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PODERES ADMINISTRATIVOS
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SUMÁRIO
PODERES ADMINISTRATIVOS
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1. Características
a) São deveres. Não se trata de mera liberdade do administrador. Celso Antônio fala em dever-poder.
c) Tem limites previstos em lei. Deve respeitar a regra de competência legal (lei ou CF). É fundamental que se
observe o trinômio – necessidade + proporcionalidade + eficiência.
d) Cabe responsabilização do agente público, seja por ação ou omissão. Se o responsável pela aplicação do
poder disciplinar deixa de aplicar a penalidade também é responsabilidade. A omissão tem que ser específica,
ou seja, aquelas que ocorrem mesmo diante de imposição legal do facere administrativo. Omissão genérica –
cabe ao administrador avaliar a oportunidade para agir. Reserva do possível.
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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos,
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos
eventos anteriormente citados.
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Nesse sentido, a doutrina aponta como abuso de poder situações nas quais a autoridade pública pratica
o ato extrapolando a competência legal ou visando uma finalidade diversa daquela estipulada.
Excesso de poder
Abuso de poder
Desvio de poder
(finalidade)
Seja em decorrência de excesso ou desvio de finalidade, o abuso de poder enseja a nulidade do ato
administrativo a ser discutida na esfera administrativa, por meio de impugnação administrativa do ato ou
mediante provocação do Judiciário, em virtude do poder que lhe é conferido de controlar a legalidade da
atuação administrativa.
É uma classificação da doutrina tradicional que é feita de acordo com o grau de liberdade conferido ao
administrador. A doutrina moderna, por sua vez, diz que vinculado e discricionário não é o poder, mas sim o ato
no exercício do poder. Frisa, ainda, que um poder nem é totalmente vinculado, nem totalmente discricionário.
a) Poder vinculado é aquela situação em que o administrador não tem liberdade, juízo de valor, conveniência e
oportunidade. Preenchidos os requisitos a autoridade tem que praticar o ato. Ex.: licença para construir, licença
para dirigir, concessão de aposentadoria. Não seria necessariamente um poder, como o discricionário, pois não
confere qualquer prerrogativa ao agente administrativo.
*#OUSESABER #DEOLHONAQUESTÃO
O DEVER DO PODER PÚBLICO DE FORNECER ACESSO À PRÉ-ESCOLA E CRECHE SE SUBMETE A UM JUÍZO DE
DISCRICIONARIEDADE ADMINISTRATIVA?
Em novembro de 2005, no RE 436.966, o STF reconheceu o direito constitucional à educação, afirmando que é
dever dos municípios oferecer creche e acesso à pré-escola a todas as crianças que precisem, sendo uma
OBRIGAÇÃO CONSTITUCIONAL VINCULANTE, não havendo que se falar em discricionariedade da Administração
Pública. No mesmo diapasão, tem-se o seguinte julgado: AgRg no Resp 1.198.737/RS.
3. PODER HIERÁRQUICO
É a prerrogativa que garante ao administrador estruturar, escalonar e hierarquizar os seus quadros. Ele
vai organizar, estabelecendo a relação hierárquica de subordinação. O exercício do poder hierárquico traz
algumas faculdades: dar ordens, fiscalizar o cumprimento dos atos praticados pelos subordinados, rever os atos
praticados pelos subordinados, delegar e avocar funções, aplicar sanções e penalidades (exercício de poder
hierárquico e disciplinar, uma vez que o poder disciplinar decorre do poder hierárquico). A delegação é uma
exceção e deve ser justificada. Já a avocação é realizada pelo superior quando a atribuição é da
responsabilidade de outro núcleo de atribuição. Celso Antônio Bandeira de Melo utiliza a expressão “poder do
hierarca”. Para Carvalho hierarquia e disciplina são fato administrativos e não poderes.
Avocação: desde que as atribuições não sejam da competência exclusiva do órgão subordinado, o chefe
poderá chamar para si, de forma temporária, a competência que deveria inicialmente ser exercida pelo
agente subalterno.
