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EXMO. SR.

LUCAR VANUCCI LINS DA 8ª TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL


DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO.

Processo nº. 0010378-98.2014.5.03.0039

ASK DO BRASIL LTDA LTDA, já qualificada nos autos de n.º supra


da AÇÃO RECLAMATÓRIA TRABALHISTA em que contende com
VANESSA SILVA FRANÇA, vem perante V. Exa, por seus
procuradores firmatários, apresentar MEMORIAIS, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

I – DO RECURSO DA RECLAMANTE

1 – Da improcedência do pedido de reversão da justa causa aplicada


a recorrente.

Postula a autora a reversão da justa causa devidamente aplicada pela


recorrida, sob o argumento de “excesso de rigor para a despedida capital”, alegando em
síntese, a absurda tese de que muito embora a autora tenha faltado sete vezes
injustificadamente ao trabalho e chegado atrasada ou saindo antecipadamente da empresa
em outras cinco oportunidades, a autora trabalhou 4 dias sem receber por eles, tendo em
vista que os meses de maio, julho, agosto e outubro têm 31 dias.

Ou seja, a recorrente tenta fazer crer, que o fundamento da decisão que


ratificou a justa causa aplicada a autora, foi simplesmente suas faltas injustificadas.

Ocorre que ao revés do que faz crer a recorrente, as faltas injustificadas


foram apenas um elemento na fundamentação da r. sentença recorrida, eis que a mesma
saiu ou chegou atrasada em diversas oportunidades, apresentou uma infinidade de
atestados médicos em um curtíssimo período de prestação de serviços de aproximadamente
6 meses.

Conforme muito bem exposto na r. decisão recorrida, a recorrente não


obstante as faltas injustificadas, atrasos reiterados e apresentação de inúmeros atestados
médicoa, “ vinha também, por outros modos, revelando seu descompromisso com o
trabalho e as normas da empresa, seja desrespeitando ordens superiores, seja deixando
de usar equipamento de proteção obrigatório para o local onde trabalhava”.

Ilustríssimos Julgadores, a recorrente pugna pela reforma da r. decisão


recorrida, sem no entanto, atacar todas os elementos que fundamentaram a decisão de
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ratificou a justa causa devidamente aplicada a obreira, se limitando a indicar dias
remanescentes de alguns meses como forma de compensar algumas faltas da obreira.

Ou seja, quanto aos atrasos reiterados, o desrespeito aos superiores, a


inobservância as normas de segurança, nada acrescenta.

Desta feita, requer a reclamada sejam mantidos os termos da r. decisão


recorrida.

II – DO RECURSO DA RECLAMANDA

1 – Do pagamento das verbas rescisórias no prazo legal - Do TRCT


complementar – dispensa após a data base – negociação em andamento - Da
improcedência da condenação ao pagamento da multa prevista no 477 § 8ª da CLT.

A r. decisão recorrida condenou a reclamada ao pagamento da multa


prevista no 477 § 8ª da CLT., sob o argumento de que as verbas rescisórias
complementares de ID Num. 2923764, pág. 6 e 7 foram pagas no dia 31.01.2014, mais de
um mês após a ruptura contratual 17.12.2013.

Ocorre que tal entendimento não pode prevalecer, isto porque, conforme
documentação anexa à defesa, as verbas rescisórias foram devidamente pagas dentro do
prazo legal, qual seja, os dez dias que precedem a dispensa do empregado, nos termos da
alínea b do § 6º do artigo 477 da CLT.

Ou seja, a reclamante foi dispensada por justa causa no dia 17/12/2013 e


recebeu suas verbas rescisórias devidamente no dia 23/12/2013, apenas 6 dias após a
dispensa, antes mesmo do prazo legal de dez dias.

É necessário esclarecer, que a data base para o reajuste salarial nos


termos da CCT da categoria 2013-2014 ocorre no dia 1º de outubro de 2013, conforme
determina a cláusula 61ª , 62ª e disposições finais da referida CCT.

Ora, i. Julgadores, a cláusula 62º da CCT em apreço determina que


eventuais diferenças de salário poderiam ser pagas juntamente com salários de
dezembro/2013 ou janeiro/2014, em caso de fechamento das folhas de ponto previamente a
data da assinatura do instrumento normativo.

Ocorre que não obstante a data base ser dia 01/10/2013, o


instrumento normativo somente foi assinado no dia 17/12/2013, ou seja, no dia da
dispensa da reclamante, sendo certo que a reclamada sequer tinha conhecimento da
assinatura do instrumento normativo no momento da dispensa e da contabilidade doas
verbas rescisórias.

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Tanto é assim, que logo a reclamada teve acesso aos termos do reajuste
salarial da categoria, e ciente de que os efeitos de tal instrumento alcançavam a Srta.
Vanessa, procedeu prontamente a elaboração de TRCT complementar para o pagamento
das diferenças dos valores nos termos da cláusula 62º.

Logo não há que se falar em multa prevista no 477 § 8ª da CLT, eis que as
verbas rescisórias foram pagas no prazo legal, e as verbas constantes na TRCT
complementar são relativas a negociação coletiva posterior a data base.

Salienta-se que a condenação da reclamada ao pagamento da multa


prevista no 477 § 8ª da CLT, pelo fato de realizar uma TRCT complementar tendo em vista
a negociação coletiva posterior a data base da categoria, seria o mesmo que punir o bem
feitor pelo seu rigor cumprimento da norma trabalhista.

Ademais seria um estímulo para empresa nunca proceder ao pagamento


de diferenças salariais provenientes de negociação coletiva posterior a data base da
categoria.

Diante do exposto, a recorrente pugna pela reforma da r. decisão


recorrida para excluir da condenação o pagamento da multa prevista no 477 § 8ª da CLT.

Termos em que pede


e espera deferimento.

Belo Horizonte, 01 de julho de 2014.

Marco Antônio Corrêa Ferreira Helda Carla Andrade Alves


OAB/MG n°. 1445-A OAB/MG nº. 101.728

Fabíola Garibaldi Albuquerque Bahia Bruna Gonçalves de Magalhães


OAB/MG 108.712 OAB/MG nº 102.248

Diego de Matos Costa Henrique Andrade A. de Paula


OAB/MG nº. 128.322 OAB/MG nº. 142.885

Wagner Marçal Silva Fernanda Pinheiro Neves Borges


OAB/MG nº. 146.421 OAB/MG nº. 146.246

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