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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA


CURSO: ENGENHARIA ELÉTRICA
DISCIPLINA: ELETRÔNICA DE POTÊNCIA

FRANCISCO AUGUSTO ALVES DO CARMO JÚNIOR

RENATA FARIAS GALVÃO

DESENVOLVIMENTO DE UM RETIFICADOR MONOFÁSICO


SEMICONTROLADO EM PONTE COMPLETA

CARAÚBAS – RN
2019
FRANCISCO AUGUSTO ALVES DO CARMO JÚNIOR

RENATA FARIAS GALVÃO

DESENVOLVIMENTO DE UM RETIFICADOR MONOFÁSICO


SEMICONTROLADO EM PONTE COMPLETA

Trabalho apresentado na Universidade Federal


Rural do Semi-Árido – UFERSA, Campus
Caraúbas, a disciplina de Eletrônica de Potência
para obtenção total da nota.

Orientador: Prof. Antônio Alisson Alencar Freitas.

CARAÚBAS – RN
2019
RESUMO

Este trabalho apresenta um retificador trifásico não controlado de seis pulsos, onde a
elaboração do circuito foi dividida em algumas etapas. Inicialmente é apresentada a necessidade
da utilização de retificadores, com o intuito de chegar as topologias trifásicas existentes. São
analisadas as topologias trifásicas disponíveis na literatura, com características que se diferem
quanto a taxa de distorção harmônica e o nível de tensão média de saída. Posteriormente é
chegado ao foco principal, que está voltado aos retificadores trifásicos não controlados em
ponte completa, por produzem baixos índices de distorção e serem utilizados na maioria das
aplicações industriais e de alta potência. São exploradas características da estrutura, desde a
disposição dos diodos até os intervalos de comutação, bem como a elaboração do
equacionamento no software Mathcad para obter os valores de tensões e correntes em todos os
estágios do circuito. Apresenta-se também a simulação, realizada no software PSIM, com todos
os parâmetros calculados mostrando as formas de onda obtidas. Por fim, é desenvolvido o
protótipo do retificador e realizados testes em laboratório, o que possibilitou obter na prática os
valores de tensão e corrente e posteriormente analisar comparativamente.
SUMÁRIO

1. OBJETIVO .......................................................................................................................... 5

2. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5

3. SELEÇÃO DA TOPOLOGIA ............................................................................................ 7

3.1. Retificadores Trifásicos Não Controlados ....................................................................... 9

3.2. Retificadores Trifásicos Controlados ............................................................................ 10

4. ETAPAS DE FUNCIONAMENTO ................................. Error! Bookmark not defined.

5. EQUACIONAMENTO ..................................................................................................... 24

6. SIMULAÇÃO ................................................................................................................... 25

6.1. Desenho do esquemático no programa seguindo os parâmetros estabelecidos ............. 25

6.2. Simulação e apresentação dos gráficos com todas as formas de ondas do circuito ...... 26

6.3. Tensão na entrada e na carga ......................................................................................... 26

6.4. Tensão nos diodos ......................................................................................................... 28

6.5. Corrente na entrada e na carga ...................................................................................... 28

6.6. Corrente nos diodos ....................................................................................................... 29

7. PROTÓTIPO DO RETIFICADOR ................................................................................... 30

8. RESULTADOS EXPERIMENTAIS ................................................................................ 31

9. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 41

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 42

APÊNDICE A .......................................................................................................................... 43

APÊNDICE B ......................................................................................................................... 436


1. OBJETIVO

1.1. Objetivo Geral

Conhecer a teoria referente aos tirirtores e o comportamento desse dispositivo quando


aplicado em circuitos retificadores e posteriormente obter na prática os resultados reais por
meio da elaboração de um retificador monofásico controlado em ponte completa.

1.2. Objetivos específicos

 Realizar um estudo sobre o funcionamento dos retificadores monofásicos controlados


afim de adquirir embasamento teórico para a confecção do circuito;
 Apresentar a fundamentação teórica elaborada por meio de revisão bibliográfica
contendo conceitos relacionados aos retificadores monofásicos controlados e tiristores;
 Desenvolvimento de planilha de cálculos e determinação das variáveis de interesse no
projeto;
 Análise comparativa entre as principais formas de onda obtidas em simulação e na
prática;
 Simulação e validação dos valores calculados teoricamente;
 Desenvolvimento do protótipo do retificador monofásico controlado;
 Testes práticos com montagem do circuito utilizando o TCA 785;
 Conclusão e documentação do projeto em forma de relatório técnico;

2. INTRODUÇÃO

A ciência responsável por estudar o controle de energia elétrica em níveis de alta


potência é conhecida como eletrônica de potência, que explora diversas tecnologias acerca do
controle de energia, da eletrônica envolvida e da potência dos sistemas. Os dispositivos usados
para esses fins são geralmente, transistores bipolares de junção (BJTs), transistores de efeito de
campo metal-óxido-semicondutor (MOSFETs), transistores bipolares de porta isolada (IGBTs),
retificadores controlados de silício (SCRs), entre outros.

Devido à alta intensidade das correntes e tensões envolvidas no fornecimento de energia


elétrica nas grandes indústrias, as quais demandam muita potência, pequenos efeitos e
perturbações podem ter consequências graves. Alguns sistemas como emergência hospitalar ou
empresas de telecomunicações necessitam de um fornecimento ininterrupto de energia e com
determinados padrões de qualidade (LINARD, 2008).
Além disso, a energia elétrica presente nas redes de distribuição apresenta-se em forma
de Corrente Alternada Senoidal (CA), por sua eficiência em transmissão por longas distâncias,
geralmente com frequência de 50 ou 60 Hz. Esta pode ser utilizada diretamente em aplicações
como acionamento de motores, mas existem outros casos que requerem corrente contínua como,
por exemplo, os processos eletrolíticos industriais, carregadores de bateria e a alimentação de
praticamente todos os circuitos eletrônicos. Assim, a obtenção de Corrente Contínua (CC), a
partir da corrente alternada, torna-se indispensável para o bom funcionamento dos
equipamentos eletrônicos.

De acordo com Barbi (2005), os principais circuitos usados em eletrônica de potência,


para altas tensões e controle da qualidade do fornecimento de energia, são conversores dos tipos
retificadores não controlados (AC para DC), retificadores controlados (AC para DC), choppers
DC (DC para DC), inversores (DC para AC), conversores cíclicos (AC para AC), chaves
estáticas (AC ou DC).

