizado. Não havendo influência entre o ponto de aplicação desta
pressão com sua vizinhança.
F: Força;
D: deslocamento;
P: pressão (força/área);
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A) Tipo de solo;
B) NSPT – Tensão Admissível;
C) Tipo de solo – tensão Admissível.
Neste método, obtêm-se a média dos valores do SPT compreendidos dentro do bulbo
de pressões, vide figura 6.1.2. Com o valor do número de golpes médio, calcula-se a
tensão admissível pela conhecida relação empírica:
Por meio das Tensões admissíveis estimadas, retira-se da tabela 6.1.2 (Safe, Morrison,
1993), o valor de KV, em kgf/cm³.
Figura 6.1.2 – Exemplificação do cálculo do valor médio do SPT dentro do Bulbo de pressões.
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Neste método, em função do tipo de solo da camada, retira-se o valor da tensão básica
conforme apresentado na Tabela 4 da NBR 6122:2010, ou na Tabela 6.1.3 desta
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Para a classificação “Conforme SPT” presente nesta tabela, o seguinte roteiro deve ser
seguido:
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Se o solo abaixo até duas vezes a largura da cota de apoio do elemento de fundação é
do tipo “solo granular e areais”, corrige-se a tensão básica em função de sua largura
(B), de duas maneiras:
1,5
0 0 1 ( B 2) 2,5 0 (B≤10m)
8
A.2) Construções Sensíveis a recalques. Neste caso, torna-se necessário fazer uma
verificação dos efeitos do recalque para o caso de B>2 m, ou manter valores da tabela.
Para solos que sejam argilosos, sugere-se reduzir os valores da tabela com a
expressão:
10
0 0 (Área da fundação≥ 10 m²)
Área da fundação
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A tabela abaixo apresenta um resumo dos principais métodos para cálculo de CRV com
algumas características de cada um, tais como: consideração sobre camadas,
propagação de tensões, associação de camadas, etc.
30
- Para argilas: k V k 30
B
B 30
2
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Neste método, os valores de kV (kgf/cm³) propostos por outros autores são relacionados
ao tipo de solo. Os valores de k30 são apresentados na tabela 6.2.2 e também devem
ser corrigidos conforme expressões do método anteriormente descrito.
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Exemplo: Cálculo do Kv pelos diferentes métodos abordados. Sapara quadrada com base de
1,5 metros. Nível d’água acima da cota de assentamento.
1) Tipos de solo:
10 + 8 + 12 + 5
𝑁𝑠𝑝𝑡𝑚é𝑑𝑖𝑜 = = 8,75
4
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𝐾𝑣 = 3,55 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚³
1,5
𝜎`𝑜 = 𝜎𝑜 × [1 + × (𝐵 − 2)] ≤ 2,5 × 𝜎𝑜
8
1,5
𝜎`𝑜 = 0,2 × [1 + × (1,5 − 2)] ≤ 2,5 × 0,2
8
𝐾𝑣 = 3,64 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚³
𝐵 + 30 2 150 + 30 2
𝐾𝑣 = ( ) × 𝐾30 = ( ) × 2,6 =
2×𝐵 2 × 150
𝐾𝑣 = 0,94 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚³
𝐵+30 2 150+30 2
𝐾𝑣 = ( 2×𝐵 ) × 𝐾30 = ( 2×150 ) × 6,0 =
𝐾𝑣 = 2,16 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚³
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7.1 SAPATAS
Para grande maioria dos programas, o Coeficiente de Reação Horizontal (CRH) do solo
é estimado como uma parcela do Coeficiente de Reação vertical (CRV).
7.2 TUBULÕES
Para este caso específico, as considerações são similares àquelas com relação às
fundações profundas. Neste sentido, define-se o CRH, que possui a mesma
interpretação física do CRV, mas relativos ao quociente entre as pressões horizontais
(PH) e o seu recalque (dH).
P
k H H
dH
Na literatura, o método um dos métodos mais indicados, é o descrito por Waldemar Tietz
(década de 70), que utiliza um coeficiente de proporcionalidade (m), com unidade FL-4,
que caracteriza a variação do coeficiente horizontal em relação ao tipo do solo. Essa
formulação é originalmente aplicada a tubulões com mais de 1 m de diâmetro. Este
coeficiente depende do tipo de solo, sua consistência ou compacidade e do intervalo do
SPT da sua camada, conforme tabelas 7.2.1 e 7.2.2.
k H i m z D l i
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M
M k k
K rx KV I X
K ry KV I Y
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1,5 × 1,5³
𝐼𝑥 = = 0,422 𝑚4 = 4,22 × 107 𝑐𝑚4
12
1,5 × 1,53
𝐼𝑦 = = 0,422 𝑚4 = 4,22 × 107 𝑐𝑚4
12
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0,8
𝐸 = 8000 × 𝑁60 (KPa)
0,8
𝐸 = 8000 × (1,37 × 𝑁𝑠𝑝𝑡 )0,8 ≈ 10291 × 𝑁𝑠𝑝𝑡 (kN/m²)
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Terzaghi (1943) desenvolveu estudo sobre o equilíbrio de forças que agem nas
superfícies de ruptura. Ao combinar conhecimentos da Teoria da Plasticidade
com o cálculo de empuxos passivos, Terzaghi cria sua teoria para capacidade
de carga dos solos (CAPUTO, 1976; VARGAS 1977). A Figura 10.1 mostra
esquema da superfície potencial de ruptura.
