Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
ENDEREÇAMENTOS .........................................................................................................18
QUEIXA-CRIME ..................................................................................................................36
Modelo de Queixa-Crime .....................................................................................................38
RESPOSTA ESCRITA.........................................................................................................40
Modelo de Resposta Escrita – procedimento ordinário .......................................................42
Modelo de resposta escrita – procedimento do júri .............................................................44
MEMORIAIS ........................................................................................................................45
Modelo de memoriais escritos .............................................................................................47
REVISÃO CRIMINAL...........................................................................................................74
Modelo de revisão criminal ..................................................................................................76
b) Utilize a terminologia adequada para cada peça (apelante, embargante, recorrente, paciente,
agravante etc).
c) É proibido inventar dados para o problema, jurisprudência ou qualquer informação que não seja
correspondente ao informativo da proposta; Se o problema não fornece os dados, coloque três
pontinhos, sem aspas: ...
As petições podem dividir-se, basicamente, em 5 tipos básicos, os quais deverão ser adaptados à peça a ser
elaborada: petição básica, interposição de recurso, razões de recurso, petição de juntada de razões ou
contra-razões e contra-razões de recurso.
a) Petição básica
Esta estrutura deverá ser utilizada para a elaboração de peças como habeas corpus, mandado de
segurança, queixa-crime, defesa preliminar, revisão criminal, requerimentos.
b) Interposição de recurso
Esta estrutura deverá ser utilizada para a elaboração de recurso completo. O que isso significa? Se o
problema não mencionar que o recurso já foi interposto, você deverá interpor e depois oferecer as razões, o
que, no caso do exame, será feito no mesmo momento, em petições distintas.
A interposição deve ocupar apenas uma lauda, o que é plenamente suficiente, tendo em vista a simplicidade
da petição.
c) Razões de recurso
Esta estrutura deverá ser utilizada para a elaboração das razões do recurso. Será acompanhada pela
interposição ou petição de juntada, conforme o caso.
Importante é que tenha início em nova lauda, ou seja, nunca inicie as razões na mesma lauda em que
elaborou a interposição ou a petição de juntada.
e) Contra-razões de recurso
Esta estrutura deverá ser utilizada quando o problema mencionar que o recurso já foi interposto pela parte
contrária e que cabe a você exercer o contraditório.
Nesse caso, não há a necessidade de elaborar a interposição, tendo em vista que o recurso já foi interposto
pela outra parte.
Desta forma, você deverá elaborar as contra-razões, acompanhadas de uma petição de juntada.
DOS FATOS
Narração dos acontecimentos contidos no problema. Vale
lembrar que nenhum dado pode ser inventado e também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
Parte mais importante da peça. Momento no qual o candidato
desenvolve sua argumentação e demonstra seu poder de persuasão.
Utilizar as dicas do silogismo para argumentar.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer.......
Termos em que,
Pede Deferimento.
(local, data)
_____________________
Advogado – OAB/SP nº...
PROCESSO-CRIME Nº...
PEDIDO
Termos em que,
Pede Deferimento.
_____________________
Advogado – OAB/SP nº...
RAZÕES DE...
Recorrente:
Recorrido: IDENTIFICAÇÃO: nome do recurso, identificação das partes e do
processo
Autos do processo número...
Vara de Origem...
Colenda Câmara;
SAUDAÇÃO
Doutos Desembargadores;
DOS FATOS
Narração dos acontecimentos contidos no problema. Vale
lembrar que nenhum dado pode ser inventado e também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
Parte mais importante da peça. Momento no qual o
candidato desenvolve sua argumentação e demonstra seu poder de persuasão.
Utilizar as dicas do silogismo para argumentar.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja dado provimento ao recurso,
para tornar sem efeito a decisão ora recorrida, ...
(local, data)
PARTE FINAL: em razões de recurso,
não se pede deferimento. O pedido é de
provimento do recurso. Além disso, você
já pediu o deferimento na petição de
interposição.
_____________________
Advogado – OAB/SP nº...
PROCESSO-CRIME Nº...
PEDIDO
Termos em que,
Pede Deferimento.
PARTE FINAL: momento em que você
requer o deferimento da petição, data e
assina a peça.
(local, data)
_____________________
Advogado – OAB/SP nº...
PROCESSO-CRIME Nº...
PEDIDO
Termos em que,
Pede Deferimento.
PARTE FINAL: momento em que você
requer o deferimento da petição, data e
assina a peça.
(local, data)
_____________________
Advogado – OAB/SP nº...
CONTRA-RAZÕES DE...
Recorrente:
Recorrido: IDENTIFICAÇÃO: nome do recurso, identificação das partes e do
processo
Autos do processo número...
Vara de Origem...
Colenda Câmara;
SAUDAÇÃO
Doutos Desembargadores;
DOS FATOS
Narração dos acontecimentos contidos no problema. Vale
lembrar que nenhum dado pode ser inventado e também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
Parte mais importante da peça. Momento no qual o candidato
desenvolve sua argumentação e demonstra seu poder de persuasão.
Utilizar as dicas do silogismo para argumentar.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja negado provimento ao recurso
interposto pela acusação, mantendo-se a decisão recorrida, como medida de justiça.
(local, data)
PARTE FINAL: Em contra-razões de
recurso, não se pede deferimento e sim que
seja negado provimento ao recurso
interposto pela parte contrária. Além disso,
quem pede deferimento é quem interpõe o
recurso, ou seja, a parte contrária.
_____________________
Advogado – OAB/SP nº...
Endereçamento
Não utilizar abreviaturas. Escrever tudo por extenso;
Não precisa escrever tudo em letras maiúsculas, pode escrever apenas a primeira letra de cada palavra com
letra maiúscula;
Após o endereçamento, pule algumas linhas. Não precisa pular necessariamente 10 linhas. O ideal é deixar
um espaço, para mostrar ao examinador que você sabe que aquele espaço é deixado para o despacho do
juiz;
Importante: o número de folhas fornecido no exame é limitado, sendo assim, dependendo do tamanho da
peça, qualquer espaço perdido pode ser precioso.
Preâmbulo
O parágrafo deve ter início no meio da página. As demais linhas obedecem à margem esquerda;
O nome da parte deve ser escrito em destaque, de preferência com letras maiúsculas;
Quando for necessário qualificar as partes, tendo em vista que você não pode inventar dados, coloque o
nome do dado, seguido de reticências, conforme o exemplo:
“Nome..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., residente e domiciliado na Rua..., número..., bairro...,
comarca de....”
O nome da peça deve ser colocado em destaque, ou seja, em letras maiúsculas, para facilitar a visualização.
Exposição do direito
Esta é a parte mais importante da sua peça, pois é o momento em que você vai desenvolver seu raciocínio.
É nessa etapa da peça que você mostra que sabe argumentar e elaborar uma boa petição, com as idéias
expostas de forma lógica, cadenciada e bem fundamentadas.
Basicamente, esta etapa da sua peça deve ser composta dos seguintes itens:
1. Frase de introdução
2. Conceitos (premissa maior)
3. Contraposição (premissa menor)
4. Conclusão
5. Pedido
A seguir, trataremos desse assunto de forma mais detalhada.
Não é necessário utilizar termos em latim. Aliás, nem é aconselhável, caso você tenha dúvida quanto ao
significado do termo. Somente utilize se tiver certeza que é cabível determinada expressão no parágrafo em
desenvolvimento;
Dependendo da peça, você terá que desenvolver mais de uma argumentação, mais de uma idéia. Sendo
assim, é aconselhável subdividir o item. Isso ocorre muito nos recursos, quando, além das teses de mérito,
houver também teses de nulidade. Quando isso acontecer, crie subtítulos, para facilitar a exposição dos
argumentos, conforme exemplo:
Do pedido
Procure iniciar sempre com a expressão: “Diante do exposto”;
O pedido é decorrência lógica da tese que foi desenvolvida no “Do Direito”, sendo assim, tudo o que for
mencionado nas argumentações, deve constar no pedido;
Nem sempre será necessário mencionar artigos no pedido. Isso será analisado no decorrer das aulas, de
acordo com cada peça e suas peculiaridades.
Doutrina e jurisprudência
Com a recente alteração no exame da OAB, que proibiu o uso de livros e doutrinas, esta parte da peça
sofrerá certo prejuízo,ou seja, não mais será obrigatória a citação de doutrina.
Quanto à jurisprudência, apesar da proibição do uso de repertórios de jurisprudência, não podemos nos
esquecer das Súmulas. Estas, sim, poderão ser utilizadas, quando houver alguma que tenha relação com o
tema tratado na peça.
Para alcançar a aprovação é importante desenvolver uma argumentação clara, lógica e convincente. O
objetivo de toda petição é convencer o julgador a deferir o pedido. Para tanto, seguem algumas dicas:
1. Elabore parágrafos curtos. Não existe regra com relação à quantidade de linhas que o parágrafo deve
conter, mas o ideal é que você desenvolva a idéia sem ser prolixo.
2. Cada idéia que for introduzir no texto, inicie um novo parágrafo. Isto deixará sua peça mais lógica e
harmônica.
PREMISSA MAIOR
Conte o(s) artigo(s) que fundamenta(m) sua tese com suas palavras. Não é aconselhável copiar artigos.
Explique, fale sobre o artigo que contou acima. Para isso, utilize os comentários dos autores que estiver
consultando. Nesta etapa, você ainda não menciona o seu caso. Apenas “prepara o terreno”, explicando,
comentando o artigo e, é claro, utilizando entendimentos que beneficiem o seu cliente.
PREMISSA MENOR
Agora você adentra o mérito do seu problema. (No caso em tela,...)
Após contar e explicar o artigo, agora é o momento da contraposição.
CONCLUSÃO
Faça uma breve conclusão, um fechamento.
Demonstre para o julgador o que você pretende que ele conclua com a sua exposição.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência, e certa
de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os argumentos que
demonstram a falta de justa causa (ou outra tese) e que justificam a presente manifestação.
FRASE DE INTRODUÇÃO
“Súmula XXX bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla
bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla
bla bla bla”
CONCLUSÃO
A tese de defesa será o núcleo da sua peça e estará diretamente ligada ao fato descrito no problema,
constituindo o direito que será por você defendido.