O Retificador é um circuito que transforma uma tensão alternada em contínua. A tensão


obtida no processo de retificação não é pura, pois dependendo do valor do capacitor e da
corrente consumida pela carga, apresenta uma componente alternada chamada ripple, que se
caracteriza como uma ondulação na tensão fornecida pela fonte. Os circuitos retificadores
podem ser do tipo meia onda ou onda completa, classificados quanto ao número de fases, onde
os mais comuns são os monofásicos e trifásicos, e suas características de controle vão desde
sem controle até totalmente controlado.
Os circuitos retificadores controlados constituem umas das principais aplicações dos
tiristores em conversores estáticos. O acionamento de locomotivas, bem como o acionamento
de motores de corrente contínua, em estações retificadoras para alimentação de redes de
transmissão, são exemplos de aplicações, levando em consideração que esses circuitos possuem
uma vasta aplicação industrial, com grande gama de especificações na alimentação de
dispositivos de baixa até médio-alta potência.

A criação do tiristor no fim dos anos 50 do século passado foi responsável por um grande
avanço na evolução tecnológica da eletrônica de potência, onde estendeu-se pelos anos 60 e
posteriormente, nos anos 70, deu início a implantação da eletrônica de potência em escala
industrial. Dentre as principais vantagens em utilizar os tiristores é o controle de grande
quantidade de energia, pois essa característica faz com que esses sejam utilizados tanto no
controle eletrônico de potência quanto na conversão de energia.
Entre os semicondutores de potência, o tiristor destaca-se por ser um dos mais
importantes com uso extensivo em circuitos de eletrônica de potência. Eles são operados como
biestáveis, permitindo por meio da adequada ativação do terminal de controle, o chaveamento
do estado de bloqueio para estado de condução, sendo que alguns tiristores tem a capacidade
de permitirem também o chaveamento do estado de condução para estado de bloqueio, usando
o terminal de controle. Para muitas aplicações, os tiristores podem ser considerados como
ideais, entretanto, é possível constatar que na prática exibem certas características e limitações.

O tiristor é um dispositivo semicondutor de quatro camadas, de estrutura pnpn, com


três junções pn. Diferente do diodo, além dos terminais anodo e catodo, esse dispositivo possuí
um gatilho (do inglês gate), como é mostrado na Figura 01. A polarização é tida como direta
para as junções 𝐽1 e 𝐽3 tendo em vista que a tensão do anodo é positiva em relação ao catado, e
a junção 𝐽1 encontra-se reversamente polarizada, onde apenas uma pequena corrente de fuga
flui do anodo para o catado. Diz-se então que o tiristor está na condição de bloqueio direto ou
estado desligado e a corrente de fuga é conhecida como corrente de estado desligado.

O tiristor de uso mais difundido é o SCR (Retificador Controlado de Silício), conhecido


simplesmente como tiristor. Outros componentes, no entanto, possuem basicamente a mesma
estrutura: LASCR (SCR ativado por luz), TRIAC (tiristor triodo bidirecional), DIAC (tiristor
diodo bidirecional), GTO (tiristor comutável pela porta), MCT (Tiristor controlado por MOS),
IGCT (Tiristor controlado com gate isolado) dentre outros.

O presente trabalho visa desenvolver um Retificador Monofásico Semicontrolado em


Ponte, que se encaixa na categoria de Retificadores Controlados (AC para DC).

3. SELEÇÃO DA TOPOLOGIA

Diferente dos retificadores não controlados que utilizam apenas diodos fornecendo uma
tensão de saída fixa, os retificadores controlados fazem uso de tiristores, que por sua vez são
capazes de fornecer uma tensão de saída controlada variando-se o ângulo de disparo ou retardo
dos tiristores. Sua estrutura é formada por quatro regiões semicondutoras PNPN, que se dividida
em duas partes, é possível observar que cada uma delas forma um transistor.

Sua operação ocorre a partir da aplicação de um pulso de corrente no gatilho e a


condução se mantém mesmo na ausência do sinal no terminal de porta, até que a corrente que
o atravessa seja reduzida até o valor da corrente de manutenção.
Figura 01 – Tiristor e as Junções pn

Fonte: (RASHID, 1999)

Além do disparo pela aplicação de um pulso de corrente no gatilho, o tiristor pode ser
disparado de outras formas, como:

 Disparo por sobretensão: ocorre quando a tensão direta entre o anodo e catodo assumir
valores acima da tensão de ruptura direta, assim o tiristor é disparado mesmo sem a
aplicação de corrente no gatilho;
 Disparo por variação de tensão: é considerado indesejado, sendo utilizado um circuito
Snubber como maneira de evita-lo. Isso ocorre pois, pode haver o efeito de cargas ou
descargas entre as junções, tendo como consequência a possível circulação e corrente
no anodo mesmo com a ausência de disparo no gatilho;
 Sobretemperatura: devido ao aumento de temperatura, a corrente de fuga no tiristor pode
aumentar, causando assim o disparo. Este tipo de disparo deve ser evitado, tendo em
vista os danos que podem ser causados ao dispositivo;
 Incidência de Luz ou radiação: caso seja permitida a entrada de luz ou radiação no
dispositivo, este pode entrar em condução. Um exemplo de dispositivo faz uso dessa
propriedade é chamado LASCR, que permite o disparo por luz e pelo gatilho;
 Disparo por corrente no gatilho: nesse modo, quando o tiristor está diretamente
polarizado, o disparo pode ser feito pela injeção de corrente no gatilho, a qual é a gerada
através da aplicação de tensão entre o gatilho e o catodo. Quanto maior a corrente no
gatilho, menor será a tensão de bloqueio direto.

A curva característica dessa estrutura, quando comparada ao diodo, possui


características semelhantes com acréscimo da curvatura do disparo do gatilho.
Figura 02 – Curva Característica do Tiristor

Fonte: (RASHID, 1999)

Estão presentes na literatura várias topologias de circuitos retificadores, para aplicações


diversas. Dentre essas, encontram-se os retificadores monofásicos controlados que estão
divididos em dois grupos: os de meia onda e onda completa.