Figura 10.1 – Superfície potencial de ruptura (CINTRA, ALBIERO & AOKI, 2003)
A esquematização do problema apresenta três zonas distintas (I; II; III). A zona
I, abaixo da fundação, tem a forma de uma cunha e se desloca verticalmente
quando solicitada; as zonas II e III são zonas de cisalhamento, produzidas pelo
movimento da cunha (CAPUTO, 1976). Nas faces OR e O´R atuam o empuxo
passivo e as forças de coesão.
Terzaghi (1943) define dois modos de ruptura do maciço de solo: ruptura geral e
local (Figura 10.2).
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Figura 10.2 – Curvas típicas tensão x recalque (CINTRA, ALBIERO & AOKI, 2003)
A curva 2 representa uma ruptura local e ocorre em solos fofos ou moles. Sua
ruptura não é bem definida. Terzaghi arbitra a capacidade de carga como sendo
a abscissa do ponto a partir do qual a curva se torna retilínea.
A capacidade de carga para uma sapata corrida, segundo Terzaghi, é dada pela
equação:
1
r c NC q N q B N
2
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10.2 RECALQUES
Já os recalques lentos, podem levar meses ou até mesmo anos após a obra ser
concluída, principalmente quando da ocorrência de argilas saturadas, no qual o
processo de adensamento está por ocorrer.
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Como histórico, vale ressaltar que os conceitos acerca dos recalques não eram
aplicados durante a vigência dos “códigos de obra”, mas apenas as verificações
à cerca de pressões admissíveis, o que levou a muitos insucessos no passado.
# Método de Terzaghi-Peck:
Calcula o recalque da fundação a partir dos recalques de uma placa de 1ft x 1ft,
assente à mesma profundidade da fundação e é válido para areias
medianamente compactas a compactas.
S= s1 x (2B/(B+1))^2
# Método de Housel:
Este método toma como base uma série de provas de carga em placas circulares
de diferentes diâmetros, assentes a mesma profundidade que se pretende
instalar as fundações. A partir dos resultados das provas, determina-se os
valores de pressão correspondentes ao recalque admissível desejado.
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# Método de Barata:
h c
p
Ez
B 1 2
- Coeficiente de Mindlin;
B – Largura da fundação;
- Coeficiente de Poisson;
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L/D
Figura 10.6 - Valores de l para fundações retangulares (Fox, 1948, segundo Barata,
1962).
𝑞𝑐 = 𝐾. 𝑁
Podendo os valores de K ser obtidos na tabela 10.5.
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- Determinação do Ez:
𝐸𝑧 = 𝑎 . 𝐾 . 𝑁𝑠𝑝𝑡
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- Para λ:
ℎ 2,0
= = 0,8
√𝐵. 𝐿 √2,5 × 2,5
λ =0,77
1344
𝑝= = 215,04 𝑘𝑁/𝑚²
2,5 × 2,5
𝑝
∆ℎ = 𝜆𝑐Δ 𝐵(1 − 𝜇 2 )
𝐸𝑧
215,04
∆ℎ = 0,77 × 0,82 × × 2,5(1 − 0,32 ) = 0,030 𝑚 = 30 𝑚𝑚
10.250
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11.1 CONCEITO
O CRV (coeficiente de ração vertical) pode ser entendido como rigidez do contato
estaca-solo. Aplica-se no topo da estaca i o carregamento obtido pela resolução de
pórtico espacial, considerando inicialmente como apoiado em base rígida. O CRV da
estaca é a razão entre a carga aplicada Pi no topo da estaca e o deslocamento sofrido
na base da estaca i, que pode ser resolvido pelo modelo de Aoki-Lopes com efeito e
grupo:
Pi
CRVestaca i
i
CRV
j 1
fuste j , i CRV ponta,i CRV geral, i
Fisicamente, a expressão acima, pode ser entendida como um conjunto de “molas” que
distribuem ao longo do fuste e na base da estaca, e que estas “molas” representam
proporcionalmente a distribuição de rigidezes do contato estaca-solo segundo a lei de
transferência de cargas.
