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0,76
A.hu ⎛ L ⎞
Qp = tc = 0,3 ⎜ 0,25 ⎟
1,8.t C ⎝J ⎠
¾ Modelos Estatísticos
Têm sido aplicados vários modelos estatísticos para estimação dos caudais de ponta
de cheia sendo o mais frequentemente usado o de Gumbel; no entanto, conforme já
foi provado por vários autores, o modelo da distribuição generalizada de extremos é o
¾ Modelos Matemáticos
Existem vários modelos, sendo que a sua utilização mais ou menos frequente, em
Portugal, dependerá de questões relacionadas com as condições da bacia
hidrográfica e de questões de preferência. Por exemplo, um dos modelos
matemáticos mais utilizados em Portugal é o HEC-HMS (Hydrologic Modeling
System), do USACE. O HEC-HMS aplica simultaneamente ou de forma estruturada
as várias componentes hidrológicas. A precipitação actua num conjunto
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espaço/tempo, sendo interceptada pela vegetação, podendo atingir corpos de água,
lagos, rios e oceanos, utilizando desta forma o modelo meteorológico.
O HEC-HMS encontra-se disponibilizado, gratuitamente, no site do USACE
(http://www.hec.usace.army.mil/).
¾ Em Resumo
Pela breve análise dos factores que intervêm nas fórmulas e metodologias
mencionadas para estimar o caudal de ponta de cheia, facilmente se verifica que o
caudal varia conforme as condições do terreno e do seu grau de infiltração (factor c e
λ ). Varia ainda consoante as condições da intensidade de precipitação, que por sua
vez depende do tempo de concentração; por sua vez o tempo de concentração
diminui face ao aumento da impermeabilização.
a diminuição do tempo de utilização de materiais impermeáveis vai contribuir para o aumento da velocidade do
concentração escoamento e consequente diminuição do tempo de concentração, existindo assim
uma relação crescente em cascata, entre os vários factores contributivos para o
caudal de cheia.
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Como forma de actuação perante o cenário da figura anterior, pretende-se
implementar medidas que minimizem significativamente o pico de cheia, tentando
aproximar o valor do caudal de ponta ao verificado antes da urbanização da área,
como se pode verificar na figura seguinte.
Conforme apresenta muito bem Ribeiro Telles, no Boletim n.º 1 da revista Lisboa
Urbanismo (1998), é necessário abandonar o modelo e o processo em curso e
realizar a "cidade-região". Para isso, é claro, urge combater a localização arbitrária e
casuística dos empreendimentos urbanos e suster a destruição da estrutura
ecológica da paisagem a fim de se continuar a garantir a circulação e a infiltração da
água, a manter a porosidade e permeabilidade do solo e a vegetação característica
da paisagem tradicional. Só actuando da forma descrita será possível manter o
equilíbrio biológico e físico do espaço, diminuir a poluição do ar, da água e do solo e
evitar derrocadas e inundações.
A região submergida pela edificação urbana, e devido à sua muito maior extensão,
tem de continuar a ter uma estrutura ecológica que garanta o funcionamento do ciclo
hidrológico. Essa estrutura deverá apoiar-se nas serras e "cabeceiras" das linhas de
água, nos "corredores" húmidos percorridos pela água e nos solos de excepcional
potencialidade agrícola. Terá portanto que garantir-se o funcionamento de cursos de
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água para os quais é necessário garantir a existência de bacias de retenção, e leitos
flexíveis que garantam o escoamento dos diferentes caudais ao longo do ano.
Transição urbano/rural e
estabelecimento de corredor
verde
Também Saraiva, G., (1999) defende os mesmos princípios. E aponta para medidas
de transição entre o rural e o urbano, de forma a estabelecer a interface paisagística
adequada.