3.1. Retificadores Monofásicos Controlados de Meia Onda

Essa Topologia é pouco utilizada na prática devido produz alta ondulação na tensão de
saída. O tiristor pode entrar em condução (“disparar”) apenas nos ciclos positivos, caso receba
um pulso de corrente positiva no terminal de disparo. No Intervalo correspondente de 0 a α o
tiristor está bloqueado, havendo assim uma tensão nula na carga. Após aplicada uma corrente
de gatilho no instante ωt = α, o tiristor é disparado e a tensão na carga será igual a da fonte de
alimentação.

Figura 03 – Topologia Retificador Monofásico Controlado de Meia Onda – Carga Resistiva

(a) Circuito (b) Forma de Onda

Fonte: (BARBI, 2006)


Para o mesmo circuito apresentado na Figura 03 (a), agora há a introdução de um indutor
que gera mudanças no comportamento da forma de onda. No Intervalo de 0 a α o tiristor
permanece igualmente bloqueado e após aplicada uma corrente de gatilho ele é disparado. O

ângulo de extinção é ᵦ maior que π.


Figura 04 – Topologia Retificador Monofásico Controlado de Meia Onda – Carga RL

(a) Circuito (b) Forma de Onda

Fonte: (BARBI, 2006)

A estrutura desse circuito retificador com diodo de roda livre funciona em duas etapas
distintas. Na primeira etapa o diodo D está bloqueado e a corrente circula pela carga. Já na
segunda etapa, o tiristor encontra-se bloqueado e a corrente de carga de carga flui pelo diodo
de roda livre.

Figura 05 – Topologia Retificador Monofásico Controlado de Meia Onda – Carga RL e


Diodo de Roda-Livre

(a) Circuito (b) Forma de Onda

Fonte: (BARBI, 2006)

Ainda no contexto das topologias de meia onda, também é possível ser encontrada na
literatura a topologia de alimentação de carga LE. Na figura abaixo é possível observar o
acréscimo do 𝜃1 (menor que α), correspondente ao ângulo em que a tensão de alimentação se
torna igual a tensão E.

Figura 06 – Topologia Retificador Monofásico Controlado de Meia Onda – Alimentando


Carga LE

(a) Circuito (b) Forma de Onda

Fonte: (BARBI, 2006)

Essa topologia é vantajosa em termos de simplicidade na estrutura e número de


componentes, o que diminui o custo. Entretanto, também possui suas desvantagens como baixo
fator de potência, comprometimento na qualidade da energia, corrente assimétrica na entrada e
necessita de filtros maiores em relação ao de onda completa.

3.2. Retificadores Monofásicos Controlados de Onda Completa

A estrutura do retificador monofásico em Ponte Completa pode ser apresentada em algumas


topologias distintas, onde há variação na carga a ser alimentada, como mostram as figuras a seguir.A
Topologia do Retificador Monofásico Controlado de Onda Completa com Carga Resistiva está
sendo representada abaixo.

Figura 07 – Topologia Retificador Monofásico Controlado de Onda Completa – Carga


Resistiva

(a) Circuito (b) Forma de Onda

Fonte: (BARBI, 2006)


Para o funcionamento da estrutura da Figura 08 (a) é necessário o uso de um
transformador. Note que ambas as estruturas que alimentam carga resistiva apresentam o
mesmo comportamento, com é destacado na forma de onda.

Figura 08 – Topologia Retificador Monofásico Controlado em Ponto Médio – Carga


Resistiva

(a) Circuito (b) Forma de Onda

Fonte: (BARBI, 2006)

Além disso, a carga ainda pode ser indutiva, onde os diversos ângulos mostrados na
forma de onda são: ângulo durante o qual a corrente de carga se mantêm nula (∆), ângulo de
disparo dos tiristores (α), ângulo de extinção dos tiristores (𝛽) e ângulo de condução (𝛾).

Figura 09 – Topologia Retificador Monofásico Controlado de Ponte Completa – Carga RL

(a) Circuito (b) Forma de Onda

Fonte: (BARBI, 2006)

Por fim, temos que a topologia em ponte completa também pode ser utilizada como
inversor, topologia conhecida por sua carga RLE. Essa capacidade de atuar como inversor não-
autônomo (no sentido que ele só consegue funcionar quando a tensão alternada está presente)
é de grande interesse prático e conceitualmente interessante.
Os Retificadores Totalmente Controlados em Ponte Completa são utilizados
principalmente em acionamento de motores de corrente contínua quando há necessidade de uma
operação em dois quadrantes do plano tensão x corrente, possibilitando devolver energia da
carga para a fonte. Nestes circuitos a tensão sobre a carga pode se tornar negativa, desde que
exista um elemento indutivo que mantenha a circulação de corrente pelos tiristores, mesmo
quando reversamente polarizados, mas não pode haver inversão de polaridade na corrente. Os
disparos dos tiristores acontecem com a combinação em pares dos componentes 𝑇1 - 𝑇4 e 𝑇2 -
𝑇3 simultaneamente, ou seja, o mesmo disparo para ambos por semi ciclo,a fim de garantir um

caminho para a corrente através da fonte. Caso a corrente seja descontínua (corrente da
carga vai a zero dentro de cada semi-ciclo da rede), os tiristores se ligarão quando a corrente
atingir um nível abaixo da corrente de manutenção. Entretanto, se a condução for contínua, o
par de tiristores desligará no instante em que a polaridade da fonte se inverter e for disparado
outro par de tiristores.
Assim, se ocorrer inversão na polaridade da tensão de entrada, mas não for acionado o
outro par, a tensão nos terminais do retificador será negativa.
Figura 10 – Topologia Retificador Monofásico Controlado de Ponte Completa – Carga
RLE

(a) Circuito (b) Forma de Onda

Fonte: (BARBI, 2006)