O pedido é a decorrência lógica da tese defendida. É importante que você resguarde, sempre, uma lógica
entre a tese defendida e o que for pleiteado ao final.
Via de regra, no exame de ordem, você atua como advogado de defesa, mas nada impede que sua atuação
seja pela acusação.
Se a sua atuação for pela acusação, a tese será a existência do crime, de culpabilidade e de punição do réu.
Logo, o pedido será a condenação.
Porém, no caso de atuar pela defesa do réu, você deverá demonstrar a ausência dos elementos do crime, a
falta de culpabilidade do réu ou a impossibilidade de puni-lo, quer pela existência de alguma dirimente, quer
pela ocorrência de alguma causa extintiva da punibilidade.
Poderá, ainda, suscitar o reconhecimento de eventuais nulidades que tenham ocorrido durante o processo.
Como o Direito Penal é uma matéria extensa, que possibilita o surgimento de inúmeras teses de defesa,
faremos, a seguir, uma análise das teses mais comuns.
1. Existência do crime;
2. Culpabilidade do agente;
3. Possibilidade de imposição da pena (nesse caso, estaremos diante da segunda possível tese de
defesa, que é a extinção da punibilidade).
Extinção da punibilidade
A punibilidade é a conseqüência do crime, desde que o sujeito tenha cometido um fato típico, antijurídico e
culpável.
Pode, entretanto, ocorrer uma situação que impeça o “jus puniendi” do Estado, não obstante tenha o sujeito
praticado a infração penal. São as causas de extinção da punibilidade, elencadas no artigo 107 do Código
Penal.
Daremos mais atenção ao inciso IV do referido artigo, que versa sobre a prescrição, a decadência e a
perempção como causas extintivas da punibilidade.
- Prescrição: perda do direito de punir do Estado pelo decurso do tempo, em razão do seu não
exercício, dentro do prazo previamente fixado.
- Decadência: perda do direito de oferecer a ação penal privada, ou a representação, nos casos que
dela dependam, em decorrência do seu não exercício no prazo legalmente previsto.
- Perempção: perda do direito de prosseguir na ação, em virtude da inércia do querelante (particular
ofendido).
Vale ressaltar que o rol do artigo 107 do Código Penal não é taxativo. Podemos encontrar outras causas em
diversos pontos da legislação penal. Ex.: o ressarcimento do dano no peculato culposo (artigo 312, §3º).
Nulidade
Esta tese de defesa é um ataque ao processo. O processo é regulado por regras que buscam permitir às
partes a igualdade e o equilíbrio necessário na postulação, na produção das provas a na argumentação
perante o órgão julgador. Quando essas regras não são cumpridas, a relação processual fica desequilibrada,
fazendo com que o ato irregular seja refeito, a fim de restaurar o equilíbrio.
As nulidades são tratadas no artigo 564 do Código de Processo Penal e se dividem em nulidades absolutas e
nulidades relativas.
- Nulidade absoluta: o prejuízo é presumido; atinge o interesse público; viola diretamente princípios
processuais, constitucionais ou normas infraconstitucionais garantidoras do interesse público; pode ser
alegada a qualquer momento; pode ser reconhecida de ofício pelo juiz.
- Nulidade relativa: o prejuízo deverá ser demonstrado; atinge o interesse privado das partes; viola
dispositivos infraconstitucionais; á passível de preclusão e deve ser suscitada pelas partes.
O momento para a argüição de eventuais nulidades depende de sua espécie. As nulidades absolutas podem
ser suscitadas e reconhecidas a qualquer tempo. Já as nulidades relativas devem ser argüidas na primeira
oportunidade que a parte tiver para se manifestar no processo, sob pena de serem consideradas sanadas.
Arbitrariedade
Esta tese de defesa deverá ser utilizada sempre que um direito subjetivo for negado ao réu. Podemos
chamar de direito subjetivo aquele que tem requisitos a serem preenchidos para concessão, ou seja,
preenchendo os requisitos necessários, o réu ou condenado poderá exigir determinado benefício.
O “sursis” e a liberdade provisória são os exemplos mais comuns de direitos subjetivos. Podemos, ainda,
citar outras situações: a não soltura do condenado depois de cumprida a pena; o não recebimento de
recurso, apesar de preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos etc.
1- Cliente:
2- Crime:
3- Pena: Abstrata
Concreta
4- Ação Penal:
5- Rito Processual:
6- Fase do Processo:
( ) Administrativa – IP
( ) Ação Penal
( ) Sentença sem trânsito em julgado
( ) Acórdão
( ) Sentença com trânsito em julgado
( ) Execução de sentença
7- Peça:
10- Endereço:
( ) Delegado
( ) Juiz de 1º Grau
( ) Desembargador Presidente do Tribunal (TJ/TRF/Turma Recursal)
( ) Ministro Presidente (STJ/STF)
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo.
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator da... Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo. (em caso de embargos infringentes e de nulidade)
O “habeas corpus” é uma ação de natureza constitucional que tem por finalidade evitar ou fazer cessar
violência ou coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de poder.
Está previsto no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal e artigos 647 e seguintes do Código de Processo
Penal.
Natureza Jurídica:
Embora o Código de Processo Penal inclua o “habeas corpus” no capítulo destinado aos recursos, a doutrina
é unânime em considerá-lo uma ação penal autônoma de natureza constitucional voltada à proteção do
direito à liberdade de locomoção contra qualquer espécie de ilegalidade.
De acordo com Ada, Magalhães e Scarance, “na verdade, cuida-se de uma ação que tem por objeto uma
prestação estatal consistente no restabelecimento da liberdade de ir, vir e ficar, ou, ainda, na remoção de
ameaça que possa pairar sobre esse direito fundamental da pessoa. E tal prestação se consubstancia na
ordem de habeas corpus, através da qual o órgão judiciário competente reconhece a ilegalidade da restrição
atual da liberdade e determina providência destinada à sua cessação (alvará de soltura) ou, então, declara
1
antecipadamente a ilegitimidade de uma possível prisão ”.
Espécies:
Preventivo: Impetrado com a pretensão de evitar futura coação. Geralmente, há uma ameaça à liberdade de
locomoção e o referido remédio é utilizado como forma de precaução, visando à obtenção de um salvo
conduto.
Liberatório ou Repressivo: Impetrado quando se pretende a restituição da liberdade de alguém que já teve
seu direito de ir e vir violado, ou porque já está preso, ou porque já tem contra si mandado de prisão
expedido. Nesses casos, o paciente visa à obtenção de um alvará de soltura ou de um contramandado de
prisão. Ainda, pode ser utilizado quando já tiver sido instaurado o inquérito policial ou iniciada a ação penal.
Nesses casos, o objetivo é o trancamento do IP ou da ação penal.
De ofício: No curso da ação penal, o juiz pode conceder “habeas corpus” de ofício caso verifique a ocorrência
de constrangimento ilegal à liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder.
Legitimidade ativa:
Pode ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, independentemente de habilitação
legal ou representação por advogado, sendo dispensada a procuração.
2
O Promotor de Justiça também pode se utilizar deste remédio, nos termos do art. 32, I da Lei Orgânica
Nacional do Ministério Público (Lei n. 8625/93), assim como a pessoa jurídica, desde que em favor de pessoa
física e o Delegado de Polícia, como cidadão e não como autoridade.
Legitimidade passiva:
Quem figura no pólo passivo é o coator (ou autoridade coatora). Via de regra, a coação advém de um ato de
autoridade pública.
Porém, o “habeas corpus” também pode ser impetrado contra ato de particular, uma vez que a Constituição
refere-se não só a coação por abuso de poder, mas também por ilegalidade.
Cabimento:
Pressuposto indispensável para a impetração do “habeas corpus” é o atentado contra a liberdade de
locomoção.
1
GRINOVER, Ada Pellegrini, FILHO, Antonio Magalhães Gomes e FERNANDES, Antonio Scarance. Recursos no Processo Penal. 4ª
edição. São Paulo:Revista dos Tribunais p349.
2
Art. 32. Além de outras (...) compete aos Promotores de Justiça, dentro de suas esferas de atribuições: I - impetrar habeas-corpus e
mandado de segurança e requerer correição parcial, inclusive perante os Tribunais locais competentes;
O inciso abrange as hipóteses de falta de justa causa para a prisão, bem como para o inquérito e para o
processo.
Inciso II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que a lei determina
O inciso cuida do excesso de prazo na prisão cautelar advinda da prisão em flagrante, preventiva ou da
prisão temporária.
A demora injustificada configura o constrangimento ilegal à liberdade de locomoção, sanável por meio de
“habeas corpus”.
Inciso III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo
Somente a autoridade judicial competente pode determinar a prisão, salvo nos casos de prisão em flagrante,
de transgressões e de crimes militares.
Se houver incompetência absoluta do juízo, também haverá constrangimento ilegal sanável por meio de
“habeas corpus”.
Por exemplo: um condenado que já cumpriu sua pena, mas ainda continua preso.
Inciso V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei autoriza.
As hipóteses em que a lei prevê a fiança encontram-se nos artigos 323, 324 e 325 do CPP. De acordo com o
art. 5º, LXVI, da Constituição Federal, ninguém poderá ser preso quando a lei admitir a prestação de fiança.
Competência:
O “habeas corpus” é sempre dirigido à autoridade jurisdicional hierarquicamente superior à autoridade
coatora, observando-se a tabela que segue:
STF
STJ
Tribunal
Juiz de 1º grau
Turma Recursal
Delegado de polícia
Particular
Juiz Corregedor do DIPO (crimes comuns - só Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do
na capital) Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Juiz de Direito do JECRIM (infrações de menor Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do Egrégio
potencial ofensivo) Colégio Recursal do Juizado Especial Criminal da Comarca de...
Delegado de Polícia Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Criminal
Federal da Secção Judiciária de... (crimes comuns)
Juiz Federal da Vara Criminal (crimes comuns) Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do
Egrégio Tribunal Regional Federal da... ª Região.
