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XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.
São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

A RELAÇÃO DE
CUSTO/VOLUME/LUCRO: UM ESTUDO
EM UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA
DO MUNICÍPIO DE SINOP - MT
HEDER BASSAN (UNEMAT)
hederbassan@bol.com.br
Jefferson Treuherz (UNEMAT)
jeffersonthz@yahoo.com.br

Este estudo trata de uma pesquisa descritiva qualitativa, com o


objetivo de investigar e demonstrar que a contabilidade gerencial
fortalece a administração das empresas por meio da Relação de
custo/volume/lucro. Os dados fornecidos pela emppresa representam
os números do primeiro trimestre do ano de 2009, e a análise das
informações do período foi feita após rigorosa verificação dos dados
coletados. Constatamos entre outros aspectos que, apesar de não
possuir departamentos definidos na empresa, bem como um sistema de
controle de custos informatizado, a empresa se apresenta com um
lucro considerável dando condições de honrar seus compromissos
financeiros em dia, resultado este que não é identificado com
antecedência, pois, a empresa não possui mecanismos para este tipo de
análise. Deste modo, os gestores ainda não utilizam esta ferramenta,
tomando decisões baseadas apenas no conhecimento adquirido ao
longo dos tempos a frente dos negócios como empreendedores. Dessa
forma, o estudo realizado demonstra que a análise de custo volume
lucro é um instrumento de vital importância para decisões gerenciais e
elaboração de um plano operacional que possa auxiliar os
administradores no controle dos negócios.

Palavras-chaves: Contabilidade gerencial; Análise de custo volume


lucro.
1 Introdução
O presente trabalho tem como objetivo demonstrar que a contabilidade enquanto ciência
social, devidamente aparada por seus princípios e seu objeto de estudo, possui ferramentas
gerenciais importantes para maximização do desempenho, tanto no aspecto econômico e
financeiro, quando no aspecto social das entidades.
Uma dessas ferramentas é a análise de custo volume lucro, um instrumento da área de custos
que podem ser utilizados nas decisões gerenciais da empresa.
Neste contexto, Crepaldi (2004) fundamenta que a análise de custo volume lucro é um
instrumento gerencial utilizado para projetar o lucro que seria obtido em diversos níveis
possíveis de produção e vendas, bem como para analisar o impacto sobre o lucro,
modificações no preço de venda, nos custos (fixos ou variáveis), no nível de atividade
desenvolvida e no lucro alcançado ou desejado.
Deste modo, a contabilidade gerencial, é uma contabilidade voltada para fins internos da
empresa, suprindo os executivos com um número maior de informações de grande
importância para decisões gerenciais e elaboração de um plano operacional que possa auxiliar
os administradores no controle dos negócios.
Assim, a análise de custo volume lucro se apresenta como uma importante ferramenta
gerencial que tem por objetivo fornecer informações pertinentes aos gestores para que possam
auxiliar nas decisões internas a serem tomadas, pois são fatores imprescindíveis para gestão
no mundo dos negócios de forte concorrência, e de necessidade elementar para as empresas se
firmarem cada vez mais no mercado.
1.1 Problema
O fortalecimento das empresas num mercado em constantes transformações da economia se
faz necessário um controle rigoroso das ações desenvolvidas pela entidade com o propósito de
subsidiar seus gestores nos empreendimentos.
A contabilidade gerencial possui mecanismos para controle e administração dos recursos
disponíveis nas entidades, que é ponto fundamental para que a empresa conheça sua
capacidade produtiva, bem como os custos incorridos no processo de produção e outros
fatores que influenciam o resultado operacional. Assim, a empresa em estudo não é diferente,
pois carece de mecanismos gerenciais que a contabilidade pode oferecer.
Desta forma, a contabilidade gerencial por meio da relação de custo volume lucro contribui na
gestão da empresa Metal Metalúrgica?
1.2 Objetivos
O trabalho tem como objetivo principal demonstrar como a contabilidade gerencial fortalece a
administração da empresa Metal Metalúrgica por meio da análise de custo/volume/lucro.
Para atingir o objetivo principal é necessário alcançar objetivos secundários, como:
a) Analisar a estrutura para o controle de custos que as empresa possui.
b) Evidenciar os custos fixos e variáveis do período a ser analisado.
c) Demonstrar o ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro.
d) Demonstrar o grau de alavancagem operacional.
e) Confrontar receitas, custos e despesas do período de modo a apurar o resultado.