Até agora foram apresentadas algumas topologias de retificadores, e para uma melhor
compreensão acerca do funcionamento desses dispositivos, será detalhado para Figura 10 as
etapas de funcionamento. Para análise deve-se considerar que todos os semicondutores são
ideais. Os tiristores 𝑇1 e 𝑇2 constituem o que será classificado como Dupla Superior e os
tiristores 𝑇2 e 𝑇4 a Dupla Inferior. Para que ocorra circulação de corrente na carga é necessário
haver um tiristor de cada dupla em condução, não sendo possível dois diodos de um mesmo
grupo conduzirem ao mesmo tempo.
Para saber quais tiristores entrarão em condução será estabelecido que, para cada semi
ciclo haverá um tiristor de cada dupla em condução. No primeiro intervalo, os dispositivos
polarizados diretamente entraram em condução após o disparo do gatilho. O mesmo ocorrerá
para o outro semi ciclo negativo, onde os tiristores polarizados conduzirão.
O primeiro intervalo vai de 𝛼 ≤ 𝜔𝑡 ≤ 𝜋. Esse intervalo corresponde ao semiciclo
positivo da tensão senoidal de entrada. Os tiristores 𝑆𝐶𝑅1 e 𝑆𝐶𝑅4 são disparados no instante
𝜔𝑡 = 𝛼, conectando a carga à rede de alimentação de entrada. A tensão de saída acompanha a
tensão da fonte chegando a zero em 𝜔𝑡 = 𝜋, momento em que os tiristores 𝑆𝐶𝑅1 e 𝑆𝐶𝑅4 são
bloqueados. Devido à natureza resistiva da carga, a corrente se anula junto com a tensão.

Figura 11 – Intervalo de Condução 1

Fonte: Autoral

O segundo intervalo é compreendido de 𝜋 ≤ 𝜔𝑡 ≤ 𝜋 + 𝛼. Durante esse intervalo


negativo da tensão de alimentação, os tiristores 𝑆𝐶𝑅2 e 𝑆𝐶𝑅3 são polarizados e disparados em
𝜔𝑡 = 𝜋 + 𝛼. Esse disparo de 𝑆𝐶𝑅2 e 𝑆𝐶𝑅3 aplicará a tensão da rede de alimentação sobre 𝑆𝐶𝑅1
e 𝑆𝐶𝑅4 como tensão reversa de bloqueio. Esses serão desligados devido à comutação natural
ou pela rede (ou linha) e a corrente de carga será transferida de 𝑆𝐶𝑅1 e 𝑆𝐶𝑅4 para 𝑆𝐶𝑅2 e
𝑆𝐶𝑅3 par de tiristores fornece um caminho entre a fonte e a carga de maneira que a tensão na
carga seja sempre positiva.
Figura 12 – Intervalo de Condução 2

Fonte: Autoral

Cada tiristor é disparado uma vez por ciclo da linha CA. A corrente da fonte não é
initerruptamente em fase com a tensão da fonte (mesmo no caso puramente resistivo), sendo
assim o Fator de Potência (FP) < 1. As formas de onda de corrente e tensão são mostradas a
seguir.
Caso dois dos quatro tiristores, que compõem a ponte totalmente controlada, forem
substituídos por diodos, torna-se então um circuito semicontrolado, ou uma ponte mista, como
também é conhecida. Abaixo, o circuito e seu respectivo comportamento.
Figura 13 – Topologia Retificador Monofásico Semicontrolado de Ponte Completa – Carga
Resistiva

Fonte: (BARBI, 2006)

Tendo em vista a diversidade de topologias apresentadas anteriormente, foi escolhida,


para uma pesquisa mais profunda acerca de seu funcionamento e visando a elaboração prática,
a topologia de Retificador Monofásico Semicontrolado em Ponte Completa com Carga
Resistiva, já que suas vantagens vão desde maior tensão média de saída, até componente média
de corrente na entrada nula e possibilidade de fator de potência maior, sem contar na frequência
de saída que é o dobro, gerando assim filtros menores.

4. ETAPAS DE FUNCIONAMENTO

Considerando as topologias apresentadas, o retificador monofásico semicontrolado foi


apresentado anteriormente como sendo um totalmente controlado com metade dos SCRs
substituídos por diodos, também chamado de semiconversor. Esse circuito permite que o valor
médio da tensão de saída DC seja variado pelo controle de fase do SCR. Toda via, a polaridade
da tensão de saída DC e a direção da corrente não podem mudar, isto é, o fluxo de potência
ocorre da fonte AC para a carga DC. Os conversores desse tipo são também denominados
conversores de um-quadrante.
Os retificadores semicontrolados podem fornecer potência DC para várias aplicações,
como controle de velocidade para motores DC, transmissão DC em alta tensão e carregadores
de baterias.Os disparos dos tiristores acontecem com a combinação dos componentes em pares
de um tiristor e um diodo. O primeiro par é constituído por 𝑇1 - 𝐷2 e o segundo por 𝑇2 - 𝐷1
simultaneamente, ou seja, o mesmo disparo para ambos por semi ciclo, a fim de garantir um
caminho para a corrente através da fonte. Assim como no circuito totalmente controlado, no
semicontrolado também não basta apenas os tiristores estarem diretamente polarizados para
entrar em condução como ocorrem com os diodos, torna-se igualmente necessária a aplicação
de um pulso de disparo no gatilho do(s) tiristor(es). Desta forma é conseguido um retardo no
instante de entrada em condução, esta é a forma de controlar a tensão entregue à carga.

Figura 11 – Retificador Monofásico para Análise

Fonte: (BARBI, 2006)

O funcionamento é análogo ao totalmente controlado. Para análise deve-se considerar


que todos os semicondutores são ideais e que o único disparo dos tiristores 𝑇1 - 𝐷2 ocorram nos
instantes 𝛼 e 𝜋 + 𝛼, como é mostrado a seguir.

Figura 12 – Retificador Monofásico para Análise

Fonte: (BARBI, 2006)

O primeiro par (𝑇1 e 𝐷2 ) constituem o que será classificado como Dupla Superior e o
segundo (𝑇2 e 𝐷1 ) a Dupla Inferior. Para que ocorra circulação de corrente na carga é necessário
o tiristor de cada dupla estar em condução. Os intervalos de condução estão abaixo descritos.

Intervalo 1: 𝟎 ≤ 𝝎𝒕 ≤ 𝜶
Inicialmente, para esse primeiro intervalo (antes do disparo 𝑇1 ) a tensão de entrada é
positiva e os semicondutores 𝑇1 e 𝐷2 estão polarizados diretamente. Como não há pulso de
corrente no gatilho em 𝑇1 , logo não a caminho para circulação de corrente, fazendo com que
𝐷2 também se mantenha bloqueado. Dessa maneira, todos os semicondutores estarão
bloqueados resultando em uma corrente nula no circuito e também uma tensão nula na carga.

