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LIMPEZA. E TiRRAPLENAGEM

1.1 - Limpeza , 5
1.2 - Terraplenagem 5

2- LOCAÇÃO DA OBRA.

2.1. Método dos cavaletes 7


2.2. Método da tábua corrida 8

3. NSTAL\ÇÃO 00 CA."<TEIRO DE OBRAS

3.1- Colocação de tapume 10


3.2 - Portaria 11
3.3 - Barracão 11
3"+- Instalações de água. esgoto e energia, 11
3.5- Almoxarifado 11
3.6- Carpintaria 12
-:.7·· Armadura 12
')- Cimento 12
~.9- Madeira 13
3.10- Betoneira 13
3.11- Aspectos de segurança ·.~ 13
3.1~-Entulho gerado

-+. Ft '.;'DAÇÕES
....---
~..~.- Fundações diretas ou superficiais ; 1-1-
-I- 1.1 - Sapatas com~: conceito e exemplos 15
·u- Fundações indiretas ou profundas 18
~·.1.1- Brocas 18
-+.2.2 - Estacas 19
-+.2.1 - Tubulões 20
-+ 3 - Impermeabilizações respaldo fundações ; 22
..J.
5 - TEC,lCAS EXECCç..\O ESTRLTl'R.-\S DE CONCRETO .-\R.\L-\DO: '-:OÇÜES/
J

5.1 - Formas e escoramentos ..· 22


5.1.1- Pilares : : 23
5.1.2- Vigas : 2-1-
5.1.3- Lajes .,: 25
5.2 - Armadura 26
5.-+- Concretagern 28
5.-+.1- Preparo concreto ~ , 28
5.-+.2- Lançamento concreto 29

6- LAJES COBER1l..'R..-\ CONCRETO .-\R..\L-\DO

6.1- funções laje cobertura 29


6.2- Tipos lajes concreto armado 30
6.3- Lajes maciças 30
6'-+- Lajes nervuradas.......... . 30
6.5- Grelhas 31
6.6-Lajes cogumelo 31.
6.7- Lajes pré-fabricadas __ 31

&VENARIA

7. l-Funções e desempenho alvenaria 34


7.2- Alvenarias portantes e alvenarias de vedação 35
7.3- Interação tijolo argamassa 38
7.4 - Técnicas para serviços alvenarias 38
7.5,. Tijolos e blocos para alvenaria
7.5.1 - Tijolos maciços .39
7.5.2 - Blocos cerâmicos furados 41
7.5.3 - Blocos de concreto A-4
7.5.-t - Blocos de concreto celular 4--1-
7.5.5 - Blocos silico-calcáreos 47
7.5.6 - Tijolos e blocos de solo cimento A7
7.5.7 - OUtros : .. -1-8
7.6 - Etapas/Serviços de uma alvenaria 49
7.6.1 - Demarcação da alvenaria -1-9
7.6.2 - Elevação ou levantamento da alvenaria : ···50
7.6.3 - Amarração da alvenaria 52
7.6.-1-- Ligação pilar-alvenaria 52
7.6.5 - Ligação alvenaria laje e vigas superiores 53
7.6.6 _ Vergas e contravergas 5-1-
7.6.7 - Argamassa de assentamento 56
7.6.8 - Cintas de amarração : !J6
7.6.9 -Embutimento instalações 57
7.6.10 - Chumbamento ,-lo: batentes (portais).. · 59

eOBERTI.."R.\S / TELHADOS

8.1 - Telhados 60
8.1.1 - Projeto e execução 60
8.1.2 - Formas do telhado 60
8.1.3 - Elementos divisores de água 62
8.1.-+ - Elementos telhado 63
8.1.4.1 - Estrutura de armação 63
8.1.+.2 - Trama 64
8.1.-+.3 - Terça 65
8.1.-1-.-1-
- Caibro · : : _ . ,..65
8.1.4.5 - Ripas 65
8.1.-1-.6- Dimensionamento telhados madeira e telha de barro p/ habitações conforme método IPT 65
8.2 - Telhas 67
8.2.1 - Telhas de barro : 67
8.2.3 - Telhas de fibro-cimento 68

9 - REVESTI.MENTOS DE PAREDES

9.1-Comar:"=::\assa........... . 69 ......,
9.1.1 - Consider-cõ= gerais 69
\
9.1.2 - Propriedades revestimentos 69
9.2 - Características e procedimentos execução argamassas de revestimento 70
9.3 - Revestimentos cerâmicos 72
9.3. 1- Com azulejos 72
9.3.1.1 - Assentamento na argamassa 75
9.3.1.2 - Assentamento na cola 76
9.3.1.3 - Rejunte azulejos 76
9.3.2 - Revestimento cerâmico paredes 77
9.3.3 - Recomendações gerais revestimento cerâmicos fachada .-.. 79

1~~POLÍMEROS: !viATERlAIS lSOl...ANTI:S TÉRJvílCOS E TINTAS

10.1 - Polimeros 80
10.2 - Materiais isolantes térmicos 81
10.2.1 - Conceitos 81
10.2.2 - Características isolantes térmicos 82
10.2.3 - Materiais isolantes térmicos usuais 83
10.2.-1- - Critérios escolha isolantes térmicos 83
10.2.-1-.1 _ Poliestireno expandido 83
10.2.-+.2 - Poliuretano expandido 84
10.2.4.3 - Poliestireno extrudado e, 85
10.2.-+.-1-- Vermiculite expandida 86
10.2.·t5 - Lã de vidro 87
10.3 - Tintas 88
10.3.1 - Conceito 88
10.3.2 • Componentes ,.,."", 89
10.3.3 - Propriedades , &9
10.3.-1- - Pinturas J noções básicas 91
10.3.-1-.1 - Condições gerais 91
10.3.-+.2 - Patologias pinturas 92

. 1I~:VIDROS

11.1 - Classificação : 93
11.1.1 - Quanto ao tipo 93
11.1.2 - Quanto a transparência 94
11.1.3 - Quanto ao acabamento superficial.. 94-
11.1. -+- Quanto a colocação 94
11.2 - Manipulação e annazenamento 9-1-
11.3 - Recozimento : 95
11.-1-- Têmpera 95
11.5 - Patologia em vidros 95

12 - L\[PER.\lEABlllZAÇÃO / NoçÕES GER.-\lS

12.1 - Aspectos gerais 96


12.2 - Tipos de impermeabilização 97
12.3 - Locais de impermeabilização 97

13 - RECICU.GE.\f E:\TL'LHO :'-:.-\CO:'-:STRCçAo CIVIL

13.1 - /-.snectos gerais 99

REFERÊNCL\S BffiLIOGRÁFICAS
1- LIMPEZA E TERRAPLENAGEM

1.1 - LIMPEZA

A primeira providência a ser tomada antes do início da constr :) de uma


edificação é a limpeza do terreno. As árvores que podem interce na futura
obra deverão ser retiradas, e deverá ser realizauo o ocamento
correspondente. O mato deverá ser retirado em pelo men. O cm de
profundidade, sendo que não deverão permanecer raízes que sam br-otar
posteriormente causando prejuízos ao-edificio.

1-.2 - TERRAPLENAGEM OU MOVIMENTO DE TERRA

Em geral são serviços terceirizados, e é o primeiro serviço a ser realizado em


uma obra, antes do início de sua construção. Tem como objetivos a
regularização do terreno ou a execução de escavações, conforme o projeto
arquitetônico.

Em geral, as edificações são construídas acima do nível das ruas, para evitar
inundações quando chover. E frequente a necessidade de execução de aterros
para a construção de edificações, como também, devido a necessidade de
construção de edifícios altos, (cada vez mais frequentes em nossas cidades, já
que os espaços para a construção tomam-se mais disputados) a execução de
escavações, para o abrigo (l " subsolos (que são parte dos edifícios, na maioria
das vezes destinados a garagem). '\

'\
Os serviços de escavações podem ser realizados manualmente, quando se ""\
trabalha com pequenos volumes ou por meio de equipamentos, para volumes
maiores, como escavadeiras universais, escrapers, etc.

Após realizado o serviço de escavação, procede-se ao transporte do material


para fora do canteiro, sendo que poucas vezes o material é utilizado no próprio
canteiro. Dependendo da distância e do trajeto a ser percorrida para o
transporte de material emprega-se um tipo de equipamento, ou seja, pode-se
empregar desde o carrinho de mão até o caminhão, este último com capacidade
de 3,00 fi 3, em geral.
o material escavado poderá ser transportado para fora do canteiro, ou, em
menor número, utilizado no próprio canteiro, como material de aterro.

Par- execução de aterros em terrenos em declive, é indicada a execução de


dentes no terreno, para evitarmos desli.;:~.,..Qntosentre camadas de aterro .. Além
disto, convém iniciar o aterro pela parte inferior do terreno.

5
A terraplenagem abrange 3 tipos de operações:

a) eseavaçâe
b) corte
c) aterro

a) escavação- manual ou. mecânica, dependendo da natureza do terreno e da


quantidade -ou volume a escavar; enxadão ou e picaretas, em terrenos
frouxos, para os mais consistentes, pode-se empregar até explosivos.
Quando tem-se grandes volumes, pode-se utilizar escavadeiras, escrapers
(para derrubada da vegetação). e outros, como gradeuilder, / empurrar e
distribuir, (3°, melhor, p/construtor que não terá que adquirir maquinara
cara pl uma obra apenas

b) Transporte - a terra, uma vez escavada, será na maioria das vezes jogada
fora; o transporte pode ser manual ou mecanico, dependendo do volume e
da distância A mão, usando a pá. Ou carro de mão, 90 m distancia. Ou
carroças ou caminhões basculantes, volume de 3,00 m3 por viagem

c) Aterro - O material escavado pode ou ser jogado fora ou ser usado como
aterro. Para se fazer um aterro, devemos, em 10 lugar, retirar a vegetação
existente, arrancando-a e escavando a uma profundidade (lf - O m.,

evitando a ocorrência de um plano separador entre o terreno e o aterro,


tomando este último falso. Ainda, no caso de declividades fortes, toma-se
prudente, para que seja evitado o deslizamento das camadas, isto é, para que
o aterro não corra, abrirmos no terreno pequenas escavações, verdadeiros
degraus de endentamento entre as duas camadas.

EmpoIamento: o aumento de volume que se observa entre o volume de terra


antes e depois da escavação. Em outras palavras, o cubo de terra extraído de
uma escavação é superior à cubação da escavação resultante. Varia com a
natureza do' terreno podendo alcançar 40· à .50· % do volume escavado.
CARDÃO (1983) estabelece os eguintes valores para empolamento, de acordo
com a terra ou rocha:

• terras vegetais: 10 à 20 0/0


• terra comum; 25 à 30 %
• rocha comum: 30 à 35 %
• rocha branda: 35 à 50 %
• recua dura: 35 à 50 %

6
Quanto ao serviço de terraplenagem, este em geral inclui preços com mão de
obra e equipamentos. O custo serviço varia de acordo com a sua natureza, como
tipo de solo encontrado, ·que influencia no desgaste e manutenção dos
equipamentos, acesso ao local da obra, transito nas imediações e tempo de
alocação dos equipamentos.

Quanto- ao critério de contratação, é necessário ter-se a garantia de .doneídade


da firma contratada, sendo que firmas com tradição pela qualidad io serviço
podem cobrar mais mas oferecer garantia pela assistência técnica nediata no
caso, por exemplo, de necessidade de substituição de um dos equ nentos

2. LOCAÇÃO DA OBRA

A locação em uma obra garante a .sua boa execução, tanto com relação a
segurança estrutural quanto a estética da edificação.
Locar uma obra é marcar no solo a posição de cada um dos elementos da desta,
reproduzindo em tamanho natural o que a planta representa em escala reduzida.
A locação das cavas de fundação e a consequente escavação constitui o início
da obra.

Os documentos de referência necessários a locação da obra são o projeto da


prefeitura, o levantamento planialtimétrico, o projeto de locação, e o projeto de
fundação. Também é necessário que a obra possua uma cópia da norma do
ministério do trabalho, a NR18 - Condiç.«. ...e meio ambiente do trabalho.

E recomendado o uso de serviços topográficos especializados para o


acompanhamento da locação da obra.

Ainda, para o início do serviço, o terreno deve estar limpo e arrasado até as
cotas definidas para a execução das fundações.
Uteral de mer!ftcia
J J '\
l~m
. ~. " Gabamo \
~
í.$m ; .

Locação de uma obra

1
Para a execução, definir a referência pela qual será feita a locação, por exemplo, uma
lateral alinhada do terreno. Solicitar ao topógrafo a conferência de eixos e divisas da
obra. No caso do USÇ) de estacas, não adianta locar as paredes antes (ou em conjunto),
pois o equipamento pesado desmancharia a locação das paredes; portanto, locam-se
primeiro as estacas.

Definida a referência, executar ou marcar o gabarito, que é uma circunscrição


da edificação. A marcação do gabarito, permite a fixação de um sistema de
eixos ortogonais.
A locação de fundações e paredes é realizada a partir da escolha da origem para
o sistema de coordenadas ortogonais. Para locação dos pontos de fundações é
extremamente importante a obediência ao projeto de locação e cargas das
fundações, que é fornecido pela empresa responsável pelo projeto de fundação.
Neste caso, a origem do sistema de coordenadas ortogonais já é indicada em
planta; as cotas devem. ser medidas e marcadas de forma acumulada, a fim de
minimizar a possibilidade de propagação de erros.

Para se realizar o gabarito podem ser utilizados, na prática., o método dos


cavaletes ou o método da tábua corrida, sendo este último mais empregado.

2.1 . Método dos Cavaletes

Este método (ver figura) utiliza-se de linhas unidas por pregos fixados em
diversos cavaletes montados ao redor da área a ser construída.

Método dos cavaletes

8
o processo dos cavaletes possui uma grande deficiência, que é a fragilidade dos
cavaletes que podem ser facilmente deslocados por uma máquina que esbarre
nele, ou até mesmo operários que se apoiem neles. Estes movimentos nos
cavaletes, obviamente, trazem prejuízo para a locação exata dos pontos.
2.2. Método da Tábua Corrida

Este consiste em cravar estacas ao longo do terreno distanciadas entre si


aproximadamente de 1,00 a 1,50 m (conforme figura). Ligadas a essas estacas,
são colocadas tábuas ou sarrafos, de forma que no final tenha-se um retângulo
em tomo de todo o terreno.

Estes sarrafos devem ser fixados em nível e formando um ângulo de 900 nos
vértices dos triângulos. Estas condições são satisfatoriamente garantidas se:

- o terreno foi aterrado e nivelado;

- utilização de um teodolito para obter o nível e o esquadro desejados;

- utilização do método do triângulo retângulo para se obter o ângulo de 90°.

Método da tábua corrida

Muitas vezes nau há um teodolito disponível e portanto é necessário o e.nprego


de outros métodos para se obter o nivelamento dos sarrafos e cavaletes dentro
9
de um canteiro de obras. São utilizados em geral a mangueira de nível (Y2") ou o nível
de pedreiro (bolha de ar).
Este método elimina-a deficiência que pode advir do método dos cavaletes, já que "a
tábua corrida" é muito mais rígida que um cavalete isolado.

Os pontos onde as linhas se interceptam determinam o local de cravação da estaca;


como estes pontos posicionam-se muitas vezes acima do nível do terreno, o uso de um
prumo é importante para que não se perca precisão.
- - - .-.

Para a locação das paredes podem-se utilizar os processos anteriormente descritos,


sendo que estas podem se realizar pelo eixo ou pelas faces. A vantagem da marcação
por eixos é diminuir a chance de erro do pedreiro que executará a tarefa, já que tendo
a linha passando pelo eixo da parede ele colocará o tijolo ou bloco metade para cada
lado e na marcação por faces ele pode se confundir sobre para qual lado é a parede
(neste caso deve-se esticar as linhas em ambas as faces da parede).
Ressalta-se que a etapa de locação de fundações e paredes é essencial para que a
construção de uma obra transcorra sem problemas, principalmente quando no
levantamento da estrutura. A locação deve ser supervisionada pelo engenheiro
responsável, pois uma locação imprecisa pode trazer graves riscos para a segurança e
desagradáveis problemas estéticos em uma obra.

Quanto a composição de preço do serviço de locação para orçamento, a TCPO - 10


2
(1998) indica 'Locação de obra: execução de gabarito. (Unid. m ):
• tábua de pinho i"x 9" - 0,09 m2
• pontalete de pinho - 0,04 m
• prego - 0,012 kg
• arame galvanizado - 0,02 kg
• carpinteiro - 0, 13 h
• servente - 0, 13 h
OBS: - deverá ser acrescido o valor referente as leis sociais na mão de obra na composição acima

3. Canteiro de Obras
Para se ter um bom canteiro de obras são necessários organização, infra-estrutura e
segurança, tanto dos funcionários como dos materiais.

3.1 Tapume

o tapume é importante já que tem como principais finalidades a proteção da obra


contra furtos, bem como a proteção dos transeuntes que passam nas proximidades da
obra. Além disto, serve como divulgação da empresa que executa a obra.

Esta proteção do canteiro é construída, de uma forma geral, com estruturas rígidas
constituídas com chapas de compensado e fixadas com pontaletes de madeira. Também
tem sido empregado em grandes canteiros racionalizados perfis triangulares de
concreto que funcionam como pontaletes ou painéis, apresentando a vantagem de
reutilização e maior durabilidade, comparativamente ao de madeira.

10
3.2 Portaria

A portaria tem como finalidade a realização do controle de entrada e saída de


pessoas e dos bens materiais do canteiro.

Esta deve ser instalada em local próximo à entrada da obra e, se possível,


próxima ao vestiário e ao departamento de reCUISOf umanos, devendo possuir
um relógio de ponto, banco para o vigia e cobern; para maior segurança da
obra.

3.3 Barracão

o barracão de uma obra deve conter, no mínimo, um escritório de engenharia.,


uma sala para o mestre de obra., uma área reservada para o setor de pessoal,
. banheiro coletivo, cantina e vestiário, com áreas com boa iluminação e
ventilação.

Algumas vezes não é possível ter na obra um barracão que comporte toda esta
estrutura, devido ao pouco espaço dentro do canteiro, porém é importante a
locação do escritório de engenharia em um ponto estratégico no canteiro.

3.4 Instalações de Água e Energia

o abastecimento de água de uma obra deve seguir as prescrições e exigências


do município, por meio das concessionárias locais. Este, além de fornecer água
em todos os pontos previstos, deve possuir um reservatório em LU~ condições,
a fim garantir uma quantidade razoável de água para a preparação do concreto e
argamassas.

As instalações provisórias de energia são importantes, pois permitem o


funcionamento dos equipamentos e da iluminação nas dependências da mesma.
Para se obter uma instalação provisória de energia em uma obra, deve-se
solicitar uma ligação provisória de energia junto ao órgão responsável
(concessionária local).

3.5 Almoxarifado

o almoxarifado de um canteiro de obras é o local onde são armazenados e


controlados todos os materiais e ferramentas utilizados na obra.

Para a escolha do local para a implantação do almoxarifado em um canteiro de


obras, deve-se procurar minimizar as distâncias entre as unidades da obra. O
almvAôúfdÜU deve ser limpo e os materiais e íe.ramentas divididos por uso,
para facilitar e otimizar seu funcionamento.

11
Os . materiais devem ser estocados em prateleiras., e aqueles que forem
depositados no chão devem ser prot-egidos contra a umidade do solo, através de
um estrado de madeira.