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1.3 Justificativa
A contabilidade gerencial é utilizada freqüentemente dentro das entidades, como instrumento
grande auxílio à administração, nos diversos setores em que as empresas atuam.
A análise de custo volume lucro é um dos instrumentos gerenciais que se baseiam nos custos
que as empresas possuem e são utilizados para planejamento e tomada de decisões por meio
das inter-relações existentes entre as vendas, os custos (fixos ou variáveis), o nível de
atividade desenvolvido e o lucro alcançado ou desejado.
No entanto, Crepaldi (2004) esclarece que o ponto fundamental da contabilidade gerencial é o
uso da informação contábil como ferramenta para a administração, no processo de produzir
informação operacional financeira utilizada pela administração para planejamento, avaliação,
controle e assegurar o uso apropriado dos recursos dentro das empresas, tendo em vista a
orientação nas decisões operacionais e de investimentos.
Deste modo as empresas, com um controle rigoroso dos custos conhecem cada vez mais a si
mesmas, e assim, podem saber quais são sua capacidade de vendas e produção, os custos
relativos a um aumento no volume produzido e sua produção mínima necessária para cobrir
seus custos, são fatores determinantes para que as empresas se fortaleçam diante de um
mercado cada vez mais competitivo, gerando riquezas na economia em que estão inseridas.
1.4 Metodologia
O objetivo principal desta pesquisa é demonstrar que a contabilidade gerencial por meio da
análise de custo/volume/lucro fortalece a gestão em uma indústria metalúrgica. Dessa forma,
a fundamentação teórica para este estudo terá como base bibliografias de diversos autores
renomados da área de contabilidade gerencial e contabilidade de custos, e com o objetivo de
complementar o trabalho será realizado um estudo de caso em uma indústria metalúrgica com
a aplicação da análise de custo volume lucro.
O presente trabalho se iniciará com a revisão da literatura sobre os conceitos que a
contabilidade gerencial abrange, enfatizando a aplicação da contabilidade de custos, bem
como a classificação destes no processo de produção por ordem em uma indústria metalúrgica
no município de Sinop – MT, através da análise de custo volume lucro dando suporte para a
gestão da empresa.
Para elaboração deste estudo, será realizada pesquisa descritiva qualitativa na análise dos
dados coletados na empresa.
2 Contabilidade Gerencial
Segundo Iudícibus (1998), a Contabilidade Gerencial pode ser definida, com um enfoque
superficial, conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na
contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira de balanços. Assim,
esses dados contábeis colocados numa perspectiva diferente, transformado-os em
informações, num grau de detalhe analítico com uma classificação e apresentação
diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo de tomada de
decisão.
De acordo Padoveze (2004), Vemos que numa entidade, não existe Contabilidade Gerencial,
como existe Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos e Administração Financeira.
A contabilidade gerencial, nas entidades, dependendo do porte da companhia, há
departamentos distintos que são responsáveis pela aplicação de cada uma dessas disciplinas.

