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A expansão econômica brasileira na América

do Sul: uma perspectiva política


por Carlos da Fonseca em 03/11/2014

http://politicaexterna.com.br/2565/expansao-economica-brasileira-na-america-sul-uma-perspectiva-politica/

O autor avalia a expansão empresarial brasileira na América do Sul nos últimos anos e suas implicações
político-diplomáticas no período de 2002 a 2012. O artigo procura avaliar se estão dadas as condições para
que a
expansão capitalista brasileira na região contribua para a realização dos enunciados da política externa do
período analisado, ou se, pelo contrário, a prevalência de uma lógica de interdependência assimétrica, em
benefício da maior economia regional, pode comprometer a realização desses objetivos e, em última análise,
enfraquecer o discurso integracionista brasileiro.

Introdução

O presente artigo tem por objetivo avaliar a expansão empresarial brasileira na América do Sul nos últimos
anos e suas implicações político-diplomáticas. Entende-se por tais implicações o impacto dessa expansão sobre
a realização dos objetivos declarados da política externa brasileira para a região e a eficácia do discurso
integracionista brasileiro. O recorte temporal escolhido, que vai de 2002 a 2012, justifica-se em razão de haver
sido o período recente de maior expansão internacional de empresas brasileiras e, ao mesmo tempo, o de maior
ênfase do regionalismo e da integração nos enunciados da política externa nacional.

O trabalho parte de considerações sobre os objetivos da política externa brasileira recente, assim como os
benefícios da expansão do Investimento Estrangeiro Direto de e para economias em desenvolvimento – o
chamado IED “Sul-Sul”. Realiza, em seguida, mapeamento da presença empresarial brasileira na região, bem
como das condições econômico-institucionais dos países recebedores de financiamentos e investimentos e a
receptividade desses países em relação ao Brasil e sua presença empresarial. Apresenta, finalmente,
sucintamente, estudos de caso sobre empresas que enfrentaram dificuldades recentes em países da região.

O artigo alimenta-se dos resultados de pesquisa realizada para tese defendida no Instituto Rio Branco (Curso de
Altos Estudos), baseada em: (1) entrevistas com 37 atores políticos e empresariais em quatro países (Argentina,
Bolívia, Brasil e Chile); (2) levantamentos e estudos sobre a expansão recente das transnacionais brasileiras
(FDC, SOBEET, CNI, FUNCEX, etc.); (3) indicadores sobre o ambiente de negócios em países receptores de
financiamentos e Investimento Brasileiro Direto – IBD (Worldwide Governance Indicators, Doing Business
Report e Global Competitiveness Index, entre outros); (4) estudos sobre a imagem do Brasil e a receptividade
ao IBD em países da região (PNUD,CINDES e PUC-Chile); (5) pesquisa de imprensa nos países referidos
acima.

Com base nessa pesquisa, o artigo procura avaliar se estão dadas as condições para que a expansão capitalista
brasileira na região contribua para a realização dos enunciados da política externa do período analisado, ou se,
pelo contrário, a prevalência de uma lógica de interdependência assimétrica, em benefício da maior economia
regional, pode comprometer a realização desses objetivos e, em última análise, enfraquecer o discurso
integracionista brasileiro. Ademais, procura verificar que fatores pesam mais na explicação de problemas
enfrentados por empresas brasileiras na região.

Integração solidária e interdependência assimétrica

No período estudado, o Brasil conduziu estratégia de inserção internacional caracterizada por: (1) uma defesa
de reforma democratizante do sistema de governança internacional; (2) uma valorização do papel do país como
mediador entre nações ricas e pobres, com ênfase no componente principista (idealista) do discurso diplomático
brasileiro; (3) uma “alavancagem” regional do perfil brasileiro, associada à construção de projeto de
governança regional democrática e conducente a arranjos de soma variável, que beneficiariam os sócios
menores, por meio de uma lógica distributiva pensada para reduzir assimetrias e promover o desenvolvimento
de todos os envolvidos (o que se convencionou chamar de “integração solidária”).

Nesse mesmo período, no entanto, verifica-se movimento de expansão sem precedentes do capitalismo
nacional, especialmente na América do Sul, que, na perspectiva de alguns segmentos político-sociais, poderia
ser considerado conflitante com o projeto de “liderança regional cooperativa”[1] do Brasil, porquanto as
transnacionais, brasileiras ou não, soem responder a estratégias nem sempre coincidentes com a lógica da
diplomacia. Nesse cenário, a ocorrência pontual de conflitos com empresas teria o condão de agudizar o
problema, afetando, em alguns casos, até mesmo as relações do Brasil com países vizinhos.[2]

Os dados disponíveis mostram que os anos 2003-2012 correspondem ao período de maior expansão das
transnacionais brasileiras, dentro de esquema que a Escola de Uppsala descreveria como de “trampolim” –
internacionalização iniciada pelos mercados geográfica e “psicologicamente” mais próximos da América do
Sul, e expandida em direção a regiões mais distantes. Esses dados mostram também que o período é aquele no
qual o Brasil se descola economicamente dos vizinhos, ampliando as assimetrias com demais países da
região.[3]

Embora não haja evidências de que esse descolamento econômico esteja associado à expansão das
transnacionais brasileiras, é fato que essa expansão contou com apoio oficial do governo, por meio de
instrumentos como o Seguro de Crédito à Exportação (SBCE) e linhas de financiamento às exportações de
bens/serviços, como o PROEX BB e o BNDES-EXIM; bem como apoio financeiro à internacionalização, como
o BNDES-FINEM e a capitalização por meio de participação do BNDESPar.
A existência desse apoio oficial deu margem a que setores políticos e sociais, no Brasil e nos países vizinhos,
desenvolvessem discurso crítico quanto aos “reais” objetivos da política externa brasileira, que teria
características hegemônicas ocultas, das quais seria evidência o paradoxo existente entre, por um lado, o
discurso oficial em favor de uma “integração solidária” e, por outro, o apoio a uma projeção capitalista
supostamente predatória, excludente e economicamente concentradora.[4]

A persistência de tal situação poderia cristalizar a percepção de que o Brasil é o grande beneficiado por um
regionalismo que, em lugar de uma “integração solidária” entre sócios, tem produzido situação de crescente
“interdependência assimétrica”, em favor do maior dentre eles. Nesse cenário, é importante considerar em que
medida a expansão de transnacionais brasileiras consistiria, por si só, contribuição para a superação de
assimetrias ou, ao menos, para desenvolvimento econômico de países receptores do IBD e/ou de
financiamentos públicos.

A contribuição do IED para o desenvolvimento

Agências internacionais como a UNCTAD e a CEPAL[5] reconhecem a contribuição dos fluxos de investimento
produtivo de países emergentes para o desenvolvimento das economias receptoras. As multinacionais
brasileiras teriam assim, em teoria, capacidade de fomentar o crescimento econômico dos países vizinhos, por
meio de investimentos que gerem ganhos de produtividade, criação de empregos, aportes tecnológicos e
aumento da capacidade exportadora.