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Delegação: é a extensão de atribuições de um órgão a outro de mesma hierarquia ou de hierarquia
inferior, desde que não sejam exclusivas. A delegação também é exercida de forma temporária. Nesse
sentido, é importante salientar que a delegação não configura uma transferência, mas sim uma
extensão ou ampliação de competência, ou seja, o agente delegante não perde a competência
delegada. É designada cláusula de reserva essa regra de manutenção da competência pelo agente,
mesmo após a delegação, e esta cláusula está implícita nos atos administrativos de delegação.
o A competência sempre será delegada de forma restritiva, ou seja, o ato de delegação deve ser
expresso em relação à competência delegada e no que tange a indicação do agente que se
tornará competente. Não se admite ato genérico de delegação.
o Súmula 510/STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra
ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.
Por fim, cumpre salientar que a lei expressamente proíbe a delegação de competência (e
consequentemente a avocação) nas três situações a seguir descritas:
No caso de competência exclusiva, definida em lei;
Para decisão de recurso hierárquico;
Para edição de atos normativos.
O poder hierárquico confere uma série de prerrogativas aos agentes públicos hierarquicamente
superiores em relação aos seus respectivos subordinados, a saber:
a) Ordens: expedição de ordens, nos estritos termos da lei, que devem ser cumpridas pelos subordinados,
salvo as ordens manifestamente ilegais;
b) Controle ou fiscalização: verificação do cumprimento por parte dos subordinados das ordens
administrativas e das normas vigentes;
c) Alteração de competências: nos limites permitidos pela legislação, a autoridade superior pode alterar
competências, notadamente por meio da delegação e da avocação;
d) Revisional: possibilidade de rever os atos praticados pelos subordinados para anulá-los, quando ilegais,
ou revogá-los por conveniência e oportunidade, nos termos da respectiva legislação;
e) Resolução de conflitos de atribuições: prerrogativa de resolver, na esfera administrativa, conflitos
positivos ou negativos de atribuições dos órgãos e agentes subordinados; e
f) Disciplinar: apurada eventual irregularidade na atuação funcional do subordinado, a autoridade
superior, após o devido processo legal, garantindo a ampla defesa e o contraditório, deverá aplicar as
sanções disciplinares tipificadas na legislação.
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As prerrogativas da autoridade superior acarretam o dever de obediência por parte dos agentes
públicos hierarquicamente inferiores. A insubordinação do agente público, caracterizada pelo descumprimento
das determinações superiores, configura infração funcional, punível com a sanção disciplinar de demissão.
4. PODER DISCIPLINAR
Ao contrário do poder de polícia, exercido no âmbito de relações jurídicas genéricas entre Estado e
cidadão, o poder disciplinar refere-se às relações jurídicas especiais, decorrentes de vínculos jurídicos
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CAIU NA PGM-CAMPINAS-FCC/2016: o poder hierárquico manifesta-se presente nas relações de desconcentração, porque
há relação de subordinação entre os órgãos da Administração e a Administração central, o que não se replica com as
relações travadas entre esta e os entes da Administração indireta, ainda que se evidencie o poder de tutela.
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específicos existentes entre o Estado e o particular (Administração – agente público, Administração –
contratado, Administração –usuário de serviços públicos etc.).
O Poder Disciplinar consiste em um sistema punitivo interno e por isso não se pode confundir com o
sistema punitivo exercido pela justiça penal muito menos com o exercício do Poder de Polícia. As
pessoas que são atingidas por esse Poder possuem uma sujeição especial, um vínculo com a
Administração Pública.
5. PODER NORMATIVO
5.1. Regulamentos
Saliente-se que Regulamento e Decreto são referências ao mesmo ato normativo. Isso porque o
Regulamento é o ato normativo privativo do chefe do Poder Executivo e Decreto é a sua forma. Em outras
palavras, pode-se dizer que o Regulamento é expedido por meio de um Decreto.
