Sie sind auf Seite 1von 6

Estática jurídica→conceito de direito→antes de se chegar a um conceito de Direito, Kelsen coloca a conduta

humana como objeto de regras, define de forma científica e política o


Direito, além de buscar discorrer sobre Direito e a ideia de justiça
→o Direito, sistema de regras, uma ordem da conduta humana, diz
respeito à conduta humana, seja de forma exclusiva ou, ainda, que
esta esteja cercada de circunstâncias não provenientes de atos
humanos
→Direito e Política→o Direito, como técnica social específica baseada
na experiência humana, não pode adotar
conceitos restritivos a outras ideologias políticas;
é que a adoção de uma ideologia política, seja
liberal ou democrática, exclui ordens jurídicas de
ordens sociais com ideologias diversas; a
construção do Direito não é imune a ideologias
→Direito e Justiça→a identificação entre Direito e Justiça é um ato
político, uma vez que o conceito de justiça é
subjetivo; considerar que apenas uma ordem
social justa pode ser chamada de Direito, é, na
verdade, atribuí-la uma justificação moral;
Kelsen considera uma ordem social justa aquela
que regule a conduta dos seres humanos de forma
satisfatória a todos para que possam encontrar a
felicidade em um sentido coletivo, consistente na
satisfação de certas necessidades reconhecidas
pela Estado como dignas de serem satisfeitas
→fórmulas de justiça têm a finalidade de justificar
uma ordem jurídica positiva, transmitindo uma
aparência de justa; é uma forma de comunicação
para que o símbolo de justiça proposto seja aceito
→o direito natural tenta fundamentar a justiça de um
direito positivo ou criticar a adequação de um
direito positivo a seus fundamentos; o direito
natural usa como fórmula de justiça ora a vontade
de Deus, ora a razão humana ou, ainda, na
natureza do homem; contudo o direito natural não
define o conteúdo do que seria uma ordem justa,
trabalhando apenas com fórmulas vazias como “a
cada um o que é seu”, de que alguém de que os
atos de alguém devem ser determinados apenas
por princípios que se queiram obrigatórios para
todos os homens, isto é, o imperativo categórico
de Kant; essas fórmulas são respondidas pelo
próprio direito positivo, sendo nada mais do que
uma justificação para da aparência de justiça ao
sistema; noutras palavras, o direito positivo só é
justo se corresponder ao direito natural, que se
pretende perfeito
→é paradoxal buscar justificar ou criticar a ordem
jurídica vigente baseando-se no direito natural; é
que o direito natural, apresentado como absoluto,
perfeito e justo, é transcendental e inacessível;
sendo inacessível, torna-se impossível conhecer
seu conteúdo para torná-lo parâmetro para
qualquer fim; de outra forma, supondo sua
existência e, ainda, sua acessibilidade, usar o
direito natural como parâmetro para se criar um
direito positivo seria inútil, como disse Kelsen,
seria como criar iluminação artificial em plena
luz do sol
→o Direito pode buscar a satisfação de interesses de
modo que os interesses de uns não prejudiquem
os de outros, conciliando interesses opostos para
minimizar atritos; é a ideia de pacificação social
que tende a proporcionar existência relativamente
duradoura à ordem jurídica
→critério do direito→para encontrar o critério único pelo qual é possível distinguir o Direito
de outros fenômenos sociais é necessário que se entendam temas como
a motivação direta e indireta, sanções transcendentais e socialmente
organizadas, punição recompensa, o Direito como ordem coercitiva,
Direito/moralidade/religião, a monopolização do uso da força, Direito e
paz, compulsão psíquica, argumentos contra a definição do Direito
como ordem coercitiva
→motivação direta e indireta; ordens sociais tem por finalidade motivar
a conduta dos seres humanos, fazendo com que pratiquem ou
deixem de praticar determinados atos considerados úteis ou
nocivos à sociedade; as ordens sociais podem buscar motivar a
prática ou abstenção mediante promessa de vantagem ou
desvantagem ou, ainda, determinar uma conduta vantajosa de
modo que a simples norma seja suficiente para ser aderida;
algumas ordens sociais estabelecem sanções definidas, outras
aplicam as sanções como reações automáticas não
expressamente estabelecidas pela ordem social; motivação