Figura 13 – Intervalo de Condução 1

Fonte: Autoral

. Intervalo 2: 𝜶 ≤ 𝝎𝒕 ≤ 𝝅

O primeiro pulso de gatilho é dado nesse intervalo no instante de 𝝎𝒕 = 𝜶. Como 𝑇1 e 𝐷2


estão polarizados diretamente, entrarão em condução. Assim, a carga é conectada à alimentação
de entrada durante o período de 𝛼 ≤ 𝜔𝑡 ≤ 𝜋.

Figura 14 – Intervalo de Condução 2

Fonte: Autoral

Intervalo 3: 𝝅 ≤ 𝝎𝒕 ≤ 𝝅 + 𝜶
Após o instante 𝜔𝑡 = 𝜋 a tensão de entrada será negativa, o que torna 𝑇2 e 𝐷1
polarizados diretamente. No entanto, enquanto não ocorrer o disparo de 𝑇2 , ambos
semicondutores permanecerão bloqueados até o instante 𝜔𝑡 = 𝜋 + 𝛼. Dessa forma, no terceiro
intervalo a corrente no circuito também é nula, consequentemente uma tensão nula na carga.

Figura 15 – Intervalo de Condução 3

Fonte: Autoral

Intervalo 4: 𝝅 + 𝜶 ≤ 𝝎𝒕 ≤ 𝟐𝝅

Quando 𝜔𝑡 = 𝜋 + 𝛼 haverá um pulso no gatilho de 𝑇2 , fazendo assim os


semicondutores da Dupla Inferior passarem a conduzir, dando início ao quarto intervalo de
operação.
Figura 16 – Intervalo de Condução 4

Fonte: Autoral
Será analisado na prática os pulsos nos instantes de 30, 45 e 60 graus. A Figura 17
mostra as formas de onda para a tensão de entrada, tensão de saída, corrente de entrada e
correntes através de 𝑇1 , 𝑇2 , 𝐷1 e 𝐷2 .
Figura 17 – Principais Formas de Onda

Fonte: (RASHID, 1999)

5. CIRCUITO DE DISPARO

Anteriormente foi abordado como ocorria a comutação os tiristores responsáveis pelo


controle do retificador. Entretanto, esses circuitos são divididos em duas partes: potência, e
controle. É na parte de potência que os tiristores desempenham sua função de maneira
semelhante aos retificadores não controlados, onde agora, esses só permitem a condução
quando recebem um pulso oriundo do circuito de disparo. A segunda parte é a de controle, que
é responsável pelo disparo dos tiristores. Para que isso ocorra, existem alguns Circuitos
Integrados que tem a finalidade de produzir um pulso de corrente (pulso de gatilho). O CI a ser
utilizado é o TCA 785.

5.1 TCA 785


Os circuitos com tiristores são amplamente utilizados, o que eleva o aparecimento de
circuitos integrados de acionamento, o que torna os projetos mais compactos. O TCA 785 é um
CI especialmente projetado para controlar tiristores, triacs e transistores em circuitos de alta
potência. Os pulsos de disparo podem ser deslocados em ângulos de fase com intervalo
correspondente de 0 a 180 graus, garantindo assim uma faixa de total controle em circuitos AC.
Suas aplicações vão além dos circuitos retificadores, também são utilizados em conversores,
controles de potência AC, controles de potência trifásicos, etc.

Figura 18 – Pinagem do Circuito Integrado TCA 785

Fonte: (ALMEIDA,2014)

Identificação dos pinos


Pino Simb. Função Pino Simb. Função
1 GND Terra 9 R9 Resistência de Rampa
2 Q2\ Saída 2 Invertida 10 C10 Capacitância de Rampa
3 QU Saída U 11 V11 Tensão de Controle
4 Q1\ Saída 1 Invertida 12 C12 Extensão de Pulso
5 Vsync Tensão sincronizada 13 L Duração de Pulso
6 I Inibição 14 Q1 Saída 1
7 QZ Saída Z 15 Q2 Saída 2
8 Vref Tensão Estabilizada 16 Vs Tensão de Alimentação
O diagrama de blocos correspondente ao CI TCA 785 é dado pela Figura 12
Figura 19 – Diagrama de Blocos Circuito Integrado TCA 785

Fonte: (ALMEIDA,2014)

Segundo (ALMEIDA, 2014), para haver o devido controle de fase, o circuito de disparo
deve necessariamente ser sincronizado com a tensão da rede e assim evitar que o disparo dos
tiristores ocorra aleatoriamente. O ponto de referência para o sincronismo é a passagem por
zero. Em caso de redes operando em 60 Hz isso ocorre a cada 8,33 ms. O TCA 785 detecta a
passagem por zero (bloco DPZ), gerando um pulso de sincronismo toda vez que a tensão da
rede passa por zero.
Figura 20 – Principais formas de onda TCA 785
Fonte: (ALMEIDA,2014)
5.2 CIRCUITO DE COMANDO COM TRANSFORMADOR DE PULSO

O circuito de controle, também conhecido como de comando, é onde são encontrados


os dispositivos de acionamento e sinalização. É composto por uma combinação de elementos
capazes de executar o acionamento das cargas através de uma combinação lógica dos
componentes deste circuito, ou seja, em comandos elétricos o circuito de controle suporta a
menor corrente elétrica do circuito. Para esse projeto, circuito de controle, responsável pelo
disparo dos tiristores, está dividido entre as Figuras 20 e 21.
A primeira, mostra as ligações referentes a cada pino do TCA. A tensão de sincronismo
é proveniente do transformador 220/12V. Os valores de cada componente foram utilizados
igualmente na prática.