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O ponto fundamental da Contabilidade Gerencial é o uso da informação contábil como um
instrumento para a administração.
A contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os
administradores, isto é, aqueles que estão dentro das empresas e que são responsáveis por suas
operações. Assim a contabilidade gerencial pode se contrastar com a contabilidade financeira,
relacionada ao fornecimento de informações para os acionistas, credores e outros usuários
externos a empresa.
3 Contabilidade de Custos
A contabilidade de custos, na concepção de Martins (2006, p. 23) “nasceu da contabilidade
financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na indústria”. A contabilidade de custo
começou a ter importância ainda na Revolução Industrial, que mais tarde teria um campo
específico para aplicação dos custos na chamada Contabilidade Industrial, pois a
contabilidade aí passaria não só ter seu foco na avaliação de estoques e sim nas técnicas de
custeio.
De acordo com Viceconti (2003, p. 07) “a contabilidade de custos, nos seus primórdios, teve
como principal função a avaliação de estoques em empresas industriais, que é um
procedimento muito mais complexo do que nas comerciais”.
A necessidade de avaliar estoques nas indústrias através de cálculos dos custos dos bens
fabricados e dos serviços prestados pela empresa. A contabilidade de custos está diretamente
ligada contabilidade financeira e tem como características principais fornecer informações
para controle e decisão da alta gerência.
Segundo Martins (2006) as empresas para a apuração final do resultado de cada período, bem
como para o levantamento do balanço, bastava o levantamento dos estoques em quantidades,
já que sua medida em valores monetários era mais fácil. O contador verificava o valor pago
item por item estocado, dessa maneira transformava o estoque físico em quantidades para
valores em moeda e assim ter a valoração das mercadorias no encerramento do período
apurado.
A função do contador com o surgimento das indústrias teve um papel mais complexo, para
levantamento de balanço e apuração de resultado. O contador agora não tinha a sua disposição
tanta facilidade para atribuir valor aos estoques, seu valor de compras na empresa comercial
estava agora substituído por uma série de valores pagos pelos fatores de produção utilizados
em sua linha de produção.
De acordo com Martins (2006) para vermos a solução desse problema, o contador tentando
adaptar à empresa industrial os mesmos critérios utilizados nas empresas comerciais. Assim
na data do balanço final, permaneciam como estoques no ativo apenas os valores sacrificados
pela compra dos bens, nenhum outro valor relativo a juros e outros encargos financeiros, a
honorários dos sócios, salários dos administradores, eram ativados, todos esses gastos eram
automaticamente reconhecidos como despesas do período independentemente da venda ou
não das mercadorias produzidas, que ainda poderiam estar no estoque da empresa.
O crescimento das empresas e o conseqüente distanciamento entre administrador e ativos e
pessoas administradas, a contabilidade de custos passou recentemente a ser vista como uma
eficiente ferramenta no desempenho do controle gerencial (MARTINS, 2006).
Esta contabilidade possui como objetivo coletar, classificar e registrar os diversos dados
internos e externos das atividades da entidade, produzindo assim informações que ajudarão as

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suas funções de planejamento, controle e tomada de decisão das diversas operações
realizadas, possuindo um maior nível gerencial.
3.1 Terminologia em custos industriais
Na contabilidade de custos é absolutamente necessário dar aos objetos, conceitos e idéias de
mesmo nome, sob pena de redução do nível de entendimento. Dessa forma para este trabalho
será utilizado as seguintes nomenclaturas:
 Gasto: compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a
entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de
ativos (dinheiro).
 Investimentos: são os gastos efetuados em ativo ou despesas e custos que serão
imobilizados e diferidos. São gastos ativados em função de sua vida útil ou benefícios
futuros.
 Custo: o custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no
momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços).
 Despesa: é um bem ou serviço consumido direto ou indiretamente para a obtenção de
receitas.
Quanto a classificação dos custos será utilizado as seguintes nomenclaturas:
 Custos diretos: Os custos diretos com relação aos produtos podem ser diretamente
apropriados aos produtos, bastando haver uma medida de consumo (quilogramas de
materiais consumidos, embalagens utilizadas, horas de mão-de-obra utilizadas e até
quantidade de força consumida).
 Custos indiretos: Os custos indiretos com relação aos produtos realmente não oferecem
condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de
maneira estimada e muitas vezes arbitrária (como aluguel, a supervisão, as chefias)
 Custos e despesas fixas: Martins (2006) classifica os custos fixos como sendo aqueles que
num determinado período têm seu montante fixado não em função da oscilação na
atividade. São aqueles que independem do volume da atividade de produção. Eles são
fixos no total mas variáveis nas unidades. Como exemplo podemos citar: aluguel da
fábrica, depreciação, salário, etc.
 Custos e despesas variáveis: Conforme Crepaldi (2004) os custos variáveis são aqueles
que variam diretamente com a produção do período. Por exemplo, o valor total de
materiais diretos consumidos no período depende diretamente do volume de produção, ou
seja, quanto maior a quantidade fabricada, maior será a quantidade consumida.
3.2 Custeio variável e custeio por absorção
Os dois métodos de apuração dos custos dos produtos, custeamento direto/variável e
custeamento por absorção, são os considerados clássicos na teoria da contabilidade de custos.
Eles foram desenvolvidos baseados nos conceitos de custos com comportamentos diferentes
em relação a quantidade produzida, levando–se em conta os custos fixos e variáveis.
De acordo com Padoveze (2004) no início crescente da revolução industrial, os custos fixos
não eram relevantes e praticamente não havia a necessidade de critérios de distribuição e
alocação de tais gastos aos diversos produtos da empresa. Com o tempo e o avanço da
industrialização, criando atividades mais complexas e diferentes, os gastos fixos e indiretos
passaram a ter mais relevância dentro da empresa, possibilitando assim o nascimento da
apropriação de tais gastos aos demais custos diretos.