3.6 - Carpintaria

Tem como função o corte e a montagem dos painéis e formas para as estruturas
de concreto. Deve-se respeitar as suas dimensões mínimas de 6 metros de
comprimento por 3 metros de largura.

A carpintaria deve, ainda, possuir bancadas de aproximadamente 5,5 metros.


gabaritadas com sarrafos, mesa com serra circular com coifa em galpão coberto.
As madeiras devem ser cobertas. principalmente, se a central for desabrigada.

Finalmente, como a preocupação com a segurança e qualidade do ambiente de


trabalho, é muito importante que esta tenha um extintor de incêndio e os
funcionários trabalhem com máscaras.

3.7- Local para Preparo Armadura

As funções deste são o dobramento, o corte e a montagem das armaduras para a


estrutura de concreto armado. O local deve ter no mínimo quinze metros de
comprimento por um metro de largura.

Além disso, deve-se tomar o cuidado de classificar a armadura por bitola e


separá-las por meio de estacas de madeira, assim como prever mesas para
marcação e cortes com pinos para dobramento dos ferros.

Mais uma vez a segurança do funcionário deve ser lembrada, desta forma o
mesmo não deve trabalhar sem luvas e capacetes.

3.8 - Cimento

o cimento é um dos materiais mais utilizados em uma obra, logo sua


armazenagem é de grande importância no canteiro. O depósito de guarda do
cimento deve ser coberto, e o empilhamento deve ser de no máximo 10' sacos,
por um prazo que não deve passar de 15 a 20 dias.

Além disso, o depósito deve possuir um estrado de madeira para proteger o


cimento da umidade do solo. Quanto a localização do depósito, este deve se
encontrar em ponto estratégico a fim de otimizar o tempo e o percurso do
transporte, por se tratar de um material de uso contínuo.

12
3.9 c Madeiras

As madeiras devem ser abrigadas das intempéries ou da umidade do. solo, em \


especial as destinadas à acabamento e estrutura de telhados. Deve-se prever --..,
ventilação adequada, evitando apodrecimento. O apoio interme .io para' as
peças de maior comprimento se tornam necessárias com a finalida de evitar o
empenamento dessas peças.

3.10 - Betoneiras

As betoneiras tem como funções a mistura de argamassas concreto no


canteiro, portanto devem ficar em local próximo aos agregado. e ao cimento.
Para facilitar ainda mais suas utilização, deve-se otimizar O percurso da massa
de concreto ou de argamassa da betoneira até o ponto de utilização.
i\

3.11·- Aspectos de Segurança

A segurança nos canteiros de obras têm sido bastante discutidas atualmente e


pode-se dizer que houve ganho no sentido da maior fiscalização e uso de
equipamentos. Ela diz respeito à segurança da própria obra e dos operários.
Devem ser tomadas as seguintes providências:

• fechamento dos poços de elevadores para isolamento da área contra


queda de material ou de pessoas;
• produção de um corrimão provisório na escada para maior segurança
visitantes e trabalhadores;
• confecção de guarda-corpo provisório;
• bandejas de proteção na fachada do edifício:
• passarelas de proteção;
• fechamento da torre do guincho com tela em arame galvanizado.
• uso protetor facial pelos operários para serra circular;
• óculos de proteção;
.. par de luva; .,
• bota de 'couro na numeração adequada;
• cinto de segurança;
• botas de borracha de cano longo;
• protetores auriculares;
• capacetes de proteção.
3.12 - Entulho gerado

Quanto maior o desperdício e/ou a perda úe materiais em um canteiro .:!.;; obras,


maior é o volume de entulho gerado no mesmo. Em geral as observações sobre
13
o entulho em uma obra apontam para o prejuízo em sua produtividade, trazendo
portanto, prejuízo às empresas construtoras.

o entulho causa desconforto e dificulta o transporte de materiais dentro do


canteiro. Uma das soluções para o entulho da construção civil é. a sua
reciclagem, que atualmente já é uma realidade em diversos países europeus,
como Holanda, Inglaterra e Alemanha. No B~ o assunto vem sendo
amplamente discutido em universidades e já vem sendo utilizado em várias
empresas, principalmente no estado de São Paulo, Minas Gerais e Distrito
Federal. Em anexo são dados mais detalhes sobre o entulho da construção civil,

4. FUNDAÇÕES

Fundação é a parte da estrutura encarregada de transferir as cargas da


edificação para o solo sob a mesma.

A escolha da fundação depende do tipo de solo onde está o lote a ser


construído. Uma sondagem permite saber qual é a fundação mais indicada. Em
obras de menor porte, onde não se justifica a execução de sondagens, deve-se
consultar a vizinhança para obter informações sobre as fundações das
edificações próximas.

Se o solo apresentar boa capacidade suporte até 60 em de profundidade, a


fundação pode ser do tipo direta ou superficial. Se, por outro lado, o solo for
bom somente a mais de 1,00 m de profundidade, a fundação pode ser do tipo
indireta ou profunda

.A seguir apresentam-se alguns tipos de fundações mais utilizadas em


construções convencionais.

4.1 - Fundações Diretas ou Superficiais

Dizemos que uma fundação é direta ou superficial quando as cargas da


superestrutura são transmitidas ao solo nas primeiras camadas, por meio de uma
placa denominada por sapata. . .'. . . .'

Do ponto de vista técnico devemos assentar uma sapata em uma camada onde a
resistência do solo seja suficiente, por exemplo, quando o número de golpes
resultar maior ou igual a 8,0 In, e a profundidade máxima de 2,0 m (para que a
escavação não se tome um volume tão grande que faça com que a fundação
direta seja anti-econômica).

14
4.1.1 ~Sapata Corrida
,'"'
É uma placa (de concreto armado, em geraI) em que uma das imensões
(comprimento) é bem maior que a outra (largura). A sapata corrida é utili
as cargas a serem transmitidas ao solo são distribuídas ao longo de
proveniente por exemplo, de paredes portantes (ou resistentes), não hav-
estrutura com carga concentrada a ser transmitida para a fundação.
Na grande maioria dos casos, devido à acomodação do solo (compactaçí .) longo
do tempo, é associada à sapata corrida uma cinta de concreto armado, urr
.
..ICO mais

larga que as paredes, a fim de se evitar trincas que podem surgir , paredes
, ______
decorrentes de pequenos recalques que podem ocorrer no solo.
As sapatas corridas podem ser de concreto armado, pedra ou até mesmo de tijolos
(antigamente muito utilizada). Para fins de economia, no caso da sapata de concreto
armado, podem ser utilizadas alvenarias de embasamento de tijolos maciços ou blocos
de concreto (este último mais utilizado atualmente).

Embora empregada muitas vezes de forma empírica, é possível executar o seu cálculo;
CARDÃO (1983) apresenta exemplo de cálculo de sapata corrida.

a) sapata corrida concreto armado e alvenaria embasamento de tijolos maciços

É composta de uma placa de concreto armado e alvenaria de embasamento de tijolos


maciços, sendo que para alvenarias de ~ vez emprega-Se um tijolo para o
embasamento, e para alvenarias de uma (1) vez um tijolo e meio para o embasamento.

Sapata concreto armado e alvenaria embasamento de tijolos maciços

Em seguida ao embasamento, executa-se a cinta de amarração com tijolos maciços


assentados à espelho ou tábuas de madeira. E por fim, executa-se a impermeabilização,
no respaldo da cinta de amarração, com argamassa de cimento, areia e aditivo
impermeabü..izante, dosado de acordo com o fabricante. Sobre a cinta de
impermeabilízaçao deverá ser realizada, ainda, pintura a base de emulsão asfáltica,
visando corrigir falhas que possam ocorrer na execução da cinta

IS
b) sapata corrida de concreto armado e embasamento de blocos de concreto

Hoje é frequente o uso do embasamento de blocos de concreto (ao invés de tijolos).


Após escavação do solo e concretagem da sapata, procede-se à elevação do
embasamento. Para a cinta de amarração recomenda-se o uso da canaleta de concreto.

Sapata de concreto armado com embasamento de blocos de concreto

b) Sapata de concreto armado

Quando for conveniente, em geral quando se tem solo resistente logo na superfície, a
saoata de concreto armado poderá ser utilizada. Neste caso pode-se executar o
~;creto da sapata com aditivo impermeabilizante.

"'ft~~-CONCRETD

.~~~~~~~~~~~~~~~~~~::~
Sapata de concreto armado

d) outros tipos de sapata

Se o terreno for arenoso ou pantanoso, deve-se executar a sapata com pedra bruta
(granito) O tijolo e o concreto não são indicados neste caso. Procede-se à elevação do
embasamento com pedra sem argamassa até acima do nível d'água. Deste ponto para
" cima, as pedras serão assentadas com argamassa de cimento e areia (1:3). A seguir,
executam-se a cinta de amarração e a cinta de impermeabilização.
16
4.1..2 - Sapata Isolada
Pode ser denominada como uma placa em que suas dimensões apresentam a mesma
ordem de grandeza.


COR T E TIPICO

Sapata isolada de concreto armado

A sapata isolada é utilizada em geral quando a estrutura da edificação descarrega em


pontos isolados ou por meio de cargas concentradas, como é o caso de estruturas de
concreto armado constituída por vigas e pilares.

A área da sapata em planta será dimensionada conforme a carga a ser transmitida e' a
capacidade de carga do solo onde será implantada. Sapatas isoladas podem ser
quadradas, retangulares ou circulares.

Este tipo de fundaeão, eomo outrM qUI! apresentam pilares, possuem uma
particularidade: algumas vezes o pilar tem uma das dimensões maior que o fuste, o que
torna necessário o uso de blocos de transição (blocos de coroamento) entre o pilar e
fundação.

4.1.3.- Radiers
Radier pode ser considerado como uma fundação única, que distribui as cargas da
edificação de forma uniforme sabre a superficie do solo.' É uma forma de fundação
bastante econômica e de fácil execução. Porém, não é um tipo de fundação muito
utilizada por não se conhecer a fundo seu comportamento para os diversos tipos de
carregamento. Grosseiramente falando, o radier é como uma laje maciça sob a
construção.

4.2 - Fundações Indiretas ou Profundas


Estas fundações são normalmente utilizadas Quando (l'\ cargas a serem transferidas são
bastante grandes ou quando o solo apresenta resistências adequadas apenas a
profundidades maiores. A seguir alguns exemplos destas fundações.

17
4.2.1 - Brocas

É utilizada em terreno firme situado até 6,0 m, de boa coesão e pouca água. É uma
solução de fundação econômica, recomendada para pequenas e médias edificações, É
executada na maioria das vezes manualmente com o auxilio de um. trado rotativo
espiral.

Sua capacidade depende- de seu diâmetro (exemplo: broca não armada de 25 em de


diâmetro para carga de 8 t), sendo que é proibido o uso de brocas abaixo do nível do
lençol freático.

Para a sua execução são necessários os serviços de perfuração, concretagem (concreto


apiloado, executado cuidadosamnete para não haver segregação ou desalinhamento do
fuste). Possui na maioria das vezes armadura somente de espera (na cabeça do fuste),
podendo também apresentar amadura longitudinal (ao longo de todo o fuste).
profundidade média das brocas varia em tomo de 2,00 m e o espaçamemo entre as
mesmas de aproximadamente 2,20 In, ou no caso de uma edificação com estrutura
convencional, deve-se prever brocas nos pontos dos pilares.

Broca de concreto para edificações

Como exemplo a TCPO - 10 (1998) apresenta a seguinte composição e consumos do


serviço referente a broca de 20 em de diâmetro, executada com concreto tipo C, fck
13,5 MPa e 20 kg de aço/m3 (Unid - m):

• consumo concreto - 0,0314 m3


• perfuração - 1,00 kg
• armadura CA-25 - 0,63 kg

18
a) Estacas Moldadas in Loco

São estacas que através de certos equipamentos são executadas no próprio local da
obra. Dentre as estacas moldadas in loco, citam-se as estacas do tipo Strauss e as
estacas do tipo Franky.

Para a execução da estaca Strauss é necessário enterrar um tubo (que serve também de
molde para a concretagem) com diâmetro correspondente ao da estaca. Atingida a cota
necessária, enche-se o tubo com cerca de 75 em de concreto, e retira-se o tubo no
trecho concretado, procedendo-se da mesma maneira nas camadas superiores.

Quanto a estaca Franky, esta possui a base alargada e é caracterizada pelo processo
patenteado de enterrar o tubo no solo, sendo que o tubo pode neste caso ser perdido
ou recuperável.

Como principais vantagens no uso das estacas moldadas in loco, pode-se citar a
economia, e como desvantagens a qualidade do concreto, já que pode haver
possibilidade de segregação ocasionando problemas de descontinuidade do fuste.

b) Estacas Pré-moldadas
São estacas cravadas com grande energia através de bate-estacas. Podem ser de
madeira, metálica ou de concreto, sendo esta última mais utilizada.
As estacas de madeira são utilizadas em geral em terrenos alagados ou obras
provisórias, devendo ser tratadas para este fim. Apresentam como principais vantagens
economia, facilidade de corte e emendas e boa durabilidade quando permanentemente
submersa, sendo proibitivo o seu uso em locais onde haja variação do nível do lençol
freático).

.1\ . L L+'
-f-
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. 'i'~;
I· .
I '. .
,

i .r
-. ffi-. . . ,':"\,
'-r' '-..pl

'-. C O'R T E Estacas de concreto

19
4.2.3 - Tubulões

Fundação profunda executada manual ou mecânicamente, normalmente utilizada para


ed.ificios que possuem grandes cargas.

Quanto ao tipo de execução, o tubulão pode ser à céu aberto ~ll.p~~~, sendo o
primeiro tipo mais comum.

o tubulão é composto por uma parte mais estreita, denominada de fuste e outra parte
alargada, denominada de base.

Quando a escavação do tubulão for manual, o diâmetro necessário para possibilitar


segurança ao operador deverá ter no mínimo 70cm..

Caso a escavação do tubulão seja feita mecanicamente, os últimos O,SOm deverão ser
escavados e abertos manualmente, inclusive o alargamento da base (quando
necessário), a fim de evitar-se a destruição da estrutura do terreno.

-,

~./ BASE,
!LAstaO DE COOCftEIQ

Tubulão de concreto

20
Deverá o construtor prever adequada proteção junto aos fustes, de modo a
. impedir a entrada em seu interior de materiais estranhos.

Ainda, antes da concretagem deverá ser feita uma nova inspeção no tubulão,
devendo-se conferir as dimensões, qualidades e .características do solo,
procedendo-se à limpeza do fundo da base com remoção da camada
eventualmente amolecida pela exposição ao tempo ou por água de infiltração.

Quando previstas cotas variáveis de assentamento entre tubulões próximos, a


execução deverá ser iniciada pelos tubulões mais profundos, passando-se a
seguir para os mais rasos.

Não será permitido trabalho simultâneo em bases alargadas de tubulões


adjacentes, tanto em relação a escavação quanto à concretagem.

,u' - JMPERMEABnJZAçÃO DO RESPALDO DE FUNDAÇÕES

Após a execução da fundação e antes do início do levantamento de alvenarias,


observar que as bases do pavimento térreo, em contato com a fundação, ou o respaldo
da fiwóaçãQ, deverão ser impermeabillzadas com argamassa impermeável e pintura
com emulsão asfáltica.

Recomenda-se para a argamassa o traço 1:3 (cimento e areia, em volume), dosada com
um impermeabilizante à base de ácidos graxos, sendo o impermeabilizante dissolvido
na água de amassamento da argamassa; o consumo deste último deverá ser indicado
pelo fabricante.

Antes da aplicação do impermeabilizante, molhar o respaldo e as laterais da fundação


para limpeza de poeira. A execução da impermeabilização deve ser feita com cuidado
para que não hajam interrupções, evitando descontinuidades que podem ocasionar
pro blemas futuros.

A espessura deve ser de 1,0 a 1,5 em, e deve-se ainda efetuar dobras para cobrir as
laterais da fundação, com cerca de 10 em de largura. A camada de argamassa deve ser
apenas desempenada, para que a superficie seja semi-áspera, e após sua: secagem
deverá ser aplicada três demãos de emulsão asfáltica, iniciando-se, após 24 horas, a
construção da parede propriamente dita.

As duas primeiras fíadas de blocos sobre a fundação, pelo menos, devem ser
assentadas com argamassa impermeabilizante. A alvenaria ainda deverá receber
revestimento com a mesma argamassa até 60 em de altura com relação ao piso externo
e 15 em com relação ao piso interno.

21
~:vI-SI1M"l'II1)
/nnl'ISO

Impermeabilização respaldo fundação para íníete do levantamento da alvenaria

5. TÉCNICAS DE EXECUÇÃO ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO-

A boa execução das estruturas de concreto de uma edificação depende de


muitos fatores, como materiais empregados, controle de qualidade dos projetos
e da execução, qualificação da mão-de-obra empregada, etc.

S.l - Formas e escoramento

Para a execução das formas é necessário que se providencie, na obra, os


projetos de arqu' .a, projeto estrutural completo com detalhamento das
passagens para instalações e projeto de fôrmas (este último utilizado somente
em obras e/ou edifícios de grande porte).

A garantia de que uma estrutura seja executada de forma fiel ao projeto


depende da precisão das formas das peças estruturais referentes aos pilares,
vigas e lajes.

As madeiras utilizadas nas formas da estrutura deverão ser de preferência,


aparelhadas, com precisão de bitolamento. No caso de estruturas de concreto
armado aparente, deverão ser utilizadas chapas 'de madeira compensadas e
resinadas, ou formas de chapas metálicas, para melhor acabamento.

As formas deverão ser projetadas para reutilização, sendo que as formas


metálicas, naturalmente, possuem uma vida útil maior que as de madeira,
porém, apresentam um custo (das chapas) também maior, justificando o seu uso
em obras padrão, onde há repetitividade nos elementos estruturais a serem
executados.

22
Deverá ser efetuada a limpeza das formas (interna) antes da coucretagem, bem
como a molhagem das mesmas, até a saturação, para que não absorvam água
necessária a pega do cimento.

Quanto a retirada das formas, deverão ser obedecidos as ordens í ')S prazos
estipulados no artigo 71 da Norma Brasileira NB-l.

Prazo de Retirada de formas em função do tipo de elerrent,


e do cimento utilizado
---._. -
PRAZO DE RETIRADA X MAT~"E'.L .lJZADO

LOCALAFUCAÇÃOFO~~ CIMENTO PORTLAND CCM1..~ CIMENTO DE ALTA


RESISTt"iCA INICIAL

~
Paredes, pilares e fuces laterais de 3 dias 2 dias
vigas

Lajes de até 10 em de espessura I 7 dias I 3 dias

Lajes de mais de 10 em de
espessura e faces inferiores de
vigas de até 10 m de vão 21dW 7dW

Arcos e faces inferiores de vigas


de mais de 10 m de vão
28 dias 10 dias
-
5.1.1 - Pilares

Nas formas de pilares deve ser previsto travamento nas duas direções a fim. de
se evitar flambagem dos mesmos no momento do lançamento do concreto.
"

A locação das formas dos pilares deve ser realizada com extrema exatidão,
evitando excentricidades excessivas. Para tal é necessário que as cotas estejam
legíveis, sendo que quando isto não mais ocorrer, devido ao desgaste dos
projetos durante. o uso no canteiro, deverão ser solicitadas ~utros projetos.

