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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS IV JACOBINA


CURSO DE LETRAS, LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURAS
PRÁTICA PEDAGÓGICA III
SEMESTRE 2019.1
DOCENTE: Thaís Nascimento
DISCENTES: Camila Reis e Jobervan Rios Evangelista Filho

TEXTO COMPARATIVO
Tendo por base o trabalho das professoras-pesquisadoras Ana Lúcia Gomes da
Silva e Taine dos Santos Pereira, intitulado Projeto político pedagógico das escolas com
atendimento educacional especializado e a inclusão: a que será que se destina?,
procedemos à análise do Projeto Político Pedagógico (PPP) do Colégio Renascença,
instituição de orientação judaica localizada na Rua Inhaúma, 315, Barra Funda - São
Paulo; o documento foi extraído e consultado da página oficial da escola na internet.
O presente trabalho tem por objetivo traçar uma análise comparativa entre os
postulados no artigo supramencionado e as propostas apresentadas no PPP sob
investigação, para fins avaliativos da disciplina de Prática Pedagógica III. Ao fim da
análise, conforme solicitado, foram acrescentados alguns questionamentos ligados aos
temas em xeque.
Desse modo, seguindo as disposições de PEREIRA e SILVA, afirma-se que o
Projeto Político Pedagógico (PPP) nada mais é do que um documento que reflete a
proposta educacional da escola visando meios que norteiem a rotina escolar, evitando que
a mesma perca o foco em suas ações. Para as autoras, o PPP se baseia em cinco princípios
que regem uma escola pública democrática e de qualidade, que são: igualdade, qualidade,
gestão democrática, liberdade e valorização do magistério.
Levando em consideração esses cinco princípios citados anteriormente, conclui-
se que o PPP do Colégio Renascença é um documento bem-elaborado, tendo êxito na sua
construção, especialmente no ponto da igualdade, uma vez que o Colégio visa a acolher
o novo e abraçar as diferenças, tendo como base a convivência para entender e lidar
melhor com as peculiaridades e individualidades com as quais lida.
Nota-se, todavia, uma deficiência no que diz respeito à gestão democrática, que
tem como princípio a importância do trabalho colaborativo, desde a construção do
documento até a execução do mesmo. Além disso, no PPP analisado não existem
evidências desse processo colaborativo, sobretudo na construção do documento, uma vez
que não são citados outros entes, como alunos e até mesmo as famílias dos mesmos.
Todavia, optou-se neste trabalho por uma análise concentrada no tema da
educação especial inclusiva, ponto central do trabalho das autoras do texto-base. Deste
modo, chama a atenção de imediato, já na análise do sumário do documento, que o tema
relacionado à “Inclusão Escolar” se encontra como “apêndice” ao PPP que, atualizado
para o ano de 2019, demonstra mais uma diferença de tratamento a este tema abordado
por PEREIRA e SILVA, uma vez que o referido apêndice teve como última atualização
o ano de 2016.
Outro ponto a ser repensado neste documento é a forma como é tratada a educação
especial em sua estrutura, tendo em vista que o assunto é citado de forma genérica,
despertando algumas dúvidas dos meios que serão utilizados para que haja a inclusão dos
alunos com necessidades especiais. Nota-se também a falta de menção à Sala de Recursos
Multifuncionais (SRM), uma vez que este é um recurso essencial na formação dos alunos
com necessidades especiais.
Partindo-se para o conteúdo do mesmo, identifica-se que o tema da diversidade e
inclusão para alunos com necessidades especiais, apesar de genérico no aspecto
conceitual e teórico, é satisfatório quanto ao aspecto procedimental. Além de apontar as
necessidades especiais “[...] relacionadas às cinco deficiências visual, auditiva,
intelectual, física e múltipla, TGD - Transtorno Global do Desenvolvimento e altas
habilidades” (COLÉGIO RENASCENÇA, p. 62), o apêndice do Projeto prevê
procedimentos gerais de acompanhamento com a família, além de pontualmente
discriminar de quais formas se dá o acompanhamento dos casos nos segmentos Infantil,