A UNCTAD atribui especial importância aos investimentos Sul-Sul, cujas características as tornariam mais
passíveis de contribuir para o desenvolvimento das economias receptoras. Entre outros aspectos, salienta-se que
(1) os modelos tecnológicos de transnacionais emergentes são em geral mais semelhantes aos empregados pelos
países receptores, o que implica maior possibilidade de transmissão e/ou absorção tecnológica; (2)
transnacionais emergentes dedicam-se a atividades proporcionalmente mais intensivas em mão de obra, o que
permite maior geração de empregos; (3) em suas operações nos países em desenvolvimento, as transnacionais
emergentes tendem a investir mais em operações de tipo greenfield do que em fusões e aquisições,[6] o que
geraria impacto positivo em termos do aumento da capacidade produtiva desses países.

No entanto, a UNCTAD alerta para problemas associados à presença de transnacionais emergentes em países
em desenvolvimento: (1) muitas dessas empresas dedicam-se a atividades intensivas em recursos naturais, com
elevado impacto socioambiental, o que pode gerar tensões político-sociais; (2) a fragilidade dos marcos
regulatórios sobre temas ambientais e laborais, tanto nos países emissores como nos receptores do IED, pode
ser fator a agravar esses problemas; (3) transnacionais emergentes são empresas frequentemente associadas aos
governos de seus países-sede (estatais), o que pode levantar suspeitas sobre a existência de uma “agenda
política” por trás de sua expansão.
A entidade alerta ainda para a necessidade de se cumprirem algumas condições, de forma a se obterem os
benefícios esperados do IED: (1) os investimentos devem ser de boa qualidade, critério que pode ser medido
segundo esquemas como o de J.P. Pradhan (2006);[7] (2) os países receptores devem atentar para a importância
de promover conjuntura favorável, de forma a atrair investimentos e extrair os benefícios esperados.[8]

No que se refere à conjuntura dos países receptores, é preciso salientar que, segundo a literatura
especializada,[9] a atração de investimentos diretos, por oposição aos investimentos em portfólio (de curta
duração e especulativos) depende mais da qualidade e estabilidade das instituições do que da situação
macroeconômica dos países receptores. Decisões de investimentos de longo prazo dependeriam essencialmente
de avaliações sobre os custos de transação e os riscos políticos envolvidos. O fato de a mobilidade do
investimento produtivo, diferentemente do especulativo, ser ex-ante (uma vez realizado, é difícil voltar atrás),
torna o investidor especialmente sensível ao risco político envolvido e, portanto, à estabilidade institucional do
país receptor. Investidores em portfólio, ao contrário, tendem a tomar decisões de investimento baseados em
resultados macroeconômicos de curto prazo, tendo menor sensibilidade à qualidade das instituições dos países
receptores.

Mapeamento da presença empresarial brasileira

O mapeamento foi realizado tendo em perspectiva a questão de saber se as condições associadas à presença
empresarial brasileira na América do Sul eram de natureza a contribuir para desenvolvimento dos países
vizinhos, reduzir as assimetrias regionais e/ou colaborar para o fortalecimento do projeto de integração
defendido pelo Brasil. Nesse sentido, concentrou-se tanto nas características dessa presença empresarial como
na situação dos países receptores. No que se refere a esses últimos, o levantamento levou em conta aspectos
relacionados à qualidade das instituições, ambiente de negócios, bem como aspectos sociopolíticos e culturais,
com potencial impacto sobre o padrão de relacionamento com o Brasil e a receptividade às empresas
brasileiras.

Resultados desse mapeamento mostram o seguinte:

Destino dos investimentos

Levantamentos os mais variados indicam que a América do Sul tem concentrado historicamente a maior parte
das operações de investimento direto e financiamento oriundos do Brasil.[10] Em termos da quantidade de
empresas, a região é de longe a que concentra o maior número de subsidiárias de transnacionais brasileiras.[11]
No que se refere aos valores investidos, as informações disponíveis no Banco Central dão conta de
concentração de estoque acumulado da ordem de 9.3% do total entre 2001 e 2005, média que caiu para 6.5%
nos anos subsequentes, conforme a tabela a seguir.
Ao se aplicar metodologia baseada no anúncio de investimentos (em vez daqueles computados pelo Banco
Central),[12] a participação dos países da América do Sul aumenta, atingindo 36% em 2002 e 45% em 2003,
anos que correspondem, respectivamente, à aquisição da Perez Companc pela Petrobras e da Quilmes pela
Ambev. Essa proporção diminui nos anos seguintes, com picos em 2005 (compra da Loma Negra pela Camargo
Corrêa) e 2012 (projeto Potássio Rio Colorado, da Vale).

Segundo Iglesias & Costa (2012), a distribuição geográfica dos investimentos brasileiros na América do Sul é
bastante concentrada. Argentina, Chile e Colômbia são os países que tradicionalmente mais têm atraído a
atenção das empresas brasileiras. Levantamento feito pelo CINDES[13] de 136 investimentos realizados entre
2007 e 2011 revelou que 41% deles foram feitos na Argentina, 15,4% no Chile e 14,7 % na Colômbia. Uruguai
(13,9%) e Peru (8,8%) seguem no ranking de países que mais atraíram investimentos brasileiros no período. A
Argentina foi mais atraente no começo do período analisado, havendo recebido 21 projetos de investimento em
2007, de um total de 41. Nos três anos seguintes, a participação do país declinou, em benefício do Chile e da
Colômbia, que tiveram participações importantes entre 2008 e 2010. Nesse último ano, o Peru passou a ser um
polo de atração de investimentos brasileiros, ficando em segundo lugar em termos de projetos realizados, à
frente do Chile.

Importante observar que, apesar da concentração na Argentina, a trajetória do IBD no período indica a
consolidação de uma tendência à diversificação do destino dos investimentos na região, com fluxos crescentes
direcionados a países com atrativos econômicos e institucionais, estabilidade política e macroeconômica, como
Chile, Colômbia e Peru. “Em contraposição, países com maior instabilidade institucional, como a Bolívia, o
Equador e a Venezuela, praticamente não receberam projetos dos investidores brasileiros” (Iglesias & Costa,
2012:16).

Modalidade de entrada e composição setorial

A análise das modalidades de investimento brasileiro na região é reveladora das estratégias de


internacionalização das ETNs nacionais. Conforme revelam os gráficos a seguir, observa-se uma preferência
pela internacionalização mediante operações de tipo brownfield, especialmente aquisições e ampliações de
empresas já existentes. Essas operações correspondem à metade dos investimentos realizados entre 2007 e
2010. Operações de tipo greenfield somam 36%. No que se refere à distribuição setorial dos investimentos,
observa-se predominância do setor industrial (62,5%), seguido pelo de serviços (35,2%). Os investimentos no
setor agropecuário, que somaram 2,3%, concentraram-se em operações no Paraguai (sobretudo soja) e no
Uruguai, onde empresas brasileiras como a Camil, a Bertin/Friboi, a Marfrig e a Bom Gosto passaram a
controlar importantes indústrias locais nos segmentos de arroz, carnes e lácteos.