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No entanto, Padoveze (2004) afirma que historicamente, o custeio por absorção veio a ser
utilizado mais em razão dos critérios de avaliação de inventários do que das necessidades
industriais gerenciais da empresa. E o custeio por absorção está de acordo com os princípios
fundamentais de contabilidade, pois considera todos os gastos industriais como relacionados
com os produtos, enquanto que o custeio variável não integra o valor dos custos fixos e
indiretos aos produtos.
3.3 Análise do Custo/Volume/Lucro
A análise de custo volume lucro é um dos instrumentos da área de custos que podem ser
utilizados nas decisões gerenciais. Tal expressão abrange os conceitos de margem de
contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança, cujo conhecimento é de
fundamental importância para os gestores de custos em virtude do número de benefícios
informativos que proporcionam.
A utilização da análise de custo/volume/lucro na tomada de decisões gerenciais ajuda os
administradores a entenderem o inter-relacionamento dos custos, volume e lucro no
planejamento e decisões a serem tomadas com base nas informações apresentados pelo
departamento de contabilidade da empresa.
De acordo com Maher (2001) os executivos precisam entender a relação entre preços de
vendas, receitas, volume e custos. Eles também precisam entender quais custos variam com
alterações no volume e quais custos não variam. Sem este tipo de análise, os administradores
não podem estimar os efeitos de alterações no preço, no volume ou nos custos, sobre o lucro
operacional da empresa.
Crepaldi (2004) fundamenta que as análises de custo/volume/lucro são modelos que visam
demonstrar, de forma gráfica ou matemática, as inter-relações existentes entre as vendas, os
custos (fixos ou variáveis), o nível de atividade desenvolvido e o lucro alcançado ou desejado.
Seu estudo proporciona respostas a questões relacionadas ao que acontecerá com o lucro da
empresa se ocorrer aumento ou diminuição do custo (variável ou fixo), diminuição ou
aumento do volume de vendas, redução ou majoração dos preços de venda.
Uma empresa que mantém um rigoroso controle dos seus custos fixos e variáveis tem um
enorme leque de possibilidades de análise dos gastos da empresa, em relação aos volumes
produzidos ou vendidos, e determinar pontos importantes para embasar futuras decisões de
aumento ou diminuição dos volumes de produção, cortar ou manter os produtos já existentes,
incorporar novos produtos, etc. (PADOVEZE, 2004).
Os administradores das empresas necessitam conhecer com antecedência que efeitos teria uma
modificação no preço de venda, no volume de produção, uma alteração salarial ou uma
modificação nas máquinas da fábrica. Para que essas informações estejam disponíveis com a
rapidez que as decisões empresariais exigem, cabe ao analista de custos dispor dos dados
indispensáveis à análise de custo/volume/lucro.
De acordo com Padoveze (2004, p. 368) “a análise de custo volume lucro conduz a
importantes conceitos: margem de contribuição, ponto de equilíbrio, margem de segurança e
alavancagem operacional”. Dessa forma a seguir será apresentados estes conceitos.
3.3.1 Margem de contribuição
É a diferença entre o preço de venda e os custos variáveis que devem ser suficientes para
cobrir os custos fixos.

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Segundo Horngren, Sundem e Stratton (2004) a margem de contribuição pode ser expressa
como um montante total absoluto, um montante unitário absoluto, um índice e uma
porcentagem. O índice custo variável ou porcentagem de custo variável é definido como todos
os custos variáveis divididos pelas vendas. Assim, o índice de margem de contribuição de
vinte por cento significa que o índice de custo variável é de oitenta por cento.
Neste sentido, para encontrarmos o índice da margem de contribuição sobre receitas de
vendas usamos a seguinte fórmula:

Margem de contribuição  Receita de vendas  Custos var iáveis

Fonte: Maher (2001)