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A filosofia adotada neste sistema, de acrescentar molas de rigidez equivalente aos nós
dos elementos de fundação discretizados, permite que a estrutura faça a sua adaptação
de acordo com a sua própria rigidez, sem a necessidade de introdução de forças nas
fundações e imposição de deslocamentos nos apoios. Não é um processo de
convergência interativa pois toda a estrutura (super e infra) é resolvida
simultaneamente.
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O CRH (coeficiente de reação horizontal) pode ser entendido como a rigidez do contato
estaca-solo, mas neste caso, ao contrário do CRV, na direção horizontal.
O coeficiente de reação horizontal (kZ) tem como hipótese básica a consideração de que
a pressão atuante na profundidade z é proporcional ao deslocamento sofrido pelo solo:
Z
kZ
y
p
k
y
Quando uma determinada estaca se desloca no sentido horizontal, o solo exerce sobre
sua superfície lateral bc (reduzida) uma pressão variável com a profundidade.
C Z m z(tf / m³)
Onde:
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Uma outra forma de se obter o CRH de estacas é por meio da correlação direta com o
o CRV, por meio da aplicação conceitual da Teoria de Wilkler.
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Porém, a hipótese de Winkler não pode ser aplicada para solos que apresentam
variação de rigidez ao longo da profundidade, desta forma, recomenda-se a aplicação
de Tabelas com correções de rigidez baseadas nas dimensões das estacas.
Z = Profundidade da Fundação;
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Q Ql QP f S Al r AP
Onde:
Qp = resistência de ponta;
Figura 13.1.
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# Atrito Lateral
Onde:
K é o coeficiente de empuxo lateral, variando de 1,0 a 2,0 para areias, 1,0 para
siltes e 1,0 para argilas.
D é a profundidade considerada.
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𝑄𝑙,𝑟𝑢𝑝𝑡 = 𝜏𝑙,𝑟𝑢𝑝𝑡 × 𝐴𝑠
onde:
# Resistência de ponta
𝑞𝑝,𝑟𝑢𝑝𝑡 = 𝜎′𝑣 × 𝑁𝑞
Onde:
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- Atrito lateral
𝜏𝑙,𝑟𝑢𝑝𝑡 = 𝐶𝑎
Onde:
𝐶𝑎 = 𝛼 × 𝑆𝑢
Sendo:
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𝛼 o fator de adesão
𝑄𝑙,𝑟𝑢𝑝𝑡 = 𝜏𝑙,𝑟𝑢𝑝𝑡 × 𝐴𝑠
Onde:
𝛼 = 𝛼1 × 𝛼2
𝜏𝑙,𝑟𝑢𝑝 = 𝛼 × 𝑆𝑢
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Figura 13.5 - Valores de α1e α2 para estacas muito longas, US Corps of Engineers
(2005).
- Resistência de ponta
𝑞𝑝,𝑟𝑢𝑝𝑡 = 9 × 𝑆𝑢
𝑄𝑝,𝑟𝑢𝑝𝑡 = 𝑞𝑝,𝑟𝑢𝑝𝑡 × 𝐴𝑏
onde:
Ab é a área da ponta
fs
l ,rupt
F2
qc
q p , rupt
F1
Como o CPT não é realizado na maior parte das obras de fundações, os valores
de qc e fs podem ser substituídos por expresões que correlacionam os
resultados do ensaio de cone com o SPT, como indicado abaixo:
qc K N SPT
f S qc K N SPT
Cintra e Aoki (2010) esclarecem que algumas publicações trazem novos valores
de K e α, válidos para determinados locais como, por exemplo, a proposição de
Alonso (1980) para os solos da cidade de São Paulo e por Danziger e Velloso
(1986) para os solos do Rio de Janeiro. Cintra e Aoki (2010) consideram que a
tendência do método seja a manutenção de sua formulação geral, mas com
substituição das correlações originais, abrangentes, por correlações regionais,
que tenham validade comprovada.
Cabe mencionar que Souza (2009), bem como Souza et al. (2012), verificaram
que em solos arenosos o valor de K varia também com a compacidade, sendo
87
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
da ordem de 10, como indicado na Tabela 13.2, apenas para as areias fofas, e
inferiores, no caso de areias compactas. Atenção especial deve ser dada quando
da ocorrência de trecho significativo de areia muito compacta que possa levar a
estimativa muito elevada de capacidade de carga.
Os fatores corretivos F1 e F2, dados na Tabela 4.3, foram ajustados por Aoki e
Velloso com inúmeras provas de carga realizadas em vários estados do Brasil.
Cintra e Aoki (2010) esclarecem que quando estas provas de carga não
atingiram a ruptura, os autores utilizaram o método de Van der Veen (1953) para
sua extrapolação.