Quando o pilar tiver mais de 2,50 m de altura, deverá ser prevista janela para
inspeção e limpeza antes da concretagem.

A operação de desforma deverá ser feita de maneira bastante cuidadosa, por


operários experientes, objetivando o reaproveitamento das formas.

Em geral as formas de pilares constituem-se por painéis verticais de tábuas de


:,~ "-'iÍl ~ç espessura e gravatas, que unem os painéis. Em geral, as gravatas são

feitas de caibros de 2,5 em x 10,0 em.

23
E conveniente, ainda, fazer um reforço nas formas, em geral realizado por meio
do emprego de tirantes rosqueados e montados dentro de tubos plásticos, para
finalidade de reaproveitamento.

Cint~s
Fôrmas em tábuas 1" ou
gravates

c
Corte
Cintas com sobras
de madeira, cada
O,SO

Fôrma p:lr:l pibr Vista lateral


Portinhola

Fôrma p:lr:l pilar "'//m

Fom e travamento de Pilar

5.1 ..2 - Vigas

Para as formas de vigas, deve-se utilizar escoras com espaçamentos máximos


de 0,80 m, para impedir a flambagem da madeira quando adicionado o peso do
concreto. Estes espaçamentos não devem, ainda., ser inferiores a 0,50 m por
motivos de ordem econômica.

As fôrmas de vigas são constituídas por dois painéis de face da viga e um


painel de fundo, interligados por meio de gravatas.

Em geral as formas das lajes são diretamente ligadas as fôrmas das vigas.

Deve-se tomar cuidados nos apoios do terreno a fim de evitar recalques. bem
como prever cunhas nos pés dos pontaletes para permitir uma desforma mais
adequada.

As observações feitas quanto :~~juntas das formas dos pilares também devem
ser C:f>g'_lidas
no caso de 'vigas.
------,

--..,

Forma de Vigas

5.1.3 - Lajes

Quanto as formas para lajes. estas são. em geral. de madeira, constituída de


assoalho de tábuas de 1" x 12", apoiados sobre trama de pontaletes horizontais.

o escoramento pode ser de madeira. utilizando pontalete \ ertical de 3"x 3" ou


metálico. sendo este ultimo bastante utilizado hoje em obras mais
raci-nalizadas e/ou de maior porte, constituídos por quadros metálicos com
tcl...>leiegulável e pino de travamento.

Assoalho de tábuas 1"x 12".

! --:I'ont:lidc transversal 3"x 3'-r; I

-J Pontalete vertlcal J''x 3"

0,90 a 1,00 m
dJ

Forma e escoramento de madeira para laje maciça

25
Pino de travamento

--.._

Escoramento metálico para laje maciça


..""
5.2 - Armadura

o preparo das armaduras para uma boa _.",-:cuçàona estrutura de concreto


armado requer o cumprimento de várias etapas, as quais são suscintamente
descritas a seguir.

Para estruturas de grande porte, é importante o controle do recebimento das


barras de aço, que em geral é realizado através de ensaios de tração em
amostras em cada lote. As barras de aço, antes de serem montadas, devem ser
limpas. retirando-se as camadas de ferrugem e qualquer outra substância que
prejudique a adêrencia do aço ao concreto.

Na montagem das armaduras as emendas realizadas por trespasse devem ser


feitas rigorosamente conforme detalhado em projeto. Quando as emendas não
são detalhadas, estas deverão ser realizadas em pontos onde os esforços de
tração sejam menores. Deverão ainda ser observados a distribuição. o
cobrimento e o espaçamento das barras e a ancoragem. O cobrimento é
garantido por meio do uso de espaçadores, sendo hoje bastante utilizado o
espaçador de plástico.

26
Espaçador de plástico para armadura de laje

5.3 - Instalações hidrosanitárias e elétricas nas formas

Na tentativa de maior racionalização na quebra da laje para passagem de


tubulações. as caixas de passagem deverão ser deixadas antes da concretagem.

Passagem de tubulação elétrica na laje

27
5.4 - Concretagem

5.4.1 - Preparo do Concreto

O preparo do concreto varia conforme o tipo ou o porte da obra. Em obras


pequenas o concreto é preparado em betoneiras e sem .controle tecnológico.
Para se contornar a falta do controle tecnológico neste caso, é importante que
alguns cuidados sejam tomados no que diz respeito aos materiais empregados
na preparo do concreto. Já em obras de grande porte o concreto é preparado em
betoneiras ou central de concreto no canteiro, ambos com controle tecnológico.

É comum., quando se tem prazos curtos para a execução da obra, ou quando não
se tem espaço apropriado em canteiro, em obras de portes variados, o concreto
ser fornecido por concreteiras, em caminhões betoneiras. Ressalta-se que neste
caso o seu recebimento deve ser acompanhado por engenheiro da obra;

5.4.2 - Lançamento do Concreto

Antes do lançamento do concreto, o. engenheiro responsável deve verificar as


formas. quanto aos aspectos referentes a limpeza... bem proceder a verificação
das mesmas quanto a conformidade com o projeto (dimensões e locações) -Ó,

Serào também verificados se o concreto apresenta as especificações desejadas.


tais como abatimento, fluidez e outras.
-'1

As armaduras devem ser conferidas quanto as suas p '.~oes e quantidades em


toda os elementos da estrutura, inclusive na posição dos estribos. Estas
verificações devem, se possível, ser realizadas no dia anterior ao da
concretagem, principalmente se esta for com caminhões betoneira.

O lançamento do concreto deverá ser feito logo após o amassamento, pois o


, mesmo não. pode ser lançado já com a pega iniciada. A altura de ,lançamento
deve ser limitada para evitar segregações e incorporação de ar na peça. No caso
de pilares, conforme já comentado anteriormente. deve-se utilizar janelas
intermediárias.

Mesmo utilizando-se estas técnicas de lançamento, o concreto pode sofrer


desagregação e trazer problemas para a estrutura, portanto é necessário que o
concreto seja adensado enquanto for lançado. Para o adensamento são
utilizados equipamentos adequados, tais como o vibrador e o soquete. É muito
importante nesta etapa que apenas um funcionário fique encarregado de vibrar
o concreto, pois diferentes energias de vibração e tempos diferentes, podem
comprometer o, bom adensamento do concreto. Deve-se evitar a vibração das
armaduras e no caso do vibrador de imersão, não incliná-lo demasiadamente.
Para vigas e lajes, este tipo de vibrador mostra-se pouco eficiente devido à

28

"\
pequena altura das peças se comparadas com os pilares. podendo-se usar um
soquete comum.

Durante a concretagem e antes da mesma, deve ser previsto passarelas por onde
os funcionários possam transitar sem danificar as armaduras, pri ... ipalmente
nas lajes, evitando que operários caminhem sobre as armações, am ssando os
ferros negativos e trazendo prejuízo ao bom desempenho da estruto:

Quando não for possível o término da concretagem de um elemei o mesmo


dia, é possível terminá-la no outro dia, para tanto será necessário cutar uma
junta de concretagem. A escolha do posicionamento da junte e ser feita
previamente e com a participação do engenheiro responsável. É , ortante que
a junta se situe em seção de esforços menores. Para determinação do ponto
ideal, caso não seja possível uma consulta aos diagramas de esforços do
elemento estrutural, deve-se observar onde há menor taxa de armadura ao longo
da seção.

A junta não deve ser vertical e também não muito inclinada. A preparação da
junta deve ser feita com uma camada de argamassa de cimento e areia no traço
1: 1 ou com adesivos adequados, imediatamente antes do reinício da
concretagem.

6. LAJES DE COBERTURA DE CONCRETO ARMADO

6.1 - Funções da laje de cobertura

A pane superior ou cobertura de uma edificação objetiva abrigar esta última das
intempéries, receber águas de chuva, e/ou neve e conduzi-ia para o solo, e
proporcionar isolamento térmico para um conforto no interior da ediricação. As lajes
podem cumprir, também, a função de forro de uma edificação .

.-\5 coberturas planas em concreto ou lajes (amplamente adotadas) e as lajes inclinadas


(em menor número) são utilizadas como elementos estruturais das coberturas.

A estanqueidade de urna laje pode ser obtida por impermeabilização ou por telhados. É
frequente a utilização de apenas uma laje impermeabilizada como cobertura. (sem .
telhas).

Quanto ao caimento, a laje deve ter um caimento mínimo (na prática utiliza-se 1%).

Podem ocorrer problemas em lajes devido a falhas na impermeabilização. Assim, para


se atingir o desempenho desejado, as coberturas planas devem ser submetidas a um
projeto completo de impermeabilização, com previsão de todos os detalhes. Podem ser
adotados como impermeabilizantes rnemoranas de asialto, emulsões ce asfalto, mantas
butilicas, e de termoplásticos, argamassas impermeáveis e rígidas, entre outras.

29
das retrações e outras alterações produzidas pelas variações de temperatura.
Introduziram-se, então, juntas de dilatação que subdividem a estrutura em planos
verticais.

6.2 - Tipos de lajes de concreto armado

As lajes de concreto armado podem ser do tipo moldadas in loco e pré-moldadas.


Quanto à seção transversal, ainda, as lajes podem ser maciças e nervuradas.

6.3 - Lajes maciças

As lajes maciças em geral são lajes moldadas in loco, e não são adequadas para vencer
grandes vãos, ou seja, indica-se o seu uso em vãos menores ou iguais à 7,0 m.

Quanto ao pré-dimensionamento, as lajes são consideradas como armadas em uma só


direção (em geral retangulares) e armadas em cruz (quadradas). As espessuras
mínimas (dmin) exigidas pela norma NB-l são: 7 em (lajes de piso), 5 em (lajes de
forro) e 12 em (cargas móveis, como garagens).

6.4 - Laje nervurada

As lajes nervuradas possuem vazios em relação a maciça, ou nervuras aparentes ou


não. Com relação a armação, pode-se dizer que (ll\ lajes nervuradas são armadas
em uma só direção. Em geral o espaçamento das nervuras é definido também pela
largura de chapas compensadas na sua largura comercial de 1,10 m. São ut;l' das para
vãos maiores que 7 In, com as vantagens sobre as maciças de menor ...onsumo de
concreto, menor peso próprio e menor espessura. Corno desvantagens, apresentam
maior consumo de madeira e maior consumo de mão de obra.

Vista de laje nervurada com utilização de blocos de concreto celular

30
Surgiu inicialmente com o nome de laje tipo caixão perdido (nervuras embutidas), onde
as nervuras eram constituídas por formas de madeira do tipo caixão, mantidas no
interior da laje. É executada primeiro com uma laje de forro (fundo), em cima da qual
se dispõe a forma tipo caixão' e a armadura das nervuras; a seguir são concretadas as
nervuras e a capa, constituindo assim a laje final. Hoje outros materiais tem sido
empregados para enchimento das nervuras neste tipo de laje, sendo que pode-se citar,
dentre outros, o poliestireno expandido e os blocos de concreto celular.

6.5 - Grelhas

A grelha é uma laje nervurada nas duas direções. Seu uso é interessante para grandes
vãos, em geral superiores aos utilizados para as lajes maciças e quando um de seus
vãos não prevalesce em relação ao outro. Antigamente o cálculo da grelha era
considerado complexo, porém hoje este problema é superado devido a facilidade na
utilização de programas de computador

6.6 - Laje cogumelo

Chama-se laje cogumelo àquela que se apoia diretamente sobre os pilares não
apresentando vigas intermediárias.

6.7 - Lajes Pré-moldadas

As lajes pré-moldadas foram desenvolvidas na Alemanha no século passado, e


apresentam muitas vantagens com relação às lajes maciças, como economia no
consumo de materiais (formas e escore ' .ito) e redução na mão-de-obra devido
à facilidade de execução. Podem ser tipo convencional (a) ou tipo treliça (b)
(de aço eletrosoldado), sendo que ambas são montadas com lajotas cerâmicas.
CAPEAMENTO (e)

a)
\ b)

VIGA NORMAL

VIGOTAS PLAN

CORTE LONGITUDINAL
CORTE TRANSVERSAL

Estas lajes são armadas em uma direção. Apesar de serem realmente mais
econômicas no as=ecto mão-de-obra e materiais como madeira e escoras, as
lajes pré-moldar deixam de ser interessantes em edificios altos pela
dificuldade de tr. norte vertical. Deve-se cuidar rara que não hajam acidentes
em obras, cxecut. .o-se passarelas de r': .de . apoiadas sobre as vivotas, para
evitar que os oper ios caminhem sobre as l. '.5 quebrando-as.

31
A armação das vigoras é composta por barras de aço concretadas na pane
inferior da vigota, para combate aos esforços solicitantes, variável conforme o
cálculo, e uma barra de aço na parte superior de caráter apenas construtivo
(combate momentos negativos que surgem no momento do escoramento das
vigotas, durante a concretagem).

As lajotas colocadas entre duas viga tas tem corno função apenas preencher os
vazios e não são consideradas no cálculo as lajes.

o grande ponto fraco das lajes pré-moldadas é o baixo controle tecnológico por
parte de seus fabricantes, tomando-a um produto sem muita credibilidade no
mercado. É necessário a conscientização dos empresários da área, para que se
dediquem à fabricação deste componente, a fIm de que o produto tenha reais
condições de qualidade.

Concreoo 00
~IO

Laje pré-fabricada de concreto armado

E recomendado, ainda. a aplicação de uma contra-flecha nas lajes pré-


fabricadas com vãos maiores que 1.80 com o intuito de minimizar as
Jefonnações verticais que possam ocorrer. A tabela a seguir apresenta
indicações para o número de escoras e para a posição das escoras e contra
flechas. de acordo com o vão da laje.
Tabela de contra flechas para lajes pré-fabricadas

V.l.O !
mn.tE&O, CONTRAfUCHA
DE I ESCORA I ESCORAS I
; POSIC..\O DAS ESCORAS -
i
(m J ; ESCO'!US CE-ITI<AL ; LATERAIS. E
CONTlV.-fI.EC:~. .
: Até UO
~cm ~ e =n ~-ilcclla
1':'1" 1.80: Ol Em lJiTej I . .e;:
i 1.81.1.00 01 l.Oan . 'I
x I ~ - Em IIivcl ou 1,011
• ~.f)[ a J.I.)Oj OI ; Ucm - I
rx
i
13.0114.00 02 . l.sem I 1.5an!WI~a 1

i 4.OJ .. ~..5<J I (}-'z


I . i I~ e!!J t.= dapareda
-'.S I a 5.00 I (}J :_j a'II 1.Q em
f.j"o: " I
i

I S.Dl .. 6.00 01 BCtt1 _ :!llem


i
I

Quanto as lajotas (OU blocos) cerâmicas, estas não são levadas em conta no
cálculo da laje, já que desempenham os papéis de preenchimento dos vazios
entre os vigotes e forma para o capeamento. A qualidade destas, porém, é
importante, para conformar a resistência [mal a laje, bem como, resistência
suficiente para garantir o lançamento e o adensamento do concreto sem
prejuízo ou quebras.

Quanto as dimensões dos blocos, a sua largura, denominada por L, determina o


espaçamento entre vigotas ou o inter-eixo, e a espessr+t H (altura) determina o
tipo de laje. As figuras e a tabela abaixo determina, .. o formato dos blocos e as
dimensões usuais dos mesmos.

I.y:> c
~~"~~'L~(',·
"

Bloco I Bloco 2. '

Formatos dos blocos cerâmicos

BLOCO L(cml T [J (OIn C (em)


1 2.5 ou 30 I 7008 18. lI) ou 10
:2 2S ou 30 I 10 18.. 190020
J I !~011 ~::: \ 12 l~_ !I) cn':'O ._......i

Dimensões usuais dos blocos cerâmicos


33
7 - ALVENARIA

7.1 - Funções e Desempenho das alvenarias

As edificações são, em geral, dotadas de panos verticais destinados a circunscrever o


espaço interno, assim como a subdividi-lo e organizá-lo HUGON (1980).

Esses panos são denominados por alvenaria., principalmente quando não são
constituídos por caixilhos e vidros. No segundo caso esses panos podem ser
denominados por divisórias.

As alvenarias podem ser portantes ou de vedação, tanto no que diz respeito à


envoltória exterior como em relação às divisórias internas.

Devem possuir características técnicas que satisfaçam aos seus requisitos de utilização,
que são basicamente aqueles mostrados na figura a seguir.

xústic:o
(e-si~\énc:i. IÍ -.

~:io dm venlos ~;.njnciól <10 rJe'!].lsta

t.H olOMencii- J
··- ~ud.
cónljensaçõcs
I .
_ lacriídiJde d.
(.-""iIKJ.do de . ~ ~1e"çJo
ITI.1nutenção bcW .J~ninci:;;t c:
:tu~i<t de capi- Ididade dl:J
latid.1de dI!corocjo

I Extltrlur ! IlnlSflor I

Funções de uma alvenaria

A substituição das pesadas alvenarias de antigamente, bem como, o surgimento


da alvenaria de vedação e de alvenarias mais leves tem sido um fato constatado
em nossas cidades modernas.

Observa-se que as alvenarias portantes vem sendo gradativamente substituídas


por alvenarias de vedação sem função estrutural. impondo desta forma a
existência de estruturas de vigas e pilares, sendo o concreto armado o material
mais utilizado para estas.

3-1-
7.2 - Alvenarias porrantes e alvenarias de vedação

Alvenarias Portanres

São aquelas que tem função portante, isto é, suportam além é eu peso
próprio, outras cargas provenientes da cobertura e/ou de outros piso:

Na história da arquitetura das edificações, as paredes de solo comr io (taipa


de pilão), de pedra e de adobe (tijolo sem queima) desempenhara' J papel de

alvenarias portantes. No Brasil, mesmo em lugares onde havi: lominância


de pedras, era comum a utilização da taipa de pilão, técnica mu rilizada por
constituir-se em uma mesclagem da técnica colonizadora portug • .;)<1.

Algumas alvenarias executadas com a tecnologia do solo cimento, tanto como


paredes monolíticas como no emprego de tijolos e blocos também
desempenharam no passado a função de alvenarias portantes. e hoje tem-se
notícia de aplicações frequentes desta tecnologia em edificações de menor
porte.

o tijolo maciço (com queima) também foi muito utilizado até alguns anos atrás.
antes do advento do concreto armado e do surgimento de edifícios em altura.
Hoje, o seu uso se dá mais em edificações de pequeno porte e em serviços
secundários da construção. embora tenham regiões do Brasil que ainda o
utilizam com bastante frequência, corno Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

----o -.-: --~ aw;:r, . C·- ••. ----

Alvenaria portante de tijolos maciços utilizada em residência - Fpolis, se

35
Hoje pode-se dizer que o tipo mais comum. de alvenaria portante é aquela que
utiliza blocos de concreto estruturais, conforme figura a seguir.

,
,~ ....
...-

Alvenaria portante de blocos de concreto

A alvenaria armada é uma alvenaria portante ou estrutural" constituída por


blocos de concreto onde são colocadas armaduras no interior dos blocos, e
executado o posterior grauteamento (concreto ou argamassa fluido(a) preparado
com cimento e areia e/ou brita zero), e no Brasil tem sido utilizada em obras
racionalizadas.

Alvenaria estrutural armada

36
Alvenarias de vedação

Como o próprio nome diz, são aquelas que tem apenas a função de vedação, ou
seja, não exercem função estrutural.

Toda alvenaria de vedação necessita de uma estrutura ou um esqueleto que é


quem será o responsável pela estabilidade do conjunto da edificação.