direta é a que faz o cumprimento voluntário da norma;
motivação indireta é a que se dá mediante um sistema de
recompensa ou de punição
→sanções transcendentais são aquelas vindas do transcendental, de
divindades, como no caso dos ancestrais de povos antigos que vivem na
natureza após a morte e punem os membros de seu grupo como morte,
doença, etc; as sanções socialmente organizadas são aquelas que
ocorrem exclusivamente por atos de seres humanos regulados pela
própria ordem social
→punição e recompensa; Kelsen considera que a técnica da recompensa é
mais eficaz nas relações privadas entre indivíduos; já a
técnica da punição desempenha papel mais importante
na realidade social
→direito como ordem coercitiva nada mais é do que o Direito visto como
técnica social consistente na obtenção de condutas sociais desejadas dos
seres humanos através da ameaça de uma medida de coerção a ser
aplicada caso ocorra uma conduta contrária; o fato de o indivíduo não
se basear no medo de ser coagido pela ordem jurídica não afasta a
coercibilidade do Direito; é que a motivação do indivíduo em relação
ao modo como pratica condutas na sua vida é irrelevante para que haja
coercibilidade no Direito; para que haja coercibilidade do Direito, basta
que o indivíduo tenha agido de forma ilegal, nada mais; o fato de
haverem normas sem a previsão de sanção não afasta a coercibilidade
do Direito, basta lembrar a lição de Bobbio sobre a teoria do
ordenamento jurídico
→Direito, moralidade e religião se diferenciam, embora possam perseguir,
em parte, os mesmos propósitos; a moralidade se limita a uma
exigência de se fazer ou não fazer algo, sendo que a medida de coerção
não é estabelecida e nem socialmente organizada pela moral, muito
embora possa ocorrer a desaprovação pelos pares daquele que pratica
uma conduta imoral; já a religião, embora tenha sanções, estas não são
socialmente organizadas e têm uma caráter transcendental; já o Direito
possui medida de coerção decretada pela ordem jurídica, sendo
socialmente organizada
→monopolização do uso da força; o Direito usa da força para evitar que os
indivíduos usem da força entre si em sociedade; o Direito se destina a
organizar o uso da força; a força é utilizada como instrumento de
pacificação social e, por essa razão, não há antinomia no fato de o
Direito se utilizar da força para evitar que as pessoas usem dela entre si
→Direito e paz; o Direito não assegura a paz absoluta, apenas a relativa;
isso decorre do fato de que o Direito apenas privas os indivíduos do
direito de empregar a força uns contra os outros, reservando-a à
comunidade; não há ausência do uso da força porque esta apenas é
monopolizada; a comunidade só pode ser possível se os indivíduos
respeitarem certos interesses de forma recíproca entre si, sendo o
Direito uma técnica de coerção para garantir a abstenção, pelo uso da
força, da interferência de uns nas esferas de interesses dos outros
→compulsão psíquica é o medo que o sujeito tem de a medida ser
executada em caso de não obediência, isto é, de praticar uma conduta
ilegal
→validade e eficácia→validade e eficácia não se confundem
→validade→Kelsen entende que validade significa a pressuposição da
existência da norma, pressupomos a sua força de
obrigatoriedade; a validade é qualidade do Direito; a eficácia é a
qualidade da conduta efetiva da conduta dos destinatários da
norma, ou seja, se as normas são aplicadas e obedecidas
→a norma é uma vontade, um comando dotado de
obrigatoriedade, anônimo e impessoal, advindo de uma sanção;
essa obrigatoriedade dos comandos reside na necessidade do
emissor desse comando estar autorizado a emitir comandos
obrigatórios, isto é, que sejam autoridades competentes
→assim, quando há uma relação jurídica entre particulares, a
força obrigatória da norma estipulada por ambos não depende da
vontade deles, mas sim de uma norma que emita um comando
de obrigatoriedade para o cumprimento do avençado
→a vontade do legislador é uma ficção; a lei não emana da
vontade do legislador e isso porque é um parlamento, órgão
composto por vários membros, que elabora e cria uma lei válida;
além disso, a vontade psíquica de cada um dos membros de
forma isolada é irrelevante para a aprovação da lei e isto porque