Juiz Federal da Vara do Júri (crimes dolosos Obs.: São Paulo e Mato Grosso do Sul – 3ª Região
contra a vida)
Desembargador Presidente do Tribunal Regional Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo
Federal (crimes comuns e crimes dolosos contra Superior Tribunal de Justiça
a vida)
Processamento:
A petição de “habeas corpus”, nos termos do §1º do artigo 654 do CPP, deverá conter:
a. O órgão jurisdicional a quem é endereçada a ação (endereçamento);
b. O nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer a coação (o paciente);
c. O nome de quem exerce a coação ou ameaça (a autoridade coatora);
d. O nome do impetrante (que pode ser, inclusive, o próprio paciente);
e. A descrição dos fatos que configuram o constrangimento;
f. O pedido;
g. A assinatura do impetrante ou de alguém a seu rogo, caso este não souber ou não puder escrever;
h. A designação das respectivas residências.
Recebida a petição, caso haja pedido de liminar, este será apreciado. Caso julgue necessário, o juiz poderá
requisitar a apresentação do preso.
Em seguida, o juiz requisita informações da autoridade coatora, dentro do prazo que fixar e, em seguida,
fundamentadamente, decide.
Liminar:
É possível o pedido de liminar em sede de “habeas corpus”, nos casos em que a cessação da coação ilegal
exigir pronta intervenção do judiciário.
ATENÇÃO!!
Quando pedir liminar no habeas corpus? São três as hipóteses:
1) Se o paciente estiver preso. Nesse caso, o pedido liminar será a expedição do alvará de soltura;
2) Se o paciente estiver na iminência de ser preso, ou seja, se já tiver sido expedido o mandado de
prisão. Nesse caso, o pedido liminar será a expedição do contramandado de prisão;
3) Se tiver sido agendado algum ato processual como, por exemplo, o interrogatório. Nesse caso, o
pedido liminar será a suspensão ou sustação do ato até o julgamento definitivo da ordem.
OBS.: Quando o habeas corpus tiver liminar, não se esquecer de duas coisas:
1) No preâmbulo, denominar a peça como: “ordem de habeas corpus com pedido liminar”;
2) Na peça, antes do pedido, inserir um tópico: “Da Liminar”. Nesse tópico, demonstrar os requisitos que
autorizam a concessão de liminar: fumus boni iuris e periculum in mora.
Efeitos:
A concessão de “habeas corpus” liberatório implica na imediata libertação do paciente, salvo se, por outro
motivo deva ser mantido na prisão.
Se a ordem de “habeas corpus” for concedida para evitar ameaça de violência ou coação ilegal, será
expedida ordem de salvo conduto em favor do paciente.
Quando a ordem for concedida para anular o processo, este será renovado a partir do momento em que se
verificou a nulidade (art. 652 do CPP).
Sendo a ordem concedida para trancar inquérito policial ou ação penal, estes estarão impedidos de
prosseguir em seu curso normal.
De acordo com o artigo 580 do CPP, a decisão favorável do “habeas corpus” pode ser estendida a outros
interessados que se encontrarem em situação idêntica à do paciente beneficiado.
Recursos:
Cabe Recurso em sentido estrito (RESE) da decisão que concede ou nega a ordem de “habeas corpus” em
primeira instância (art. 581, X do CPP).
Caberá Recurso Ordinário Constitucional (ROC) ao STJ quando a ordem for denegada em segunda instância
– TJ ou TRF (art. 105, I, “a” da CF).
Caberá, ainda, ROC ao STF quando houver denegação da ordem por parte do STJ (art. 102, I, “a” da CF).
TERMINOLOGIA
PACIENTE – aquele que sofre a coação ou o constrangimento ilegal;
IMPETRANTE - aquele que impetra o “habeas corpus” em favor do paciente. Pode ser o impetrante, ao
mesmo tempo, paciente, caso este impetre o “habeas corpus” em nome próprio;
AUTORIDADE COATORA (OU IMPETRADO) – aquele que causa o constrangimento ilegal ao paciente;
VERBO (PREÂMBULO) - impetrar
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência e
certa de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os
argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que fazem com que o paciente suporte
um constrangimento ilegal.
DA LIMINAR
A medida liminar deve ser concedida, uma vez que
restaram demonstrados os requisitos autorizadores, quais sejam:
O “Fumus Boni Juris” encontra respaldo no artigo...
(explicar, tendo em vista o amparo legal da medida, ou seja, o argumento legal que sustenta o
pedido liminar).
Já o “Periculum in mora” consubstancia-se na
probabilidade do paciente sofrer dano irreparável ou de difícil reparação... (explicar, tendo em vista
a probabilidade de dano irreparável ou de difícil reparação, caso haja demora na concessão da
liminar pleiteada).
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer sejam colhidas as informações,
com a máxima urgência, perante a autoridade ora apontada como coatora, para que, ao final,
conceda-se a ordem impetrada, decretando-se... (preencher com o pedido específico, de acordo
com a tese), com fulcro no art. 648,... do Código de Processo Penal, por ser medida de justiça.
OU
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
___________________________
OAB – Seção de São Paulo nº....
DICA:
Utilize o quadro abaixo, para auxiliar na elaboração do pedido:
QUADRO I
PEDIDOS DE “HC” SEM PEDIDO LIMINAR
FALTA DE JUSTA CAUSA SEM SENTENÇA Trancamento do inquérito policial, com fulcro no artigo
648, I do Código de Processo Penal .
* quando não há crime, quando o paciente é isento
de pena ou agiu amparado por uma causa que ou
exclui a ilicitude da conduta.
Trancamento da ação penal, com fulcro no artigo 648, I
do Código de Processo Penal .
FALTA DE JUSTA CAUSA COM SENTENÇA Cassação da sentença condenatória proferida contra o
paciente, revogando-se os efeitos oriundos da mesma,
* quando não há crime, quando o paciente é isento com fulcro no artigo 648, I do Código de Processo
de pena ou agiu amparado por uma causa que Penal .
Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 26
A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
exclui a ilicitude da conduta.
QUADRO II
PEDIDOS DE “HC” COM PEDIDO LIMINAR
TESE PEDIDO LIMINAR PEDIDO DEFINITIVO
NULIDADE + PACIENTE PRESO OU Expedição do competente Anulação “ab initio” da ação penal,
NA IMINÊNCIA DE SER PRESO alvará de soltura em favor do com fulcro no artigo 648, VI do
paciente e, Código de Processo Penal,
* (se a nulidade ocorrer até a resposta
escrita (inclusive), requerer a anulação ou ou
“ab initio”);
se a nulidade ocorrer após a resposta Expedição do competente Anulação da ação penal a partir... ,
escrita, requerer a anulação a partir do contramandado de prisão em com fulcro no artigo 648, VI do
ato nulo. favor do paciente e, Código de Processo Penal
FALTA DE JUSTA CAUSA SEM Expedição do competente Trancamento da ação penal, com
SENTENÇA + PACIENTE PRESO alvará de soltura em favor do fulcro no artigo 648, I do Código
OU NA IMINÊNCIA DE SER PRESO paciente de Processo Penal
QUALQUER TESE + ATO Diante do exposto, postula-se Seja, ao final, concedida a ordem
PROCESSUAL AGENDADO seja concedida liminar da impetrada decretando-se...,
ordem, em face da (preencher com o pedido
proximidade do... (preencher relacionado à tese) com fulcro no
com o ato agendado), para artigo 648,... do Código de
suspender tal ato até o Processo Penal
julgamento definitivo do
presente “writ”
A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LXI, autoriza essa modalidade de prisão sem a necessidade
da expedição de um mandado de prisão, podendo, inclusive, partir de qualquer pessoa, além das autoridades
policiais e seus agentes (art. 301 do CPP).
Entretanto, a prisão em flagrante está sujeita à avaliação imediata da autoridade judiciária, a qual poderá
relaxá-la, quando vislumbrar qualquer ilegalidade. É o que dispõe o artigo 5º, inciso LXV da CF.
Outras situações
a) Crimes permanentes: enquanto não cessar a permanência, o agente estará em situação de flagrante
(art. 303 do CPP);
b) Crimes habituais: não admitem prisão em flagrante, um vez que o delito habitual se consuma através
da prática de várias condutas, de modo reiterado;
c) Crime de ação penal privada: admite prisão em flagrante, entretanto, para a lavratura do auto, é
necessária a autorização da vítima ou de seu representante legal;
d) Crime de ação penal pública condicionada: admite prisão em flagrante, entretanto, para a lavratura
do auto, é necessária a representação da vítima ou de seu representante legal ou, ainda, a
requisição do Ministro da Justiça.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde
logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida,
procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a
imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a
autoridade, afinal, o auto.
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará
recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do
inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o
seja.
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse
caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a
apresentação do preso à autoridade.
§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de
prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença
deste.
Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, de acordo com o artigo 306 do CPP, a prisão deve ser
informada ao juiz, ao MP e à família do preso ou pessoa por ele indicada. Este artigo foi alterado em 2011
(Lei n. 12.403):
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente
ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz
competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado,
cópia integral para a Defensoria Pública.
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela
autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o
fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
Desta forma, verifica-se que não mais o juiz mantém uma prisão em flagrante: ele relaxa o flagrante ilegal,
converte a prisão em flagrante em prisão preventiva ou concede liberdade provisória.
Pergunta-se, enfim: Mas quando, então, caberá o pedido de relaxamento de prisão em flagrante após essa
mudança? Entendemos que caberá fazer o requerimento imediatamente após a prisão em flagrante (e desde
que ela seja absolutamente ilegal) e antes do juiz tomar alguma das decisões previstas no art. 310. Seria
uma espécie de reforço ao raciocínio do juiz antes de decidir, tentando convencê-lo da ilegalidade e
necessidade de relaxamento da prisão em flagrante.