Em termos de concentração setorial, quatro segmentos econômicos se destacam: alimentos e bebidas (Ambev,
JBS e Sadia), exploração de recursos naturais (Vale), energia e hidrocarburos (Petrobras, Eletrobras e Furnas),
construção civil (Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão), metalurgia e serviços financeiros
(Banco do Brasil, Itaú).
Em termos de recursos envolvidos (investimentos/financiamentos), percebe-se uma concentração em operações
associadas à exploração de recursos naturais ou a empreendimentos que o antropólogo Gustavo Lins Ribeiro
define como “Projetos de Grande Escala”, ou seja: “grandes projetos de infraestrutura, como canais, ferrovias,
represas e outras grandes obras que têm como características principais o gigantismo, o isolamento e o caráter
temporário; o volume de capitais financeiros envolvidos e o consequente endividamento da entidade que
contraiu esse financiamento; o envolvimento de instituições poderosas, como organizações governamentais e
multilaterais, bancos e corporações industriais; a magnitude dos impactos socioambientais, tanto sobre
territórios como populações (deslocamentos e reassentamentos); mas também as inovações tecnológicas que
criam e a capacidade de conectar áreas relativamente isoladas a sistemas mais amplos de mercados integrados,
com consequências potencialmente positivas para o desenvolvimento”.[14]

Essa situação explica-se, por um lado, pela presença de grandes estatais e semiestatais, além de algumas
transnacionais privadas, em projetos nas áreas extrativas e de energia,[15] bem como pelo apoio oficial brasileiro
à participação de construtoras em grandes obras de infraestrutura.[16] Como se verá, essa concentração em
atividades com um potencial de elevados impactos socioambientais, de resto compatível com os resultados dos
estudos da UNCTAD sobre o IED Sul-Sul, traz ocasionais problemas para essas transnacionais, com
consequências em termos da percepção dos países vizinhos sobre a expansão econômica regional brasileira.

Diversificação do IBD
A diversificação do investimento produtivo brasileiro parece estar relacionada com um conjunto de
características dos mercados receptores, entre as quais pesam: tamanho e proximidade, qualidade do ambiente
de negócios e das instituições e a trajetória e perspectivas de crescimento econômico. Os países da região que
receberam IBD mais diversificado são os do Cone Sul, especialmente a Argentina (cerca de 100 empresas em
30 setores), o Chile (cerca de 80 empresas em 20 setores). Empresários consultados por diferentes pesquisas[17]
identificam, entre os fatores de atração para investimentos nesses países, vantagens comparativas geradas pelos
compromissos assumidos no âmbito do Mercosul ampliado. No que se refere à qualidade do ambiente de
negócios, vale notar que a Argentina recebeu a maior parte do IBD em período de recuperação econômica e
estabilidade político-institucional, entre 2003 e 2009.[18] Atualmente, os países que mais atraem investimentos
brasileiros são Chile, Colômbia e Peru. Países de baixa institucionalidade e ambiente de negócios considerado
insatisfatório recebem pouco investimento produtivo, tendência que se explica em razão dos riscos envolvidos,
e compatível com resultados de levantamentos da UNCTAD ou de autores como Jensen (2003) e Ahlquist
(2006). Nesses casos, observa-se uma concentração maior em atividades econômicas associadas aos setores
extrativos ou à construção civil.

Investimentos na produção de manufaturados

Observa-se uma relativa escassez de investimentos em operações visando à produção de manufaturados. A


maior parte das empresas opta por estabelecer representações comerciais como forma de promover o aumento
de suas exportações a partir do Brasil. Em alguns casos, empresas realizam investimentos “oportunistas”, como
forma de substituir temporariamente exportações do Brasil por produção local, driblando ocasionais barreiras
comerciais.[19] Não parece, no entanto, haver indicações claras do interesse em investir nos países vizinhos com
vistas a exportar para o Brasil bens de maior valor agregado, aproveitando linhas tarifárias ainda não exploradas
no comércio bilateral. Conforme apontado por estudo recente da Aladi, as exportações dos parceiros comerciais
do Brasil na região concentram-se em número reduzido de produtos, em razão de sua reduzida oferta
exportável. Como consequência, verifica-se enorme diferença entre os países da região no que se refere ao
aproveitamento das preferências tarifárias negociadas nos acordos de livre comércio no marco do Tratado de
Montevidéu 1980. Países como Brasil e Argentina, com oferta exportável variada, têm aproveitamento médio
de 36% e 28%, respectivamente, das linhas tarifárias preferenciais – contra 14% da Colômbia, 11% de Chile e
Peru, 5% do Equador, 4,6% do Uruguai, 3,7% da Venezuela, 2,4% da Bolívia e 2% do Paraguai.

Desequilíbrio entre fluxos emitidos e recebidos

Observa-se relação desequilibrada entre os fluxos de investimentos privados realizados pelo Brasil em países
sul-americanos e recebidos desses países. Como mostra a tabela abaixo, o único país que registra consistente
superávit com o Brasil em matéria de saldo de IED realizado é o Chile. Na opinião do argentino Félix Peña,[20]
esse desequilíbrio contribuiria para fragilizar o processo de integração econômica regional. Segundo ele,
relações sólidas e equilibradas devem basear-se na reciprocidade também em matéria de
investimentos.Empresas com interesses econômicos no exterior tornam-se stakeholders nos países de destino de
seus investimentos, sendo incentivadas a contribuir para o adensamento das relações econômicas com seu país
de origem.

Investimento privado e financiamento público

As atividades das transnacionais brasileiras na América do Sul estão associadas a dois tipos de situações, do
ponto de vista financeiro. Por um lado, os investimentos produtivos de natureza privada, realizados diretamente
pelas empresas, com ou sem participação do Estado brasileiro, por meio de mecanismos de apoio à
internacionalização de empresas.[21] Por outro, as atividades, sobretudo no segmento de construção civil,
financiadas com recursos públicos destinados a apoiar a exportação de bens e serviços nacionais.[22] Quando se
analisa a relação entre a presença de investimentos produtivos e de financiamentos públicos brasileiros nos
diferentes países da região, observam-se três situações distintas: (1) países com presença equilibrada entre
investimento privado e financiamento público brasileiro; (2) países com níveis elevados de investimento
privado e poucos financiamentos públicos; (3) países com poucos investimentos privados e volume expressivo
de financiamentos públicos.
Com base nos resultados do perfil dos países receptores, verifica-se que a relação entre a presença de
investimentos produtivos privados e financiamentos está diretamente associada à condição desses países em
termos de ambiente de negócios e qualidade das instituições. Em geral, países com maior concentração de
financiamentos e poucos investimentos privados, como Bolívia, Equador e Venezuela, correspondem àqueles
com maiores dificuldades de acesso a recursos no mercado financeiro internacional, em razão de más
avaliações sobre ambiente de negócios e risco soberano. Essas avaliações inibem a realização de investimento
por parte de empresas, que não contam com as mesmas garantias oferecidas aos financiamentos públicos, mais
seguros em razão da utilização, pelo governo brasileiro, do CCR como mitigador de risco.[23]

Países com uma proporção de investimentos maior do que de financiamento público encontram-se, em geral, na
situação contrária. Trata-se de países (Chile, Colômbia e Peru) cuja avaliação positiva, em termos de ambiente
de negócios e risco soberano, ao mesmo tempo os torna atraentes para os investimentos produtivos brasileiros e
facilitam a obtenção de financiamentos no mercado internacional, em condições inclusive mais competitivas do
que as oferecidas pelo Brasil. Ou ainda de países que, como o Paraguai e o Peru, impõem restrições à utilização
do CCR como mecanismo para curso de operações de financiamento.