muitas vezes os parlamentares votam a favor ou contra sem
conhecer o teor do que se discute
→a norma, além de ser um comando obrigatório impessoal e
anônimo, é um dever ser, ou seja, é meramente a expressão da
ideia de que algo deve ocorrer, de que o indivíduo deve se
conduzir de determinada maneira; por essa razão, a norma é
válida independentemente da vontade de qualquer indivíduo, da
vontade de outros indivíduos quererem que outros indivíduos se
conduzam de acordo e de os indivíduos se conduzirem de
acordo
→Kelsen já reconhecia as decisões judiciais como normas,
considerando-as normas individuais; também separa normas
condicionais de incondicionais; normas condicionais sendo
aquelas hipotéticas, dependentes de algo; normas incondicionais
aquelas aplicadas sem a dependência de conduta, fato ou
circunstância
→do ponto de vista dinâmico, uma norma é válida se a ordem
jurídica for eficaz; do ponto de vista estático, considera-se
apenas a validade da norma, pressupondo-se sua obrigatoriedade
→norma jurídica→a norma jurídica difere da lei da natureza quanto ao elemento de conexão;
é que enquanto a lei da natureza tem como elemento de conexão a
causalidade, forma ontológica, o ser, já a norma jurídica tem como
elemento de conexão o dever ser, a normatividade
→para Kelsen, não há exceções às normas jurídicas porque estas descrevem
um dever ser e não um ser, uma vez que a norma não tem a pretensão de se
ligar à realidade com a sua existência; o que pode haver é uma não
aplicação da norma em si; o autor ainda lembra que a lei da causalidade
nasce da primitiva norma de retribuição da qual o ser humano se utilizava
para interpretar a natureza para disciplinar sua vida
→valores de Direito e valores de justiça→Kelsen separa valores de Direito e
valores de justiça; os valores de Direito são
julgamentos objetivos de valor, tendo por
finalidade julgamentos jurídicos quanto a licitude
ou ilicitude de certa conduta, podendo ser
verificados mediante análise dos fatos que
condicionam a norma, tendo, portanto, caráter
objetivo
→os valores de justiça são julgamentos
subjetivos de valor; e isto porque os
padrões de justiça variam de indivíduo
para indivíduo; a norma que rege valores
de justiça é uma expressão do interesse do
indivíduo cuja justificação se pretende
independente da vontade humana, logo,
também se pretende como valor objetivo;
julgamentos baseados em valores de
justiça não são admissíveis na ciência
jurídica por não serem verificáveis de
forma objetiva; julgamentos de justiça
têm a mesma natureza de julgamentos
morais e políticos
→sanção→trata-se de uma privação decorrente da ordem jurídica; em essência, uma sanção
civil não diferem, existindo uma diferença de caráter relativo quanto à finalidade
e nível de invasão na esfera do indivíduo
→delito→Kelsen conceitua o delito como sendo a condição para a aplicação da sanção,
devendo estar sempre previsto pelo Direito; também a ponta a diferença entre mala
in se e mal prohibita; mala in se seria a conduta que é má em si mesma,
independente de proibição; já a mal prohibita é a conduta que só é má por ter sido
proibida objetivamente por uma ordem jurídica
→dever jurídico→consiste na obrigação de não se cometer uma conduta que configure um
delito, noutras palavras, consiste no não preenchimento, pelo indivíduo,
da condição para que se aplique a sanção; trata-se da conduta que evita
a sanção; é a quebra do dever jurídico que gera a responsabilidade pela
sanção
→eficácia da lei condicionada a aplicação pelo órgão→a eficácia da lei depende de o órgão
aplicar a lei caso haja descumprimento de
norma jurídica primária; essa norma
jurídica, sancionadora, primária exige do
órgão o dever de aplicar a lei , logo,
apenas o órgão pode desobedecer ou não à
lei; a norma que descreve a conduta ilícita
do indivíduo é nada menos do que uma
norma secundária
→responsabilidade jurídica→distinção entre dever jurídico e responsabilidade jurídica
→responsabilidade absoluta→basta que a donuta tenha
ocasionado o efeito considerado como nocivo
pelo legislador, devendo existir uma conexão
externa entre sua conduta e o efeito, não sendo
necessária nenhuma relação entre o estado mental
do indivíduo e o efeito da conduta; também a