No caso de ação penal pública condicionada, é admissível a prisão em flagrante, contudo a manutenção da
prisão em flagrante depende de requerimento da vitima (Conforme comentários do Dr. Guilherme Nucci –
Código de Processo Penal Comentado, 3ª ed. rev. e atual. e ampliada – São Paulo, Revista dos Tribunais,
2004, p. 546);
Nos casos de ação penal privada, se houver prisão em flagrante é importante que a vítima ofereça a queixa-
crime em cinco dias (por analogia), se não o fizer neste prazo deve o flagrante ser relaxado. Ressalta-se que
o prazo decadencial de 06 meses continua valendo;
Embora seja possível a prisão em flagrante nas contravenções penais, estas figuram entre as infrações
penais de menor potencial ofensivo. Sendo assim, aplica-se o art. 69 da Lei 9.099/95.
DICA
O relaxamento de prisão em flagrante deverá ser elaborado quando restar configurada ilegalidade na prisão.
Esta ilegalidade poderá derivar dos seguintes fatores:
a) Ausência de situação de flagrante;
b) Inobservância das formalidades legais na lavratura do APF (auto de prisão em flagrante);
c) Atipicidade da conduta (o fato imputado ao preso não constitui crime).
TERMINOLOGIA
REQUERENTE – aquele que requer o relaxamento da prisão.
VERBO (PREÂMBULO)– requerer
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência e
certa de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os
argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que fazem com que o paciente suporte
um constrangimento ilegal.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja deferido o presente pedido
de relaxamento da prisão em flagrante imposta ao requerente, expedindo-se o competente alvará
de soltura em seu favor, como medida de justiça.
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
___________________________
OAB – Seção de São Paulo nº....
Conceito
A Constituição Federal garante o direito à liberdade provisória em seu artigo 5º, inciso LXVI: “ninguém será
levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança”.
Trata-se, portanto, do instituto que substitui a prisão provisória e garante ao acusado o direito de aguardar o
transcorrer do processo em liberdade, até o trânsito em julgado, vinculado ou não a certas obrigações que o
prendem ao processo e ao juízo e asseguram a sua presença ao processo.
A liberdade provisória encontra previsão no artigo 5º, LXVI da Constituição Federal e nos artigos 321 a 350
do Código de Processo Penal.
Até 2007, a Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº. 8072/90) vedava a concessão de liberdade provisória. Em
2007, foi aprovada a Lei nº. 11.464, a qual alterou alguns detalhes na referida lei, inclusive o inciso que
tratava desta vedação. Segundo a nova redação do Art. 2º, I da Lei, agora é vedada somente a concessão
de fiança e não mais a liberdade provisória.
Com base na Lei 12.403/11, o Capítulo VI continua a tratar da liberdade provisória, com ou sem fiança. Neste
Capítulo foram modificados os arts. 321 a 325, os arts. 334 a 337 e o art. 341, os arts. 343 a 346, além do
art. 350.
Ausentes os requisitos de uma prisão preventiva, o juiz deverá conceder a Liberdade Provisória nos termos
do art. 321 ou ainda do art. 310, III e no parágrafo único do CPP (se presentes uma das excludentes de
ilicitude do art. 23 do CP).
Com o advento da nova lei, agora além das já consagradas Liberdade Provisória com fiança e sem fiança,
temos outras que foram introduzidas.
Modalidades de fiança
a) Depósito (art. 330 do CPP) - consistirá no depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos,
títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal;
b) Hipoteca (art. 330, última parte, do CPP) – a fiança pode constituir-se também em hipoteca inscrita
em primeiro lugar, não existindo limitação do seu objeto (terreno, navio, casa etc.). Nesse caso, o
bem deverá ser avaliado por perito nomeado pela autoridade (§1º do art. 330 do CPP).
De acordo com o artigo 326 do CPP, para arbitrar o valor da fiança, a autoridade deverá levar em
consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna do acusado, a sua vida pregressa, as
circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo
até final julgamento.
Torna-se importante, também, que o juiz leve em conta as condições de fortuna da pessoa, senão a fiança se
tornará um óbice à concessão da liberdade.
Concessão da fiança
Possuem legitimidade para conceder liberdade provisória mediante o pagamento de fiança:
a) A autoridade policial – nos crimes cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
(quatro) anos (art. 322 do CPP);
b) A autoridade judicial – nos crimes apenados com pena superior a 4 (quatro) anos (parágrafo único do
art. 322 do CPP);
A fiança pode ser concedida a qualquer tempo, enquanto não transitar em julgado da sentença condenatória
(art. 334 do CPP)
Caso a autoridade policial demore ou se recuse a conceder a fiança, o próprio preso, ou alguém por ele,
poderá prestá-la, por simples petição, perante o juiz competente, que deverá decidir no prazo de 48 horas
(art. 335 do CPP).
Caso o juiz se recuse a conceder a fiança, poderá ser impetrado “habeas corpus” (art. 648, V e 660, §2º do
CPP). Nesse caso, será arbitrada pelo tribunal.
Da decisão que concede a fiança, cabe Recurso em sentido estrito (art. 581, V do CPP).
DICA:
O requerimento de concessão da liberdade provisória deverá ser elaborado sempre após a prisão em
flagrante e não couber o relaxamento da prisão!
ATENÇÃO!!
Mesmo com o advento da nova Lei (12.403/2011) o requerimento de liberdade provisória ainda é
INCOMPATÍVEL com a decretação de prisão preventiva e temporária. Nestes casos, o que poderá ser
elaborado é um requerimento de revogação da prisão, mas NUNCA um requerimento de concessão de
liberdade provisória.
TERMINOLOGIA:
REQUERENTE – aquele que requer o benefício da liberdade provisória.
VERBO (PREÂMBULO) – requerer
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema,
enfatizando os requisitos que o requerente preenche e o cabimento da liberdade provisória.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência e
certa de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os
argumentos que demonstram ser o requerente merecedor do benefício em questão.
DO PEDIDO
Diante do exposto, inexistindo requisitos para a conversão
da prisão e, comprometendo-se a comparecer a todos os atos do processo, requer, após o parecer
do digno Representante do Ministério Público, seja concedida a liberdade provisória (com ou sem
fiança), expedindo-se o competente alvará de soltura em favor do requerente, como medida de
justiça.
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
___________________________
Advogado – OAB/SP nº....
A queixa crime é a petição inicial da ação penal privada (artigo 30 do CPP), oferecida pelo ofendido ou seu
representante legal, através de advogado devidamente constituído (procuração com poderes especiais,
conforme previsão do artigo 44 do CPP).
Caso sobrevenha a morte do ofendido ou seja declarada judicialmente sua ausência, o direito de oferecer a
queixa-crime passará ao CADI (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão), de acordo com os artigos 100,
§4º do CP e 31 do CPP.
Nos casos de ação privada personalíssima, caso sobrevenha a morte do ofendido, estará extinta a
punibilidade do ofendido, pois o direito de oferecer a queixa-crime não passa para ninguém.
É cabível, também, o oferecimento da queixa crime subsidiária, quando o Ministério Público não oferecer a
denúncia no prazo legal, conforme previsão expressa do artigo 29 do Código de Processo Penal e artigo 5º,
LIX da Constituição Federal.
A queixa-crime deve ser redigida observando-se os seguintes requisitos, previstos no artigo 41 do Código de
Processo Penal:
a) Descrição do fato,
b) Qualificação do querelado,
c) Classificação jurídica do fato e,
d) Quando necessário, deverá ser apresentado o rol de testemunhas.
De acordo com o artigo 38 do Código de Processo Penal, o prazo para oferecimento da queixa é de 6 meses,
a contar da data em que o ofendido tomou conhecimento da autoria do delito.
Em se tratando de ação penal privada subsidiária da pública, o prazo para o oferecimento da queixa-crime é
de seis meses, contados a partir do término do prazo do MP para o oferecimento da denúncia. O prazo para
o oferecimento da denúncia, em caso de réu preso será de 5 dias em caso de réu preso, e de 15 dias em
caso de réu solto (artigo 46 do CPP).
Trata-se de prazo decadencial, ou seja, se não for oferecida tempestivamente, extingue a punibilidade do
agente (artigo 107, IV do Código Penal). A contagem deste prazo obedece à regra do art. 10 do CP: inclui-se
o dia do início e exclui-se o dia final e tal prazo não é interrompido, suspenso ou prorrogado.
A queixa-crime deverá ser endereçada ao juiz de 1º grau (observando-se sempre a natureza da infração).
Antes de recebê-la, porém, o juiz abrirá vista dos autos para o órgão do MP, de acordo com o artigo 45 do
CPP.
Da decisão que não recebe a queixa-crime é cabível a interposição de Recurso em Sentido Estrito (artigo
581, I do CPP). No JECrim, caberá apelação (art. 82 da Lei 9.099/95).
Da decisão que recebe a petição de queixa-crime não existe previsão de recurso cabível, podendo ser
impetrado um habeas corpus, caso reste demonstrado constrangimento ilegal.
O ofendido poderá renunciar ao direito de oferecer a queixa-crime, de acordo com o artigo 49 do CPP. Caso
o faça, será declarada extinta a punibilidade do agente (artigo 107, V do CP) e esta renúncia se estende aos
co-autores, caso existam.
De acordo com a Lei 11.608/03 (artigo 4º, § 9º, “b”), para que a queixa-crime possa ser proposta, o
querelante deve recolher o valor referente a 50 UFESPs.
Com o advento da Lei nº 11.719/2008, o juiz poderá fixar na sentença valor mínimo para a reparação dos
danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido (art. 387, IV do CPP). Desta
forma, este pedido deverá constar na peça inicial acusatória, até por questões de resguardar tal direito.
TERMINOLOGIA
QUERELANTE – aquele que oferece a queixa-crime (particular ofendido).
QUERELADO – o agente que praticou o delito e contra quem é oferecida a queixa-crime.
VERBO (PREÂMBULO) - oferecer
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema,
explicitando a autoria do fato, o crime praticado, o momento em que esse crime ocorreu (quando),
o local em que se consumou o crime, a forma como foi praticado e outros dados pertinentes.
DO DIREITO
A acusação, segura do conhecimento de Vossa
Excelência, vem aduzir os argumentos que demonstram a justa causa para o oferecimento da
presente inicial acusatória, bem como, para a condenação do querelado, senão vejamos.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência, após a
manifestação do órgão do Ministério Público, seja a presente recebida, determinando-se a citação
do querelado e a intimação das testemunhas abaixo arroladas. Finalmente, requer seja julgada
procedente a presente ação, com a conseqüente condenação do querelado, bem como a fixação
de valor mínimo para a reparação dos danos causados pela infração, nos termos do artigo 387, IV
do Código de Processo Penal, por ser medida de justiça.