Valores de
Tipo de estaca
F1 F2
Metálica 1,75 3,5
Pré-moldada 1 + D/0,80 2 F1
Tipo Franki 2,50 5,0
88
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Alguns valores da Tabela 13.3 são os originais de Aoki e Velloso (1975). No caso
das estacas pré-moldadas, os valores originais de F1 e F2, iguais aos da estaca
metálica, foram alterados por Aoki (1985) de forma a contemplar a diversidade
de diâmetros praticados no mercado. Para estacas escavadas, os valores de F1
e F2 propostos por Aoki e Alonso (1991) acabaram por ser incorporados na
prática. Todavia, as estacas escavadas, quando mantidas com o furo aberto
muito tempo antes de sua concretagem, requerem valores maiores de F 1 e F2
para levar em consideração um maior nível de desconfinamento do solo. Para
estacas do tipo raiz, hélice contínua e ômega, Velloso e Lopes (2010) sugerem
valores de F1 e F2 de 2 e 4, respectivamente, que têm apresentado resultados
razoáveis, ligeiramente conservativos.
89
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
No enfoque analítico, as curvas que definem o atrito local são funções contínuas.
Na prática, nos casos em que se obtém o diagrama de transferência de carga a
partir da instrumentação, os recalques são conhecidos apenas em alguns níveis.
Consequentemente, o esforço normal e o atrito unitário são calculados por
trechos e as curvas de transferência de carga e de atrito unitário obtidas
apresentam-se em degraus.
90
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
91
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
As parcelas de resistência de ponta, Qp,rupt, e de atrito lateral, Ql, rupt, bem como
sua distribuição ao longo do fuste da estaca, podem ser calculadas, na ruptura,
por métodos de capacidade de carga em estacas, como aqueles já vistos
anteriormente.
92
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
w0 ws wpp wps
1 𝑖=3
1 1
𝑤𝑠 = (∫ 𝑄𝑧 𝑑𝑧) = (∑ 𝑄𝑖 𝑙𝑖 )
𝐸𝐵 𝐴 0 𝐸𝐵 𝐴
𝑖=1
𝐿
𝑤𝑠 = (𝑄𝑃 + 𝛼 × 𝑄𝑆 ) ×
𝐴 × 𝐸𝑃
𝑄𝑆 𝐷
𝑊𝑃𝑆 = ( ) ( ) × (1 − 𝜇 2 )𝐼𝑤𝑠
𝑝𝐿 𝐸𝑠
𝐿
Onde; 𝐼𝑤𝑠 = 2 + 0,35 × √𝐷
𝑄𝑃 𝐷
𝑊𝑃𝑃 = ( ) ( ) × (1 − 𝜇 2 )𝐼𝑤𝑝
𝐴𝑃 𝐸𝑠
Recalque Elástico:
O valor de L foi tomado como 8m para o cálculo dos recalques geotécnicos uma
vez que, na camada argilosa superficial, a carga transferida por atrito lateral é
muito pequena, tendo sido considerado o trecho de embutimento, para efeito de
transferência do atrito, apenas a camada de areia fina, de z =5 a z = 11 m de
profundidade, e a camada de 2m de solo residual.
95
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
𝐿 8
Onde; 𝐼𝑤𝑠 = 2 + 0,35 × √𝐷 = 2 + 0,35 × √0,3 = 3,81
𝑄𝑃 𝐷 100 0,3
𝑊𝑃𝑃 = ( ) ( ) × (1 − 𝜇 2 )𝐼𝑤𝑝 = ( )×( ) × (1 − 0,32 ) × 0,85
𝐴𝑃 𝐸𝑠 0,09 113055
= 2,3𝑚𝑚
Conforme descrito por Danziger, 2016, Poulos e Davis (1980) resumem, através
de ábacos, resultados de um procedimento numérico, com base nas equações
de Mindlin (1936), que permite estimar o recalque de uma estaca isolada,
inicialmente suposta como incompressível em um meio elástico semi-infinito e
homogêneo. Em seguida os citados autores aplicam fatores corretivos de forma
a considerar a influência da compressibilidade da estaca, da posição do
indeslocável (interface considerada como rígida), do coeficiente de Poisson e da
heterogeneidade do solo.
Para uma estaca de diâmetro d (ou largura B), embutida num maciço de solo
com módulo de Young Es, carregada por um esforço de compressão Q0, no seu
topo, aqui considerado como z = 0, o recalque, no nível do topo, é obtido por:
Q0 I
w0
ES d
96
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
I I0 Rk Rh Rv Rb
97
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
98
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
EP
k RA
ES
𝛽 = 𝛽1 𝑐𝑘 𝑐𝑏
A parcela 𝛽1, tal como o fator I0, se refere a uma estaca incompressível, e pode
ser obtida pela figura 13.12a, em função de L/d e db/d. Os fatores de correção ck
e cb, tal como os fatores Rk e Rb, levam em conta a compressibilidade da estaca
e a presença de solo mais resistente sob a base da estaca, em relação ao solo
no trecho do fuste. Estes valores podem ser obtidos, respectivamente, nas
figuras 13.12b e 13.12c, em função de L/d, K e Eb/Es, no caso do fator ck.