responsabilidade coletiva é sempre absoluta, em
especial, aquela em que não há dever jurídico,
mas tão somente responsabilidade pela sanção
→sanção condicionada à previsibilidade do efeito nocivo da
conduta pelo indivíduo ou à intenção de provocar o efeito
nocivo com sua conduta
→a negligência, omissão do exercício de cuidado, é considerada
por Kelsen como responsabilidade absoluta, muito embora
reconheça diferenças para com o Direito primitivo como a
previsão do dever de os indivíduos tomarem medidas
necessárias para evitar efeitos prejudiciais relativos a sua
própria conduta
→o dever jurídico não é um vínculo psicológico; trata-se de
conceito puramente normativo que expressa certa relação
pertencente ao conteúdo de uma norma jurídica e não sobre
eventos concretos e muito menos em relação ao estado
psicológico do indivíduo obrigado; tanto é assim, que a
ignorância do indivíduo em relação à norma não a torna inválida
→o direito jurídico é um direito de obter a conduta à qual outro
está juridicamente obrigado; trata-se de uma exigência lógica do
dever jurídico; isto porque se alguém é obrigado por uma norma
a determinada conduta, deve existir alguém capaz de exigir que
a pessoa obrigada adote a conduta a que está obrigada; mesmo a
liberdade em relação a algum ato pressupõe a obrigação dos
outros de não interferirem na prática deste ato de liberdade, isto
é, um dever de permitir que o ato de liberdade seja praticado;
assim, o direito jurídico não existe sem um dever jurídico
correspondente; como se vê, a norma jurídica pode,
concomitantemente, ser permissiva e imperativa
→o direito jurídico, além do exposto, é dado por Kelsen como
uma proteção dada pelo direito objetivo a um interesse previsto
na norma jurídica
→direitos civis são a personificação de um sistema capitalista e
direitos políticos são a personificação de um sistema
democrático; assim como o direito privado tem viés de direito
político por permitir ao particular participar da formação da
vontade do Estado na elaboração da norma individual do caso
concreto, também o direito político tem sua faceta de direito
privado ao criar deveres jurídicos
→imputação→é a imputação de um ato a alguém, de forma sugestiva; contudo, a imputação
deve ser entendida como irresponsabilidade jurídica, isto é, que a sanção pela
prática de eventual ilícito não pode ser imputada a alguém
→pessoa física→pessoa física é um conceito jurídico que significa a personificação de direito
e deveres por meio de um conjunto de normas para regular a conduta de um
ser humano; como se vê, trata-se apenas de parte; ser humano é um conceito
biológico que nada tem a ver com normas jurídicas; afirmar que um ser
humano tem deveres e direitos significa que normas jurídicas regulam a
conduta desse indivíduo de forma específica; já dizer que uma pessoa tem
deveres e direitos é tautologia, segundo Kelsen; apenas em relação a seres
humanos é possível a imposição de deveres e a concessão de direitos; com
relação à pessoa, personificação de um conjunto de normas que regulam a
conduta de um ser humano, não é possível a imposição de deveres e a
concessão de direitos
→como Kelsen considera a pessoa física como a personificação de um
conjunto de normas destinadas a reger as condutas de um ser humano, é
possível concluir que, conceitualmente, a pessoa física e a pessoa jurídica
sejam iguais; a pessoa jurídica atribui direitos e deveres a um grupo de seres
humanos, personificado pela pessoa jurídica, já a pessoa física atribui
direitos e deveres a um ser humano
→pessoa jurídica→a imputação penal de uma pessoa jurídica é uma elaboração jurídica e não
a descrição de uma realidade natural; deste modo, é inútil a discussão a
respeito de ser ou não a pessoa jurídica uma ficção

dinâmica jurídica→ordem jurídica→unidade de ordem normativa→a norma fundamental de um sistema é


uma pressuposição; essa norma é que dá
validade às demais normas; fatos não
podem dar validade a normas
→o sistema estático é nada menos a
observância da validade das normas em
relação a uma norma fundamental
→o sistema dinâmico posto por Kelsen
consiste na necessidade de as normas
serem produzidas de acordo com o que
determina a norma fundamental

pag. 165

Das könnte Ihnen auch gefallen