Os regulamentos são atos privativos do chefe do Poder Executivo.
ESPÉCIES DE REGULAMENTO
Regulamentos São aqueles editados para a fiel execução da lei. Este regulamento não pode inovar
executivos o ordenamento jurídico, mas somente pode complementar a lei. Art. 84, IV da CF.
São Regulamentos que atuam substituindo a lei e têm o condão de inovar o
ordenamento jurídico, determinando normas sobre matérias não disciplinadas em
Regulamentos lei.
Autônomos Em consonância com o entendimento majoritário da doutrina e jurisprudência
brasileiras, só são admissíveis duas espécies de Regulamentos Autônomos no
ordenamento jurídico pátrio, quais sejam, as duas situações previstas no art. 84, VI
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da Carta Magna. São exceções à regra geral de que o chefe do Poder Executivo edita
decretos para fiel execução da lei, sem o caráter de inovação da ordem jurídica
(organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos).
O poder regulamentar não se confunde com o poder regulatório. De um lado, o poder regulamentar
possui as seguintes características:
a) Competência privativa do chefe do Executivo (art. 84, IV, da CRFB);
b) Envolve a edição de normas gerais para fiel cumprimento da lei;
c) Conteúdo político.
A liberdade de conformação do legislador encontra limites no texto constitucional. Entre esses limites,
costuma-se apontar, no Direito Comparado, a existência da denominada “reserva de administração” como um
verdadeiro “núcleo funcional da administração ‘resistente’ à lei”. Daí a Constituição, em situações específicas,
determinar que o tratamento de determinadas matérias fica adstrito ao âmbito exclusivo da Administração
Pública, não sendo lícita a ingerência do parlamento.
A reserva de administração pode ser dividida em duas categorias:
*#OUSESABER: O Poder Executivo Federal pode emitir atos regulamentadores de leis que estão sujeitas ao
controle do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, inclusive quanto à omissão junto a este último. Certo ou
errado?
O poder normativo, também chamado de poder regulamentar, é conferido ao administrador (em geral, ao chefe
do Poder Executivo) para a elaboração de normas que complementem a lei, permitindo, assim, sua execução.
a) Regulamento executivo: Previsto no art. 84, IV, da CF/88, o regulamento executivo busca complementar a
lei, para que esta tenha integral execução. Esta espécie não pode inovar na ordem jurídica, mas apenas detalhar
as regras para a fiel execução da lei.
b) Regulamento autônomo: Também chamado de regulamento “independente”, este tem o poder de inovar na
ordem jurídica, não completando lei anterior, mas normatizando matérias até então não foram disciplinadas por
lei. São os previstos no art. 84, VI, da CF/88. No que pese a celeuma sobre o tema, prevalece, na doutrina, o
entendimento de que, no Brasil, o regulamento autônomo pode existir, apenas, de forma excepcional e quando
expressamente autorizado pelo texto constitucional.
A CF assevera no art. 49, V, que o Congresso Nacional tem competência para sustar os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.
Da mesma forma, o art. 102 afirma que compete ao STF processar e julgar, originariamente, a ação direta de
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade
de lei ou ato normativo federal.
Já sobre o controle na omissão dos atos normativos, o art. 103, §2º, dispõe que: Declarada a
inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao
Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para
fazê-lo em trinta dias.
Assim, é possível que o Poder Judiciário possa determinar a adoção de providências junto ao Poder Executivo,
quando este for omisso, seja através de ADI por omissão, seja por meio de Mandado de Injunção, o que torna a
questão verdadeira.
RESPOSTA: CERTA!
6. PODER DE POLÍCIA
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É a prerrogativa que tem o Estado de restringir, frenar, limitar a atuação do particular em razão do
interesse público. É fruto da compatibilização do interesse público em face do privado.
Poder de polícia em sentido amplo – qualquer ato de qualquer dos poderes que limite direito individual
(lei, por exemplo).