A Argentina corresponde a caso à parte, de país com dificuldades de acesso a financiamentos, mas que, ao
mesmo tempo, em razão da proximidade com o Brasil, do tamanho e da qualidade de seu mercado e da
segurança jurídica proporcionada pelos compromissos assumidos com o Brasil, bilateralmente ou no contexto
do Mercosul, ou ainda em função do barateamento de ativos ocorrido após a grande crise de 2011-12, atraiu
tanto investimentos como financiamentos brasileiros em volumes expressivos.

Ambiente de negócios nos países receptores

O levantamento sobre ambiente de negócio e qualidade das instituições considerou indicadores


tradicionalmente empregados[24] para avaliação de aspectos como marcos regulatórios; proteção a
investimentos; burocracia para abertura/fechamento de empresas; nível de abertura da economia (import. de
insumos, BK); política tributária, fiscal e cambial; acesso a crédito, matérias-primas e tecnologias; políticas s/
incentivos fiscais; legislação ambiental/trabalhista; acesso a infraestrutura/eletricidade.

Embora a situação das economias da região não seja homogênea, há uma


consistência no que diz respeito à presença, entre piores colocados nos diferentes indicadores, de alguns países.
Assim, o Worldwide Governance Indicator, do Banco Mundial (2011), situa a Bolívia, o Paraguai, o Equador e
a Venezuela entre as médias situadas no quarto inferior de seu levantamento. Da mesma forma, o Corruption
Perception Index, da Transparência Internacional (2011), situa Argentina, Bolívia, Paraguai, Equador e
Venezuela no terço inferior de sua lista de 183 países. O Doing Business Report (Internacional Finance
Corporation, 2012) coloca Equador, Bolívia e Venezuela entre a 130ª e a 177ª posições de seu levantamento de
183 países. O Global Competitiveness Index (Davos, 2012), por sua vez, coloca Argentina, Bolívia, Paraguai e
Venezuela respectivamente nas posições de número 94, 104, 116 e 126 em sua lista com 144 países.
Finalmente, as classificadoras de risco Moody’s, S&P, Fitch e JP Morgan têm considerado Argentina e
Venezuela como dois dos países com piores ratings no mundo. Essa consistência entre indicadores variados
pode explicar a alta percepção de risco político por parte de empresários, o que afetaria negativamente suas
decisões em termos de investimentos produtivos.

Aspectos político-sociais dos países receptores

Foram considerados aspectos como os níveis de conflitividade político-social; a ascensão de movimentos


sociais de estrato étnico-ecológico; a sensibilidade ao tema dos recursos naturais – o que Fernando Molina
apelidou de “patriotismo geológico”;[25] e as percepções em relação ao papel regional do Brasil e as
vantagens/inconvenientes de sua presença empresarial.

Conflitividade

Os dados foram extraídos de estudo do PNUD, de 2012,[26] realizado com base em levantamento sobre conflitos
na América Latina, entre outubro de 2009 e setembro de 2010. Os dados levantados apontam para a existência
de certos traços comuns nos conflitos e mobilizações sociais observados nos 17 países pesquisados, o que pode
estar associado à similitude dos processos políticos vividos nesses países no período, bem como ao crescente
grau de coordenação entre movimentos sociais e grupos políticos na região. O estudo identifica, no entanto,
diferenças importantes no que se refere à quantidade e intensidade desses conflitos, bem como a sensibilidades
particulares de certos países ou grupos sociais a temas ou conjunturas específicas.

Em termos sub-regionais, o estudo revela uma tendência conflitiva maior nos países andinos, com uma média
de 174 conflitos no período, seguida dos países do Cone Sul, com uma média de 137 conflitos. A sub-região
menos conflitiva seria a América Central e México (média de 109 conflitos). Em termos individuais, a Bolívia
seria o país com maior número de conflitos da região (261), seguida, na América do Sul, por Peru (244),
Argentina, (205), Equador (173), Brasil (161), Uruguai (132), Paraguai (115), Venezuela (101), Colômbia (93)
e Chile (70). Quando considerada a orientação política dos governos, o estudo aponta uma tendência maior à
conflitividade em regimes “indigenistas-desenvolvimentistas” e “nacional-populistas” (178 conflitos, em
média), seguidos pelos regimes “conservadores-modernizantes” (124) e pelos “reformistas-pragmáticos”
(110).[27] Quando se avalia a intensidade dos conflitos por país, observa-se que Chile e Venezuela são os de
maior radicalização, seguidos por Bolívia, Uruguai, Argentina, Equador, Paraguai, Brasil e Peru (pág. 140).

Ascensão de movimentos étnico-ecológicos

De acordo com Bengoa (2007), nos últimos anos houve um aumento sem precedentes no número de conflitos
envolvendo grandes empresas e comunidades indígenas na América Latina.[28] Esses conflitos não pouparam
interesses de multinacionais brasileiras, como comprovam os problemas enfrentados pela Petrobras no Equador
(movimentos indígenas de Yasuní); na Argentina (gasoduto norandino, em Salta); e na Bolívia, cuja
nacionalização dos hidrocarburos atendia a promessa de campanha de candidato eleito com amplo apoio das
comunidades indígenas. De outra parte, construtoras como a OAS enfrentaram problemas na Bolívia (Rodovia
San Ignacio de Moxos-Villa Tunari) e no Peru (hidrelétrica de Iñambari). Em alguma medida, esses conflitos
remetem a dificuldades para o cumprimento (em ocasiões, ao descumprimento) de obrigações contraídas pelos
países da região em função da Convenção 169, da OIT, que prevê consulta às populações indígenas em casos de
atividade econômica situada em seus territórios de origem.[29]

Esse aumento da conflitividade ocorre em paralelo ao que Zaffaroni (2012) identifica como uma tendência à
valorização da natureza no constitucionalismo andino. Em países como Bolívia e Equador, os direitos da “mãe
natureza” (Pachamama) passaram a ser tratados constitucionalmente, por meio de conceitos como o “Buen
Vivir”, considerado preceito ético e fundamento legal para a elaboração de políticas públicas. A Constituição da
Bolívia, em seus artigos 33 e 34, prescreve que todos têm direito a um meio ambiente “saudável, protegido e
equilibrado”, e que em caso de necessidade, “qualquer pessoa, a título pessoal ou em representação de uma
coletividade, está facultada a exercer as ações legais em defesa do meio ambiente”. Já a Carta Magna
equatoriana define a própria natureza como titular direta de direitos.[30]