Figura 1 – Margem de contribuição
Assim, a margem de contribuição pode ser entendida como sendo o valor resultante da venda
de um produto, depois de deduzidos os custos e despesas variáveis associados a esse produto.
3.3.2 Ponto de equilíbrio
É o nível de operações no qual as receitas e os custos de uma empresa se igualam. E a partir
deste ponto com o aumento no volume de produção ou vendas a empresa passa a ter lucros.
Padoveze (2004, p. 368) destaca que o ponto de equilíbrio evidencia, em termos quantitativos,
“qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender, para que consiga pagar todos os
custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente
para produzir ou vender seu produto”.
É de fundamental importância, quando uma empresa aumenta ou diminui seu volume de
produção conhecer seu ponto de equilíbrio para estabelecer o planejamento da sua atividade.
De acordo com Maher (2001) para calcular o ponto de equilíbrio em valor das vendas,
utilizamos o índice da margem de contribuição, em vez da margem de contribuição unitária.
Deste modo, para encontrarmos o ponto de equilíbrio em valor das vendas temos a seguinte
fórmula:
Custos fixos
Ponto de equilíbrio, em valor das vendas 
Indice da m arg em de contribuição
Fonte: Maher (2001)
Figura 2 – Ponto de Equilíbrio
3.3.3 Margem de segurança
A margem de segurança é vista como excedente das vendas reais ou projetadas, sobre o
volume correspondente ao ponto de equilíbrio.
A margem de segurança é um “indicador de risco que aponta a quantidade a que as vendas
podem cair antes de se ter prejuízo” (CREPALDI, 2004, p. 167).
Para Warren, Reeve e Fess (2001, p. 109) “margem de segurança é a diferença de vendas
atuais e as vendas no ponto de equilíbrio.” Indica um decréscimo nas vendas que pode ocorrer
antes de atingir um prejuízo operacional.
A margem de segurança pode ser expressa em valor através da seguinte fórmula:

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M argem de segurança  Re ceitas de vendas  Ponto de equilíbrio

Fonte: Maher (2001)


Figura 3 – Margem de segurança
Neste sentido Maher (2001, p. 443) afirma que “na prática a margem de segurança, também
pode ser expressa em valor das vendas ou em percentual do valor das vendas”.
3.3.4 Alavancagem operacional
Conforme Padoveze (2004) o termo alavancagem vem da possibilidade de levantar lucros
líquidos em proporções maiores do que normalmente esperado, através da alteração correta da
proporção dos custos fixos na estrutura de custos da empresa.
A estrutura de custos das empresas são diferentes e, empresas que utilizam sistemas de
produção computadorizados têm grandes investimentos em ativos imobilizados, sendo assim,
sua estrutura de custos apresenta alta participação de custos fixos, já em empresas como
construtoras, que possuem em sua estrutura de custos maior proporção de custos variáveis
devido a folha de pagamento de seus funcionários (mão-de-obra). Assim, todas as empresas
tem em suas estruturas de custos efeito significativo sobre a sensibilidade de seu lucro a
alterações no volume de produção.
O grau de alavancagem operacional existente numa empresa a um dado nível de vendas pode
ser medido pela seguinte fórmula:
M argem de Contribuição
 Grau de alavancagem operacional
Lucro ( líquido) Operacional
Fonte: Padoveze (2004)
Figura 4 – Grau de alavancagem operacional
No entanto, o grau de alavancagem operacional por ser uma medida que traduz como, a um
dado nível de vendas, uma mudança no percentual no volume de vendas afetará os lucros.
4 Estudo de caso em uma indústria metalúrgica
O estudo foi realizado de acordo com a produção do primeiro trimestre de 2009 da empresa
objeto de estudo.
4.1 Receitas, custos e despesas fixas e variáveis de produção
As receitas do período foram apuradas com base nos documentos fornecidos pela empresa,
deste modo, podemos verificar que no primeiro trimestre a empresa teve sensível crescimento
em relação as suas receitas.
Os custos variáveis foram classificados em diretos e indiretos para uma melhor interpretação
do que ocorre no processo produtivo da indústria adequando assim a sua realidade.