Poder de polícia em sentido estrito – somente atividade administrativa.
Não devemos confundir os conceitos de polícia-administrativa (polícia-função) com polícia-corporação.
Esta indica uma unidade administrativa (um órgão administrativo), decorrente do processo de descentralização,
vinculada ao sistema de segurança pública, cuja função típica é a prevenção de delitos, de condutas ofensivas à
ordem pública, sendo atividade preponderantemente repressiva; aquela (polícia-função) traduz a ideia de
atividade administrativa, sendo exercida por diversos órgãos, além da polícia-corporação, cuja principal função é
a prevenção da perturbação do interesse público, a exemplo da proteção ao patrimônio público.
#CONCEITOLEGAL: o CTN define o Poder de Polícia como função da Administração Pública de limitar ou
disciplinar direitos, regulando a prática de ato ou abstenção de fatos, em razão do interesse da coletividade,
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, ao exercício de atividades econômicas que
dependem de autorização e concessão, bem como aos direitos individuais e coletivos.
6.1. Características
a) Incide sobre os direitos à liberdade e à propriedade: não retira o direito. O Estado apenas define a forma de
se exercer o direito. Ex.: só pode construir até seis andares. Não há indenização se a sua manifestação for
legítima. Incide sobre bens, direitos e atividades, mas não atinge diretamente as pessoas.
b) Há possibilidade de cobrança de taxa de polícia art. 78 do CTN e não preço público. Taxa é tributo vinculado à
contraprestação estatal, de forma que só pode ser cobrada se houver o efetivo exercício do poder de polícia. Há
exercício do poder de polícia na concessão de licença e também na sua renovação, desde que diante da
existência de estrutura administrativa capaz de verificar a continuidade da existência das condições para o
exercício do poder3.
c) O poder de polícia é, em regra, um poder de polícia negativo, isto é, normalmente no exercício do poder de
polícia há uma abstenção; uma obrigação de não fazer. Ex.: não ultrapassar 60km/h. Contudo, também pode
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*#CAIUEMPROVA: Peculiaridade que foi cobrada e considerada INCORRETA na prova do TRF3/2016: Segundo o STF, a
taxa de renovação de licença de funcionamento é constitucional, desde que haja o efetivo exercício do poder de polícia,
não bastando para sua demonstração a mera existência de órgão administrativo que possua estrutura e competência para
a realização da atividade de fiscalização. A decisão do STF: “Nos termos da jurisprudência da Corte, a taxa de renovação de
licença de funcionamento é constitucional, desde que haja o efetivo exercício do poder de polícia, o qual é demonstrado
pela mera existência de órgão administrativo que possua estrutura e competência para a realização da atividade de
fiscalização”.
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assumir feições positivas, como, por exemplo, a obrigação de fazer consistente em ajustar edificações que
estejam em descompasso com regras de acessibilidade.
d) Pode ser praticado em três momentos: preventivo – definir a quilometragem/ fiscalizatório – condições
sanitárias/ repressivo – penalização diante do descumprimento.
e) pode se expressar através de atos normativos (gerais: portarias, resoluções) ou punitivos (multas, licenças,
autorizações).
f) A competência para o exercício do poder de polícia precisa de previsão legal. Se o interesse é nacional a
competência para legislar é da União. Regional do estado e local do município. No caso de competência
concorrente pode haver gestão associada, por meio da celebração de convênio ou consórcios públicos. Súmula
19 STJ – A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União. Súmula 645
STF – É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.
g) Fundamento: O poder de polícia é exercício da supremacia geral, ou seja, a atuação do poder público que
não depende de vínculo jurídico anterior. É diferente de supremacia especial, que é a atuação do poder público
que decorre de vínculo jurídico anterior. Ex. pena decorrente de contrato não cumprido.