99
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
1
Para o mesmo exemplo resolvido pelo método de Vesic (item anterior), calcule
o recalque da estaca por Poulos e Davis.
𝑄𝐼
𝑤𝑜 =
𝐸𝑠 𝑑
𝑄 = 600 𝑘𝑁
𝐸𝑠 = 70.000 𝑘𝑁/𝑚2
d é a largura, 30 cm
𝐼 = 𝐼1 𝑅𝑘 𝑅ℎ 𝑅𝑣 𝑅𝑏
𝐸𝑝 6
Com 𝐾 = ⁄𝐸 = 21 × 10 ⁄
𝑠 7 × 104 ≅ 300
𝑅𝐾 = 2,2
𝑅ℎ = 0,82
𝑅𝑣 = 0,94
𝑄𝐼
𝑤𝑜 =
𝐸𝑠 𝑑
Parcela de Ponta:
𝐸𝑏 = 11000𝑘𝑁/𝑚²
101
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
𝐸𝑏 4
⁄𝐸 = 11 × 10 ⁄7 × 104 ≅ 1,8
𝑠
𝛽 = 𝛽1 𝑐𝑘 𝑐𝑏
P
kP
Onde:
Pelo gráfico nota-se que a rigidez é a reta tangente, ou secante à curva, para um
determinado valor de carga.
102
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Figura 13.14 - Recalque estaca cravada em argilas com diâmetro de 0,5 ± 0,1 m
(POULOS, 1989)
103
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Figura 13.15 - Recalque estaca cravada em areias com diâmetro de 0,5 ± 0,1 m
(POULOS, 1989)
Figura 13.16 - Recalque estaca escavada em argilas com diâmetro de 0,6 ± 0,1 m
(POULOS, 1989)
104
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
A Norma Brasileira de Fundações, NBR 6122 (2010) define por efeito de grupo
o processo de interação dos diversos elementos que constituem uma fundação
ao transmitirem ao solo as cargas que lhes são aplicadas. Esta interação carreta
uma superposição de tensões, de tal sorte que o recalque do grupo é, em geral,
diferente daquele do elemento isolado.
105
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
106
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Figura 14.3 - Maciço de solo mobilizado pelo carregamento a) de uma estaca isolada
e b) de um grupo de estacas.
107
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
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109
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
110
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
i 0 q B
W
ES
111
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Figura 14.5 – Fatores para o cálculo do recalque imediato médio de uma área
carregada (CHRISTIAN e CARRIER, 1978)
Wmed WR W
Faça uma estimativa do recalque para o grupo de 4 estacas com carga total de
2400 kN e espaçadas de 0,9 m como mostrado na Figura 4.25. Considere o
mesmo perfil estratigráfico dos exemplos abordados no item 4.3.
112
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Resolução:
𝜆𝑐𝛥 𝑝𝐵(1 − 𝜈 2 )
𝑤𝑝 =
𝐸𝑧
Para h = 10,3 e B = 3,9 m, λ = 0,88
113
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
114
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Deq 2 Ag
0 Deq 2 2 rm
S ln
G e
d
A
Eeq ES E p ES tp
A
g
115
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Projetar as fundações para edifícios altos em áreas urbanas, uma tarefa importante é a
de procurar se atenuar os recalques totais e diferenciais das novas estruturas e edifícios
adjacentes, de modo a garantir a segurança e facilidade de manutenção, especialmente
em longo prazo.
Segundo alguns autores, a ruptura do radier estaqueado poderia seguir dois modelos
distintos, quais sejam:
# Ruptura localizada: neste caso, este tipo de ruptura se dá para estacas muito
espaçadas, em que a capacidade de carga total se dá pela capacidade de carga do
radier mais a capacidade de carga do grupo de estacas, com ruptura localizada na base
das estacas.
116
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Figura 15.1.1 – Modelos de ruptura para radier estaqueado; a) Ruptura em bloco e b) Ruptura
localizada (PHUNG, 1993)
Qt Qg QC
Figura 15.1.2 – Fatores de incremento na capacidade de carga das estacas e do bloco devido
à interação bloco/estacas (AKINMUSURU, 1980).