Rol de testemunhas:
1. (nome), (qualificação), (endereço)
2. (nome), (qualificação), (endereço)
3. (nome), (qualificação), (endereço)
4. (nome), (qualificação), (endereço)
5. (nome), (qualificação), (endereço)
6. (nome), (qualificação), (endereço)
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
OBS1
Procedimento Sumário: 5 testemunhas
Procedimento Sumaríssimo (JECRim): 3 testemunhas
OBS2
Por se tratar de uma peça acusatória que deve ser elaborada de forma que o querelado
compreenda o que está sendo imputado, não se utiliza a citação de jurisprudência. Já a citação de
doutrina somente será utilizada se for necessária e desde que seja inteligível por parte de qualquer
pessoa que leia a peça.
Segundo o artigo 396 do CPP, caso o juiz não rejeite a inicial, procederá ao seu recebimento e a citação do
acusado para responder por escrito à acusação, no prazo de 10 dias.
Nesta resposta, segundo o artigo 396-A, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse
à sua defesa (questões de fato e de direito), oferecer documentos e justificações, especificar as provas
pretendidas e arrolar testemunhas. No mesmo prazo, poderá, também, apresentar exceções, que serão
processadas em apartado, nos termos do art. 95 a 112 do CPP.
Podemos dizer, apenas para melhor compreensão, que esta defesa assemelha-se a um misto entre as
antigas alegações finais e defesa prévia. Alegações finais, porque seu conteúdo abrange tudo o que for
possível ser alegado em defesa do acusado, inclusive preliminares e defesa prévia, porque comporta a
juntada de documentos, o rol de testemunhas, enfim, o acusado inicia a instrução do procedimento, caso não
seja absolvido sumariamente nos termos do art. 397.
Segundo Andrey Borges de Mendonça, “referido ato se aproxima de uma verdadeira contestação, tal qual
ocorre no processo civil”. (MENDONÇA, Andrey Borges. Nova Reforma do Código de Processo Penal. São
Paulo: Método. 2008).
Ainda, dispõe o §2º do artigo 396-A que se a resposta não for apresentada no prazo legal ou se o acusado,
citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la.
Verifica-se, portanto, que a resposta escrita é verdadeira condição de prosseguibilidade da ação, pois o
magistrado não poderá prosseguir sem o seu oferecimento, sob pena de gerar nulidade absoluta no
processo.
As teses a serem defendidas nesta resposta devem levar em conta as hipóteses de absolvição previstas no
artigo 397.
Desta forma, podemos dizer que as possíveis teses de defesa nesta etapa serão:
III – o fato narrado evidentemente não constitui crime: tese de fato atípico
IV – quando estiver extinta a punibilidade do agente – normalmente, se defende prescrição, mas cabe aqui
qualquer causa que extinga a punibilidade.
Essa possibilidade de absolvição sumária retrata um verdadeiro julgamento antecipado da lide. Trata-se de
uma verdadeira sentença de mérito, salvo no caso de extinção da punibilidade.
Tanto a decisão que absolve sumariamente quanto a que indefere o pedido de absolvição devem ser
fundamentadas.
Recurso cabível: da decisão de absolvição sumária, cabe apelação, nos termos do art. 593, I do CPP.
Exceção aos casos de absolvição em razão de causa extintiva de punibilidade, nos quais o recurso
adequado é o RESE, nos termos do art. 581, VIII do CPP.
Segundo o aludido artigo, o magistrado, ao receber a denúncia, deverá ordenar a citação do acusado para
responder, por escrito e no prazo de 10 dias, à denúncia.
Esta resposta tem o intuito de permitir ao acusado que se defenda desde o início do processo.
Nesta resposta, o acusado poderá argüir tudo o que lhe interesse para a sua defesa, inclusive preliminares,
oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo
de 8. Caso não arrole as testemunhas nesta fase, haverá a preclusão.
Após o oferecimento desta resposta, segundo o artigo 409, o juiz deverá ouvir o MP ou o querelante sobre
preliminares e documentos.
Diferentemente do procedimento comum, no júri não haverá o julgamento antecipado da lide, ou seja, o juiz
não poderá absolver sumariamente o acusado logo após o oferecimento da resposta escrita.
Em respeito ao princípio da soberania dos veredictos, o juiz deverá aguardar o final da primeira fase do
procedimento para poder, se for o caso, proferir tal decisão.
De qualquer forma, as teses a serem defendidas nesta peça devem resguardar consonância com as
possíveis decisões que o juiz poderá tomar ao final da 1ª fase do procedimento: pronúncia, impronúncia,
desclassificação e absolvição sumária.
A decisão de impronúncia será tomada quando o juiz não se convencer da materialidade do fato ou da
existência de indícios suficientes de autoria ou de participação (art. 415).
Por fim, poderá haver a desclassificação do delito para outro de competência de outro juízo (art. 419).
Contra a sentença de impronúncia, o recurso cabível será a apelação (art. 416). Da decisão de pronúncia, o
recurso adequado continua sendo o RESE (art. 581, IV).
TERMINOLOGIA
ACUSADO OU DENUNCIADO – aquele que apresenta a resposta escrita.
VERBO (PREÂMBULO) - apresentar
Processo-crime nº...
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema,
enfatizando aqueles que tenham relação direta com a tese que será defendida.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a ação penal proposta contra o réu possa prosperar, senão vejamos.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência digne-se
absolver sumariamente o réu, nos termos do artigo 397, ... do Código de Processo Penal, por ser
medida de justiça.
Caso não seja esse o Vosso entendimento, nos termos do
artigo 396-A do Código de Processo Penal, o acusado junta documentos (folhas...), e oferece o rol
de testemunhas abaixo, requerendo, desde já sejam intimadas para comparecimento em futura
audiência de instrução e julgamento.
Rol de Testemunhas:
1. (nome), (qualificação), (endereço)
2. (nome), (qualificação), (endereço)
3. (nome), (qualificação), (endereço)
4. (nome), (qualificação), (endereço)
5. (nome), (qualificação), (endereço)
6. (nome), (qualificação), (endereço)
7. (nome), (qualificação), (endereço)
8. (nome), (qualificação), (endereço)
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
OBS
Procedimento Sumário: 5 testemunhas
Processo-crime nº...
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, enfatizando
aqueles que tenham relação direta com a tese que será defendida.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência, vem
aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência, impedem que a
ação penal proposta contra o réu possa prosperar, senão vejamos.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência digne-se ...
(impronunciar, absolver sumariamente o réu /desclassificar o crime e encaminhar os autos ao juízo
competente), nos termos do artigo ... do Código de Processo Penal, por ser medida de justiça.
Rol de Testemunhas:
1. (nome), (qualificação), (endereço)
2. (nome), (qualificação), (endereço)
3. (nome), (qualificação), (endereço)
4. (nome), (qualificação), (endereço)
5. (nome), (qualificação), (endereço)
6. (nome), (qualificação), (endereço)
7. (nome), (qualificação), (endereço)
8. (nome), (qualificação), (endereço)
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
No procedimento ordinário, uma vez recebida a denúncia e não sendo caso de absolvição sumária, o juiz
designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, nos termos do art. 399 do CPP.
Nesta audiência, a ser realizada no prazo máximo de 60 dias da data em que o juiz, afastando a
possibilidade de absolvição sumária, resolver prosseguir com a instrução, segundo o artigo 400 do CPP,
serão produzidas todas as provas, bem como alegações orais das partes, para que, ao final, o juiz prolate
sentença, também oralmente.
Sendo assim, as alegações finais, que antes da reforma eram apresentadas por escrito (antigo art. 500 do
CPP), hoje são apresentadas oralmente durante a audiência de instrução e julgamento.
Ocorre, porém, que o §5º do art. 403 do CPP determina que “o juiz poderá, considerada a complexidade do
caso ou o número de acusados, conceder ás partes o prazo de 5 (cinco) dias para a apresentação de
memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença”.
Isto que dizer que em casos considerados complexos pelo magistrado, as alegações finais poderão ser
oferecidas por escrito, na forma de memoriais. Trata-se de exceção, a qual a doutrina e o legislador
esperam que não se torne regra.
Sendo assim, apesar da alteração da denominação (memoriais), podemos dizer que as alegações escritas
ainda existem, porém, a título de exceção. Desta forma, vamos utilizar a expressão “alegações finais”, pois
as considerações a seguir dizem respeito não só à fase escrita, mas também às alegações orais.
As alegações finais – orais ou não – são o momento em que as partes (acusação e defesa) analisam
minuciosamente todas as provas trazidas aos autos e emitem seu juízo acerca da condenação ou absolvição
do réu.
A acusação requer, via de regra, a condenação do acusado. Exceção são os casos de ação penal pública,
onde o MP, uma vez que atua como fiscal da lei, pode postular a absolvição se entender que não restou
provada a materialidade do delito e a autoria do réu.
A defesa NUNCA poderá postular pela condenação do réu, tendo em vista a indisponibilidade de seu
interesse. Nessa hipótese, ocorrerá nulidade por ausência de defesa.
Nos casos de ação penal privada, se o querelante não oferecer as alegações finais ou não fizer o pedido de
condenação, ocorrerá a perempção, prevista no artigo 60, III do CPP, ocasionando a extinção da punibilidade
do réu.
De acordo com o artigo 571, II, no procedimento ordinário, será no oferecimento das alegações finais que as
partes deverão argüir as nulidades ocorridas, eventualmente, no curso da instrução processual. Apesar da
redação do artigo não ter sido alterada e referir-se ao art. 500, pode-se fazer uma leitura atualizada.
As alegações finais são a última manifestação das partes no processo antes da sentença. Sendo assim,
tanto acusação quanto defesa devem deduzir da forma mais completa possível sua argumentação, visando
convencer o juiz.
Nas alegações finais poderão, também, ser argüidas teses subsidiárias, para a eventualidade de a tese
principal não ser acolhida.