de Fundamental I e II, e do Ensino Médio.
Observa-se que dois dos princípios basilares de um PPP postulados por PEREIRA
e SILVA – o da igualdade (permanência e participação) e o da valorização do magistério
(educação continuada dos professores) – são respeitados, uma vez que no PPP do Colégio
Renascença há previsão de acompanhamento evolutivo e avaliações periódicas para os
alunos, bem como previsão de atendimento constante à equipe docente quanto a
instrumentos de observação, investigação, planejamento, atividades e avaliações. Deve-
se mencionar que o princípio da qualidade também permeia o PPP deste colégio, dado
que no mesmo apêndice direcionado à educação especial é previsto o atendimento aos
demais profissionais que não participam diretamente da atividade pedagógica-escolar.
Outra menção necessária é ao respeito dado ao fator coletivo, dado que no mesmo
apêndice também se prevê de que maneira os pais deverão estar inseridos no processo
educativo dos filhos com necessidades especiais; além das devolutivas e
acompanhamentos da evolução e avaliação dos alunos, prevê-se também encontros e
entrevistas trimestrais. Deste modo, ao tratar da educação especial, o Colégio Renascença
dá sinais de cumprir o princípio da coletividade, uma vez que procedimentalmente prevê
a participação familiar e a qualificação de todo o quadro profissional nos processos
educativos e paralelos ao mesmo.
Todavia, sob a perspectiva teórica do trabalho de PEREIRA e SILVA, alguns
problemas são identificados no tratamento dado neste apêndice do PPP sobre a Educação
Especial. Para as autoras, as previsões sobre adaptações estruturais são de extrema
importância para um PPP, assim como as previsões específicas para a Sala de Recursos
Multifuncionais (SRM). No PPP do Colégio Renascença, apesar de estarem previstas a
“disponibilidade de um espaço diferenciado para a realização das atividades e avaliações”
(p. 63) e atividades e acompanhamento para estes alunos em horários após ou opostos às
aulas (p. 62), não existe qualquer menção a uma SRM, tampouco de que maneira ou quais
recursos serão empregados neste “espaço diferenciado”.
Por todo o exposto, e baseando-se nos cinco princípios para a análise do PPP
postulados por PEREIRA e SILVA, conclui-se que o PPP do Colégio Renascença atinge
o que se espera de um documento como tal no que toca aos princípios de igualdade,
qualidade, liberdade e valorização do magistério. Todavia, o princípio da gestão
democrática parece ser o de menor valor, especificamente no âmbito de sua construção,
dado que não há sinais de participação de outros entes como as famílias e os alunos na
construção do documento.
Do mesmo modo, conclui-se que o tratamento dado à educação especial poderia
ser repensado quanto à forma e disposição documental, retirando-se o tema de um
“apêndice” e buscando-se atualizações anuais como as feitas na sua parte “principal”,
voltada aos valores, princípios e programa curricular do Colégio. Apesar dos méritos
apontados no tratamento procedimental do documento, em detrimento da exaustão teórica
criticada por PEREIRA e SILVA, aponta-se também para a necessidade de menção à
SRM, bem como previsões detalhadas dos recursos e procedimentos a serem aplicados
com os alunos dotados de necessidades especiais neste ambiente tão rico e necessário para
uma educação inclusiva de qualidade.
REFERÊNCIAS
COLÉGIO RENASCENÇA. Projeto Político Pedagógico 2019. Disponível em: <
http://www.renascenca.br/arquivos/2f75f93ec0eddba7240631700e52e8ca.pdf>. Acesso
em: 02 jul. 2019.

PEREIRA, Taíne dos Santos; SILVA, Ana Lúcia Gomes. Projeto político pedagógico
das escolas com atendimento educacional especializado e a inclusão: a que será que
se destina?

QUESTIONAMENTOS
1. Como se dá o processo colaborativo para a construção do PPP, tendo em vista
que não é sabido dos pais e alunos a importância deles para a construção do
mesmo?
2. Os PPPs devem estar disponíveis para leitura de pessoas que não tenham
relação direta com a escola?
3. De quanto em quanto tempo um PPP deve ser atualizado?

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