Como exemplos podemos citar a estrutura de madeira.e alvenaria de vedação de


pau a pique (antigamente utilizada em alguns povoados do interior do Brasil),
estrutura metálica e alvenaria de vedação de concreto, e estrutura de concreto
armado e alvenaria de vedação de blocos cerâmicos furados e outros, sendo esta
última hoje a tipologia mais utilizada na consrrução de edificações.

Quanto as alvenarias de vedação para divisórias, uma série de novos


componentes tem surgido no mercado da construção tendo em vista a
racionalização da construção por meio do emprego de pré-fabricados, como
painéis de fibro-cimento, painéis de madeira compensada com fórmica. gesso
acanonado. etc.

Alvenaria de vedação

37
7.3 - Interação tijolo argamassa

A alvenaria é um subsistema conformado em obra, constituído por tijolos ou


blocos denominados de componentes, unidos entre si por juntas de argamassa,
formando um conjunto rígido e homogêneo.

As propriedades da alvenaria são, em essência, dependentes das caracteristicas dos


componentes constituintes e da adequada interação tijolo-argamassa.

Esta interação, ou seja, a ação mútua entre os tijolos e as juntas de argamassa é


a responsável pela obtenção de um produto considerado homogêneo, coeso e
monolítico, a partir de produtos isolados. Simplificadamente esta ação é
designada por aderência tijolo-argamassa.

A aderência da argamassa é praticamente mecânica, por ação do encunhamento


da mesma na superficie porosa e irregular do tijolo. O fenômeno de aderência
pode ser assim explicado: quando se coloca a argamassa sobre a superficie
absorvente, pane da água de amassamento (que contém em dissolução. ou em
estado coloidal os componentes do aglomerante) penetra nos poros e canais da
base. No interior destes poros se produzem fenomenos de precipitação de
hidróxido de cálcio ou dos géis de citnento ou de ambos. Com a pega, estes
precipitados intra-capilares exercem uma ação de encunhamento de argamassa
à base conseguindo-se assim a aderência. CE fundamental então que a
argamassa ceda água ao bloco ou tijolo e que a sucção seja contínua).

Os principais fatores que influenciam na aderência tijolo-argamassa são:

• qualidade das argamassas, por exemplo, capacidade de retenção de água;


• qualidade dos blocos, p. ex., velocidade de absorção (sucção inicial); condições da
superfície (partículas soltas, textura, etc);
• qualidade da mão de obra, p. ex., tecnologia de assentamento e preenchimento
completo da junta: intervalo de tempo entre o espalhamento de argamassa e a
colocação do bloco; intervalo de tempo entre a mistura e o uso da argamassa, etc.

7.4 - Tecnologia para o serviço de alvenaria

o operário especializado para serviços de alvenaria é denominado de pedreiro


assentador, pedreiro de alvenaria ou simplesmente pedreiro

A boa técnica consiste em executar a alvenaria como um elemento coeso com


características geométricas bem definidas. Deve-se também proceder à construção de
alvenarias que atendam adequadamente os requisitos exigidos pelas funções que irão
ter e que não venham apresentar patologias no futuro.

38
A boa técnica não pode ser também dissociada dos aspectos econômicos relacionados
com: maximização da produtividade da mão de obra; eliminação de desperdícios de
materiais, otimização do tempo dispendido na execução do serviço, etc.

7.5 - Tijolos e blocos para alvenaria

Os tijolos e blocos podem classificar-se segundo à matéria prima e ao processo


empregado em sua fabricação:

• argila
• concreto
• silico-calcáreo
• solo-cimento
• solo-cal
• vidro
• etc

Quanto aos produtos (tijolos e blocos), atualmente são utilizados, para


alvenaria, no Brasil:

• tijolos maciços
• blocos ceràmicos furados
• blocos de concreto
• blocos sílico-calcáreos
• blocos de concreto celular auto-clavado
• tijolos de solo. cimento
• tijolos de solo cal
• blocos de solo cimento
• tijolos de vidro

7.5.1 - Tijolo maciço

A matéria prima básica empregada no tijolo maciço é a argila.

As dimensões do tijolo maciço devem corresponder a fórmula estabelecida por


FRITCH, que expressa que o comprimento do tijolo deve ser duas vezes a sua
largura mais a espessura de sua junta, e a largura deve ser igual a duas vezes a
sua espessura mais uma junta (1 em) ou:

39
c = 2L + 1J
L = 2E + 1 J,

Onde:

E - espessura
C - comprimento
L -largura
J - junta Relações dimensões - FRITCH

Antigamente o tijolo maciço era bastante utilizado na execução de alvenarias


portantes, porém hoje em dia com o advento do concreto armado e o largo
emprego de alvenaria de vedação, o seu emprego destina-se me geral a serviços
secundários como demarcação de alvenaria, encunhamentos e outros.
Quanto aos tipos de alvenaria a se executar com o tijolo maciço, tem-se:

alvenaria de ~;Svez;
alvenaria de 1vez;
alvenaria de 1 vez e meia

As figuras
..... a sezuir
~ mostram a alvenaria de Y:! vez e de 1 vez.

Alvenaria de 11: vez

-+0
Alvenaria de 1 vez

7.5.1- Bloco cerâmico furado

Os blocos ceràmicos furados são fabricados com argila e conformados por


extrusão. Possuem ranhuras nas suas faces laterais para obtenção de maior
aderência com a argamassa de assentamento ou revestimento. Estes blocos são
fabricados com dimensões padronizadas (teoricamente)', e tem furos circulares
ou quadrados.

Existem blocos cerâmicos para alvenaria de vedação e para alvenaria auto-


portante, porém os mais utilizados, e que serão vistos neste ítem, são aqueles
que se destinam a alvenarias de vedação.

As propriedades mais importantes dos blocos de vedação, algumas delas


especificadas na NBR 7171 são:

• limites para variação dimensional e empenamento - 3 rnm


• aborção da água - 10 ou 20 %
• resistência a compressão - 1,0 MPa(classe A) e 2,5 MPa (classe B)

Quanto as dimensões, a NBR 8043 estabelece as seguintes dimensões para os blocos


cerâmicos:

\ Em estudo do autor realizado em conjunto com um aluno de iniciação científica constatou-se. até o
momento. para quatro diferentes blocos (provenientes de olarias de MG. GO e Df). que nenhuma das
dimensões (médias) satisfizeram. as normas da N'BR 7171
·H
Dimensõas blocos cerâmicos segundo a NBR 8043

Ident. Comercial blocos Largura (mm) Altura (mm) Comprimento


(mm)
10x20x10 90 190 90
10x20x2O 90 190 190
10x20x30 90 190 290
10x20x40 90 190 390
15x20x10 140 190 90
15x20x20 140 190 190
15x20x30 140 190 290
15x20x40
---------
140 -
190 -- - ------------
390

Para se garantir um nível de segurança contra ação de cargas laterais (por


exemplo cargas provenientes da ação do vento ou de impactos 'acidentais), as
dimensões das paredes deverão ser limitadas tanto na direção do seu
comprimento como na direção da sua altura. Esta limitação será imposta por
elementos contraventantes, que são:

• na direção do comprimento da parede: pilares enrijecedores e paredes


transversais:
• na direção da altura da parede: vigas, lajes e cintas de amarração

_'""':.'-_'
';_. __.:. ... -r: ,

--o

'··1

Alvenaria de vedação com elementos contraventantes I estrutura


Em função da largura do bloco cerâmico e da localização da parede do edifício
(paredes internas ou externas ou paredes de fachada), recomenda-se que não sejam
ultrapassados os vaiares indicados na tabela a seguir.

Dimensões máximas recomendadas para paredes de vedaçã .mtre


elementos contraventantes

Largura do bloco I Paredes internas I Parede: achada i


~m) i Alt máx Campo Máx i Alt. Máx ;omp. Máx I
9 i 3,20 6,50 I 2.70 5,00 .
14 i 4,20 8,50 i 3,70 7,00

Conforme visto anteriormente as larguras usuais do bloco cerâmico são 9 e 14


em. Recomenda-se, em alvenarias de vedação de edifícios, a utilização do
bloco de 14 em para paredes externas, e 9 em para interna.. o garantindo um
maior desempenho e/ou qualidade ao edifício, principalmente no que diz
respeito ao conforto térmico. Muitos profissionais da área de engenharia
sempre alegam a lógica do menor custo, porém, o conceito referente ao
"desempenho do edifício hoje torna-se cada vez mais importante, com relação .,
a outros aspectos de segurança, conforto, durabilidade, etc.

A seguir são apresentadas paredes de blocos cerâmicos do tipo de ~/;vez e de 1


vez.

Alvenarias de vedação de blocos cerâmicos do tipo j';: vez

+3
Alvenaria de vedação de blocos cerâmicos do tipo 1 vez

7.5~ - Blocos de concreto

São componentes destinados a alvenaria de vedação ou estrutural (autoportante)


constituídos por cimento Portland comum ou de alta resistência, agregados - brita
zero, areia natural ou artificial pó de pedra (opcional), e água.

Se destinados a receber revestimentos, devem ter a superfície suficientemente áspera


para garantir uma. boa aderência.

De' ~.o ser observadas as espessuras das paredes que compõem os blocos, pOIS
estando estas fora das especificações sua resistência é comprometida.

Consideram-se como valores de espessura de paredes de blocos concreto:

• vedação - 15 mm
• estrutural- 25 (blocos de 15) e 32 (bloco de 20) rnm

Valores de resistência à compressão de blocos de concreto para


vedação e estrutural estabelecidos. pela NBR 7173/82 e NBR6136/80
•... '. o.,., ,'o. ' ,',' • •

Bloco Rmc (mín) MPa Valor indo R c (mín)


Vedação 2.5 2.0
Estrutural Tipo A 6,0 -
Estrutural Tipo B I 4.5 -
Valores estabelecidos para índice de absorção

I ....... --,
.olÚ~O lIma (mín)-% Valor indo Ia %
Vedação I 10 15
I Estrutural TiQo A I 10 15
44
Dimensões blocos vazados simples para alvenaria sem função estrutural o NBR.
1173

Designação Largura Altura Comprimento i

Blocos de 20 cm 19 19 39
19 19 29
M-20 19 19 19
19 19 9 !
I
19 9 19

Blocos de 15 em 14 19 39
14 19 34
14 19 29
M-15 14 19 19
Blocos de 10 cm 9 19 39
9 19 29 !

M-10 9 19 19
,

9 19 14
9 19 9
9 9 19 I
Existem ainda outros componentes para ser utilizados em conjunto com blocos de
concreto corno blocos tipo canaleta, que podem ser utilizados para cintas de amarração
de fundação e cobertura e blocos tipo jota.

Alvenaria com utilização de blocos de concreto

Conforme visto na figura anterior, a alvenaria de blocos de concreto é bastante


raciona lizada, já que em geral este componente é melhor padronizado quanto as
dimensões. A quantidade de argamassa a ser utilizada nas juntas tarnoem será menor, e
poderá ser feita com a aplicação de bisnaga.

45
7.5. '+ - Blocos de concreto celular

Disponíveis no mercado como blocos estruturais para alvenaria de até dois pavimentos
como blocos de vedação.

São fabricados com concreto leve, autoclavado, e constituídos a partir de uma mistura
de cimento, cal. pó de alumínio, aditivo para expansão e água.

A cura é realizada em auto claves sob vapor saturado, elevadas pressões e


temperaturas.

Proporciona uma alvenaria bastante racionalizada, devido a sua regularidade de


dimensões, eliminação de chapiscos ou rebocos internos, podendo ser aplicado gesso
ou acabamento fino diretamente sobre os mesmos.

Ainda, devido a facilidade de corte (efetuado com serrote para este fim), proporciona
maior facilidade no embutimento de instalações.

Resistência a compressão de 1,5 à 4,5 :MPa

As dimensões usuais são 7..5/10/12115/20 em de espessura, 40 em de largura e 60 em


de comprimento.

Devido as dimensões apresentadas para largura e comprimento, proporciona uma boa


produtividade, apre ando consumos menores por unidade por metro quadrado de
alvenaria.

o seu maior emprego na construção civil é para uso em lajes nervuradas.

Alvenaria de blocos de concreto celular

46
1.5.5 - Blocos sílico-calcáreos

Muito utilizados na Europa desde a década de 50, foram recentemente trazidos ao


Brasil: Podem ser do tipo estrutural ou vedação. São fabricados com uma mistura de
cal e agregado finos, de natureza predominantemente quartzoza.. São endurecidos em
auto-claves a vapor de alta pressão e temperatura. A sua resistência varia de 3,5 à 6,0
MPa para emprego em alvenaria de vedação e 7,5 à 15,0 MPa '~:ml alvenaria
estrutural

Quanto as dimensões, aqueles destinados a vedações apresentam dimensões nominais


de 19 e 39 em de comprimento, 19 em de altura e 9, 14 e 19 em de espessura. Podem
dispensar acabamento ou receber pintura., de acordo com o projeto.

Alvenaria de blocos sílico-calcáreo

7.5. (; - Tijolos e Blocos de solo cimento

Os tijolos e blocos de solo cimento, embora não sejam muito utilizados na prática de
construção civil, hoje vem se tornando alternativas interessantes do ponto de vista
ambiental, e da perspectiva de desenvolvimento auto-sustentável das cidades, já que
não agridem o meio 'ambiente devido a não necessitar de queima no seu processo de
fabricação.

Após pequeno período de cura, adquirem resistência à compressão tanto mais elevada
quanto maior for a quantidade de cimento empregada; esta, no entanto, deve ser
limitada a um teor ótimo que confira ao material curado a necessária qualidade, sem
aumento no custo de fabricação.

Os materiais empregados são solo. cimento e agua.

47
o solo é o componente de maior proporção na mistura, devendo ser selecionado de
acordo com o uso da menor quantidade de cimento possíveL Devem ser evitados solos
que contém matéria orgânica. São utilizadas na fabricação prensas do tipo manuais,
mecânicas ou hidráulicas.

Embora o solo cimento não seja utilizado com frequência, este apresenta algumas
vantagens hoje, dentro de necessidades de desenvolvimento auto-sustentável de nossas
cidades, já que não necessita de queima nos processo de fabricação de tijolos. Várias
pesquisas tem sido realizadas com esta tecnologia no Brasil, sendo que a Universidade
de Brasília - DF (ENe) tem efetuado assistência à Cooperativas e pequenas empresas.

Pátio de estocagem de tijolos de solo-cimento de Cooperativa


Habitacional (COOPERCIM) situada em Samambaia - DF
7.5.6 Outros

tijolos refratários: produtos derivados de cozimento de argilas refratárias a


altas temperaturas; resistem sem se deformarem. a temperaturas de até 1200 "C.
São aplicados em revestimentos de lareiras. fomos, etc.

blocos de vidro: utilizados como vedação. produzidos em vidro incolor,


melhoram a luminosidade do ambiente (p/ aderência da argamassa no
assentamento. é necessário que os mesmos sejam submetidos ao jato de areia);

painéis pré-fabricados: ainda, muitos pré-fabricados tem sido atualmente


utilizados em alvenarias. sendo que podem-se citar, dentre outros: concreto,
argamassa armada, fibra-cimento, madeira compensada e fórmica, gesso
acartonado, etc, a maioria deles para vedação e divisórias internas,
prcporcionando racionalização da obra já que muitos deles requerem apenas
operações de montagem.
7.6 - Etapas/Serviços de uma alvenaria

As alvenarias sãc executadas basicamente em três etapas:

• demarcação;
• elevação e
• encunhamento

Como etat as intermediárias consideram-se os cintamentos e as vergas, li...


· pilar-
alvenaria : te.

7.6.1 - Demarcação da alvenaria

o primeiro passo a ser realizado na execução de alvenarias é a demarcaç,,o. Esta é


feita a partir do projeto de arquitetura, sendo que as espessuras das paredes
constantes nos projetos são obtidas a partir das dimensões do tijolo ou bloco
considerado e do tipo de alvenaria (1/2 vez ou uma vez), somadas com as espessuras
dos revestimentos.

Observa-se crimeiramente o nivelamento do respaldo da fundação, em seguida faz-se


a marcação com giz sobre o respaldo da fundação. Em cima da marcação faz-se a
distribuição dos tijolos ou blocos das duas primeiras fiadas, sem argamassa.
considerando-se a espessura dos revestimentos e as dimensões dos compartimentos,
bem como a marcação dos locais de portas. Procede-se então ao assentamento das
~primeiras fiadas, a partir do assentamento de urna unidade em cada extremidade,
e fio de nylon interligando as duas extremidades, para a assentamento das demais.

Em geral. para a demarcação de alvenaria de blocos cerâmicos e tijolos maciços,


utilizam-se tijolos maciços, sendo que a primeira fiada tem como finalidade a
demarcação e a segunda eventual fixação posterior de rodapés.

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Demarcação (ia alvenaria

49
Para o caso de alvenarias em blocos de concreto e em blocos de concreto celular
costuma-se executar a fiada de marcação diretamente com os blocos de assentamento.

,"11 L~n . .::,


'~<_ I, •
If.~!

.'
:,.'.t
-' )

Nivelamento da primeira fiada

7.6.2- Elevação ou levantamento da alvenaria

Após a execução da demarcação da alvenaria, e do assentamento da primeira fiada. a


qual deverá ser nivelada (por exemplo partindo-se de pontos de nível demarcados nos
pilares), conforme figura apresentada no ítem anterior, inicia-se o serviço de elevação
da alvenaria, pelas extremidades, ou encontros com paredes principais ou pilares.

Para o alinhamento vertical, utiliza-se o prumo de pedreiro; no sentido horizontal, para


_auniformização das alturas ou espessuras das fiadas cabe ao "escantilhão" (ou
pontalete graduado) fazer o papel de guia

Elevação da alvenaria a pi.rtir dos cantos com o uso do escantilhão

50

----.,

\
---,
"\
Para o alinhamento vertical. utiliza-se o prumo de pedreiro; no sentido
horizontal, para a uniformização das alturas ou espessuras das fiadas cabe ao
"escantilhão" (ou pontalete graduado) fazer o papel de guia.

Os cantos são levantados em primeiro lugar (o que denomina-se vulgarme 1


construção por castelo), porque desta forma o restante :" ... '~rie será e: 1

sem muitas preocupações de prumo e horizontabilidade ; ... llcé".. A pan


cantos serão erguidas as demais fiadas, com o auxílio de uma lin' 1que r.
guia para os blocos e/ou tijolos.

A linha pode ser esticada com pregos ou com suportes espec: is de r a.,
projetados para este fim.

As paredes de maneira geral devem ser construídas perfeitam .:ente vertic...s cu


no prumo. Em uma seção vertical qualquer, se o eixo da parede apresentar um
desvio lateral, diz-se que a parede está fora do prumo, podendo-se medir o
desvio da parede, chamado de desvio de prumo ou perda de prumo (em em), no
sentido horizontaL .

Ainda, as fiadas devem ser assentadas horizontalmente. e pelo menos uma das
faces deve corresponder a um plano perfeito (a linha pertencente a face é urna
reta), e diz-se que a alvenaria apresenta um bom desempeno: quando isto não
acontece. diz-se que a parede está embarrigada.

1.6.3 - Amarração da alvenaria

A sistemática de amarração corresponde a um padrão repetitivo de desencontro


de juntas verticais de maneira a amarrar fiadas sucessivas de tijolos. Tal prática
permite otimizar o monolitismo, a rigidez e a resistência mecâr..ca da parede.