No procedimento comum sumário, e na primeira fase do júri, a lei não trouxe previsão expressa acerca da
entrega de memoriais. A doutrina, porém, entende que o juiz, considerando cada caso, poderá deferir a
TERMINOLOGIA
ACUSADO OU DENUNCIADO – aquele que apresenta os memoriais.
VERBO (PREÂMBULO) - apresentar
Processo-crime nº...
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema,
enfatizando aqueles que tenham relação direta com a tese que será defendida.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que presente ação penal possa prosperar, senão vejamos.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer... (elaborar o pedido de acordo
com a(s) tese(s) de defesa)
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
A Apelação é o recurso adequado à impugnação de sentença, condenatória ou absolutória, proferida por juiz
singular. (Artigo 593, I do CPP).
Também cabe quando tratar-se de decisão definitiva ou com força de definitiva, não impugnada por Recurso
em Sentido Estrito. (Artigo 593, II do CPP)
O recurso de apelação também é admitido para impugnar as decisões do Tribunal do Júri, (artigo 593, III)
quando:
- Alínea a: ocorrer nulidade posterior a pronúncia;
- Alínea b: for a sentença do juiz presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
- Alínea c: houver erro ou injustiça na fixação da pena ou medida de segurança;
- Alínea d: for a decisão dos jurados manifestamente contrária a prova dos autos.
No caso específico do Tribunal do júri, por serem soberanas as suas decisões, ao se apelar, não se pode
requerer a reforma da sentença, mas sim que seja o apelante submetido a novo julgamento ou que seja
retificada a pena imposta (artigo 593, III, § 1º à 3º, do CPP).
Com o advento da Lei 11.689/08, o recurso de apelação passou a ser admitido também para impugnar as
decisões de impronúncia e de absolvição sumária (art. 416 do CPP). São decisões em que normalmente a
acusação é quem recorre, a não ser que o juiz tenha imposto medida de segurança em conjunto com a
decisão, situação em que a defesa poderá se utilizar dessa opção.
A apelação poderá ser plena ou limitada. Segundo o art. 599 do CPP, o inconformismo poderá ser em
relação a todo o julgado (plena) ou somente parte dele (parcial). Trata-se da aplicação do princípio tantum
devolutum quantum appelatum
O recurso de apelação deve ser interposto no prazo de 5 dias (artigo 593, “caput” do CPP), e as razões
deverão ser apresentadas em 8 dias (artigo 600 do CPP).
De acordo com o §4º do artigo 600 do CPP, as razões do recurso de apelação podem ser oferecidas
diretamente à superior instância.
A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, ou seja, a sentença não poderá ser executada
até o trânsito em julgado, a fim de que não se ofenda o princípio da presunção de inocência do réu. Nesse
sentido, inclusive, têm sido as recentes decisões do STF, ou seja, a maioria dos Ministros tem entendido que
a execução provisória da prisão não pode ocorrer enquanto houver recursos pendentes, embasando-se no
art. 5º, LVII da CF.
Quanto à sentença condenatória, a reforma processual revogou o disposto no art. 594 do CPP, segundo o
qual o réu não poderia apelar sem recolher-se à prisão, salvo se fosse primário e não tivesse antecedentes.
Hoje, vigora a nova redação do art. 387, p. único do CPP: “o juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a
manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do
conhecimento da apelação que vier a ser interposta”.
Sendo assim, não existe mais a prisão cautelar automática em casos de sentença condenatória, assim como
não há mais a necessidade da prisão do condenado para que este possa apelar.
Nos Juizados Especiais Criminais, de acordo com o artigo 82 da Lei 9.099/95, a apelação é cabível em três
hipóteses:
O prazo, nesse caso é de 10 (dez) dias e deverão ser apresentadas interposição e razões conjuntamente.
(artigo 82, §1º da Lei 9.099/95).
TERMINOLOGIA
APELANTE – pessoa que recorre da decisão judicial.
APELADO - aquele que figura como recorrido.
VERBOS – interpor (interposição) /oferecer (razões)
Processo-crime nº...
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
RAZÕES DE APELAÇÃO
Apelante:
Apelada:
Colenda Câmara;
Doutos Desembargadores;
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão ora recorrida possa prosperar, senão vejamos.
DO PEDIDO
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
NULIDADE PROCESSUAL (ART. 564 1º) requerer a anulação da ação penal (“ab initio” ou a
DO CPP) partir de...).
2º) requerer, no mérito, a absolvição do apelante.
Obs.: inserir, após a jurisprudência e
antes do pedido, a seguinte frase: Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao
recurso interposto, acolhendo-se a preliminar argüida,
No mérito, o apelante deve ser decretando-se a anulação da ação penal (“ab initio” ou a
absolvido, eis que sua conduta não se partir de...) e, caso Vossas Excelências assim não
subsume ao tipo penal. entendam, que seja julgado o mérito, decretando-se a
absolvição do réu, como medida de Justiça.
PEDIDOS ALTERNATIVOS
DUAS TESES
NULIDADE (PRELIMINAR) + FALTA Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao
DE JUSTA CAUSA (MÉRITO) recurso interposto, acolhendo-se a preliminar argüida,
decretando-se a anulação da ação penal (“ab initio” ou a
partir de...) e, caso Vossas Excelências assim não
entendam, que seja julgado o mérito, decretando-se a
absolvição do réu, com fulcro no art. 386,... do CPP,
como medida de Justiça.
FALTA DE JUSTA CAUSA PARA Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao
APLICAÇÃO DA SANÇÃO recurso interposto, decretando-se a ... (desclassificação
PLEITEADA PELA ACUSAÇÃO + ou exclusão de qualificadora, agravante ou causa de
CONCESSÃO DE ALGUM aumento de pena) e, conseqüentemente, a concessão ...
BENEFÍCIO. (preencher com o benefício pleiteado), como medida de
justiça.
RAZÕES DE APELAÇÃO
Apelante:
Apelada:
Colenda Câmara;
Doutos Desembargadores;
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão ora recorrida possa prosperar, senão vejamos.
DO PEDIDO
(vide quadro dos pedidos abaixo)
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
Processo-crime nº...
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO
Apelante:
Apelado:
Colenda Câmara;
Doutos Desembargadores;
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão ora recorrida seja reformada, senão vejamos.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja negado provimento ao
recurso interposto pelo órgão do Ministério Público (ou por..., em caso de ação privada), devendo
ser mantida a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, como medida de justiça.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
O recurso em sentido estrito serve, via de regra, para impugnação de decisões interlocutórias proferidas pelo
juiz singular.
O rol das decisões passíveis de recurso em sentido estrito encontra-se no artigo 581 do Código de Processo
Penal:
Legitimidade ativa
São partes legítimas para recorrer em sentido estrito a defesa, a acusação e o assistente de acusação.
Formalidades
O RESE é composto de duas peças: interposição (dirigida ao juiz que proferiu a decisão recorrida) e razões
(dirigidas ao Tribunal competente).
Formação do Instrumento
Em alguns casos, será necessária a formação do instrumento.
O artigo 583 do CPP dispõe que subirão nos próprios autos os recursos:
a) interpostos de ofício;
b) nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X – recursos interpostos contra as seguintes decisões:
- não recebimento da denúncia ou queixa-crime;
- procedência a alguma exceção oposta, salvo a de suspeição;
- pronúncia ou impronúncia;
- absolvição sumária;
- extinção de punibilidade;
- pedido de habeas corpus
c) quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.
Ainda, segundo o parágrafo único do art. 583, o recurso da pronúncia subirá em traslado, quando, havendo
dois ou mais réus, qualquer deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados da
pronúncia.
Excluídas essas hipóteses, subirão por instrumento os demais recursos. Nesses casos, a parte deverá
indicar, na petição ou em requerimento avulso, as peças dos autos que pretenda traslado (art. 587).
O traslado será extraído e conferido no prazo de 5 dias. Deverão constar sempre a decisão recorrida, a
certidão de sua intimação e o termo de interposição (parágrafo único do art. 587). O juiz poderá mandar
instruir o recurso com os traslados que lhe parecerem necessários (art. 589, parte final, do CPP). Se for
impossível ao escrivão extrair o traslado no prazo previsto, o juiz poderá dobrar o prazo (art. 590).
Juízo de retratação
O recurso em sentido estrito possui uma peculiaridade: o juízo de retratação. Isto quer dizer que o juiz pode,
após analisar as razões e contra-razões do recurso, reformar sua decisão sem a necessidade dos autos
subirem para o Tribunal.
Se a nova decisão comportar também recurso em sentido estrito, a parte recorrida – agora prejudicada em
razão da reforma da decisão anterior – poderá recorrer mediante simples petição, nos termos do artigo 589,
parágrafo único do Código de Processo Penal.
Da decisão que denegar ou impedir o seguimento do recurso em sentido estrito cabe carta testemunhável,
nos termos do artigo 639 do Código de Processo Penal.
TERMINOLOGIA
RECORRENTE – pessoa que recorre da decisão judicial.
RECORRIDO – pessoa que figura como recorrido.
VERBOS - interpor (interposição) / oferecer (razões)
Processo-crime nº...
Requer, ainda, o traslado das peças relacionadas a seguir, para a formação do instrumento:
- cópia da decisão ora recorrida (folhas...)
- cópia da certidão de intimação da decisão recorrida (folhas...)
- cópia do termo de interposição do presente recurso (folhas...)
- demais peças necessárias para a formação do instrumento (folhas...)
OBS.: Inserir este parágrafo somente nas hipóteses em que o recurso não subir nos
próprios autos.
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
Colenda Câmara;
Doutos Desembargadores;
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão ora recorrida possa prosperar, senão vejamos.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja dado provimento ao
presente recurso, a fim de que, reformando-se a decisão recorrida,..... (preencher com o pedido
referente ao caso), como medida de Justiça.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
Processo-crime nº...
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
Colenda Câmara;
Doutos Desembargadores;
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão ora recorrida seja reformada, senão vejamos.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja negado provimento ao
recurso interposto pelo órgão do Ministério Público (ou por..., em caso de ação privada), devendo
ser mantida a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, como medida de justiça.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
É o recurso cabível das decisões proferidas pelo Juiz no processo de execução que prejudique direito das
partes envolvidas no processo.