Figura 21 – Ligações com o TCA


Fonte: Autoral

A segunda, está ligada a anterior através dos pinos 14 e 15, que se conectam aos
optoacopladores e são diretamente ligados aos gatilhos de 𝑇1 e 𝑇2 . O Anexo A contém a
junção das duas figuras anteriores, formando o circuito completo.
Figura 21 – Ligações com o TCA
Fonte: Autoral

6. EQUACIONAMENTO

O equacionamento do projeto, encontrado no Apêndice A, engloba as equações das


tensões na entrada e na saída, correntes na entrada e na saída, tensões nos diodos e tiristores,
perda de potência e dimensionamento do capacitor de filtro. Todas as tensões e correntes
calculadas durante o equacionamento apresentam os valores médio, valores de pico e eficazes.
As tensões na entrada do sistema foram calculadas a partir da tensão aplicada nos
tiristores e diodos que estão em condução. No caso da tensão de saída, os valores são análogos
devido a natureza contínua da tensão e corrente para alimentação da carga. O cálculo das
tensões nos diodos, envolve a tensão reversa que o diodo é submetido quando está em modo
bloqueando a condução, visto que na condução o diodo apresenta o comportamento de um
curto, o qual não apresenta diferença de potencial significativa.
As perdas nos diodos são calculadas a partir da tensão média na carga e a corrente que
passa pelo diodo. O diodo apresenta perdas por condução e por comutação, como foi visto
teoricamente, porém no presente projeto foram calculadas perdas referentes a condução no
diodo, visto que os parâmetros que envolvem a comutação demandam de técnicas avançadas, e
em projetos simples podem ser desconsideradas pois o dispositivo projetado tem caráter de
baixa potência.
O capacitor de filtro, também conhecido como capacitor de ripple, foi calculado pelos
parâmetros de frequência da rede, resistência de carga e tensão de ondulação, a qual
corresponde a 5% da tensão de pico na carga.

7. SIMULAÇÃO

Em meio a elaboração de projetos, o estudo da geração de sinais surge como uma


necessidade prática. Para verificar o resultado de um projeto de um circuito é necessário
construí-lo e posteriormente testá-lo, no entanto, isso pode se tornar caro e demandar tempo.
Uma alternativa é executar a simulação do circuito utilizando um programa computacional, no
caso o Power Simulator – PSIM, antes de fazer a montagem.
Além de ser um programa de simulação confiável, é considerado de uso universal,
podendo ser utilizado em praticamente todos os tipos de circuitos digitais ou analógico. O PSIM
gera uma simulação cuja a interface de análise da forma de onda é semelhante à apresentada na
tela de um osciloscópio, o que facilita as análises.
A topologia do circuito retificador monofásico apresentado na Figura 11 teve a
simulação dividida em duas etapas:

 Desenho do esquemático no programa seguindo os parâmetros estabelecidos;


 Simulação e apresentação dos gráficos com todas as formas de ondas do circuito;

7.1. Desenho do esquemático no programa seguindo os parâmetros estabelecidos

O Circuito de Potência é comandado pelo de controle e tem como objetivo energizar


todos os componentes elétricos com a tensão necessária para operar determinada demanda
requerida. No caso do retificador monofásico semicontrolado de onda completa, apresentado
anteriormente, foi esquematizado no PSIM seu circuito de potência correspondente, como
mostra a Figura 09.

Figura 22 – Esquemático do circuito retificador


Fonte: Autoral

Inicialmente foram adicionados os seguintes elementos necessários para montagem do


circuito:

 Uma fonte monofásica senoidal, com frequência de 60Hz e tensão de entrada


𝑉𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧_𝑖𝑛 = 110 𝑉;
 Dois tiristores 2N4007;
 Dois diodos 1N4007 (1.1V);
 Carga resistiva de 200 Ω;
 Elementos de medição de tensão;

É necessário incluir o controle de simulação com os mesmos parâmetros de projeto


utilizados anteriormente no Mathcad.

7.2. Simulação e apresentação dos gráficos com todas as formas de ondas do circuito

Após ter esquematizado o circuito, o próximo passo é analisar as formas de onda da


tensão e corrente, obtidas na simulação, tanto na carga quanto nos diodos e tiristores,
comparando com dados das literaturas utilizadas como base anteriormente.

7.3. Tensão na entrada e na carga

A tensão que chega até a carga resistiva do circuito retificador é dada a partir dos
períodos de condução dos diodos e tiristores, onde os tiristores dependem do ângulo α. A análise
é feita com base na alimentação monofásica de 110 V. O comportamento do circuito pode ser
observado pelas formas de onda representadas as seguir.

Figura 23 – Forma de onda de tensão na carga para 𝛼 = 30°

Fonte: Autoral

É possível ainda, acompanhar o comportamento da saída do circuito quando o ângulo


α sofre uma variação. A Figura 24 mostra a tensão na carga para 45° e a Figura 25 para o
ângulo de 60°. Juntamente a tensão de saída, as figuras contêm a senoide de entrada
correspondente a 110 V.

Figura 24 – Forma de onda de tensão na carga para 𝛼 = 45°

Fonte: Autoral
Figura 25 – Forma de onda de tensão na carga para 𝛼 = 60°

Fonte: Autoral

7.4. Tensão nos diodos e tiristores

Para apresentar o comportamento da tensão nos diodos e tiristores, é mostrado a seguir


a forma de onda de um diodo e um tiristor, ambos no semiciclo positivo da alimentação.

Figura 25 – Forma de onda de tensão em 𝐷1 e 𝑇1

Fonte: Autoral

7.5. Corrente na entrada e na carga

A corrente de entrada é proveniente da alimentação monofásica, conectada diretamente


ao anodo do primeiro tiristor. O nível de corrente que chega até a saída do circuito é a
quantidade de corrente elétrica passa inicialmente pelo tiristor até chegar na carga adicionada
ao circuito. Na entrada do circuito a corrente se comporta da seguinte maneira para o semiciclo
positivo e posteriormente para o negativo.
Figura 26 – Forma de onda de corrente na entrada

Fonte: Autoral

Na saída do circuito chega uma corrente retificada com valor médio dependente da
relação que envolve a resistência e tensão média na carga. Durante a simulação essa corrente
chegou a 0.516 A, bem próximo do calculado.

Figura 27 – Forma de onda de corrente na carga

Fonte: Autoral

7.6. Corrente nos diodos e tiristores

O diodo é um componente eletrônico que permite a passagem da corrente elétrica


somente em um sentido, que para o retificador em ponte completa semicontrolado há sempre
um diodo e um tiristor em funcionamento, com uma defasagem de 180 grau entre cada pulso,
como é possível visualizar na Figura 28.

Figura 28 – Forma de onda de corrente nos diodos e tiristores

Fonte: Autoral

A corrente média para o Par Superior na simulação foi de 0.221 A. Esse valor foi dado para
um disparo com ângulo de α = 30°, onde o ficou próximo ao calculado de 0.291 A.