Quando ocorre o desencontro das juntas diz-se que a alvenaria é de junta


amarrada. Quando isto não ocorre diz-se que a alvenaria é de junta a prumo. A
disposição de blocos ou tijolos mais comum é aquela em que o trespasse ou
desencontro das juntas verticais equivale a metade do comprimento do tijolo.
Esta disposição tem a vantagem de não exigir o corte de tijolos em tamanhos
especiais (além eventualmente do meio tijolo). tomando mais racional o
processo construtivo .

Antigamente, se utilizava o tijolo maciço em alvenaria de um tijolo (uma vez),


s;

e era Z:eqi.ien:~ C' uso de amarr:->.';'::t) comum ou amarrarão francesa quando se


pretendi; uma economia de tijolos.

.51
J I '
........_.&..
.-
]

LI i 111'. ! ID
....... ". "W.!a. _ ~ ~=-

Amarração comum alvenaria tijolo 1 vez: vista lateral e planta fiadas (n) e (n+1)

Quando se utilizam paredes de Yí meia vez., de tijolos ou de blocos, que é a


maioria dos casos hoje, basta desencontrar as fiadas.

Amarração em alvenarias de blocos de concreto

Ainda. pode-se também utilizar como amarração em cantos e encontros de


paredes pilaretes de concreto, neste caso, estes não tem função estruturaL mas
somente de amarração, sendo válidos quando se tem blocos de comprimento
pequeno que não propiciam uma boa amarração.

7.6.4 - Ligação pilar-alvenaria

A ligação entre paredes e pilar pode ser feita por meio de chapisco ou por meio
de ferro cabelo.

7.6.4.1 - Aplicação de chapisco na superfície de concreto referente ao pilar

Limpar a superficie de concreto, e executar um chapisco, como chapisco rolado


(com rolo para textura acrílica) ou com desempenadeira dentada, com
antecedência de 72 horas.

7.6.4.2 - Chumbamento de ferros-cabelo (esperas)

Marcar as posições indicadas no projeto para a fixação dos ferro-cabelo que,


em geral, são posicionadas de duas em duas fiadas, a partir da segunda fiada.

Os ferros cabelo podem ser montados com barras de aço CA 50, com diàmetro
de 5mm dobrados em forma de U (não é muito conveniente deixar o ferro em
52

'\
--..,
ponta. pois pode ocorrer acidentes com operários i, ou com telas de aço
galvanizado de malha quadrada de 15 x 15 mm e diâmetro do fio 1,4 mm.

No caso do ferro cabelo com barras de aço, deve-se furar previamente o pilar
com furadeira elétrica e broca de diâmetro de 6 mm, e executar o chumbamento
com adesivo à base de resina epoxi.

No caso de telas metálicas, o chumbamento deve ser feito com pinos de aço por
meio de sistemas de fixação à pólvora.

,"""'

Ligação pilar-alvenaria por meio de ferre-cabelo

7.6.5 - Ligação da alvenaria com a laje ou viga superior / encunhamento

A ligação das alvenarias em sua parte superior com a estrutura é realizada


mediante a operação denominada de encunhamento da alvenaria, ou
colocação de cunhas entre a estrutura e a alvenaria.

A execução do encunhamento das alvenarias deve ser efetuada com a


argamassa de assentamento seca (três a sete dias. normalmente).

É firndamental que a estrutura contra a qual se esteja encunhando a alvenaria


tenha sido totalmente solicitada e portanto deformada o que é impossível de se
conseguir. Normalmente recomenda-se. pensando na questão da deformação da
c:::.ilUlLU d. que o encunhamento de Urna alvenaria somente seja feito após o
carregamento da estrutura com a execução da alvenaria correspondente do
andar superior. Recomenda-se ainda, na medida do possíveL que o
53
encunhamento seja feito na sequência dos andares mais altos para os mais
baixos (de cima para baixo) de forma a garantir que os pesos próprios da
alvenaria carreguem a estrutura e não a alvenaria dos andares inferiores.

Para a execução do encunhamento de alvenarias de blocos ou tijolos cerâmicos,


utiliza-se frequentemente tijolos maciços com pontas quebradas em forma de
cunhas aplicados com argamassa de cimento e areia comprimindo-os entre a
alvenaria e a estrutura.

No caso de blocos de concreto, o encunhamento poderá ser feito tanto com


tijolos maciços como com cunhas de concreto pré-moldadas (neste caso as
cunhas são aplicadas com ou sem argamassa, com pressão).

'\

Encunhamento de alvenaria

Para as alvenarias de bloco de concreto celular, as cunhas podem ser


produzidas a partir do próprio bloco, cortando-se o mesmo com serrote,
diagonalmente.

o encunhamento também pode ser executado com materiais elásticos, como


poliuretano expandido, por exemplo, ou com argamassa com aditivos que a
tomem expansiva (ou menos rigida). Este procedimento é indicado quando se
há suspeita de deformação da estrutura por deflexão ao longo do tempo.

7.6.6 - Vergas e contravergas

Vergas e contravergas são elementos de concreto (semelhantes a cintas de


amarração) utilizados nos vãos de portas e janelas.
Sobre os vãos das portas e janelas devem ser construídas as vergas. Sob os vãos
das janelas devem ser construídas as contra-vergas.

Vergas e contra-vergas executadas em janelas

As vergas sobre o vão tem como fmalidade evitar que as cargas da alvenaria
superior recaiam sobre a esquadria, deformando-a. E as vergas sob o vão tem
como finalidade distribuir as cargas concentradas, uniformemente, pela
alvenaria inferior.

Os problemas que em geral ocorrem .al:a de verga superior, é a deformação


da esquadria, já que a carga da alvenaria incide sobre a mesma: e na falta da
verga inferior, é a fissuração da alvenaria, que ficará sujeita a carga
concentrada nos lados do vão e sem carga no centro. A diferença de solicitação
fará com que surjam rachaduras na alvenaria, visíveis no revestimento e de mau
aspecto.

A verga superior. quando no uso de janelas pequenas. (e no caso de colocação


posterior de, cortinas), deverá ser feita com a colocação de tijolos comuns ou
madeira rio lado interno.

Quando os vãos são maiores que 2,40 m, as vergas deverão ser calculadas corno
vigas. Abaixo destas medidas pode-se utilizar, para vãos de até 1,00 m, apenas
duas barras de aço de 1/4"entreduas fiadas de tijolos assentados com argamassa
de cimento e areia no traço 1:3.

.~.: " ,;;-g~spodem ser. aindc, ;::-: ~~:O~'::.l~dS. quando se há UI!.", ':cmaIlua ~r;mde
na obra, ou moldadas in loco.

55
7.6.7 - Argamassa de assentamento

A argamassa de assentamento deve ser plástica (gorda) e ter consistência para


suportar o peso dos blocos e/ou tijolos, mantendo-os no alinhamento.

Deve também ter capacidade de retenção de água., além de proporcionar


aderência com os blocos e tijolos.
Consideram-se adequadas as argamassas mistas traço 1:2:9 (cimento, cal e
areia).

Não se recomenda o uso de saibro na argamassa, devido ao fato do mesmo não


ser um material normatizado, porém, em locais onde não haja cal este pode ser
utilizado, sendo que a dosagem deverá ser estabelecida em função da qualidade
do mesmo.

o cimento a ser utilizado na argamassa é o cimento Portland comum - CP250.


Também pode-se empregar cimento Portland comum CP320, ou cimento para
alvenaria. No uso de argamassa com cimento para alvenaria recomenda-se o
traço de 1:5 (cimento AL e 'areia).

A água a ser empregada na argamassa deve ser potável.

A cal empregada pode ser virgem ou hidratada, devendo-se proceder, nu


primeiro caso, a extinção completa da caL

7.6.8 - Cintas de amarração

Quando não se tem uma estrutura de concreto para o recebimento de cargas de


cobertura/telhado, ou seja, quando se tem alvenarias portantes (o que
geralmente ocorre) em pequenas e médias edificações. devemos evitar a
concentração de cargas diretamente sobre as alvenarias. Para isto, utilizamos
uma ~inta de amarração de concreto sobre as paredes, ou em seu respaldo
supenor.

Para a execução da cinta de amarração pode-se utilizar como formas tábuas de


madeira ou blocos de concreto do tipo canaleta, sendo que este ultimo é mais
adequado quando a alvenaria também for executada com blocos de concreto.

No caso do uso de tábuas, estas devem ter 20 em de largura e serem fixadas no


respaldo da alvenaria, travadas na parte .supêrior da mesma com dispOSItIVOS
apropriados de travamento, como por exemplo, barras de aço de 10 mm ou
"sargento" (ferramenta empregada para esta fmalidade).
56
ou
Talas pregadas
Tábuas
------
,4,2mm
lI' '-- O,30m

.,

7.6.9 - Embutimento de instalações

Em geral as tubulações hidráulicas e elétricas são embutidas após a execução


da alvenaria. com a parede chapiscada.
.--,.
Atualmente, existem muitas possibilidades de embutimento planejados de
instalações. vi.sando a obtenção de uma alvenaria mal" racionalizada.

Os trechos de alvenaria onde serão efetuadas as passagens de instalações


"
podem ser executados com tijolos maciços, para facilitar o corte para colocação
da instalação. \'este caso deverão ser previstas pequenas banas de aço para
garantir a amarração.
f.--....,

Passagem de tubulação elétrica em batente de perfil metálico

57
Para instalação elétrica também poderão ser utilizados blocos assentados com
furos na vertical. no ponto onde ficarão os interruptores ou tomadas. Para cada
fiada de blocos assentados deve-se passar a mangueira corrugada pelos furos do
bloco.

Ainda, outras soluções poderão ser empregadas, como a utilização de batentes


metálicos já projetados para a passagem de tubulação em seu interior, ou o uso
de "shaft", que é uma caixa ou um local projetado para a passagem de
instalações. inclusive com abertura para manutenção, hoje frequentemente
utilizado em edificios em altura.
'-
No caso de embutimento de tubulações para válvula de descarga com diâmetro
em geral de 2"), em paredes com espessura de 9 em, não se recomenda o corte
da alvenaria, procedendo-se da seguinte forma:

• no local da instalação, inserir um pontalete de 6 x 6 em;


• assentar os blocos faceados com o pontalete, colocando nas juntas de
assentamento barras de aço de 5 mm de 60 em de comprimento:
• retirado o ponralere, inserir a tubulação e recompor a parede com argamassa
e encasque

Embutimento de vávula de descarga em alvenaria de 9 em espessura

58
1.6.10 - Chumbamento de batentes (portais)

Na etapa de elevação da alvenaria deverão ser deixados os vãos das portas e das
janelas conforme indicados no projeto.

Para as portas de madeira, deverão ser deixados vãos com :.....~_L~i.ga de 4,' 1
de cada lado e na parte superior para o assentamento dos portais (3,0 em
os portais e 1,5 em para a fixação dos mesmos). Os portais deverã, t
colocados no esquadro, quando na elevação da alvenaria.

Os portais poderão ser fixados com tacos de madeira ou com grampos feitos
com barras de aço dobradas, ou, ainda, com buchas e parafusos. Para o
chwnbamento utiliza-se argamassa de cimento e areia na proporção de 1: 3.
L___
V1

~ 10 em
r "
--..,
~ ---

1,-

11
Chumbamento de portais por meio de grampos

8 - TELHADOS E COBERTURAS

A parte superior ou cobertura de uma edificação tem por objetivo fornecer


abrigo ao seu usuário, protegendo-o das intempéries, devendo ser capazes de
receber água' de chuva. neve ou geada e' conduzi-la para o solo, além de
proporcionar isolamento térmico adequado à região considerada. para que se
tenha um conforto no interior da edificação.

o telhado é constituído, no caso de edificações do tipo horizontais, na maioria


das vezes, de uma estrutura de armação e de um conjunto de telhas com função
de vedação.

Já em edifícios (edificaçõcc verricalizadas), é frequente o uso de lajes como


elementos estruturais da cobertura, sendo que estas cumprem, também. a

59
função de forro. Neste caso. é necessáno o uso de um sistema de
/"'o
impermeabilização.

8.1 - TELHADOS

8.1.1 - Projeto e execução

Os telhados devem ser projetados em função do tipo de telha escolhido. sendo


as mais comuns as de encaixe ou as do tipo capa e canaL para telhas cerâmicas,
e telhas onduladas. para o caso de telhas de fibra-cimento.

Em projeto deve ser especificado o uso de telhas com dimensões padronizadas


e. no recebimento do material em obra verificado se as" telhas tem todas o
mesmo tamanho. para que haja perfeito encaixe entre elas. facilitando sua
colocação e garantindo que o telhado seja estanque à água.

o telhado deve ser projetado com dimensões tais que não se tenha que cortar a
telha.
"
Água e a designação dada a qualquer superfície plana inclinada de uma telhado.
" Estas deverão ter' comprimento múltiplo da largura útil das telhas e largura
múltipla do comprimento útil das telhas. Para se conseguir isto, muitas vezes
será preciso ajustar a largura dos beirais.

)[0 uso de telhas cerâmicas francesas. estas se encaixam nas da fiada anterior
com uma defasagem de meia telha portanto deve-se solicitar ao fabricante que
forneça meias telhas para serem usadas nas extremidades .

.-\ execução começa do beiral para a cumeeira. caminhando em sentido


conrrano ao vemo.

As telhas do beiral.e das laterais devem ser fixadas (amarradas ou embaçadas)


para evitar que se soltem pela ação dos ventos .

.-\ argamassa a ser empregada no emboçamemo das telhas devem ser do tipo
mista. por exemplo. no traço I::2:9 (cimento. cal e areia) .

<,
8.1.2 - Formas dos telhados

Os telhados podem ser do tipo uma agua. duas águas ou mais águas .. J... seguir
são apresentados alguns exemplos de telhado com uma. duas ou mais águas .. -\
seta indica o caimento das águas.
60
Exemplo de telhado com uma água:

Exemplo de telhado com duas águas:

Os telhados podem ainda. ser de três águas ou mais.

b b

Lado A

~
I I
Vista do lado A

6l
8.1.3 - Elementos divisores de água em um telhado
-
--------,
a) Cumeeira
"">,

\
É um divisor de águas horizontal
rt- ,-.
c
~
~

'"
~

"

/
'\
b) Espigão
\
,

É um divisor de águas inclinado cr


-~
...
:.. I

c) Calha

É um recolhedor de águas praticamente inclinado _~Ij


~w

d) Rincão

E um recolhedor de águas inclinado

62
S.lA - Elementos de um telhado

o telhado é composto de: estrutura de armação, trama e cobertura.

8.1.-1.1 - Estrutura de armação

A estrutura de armação é a parte estrutural propriamente dita, e pode constituir-


se por tesouras e ~~tesouras, estruturas pontaletadas ou pela própria empena ou
oitão conformado pela parede (esta última solução é utilizada em geral para o
apoio nas faces externas da parede).

"

L Ul'IHA ou TIRA.·-IT~ LsuSP!~'O

Tesoura utilizada como estrutura de armação

Sua função é a de receber as cargas da rrama e transmiti-las aos elementos


estruturais do edificio.

Estrutura pontaletada como armação

Em princípio. toda madeira de lei pode ser usada. .-\ escolha depende. em
_:;i'x1fie . Dane. (1:1 ~:"'tJonibilidade local. :-\ peroba tem sido a madeira mais
utilizada (não é tão dura como o ipé). As bitolas comercias são de 6 x 12 em, 3
x 12 em. com comprimento máximo de 5 m.

63
TIJOLOS COMUNS

Empena para apoio do telhado e execução de tacos de apoio na empena

A tabela a seguir apresenta algumas espécies de madeira que podem ser


utilizadas nas estruturas para coberturas. agrupadas segundo as suas
características mecânicas.

Espécies indicadas para estruturas de coberturas

ilGRUPO C I
GRUPO A ljGRUPO B
Amendoim I Cabriúva I Anjico preto *
I
Guaratã *
Caovi I
Canafístula
Guarucaia
Jequitibá branco
I Cupiuba
Garapa
1
I

I
Taiuva •

Laranjeira I Pau marfim


Peroba rosa Sucupira amarela I

* madeiras que podem ser utilizadas, porém estas necessitam de um maior


cuidado na sua conformação, sendo que os pregos devem ser fixados com
cuidado para que não provoquem rachaduras nas peças.

8.1-1.2 - Trama

É wn quadriculado consriruído de terças. caibros e ripas. que se apeiam sobre a


esrrurura de armação e que por sua vez servem de apoio as telhas.

Vista da trama de um telhado


As terças recebem nomes especiais quando estão na parte mais alta do telhado
(cumeeiras), e quando se apoiam sobre as paredes e/ou vigamentos laterais
(frechais), conforme já descritos na tesoura.

8.1.4.3 - Terças

São peças horizontais colocadas em direção perpendicular às tesouras.

8.1.4.4 - Caibros

São colocados em direção perpendicular às tesouras. portanto paralelamente às


tesouras. Os caibros são inclinados. sendo que seu declive determina o
caimento do telhado. O caimento é sempre representado por meio de urna
rampa.

8.1.4.5 - Ripas

Constituem a última parte da trama. Serão pregadas transversalmente aos


caibros. portanto paralelamente as terças. O espaçamento entre duas ripas
consecutivas depende da telha utilizada. Portanto. para se proceder ao
riparnento é necessário que se tenha na obra pelo menos algumas telhas. para
que o carpinteiro possa medir a sua bitola ou o espaço entre as ripas. Será então
construída pelo carpinteiro uma guia que facilita a colocação das ripas com o
espaçamento requerido e constante.

Todo o trabalho com o madeiramento deve ser executado com carpinteiro


especializado. O carpinteiro estará na obra alguns dias antes do respaldo das
paredes no nível do telhado, preparando a madeira para que não haja atraso.

Em telhado simples de duas águas. para o apoio da trama. é mais conveniente o


uso de empenas ao invés de tesouras. Idem a pane interna. onde existir
abundância de paredes.

Não devemos esquecer a caixa de água, colocada em geral entre o forro e o


telhado. sendo que pelo fato desta ser uma peça de tamanho grande, deve ser
providenciada antes que o carpinteiro termine o madeiramento para que ela
possa entrar. O momento melhor é depois da colocação das tesouras. antes de
serem pregados os caibros.

8.1.5 - Dimensionnor-nrn f,._. .eiaauo

Para o dimensionamento do telhado o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do


estado de São Paulo indica o uso de tabelas com os vãos máximos de caibros
65
(Lc) x seção transversaL e vãos máximos de terças x (Lt) para telhas do tipo
francesa- romana, duplana. plan, colonial e paulista. conforme as tabelas a
seguir~ e para as madeiras estabelecidas na tabela anterior (madeiras do grupo

A..,BeC.

Vãos máximos de caibros (LC) x seÇau lIdll::syc • .;:>a.