Uma vez que a Lei de Execução Penal não faz nenhuma referência ao procedimento a ser seguido pelo
agravo, este segue o procedimento adotado para o recurso em sentido estrito. Aliás, de acordo com a
previsão do artigo 2º, “caput” da LEP, adota-se subsidiariamente o CPP quando a LEP for omissa.
De acordo com o artigo 586 do CPP combinado com a Súmula 700 do STF, o prazo para interposição do
agravo é de cinco dias, a contar da ciência da decisão e de dois dias para a apresentação das razões,
conforme previsão do artigo 588 do CPP.
A petição de interposição será endereçada ao Juiz da Execução Criminal podendo vir acompanhada das
razões, ou apresentar as razões do agravo em execução no prazo de 2 dias, conforme regulamenta o art.
588 do CPP. Ato contínuo será aberto vista dos autos ao recorrido por igual prazo, para a apresentação de
suas contra-razões.
Após a resposta do agravado ou sem ela, o agravo será concluso ao Juiz que, dentro de dois dias, reformará
ou sustentará sua decisão.
O recurso de agravo em execução em razão do efeito devolutivo inverso ou iterativo submete-se ao juízo de
retratação, conforme disciplina o art.589 do CPP.
Da decisão que não recebe o agravo ou que denega seguimento caberá a interposição de Carta
Testemunhável, no prazo de 48 horas, nos termos dos artigos 639 e seguintes do Código de Processo Penal.
TERMINOLOGIA
AGRAVANTE – pessoa que recorre da decisão judicial.
AGRAVADO – pessoa que figura como recorrido.
VERBOS - interpor (interposição) / oferecer (razões)
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da..... Vara das Execuções Criminais da comarca
de...
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
Colenda Câmara;
Doutos Desembargadores;
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão ora recorrida possa prosperar, senão vejamos.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja dado provimento ao
presente recurso, a fim de que, reformando-se a decisão recorrida,..... (preencher com o pedido
referente ao caso), como medida de Justiça.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da..... Vara das Execuções Criminais da comarca
de...
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
Colenda Câmara;
Doutos Desembargadores;
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão agravada seja reformada, senão vejamos.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja negado provimento ao
recurso interposto, devendo ser mantida a respeitável decisão proferida em favor do agravado,
como medida de justiça.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
Trata-se de recurso cabível no caso de sentença ou acórdão que contenha obscuridade, ambigüidade,
contradição ou omissão.
Obscuridade significa falta de clareza nas idéias, causando dificuldade de entendimento sobre o que foi
declarado.
A contradição é uma incoerência entre afirmações; ocorre quando, entre duas proposições, uma exclui
necessariamente a outra.
Já a omissão relaciona-se com uma lacuna, a ausência de algo que deveria ter sido analisado na decisão.
a. De sentenças de primeira instância – artigo 382 do Código de Processo Penal (conhecido como
embarguinhos);
b. De decisões de segunda instância (acórdãos) – artigo 619 do Código de Processo Penal;
c. De sentença ou acórdão proferido nos casos submetidos ao procedimento sumaríssimo – artigo 83
da Lei n. 9.099/95.
O prazo para a oposição dos embargos é de dois dias, a contar da intimação da sentença ou da publicação
do acórdão. No caso da Lei n. 9.099/95, o prazo para oposição é de cinco dias, contados da ciência da
decisão.
Os embargos de declaração poderão ser opostos pela defesa e pela acusação, em petição única, perante o
próprio juiz ou relator que prolatou a decisão.
A oposição dos embargos de declaração interrompe o prazo de outro recurso (em analogia ao artigo 538 do
CPC). No caso de Juizado Especial Criminal, a oposição dos embargos de declaração suspende o prazo de
outro recurso (artigo 83, § 2º, da lei nº 9.099/95).
TERMINOLOGIA
EMBARGANTE – pessoa que embarga da decisão
EMBARGADO – a decisão contra a qual é proposto o recurso (sentença ou acórdão)
VERBO - opor
Os embargos infringentes e de nulidade encontram previsão no parágrafo único do artigo 609 do Código de
Processo Penal e são oponíveis contra decisão de segunda instância, não unânime e desfavorável ao réu.
Trata-se de um recurso PRIVATIVO DA DEFESA.
Logo, é o recurso a ser utilizado em caso de acórdão no qual exista divergência entre os votos.
Quando a divergência versar sobre matéria processual, capaz de invalidar o processo, o recurso receberá o
nome de EMBARGOS DE NULIDADE e visará à anulação do feito. Quando a divergência versar sobre
matéria de mérito, o recurso receberá o nome de EMBARGOS INFRINGENTES.
O prazo para a oposição dos embargos é de 10 dias, a contar da publicação do acórdão embargado. Deve
ser apresentado em duas peças: interposição e razões. A interposição é dirigida ao relator do acórdão e as
razões à Câmara do Tribunal.
Apresentado o recurso, será encaminhado ao relator do acórdão embargado, que fará o juízo de
admissibilidade. Em caso de denegação, caberá Agravo Regimental.
Após, será aberta vista à parte contrária, pelo prazo de 10 dias, para impugnação. Em seguida, os autos
serão enviados à Procuradoria Geral de Justiça, para oferecer parecer, também no prazo de 10 dias.
Finalmente os embargos serão distribuídos a um Relator sorteado entre os Juízes ou Desembargadores que
integrarão o órgão julgador, não podendo ser nenhum dos juízes que tomaram parte do julgamento. O
Relator e o Revisor terão um prazo sucessivo de 10 dias para estudarem os autos. Em seguida, será
publicado o acórdão, do qual caberá recurso especial ou extraordinário.
Nos embargos, o embargante deverá restringir suas alegações à matéria objeto da divergência, ou seja,
jamais poderá inovar e pleitear algo fora do que foi decidido no voto vencido.
TERMINOLOGIA
EMBARGANTE – pessoa que embarga da decisão
EMBARGADO – a decisão contra a qual é proposto o recurso (sentença ou acórdão)
VERBO - opor
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (obscuridade, ambigüidade, contradição ou
omissão) e que, por conseqüência, obrigam a reparação da respeitável decisão, senão vejamos.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer sejam recebidos os presentes
embargos e, ao final julgados, para que seja declarada(o) a sentença (ou acórdão) embargada(o),
a fim de que seja corrigido o equivoco que nela(e) se contém, como medida de Justiça.
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
____________________________
Advogado – OAB/SP nº
Colenda Câmara;
Ínclitos Desembargadores;
Douto Relator;
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossas
Excelências, vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por
conseqüência, impedem que a decisão ora embargada possa prosperar, senão vejamos.
DO PEDIDO
Diante de todo o exposto, postula-se a reforma do
venerando acórdão embargado, para que, ao final, seja mantido o voto vencido que (preencher
com a decisão do voto vencido), como medida de Justiça.
(local, data)
________________________
Advogado – OAB/SP nº
Apesar de fazer parte do capítulo referente aos recursos no Código de Processo Penal, a revisão criminal é
ação autônoma, de competência originária dos tribunais, que visa impugnar sentença com trânsito em
julgado.
A coisa julgada é uma exigência imprescindível à segurança jurídica, daí porque tem previsão constitucional
(artigo 5º, XXXVI da Constituição Federal). Ocorre que, mesmo transitada em julgado, a sentença pode
conter vícios graves que aconselhem a prevalência do valor “justiça” sobre o valor “certeza”. Nesses casos
excepcionais, os quais encontram previsão taxativa no ordenamento jurídico, haverá a possibilidade de
desconstituir-se a coisa julgada através da revisão criminal. A revisão criminal é recurso privativo da defesa.
Não existe revisão “pro estado”.
Admite-se a revisão criminal das decisões proferidas pelo Tribunal do Júri, tendo em vista que a soberania
dos veredictos é instituída como uma das garantias individuais em benefício do réu e não pode ser atingida
enquanto preceito para garantir sua liberdade, não podendo ser invocada contra ele. Havendo anulação do
processo, o acusado deverá ser submetido a novo julgamento. A prova de inocência importa em absolvição
do condenado.
O pressuposto essencial para a propositura da revisão criminal é a existência de uma sentença condenatória
definitiva. Admite-se, também, revisão criminal de sentença absolutória imprópria, aquela que impõe ao
inimputável uma medida de segurança (art. 386, parágrafo único, III do CPP).
A revisão Criminal é cabível durante o cumprimento de pena, ou seja, antes da extinção da pena, bem como
após a extinção da pena e, ainda, após a morte do condenado (neste caso, a legitimidade passa ao CADI),
objetivando o resgate da honra do mesmo.
As hipóteses que autorizam a propositura da revisão criminal encontram previsão no artigo 621 do Código de
Processo Penal. São elas:
a) Quando a sentença condenatória a ser desconstituída for contrária ao texto expresso da lei penal
ou à evidência dos autos;
b) Quando a sentença condenatória a ser desconstituída se fundar em depoimentos, exames ou
documentos comprovadamente falsos;
c) Quando, após a sentença, forem descobertas novas provas de inocência do condenado ou de
circunstância que determine ou autorize diminuição da pena estabelecida.
A competência para conhecer, processar e julgar a Revisão Criminal são dos Tribunais em segunda instância
(Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federa). Pode, no entanto, ocorrer Revisão Criminal para o STF
(art. 102, I, “j” da CF) e para o STJ (art. 105,I, “e” da CF). O requerimento deve ser dirigido ao Presidente do
Tribunal Competente.
A decisão pode absolver o condenado, reduzir a pena ou anular o processo (artigo 626 do CPP). Em caso de
absolvição, há o restabelecimento de todos os direitos perdidos em virtude da condenação. É vedado o
agravamento de pena imposta pela decisão revista. Aqui, temos uma exceção ao princípio da soberania dos
veredictos, ou seja, em sede de revisão criminal proposta em face de sentença do Tribunal do Júri, o Tribunal
pode absolver, sem a necessidade de novo julgamento.