Receitas – Custos fixos e variáveis em R$ - 2009


Mês Janeiro Fevereiro Março Total
Receitas $31.510,00 $35.301,00 $34.500,00 $101.311,00
Total custo variável $22.532,50 $25.227,05 $24.572,00 $72.331,55
Custo variável (Material direto) $19.701,00 $22.082,00 $21.581,00 $63.364,00
Custo variável (Material indireto) $ 2.831,50 $3.145,05 $2.991,00 $8.967,55

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Custos fixos $6.727,00 $6.727,00 $6.727,00 $20.181,00
Tabela 1 – Receitas, custos e despesas fixas e variáveis de produção da Metal Metalúrgica no
primeiro trimestre de 2009
O valor dos custos variáveis diretos é representado na sua totalidade pela matéria-prima
consumida na produção das encomendas. A matéria-prima utilizada no processo produtivo é
diversificada pelo fato da indústria produzir as mais diversas encomendas, isto é, todos os
tamanhos e tem em comum apenas o material usado na confecção das grades, portas e portões
entre outros produtos encomendados, sendo assim, essa matéria-prima apresenta diversas
formas como tubos, chapas, e sua composição são principalmente o ferro, aço e seus
derivados.
4.2 Análise do Custo Volume Lucro
A análise de custo/volume/lucro ajuda a definir a relação entre os custos utilizados no
processo de elaboração de orçamentos, e no caso da indústria entender a relação entre os
preços de vendas, receitas, volume e custos. Com a análise de custo volume lucro, as
empresas entendem quais custos variam com alterações no volume fabricado e quais custos
não variam.
4.2.1 Índice da margem de contribuição
O índice da margem de contribuição é a margem de contribuição como percentual da receita
de vendas. Para a Metal Metalúrgica, o índice da margem de contribuição para o primeiro
trimestre de 2009 é:

Índice da margem de contribuição


Mês Janeiro Fevereiro Março
M arg em de contrib $8.977,50 $10.173,95 $9.928,00
  0,285  0,285  0,288
Re ceita de vendas $31.510,00 $35.301,00 $34.500,00
Tabela 2 – Índice da margem de contribuição do primeiro trimestre de 2009, com base nos dados da pesquisa da
tabela 1
O índice de margem de contribuição é o mesmo, independente de ser calculado com valores
unitários ou valores totais. Esse índice é utilizado para o cálculo do volume desejado em valor
das vendas e o ponto de equilíbrio.
4.2.2 Volume desejado em valor de vendas
Para o cálculo do volume desejado, correspondente a determinada margem de lucro,
utilizamos um percentual e não valor.
Suponha que o lucro desejado seja expresso como uma margem de lucro sobre vendas (10%)
em vez de ser expresso como um valor monetário. Utilizamos o mesmo conceito, mas
expressamos o lucro operacional desejado como um percentual das vendas.

Mês Volume desejado em valor das vendas

Jan $6.727,00  (10%  vendas $)


Volume desejado, valor das vendas   $36.362,16
0,285

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Fev $6.727,00  (10%  vendas $)
Volume desejado, valor das vendas   $36.362,16
0,285
Mar $6.727,00  (10%  vendas $)
Volume desejado, valor das vendas   $35.781,91
0,288
Tabela 3 – Volume desejado em valor de vendas
A margem de contribuição total é igual ao índice da margem de contribuição vezes a receita
total. Quando a receita total for igual a $36.362,16, a margem de contribuição total é igual a
0,285 para os meses de janeiro e fevereiro ($36.362,16 x 0,285 = $10.362,22). Como os
custos fixos são $6.727,00, o lucro operacional é igual a $3.636,22 para os meses de janeiro e
fevereiro, e de $3.578,19 para o mês de março (= $10.363,22 da margem de contribuição -
$6.727,00 de custos fixos). O lucro de $3.636,22 e $3.578,19, nos meses de janeiro, fevereiro
e março respectivamente, por sua vez, é igual a 10% das vendas de cada mês, conforme
desejado.
4.2.3 Ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro
É o volume de vendas para o qual o lucro é igual a zero, utilizamos o índice da margem de
contribuição em vez da contribuição unitária.
Assim, para encontrar o ponto de equilíbrio, utilizamos a fórmula do volume desejado em
valor das vendas.
Para a Metal Metalúrgica, o ponto de equilíbrio contábil, em valor das vendas no primeiro
trimestre de 2009 é:
Ponto de Equilíbrio Ponto de Equilíbrio Ponto de
Mês
Contábil Econômico EquilíbrioFinanceiro
Janeiro 23.603,50 31.498,25 23.252,63
Fevereiro 23.603,50 35.182,46 23.252,63
Março 23.357,64 34.468,75 23.010,42
Tabela 4 – Ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro em valor das vendas
O ponto de equilíbrio contábil em valor é considerado o nível de vendas que a empresa tem
que atingir para cobrir seus custos fixos e variáveis sem que incorra em prejuízo sem levar em
conta aspectos financeiros e operacionais, retorno sobre o capital investido.
O ponto de equilíbrio econômico em valor das vendas é atingido quando a empresa considera
entre outros fatores o retorno sobre o próprio capital. Dessa forma, se a empresa venha
obtendo lucros em períodos sucessivos ela deve considerar esse retorno sobre o capital ali
investido para permanecer em atividade. Assim, os custos fixos quando somados ao lucro do
período e divido pelo índice da margem de contribuição obtemos o ponto de equilíbrio
econômico.
Para obtermos ponto de equilíbrio financeiro em valor das vendas deduzimos dos custos fixos
os valores correspondentes a depreciação das máquinas, sabemos que essa importância
relativa a depreciação não ira representar desembolso de caixa no período.
Dessa forma, os desembolsos fixos serão de $6.627,00/mês, portanto o ponto de equilíbrio
financeiro em valor será obtido quando conseguimos obter uma receita total na importância de
$23.252,63, conforme tabela 11 acima.