Vão Máximo dos Caibros rt.c)
Colonial e Paulista
I Francesa, Duplana, Romana
I
Tipo madeira
Grupo (j e Plan I
I 1,80
1,90 1,40
A 1,40 2.00
2,20 1,6'0
B 1,60 2.20
2.50 2,00
! C 2.00 5x7
5x7 5x6
Seção transv. I 5x6
càtoro (em) I

Vão máximo terças (Lt) para telhas tipo francesa, romana, du lana ou plan
Vão máximo das terças (rn I
l Tipo de madeira / grupo
Vão dos Caibros ! A B C I A
B c
Lc (rn) I I

1.00 a 1,20 2.70 2.85 3.10 3,30 3,50 3.85


1,21 a 1,40 2,55 2.70 2.95 3,15 3,30 3.60
2,40 2,60 2.80 3,00 3,15 3,45
1.41 a 1,60
2,30 2,45 2,70 2,85 3,05 3,30
1,61 a 1,80
2.25 2,40 2,60 2.75 2,90 3,20
1,81 a 2.00
2.30 2,50 2.80 3,10
2,01 a 2.20
2,45 3,00
2.21 a 2,40
2,35 2.90
2.41 a 2.60
6 x 12 6 x 16
! Seção transversal I
i da Terca (em) ;

Vão máximo das ter_ç_as(U) para telhas tipo colonial ou paulista


Vão maximo das terças (m)
TiEo de madeira I grupo
Vão dos Caibros A B C A B c
Lc (rn)

2.65 2,90 3,20 3,40 3,75


1,00 a 1.20 2,50
1.21 a 1,40 i 2.40 2,50 2,75 3.05 3,20 3,50
2.40 2.60 2.90 3.10 3.35
1,41 a 1,60 2,30
2,30 2,50 2,80 2.95 3,20
1,61 a 1,80 2,20 I
1,81 a 2.00 - 2,20 2,40 - 2.85 3,10
2,01 a 2.20 i
i
- 2.15 - - 3,00

6 x 12 6 x 16
Seção transversa! da
Terca (em)


802 - TELHAS

Os caimentos dos telhados são expressos em porcentagem (%) de rampa. isto e, a


distância vertical e horizontal expressa em porcentagem (~.-;').

A cobertura de um telhado em geral é executada com telhas de ,_- --.. ou de ciir,


amianto, tendo cada uma destas caimento diferente, conforme a t~:::a.

8.2.1 - Telhas de barro ou cerâmicas

Composta de argila, fabricada por extrusão ou prensagem, e a seguir, submc


queima à temperatura média de 900 C. Quanto às propriedades, ressalte:
importància do índice de absorção. A NB - 9602 (i 986) indica que o índice ~~
absorção de uma telha cerâmica não deve ser superior à 20 %. Quanto ao tipo, as
telhas de barro ou cerâmicas podem ser:

Francesa, duplana ou romana: consumo de 15 a 16 peças por m2 (plano horizontal).


Existe uma peça especial para cumeeira. O caimento recomendado é de 32 % a 40 %.
Dentre as telhas de barro. a telha francesa é a mais econômica. ou seja. tem um
consumo menor de telhas por metro quadrado de telhado

a) telha francesa b) telha duplana c) telha romana

Paulista. canal ou colonial e plan: existem duas peças diferentes: o canal. para
conduzir a água. e J capa. para cobrir o espaço entre dois canais. O consumo de telhas
por m1 é 22 a 26 peças (plano horizontal), 50 % capas e 50 o ó canais. As capas
também servem para cobrir as cumeeiras e espigões. e para arrematar os oitões. O
caimento 'recomendado e de 20 a 25 %. A plan apresenta o mesmo sistema de encaixe.
e permite um caimento de :0 à 30 %. As cumeeiras, os beirais e oitões são em geral
emboçadas com argamassa mista ..

'I
/1
~ /:::/'"
a) telha paulista b) telha coloniaJ q UI telha plan

67
8.2 •.2 - Telhas de fibro-clmenro ou de cimento amianto

São compostas de amianto (asbesto), cimento e água. Embora haja grande


conrrovérsia no uso destas telhas, devido ao problema que pode ocasionar no
homem durante a sua produção". esta tem sido bastante utilizada no Brasil em
coberturas de edificações horizontais e verticais.

Ainda. há que se esclarecer que os problemas geralmente enfocados com


relação ao conforto térmico associados a estas telhas não são decorrentes da
telha. mas dos pequenos caimentos que estas permitem, gerando telhados com
menor colchão de ar; isto pode, porém ser melhorado com o uso de projetos
mais adequados, consultando sempre os fabricantes deste produto para melhor
orientação.

A maior vantagem no uso destas telhas é a economia que esta propicia na


trama. já que possuindo maior tamanho que a telha de barro, necessitará de
menos madeira para a execução da trama e menos mão de obra.

As telhas de cimento amianto podem ser do ripo onduladas. que são as mais
utilizadas. sendo que possuem comprimentos variados. e do tipo perfis
estruturais. que como o nome diz. podem "ir a serem empregados sem apoios
e/ou estrutura armação e trama. 0)'0 uso destas telhas. os fabricantes devem ser
consultados para a escolha do tipo e tamanho das telhas, conforme o projeto.

Sem reccbrimento

a) telha ondulada

; ..l.lguns paises proibcrn o LISO desta telha, e colocam que o anuamo c prejudicial a saúde
óS
9 -REVESTIMENTOS DE PAREDES

9.1 - COM ARGAMASSA

9.1.1 - Considerações Gerais

Os revestimentos tem como funções essenciais a proteção das estrutura- e


vedações de alvenaria bem como evitar a degradação precoce das mesmas,.: !1
de auxiliar nas funções de vedação tais como isolamento termo-acús: J,
estanqueidade à água e aos gases e segurança ao fogo. Possuem também
funções estéticas, de acabamento e aquelas relacionadas com a determinação do
padrão da edificação.

Após o preparo da parede/alvenaria com o lançamento de uma camada de


ancoragem para o revestimento de argamassa, segue o revestimento de
argamassa, que consiste em uma massa grossa seguida de uma outra fma ou até
mesmo uma única camada. que servem de base para receber pinturas ou
revestimentos ceràmicos.

o preparo da alvenaria ou camada de ancoragem é denominado de chapisco. e


consiste em um argamassa de cimento e areia grossa.

Já as argamassas de revestimento. que serão aplicadas sobre o chapisco são em


geral mistas. compostas por cimento. cal e areia. A argamassa de revestimento
pode ser aplicada em duas camadas ou em uma camada única. denominadas de
emboço e reboco ou camada única (reboco paulista).

9.1.2 - Propriedades dos revestimentos

Os revestimentos argamassados convencionais. para cumprir adequadamente


suas funções. devem possuir. entre outras. características compatíveis com as
condições de exposição e de execução. com a natureza da base e com o
acabamento final previsto.

Para domínio da tecnologia de execução de revestimentos de argamassas é


necessário o conhecimento de conceitos relativos às argamassas, às
propriedades dos revestimentos e às características da base de aplicação.

As propriedades. de maneira geral. alteram-se substancialmente com a variação


das proporções entre os materiais constituintes e com a variação na qualidade
destes materiais .

.', ?":':;riI11assadeve possuir fluidez suficiente para o manuseio. apresentando


coesão satisfatória que permita que a mesma tenha adesão adequada à colher.

ó'-)
Os fatores que influenciam essas propriedades são: o teor de água empregado e
as partículas finas (tanto sua natureza quanto o teor).

A argamassa quando lançada deve perder água e mudar de aspecto, para que
possa ser sarrafeada. Esta perda de água não deve ser muito rápida de forma a
não originar fissurrs que prejudiquem a aderência, nem muito lenta a ponto de
aumentar substancialmente o tempo de sarrafeamento. Uma boa argamassa que
seja de fácil espalhamento, ainda pode melhor a extensão da aderência.,
evitando que hajam falhas de contato entre o revestimento e o substrato.

As principais propriedades de um revestimento, considerando a argamassa tanto


no seu estado fresco quanto endurecido, são: trabalhabilidade, capacidade de
absorver deformações, propriedades mecânicas e capacidade de aderência ao
substrato.

9.2 - Características e procedimentos execução argamassas

As argamassas utilizadas para revestimentos de alvenarias são o emboco e


reboco. Segundo alguns autores, chapisco não é propriamente uma argamassa
mas uma camada de preparo do substrato para receber as demais camadas de
argamassa, criando uma superficie áspera entre a alvenaria e a. massa grossa. o
emboco.

A aplicação do chapisco é realizada com a colher de pedreiro e é salpicada na


parede. Sua ( ..sistência é bastante fluida e por isso sua espessura é
desprezíveL

O embaço, ou massa grossa., é utilizado para se obter, entre outras coisas, um


perfeito alinhamento da alvenaria já que raramente esta fica perfeitamente
alinhada e no prumo. A argamassa utilizada no embaço pode ser a mesma
utilizada no assentamento dos tijolos ou blocos da alvenaria.

A aplicação da argamassa na parede é realizada por meio de lançamento com a


colher do pedreiro. A parede não deve estar seca., nem muito úmida. Um
substrato muito seco puxará muita água da argamassa criando. assim, fissuras
indesejáveis. Por outro lado, estando o substrato muito úmido. este excesso de
água prejudicará a adesão da massa ao ser lançada. Portanto, para se obter uma
teor de umidade adequada é necessário apenas molhar a parede com o auxílio
de brochas.

Para se garantir o perfeito nivelamento da massa quando sarrafeada, o


revestimento é executado segundo guias ou mestras executadas de for.na a
determinarem a espessura final da camada .. --\5 guias vão da parte de cima da
parede até sua base.

70
Para a execução das guias podem-se utilizar taliscas (calços de madeira ou
pedaços de tijolos), assentados com argamassa de forma que a camada,
nivelada por estas alcancem a espessura desejada.

taJiscas

.,

Vista taliscas para garantia espessura argamassa revestimento I emboço

guias

.'

Vista das gUldS (ruesiras) executadas por meio das taliscas

71
A argamassa deverá ser apenada (vulgarmente se diz chapada), entre duas guias
ou entre algumas taliscas, sendo que o pedreiro deve passar um régua para
retirar o excesso de massa e observar locais onde porventura existam falhas,
procedendo a correção das mesmas. Este processo se repete até atingir o nível
desejado pela camada. Terminado o sarrafeamento, a próxima etapa é o
desempenamento da camada. tomando-a lisa.

Deve-se ressaltar que esta camada quando vista para corrigir falhas grosseiras
no alinhamento ou prumo das alvenarias pode acarretar custos elevados em
função do aumento no consumo de argamassa na edificação.

Outro aspecto importantíssimo quanto ao emboço é a necessidade do mesmo


atingir o grau desejado de alinhamento e prumo, pois a camada de reboco, ou
massa fina, é muito pouco espessa, não sendo capaz de corrigir falhas da
camada anterior.

A espessura do emboço deve permanecer em tomo de 2,00 em, mas pode


chegar a 3,00 em (espessura máxima pennirida por norma), sendo neste caso.
mais conveniente que a argamassa seja aplicada em duas vezes. Espessuras
maiores levarão a custos maiores sem grandes incrementos na qualidade do
revestimento podendo inclusive levar ao desprendimento da camada ao secar.

O reboco, ou massa fina. é o acabamento final do revestimento e por isso deve-


se utilizar em sua composição areia com uma menor granulometria (mais fina).
Esta camada permite um a loarnento mais liso e fino.

O reboco deve ter espessura em tomo de 5 mm. e é composto de cal e areia


fina.

No caso da utilização de argamassas prontas. é necessário escolher aquelas de


marca reconhecidamente de qualidade.

9.3 - Revestimentos Cerâmicos

9.3.1 - Com azulejos

o azulejo é o material mais utilizado para revestimentos de áreas molhadas,


sendo em geral fornecido nas cores branco. colorido e.ou decorado. podendo
apresentar detalhes em alto relevo. Suas dimensões usuais são 15 x 15 em, 20 x
20crn ou 20 x 30 em, observando-se que o mais utilizado é o de 20 x 20 CID.
As superfícies que receberão o revestimento de azulejos não devem apresentar
áreas muito :i.s<i:õ cu muito úmidas . .fJillverulências. bolor. gorduras. etc. Para o
início dos serv iças adotam-se os seguintes procedimentos:
- investigação das canalizações de esgoto e água. visando verificar se as
mesmas se encontram adequadamente embutidas na parede; pode-se também
proceder a testes de estanqueidade;
- verificação dos elementos e caixas de passagem de instalações elétrica s e
telefônicas, quanto ao seu correto embutimento.

Para o posicionamento da fiada mestra. deve-se partir do nível do o, "'-


conforme paginação do projeto. É indicado pela prática usual que se conl 'o ~
,.-,
assentamento da segunda fiada , a fim de deixar a primeira para arrern .!s e \

acabamento final do piso, evitando-se a presença de peças cortada .om ,


formato triangular. ------,

"

---.,

"
-------

I
I

I
I
i
i

Prumo
, Nível de bolha

I
I
,
RáSU:l d~ rr.:ldeir:l
"1 -:::1
I'
"

Horizontabilidade da fiada no assentamento do azulejo

Os azulejos podem ser assentados com argarr..:'':::'c'i u._j_ f"()la. Em ambos os


1... ;:-.:

casos deve-se deixar juntas de 1 a 2 mm entre uLu.iejv.::i vizinhos, podendo-se


formar diferentes desenhos no assentamento:
- Juntas a prumo:
i3
- Juntas em diagonal e
- Juntas em amarração.

I 1 1
I I I
l I I
I I L
l I I
Vist:l prumo Di.Jgonal Amarração

Exemplo de juntas a prumo, com amarração e diagonal

:..Ja execução de cantos internos. os azulejos poderão ser assentados de topo,


isto é. sem nenhuma peça especial entre os mesmos. Já para os cantos externos.
devem ser empregados peças cerâmicas rlP acabamento (calhas externas), com
mesma decoração e cor dos azulejos empregados ou perfis de alumínio.

Detalhe de acabamento em cantos externos e internos

\:0 encontro entre pisos e paredes. a ;_--':"·,~:~.7,>-:!![Ü de piso deve ficar embutido
junto a parede a fim de garantir sua perfeita ancoragem. Os azulejos devem ser
assentados com uma folga de 5 mm em relação aos pisos. de modo a evitar o
remonte das peças sobre os pisos.
,\

____ :.~, ... 3.:

'(:~!'~:tI

-
_. 5mm

Detalhe do encontro do azulejo com o piso

9.3.1.1 - Assentamento de azulejos com argamassa

Para o assentamento dos azulejos com argamassa. deve-se esperar no mínimo 7


dias para cura da base.

Os azulejos devem ser imersos em água limpa por um período rrúnimo de 30


minutos. Inicialmente devem ser assentados azulejos nos quatro cantos, sendo
que a horizontabilidade dos mesmos é alcançada por meio de nível de bolha ou
mangueira de nível. e a verticalidade por meio de prumo. .-\ espessura da
camada de assentamento. após pressionar o azulejo contra a parede. deve estar
compreendida entre 15 e 20 mm.

Deve-se garantir que:

a) a primeira fiada esteja rigorosamente nivelada (independente do caimento do


piso ):

b) as juntas sejam executadas precisamente. se preciso. com o auxilio de um


gabarito (régua metálica. palito. erc.);
75
c) a primeira fiada seja executada com o auxílio de urna linha esticada.

Para o assentamento dos azulejos a base constituída por embaço deverá estar pronta
pelo menos há 7 dias, para uma boa cura.

Antes do assentamento dos azulejos, é comum galgá-los ou' paginá-Ias, da mesma


forma que na alvenaria.

Para o assentamento utiliza-se argamassa mista sendo que a argamassa é


.-..
colocada no verso do azulejo em formato de bola na qual se faz um furo no
meio para ela melhor se espalhar. no momento de colocação do azulejo. Para a
colocação pressiona-se o azulejo contra a parede tomando-se cuidados para
haver o preenchimento completo no verso do azulejo, evitando-se assim que o
mesmo se desprenda da parede, problema muito comum em serviços de
assentamento mal executados. Em seguida bate-se o azulejo com ferramentas
de madeira ou borracha na parede, visando que o mesmo fique bem preso a
mesma.

o assentamento dos azulejos será feito por meio de faixas ou guias horizontais.
de bai:\O para cima .

A espessura da camada de assentamento. após pressionar O azulejo contra a


parede. deve estar compreendida entre 15 a 20 mm.

Deve-se. ainda. proceder para que:


a) haja distància suficiente entre os azulejos da primeira fiada e a laje.
necessária para a execução do piso e, evenrualmente. do rodapé;
b) a argamassa deve ser colocada com ligeiro excesso na face de
assentamento do azulejo (tardoz), cobrindo toda esta face:
c) após o azulejo assentado. acerta-se o prumo com pequenos impactos
com ferramentas de madeira ou borracha:
d) o serviço é seguido da limpeza nas faces vidradas. com um pano
umedecido

9.3.1.2 - Assentamento de azulejos com cola

A. base para aplicação da cola deve ser um embaço rústico .. -\. argamassa neste
caso é espalhada sobre o embaço com desempenadeira de aço dentada e o
azulejo colocado sobre a mesma.

9.3.1.3 - Rejunre dos azulejos

76
Após 3 dias da colocação dos azulejos. iniciar o rejunramento das peças. Pode-
se utilizar. no rejuntamento, argamassa preparada ou pré-fabricada para rejunte.
A preparada em geral é de cimento branco e alvaiade, no traço 2: I, ou 2 partes
de cimento branco e 1 de alvaiade. O alvaiade tem a propriedade de conservar
branco por bastante tempo o rejuntamento.

Quanto a argamassa pré-fabricada. seguir as recomendações do fabricante.

Para a limpeza final. lavar com água e detergente líquido neutro.

9.3.2 - Revestimentos cerâmicos em paredes

Os revestimentos ceràmicos em paredes. principalmente com o objetivo de


proteção e decoração de fachadas de edificios, tem sido utilizados em larga
escala, em lugar de pinturas, pedras ou até mesmo pastilhas cerâmicas.

O revestimento ceràmico que vem sido mais utilizado nos últimos anos e
constituído por peças cerâmicas de 10 x 10 em ou /.5 x 7.5 em.

o acabamento das peças varia em geral com textura acetinada ou brilhante nas
mais variadas cores.

Para maior aderência de material cerâmico à superfície a revestir. as peças


possuem em geral um .: ma de garras que deverão ser totalmente preenchidas
pela argamassa de assentamento.

Algumas ceràmicas trabalham com sistemas de pontos, neste caso as peças são
unidas por pontos de cola nas partes não acabadas das peças.

Nos últimos anos o uso desenfreado de peças cerâmicas sem muito


conhecimento técnico também tem acarretado problemas de patologia em
edificios. principalmente com relação ao descolamento das peças. O assunto
não ~ simples. pois o desempenho final é influenciado por fatores externos
diversos como variação de temperatura. umidade. etc, Argamassas pré-
fabricadas sem controle de qualidade também geraram problemas no
subsistema revestimento.

As técnicas, porém. de execução deste revestimento. estão começando a se


sedimentar por meio do estabelecimento de normas e pesquisas. onde podem-se
citar. dentre ·.::,,::,w.:>. .:-. ~~::R 13755 (1996) - Revestimento de paredes externas e
fachadas com ~:dca~ -:I.:iamicase com utilização de argamassa colante.

77
Pode-se dizer que a eficiência de um revestimento cerâmico depende
fundamentalmeme da peça cerâmica empregada e da argamassa utilizada .

Algumas das principais características técnicas dos revestimentos cerâmicos


são:

• Absorção de água - (ISO 13006 E ISO 10545)

• Caracteristicas dimensionais: as normas controlam a tolerância


dimensional. bem como limites máximos para peças fora de esquadro.
curvatura. empenamento e espessura

• Resistência Mecânica: carga de ruptura da peça e espessura em N/mm2 e


mm

• Diiatação Térmica: reversíveis, por variação de temperatura e irreversíveis.


por expansão por umidade. Ambas precisam ser absorvidas pelas juntas
largas e com rejuntamentos flexíveis. Medida em mm/rn e pode ser muito
baixa. quando a queima e a formulação estão bem feitas.

t Re515let7CIQ à gretagem: refere-se a finas fissuras sobre a superfície


esrnaltada. relacionadas com a expansão por umidade.