8. PROTÓTIPO DO RETIFICADOR

No processo de fabricação da placa de circuito impresso utilizou-se o software Proteus.


Inicialmente foi confeccionado o esquemático do circuito e posteriormente gerado o layout da
PCB, que consiste na diagramação dos componentes pela placa, projetando cada trilha afim de
evitando curtos-circuitos.
Representações técnicas acerca de circuitos elétricos e diversos componentes
eletrônicos, os quais cada um tem sua devida função, muitas vezes são incompreendidas por
leigos. As modelagens em 3D podem ajudar na visualização do projeto antes mesmo de ser
construído o protótipo. Devido a fundamental importância dessa ferramenta, o projeto em 3D
foi desenvolvido com a maior fidelidade do modelo pretendido.
A preparação da placa para iniciar o processo de corrosão é de fundamental importância,
pois tornar a superfície adequada para receber a imagem do papel diminui as chances de
aparecerem falhas, que consequentemente diminuirão a condutividade da trilha, reduzindo a
eficiência do processo. Por convenção, as trilhas foram ajustadas de forma proporcional ao
tamanho da placa, não seguindo rigorosamente a norma padrão das trilhas condutoras. Além
disso, visando conectar os cabos de alimentação do retificador com boa disposição sobre a
placa, foi definido que a distância entre os pinos banana para alimentação seria de 4 cm, e entre
os pinos para conecção da carga seria de 2 cm. Portanto, o tamanho final do protótipo foi de
aproximadamente 5x7 cm A trilha foi dimensionada com 1.0 mm em todos os trechos do
circuito. Ao aquecer o papel fotográfico com um ferro de passar roupas, a impressão transferida
para a placa, apresentou pequenos trechos defeituosos, os quais foram recobertos com uma
caneta permanente, com a finalidade de proteger a trilha da corrosão. Por fim, com a placa
finalizada iniciou-se a montagem dos componentes eletrônicos e soldagem.

9. RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Para os testes em bancada foram utilizados:

 1 varistor (200 Ω e 1 kW de potência);


 Multímetro;
 Osciloscópio;
 Duas Fontes de Alimentação
 Ponteira diferencial;
 Varivolt (apenas uma fase);
 Retificador monofásico semi-controlado de onda completa;
 Circuito de controle do retificador;
 Transformador 220/12 V.

Na imagem abaixo é possível visualizar a disposição desses componentes ao efetuar os


testes de bancada e tabela comparativa com os resultados calculados, simulados e medidos.

