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O documento analisa o filme Identidade sob a perspectiva da fenomenologia e existencialismo. O filme mostra um homem com Transtorno Dissociativo de Identidade sendo julgado por assassinato. Seu psiquiatra tenta provar que ele não é culpado encontrando sua identidade primária. As cenas podem ter acontecido apenas na mente do réu. A fenomenologia explica que os assassinatos não foram fenômenos reais para ele. O existencialismo mostra a busca da identidade primária através da negação das outras personal
O documento analisa o filme Identidade sob a perspectiva da fenomenologia e existencialismo. O filme mostra um homem com Transtorno Dissociativo de Identidade sendo julgado por assassinato. Seu psiquiatra tenta provar que ele não é culpado encontrando sua identidade primária. As cenas podem ter acontecido apenas na mente do réu. A fenomenologia explica que os assassinatos não foram fenômenos reais para ele. O existencialismo mostra a busca da identidade primária através da negação das outras personal
O documento analisa o filme Identidade sob a perspectiva da fenomenologia e existencialismo. O filme mostra um homem com Transtorno Dissociativo de Identidade sendo julgado por assassinato. Seu psiquiatra tenta provar que ele não é culpado encontrando sua identidade primária. As cenas podem ter acontecido apenas na mente do réu. A fenomenologia explica que os assassinatos não foram fenômenos reais para ele. O existencialismo mostra a busca da identidade primária através da negação das outras personal
Podemos separar o filme em duas linhas de acontecimentos, e ambas deixam a
impressão de ocorrerem simultaneamente, logo no começo do filme vemos cenas de um julgamento, o réu é um assassino condenado à morte. O seu psiquiatra tenta comprovar que o sujeito sofre de um transtorno mental, Transtorno Dissociativo de Identidade, que é a presença de duas ou mais identidades ou estados de personalidade distintos, que assumem o controle do comportamento. É possível afirmar isso por que no filme há a preocupação em mostrar sintomas que se enquadram nos critérios diagnósticos presentes no DSM-V. O assassino demonstra incapacidade em integrar vários aspectos de identidade, memória e consciência. Cada estado de personalidade é vivenciado como possuindo uma história pessoal distinta, que são a autoimagem e identidade próprias, cada personalidade possui um nome e características diferentes. Podemos identificar essa incapacidade de percepção de identidades no momento em que o réu se enxerga como o ex-policial que trabalha como motorista, que ao se olhar no espelho vê seu verdadeiro rosto, no momento há um estranhamento, ele é incapaz de associar- se à sua verdadeira imagem, ele não consegue compreender o que está ocorrendo. As identidades alternativas frequentemente têm nomes e características diferentes, que contrastam com a identidade primária, conclui-se que a identidade primaria é a da criança, imperceptível, apática, distante e fria em relação à história, o que também se enquadra em um critério do Transtorno de Personalidade Dissociativa, no geral a identidade primária, portadora do nome correto do indivíduo pode ter características de passividade, dependência, culpabilidade e depressão. O aspecto que mais aproxima o réu à personalidade da criança é a falta de ação diante do desenrolar da história e a fragilidade que todos atribuem ao garoto. Identidades particulares podem emergir em circunstâncias específicas, diferindo em termos de idade e gênero declarados, vocabulário e conhecimentos ou afeto predominante. Podemos notar uma grande diferença entre as diversas personalidades, a prostituta, o gerente do motel, os dois fugitivos etc. Todos têm características muito particulares, seja a sedução, a falta de caráter, a mentira, arrogância. Toda a trama do filme deixa um leve desconforto de não se sabermos o que está acontecendo, como se ao ver o filme os personagens estivessem presos ao universo onde se passa a história, pode-se concluir que os assassinatos se passam na verdade nos pensamentos do réu, cria-se uma redoma, onde vemos que cada personagem é na verdade uma de suas personalidades. O objetivo do psiquiatra é fazer com que as personalidades boas consigam encontrar e confrontar a personalidade assassina, para que o juiz possa voltar atrás na decisão de executá-lo. Se não existe personalidade assassina, pela lógica não existiria assassino que pudesse fazer algum mal a alguém, mas, o psiquiatra comete um erro ao concluir qual das personalidades é o verdadeiro assassino. Após o sumiço misterioso do garoto, ele não aparece mais na história, é como se ele não existisse dentro do enredo, portanto esse é o motivo pelo qual o psiquiatra erra na tentativa de encontrar o verdadeiro assassino.
RELAÇÃO DO FILME COM A FENOMENOLOGIA/EXISTENCIALISMO
Relacionando os acontecimentos do filme com os pensamentos da
fenomenologia/existencialismo, afirma-se que a fenomenologia é uma atitude de reflexão do fenômeno que se mostra para nós, na relação que estabelecemos com os outros, no mundo, ou seja, o fenômeno é tudo aquilo que se mostra a uma consciência. Pode-se afirmar que o assassino de uma maneira inconsciente não viveu os acontecimentos no motel. As mortes foram metáforas criadas pela própria mente do réu, com a ajuda do psiquiatra, com o objetivo de encontrar a personalidade primária, as mortes não foram fenômenos para o réu, pois não se mostraram à sua consciência, foram criadas por ele. Toda nossa relação com o mundo só tem a razão se começar pela percepção, ou seja, pelos sentidos. Nós é que buscamos o sentido daquilo que se mostra. Por não ter acontecido. No Transtorno de Personalidade Dissociativa a própria estrutura da percepção fina da lógica de orientação tempo e espaço da pessoa está perturbada. Por tal motivo torna-se difícil definir o que realmente foi vivido pelo indivíduo, o que não foi e que realmente pode afetá-lo de maneira substancial. Todas as construções psíquicas são baseadas em uma imagem deturpada da realidade, onde, a consciência que identifica e percebe o fenômeno está confusa. O que se mostra a consciência afeta o indivíduo, quem sofre dessa desordem possui várias consciências consequentemente várias percepções. Para a consciência atingir as coisas, precisa conter o nada, o não ser. Esse pensamento existencialista é mostrado no filme através da tentativa do psiquiatra de encontrar a personalidade primária, para descobrir quem é o assassino é preciso descobrir quem não é. Só podemos negar as coisas, ao chegarmos à conclusão do que aquilo não é. O não ser assassino tem como fundo o próprio assassino. É o ser que faz surgir o não ser pela imaginação.
REFERÊNCIAS
NEGRO, P. J. J.; PALLADINO-NEGRO, P.; LOUZÃ, M. R. Dissociação e Transtornos
Dissociativos: Modelos Teóricos. vol. 21 n.4. Rev. Bras. Psiquiatr. São Paulo Dez. 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516- 44461999000400014#back>. Acesso em: 3 de maio 2016.
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