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Podemos afirmar que se a empresa estiver vendendo nesse nível, estará conseguindo
equilibrar-se financeiramente, mas estará com prejuízo contábil de $350,00 quando
comparamos o ponto de equilíbrio financeiro (tabela 11) com o contábil (tabela 09), já que a
empresa não estará conseguindo recuperar-se da parcela consumida em seu ativo relativo a
depreciação das máquinas utilizadas no processo produtivo da indústria. E economicamente,
estará além desse montante perdendo o retorno sobre o capital investido.
4.2.4 Margem de segurança
A margem de segurança representa o excedente das vendas, projetadas ou reais, sobre o ponto
de equilíbrio. Ela informa à administração a margem entre as vendas correntes e o preço no
ponto de equilíbrio. Em certo sentido, a margem de segurança indica à empresa o risco de ela
perder dinheiro, isto é, o volume pelo qual as vendas podem cair, até que a companhia comece
a incorrer em prejuízos.

Mês Margem de segurança ($)

Jan Re ceitas de vendas  Ponto de equilíbrio  $31.510,00  $23.603,50  $7.906,50

Fev Re ceitas de vendas  Ponto de equilíbrio  $35.301,00  $23.603,50  $11.697,49

Mar Re ceitas de vendas  Ponto de equilíbrio  $34.500,00  $23.357,64  $11.142,36

Tabela 5 – Margem de segurança em valor ($) no primeiro trimestre de 2009


No primeiro trimestre de 2009 a Metal Metalúrgica teve boa margem de segurança. Isso
mostra que com a utilização do ponto de equilíbrio contábil, embora não utilize para seu
cálculo valores de aspectos financeiros e operacionais (financiamentos e retorno sobre capital)
e a depreciação está ali incluída em seus custos fixos.
3.3.5 Grau de alavancagem operacional
O grau de alavancagem operacional por ser uma medida que traduz como, a um dado nível de
vendas, uma mudança no percentual no volume de vendas afetará os lucros.
O grau de alavancagem obtido nada mais é que o quociente da divisão da margem de
contribuição pelo lucro operacional do período. Deste modo, mês-a-mês ele teve pequena
variação, mesmo assim, a empresa possui pequena parcela de custos fixos em relação aos seus
custos variáveis.
Notamos que a empresa trabalha com uma margem de contribuição baixa, isso está
representado pelo valor baixo de seus custos fixos em relação aos custos variáveis e assim a
empresa terá maior facilidade de enfrentar tempos difíceis.
Assim, no exemplo em que tivemos um aumento de 10% nas vendas em cada mês do período
analisado, seria a seguinte aplicação da fórmula:

Percentual de aumento Grau de alavancagem Percentual de aumento


das vendas operacional lucro líquido

Período A B AxB

11
Janeiro 10% 3,99 39,90
Fevereiro 10% 3,00 30,00
Março 10% 3,10 31,00
1o
Trimestre 10% 3,29 32,94

Tabela 6 – Aplicação da fórmula do grau de alavancagem operacional


Dado o grau de alavancagem operacional, para os meses de janeiro, fevereiro e março de 2009
da tabela 14 acima, período em estudo na Metal Metalúrgica. Verificamos que de acordo com
utilização da fórmula da tabela 15 acima, a multiplicação do grau de alavancagem operacional
pelo percentual de aumento das vendas, obtemos o percentual de aumento nos lucros.
3.3.6 Demonstração do resultado
Essa demonstração do resultado apresenta o resumo das variações positivas (receitas e
ganhos) e negativas (despesas e perdas), ocorridas na indústria Metal Metalúrgica no primeiro
trimestre de 2009, evidenciando o resultado da função da exploração das atividades
operacionais da empresa.