No caso de construções perto das linhas de água, o problema agrava-se ainda com o
confinamento das zonas de inundação, provocando maiores inundações, quer a
montante, quer a jusante. Para os loteamentos e/ou outras ocupações em áreas
extensas, a questão maior prende-se com as maiores contribuições que,
eventualmente, vão trazer, para os caudais e para o volume de cheia. Nestes casos,
deverão ser implementadas medidas que produzam o amortecimento dos caudais
acrescidos, cumprindo designadamente o conceito de “balanço hídrico zero” e a
implementação de bacias de retenção (contempladas no D.R. n.º 23/95).
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essencialmente à protecção de ruas, espaços ou propriedades públicas com maior
visibilidade.
Estes planos poderão ser incluídos nos instrumentos de gestão do território e podem
ser da responsabilidade de particulares ou de outras entidades envolvidas.
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porque poucas vezes é direccionada para as questões subjacentes às causas
de base. Um plano deve procurar entender os problemas a vários níveis,
mesmo que não consiga encontrar soluções em todos esses níveis, deverá
procurar chamar atenção para estes. A concretização das metas é muitas
vezes determinada pelos grupos de trabalho que analisam os processos e se
apercebem dos problemas, quer sejam cidadãos quer sejam agentes
administrativos. Os grupos de trabalho são importantes porque cada membro
tem necessidades e pontos de vista diferentes, e o planeamento de combate a
cheias ou a escoamentos torrenciais tem significado diferente para cada um
deles. As soluções sofrem, no entanto, importantes influências políticas,
financeiras, e de capacidade técnica envolvidas;
Os planos devem ser realistas • Determinação de “Condicionantes às Soluções”. Os planos devem ser
realistas. Soluções estruturais pesadas para resolver problemas de cheias,
não são muitas vezes implementadas por falta de suporte político e social ou,
mesmo, por questões económicas ou legais que muitas vezes condicionam a
implantação de medidas;
O produto final para um plano de estudo será pois um claro entendimento do que
será necessário realizar para a satisfação dos objectivos estabelecidos.
São pois uma solução inteligente para obras viárias, passeios, calçadas, praças,
ciclovias, estacionamentos, áreas exteriores de centros comerciais, etc.
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¾ Pavimentos Porosos na construção de urbanizações ou loteamentos
Vantagens:
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- Não constituem risco para a circulação de veículos, porque reduzem a
hidroplanagem, retendo a água;
- Possuem uma vida útil longa e de baixa manutenção;
- Não requerem mão-de-obra especializada para aplicação;
- Reduzem a poluição.
Duas soluções se podem encarar para evitar esta situação: intervenção na rede
hidrográfica no seu todo, mediante prévio licenciamento, o que implica trabalhos
difíceis e dispendiosos; ou criar a jusante das novas urbanizações reservatórios ou
Para que este tipo de bacias possa desempenhar convenientemente o seu papel, e
favorecer em muitos casos actividades de recreio, torna-se importante assegurar a
sua manutenção. O grau de tratamento e frequência de manutenção depende do
nível de utilização da bacia, das disponibilidades técnicas e económicas e das
características das águas que a alimentam. As operações de manutenção envolvem
de um modo geral as seguintes actividades:
• Verificação e controlo da afluência de águas não pluviais;
• Recolha de eventuais sólidos suspensos;
• Limpeza de dispositivos tipo desarenador ou grelha, eventualmente existentes
a montante da bacia;
• Protecção, limpeza e manutenção das bermas;
• Controlo da qualidade das águas pluviais.
O projecto das bacias deve incorporar desde logo um plano para as operações de
manutenção de forma a assegurar a sua execução ao longo do tempo.
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Bacia de retenção com
capacidade para amortecer
caudais de vários períodos de
retorno
As bacias de detenção devem ser usadas para reduzir o valor do caudal máximo de
escoamento, reduzindo as inundações a jusante, protegendo o canal, e promovendo
a conservação de habitats aquáticos. Devem ser dimensionadas para que o caudal
descarregado seja semelhante às condições pré-existentes. Estas bacias não são
por isso concebidas para amortecer grandes volumes de água, nem para efectuarem
a sua total depuração. Proporcionam, contudo, alguma depuração, podendo ainda
serem implementados filtros e/ou outros dispositivos com efeitos filtrantes ou
depuradores.