Imagem do Brasil

Estudo realizado pelo Instituto de Ciência Política da PUC Chile (2012)[31] procurou avaliar a percepção em
países da região relacionada ao Brasil e sua liderança regional. Foram analisados 792 artigos de imprensa,
publicados em 19 jornais,[32] entre janeiro e junho de 2012. Essa cobertura foi submetida à análise de conteúdo,
visando identificar posturas positivas, neutras ou negativas.[33] Os países com maior ocorrência de percepção
negativa sobre o Brasil são Bolívia e Paraguai. Em situação oposta encontram-se Chile e Peru.
Receptividade a empresas/investimentos brasileiros

Pesquisa realizada pela PUC Chile[34] analisou o conteúdo de 943 artigos, de 14 jornais (6 países),[35] relativos a
167 projetos de investimentos brasileiro na América do Sul. Os resultados evidenciam uma percepção
amplamente favorável à presença de empresas brasileiras, embora pontualmente contaminada pela ocorrência
de episódios negativos envolvendo algumas transnacionais, em especial no Chile (MPX e a termelétrica de
Castilla); Bolívia (OAS e a rodovia do TIPNIS); Peru (Eletrobras e a hidrelétrica de Iñambari); e Paraguai
(presença brasileira no agronegócio local).

Ainda sobre essa percepção, merece referência levantamento da FUNCEX intitulado “Perspectivas sobre
Investimentos Brasileiros em Países Andinos”,[36] que mostra situação compatível com resultados das demais
pesquisas: visão em geral positiva, pontuada por críticas à concentração dos investimentos ou financiamentos
em setores intensivos em recursos naturais e aos impactos socioambientais decorrentes (especialmente no
Equador, Bolívia e Peru).

Estudos de caso

Para esta pesquisa foram realizados 17 estudos de caso, relativos a empresas que enfrentaram dificuldades em
países sul-americanos.[37] Os casos seguem padrões que se repetem com frequência, o que permite identificar os
principais fatores a explicar as dificuldades enfrentadas. Dada a dimensão do presente artigo, procurar-se-á
esquematicamente apresentar esses padrões. Segundo observado, as dificuldades das empresas iniciam-se em
razão de algum dos seguintes problemas: falhas institucionais nos países receptores, inclusive no que se refere à
elaboração de projetos técnicos: oposição a empreendimentos com impactos socioambientais; deterioração do
ambiente de negócios em função de medidas do governo; resistência ao controle, por empresas brasileiras, de
segmentos econômicos considerados estratégicos; erros cometidos pelos executivos das empresas como
consequência da falta de experiência ou conhecimento da realidade do país. A partir daí, as situações evoluem
na direção de crises de maior ou menor proporção, com eventual envolvimento do governo e da opinião pública
local, bem como das representações diplomáticas brasileiras, acionadas em defesa dos interesses das empresas.
Nesses casos, ocasionais atritos diplomáticos podem ocorrer, com impacto na qualidade das relações
bilaterais.[38]

Conclusão

Os dados compilados ao longo do presente artigo indicam que o saldo da expansão empresarial na América do
Sul pode ser considerado, em geral, positivo, embora apresente ressalvas pontuais. Como se viu, os
investimentos produtivos de transnacionais brasileiras têm, em princípio, como indicou a própria UNCTAD, o
potencial de promover o desenvolvimento das economias receptoras. Esse resultado, no entanto, depende de
condições favoráveis no país receptor, bem como das características do próprio investimento. Nessas
circunstâncias, a contribuição dessa presença empresarial varia segundo o caso.

Nas situações em que os investimentos são diversificados (Argentina, Chile, Peru, entre outros) a contribuição é
a mais positiva, por meio da geração de empregos,[39] de ganhos produtivos e de competitividade, bem como do
aumento da capacidade exportadora dos países receptores. Nesses casos, as principais dificuldades
identificadas, na perspectiva das empresas, dizem respeito a uma ocasional deterioração das condições no país
receptor[40] ou a situações específicas de concentração da presença empresarial em setores considerados
estratégicos, o que pode levar à resistência contra a presença de transnacionais brasileiras,[41] podendo,
ocasionalmente, levar a tensões políticas.[42]

O diagnóstico é diferente quando essa presença empresarial está concentrada, em termos de investimentos ou de
financiamentos, em setores intensivos em recursos naturais, ou ainda na construção civil. Embora essas
atividades também sejam, por definição, indutoras de desenvolvimento, e possam inclusive contribuir para a
integração de infraestruturas regionais (energia, transporte, etc.), seu impacto em termos socioambientais pode
levar a situações de conflito com as empresas, especialmente nos países marcados por maior grau de
conflitividade político-social e de sensibilidade “étnico-ambiental”. Quando a esses fatores soma-se uma maior
fragilidade em termos institucionais, tem-se uma conjuntura potencialmente complexa, como a que levou às
crises enfrentadas pela OAS na Bolívia e Odebrecht no Equador.[43] Em tais casos, a presença de apoio
financeiro público do Brasil pode apresentar-se como complicador adicional, trazendo o próprio governo
brasileiro para o centro da crise.[44]

No que se refere especificamente à contribuição dessa expansão empresarial para a redução das assimetrias
regionais, não há avaliação categórica. Como se viu, o período de maior expansão regional de empresas
brasileiras coincidiu com o de maior descolamento do país em relação a seus vizinhos, em termos econômico-
comerciais. Em teoria, uma presença empresarial concentrada em setores dos países vizinhos voltados para a
exportação poderia contribuir para o reequilíbrio dos saldos comerciais com o Brasil, caso essa produção fosse
destinada ao mercado brasileiro. Concretamente, verifica-se que, na maioria dos casos, isso não ocorre. O Brasil
continua a cumular superávits comerciais com todos os países da região,[45] cuja capacidade exportadora
concentra-se em produtos primários, entre os quais os agrícolas, que sofrem com as ocasionais barreiras
sanitárias brasileiras.

Essa avaliação matizada explica porque o processo de expansão internacional de empresas brasileiras não é
necessariamente visto de maneira consensual nos países da região. Embora haja uma percepção geralmente
positiva em relação às consequências potenciais desse fenômeno, como revela o estudo da FUNCEX (2008),
subsistem polos de resistência em relação aos impactos negativos do que se percebe como um movimento de
“transbordamento capitalista”. Para esses grupos, que têm visto aumentar sua influência em alguns países, o
modelo de integração proposto pelo Brasil, baseado em grandes obras de infraestrutura e no crescimento do
comércio, seria predatório e concentrador, contribuindo para acentuar as assimetrias já existentes entre o
“gigante” brasileiro e seus vizinhos.[46]

Nessas condições, cabe ao Brasil, como potência regional em ascensão e sede de empresas que tiveram
crescimento internacional importante nos últimos anos, refletir sobre as consequências dessa expansão
econômica para suas relações externas, especialmente no entorno sul-americano, e tomar eventuais medidas
para maximizar os impactos positivos desse movimento – e minorar os eventuais impactos negativos.