117
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
118
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Vale ressaltar que a fundação em radier estaqueado atua como um conjunto composto
por três elementos: radier, estacas e solo base se submetido a uma carga vertical total
estrutural QPR. De acordo com rigidez, o radier distribui a carga para o solo por meio das
119
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
pressões de contato, com uma carga resultante QR, bem assim como sobre n estacas,
com a força resultante QPG:
n
QPR QR QPG QR Q pile,i
i 1
O coeficiente “pr”, relaciona a somatória de carga nas estacas do radier (QP) com a
carga total aplicada no radier estaqueado (QPR). Se o valor de “pr” for igual a 0 (zero),
trata-se de um radier isolado, sem estacas. Caso este valor seja igual a 1 (um), trata-se
de um grupo de estacas, em que a fundação superficial não tem contato com o solo e
por fim se for um valor entre 0 e 1, implica dizer que o sistema funciona como um radier
estaqueado.
Q pile,i
pr i 1
Q PR
Resumidamente, todas as fundações atuam como radier estaqueado, exceto nos casos
onde não há contato da laje com o solo, como em estruturas offshores.
As práticas correntes de Projeto adotam αpr=1. Isto significa considerar um grupo virtual
de estacas em vez de um verdadeiro radier estaqueado conduzindo a um grande
número de estacas, mais ou menos uniformemente distribuído abaixo de toda a área da
fundação e mobilizado abaixo da sua capacidade de carga.
121
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Como sugestão aos Projetistas, os métodos apresentados abaixo podem ser utilizados
para uma estimativa preliminar, porém realista dos recalques do Radier Estaqueado:
Randolph (1994) cita o método do radier equivalente, como uma forma tradicional de
cálculo de recalques, de grupos de estacas. O método considera a substituição das
estacas por uma fundação rasa (radier), e o recalque médio é calculado por:
Wmed WR W
122
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Um outro método, com formulações matemáticas mais rebuscadas e que se baseia nas
rigidezes dos diversos elementos que compõem o Radier Estaqueado, também se
mostra uma opção a ser seguida pelo Projetista e será apresentado na sequência.
123
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Estes autores apresentam um método simples para cálculo do radier estaqueado cujo
conjunto de estacas seria totalmente mobilizado. Os autores consideram um modelo tri-
linear, para descrever o comportamento da curva carga – recalque do radier
estaqueado, conforme figura 16.2.1.
O recalque do trecho entre a origem e o ponto “A” é calculado pela rigidez do radier
estaqueado, antes da total mobilização das estacas. No trecho AB assume-se que toda
carga excedente ao valor P1 é absorvida pelo radier e, portanto, o recalque seria
calculado como o de um radier isolado. O trecho BC corresponde a uma ruptura
completa, do sistema de fundação.
K PG K r 1 2 rp
K pr
K
1 rp2 r
K
pg
A relação entre a carga transferida ao solo pelo bloco (Pr) e a carga total (Pt) é dada
por:
124
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Pr K r 1 rp
X
Pt K pg K r 1 2 rp
ln rm rc ln rc r0
rp 1
ln rm r0
Em que:
K
1 0,6 r
k
K pr pg K
Kr
pg
1 0,64
K
pg
A nova equação descreve o método simples denominado PDR, sendo uma combinação
de propostas anteriores de Poulos e Davis (1980) e Randolph (1994).
Da mesma maneira, a relação entre as cargas suportadas pelo topo e pelo grupo de
estacas é expressa por:
Pr 0,2 K
r
Pt K K pg
1 0,8 r
K
pg
125
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Assim como no método de Randolph (1983), a rigidez da estaca e do bloco (Kr) pode
ser determinada por soluções convencionais. Bezerra e Cunha (2002) citam a solução
de Poulos e Davis para o cálculo da rigidez do bloco rígido:
1,1 ES L
Kr
1 S2
Entretanto, se a rigidez do grupo de estacas (KPG) pode ser avaliada por meio da razão
de atrito RS:
n KS KS
K pg
RS Rg
Poulos (2001a) assume que a carga de mobilização das estacas corresponde à carga
total aplicada. Dessa forma o ponto P1 do modelo tri-linear, que corresponde à
capacidade de carga das estacas, pode ser determinado por:
Pup
P1
1 X
Onde:
126
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Dentre os diversos métodos existentes, o que pode ser considerado mais simples e de
rápida aplicação é a abordagem de Randolph (1994), conforme sugerido por Poulos
(2001b):
WPR WR K R K PR
onde:
127
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Para a previsão de recalques, o método de AOKI e LOPES (1975) costuma ser utilizado,
no qual estimam tensões e recalques no interior do maciço de solo através de um
processo numérico em que as cargas que um conjunto de estacas transmite ao solo são
decompostas em um sistema equivalente de cargas concentradas (figura 17.1.1), cujos
efeitos são superpostos nos pontos em estudo.
Admite-se que a carga na estaca seja dividida numa parcela de ponta, Pb, e outra de
atrito lateral, Pa. Admite-se que o atrito lateral é linearmente distribuído ao longo de
cada trecho, definindo-se F2 como o valor do atrito lateral na profundidade D2 e F1 = ξ
F2 na profundidade D1. A carga na base é suposta uniformemente distribuída (figura
17.1.2).