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Forma das Bacias de Detenção
Para maximizar o potencial destas bacias, a sua forma deverá ser alongada de modo
a que o comprimento seja aproximadamente 3 vezes a largura (3L), providenciando
tempo de detenção adicional para algum tratamento biológico. A vegetação, e as
irregularidades do eixo e do traçado das margens, permitem aumentar o seu
desempenho. Os canais de descarga, em escoamento lento, têm como objectivo,
prevenir a erosão, descarregando gradualmente o caudal afluente, até a bacia secar
completamente.
O fundo deverá ser construído com inclinações de pelo menos 5% de forma a evitar a
formação de zonas pantanosas. Os taludes das bermas deverão ter inclinações
máximas de 1/6 ou de 1/2, consoante se trate ou não de bacias acessíveis ao
público.
Vantagens:
o Bacias de Retenção
Os volumes das bacias são calculados para que haja controlo dos caudais adicionais
dos escoamentos que provocam cheias conhecidas (que ocorreram no passado ou
que estão previstas), sendo necessário que a área de drenagem seja suficiente para
garantir a permanência de água ao longo do ano, e devem ter capacidade de
armazenar a quase totalidade da água afluente.
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Para este tipo de bacias é conveniente que o nível freático atingido em tempo seco
seja superior à cota de fundo da bacia, assegurando assim uma alimentação
permanente.
Nas bacias de retenção é aconselhável existir, em tempo seco, uma lâmina líquida
permanente de altura não inferior a 1,5 m a fim de evitar o desenvolvimento
excessivo de plantas aquáticas e possibilitar a vida piscícola.
Estando a bacia integrada em zona urbana, deve prever-se uma variação do nível de
água de cerca de 0,5 m para a precipitação do período de retorno escolhido e
assegurar-se o tratamento conveniente das bermas, considerando nomeadamente:
- Taludes relvados com declive não superior a 1/6;
- Paramentos verticais de 0,75 m de altura, ao longo dos quais se verificam as
variações de nível da água, executados de preferência com troncos de
madeira ou outro material estética e ambientalmente aceitável;
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- Durante a ocorrência de escoamentos intensos directos, o escoamento é
detido acima do nível do lago permanente e amortecido ao longo de um tempo
alargado;
- Providenciam oportunidades para mais diversos usos e composição da
paisagem, envolvendo recreio e áreas naturalizadas;
- Não consomem muito espaço, relativamente à bacia drenada (cerca de 2 a 3%
no máximo da área de contribuição), sendo ideais para grandes áreas
intervencionadas.
→ Elementos constituintes
→ Dimensionamento hidráulico
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de retorno escolhido, de modo que na descarga se obtenha um caudal, suposto
constante, correspondente à capacidade máxima de vazão a jusante.
1
−bqs ⎛ qs ⎞ b
Va = 10 × × ×C × A
(1 + b ) ⎜⎝ 60a (1 + b) ⎟⎠
6q
com: qs =
C. A
onde:
C – coeficiente de escoamento;
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Bibliografia
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• Simões, J. M. A., Hipólito, J. N. A. R., La Directiva Marco del agua: realidades
y futuros Sevilla, 13-17 de Noviembre de 2002. III Congreso Ibérico sobre
Gestión y Planificación de Aguas;
• Telles R., 1998. Um Novo Desenho Urbano, Boletim n.º 1 da revista Lisboa
Urbanismo;
• UNESCO, Paris, 2001. Guidelines on Non-Structural Measures in Urban Flood
Management;
• Virginia Department of Conservation & Recreation, 2005. The Floodplain
Management Plan for the Commonwealth of Virginia;
• Water Sensitive Urban Design in the Australian Context. Synthesis of a
Conference Held 30 - 31 August 2000. Melbourne, Australia;
Sites Consultados:
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Índice
Bibliografia ……………………………………………………………………………………………77