Figura 29 – Testes em bancada

Fonte: Autoral
Figura 30 – Forma de onda de tensão de entrada

Fonte: Autoral

Figura 31 – Forma de onda dos pulsos de gatilho

Fonte: Autoral
Figura 31 – Forma de onda dos pulsos de gatilho

Fonte: Autoral

Figura 31 – Forma de onda dos pulsos de gatilho

Fonte: Autoral
Figura 31 – Forma de onda dos pulsos de gatilho

Fonte: Autoral

Figura 31 – Forma de onda dos pulsos de gatilho

Fonte: Autoral

Figura 31 – Forma de onda dos pulsos de gatilho


Fonte: Autoral

Figura 31 – Forma de onda dos pulsos de gatilho

Fonte: Autoral

Figura 31 – Forma de onda dos pulsos de gatilho


Fonte: Autoral

Figura 31 – Forma de onda dos pulsos de gatilho

Fonte: Autoral

Figura 31 – Forma de onda dos pulsos de gatilho


Fonte: Autoral

Figura 31 – Forma de onda dos pulsos de gatilho

Fonte: Autoral

Figura 31 – Forma de onda dos pulsos de gatilho


Fonte: Autoral

Figura 31 – Forma de onda dos pulsos de gatilho

Fonte: Autoral

Tabela 1 – Dados obtidos no projeto

Valores
Parâmetro
Cálculo Simulação Prática
Tensão Média da Entrada (𝑉𝑚𝑒𝑑_𝑖𝑛 ) 0V -
Tensão de Pico da Entrada (𝑉𝑝𝑖𝑐𝑜_𝑖𝑛 ) 155.563 V
Tensão Eficaz da Entrada (𝑉𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧_𝑖𝑛 ) 110 V
Tensão Média da saída 𝛼 = 0° (𝑉𝑚𝑒𝑑_𝑜𝑢𝑡_0 ) 99.035 V
Tensão Média da saída 𝛼 = 30° (𝑉𝑚𝑒𝑑_𝑜𝑢𝑡_30 ) 57.135 V
Tensão Média da saída 𝛼 = 45° (𝑉𝑚𝑒𝑑_𝑜𝑢𝑡_45 ) 75.503 V
Tensão Média da saída 𝛼 = 60° (𝑉𝑚𝑒𝑑_𝑜𝑢𝑡_0 ) 2.336 V
Tensão de Pico da Saída (𝑉𝑝𝑖𝑐𝑜_𝑜𝑢𝑡 ) 155.56 V
Tensão Eficaz da Saída 𝛼 = 0° (𝑉𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧_𝑜𝑢𝑡_0 )
Tensão Eficaz da Saída 𝛼 = 30°
(𝑉𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧_𝑜𝑢𝑡_0 )
Tensão Média nos Tiristores (𝑉𝑚𝑒𝑑_𝑇 )
Tensão de Pico nos Tiristores (𝑉𝑝𝑖𝑐𝑜_𝑇 )
Tensão Eficaz nos Tiristores (𝑉𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧_𝑇 )
Corrente Média da Entrada 𝛼 = 0° (𝐼𝑚𝑒𝑑_𝑖𝑛_0 ) 0.505 A -
Corrente Média da Entrada 𝛼 =
0.291 A
30° (𝐼𝑚𝑒𝑑_𝑖𝑛_30 )
Corrente Média da Entrada 𝛼 = 45°
0.385 A
(𝐼𝑚𝑒𝑑_𝑖𝑛_45 )
Corrente Média da Entrada 𝛼 = 60°
0.012 A
(𝐼𝑚𝑒𝑑_𝑖𝑛_60 )
Corrente de Pico da Entrada (𝐼𝑝𝑖𝑐𝑜_𝑖𝑛 ) -
Corrente Eficaz da Entrada 𝛼 = 0°
0.561 A -
(𝐼𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧_𝑖𝑛_0 )
Corrente Eficaz da Entrada 𝛼 = 30°
1.817 A
(𝐼𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧_𝑖𝑛_30 )
Corrente Eficaz da Entrada 𝛼 = 45°
2.205 A
(𝐼𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧_𝑖𝑛_45 )
Corrente Eficaz da Entrada 𝛼 = 60°
2.52 A
(𝐼𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧_𝑖𝑛_60 )
Corrente Média da Saída 𝛼 = 0° (𝐼𝑚𝑒𝑑_𝑜𝑢𝑡_0 ) 0.505 A -
Corrente Média da Saída 𝛼 = 30°
0.291 A
(𝐼𝑚𝑒𝑑_𝑜𝑢𝑡_30 )
Corrente Média da Saída 𝛼 = 45°
0.385 A
(𝐼𝑚𝑒𝑑_𝑜𝑢𝑡_45 )
Corrente Média da Saída 𝛼 = 60°
0.012 A
(𝐼𝑚𝑒𝑑_𝑜𝑢𝑡_60 )
Corrente de Pico da Saída 𝛼 = 0° (𝐼𝑝𝑖𝑐𝑜_𝑜𝑢𝑡_0 ) 0.252 A -
Corrente de Pico da Saída 𝛼 = 30°
0.146 A
(𝐼𝑝𝑖𝑐𝑜_𝑜𝑢𝑡_30 )
Corrente de Pico da Saída 𝛼 = 45°
0.192 A
(𝐼𝑝𝑖𝑐𝑜_𝑜𝑢𝑡_45 )
Corrente de Pico da Saída 𝛼 = 60°
0.006 A
(𝐼𝑝𝑖𝑐𝑜_𝑜𝑢𝑡_60 )
Corrente Média da Saída 𝛼 = 0° (𝐼𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧_𝑜𝑢𝑡_0 ) 0.252 A -
Corrente Média da Saída 𝛼 = 30°
0.146 A
(𝐼𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧_𝑜𝑢𝑡_30 )
Corrente Média da Saída 𝛼 = 45°
0.192 A
(𝐼𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧_𝑜𝑢𝑡_45 )
Corrente Média da Saída 𝛼 = 60°
0.006 A
(𝐼𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧_𝑜𝑢𝑡_60 )
Corrente Média nos Diodos (𝐼𝑚𝑒𝑑_𝐷 ) -
Corrente de Pico nos Tiristores (𝐼𝑝𝑖𝑐𝑜_𝑇 ) -
Corrente Eficaz nos Diodos (𝐼𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧_𝑇 ) -
Resistência de Carga (R) 196 Ω
Perdas nos Tiristores (𝑃𝑇 ) - -
10. CONCLUSÃO

O trabalho abordou os conceitos relacionados aos retificadores em geral, demonstrando


topologias diversificadas e apresentando o funcionamento do retificador trifásico não
controlado de seis pulsos. Essa abordagem é considerada de suma importância para o
desenvolvimento prático do protótipo do retificador trifásico e a escolha de qual topologia
utilizar para cada necessidade específica, pois é necessário saber como se comporta o
funcionamento do circuito e a diferença existente entre cada tipo.
Com base no que foi tratado na teoria acerca da topologia do retificador trifásico
escolhido, foi elaborado o equacionamento, encontrado no Apêndice A. O mesmo engloba as
equações de tensões e correntes média, pico e eficaz na entrada, saída e nos diodos, além das
perdas nos diodos e dimensionamento do capacitor de filtro e da carga resistiva, o que
possibilitou o desenvolvimento da simulação, controlada por esses parâmetros calculados.
A elaboração da simulação possibilitou, por meio da comparação dos valores de
correntes e tensões média, pico e eficaz, validar os valores obtidos no Mathcad, tendo em vista
que a discrepância entre os dados pode ser considerada mínima. Portanto, de posse dos valores
confirmados, a etapa de confecção do protótipo pôde ser desenvolvida de maneira eficiente.
Para o dimensionamento dos componentes envolvidos no dispositivo foram usados os valores
obtidos nos cálculos e confirmados na simulação, a fim de obter a eficiência definida no projeto,
definida como 90% de rendimento. Por fim, com os componentes devidamente soldados na
placa confeccionada, os testes de bancada confirmaram o bom funcionamento do retificador.
Durante os testes, o circuito não apresentou nenhum problema em termos de
condutividade ou disposição segura de cada componente, já que as trilhas foram
superdimensionadas por definição. A obtenção da tabela foi uma maneira clara e concisa de
apresentar resumidamente as variáveis de interesse que foram calculadas, simuladas e medidas
na prática, que por terem sido mostradas de maneira simplificada, facilitou a comparação
individual de cada parâmetro.
Conclui-se que as etapas de elaboração foram divididas e executadas com êxito e a
clareza e riqueza de detalhes ajudam o leitor a ter um melhor entendimento sobre o assunto.
Mesmo com as pequenas diferenças entre os dados, principalmente devido as limitações do
laboratório, onde não foi possível utilizar o capacitor de filtro, o protótipo do retificador
trifásico foi devidamente executado e validado, considerado propício para uso eficiente e
seguro.
REFERÊNCIAS

LINARD, Fabíola Maria Alexandre et al. Sistema ininterrupto de energia de dupla conversão
com integração do retificador e inversor. In: Conferência internacional de aplicações
industriais. 2008.

BARBI, Ivo. Eletrônica de Potência/Ivo Barbi. 5. ed. Florianópolis, Ed. do Autor, 2005.

PAICE, Derek A. Power Electronic Converter Harmonics – Multipulse Methods for Clean
Power. New York: IEEE Press, 1995.

ALMEIDA, J. L. A. de. Eletrˆonica industrial: Conceitos e aplica¸c˜oes com SCRS e TRIACS. 1. ed. [S.l.]:
John Wiley e Sons Inc, 2014.
APÊNDICE B
Placa de circuito impresso

Figura B.1 – Esquemático para o layout

Figura B.2 – Layout da placa

Fonte: Autoral
Figura B.3 – Visualização 3D

Fonte: Autoral
Figura B.4 – Transferência para a fenolite

Fonte: Autoral
Figura B.5 – Corrosão por percloreto de ferro

Fonte: Autoral
Figura B.5 – Montagem dos componentes

Fonte: Autoral

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