128
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
A estaca é definida pelas coordenadas cartesianas (XA, YA, ZA), centro da área da base,
além do raio da base (RB) e do raio do fuste (RS). A base é dividida em n1 x n2 subáreas
iguais, sendo n1 e n2, respectivamente, o número de divisões da circunferência e do raio
(figura 17.1.4).
129
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
1) OBRA: arquivo onde constam os dados da obra, tais como local, data, etc.
2) SOLO: arquivo que apresenta os dados relativos ao solo, como número máximo
de camadas, número de camadas de cada perfil de sondagem e, para cada perfil,
a profundidade de cada camada, o módulo de elasticidade e coeficiente de
Poisson para estas camadas de cada perfil.
3) CARGA: este arquivo apresenta os dados referentes às cargas atuantes, como
número de elementos de fundações do grupo, número máximo de diagramas de
atrito, coordenadas X e Y dos pontos que caracterizam a geometria da fundação,
largura e comprimento da fundação, profundidade da base da fundação, carga
na base, número de discretizações dos lados L e B, número de discretizações
do atrito lateral, número de diagramas de atrito lateral, ângulo que o lado L faz
com o eixo X, além de dados relativos ao diagrama de atrito como profundidade
do início e fim de cada diagrama e o atrito por unidade de comprimento.
4) PONTOS: arquivo que apresenta as coordenadas X, Y e Z de cada ponto e o
perfil de sondagem mais próximo a esse ponto.
5) RESULTS: apresenta os resultados dos valores de recalque calculados para
cada ponto.
131
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
132
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133
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PERFIL GEOTÉCNICO 1
138
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
PERFIL GEOTÉCNICO 2
ARGILA ARENOSA
ARGILA ARENOSA
ARGILA ARENOSA
ARGILA ARENOSA
AREIA FINA, MÉDIA AREIA FINA, MÉDIA
E GROSSA ARGILOSA E GROSSA ARGILOSA
139
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Para isto, foram instalados pinos de aço inoxidável nos pilares do edifício, no pavimento
do subsolo.
Figura 19.7 – Arranjo esquemático de medida de recalques com nivelamento ótico (adaptado
de Russo Neto, 2005).
140
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Etapa 1:
141
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Etapa 2:
Etapa 3:
142
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Etapa 4:
143
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Etapa 5:
144
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Etapa 6:
145
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
146
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Foi previsto um modelo estrutural para cada etapa construtiva instrumentada. Com isso,
foi possível comparar, para cada etapa, os recalques medidos com os recalques
calculados a partir das cargas obtidas pelo programa de análise estrutural e os
recalques obtidos do programa concebido através do método de AOKI e LOPES (1975).
Serão apresentadas as curvas de iso-recalques, tanto para o modelo sem contemplar a
interação solo x estrutura, como para o modelo em que se considera a interação.
147
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
25
25
20 20
15 15
10 10
5 5
0
5 10 15 20 25 30 35 40 5 10 15 20 25 30 35 40
a) b)
Figura 19.14 – Curvas iso-recalques da 6º etapa: (a) medidos e (b) calculados, com interação após análise 3.
Uma vez que os recalques medidos se iniciaram após o início da obra, foram reduzidos, dos recalques calculados, os valores correspondentes
àqueles que ocorreriam antes do início da instrumentação. As figuras acima mostram uma boa convergência entre os recalques medidos e os
recalques estimados na interação solo-estrutura, validando a análise de ISE, quer em relação ao modelo estrutural, quer em relação à previsão dos
recalques.
148
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
25 25
20 20
15 15
10 10
5
5
0
0
5 10 15 20 25 30 35 40
5 10 15 20 25 30 35 40
a) b)
Figura 19.15 – Curvas iso-recalques: (a) apoios indeslocáveis e (b) calculados, com interação (6º etapa).
Observa-se de uma maneira geral, o seguinte: maiores recalques são estimados quando da consideração de apoio rígido; mudança na locação
dos maiores recalques, quando se introduz a análise com interação solo x estrutura; mudança pouco significativa no padrão de comportamento das
curvas de iso-recalques quando se passa a um maior refinamento das análises (maior número de iterações), até a convergência dos resultados.
B) CARGAS ESTIMADAS NOS PILARES COM APOIOS RÍGIDOS X CARGAS ESTIMADAS NOS PILARES COM ISE
149
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
25
20
15
10
0
5 10 15 20 25 30 35 40
Figura 19.16 – Relação entre a carga do modelo com interação e do modelo em apoio rígido, para a 3a iteração da 6a etapa de construção.
Os resultados apresentados nessa análise confirmam a tendência de redistribuição das cargas, com a constatação de perda de carga nos pilares
internos e a consequente transferência de carga para os pilares externos, confirmando a importância da análise de interação solo-estrutura em
determinados projetos de engenharia civil.