Entre essas medidas, poderia considerar-se: (1) mapeamento da presença empresarial brasileira na região,
focado não apenas na quantidade, mas também na qualidade dos investimentos emitidos, segundo os critérios
referidos acima; (2) o estímulo à diversificação IBD, por meio de instrumentos como linhas de financiamento
voltadas especificamente à internacionalização de empresas tecnológicas;[47] (3) a adoção de ações voltadas a
diminuir ou compensar os riscos políticos do IBD, por meio de cooperação técnica dirigida ao fortalecimento
institucional em áreas afetas à presença de empresas (ambiente de negócios, questões regulatórias, etc.); ou
ainda do estabelecimento de seguros e garantias orientados ao investimento produtivo;[48] (4) estímulos
específicos para investimento de empresas brasileiras em indústrias no setor de manufaturados, visando à
exportação para o Brasil;[49] (5) o estabelecimento de mecanismos regionais de solução de controvérsias para
dirimir problemas envolvendo empresas brasileiras;[50] (6) produção, pelo governo, de relatórios contendo
informações sobre oportunidades de investimentos nos países da região, bem como eventuais dificuldades de
natureza institucional que possam gerar problemas para as empresas.

Outubro de 2014

Notas

[1] Lima, 2005:14. ↑

[2] Veja-se, por exemplo, a relação com o Equador, “esfriada” depois do incidente com a Odebrecht,
em 2008.

[3] O crescimento dessas assimetrias observa-se não apenas no que se refere ao crescimento relativo dos PIBs
regionais, mas também na evolução do comércio entre países da América do Sul e em indicadores como fluxos
e estoque de IED recebido e emitido e reservas internacionais. No primeiro caso, o PIB brasileiro, que
correspondia a 55% do produto agregado da América do Sul (1995), recuou para 52,5% em 2003 e atingiu
59,8% em 2011. No caso do Mercosul, passou de 72,8%, em 1995, para 65,1% (2001), recuperando-se em
seguida para atingir 82,8%, em 2011. No caso do comércio regional, observa-se uma inversão de sinais da
balança comercial brasileira com a maioria dos vizinhos, que passa a ser superavitária de forma consistente para
o Brasil a partir de 2003. Entre 1995 e 2002, o saldo médio do Brasil em seu comércio com os vizinhos era de
cerca de 420 milhões /ano, com déficits em 1996 e 2002. Entre 2003 e 2011, esse saldo médio pulou para cerca
de 10,2 bilhões anuais, com picos de mais de 14 bilhões em 2008 e 2011 (para dados sobre PIB, ver CEPAL e
IBGE. Para dados sobre comércio, ver SECEX/MDIC). ↑

[4] Ver nota 44 ↑

[5] Ver, a respeito o World Investment Report, edições de 1999 (“Foreign Direct Investment and the Challenge
of Development”) e 2006 (“FDI from Developing and Transition Economies: Implications for Development”).
Estatísticas sobre investimento direto de transnacionais brasileiras estão disponíveis no UNCTADstat
(http://UNCTADstat.UNCTAD.org/ReportFolders/reportFolders.aspx). Ver também CEPAL, 2011 e 2012. ↑

[6] Operações financeiras entendidas como investimento estrangeiro direto (IED) podem dar-se pela via da
instalação de subsidiária ou unidade produtiva (o chamado greenfield investment), pela formação de parceria
com empresa do país no qual se investe (joint venture), ou pela aquisição ou fusão com empresa estrangeira
(mergers & acquisitions, também chamadas operações de tipo brownfield). Ver, a respeito, GOULART &
VINAGRE, 1996; IGLESIAS e MOTTA VEIGA, 2002; GOUVEIA, 2010; GOUVÊA & SANTOS, 2004; CNI,
2007; CYRINO & TANURE, 2010; CYRINO, BARCELLOS e OLIVEIRA JUNIOR 2010, entre outros. ↑

[7] Segundo o autor, a qualidade do IED seria medida em função dos seguintes critérios: (a) “Composição
setorial” do investimento que se refere à existência de investimentos produtivos em setores que contribuam de
forma significativa para o desenvolvimento da economia do país receptor; (b) “Intensidade da produção local”,
relativa ao grau de incorporação de valor ou transformação realizada no país receptor do IED; (c) “Aporte
tecnológico”, medido em função da contribuição técnica e tecnológica feita pelas empresas por meio de suas
subsidiárias locais; (d) “Orientação de mercado”, que mede a qualidade do investimento em termos de
ampliação da capacidade exportadora do país-anfitrião; e (e) “Modalidade de entrada”, que distingue entre
operações de IED de tipo greenfield (de melhor qualidade) e brownfield. ↑

[8] No que se refere ao aproveitamento dos benefícios dos investimentos, CEPAL/UNCTAD defendem que o
país receptor adote políticas para tirar maior proveito possível, por meio de estímulo à transferência de
tecnologia, aprofundamento dos vínculos com provedores locais, condicionamento a critérios de conteúdo
nacional, estímulo a atividades de P&D no país receptor, proteção de indústrias locais incipientes, etc. ↑

[9] Ver, a respeito, AHLQUIST, 2006; JENSEN, 2003; e PRZEWORSKI & LIMONGI, 1993. ↑

[10] O cômputo das operações de IBD pelo Banco Central enfrenta dificuldades decorrentes de metodologia
empregada – que registra apenas as operações declaradas no Brasil e considera, como destino final dos
investimentos, países frequentemente intermediários, escolhidos em razão de suas legislações em matéria fiscal
ou da existência de acordos de proteção de investimentos com terceiros países. Assim, levantamento do BC
para o período 2009-12 dá conta de que quatro países (Áustria, Ilhas Cayman, Países Baixos e Ilhas Virgens)
concentram, em média, 61,85% dos investimentos emitidos por empresas brasileiras. ↑
[11] O Ranking das Transnacionais Brasileiras organizado pela Fundação Dom Cabral (2011) dá conta de que a
América Latina concentrava 52,9% das subsidiárias de transnacionais brasileiras, contra 16,9% para a Europa;
14,6% para a Ásia; 9,2% para a América do Norte; 5,4% para a África; e 0,9% para a Oceania. ↑

[12] Metodologia adotada, entre outros, em estudos do CINDES (Centro de Estudos de Integração e
Desenvolvimento) e da Fundação Dom Cabral. ↑

[13] www.cindesbrasil.org.br (acesso em 04/12/2012). ↑

[14] RIBEIRO, Lins, 1987. Dos dez maiores projetos de investimento anunciados no período, cinco
enquadram-se nessa definição. São eles: construção da termelétrica de Castilla, no Chile, com investimentos da
MPX de US$ 5 bilhões; exploração de potássio na Mina Rio Colorado, na Argentina, com investimento da Vale
de US$ 4,1 bilhões; exploração da mina de fosfato de Bayóvar, no Peru, pela Vale (US$ 566 milhões);
aquisição pela MPX de cinco blocos para exploração de carvão na Colômbia (US$ 356 milhões); e ampliação
da mina de Bayóvar, no Peru, pela Vale (US$ 300 milhões). ↑