• Resisténcta à choques térmicos: característica que indica se o revestimento


é capaz de resistir a variações bruscas de temperatura

• Comportamento ao jàgo: é analisado sob 3 aspectos: resistência à ação


destrutiva das chamas, possibilidade de conrribuir na difusão da chama e na
emissão de fumaça e substâncias tóxicas (principal causa de mortes em
incendios )

• Facilidade de limpeza e manutenção

• Estabilidade de cores: problemas em geral de exposição a luz ultra-violeta.


quando na longa exposição do sol.

No caso de peças ceràmicas para pisos. ~UITas propriedades devem ser


acrescentadas. como:

• Escorregcunerao: (I.oudlcieme de atrito)

• Outras
..,0
10
9.3.3 - Recomendações gerais no uso de revestimentos cerâmicos em
fachadas

a) Cor: conferir que todas as embalagens tenham a mesma marcação de


tonalidade e especificações. Em caso de dúvida, chamar a assistência técnica

- -
antes de assentar. Guardar as embalagens como aarantia da tonalidade checada
e conferida. Guardar também uma caixa de cada cor para reposições futuras;

b) Argamassa: pode-se utilizar argamassa convencional ou preparada em obra,


ou a pré-fabricada ou pré-dosada; há controvérsias no estudo de ambas, alguns
autores apontam o fato que a argamassa convencional não tem retentor de
umidade, perdendo água com facilidade. e assim provocando uma aderência
insegura outros apontam o fato que a argamassa pré dosada nunca tem a
qualidade preconizada pelo fabricante. porém isto vem se modificando um
pOUCO nos últimos anos, e pode-se dizer que as argamassas pré-dosadas tem
apresentado um desempenho melhor -essaltando-se que deve se proceder a
especificação e escolha cuidadosa das mesmas, dependendo da finalidade,
lembrando-se que existem dois tipos de argamassas pré dosadas: as rígidas,
para paredes interiores, e as elásticas, para fachadas externas;

c) Pré-molhagem: quando se usa argamassa preparada na obra, que não tem

retenror de água. é necessário molhar as ceràmicas. Quando se usa argamassa


pré dosada, não, se esta contiver retentor;

d) Produtividade: no método convencional o rendimento de assentamento de


peças cerâmicas é de 6 a 8 m2 por dia. e no outro é de 20 a 40 m2 por dia:

e) Uso de desempenadeira denteada: para interiores usa-se dentes de 6 rnrn,


que produzem espessura de 2 .-.;_;_:_,
:; tiara racnacas, d-ntes de 8 mm, com

i9
espessura de 3 mm (neste caso as peças possuem garras que devem ser
preenchidas) ;

f) Juntas de movimentação ou expansão: as juntas de movimentação devem


alcançar a superficie do emboço, sendo preenchidas com material elástico
(masrique). Devem ser previstas a cada 3 m (entre pavimentos, p. e.). Fixando-
se as juntas horizontais a cada pavimento, as juntas verticais definem os panos
de movimentação.

Nos casos mais desfavoráveis (fachadas sem aberturas, peças grandes, alto
índice de insolação, etc), os panos não devem superar 9 m2. Já nos casos mais
favoráveis os panos podem chegar a até 30 m2. A espessura da junta deve ser
de 8 a 12 mm.

10 - POLÍMEROS: MATERIAIS ISO·LANTES TÉRMICOS E TINTAS

10.1 - POLÍMERos

Polímeros são substâncias formadas por moléculas gigantes. nas quais uma ou
várias unidades básicas. chamadas monômeros se repetem inúmetas vezes.

São compostos principalmente por átomos de carbono, hidrogênio e,


eventualmente, átomos de oxigênio, nitrogênio, cloro, etc.

Os processos de formação dos polímeros, ou seja, a união entre os vários


monômeros são os seguintes:

- adição: a mesma molécula de monômero é acrescentada à cadeia em


crescimento:
- condensação: duas moléculas reagem e eliminam água ou outra molécula
menor.

Existem essencialmente dois tipos de polímeros: os naturais e os sintéticos.


Dentre os naturais destacam-se a celulose e a borracha natural e dentre os
sintéticos, selantes, tintas e plásticos.

Os plásticos são materiais sólidos que contém uma ou mais substâncias


poliméricas, além de cargas, esrabil.zado=s plasnficantes, lubrificantes e
outros aditivos. .

Os plásticos se dividem em tennoplásticos e termofixos.


80
Os termopiásticos possuem a liberdade de se deformarem livremente com a
variação da temperatura, mantendo suas propriedades.
,\

Os termofixos, uma vez moldados, não podem ser mais ser modificados sem
prejuízo de suas propriedades.

A durabilidade dos polímeros é afetada, principalmente, por raios ultravioletas,


oxigênio e calor. Os polímeros são largamente usados em todo tipo de indústria
e especialmente na construção civil, onde podem ser utilizados em diversas
etapas da construção.
"

A seguir são citados alguns dos empregos mais comuns dos polímeros na
construção civil:

a) tubos e eletrodutos de PVC e CPVC~


b) telhas e domos de PVC, poliester e poliester com fibra de vidro;
c) isolantes térmicos, tais como:
d) plásticos expandidos (poliestireno expandido);
e) espumas plásticas (espuma de poliuretano):
t) plásticos celulares;
g) plásticos alveolares.
h) janelas e venezianas;
i) revestimentos para pisos, tais como:
- pisos vinílicos;
- pisos rígidos, laminados de melanina (fórmica)
- pisos de boracha (plurigoma);
- pisos têxteis (carpetes);
- pisos rígidos (resina epóxi, resina de poliuretano).
- forros. divisórias e revestimentos para paredes como o PVC para
estruturas de divisórias, papeis de paredes e fórmica para revestimentos
de divisórias, paredes de banheiro, cozinhas. etc.
- selantes, tais como: mastiques elásticos. borracha para juntas de
dilatações e material de impermeabilização.

10.2 - Materiais Isolantes Térmicos <,

10.2.1 - Conceitos

Segundo a Associação Brasileira de Isolamento Térmico - ABIT. isolante


térmico é um material capaz de diminuir de modo bastam€: :_,::ti~f~tóp .... e
conveniente a transmisão de calor enrre dois sistemas físicos.

81
Denomina-se condutibilidade (ou condutividade) térmica (kcal / mh '-'C ou W /
m CC) a propriedade de um material transmitir calor por condução. O
coeficiente indica a capacidade de condução de calor do material; depende
geralmente da densidade e porosidade do material.

Valores baixos deste coeficiente indicam que o material é um bom isolante


térmico.

10.2.2 - Características de um isolante térmico

Na lista a seguir, apresentam-se as características principais para um material


ser considerado um bom isolante térmico.

Características de um isolante térmico. Fonte: ABIT


• baixo coeficiente de condurividade térmica:
• boa resistência mecânica;
• incombustibílidade ou auto-extinguibilidade de chama:
• estabilidades químicas e físicas;
• resistência ao ataque de roedores. insetos e fungos:
(I baixa higroscopicidade:
e ausência de odor:
• economicidade

10.2.3 - Materiais utilizados

A lista a seguir apresenta uma relação de materiais de boa qualidade e


comercialmente utilizados em todo o mundo.

Isolantes de boa qualidade e comercialmente utilizados em todo o mundo

e amianto prensado
~ amianto projetado
.. argila expandida
e cimentos isolantes
-t-,
... concreto celular
" cortica, aalomerada
--
e ebonite expandida (polímero)
e espuma de borracha
$ espuma de vidro
• espuma de poJiuretano ou poliuretano expandido (polimerização da urerana)
G feltros

82
e lã de escória (resíduo silicoso que se forma com a fusão de metais)
e lã de rocha
G lã de vidro
e papelão ondulado
• perlita expandida (minério)
• poliestireno expandido (polimerização do estireno)
o sílica expandida (minério)
e silicato de cálcio (minério)
• vermiculite expandida (minério)

Alguns destes materiais não são fabricados no Brasil. ç outros aind.; _ ..ao em
fase de experiência.

10.2....- Critérios de escolha de um isolante térmico

De acordo com critérios referentes aos aspectos de economicidade. facilidade


de aplicação. disponibilidade no mercado brasileiro e previsão do fornecimento
dos mesmos. podemos citar os seguintes isolantes térmicos mais utilizados para
isolamento térmico em alvenarias e lajes na construção civil:

o poli estireno expandido


e poliuretano expandido
• poliestireno extrudado
• lã de vidro
e vermiculite expandida

10. 2.-t 1 - Poliestireno expandido

E um plástico expandido. resultado da polimerização do estireno. É conhecido "


sob as marca isopor. isoplast. etc. +-,

Logo no inicio de seu lançamento. o material foi muiro bem aceito como
isolante térmico. devido principalmente a sua leveza .. --\ figura a seguir mosrra
uma vista da estrutura celular do poliestireno expandido. utilizado para fins de
isolamento térmico na construção.

Seus inconvenientes são a instabilidade dimensional. baixa resistência


mecànica e necessidade de tratamento especial para tomar-se retardante ao
tO?:, ,-:, sc'.l !l'Q~')r uso, no mundo inteiro. ~ como acondicionamento. É
normalizado pela Associação Brasileira de normas T écnicas - .--\ENT.

\)'
lJ_'
Vista da estrutura celular do poliestireno expandido

É· encontrado no mercado sob a forma de placas, apresentando as principais


propriedades mostradas na tabela a seguir:

Propriedades principais do pollestireno expandido

Poliestireno Densidade À Tmax Custo


Expandido (kg 1m3) i, - W/m"K
O( LTSSím2
E = 40 mm 16 - 32 ! 0.037-0.033(1) I 80 (1) 6.07 (2)

1 - Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo - IPT


:2 - Média encontrada em Empresas ou Indústrias fornecedoras de São Paulo

10.2.-1.2- Poliuretano expandido

E uma substància química resultante de uma reação polirnérica. As espumas


rígidas são o resultado da espumação do poliuretano sob determinadas
condições. na presença de agentes de expansão. catalisadores. surfactantes e
aditivos retardanres à chama.

Possui uma série de vantagens. como por exemplo:

• células fechadas termofixas:


e baixa condutividade térmica:
• boa resistência mecânica:
e alta adesividade à maioria dos materiais de construção:
• baixa absorção de água;
o facu aplicação pela espumação em locais de difícil acesso. pelos processos:
• de spray e enchimento:
• alta estabilidade dimensional:
34
@ boa resistência aos solventes usuais:
• quimicamente neutra

Exemplo de aplicação do poliuretano expandido como


sanduíche em telhas metálicas

OBS: apesar das várias propriedades apresentadas pelo poliuretano expandido,


observa-se que o mesmo não é adequado para unlização em ambientes
fechados. devido a probabilidade de acidentes com fogo (já que os gases
resultantes da sua combustão são letais ao organismo humano)

A tabela a seguir apresenta alguns valores de referencia para as r- .pais


propriedades do poliuretano expandido

Propriedades principais do poliuretano expandido

,
Poliurerano Densidade À Tmax Custo
!
Expandido (kg 1m3) W Im'1<
"( US$;' m2
E ==.:.f0mm ::4 0.023 (I) 80 (I) 18,59(2)

1 - Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo - IPT


2 - Média encontrada em Empresas ou Indústrias fornecedoras de São Paulo

10.2A.3 - Poliestireno extrudado

Com o objetivo de melhorar as características do poliestireno expandido é que


se desenvolveu o poli estireno extrudado, conhecido sob a marca de fabricação
"sryrofoarn".

E fabricado por processo contínuo de extrusão que lhe atribui uma estrutura
celular fechada, diferente da estrutura do poliesrireno expandido.
35
Apesar de suas propriedades de retardância à chamas é combustível e deve ser
estocado e instalado com os devidos cuidados.

Quando da sua utilização as placas deverão ser aplicadas sempre prevendo-se


sua proteção da luz solar direta, para evitar o deterioramento da superficie da
estrutura celular.

É comumente utilizado na forma de placas em isolamento térmico de lajes de


cobertura, forros, telhados, paredes e núcleos de painéis isolantes.

Vista da estrutura celular do poliestireno extrudado

A tabela a seguir apresenta valores de referência para algumas propriedades do


poliestireno extrudado.

Propriedades principais do poliestireno extrudado

.---...

1 - Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo - IPT


2 - Média encontrada em Empresas ou Indústrias fornecedoras de São Paulo

10. 2.-t4 - Vermiculite expandida

E um mineral do grupo das micas formado essencialmente de silicatos


hidratados de alumínio e magnésio, 011aflrl-:-; aquecido. a água contida entre as
laminas que o formam se transforma em vanor fazendo com que as camadas se
transformem em flocos sanfonados. O seu ponto de fusão é de 1350 II C.

86
Apresenta as seguintes vantagens principais:

• inífuga;
• inodora;
• não conduz eletricidade;
• baixa condutividade térmica:
• não se decompõe, deteriora ou apodrece:
• quando no seu emprego em paredes, não se fende na introdução de )s

Vista de uma amostra de vermiculite expandida em flocos

Propriedades principais da vermiculite expandida

Vermiculite Densidade À. T rnax I Custo (flocos)


Expandida (kg 1m3) W/m"K
o C II USS 1m2
E = 40 mm 120.00(1) 0.055 (1) »80 (I) 1.51 (2)

I - Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo - IPT


: - vlédia encontrada em Empresas ou Indústrias fornecedoras de São Paulo

lO.2A.5 - Lã de vidro

Da constituição de 'vidro as fibras podem ser neutras ou alcalinas. São moldadas


com auxilio de resinas fenólicas ou melarninicas, o que reduz a temperatura
máxima de uso .. --\ lã de vidro é normatizada pela AB'NT. tendo seu uso
bastante amplo na isolação térmica e acústica. sendo que apresenta as
vantagens principais seguintes:

• isolação térmica:
• isolação acústica:
• incornbusribilidade:
• irnpurrescibilidade:
37
• dimensionamento estável em altas temperaturas:
• não absorve umidade e não sofre danos estruturais;

É utilizada em isolamento de forros, lajes e painéis para paredes, sendo que


pode ser encontrada na forma de mantas, placas, spray, etc.

Vista de rolo de lã de vidro para construção

A tabela a seguir apresenta valores de referencia para algumas propriedades


principais da lã de vidro.

Propriedades principais da lã de vidro

Lã de vidro Densidade À. Tmax Custo


(kg 1m3) W/m1<
US$ I m2
E = 50 mm 20.00 (1) 0.035 (l) 80 (I) 7,77 (2)

1 - Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo - IPT


:2 - Média encontrada em Empresas ou Indústrias fornecedoras de São Paulo

10.3 - Tintas

10.3.1- Conceito

Recebe o nome de tinta. a dispersão de um ou mais pigmentos, em um ou mais


aglomerantes sólidos ou líquidos, que quando aplicados em película fina secam,
formado um filme opaco e aderente ao substrato, possuindo. como funções
principais a proteção e a decoração das superfícies em que é aplicada.

88
10.3.2 - Componentes

É importante conhecer alguns componentes das cintas:

a) Aditivos: produtos químicos dispersos, responsáveis por f ões


específicas, tais como:
- secagem:
- anti-sedimentação: "

- anti-pele; anti-espessura;
- nivelamento:
- pessurização microbiótica, etc.

b) Solventes:
- facilitam o processo de produção;
- ajuste da viscosidade/diluição;
- facilita a aplicação da tinta:
-secazem.

c) Resinas: são responsáveis por:


- formação de filme:
-aderéncia e fixação:
-secagem:
- dureza:
- brilho e outras propriedades gerais.

Tipos de resinas determinam o tipo das tintas: Alíquidicas. acrilicas. epoxis.


uretânicas, látex virulicas (PVA) e outras.

d) Pigmentos: vão sólidos finamente divididos. insolúveis no meio em que se


encontrem. São responsáveis por:
- cor:
- cobertura:
- proteção:
- brilho:
- resistência. etc.

10.3.3 Propriedades das tintas

~:úà UUíl ::i;:~~deve possuir propriedades que garantam sua aplicabilidade.

Durabilidade

89
As tintas devem apresentar a capacidade de retenção de. brilho e cor ao longo
do tempo e, principalmente para pinturas em áreas externas, as tintas devem
resistir ao intemperismo. Esta propriedade depende do tipo, qualidade e
quantidade da resina e pigmentos presentes.

Lavabilidade

As tintas devem ser laváveis. resistindo a ação de agentes químicos comuns em


uso doméstico, tais como detergentes, água sanitária, etc.

Secagem

A secagem da demão não pode ser muito rápida, a ponto de não permitir uma
fácil aplicação e nivelamento, nem tão lenta que não permita demãos
. posteriores num tempo conveniente.

Espalhamento

A película deve permanecer uniforme no ato da aplicação, não deixando falhas


no espalhamento.

Poder de cobertura

Esta propriedade é o grande diferencial entre as diversas marcas existentes no


mercado. Depende do tipo, qualidade e quantidade de resinas e pigmentos
utilizados. É a propriedade da tinta de cobrir rnvlitro utilizado.

Estabilidade

É a propriedade da tinta manter suas características básicas e não apresentar


excesso de sedimentação. coagulação. nata, vapores. odor etc.

Para a execução da pinturas deve ser tomados alguns cuidados. tais como:

a) o número de demãos será o suficiente para cobrir totalmente a superficie a


pintar. de ac-ordo com as especificações do fabricante e nunca inferior a duas;
b) cada demão só poderá ser aplicada quando a precedente estiver
perfeitamente seca. observando um intervalo de 24 horas entre uma demão e
outra.
c) serão adotadas precauções especiais no sentido de evitar salpicaduras de tinta
em superfícies não destinadas a pintura (cobogó, cerâmicas. vidros, ferragens.
esquadrias, erc.).

90
d) a fim de proteger as superfícies acima referidas. serão tornadas precauções
especiais. tais como:
- isolamento com tiras de papel, jornais;
- separação com tapumes de madeira;
- enceramento provisório das peças de madeira que irão ficar aparentes;
e) os salpicas que não puderem ser evitados, deverão ser removidos enquanto a
tinta estiver fresca. empregando-se removedor adequado.
f) a indicação exata dos locais a receber os diversos tipos de pinrura e
respectivas cores será determinada nos projetos e especificações.
g) Salvo autorização expressa da Fiscalização. serão empregadas.
exclusivamente. tintas já preparadas em fábrica. entregues na obra com sua
embalagem original intacta.

10.3.4- Pinturas / noções básicas

10.3.4.1 - Condições Gerais

Além de seguir as normas da ABNT e as prescrições do fabricante da tinta. o


processo de pinrura devera realizar-se através das seguintes etapas:

- preparação da superfície:
- aplicação eventual de fundos, massas e condicionantes:
- aplicação da tinta de acabamento.

a) Preparação das Superfícies

A preparação das superficies terá por objetivo melhorar as condições para


recebimento da tinta .

.--\superfície bem preparada será limpa. seca. lisa e geralmente plana. isenta de
graxas. óleos. ceras. resinas. sais solúveis e ferrugem .
.--\poro,sidade. quando exagerada. deverá ser corrigida .