#DISCUSSÃO #IMPORTANTE: Ele não pode ser delegado a pessoas privadas, sob pena de comprometer a
segurança jurídica. O STF analisou essa questão na ADI 17171, na qual afirmou que os conselhos de classe não
poderiam fazer parte da esfera privada, por exercerem poder de polícia. No entanto, é possível a delegação de
atos materiais, atos instrumentais e atos preparatórios, através de contrato com pessoas privadas. Elas são
responsáveis unicamente pelas constatações de fato, como, por exemplo, os pardais de trânsito. Pode ser
delegado, no entanto, às pessoas da Administração indireta que exerçam função pública (poder de polícia
delegado. Originário seria o das pessoas políticas), através de previsão legal, apenas para fiscalizar, não podendo
criar qualquer norma. Nesse caso, pouco importa o regime de dos agentes públicos, estatutário ou celetista.
De acordo com o Prof. Diogo Figueiredo, o poder de polícia pode ser dividido em quatro ciclos:
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O que o professor Diogo de Figueiredo vai nos dizer é que algumas fases do ciclo de polícia, como não se
relacionam com o exercício do poder de império, poderiam ser delegadas para particulares, para pessoas
jurídicas de direito privado.
As fases consideradas delegáveis assim o são sob a justificativa de que não envolveriam o poder de
império do Estado.
Obs.: Somente as fases de ordem de polícia e de fiscalização de polícia estarão obrigatoriamente
presentes em todo e qualquer ciclo de polícia.
6.3. Atributos
COERCIBILIDADE - A Coercibilidade torna o ato obrigatório, devendo este ser obedecido independente
da vontade do administrado, caso em que a Administração pode usar meios indiretos de coerção para
cumprir a determinação.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO
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* O Banco Central tem o dever de exercer o controle do crédito e fiscalizar a atividade das instituições
financeiras. O Serasa não é uma instituição financeira, considerando que não exerce coleta, intermediação nem
aplicação de recursos financeiros, nem a custódia de valor de propriedade de terceiros, seja como atividade
principal ou acessória. Logo, não é da atribuição do Banco Central a fiscalização das atividades do Serasa. STJ. 4ª
Turma. REsp 1.178.768-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 1/12/2016 (Info 595).
* Se a ANVISA classificou determinado produto importado como "cosmético", a autoridade aduaneira não
poderá alterar essa classificação para defini-lo como "medicamento". Incumbe à ANVISA regulamentar,
controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública (art. 8º da Lei nº 9.782/99).
Assim, é da Agência a atribuição de definir o que é medicamento e o que é cosmético. STJ. 1ª Turma. REsp
1.555.004-SC, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/2/2016 (Info 577).
- Quando se confere a certo e determinado órgão administrativo alguma atribuição operacional, está-se, ipso
facto (por via de consequência), excluindo esta atribuição dos demais órgãos administrativos. Isso é um dos
pilares do funcionamento estatal e abalá-lo seria o mesmo que abrir a porta da Administração para a confusão,
a celeuma e o caos. Cabe à ANVISA não somente a competência para realizar a classificação do produto, mas
também o dever da vigilância sanitária, atribuição que não pertence à autoridade aduaneira, inclusive porque os
seus agentes não dispõem do conhecimento técnico-científico exigido para isso.
- Se a autoridade aduaneira pudesse classificar livremente os produtos importados, é evidente que as alíquotas
aplicadas seriam sempre as mais elevadas. No caso concreto, a ANVISA expediu um parecer definindo a
natureza cosmetológica do sabão antiacne, de modo que se pode considerar na via administrativa essa questão
como uma questão encerrada, até porque o Fisco não é instância revisora das decisões da ANVISA.
*O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) tem competência para autuar e aplicar
sanções por excesso de velocidade em rodovias e estradas federais. A competência da Polícia Rodoviária Federal
para aplicar multas de trânsito nas rodovias federais não é exclusiva. Se analisarmos o art. 82, § 3º, da Lei nº
10.233/2001, combinado com o art. 21, VI, da Lei nº 9.503/97, veremos que o DNIT detém competência para
aplicar multa por excesso de velocidade. STJ. 1ª Turma. REsp 1.583.822-RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em
23/6/2016 (Info 586). STJ. 2ª Turma. REsp 1592969/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 05/05/2016.