[15] E.g. prospecção de petróleo na região de Yasuní, Equador, pela Petrobras; Eletrobras e Furnas e projeto o
da hidrelétrica de Iñambari, no Peru; e a participação da MPX na Termelétrica de Castilla, no Chile. ↑

[16] Entre os mais polêmicos, citem-se os casos da Odebrecht e a hidrelétrica de San Francisco, no Equador, e o
caso da OAS e a rodovia San Ignacio de Moxos-Villa Tunari, na Bolívia (TIPNIS). ↑

[17] FDC (2010 e 2011), SOBEET, CINDES (2012), Miazzo (2011). ↑

[18] Nos últimos anos, observa-se tendência de congelamento dos investimentos produtivos na Argentina, e em
alguns casos, de retirada desses investimentos. Ver o caso da venda de ativos da Petrobras, o abandono do
projeto Potássio Rio Colorado (Vale) e as dificuldades enfrentadas por empresas como a ALL, a Coppershoes e
a Alpargatas. ↑

[19] Caso, por exemplo, da indústria calçadista, que investiu na ampliação de plantas na Argentina. ↑

[20] Entrevista ao autor em Buenos Aires, 26/07/2012. ↑

[21] A maioria dos investimentos produtivos de transnacionais brasileiras realiza-se com recursos das próprias
empresas, ou através de financiamentos adquiridos no sistema financeiro privado. Algumas poucas operações
de investimento contaram nos últimos anos com apoio oficial como, por exemplo, a compra da Swift Armour
pela JBS Friboi, na Argentina, que se deu por meio de financiamento do BNDES (Programa BNDES-Finem). ↑

[22] Programas PROEX-Financiamento e PROEX-Equalização, do Banco do Brasil, e BNDES-Exim ↑


[23] O Convênio de Créditos Recíprocos da Aladi permite a redução do prêmio de seguro para financiamentos/
empréstimos, por se tratar de sistema de compensações automáticas entre Banco Centrais que nunca sofreu
default, o que dá razoável segurança do pagamento pelos países devedores. ↑

[24] Embora questionados por alguns governos da região, esses indicadores são frequentemente utilizados por
empresas para definir estratégias de investimento e por instituições financeiras para a concessão de
financiamentos ou empréstimos. ↑

[25] Fernando Molina, 2011. ↑

[26] Fernando Calderón (Org.), 2012 ↑

[27] Os autores identificam entre os governos de cunho “pragmático-reformista” o Chile da Concertación, o


Brasil e o Uruguai; entre os “conservadores modernizantes” o México, a Colômbia, o Peru de Alan García e o
Chile da Alianza para el Cambio; entre os “neodesenvolvimentistas-indigenistas” a Bolívia, o Peru de Ollanta
Humala e o Equador; e entre os “nacionalistas-populistas” a Argentina e a Venezuela. ↑

[28] Alguns desses confrontos envolveram: na Colômbia, a comunidade Uwa e a Occidental Petroleum, e a
comunidade Emberá Katio e a empresa Urra; no Equador, comunidades indígenas da região oriental e as
empresas Arco e Texaco, por exploração petrolífera considerada contaminante; no Peru, as comunidades
Ashuar e Achoa contra as mesmas Texaco e Arco; no Chile, a comunidade Pehuenche contra a estatal Endesa
pelo projeto de construção de hidrelétrica no rio Bío-Bío; no Paraguai, o povo Mbya Guaraní contra o Estado
pela construção da hidrelétrica de Yaciretá; e na Argentina, a comunidade mapuche Katripayín contra a YPF na
região de Neuquén. Sobre esse tema, ver os relatórios do International Work Group for Indigenous Affairs
(disponíveis em www.iwgia.org). ↑

[29] Todos os países da América do Sul, à exceção de Uruguai, Guiana e Suriname, ratificaram a Convenção,
entre 1991 e 2002. Quase nenhum, no entanto, regulamentou sua aplicação, o que dificulta a realização das
consultas. ↑

[30] “La naturaleza o Pachamama, donde se reproduce y realiza la vida, tiene derecho a que se respete
integralmente su existencia y el mantenimiento y regeneración de sus ciclos vitales, estructura, funciones y
procesos evolutivos. (…) Toda persona, comunidad, pueblo o nacionalidad podrá exigir a la autoridad pública
el cumplimiento de los derechos de la naturaleza” (capítulo VII, Derechos de la Naturaleza). ↑

[31] Alemparte et al., 2012 ↑

[32] Argentina: Página 12, El Clarín e La Nación; Bolívia: El Deber, El Diario e La Razón; Chile: El
Mostrador, El Mercurio e La Tercera; Paraguai: Última Hora, La Nación e ABC Color; Peru: Diário 21, La
República e La Razón; e Uruguai: La República, El Observador, El País e Últimas Notícias. ↑
[33] Segundo os autores, foi adotada a seguinte metodologia para definição das categorias: (1) positiva: artigos
que denotam atitude positiva ou idealista em relação ao papel do Brasil na região e no relacionamento bilateral;
(2) negativa: artigos que denotam atitude negativa ou antagônica em relação ao papel do Brasil na região e no
relacionamento bilateral; (3) neutra: artigos de natureza descritiva, sem conotação ou opinião definidas. ↑

[34] Trevisan et al, 2012. ↑

[35] Os jornais estudados foram: El Clarín, La Nación e Página 12, na Argentina; El Deber e La Razón, na
Bolívia; El Mercurio e La Tercera, no Chile; ABC Color, Última Hora e La Nación, no Paraguai; El Comercio,
La República y El Peruano, no Peru; e El País, no Uruguai. Como se observará, essa lista difere ligeiramente da
adotada na primeira parte da pesquisa, que incluía El Observador, Últimas Noticias e La República, no Uruguai,
além do diário Peru 21. ↑

[36] RIOS & IGLESIAS, 2008. Países estudados: Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru. ↑

[37] Os casos estudados são: na Bolívia, OAS (Rodovia do TIPNIS), Andrade Gutierrez (Rodovia Yungas),
Queiroz Galvão (Rodovia Tarija-Potosí), Petrobras e EBX; No Peru, OAS, Eletrobras (hidrelétrica de
Iñambari), Leme Engenharia, Vale (Mina de Bayóvar); No Equador, Odebrecht (hidrelétrica de San Francisco)
e Petrobras: na Argentina, Petrobras, Vale (Potássio Rio Colorado) e Camargo Corrêa; no Uruguai, Friboi e
Camil; e no Chile, MPX (termelétrica de Castilla). Os estudos baseiam-se em entrevistas e em pesquisa de
imprensa. ↑