150
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Para o caso da análise desta edificação foi utilizado o programa SISEs, elaborado pela
TQS, tem como principal objetivo determinar os esforços solicitantes dos elementos
estruturais e da fundação de maneira mais precisa e realista, ao criar um modelo
integrado (Super+Infra) e considerar o efeito do solo como apoio para a fundação.
Durante a concepção da estrutura, optou-se pelo emprego de lajes lisas, vigas de bordo
e de fachada nos pavimentos tipo. No piso do térreo foi necessário fazer a transição dos
pilares que seguiriam na lâmina, totalizando 18 vigas de transição.
151
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
O modelo da superestrutura foi lançado nos sistemas CAD/TQS, que realizam o cálculo
das solicitações dos elementos de vigas, pilar e lajes pelo processo de grelha
equivalente.
152
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
153
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Serão sempre gerados dois pórticos completos: um pórtico com vínculos elásticos
(“molas”) mínimas e o outro pórtico com vínculos elásticos (“molas”) máximos. Essas
molas representativas do solo são geradas considerando os valores dos fatores “mínimo
e máximo”, que deverão ser definidos na etapa de fornecimento dos dados de critérios.
Foram escolhidas 3 vigas de transição localizadas no piso do térreo para melhor ilustar
a diferença de esforços de momentos fletores entre os modelos do SISEs (mola máxima
e mola mínima) e de apoios indelocáveis. Abaixo, estão ilustradas e indicadas as vigas
de transição VT2, VT7 e VT10.
É intuitivo pensar que, na grande maioria dos casos, no modelo que considera os apoios
indelocáveis, o momento negativo será sempre maior e o momento positivo menor, se
comparado com os esforços do modelo SISEs.
- Viga VT2:
Figura 19.22 – Pórtico com Molas Mínimas - Diagrama de Momento Fletor My (em tfm)
154
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Figura 19.23 – Pórtico com Molas Máximas - Diagrama de Momento Fletor My (em tfm)
Figura 19.24 – Pórtico com apoios indeslocáveis – Diagrama de Momento Fletor My (em tfm)
- Viga VT7:
Figura 19.25 – Pórtico com Molas Mínimas - Diagrama de Momento Fletor My (em tfm)
Figura 19.26 – Pórtico com Molas Máximas - Diagrama de Momento Fletor My (em tfm)
Figura 19.27 – Pórtico com apoios indeslocáveis – Diagrama de Momento Fletor My (em tfm)
Como já era também esperado, os momentos fletores positivos no modelo SISEs são
maiores. Observa-se que no ponto de máximo positivo, uma diferença percentual entre
155
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
- Viga VT10:
Figura 19.28 – Pórtico com Molas Mínimas - Diagrama de Momento Fletor My (em tfm)
Figura 19.29 – Pórtico com Molas Máximas - Diagrama de Momento Fletor My (em tfm)
Figura 19.30 – Pórtico com apoios indeslocáveis – Diagrama de Momento Fletor My (em tfm)
No pavimento tipo, foi escolhida uma viga da fachada denominada V12, como ilustra
figura abaixo:
156
EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
Figura 19.32 – Pórtico com Molas Mínimas - Diagrama de Momento Fletor My (em tfm)
Figura 19.33 – Pórtico com Molas Máximas - Diagrama de Momento Fletor My (em tfm)
Figura 19.34 – Pórtico com apoios indeslocáveis – Diagrama de Momento Fletor My (em tfm)
Por ser uma viga menos solicitada, a diferença de esforços é então bem suave, em torno de 7 a
10% no ponto de máximo positivo e de 6 % no ponto de máximo negativo.
Os valores dos esforços solicitantes acima detalhados ainda estão pendentes de confirmação.
Recalques
O programa disponibiliza diversas ferramentas de análise que permite ter acesso aos
resultados. Dentre eles, podem-se visualizar gráficos de esforços, envoltórias, recalques
e tensões na fundação, como ilustram as imagens a seguir:
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EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
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EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
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EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
MEYERHOF, G.G., (1953). Some Recent Foundation Research and its Application
to Design. Structural Engineering, v. 31, pp. 151 – 167, Londres.
SANTA MARIA, P.E.L., SANTA MARIA, F.C.M., SANTOS, A.B., (1999). Análise de
Vigas Contínuas com Apoios Viscoelásticos e sua Aplicação a Problemas de
Interação Solo-Estrutura, Solos e Rochas, vol.22, n.3 (dezembro), pp. 179-194.
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EDUARDO CABRAL – CURSO DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
SOARES, Wilson Cartaxo. Radier Estaqueado com Estacas Hollw Auger em Solo
Arenoso. Tese de Doutorado. 2011. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
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