*A Lei nº 7.102/83 estabelece normas para constituição e funcionamento das empresas particulares que
exploram serviços de vigilância e de transporte de valores. O art. 11 dessa Lei prevê que “a propriedade e a
administração das empresas especializadas que vierem a se constituir são vedadas a estrangeiros.” Esse art. 11
deve ser interpretado segundo a Constituição Federal que, desde a EC 6/95, proíbe, em regra, que a lei faça
discriminação entre “empresa brasileira de capital nacional” e “empresa brasileira de capital estrangeiro”. Em
outras palavras, para o texto constitucional atual, em regra, desde que uma empresa seja brasileira (constituída
no Brasil e sujeita às leis brasileiras), a origem do seu capital é irrelevante. Diante disso, a interpretação atual do
art. 11 deve ser a seguinte: • Empresas constituídas no exterior são proibidas de atuar no setor de segurança
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privada. • Todavia, empresas que sejam constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e
administração no País são consideradas “empresas brasileiras” (art. 1.126 do Código Civil), sendo irrelevante
que tenham na sua composição societária, direta ou indiretamente, participação ou controle pelo capital
estrangeiro. • Logo, “empresas brasileiras” poderão praticar atividades de segurança privada no país ainda que
tenham sócios estrangeiros. A restrição veiculada pelo art. 11 da Lei nº 7.102/83, de acordo com a CF/88, não
impede a participação de capital estrangeiro nas sociedades nacionais (empresas brasileiras) que prestam
serviço de segurança privada. STJ. 1ª Seção. MS 19.088-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 14/12/2016
(Info 596).
*É obrigatória a prévia fiscalização do camarão in natura, ainda que na condição de matéria-prima, antes do
beneficiamento em outros Estados da Federação, podendo tal atividade ser realizada no próprio
estabelecimento rural onde se desenvolve a carcinicultura. STJ. 1ª Turma. REsp 1.536.399-PI, Rel. Min. Sérgio
Kukina, julgado em 08/02/2018 (Info 620).
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: O art. 2º, § 6º, inc. VIII, do Decreto nº 3.179/1999 (redação original),
quando permite a liberação de veículos e embarcações mediante pagamento de multa, não é compatível com o
que dispõe o art. 25, § 4º, da Lei n. 9.605/1998; entretanto, não há ilegalidade quando o referido dispositivo
regulamentar admite a instituição do depositário fiel na figura do proprietário do bem apreendido por ocasião
de infração nos casos em que é apresentada defesa administrativa - anote-se que não se está defendendo a
simplória liberação do veículo, mas a devolução com a instituição de depósito (e os consectários legais que daí
advêm), observado, entretanto, que a liberação só poderá ocorrer caso o veículo ou a embarcação estejam
regulares na forma das legislações de regência (Código de Trânsito Brasileiro, p. ex.). STJ. 1ª Seção. REsp
1.133.965-BA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 625).
*#SELIGA#CESPE: A seguinte afirmativa foi considerada correta e foi cobrada no concurso de Juiz/2019: “O
poder de polícia administrativo inclui, no âmbito das agências reguladoras, a possibilidade de tipificar
ineditamente condutas passíveis de sanção, de acordo com o STJ”.
Esse é o entendimento do STJ no REsp 1522520/RN (22/02/2018), para quem as sanções administrativas
aplicadas pelas agências reguladoras, no exercício do seu poder de polícia, NÃO ofendem o princípio da
legalidade, visto que a lei ordinária delega a esses órgãos a competência para editar normas e regulamentos no
âmbito de sua atuação, inclusive tipificar as condutas passíveis de punição, principalmente acerca de atividades
eminentemente técnicas.
Não se aplica.
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BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2015.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2014.
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Método, 2016.