[38] Um dos principais exemplos dessa situação é a crise entre Brasil e Equador, ocorrida na esteira do conflito
entre o governo equatoriano e a Odebrecht, ocasionado por problemas na hidrelétrica de San Francisco, a
construtora brasileira imputou a falhas do projeto técnico, responsabilidade da estatal Hidroplastaza. O
incidente, que levou à expulsão da construtora, evoluiu para o questionamento do financiamento brasileiro à
obra, o que levou à chamada para consultas do Embaixador brasileiro em Quito, em 2008. ↑

[39] Levantamentos da ABECEB e da SOFOFA dão conta de que empresas brasileiras na Argentina e no Chile
seriam responsáveis pela geração de, respectivamente, 30 mil e 10 mil empregos diretos. ↑

[40] Como, por exemplo, a crise que enfrenta a Argentina nos últimos anos, e que tem levado a uma maior
discricionariedade nas decisões econômicas, com impacto inibidor nas decisões de investimento brasileiro. ↑

[41] Além do caso da Friboi e da Camil no Uruguai, vale citar a compra da Perez Companc (Petrobras), Loma
Negra (Camargo Corrêa) e Quilmes (AMBEV), na Argentina, que à época levou a uma intensa campanha de
imprensa, promovida em parte pela UIA, contra o que se chamou de “invasión brasileña”. Ver, a respeito,
http://www.lanacion.com.ar/417369-tras-la-compra-de-quilmes-y-perez-companc-brasil-se-ha-convertido-en-
el-mayor-inversor-en-la-argentina, http://www.ipsnews.net/2008/06/argentina-the-brazilian-investment-
invasion/. ↑
[42] No caso da campanha contra a “invasión brasileña”, houve envolvimento do governo para aparar arestas.
Medidas foram tomadas no sentido de estimular investimentos da Petrobras na Argentina e melhorar a imagem
do Brasil. ↑

[43] Em ambos os casos, as dificuldades enfrentadas originaram-se, segundo as próprias empresas, em falhas
relacionadas com os projetos, de responsabilidade dos governos locais. No caso da OAS, o problema dizia
respeito ao traçado da rodovia, que cruzava parque nacional e reserva indígena – zona posteriormente
considerada “intangível”. ↑

[44] No episódio envolvendo a Odebrecht, o governo atuou diretamente na defesa dos interesses da empresa,
que acabou expulsa do Equador no final de 2008. Posteriormente, foi obrigado a defender-se de demanda
arbitral impetrada pelo governo equatoriano na Câmara de Comércio Internacional de Paris, referente ao
financiamento de U$ 242,9 milhões de dólares concedido pelo BNDES. Laudo final da CCI (29/12/10) deu
ganho de causa ao Brasil. ↑

[45] A única exceção é a Bolívia, cujo comércio é superavitário com o Brasil em razão das exportações de gás.

[46] Entre os grupos mais atuantes nessa crítica estão: INESC, IBASE, FASE, REBRIP, Amigos da Terra,
Justiça Ambiental, Jubileu Sul Brasil, PACS, Mais Democracia, Fundação Rosa Luxemburgo, Instituto Pólis,
Justiça Global, MST/ Via Campesina, Fobomade (Bolívia), Forum Solidaridad (Peru) e COICA (Peru). Ver, a
respeito, Garcia, 2009; Tautz et al, 2010; INESC 2008; Garcia, 2011. Ver também:
http://otramerica.com/temas/el-subimperialismo-brasileno-en-bolivia-y-america-
latina/597,www.uff.br/iacr/ArtigosPDF/23T.pdf, http://otramerica.com/temas/el-subimperialismo-brasileno-en-
bolivia-y-america-latina, www.patriagrande.org.bo/articulosdiciembre2008.php?idrevista=14&idarticulo=315,
www.estadao.com.br/noticias/impresso,imperialismo-brasileiro-preocupa-regiao,264824,0.htm e
www.cartacapital.com.br/sociedade/neoimperialismo-brasileiro/ ↑

[47] Segundo a pesquisa Sobeet-Valor 2010, os desembolsos do BNDES (2003/09) para internacionalização de
indústrias de transformação concentraram-se em empresas com atividades intensivas em natureza (50%), contra
25% para as intensivas em C&T. ↑

[48] Atualmente, o Brasil conta apenas com seguros voltados ao financiamento de exportações. Inexistem,
como na maioria dos países desenvolvidos, agências de tipo ECA (export credit agency), que ofereça seguros
para cobrir risco político. A recente criação da ABGF (Agência Brasileira Garantidora de Fundos) poderá suprir
essa lacuna. ↑

[49] O cálculo custo-benefício de tais estímulos teria que levar em conta as vantagens políticas de uma redução
dos superávits comerciais brasileiros vis-à-vis consequências como a exportação de empregos para terceiros
países. ↑
[50] Muitos países da região não reconhecem a jurisdição de mecanismos internacionais, como o CIADI (e.g.
Equador, Bolívia). Nesse contexto, a ausência de mecanismo regional faz com que eventuais disputas terminem
tendo solução política/diplomática, com eventual desgaste bilateral. Possível solução poderia estar na criação de
mecanismo no âmbito da Unasul, atualmente em negociação. ↑

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Principais entrevistas

Bolívia: Carlos Mesa Gisbert (ex-presidente da República); Eduardo Rodríguez Veltzé, (ex-presidente da
República); Víctor Hugo Cárdenas (ex-vice-presidente da República); Claudia Benavente (Jornal La Razón);
Gonzalo Chávez (Universidade Católica Boliviana); Fernando Molina (diretor Fundación Vicente Pakos
Kanki); Ricardo Martins (diretor OAS), Priscila Cavalcanti (advogada OAS); Marcel Fortuna Biato
(embaixador do Brasil).

Chile: Pedro Litzek (gerente-geral da MPX); Frederico Cesar de Araújo (embaixador do Brasil); Giovanni
Stumpo (CEPAL); Antônio Prado (secretário-executivo Adjunto da CEPAL).
Argentina: Valmir Rossi (superintendente Banco do Brasil); Jorge Aparicio (Diretor Câmara de Comércio
Brasil-Argentina); Juan Roza (diretor de Assuntos Institucionais – Loma Negra); Ariel Palácios (jornalista);
Cecilia Martin (Unión Industrial Argentina); Juan Gabriel Tokatlian (Universidade Di Tella); Dante Sica,
(consultora ABECEB); Felix Peña (fundação Standard Bank); Carlos Alberto da Costa, (gerente-geral Petrobras
Argentina); César Felício (jornalista); Manuel Díaz (grupo Brasil); Sebastián Parigi (Vale)

Brasil: José Botafogo Gonçalves (ex-ministro da Indústria e Comércio; ex-embaixador em Buenos Aires);
Ricardo Sennes (Prospectiva consultoria); João Mendes Pereira (Ministério de Relações Exteriores); Carlos
Márcio Bicalho Cozendey, (Ministério da Fazenda); Ernesto Carrara (Ministério do Planejamento); Lúcia
Helena Souza (CAMEX); Luciene Machado (BNDES); Sandra Rios (CINDES); Fátima Mello (FASE); Iara
Pietricovsky (INESC); Sergio Fausto (IFHC).

Esta matéria faz parte do volume 23 nº2 da revista Política Externa

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