.--\S superfícies de madeira serão preparadas com emprego de lixas, cada vez
mais [mas, ate obter-se superficies planas e lisas.

A eliminação da poeira devera ser completa. tomando-se precauções especificas


contra o levantamento de pó durante os trabalhos. ate que as tintas sequem
inteiramente.

Em superfícies metálicas, Cl p;-:i-'cuação se fará principalmente atendendo ao


desengraxe e a eliminação de ferrugem.

')[
b) - Fundos e Massas

Para reduzir a porosidade e uniformizar as superfícies, muitas vezes são


aplicadas massa corrida nas paredes que irão receber tinta. As massas serão
aplicadas de acordo com as recomendações do fabricante, e não menos de 02
(duas) demãos. A segunda demão de massa só será aplicada após a secagem
completa da primeira, observando um intervalo mínimo de 48 horas e ainda
após o lixamento com lixa No. 120.

10.3.4.2 - Patologias nas Pinturas

A seguir estão alguns dos defeitos mais comuns nas pinturas em edificações:

a) Mofo: o aparecimento de mofo, fungos e algas são em geral propiciados por


ambientes excessivamente úmidos ou quentes. com pouca circulação de ar ou
pouco iluminados. Pode-se corrigir lavando a superficie com uma solução de
água sanitária com água potável, enxaguando-se e repintando a superfície
(solução em partes iguais de água sanitária e potável).

b) Saponificação: caracteriza-se por manchas e dascascamemo do filme,


promovendo destruição das tintas PVA ou o retardamento da secagem das tintas
W>.41téticas,
em virtude do produto ter sido aplicado sobre superticies não curadas
ou de alcalinidade excessiva (natural da cal e do cimento reboco). Para
prevenção do problema deve-se esperar pela cura total do reboco e aplicar um
fundo preparador.

c) Eflorescência: manchas esbranquiçadas que aparecem sobre a película da


tinta. sendo causadas quando o produto é aplicado sobre o reboco ainda não
totalmente curado, ou com altas concentrações de sais (hidróxidos de cálcio que
migra do interior da parede). A prevenção é feita de forma idêntica à
saponificação.

d) Trincas: são causadas pela movimentação da estrutura. Para corrigir-se este


defeito é necessário a abertura da trinca com equipamento adequado, que
permita chanfrar as trincas, dando-lhes o formato de "\1", escovar, corrigir com
reboco e a seguir regularizar com massa. Reforçar a área com telas de nylon.

e) Manchas Causadas por Pingos de cbuva: ocorrem quando as superficies


pintadas com tintas látex (PV A ou Acrílicas), recebem pingos isolados,
normalmente de chuva, antes que a tinta esteja completamente seca. Para evitar
este fenômeno, deve-se realizar pinturas externas quando existir uma razoável
92
segurança que não irá chover. Após a ocorréncia deste problema. o mesmo
poderá se minimizando lavando-se por igual a superfície manchada sem
esfregar.
'\
f) Fissuras:são causadas por tempo insuficiente de carbonatação i1 cal,ou
camada muito grossa de reboco ou massa fina. Devem ser corrigida, ')m massa
acrilica.

g) Bolhas: em paredes externas normalmente ocorrem por aplicac da massa


PVA (que é indicada somente para interiores) ou por infilrração é ;IDi. Deve- "

se raspar o material. eliminar eventuais infiltrações. selar o ndo e em


exteriores usar somente massa acrílica. No caso de infiltraçccs, após a '\

raspagem do material. deve-se aplicar verniz. Em paredes internas,


normalmente são causadas por diluição incorreta da tinta. uso de massa PV A de
baixa qualidade, ou aplicação da tinta em paredes empoeiradas. As partes
afetadas deverão ser raspadas e serviço refeito.

11. VIDROS

o vidro tem muitas utilidades devido à sua alta capacidade de resistir a agentes
químicos c é um eficiente isolante elétrico. aliados à sua transparência.

Os vidros são produto da fusão de materiais cristalinos a altas temperaturas e


resfriados até um estado rígido e sem cristalização. Sua composição química
básica é a sílica (SiO:). O Vidro se distingue dos demais materiais inorgànicos
por não apresentar ponto de fusão definido. ou seja na medida em que vai
sendo aquecido. ele é moldado da forma desejada.

11.1 Classificação

Segundo a NB 226. os vidros podem ser classificados das seguintes formas:

11.1.1 - Quanto ao Tipo

• recozido:
• de segurança temperado:
• de segurança laminado:
• -
de sezuranca, aramado:
• termoabsorvente:
• termorrefleror:
• composto.
11.1.2 - Quanto à Transparência

• chapa de vidro transparente;


• chapa de vidro translúcido;
• chapa de vidro opaco.

11.1.3 - Quanto ao Acabamento das Superficies

• chapa de vidro liso;


• chapa de vidro "floar";
• chapa de vidro impresso;
• chapa de vidro fosco;
• chapa de vidro espelhado;
• chapa de vidro gravado;
• chapa de vidro esmaltado.

11.1.4 - Quanto à Colocação

• colocação em caixilhos;
• instalação autoportante:
• instalação mista.

ll.2 - Manipu dO e Armazenamento

Alguns cuidados devem ser observados para a utilização adequada e correta dos
vidros nas obras.

As chapas devem ser manuseadas com materiais que ao entrarem em contato


com o vidro não provoquem defeitos em sua superficie e bordas.

Quando armazenadas, as chapas não devem estar apoiadas sobre outras, e sim
apoiadas em suas bordas por borrachas, feltros ou madeiras. com inclinação
máxima de 8%. '6~'locais para a armazenagem devem ser adequados, possuindo
abrigo de umidade que possa provocar condensações e de contatos que possam
danificar ou deteriorar as superfícies dos vidros. As pilhas devem ser cobertas e
não devem ser estanques, permitindo ventilação, evitando porém infiltração de
poeira entre as chapas.

E muito importante que as movimentações ~~"';70!Jd.is e verticais d05 vidros na


obra. sejam estudadas. bem como sua montagem.
")

'1

11.3 - Recozimento

o vidro recém moldado apresenta grandes tensões que o tornam quebradiços,


pois as camadas externas. em contato com o ar, resfriam-se e contraem-se
rapidamente gerando tensões e internas e resultando em esrilhaçamento.

Em vista disto. o esfriamento do vidro requer técnicas especiais e por vezes,


bastante demoradas. A técnica normal é o recozimento da chapa. O vidro é
mantido na temperarura de recozimento (que varia com o tipo de vidro,
temperatura de fusão alcançada, com a espessura, etc.) e mantendo esta
temperarura até que as tensões diminuam e então é resfriado lentamente. Desta
forma haverá maior uniformidade na contração das diversas camadas e o vidro
menos quebradiço.

11.4 - Tempera

.--\tempera é um processo onde o vidro é submetido a uma temperatura próxima


da fusão e depois resfriado rapidamente e de maneira homogênea. Desta forma
introduz-se grandes tensões na sua superfície. Assim. como ao sofrer qualquer
esforço, essas tensões devem ser vencidas primeiramente. daí sua resistência
superior aos vidros comuns.

Ressalta-se. porém. que qualquer furo é o bastante para que ele se quebre. o
que obriga que ao passar pela tempera, a vidro já tenha sua forma definitiva,
com todos os recorte. furos e outras alterações.

11.5 - Patologias em Envidraçarnentos

Os tipos de vidro mais comuns utilizados em obras na construção civil são o


recozido. o temperado. o larninado e o aramado.

Algumas precauções devem ser tomadas para se evitar futuros problemas em


a
obras, no que diz respeito envidraçarnentos.

a) Vidros recozidos: é importante a definição de uma caixilharia, pois este tipo


de vidro não deve receber esforços mecànicos e jamais serem utilizados em
lugar de vidros de segurança. Para os vidros recozidos coloridos, além destes
cuidados. é importante controlar sua espessura. pois a mesma quando
a4.!11c:'.t:l_da. também aumenta o risco de ruptura por tensões orizinadas ::::::;:-
grandes gradientes térmicos.
b) Vidros laminados: mesmo sendo um vidro de segurança, o vidro laminado
não é projetado para suportar esforços mecânicos superiores ao vidro comum,
portanto não se deve usá-lo em chapas de grandes dimensões. Outra
características dos vidros laminados é a possibilidade de surgimento de trincas
em urna das lâminas. Estas trincas são conseqüência das tensões de tração
geradas pelo gradiente térmico entre as lâminas e que serão suportadas por
apenas urna das lâminas uma vez que as mesmas estão em temperaturas
diferentes e assim sendo, trabalham de forma igual. Esta diferença de
temperarura entre as lâminas é efeito da película de "Polivinil Butiral", pois
sendo colorida, absorve quantidades elevadas de radiação solar.

d) Vidros temperados: é o mais resistente a esforços mecànicos devido a duas


condições: possui as bordas tratadas e sofre o processo de têmpera durante sua
fabricação, conforme já explicado. Porém, muitas vezes suas dimensões
especificadas são alteradas, tendo em vista que o vidro tem concentrações de
tensões nas bordas e nos vértices e tais modificações enfraquecem a peça ou até
mesmo causam a ruptura.

e) Espessuras inadequadas: lima causa de trincas em vidros nas fachadas dos


edificios é a espessura inadequada, encontrando-se abaixo do nível mínimo
permitido, ou no limite das normas, que normalmente não levam em
consideração no cálculo da espessura os diversos esforços de solicitação
provenientes de gradientes de temperatura. transporte em obras e outros. Desta
forma a espessura ideal, _tJrovavelmente seria maior que a exigida atualmente
por norma.

f) Esforços provenientes da movimentação da estrutura: outro fator que causa


inúmeras trincas em vidros de edificios é a movimentação da estrutura por
decorrência de deformações normais da mesma corno flechas e recalques. O
vidro sendo um material frágil, não é capaz de absorver estas deformações e
trinca. Para se evitar este transtorno. deve-se deixar folga extra nos caixilhos
para instalação das chapas de vidro.

12 - IMPERMEABILIZAÇÃO / ~OÇÕES GERAIS

12.1. Aspectos Gerais

A umidade é o maior inimigo das construções e. não raramente, por falta de


informação e até mesmo negligência dos responsáveis pela obra. a
irnpen.icabilização das mesmas é deixada de lado ou realizada COiE bastante
descaso.
A impermeabilização, qu...ado mal executada. pode vir a causar danos a
edificação. Pretende-se apresentar a seguir alguns procedimentos básicos e
introdutórios para o serviço correspondente a impermeabilização

Existem três formas básicas da água ou umidade infiltrarem-se na edif io:

a) pelo solo, por capilaridade nas fundações e pisos: '\


c) pelas paredes da edificação, através de chuvas, frestas. juntas de ração.
'\
esquadrias etc:
d) pela cobertura, por lajes e telhas ou qualquer outro material que c .õern a
coberrura.

12.2. Tipos de Impermeabilização

Basicamente existem duas impermeabilizações que são comumente aplicadas


nas construções.

A primeira delas. trata-se da impermeabilização rígida. com pouca capacidade


de deformação. É feita com argamassa de cimento e areia e aditivos
impermeabilizames. Obviamente. por serem rígidas. podem sofrer trincas com
os esforços resultantes das deformações do subsrraro onde estão aplicadas. Para
tentar minimizar este problema algumas precauções devem ser tomadas .

A superficie que será impermeabilizada deverá ser limpa. ou seja, restos de


madeira. ferros expostos e outras sujeiras deverão ser retiradas e as falhas
preenchidas com argamassa rica e com aditivos adesivos.

No caso de impermeabilização de lajes. a regularização da camada de


argamassa impermeabilizante deve ser realizada após a desforma da peça, pois
a mesma irá sofrer deformações iniciais que podem provocar fissuras na
argamassa e também acarretar possíveis descolamentos. A camada de
impermeabilização deve ter em tomo de .2 cm e. obviamente, os danos causados
pelas deformações da laje devem ser corrigidos.

o segundo tipo de impermeabilização é a elástica. eliminando os problemas da


impermeabilização rígida pois estas acompanham as pequenas deformações das
peças a serem impermeabilizadas. Estas devem ser executadas por firmas
especializadas e com equipamentos adequados.

Nesta parte serão apresentados alguns fundamentos das impermeabilizações nos


principais pontos de infiltração de água.
'-)7
12.3.1 Fundações

É muito comum as construções apresentarem deficiências nas


impermeabilizações das fundações. O problema se deve à porosidade dos
materiais usados em fundações (concreto de cimento e areia, tijolos e argilas) e
esta porosidade permite a infiltração da água por capilaridade. O resultado
apresenta-se na forma de uma mancha que corre por toda a base das alvenarias
da edificação.

A solução do problema é razoavelmente simples. Consiste essencialmente em


aplicar um revestimento nas fundações, que pode ser uma argamassa com
aditivos impermeabilizantes ou tinta betuminosa.

Outro ponto muito' importante e que não deve ser esquecido, é o piso da
edificações que estiver em contato com o solo e, pelo mesmo motivo das
fundações, devem ser adequadamente impermeabilizado.

12.3.2 - Alvenarias Internas e Externas e elementos de fachada

Nas alvenarias. existem diversos pontos onde a água enconrra cena facilidade
para infiltrar caso não sejam tomadas diversas precauções. tais como uma
-_ completa especificação dos materiais e muito cuidado na elaboração do projeto
arquitetônico.

Os situações criticas são os projetos que prevêem alvenarias e concreto


aparente, onde, pela umidade excessiva, surgem eflorescências levando a
patologias mais sérias como a corrosào de armaduras e conseqüente
deterioração das peças. Neste casos podem ser aplicadas resinas incolores
contendo substàncias impermeabilizantes (hidrofugantes).

As juntas de esquadrias com as alvenarias também se constituem em partes


bastante vulneráveis à infiltração de água.

A especificação correta e completa dos materiais ainda é a forma mais eficiente


de ser evitar a infiltração nestas partes. O projeto de arquitenrra ainda pode
melhor estas condições de exposição das esquadrias. prevendo pingadeiras que
são pequenas saliências no plano da alvenaria e abaixo da esquadria, impedindo
que a água se acumule entre a esquadria e a parede. Telhados com beirais
maiores rnmbém ajudam b.ict=nte. dificultando o contato da água com a
alvenaria.

98
As juntas de dilatação em urna estrutura são. também. locais vulneráveis a
infiltração de água. devido ao mecanismo de movimentação da estrutura . Estas '\
juntas devem receber tratamento especial e depende das espessura da junta.
tipo da estrutura e localização das juntas. "
12.3.3- Coberturas

Todo e qualquer elemento de cobertura de concreto armado ou não e; a


intempéries deverá ser impermeabilizado. As lajes de cobertura us
elementos de drenagem e/ou proteção, como calhas. rufos e outros.

Outros elementos onde é necessária a execução de impermeabilizaça. que


muitas vezes estão presentes na cobertura de um edificio são caixas de água.
jardineiras, etc.

13 - ENTULHO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

13.1. Aspectos Gerais

Nos últimos anos. a indústria da construção civil brasileira tem passado por
momentos de dificuldades devido a inúmeros fatores. inclusive a crise finaceira
mundial que tem suas consequências no Brasil. Com efeito esta indústria tem
buscado. irv essantemente. a racionalização de seus processos de produção a
fim de 1 ._1I custos.

Contudo, as questões ambientais relacionadas às atividades da indústria e do


com,ércio assumiram uma importância crescente. a partir da última década.
afetando decisivamente a vida das empresas. A. exigência de um meio ambiente
saudável transcendeu as fronteiras nacionais e constitui hoje requisito de peso
ao comércio internacional.

o entulho gerado pela construção civil é o contraponto desta teoria. pois o


mesmo é depositado em áreas definidas pelas autoridades competentes locais. e
que se encontram cada vez mais distantes dos centro urbanos. elevando custos
de transporte dos resíduos e consequentemente o custo para o usuário destes
serviços. Como conseqüência deste fato. tem-se a deposição do entulho em
áreas nào adequadas a este fim, porém mais próximas dos pontos de coleta.
além da poluição visual. entupimento de bocas de lobo. poluição de córregos,
etc.

Considerando-se estes problemas. wna das ~\)1Uçüo. ecológica e politicamente


correta seria a reutilizaç ão destes resíduos dentro da própria industria ca
construção civil.
99
\
Existem duas formas básicas de geração de entulho: sobras e desperdícios em
obras novas e materiais resultantes de demolições e reformas.

Caracterização do Material

o entulho gerado nas obras. reformas e demolições é composto por um


conjunto de fragmentos ou restos de vedação, tijolos argamassas, cacos
cerâmicos, pedregulhos, areia, terra, gesso, embalagens. madeira, aço, pontas
de tubo, vidros e PVC/plásticos. Portanto, para qualquer reutilização deste lixo,
faz-se necessária uma seleção do material.

Os resíduos da construção civil, apesar desta grande heterogeneidade, não são


materiais sujos e sim essencialmente limpos como mostrou Pinto (1985), por
meio de uma pesquisa com 4- toneladas de entulho. Este autor observou que
97% do entulho é representado por argamassas, tijolos, blocos cerâmicos.
concreto, telhas e lajotas. o que mostra que apesar da heterogeneidade do
material. o mesmo é composto em sua grande maioria por materiais
reaproveiráveis.

Ainda, o potencial aglorneranre devido a existência de material pozolânico e '0


efeito granulométrico também contribuem para tornar este material arranvo
parapesquisadorese empresários do ramo.

· '"' Há, porém, um lado importante ainda na questão do reaproveitamento do


entulho que é a garantia de uma padronização das características do material.
Faz-se necessário, portanto. estar atento a estas variações encontradas.
adorando-se soluções que atendam cada situação. tais como, o
acompanhamento de cada remessa de material recebido, realizando-se ensaios
"'" de qualificação. com as possíveis alterações e ajustes da dosagem empregada.
"

Não se deve esquecer que qualquer material produzido á partir de entulho


-"",,
reciclado em uma obra.. assim como qualquer material empregado pela
-, construção civil. deve estar sujeito a um controle de qualidade.
-,
"'\
Estudos e avaliações tecnológicas da reciclagem do material, pelo baixo custo e
possibilidade de emprego imediato. podem reposicionar o conceito de valor
-', daquilo que no mamemo é denominado entulho ;~que tanto ônus hoje traz com
""\
os precários e amais processos de destinação final.
-,
",
~ A. reciclagem apresenta-se como l.'!T1:! rendêucia iT~:: \·.::-~:ívele que já está em
, crescimento no Brasil. Deve-se estar atento a esta nova tendência. pois 2-
---_
''\
~
oportunidade do' negócio existe e 'demonsrra-se--\iáveL ·e para 'empresas. é
'\ importante lembrar da inserção da mesma numa comunidade cada vez mais
-........,
100 .
"

"'"
\
-'\

.-------...,

.,
preocupada com o meio ambiente em que vive e os efeitos benéficos para J
imagem da empresa.

Produtos possíveis de serem obtidos a partir reciclagem de entulho

Alguns produtos básicos para a construção civil que poderr: 'OT' geradc
meio do reaproveitamento de entulho são:

argamassa de revestimento' internai- ....


'

concretos para contrapiso;


blocos de concreto:
blocretes para pavimentação:
agregados para concreto.
etc

o Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Brasília já desenvolve


estudos desde 1996. sendo que dentre os produtos citados. vem efetuando
-
estudos em arzamassa de revestimento interna. blocos de concreto ,para
alvenaria de vedação e agregados graúdos para concreto.

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