Demonstração de Resultado em R$ - 2009


Indústria Metal Metalúrgica

Período Janeiro Fevereiro Março Consolidado


(=) RECEITA 31.510,00 35.301,00 34.500,00 101.311,00
(-) Custo variável (22.532,50) (25.227,05) (24.572,00) (72.331,55)
(=) LUCRO BRUTO 8.977,50 10.073,95 9.928,00 28.979,45
(-) custos fixos (6.727,00) (6.727,00) (6.727,00) (20.181,00)
(=) LUCRO OPERACIONAL 2.250,50 3.346,95 3.201,00 8.798,45
Tabela 7 – Demonstração do Resultado no primeiro trimestre de 2009
A finalidade básica dessa demonstração é descrever a formação do resultado gerado no
período, mediante especificação das receitas, custos e despesas por natureza dos elementos
componentes até o resultado líquido final – lucro ou prejuízo
4 Considerações Finais
Com a elaboração deste estudo, buscou-se evidenciar como a contabilidade gerencial auxilia
no processo de gestão de uma indústria metalúrgica, utilizando a análise de custo volume
lucro para demonstrar esta realidade.
Através dos conhecimentos obtidos neste trabalho, junto com o estudo realizado na empresa,
observamos que a aplicação da análise de custo volume lucro pode contribuir esclarecendo
dúvidas nas decisões a serem tomadas diante de situações de insegurança e auxiliar os
gestores no momento de definir estratégias no gerenciamento da empresa, visualizando
possíveis alterações nos custos de produção de acordo com a capacidade produtiva da
indústria.
Sendo assim, ao optar por um sistema de custeio e interpretá-lo, os gestores devem
posicionar-se em buscar um conjunto de preceitos, coordenados entre si, que atenda a

12
empresa, seja funcional e que respeite o princípio da relação custo-benefício, ou seja, de nada
adianta implantar um sistema de custeio muito detalhado em que as informações geradas não
justificam os valores gastos para produzi-las.
Neste contexto, não há custo ou despesa perfeitamente fixo, como também custo e despesa
perfeitamente variável. Mesmo assim, a representação para ambos tem validade dentro de
certo grau de oscilação no volume de atividade, dessa forma podemos dizer que em se
tratando do ponto de equilíbrio, ele também tem sua validade limitada.
A alavancagem operacional vem da possibilidade de aumentar os lucros em proporções
maiores do que normalmente esperados, por meio de alterações na estrutura de custos da
empresa. Assim, todas as empresas tem em suas estruturas de custos efeito significativo sobre
a sensibilidade de seu lucro a alterações no volume de produção.
A análise de custos volume lucro é sim uma grande ferramenta para decisões internas das
empresas e defendida por muitos autores como sendo um importante instrumento para fins
gerencias. No entanto, a empresa em questão neste estudo, não usufrui diretamente de todos
os meios que a análise custo volume lucro dispõem, mesmo assim, ao que se denota a
administração da empresa conhece muito bem os obstáculos e percalços dos negócios, e
tomam decisões baseados no conhecimento que adquiriu ao longo de mais uma década a
frente dos negócios, fato esse, que embora não utilize tantos mecanismos gerenciais, a
empresa se apresenta com lucro considerável e isso se acompanhado com um conhecimento
gerencial que a análise de custo volume lucro propicia poderá contribuir ainda mais para a
melhoria do resultado operacional.
Por fim, afirmamos que o presente estudo colabora para o início do conhecimento sobre a
relação de custo volume lucro e sua importância gerencial na empresa contribuindo para a
expansão da ciência contábil a medida que esta importante ferramenta ocupe cada vez mais
espaço dentro das empresas, e estas passam a explorá-la com mais profundidade, passando a
usufruir de um leque de possibilidades para obtenção de melhores resultados em futuras
decisões operacionais a serem tomadas e se firmando como um instrumento vital para a
continuidade das entidades.
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