A indenização por erro judiciário somente será devida quando restar caracterizada culpa ou dolo por parte do
Estado, isto é, de seus representantes ou agentes. As hipóteses encontram previsão no artigo 630 do Código
de Processo Penal.
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão ora impugnada possa prosperar, senão vejamos.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a procedência do presente
pedido revisional, para que seja desconstituída a decisão ora impugnada, decretando-se...
(preencher com o pedido), com fulcro no artigo 626 do Código de Processo Penal.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
Trata-se da antecipação provisória da liberdade do condenado que cumpre pena privativa de liberdade,
concedida sob certas condições. Encontra previsão nos artigos 83 a 90 do Código Penal e artigo 131 a 146
da Lei de Execução Penal.
Para que o benefício possa ser concedido ao condenado, torna-se necessário que este preencha os
requisitos estabelecidos no artigo 83 do CP:
Requisitos objetivos:
• Condenação a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos;
• Que o condenado tenha cumprido:
- Mais de 1/3 da pena se não for reincidente em crime doloso;
- Mais da metade da pena se for reincidente em crime doloso;
- Mais de 2/3 da pena, no caso de crimes hediondos, se não for reincidente;
• Ter reparado o dano causado ou prova da impossibilidade de fazê-lo.
Requisitos subjetivos:
• Aptidão para promover a própria subsistência, mediante trabalho honesto;
• Demonstração de comportamento carcerário satisfatório;
• Tratando-se de condenado por crime doloso praticado com violência ou grave ameaça à pessoa,
haverá mais um requisito a ser preenchido que é a constatação de condições pessoais que façam presumir
que o liberado não voltará a delinqüir (artigo 83, parágrafo único), cabendo ao juiz da execução fazer, ele
mesmo, a constatação.
O requerimento de livramento condicional deve ser formulado ao Juiz das Execuções criminais.
Revogação do benefício:
Obrigatória (artigo 86 do CP):
1) Se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade por crime em sentença irrecorrível,
durante a vigência do benefício;
2) Se o liberado for condenado irrecorrivelmente por crime anterior.
Se não houver a revogação até o término do livramento, extingue-se a pena (artigo 90, do CP).
Terminologia:
REQUERENTE – pessoa que requer a liberdade provisória.
VERBO (PREÂMBULO) - requerer
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara de Execução Criminal da Comarca de...
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa
Excelência, vem aduzir os argumentos que demonstram que o requerente preenche os requisitos
para a concessão do benefício, senão vejamos.
O requerente foi condenado a pena de... anos de..., por
ter sido infringido o artigo... do Código Penal, tendo a respeitável sentença transitado em julgado.
As certidões Criminais (documento...), comprovam ser o
requerente... (não reincidente em crime doloso; reincidente em crime doloso; não reincidente em
crime hediondo), fazendo jus ao benefício após cumprir... da pena, conforme artigo 83,... do Código
Penal.
Ocorre porém que da referida pena efetivamente já foi
cumprido..., ou seja, ... anos.
Segundo a declaração do diretor do estabelecimento
prisional, o requerente sempre demonstrou comportamento carcerário satisfatório e desempenho
para prover a própria subsistência (documento...).
Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro
que o requerente tem direito ao benefício ora pleiteado.
DO PEDIDO
Diante do exposto, presentes os requisitos legais,
levando-se em conta os documentos juntados, após a oitiva do digno representante do Ministério
Público, requer a concessão do livramento condicional, expedindo-se, para tanto, o competente
alvará de soltura e carta de livramento em favor do requerente, com fulcro no art. 136 da LEP,
como medida de justiça.
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
O recurso ordinário constitucional está previsto nos artigos 102, II “a” e 105, II, “a” e “b” da Constituição
Federal e o seu procedimento se encontra disciplinado nos artigos 30 a 35 da Lei n. 8.038/90.
- Decisões dos Tribunais Regionais Federais ou dos tribunais dos Estados e do Distrito Federal que
denegarem em última instância o pedido de “habeas corpus”;
- Decisões dos Tribunais Regionais Federais ou dos tribunais dos Estados e do Distrito Federal que
denegarem em última instância o pedido de mandado de segurança.
É interposto por meio de petição dirigida ao Presidente do Tribunal recorrido, junto com as razões do pedido
de reforma no prazo de cinco dias (no caso de decisão denegatória de “habeas corpus” – artigo 30 da Lei n.
8.038/90), ou quinze dias (no caso de decisão denegatória do mandado de segurança - artigo 33 da Lei n.
8.038/90).
A Lei n. 8.038/90 não fez referência ao recurso ordinário constitucional para o STF. Porém de acordo com o
artigo 310 do regimento interno do STF, no caso de decisão denegatória de “habeas corpus”, o prazo para
interposição do recurso é de cinco dias. Com relação à decisão denegatória de mandado de segurança, tanto
o regimento quanto a Lei n. 8.038/90 são omissos. A questão foi tratada pela Súmula 319 do STF, que
estabeleceu o prazo de cinco dias.
Se o ROC for denegado ou se retardar o seu processamento, injustificadamente, por mais de 30 dias, poderá
o interessado interpor agravo de instrumento (art. 28 da Lei n. 8.038/90).
TERMINOLOGIA
RECORRENTE – aquele que teve a ordem de “Habeas Corpus” ou Mandado de Segurança denegado
RECORRIDO – parte contrária
VERBO (PREÂMBULO) - interpor
Termos em que,
Pede deferimento.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
Douta Turma;
Ínclitos Ministros;
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a falta justa causa para a denegação do... (“habeas
corpus”, “habeas data”, mandado de segurança ou mandado de injunção )e que impedem que
referida decisão possa prosperar, senão vejamos:
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja dado provimento ao
presente recurso, para tornar sem efeito a respeitável decisão que denegou o ... (“habeas corpus”,
“habeas data”, mandado de segurança ou mandado de injunção), a fim de que, reformando-se a
decisão recorrida, seja concedida a providência pleiteada, qual seja... (preencher com o pedido
feito no requerimento que foi denegado), como medida de Justiça.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP número
Trata-se de impugnação cabível junto ao Supremo Tribunal Federal e que tem por finalidade tutelar o direito
objetivo de natureza constitucional.
É o recurso adequado para discutir questões de direito constitucional federal e tem por finalidade assegurar a
supremacia da Constituição Federal. Deve ser usado somente após todos os meios de impugnação possíveis
na via ordinária.
A fundamentação do Recurso Extraordinário está prevista no art. 102, III da C.F e os requisitos de
admissibilidade, bem como seu procedimento estão previstos na Lei número 8.038/90.
As hipóteses de cabimento a partir das decisões proferidas pelos Tribunais, após a edição da Emenda
Constitucional n. 45, de 2004 são:
a) Que contrariarem dispositivos da Constituição Federal;
b) Que declarem a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal (para tanto é necessário que a decisão
recorrida afirme a incompatibilidade com a Constituição Federal);
c) Que julguem válida lei ou ato do governo local contestado em face da Constituição.
Insta salientar que a questão a ser levada ao STF deve ter sido analisada NA DECISÂO recorrida, não
bastando a simples argüição pela parte no processo. Logo, se determinada questão suscitada pela parte não
for apreciada na decisão, devem ser opostos embargos de declaração, a fim de que a turma julgadora
aprecie, de forma expressa, a matéria. Nesse sentido, vale citar o enunciado da Súmula 356 do STF: “O
ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de
recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”.
Com a edição da Emenda Constitucional n. 45, de 2004, foi introduzido mais um pressuposto especial para a
admissão do recurso extraordinário, qual seja a demonstração da repercussão geral da questão
constitucional discutida no caso (§3º do artigo 102 da CF).
Em 19 de Dezembro de 2006 entrou em vigor a Lei nº 11.418, a qual regulamentou no Código de Processo
Civil o §3º do artigo 102 da CF. De acordo com referida lei, “para efeito de repercussão geral, será
considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou
jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa”.
Dessa forma, além de preencher todas as exigências citadas acima, para que o recurso extraordinário seja
efetivamente conhecido pelo STF é preciso demonstrar a significação política do tema abordado no recurso,
aferida em face de uma possível influência da decisão para a solução de outros casos.
O prazo para interposição do recurso extraordinário, de acordo com o artigo 26 da Lei 8.038/90, é de 15 dias
a contar do primeiro dia útil subseqüente à publicação do acórdão. Deverá ser elaborado em duas peças –
interposição e razões. A interposição deve ser dirigida ao Presidente do Tribunal recorrido com a indicação
expressa do cabimento do recurso e razões ao Supremo Tribunal Federal.
O art. 27 da mesma lei dispõe que o Recurso Extraordinário será recebido apenas no efeito devolutivo. Pela
doutrina e jurisprudência é reconhecida a impossibilidade do efeito suspensivo.
Da decisão que denegar o recurso extraordinário caberá agravo de instrumento, no prazo de 5 dias, de
acordo com o artigo 28 da Lei 8.038/90.
Pede Deferimento.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
Douta Turma;
Ínclitos Ministros;
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a ofensa ao texto constitucional e que impedem que
referida decisão possa prosperar, senão vejamos:
DO PEDIDO
Diante do exposto, demonstrada a ofensa à Constituição,
aguarda o recorrente seja dado provimento ao presente Recurso Extraordinário, a fim de que seja
cassado o venerando acórdão proferido pelo Egrégio Tribunal de Justiça de... (ou Tribunal
Regional Federal), para ... (complementar com o pedido do caso concreto) como medida de justiça.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
Trata-se de impugnação cabível junto ao Superior Tribunal de Justiça e que tem por finalidade dirimir questão
federal relacionada à legislação de natureza infraconstitucional. Deve ser usado somente após todos os
meios de impugnação possíveis na via ordinária.
O Recurso Especial encontra previsão no art. 105, III, alíneas “a”, “b” e “c” da Constituição Federal e na Lei
8.038/90.
Referidas hipóteses de cabimento a partir das decisões proferidas pelos Tribunais, são: a) que contrariarem
tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) que julgarem válida lei ou ato de governo local contestado
em face de lei federal; c) que derem à lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro
Tribunal.
Exigência básica do recurso especial é o prequestionamento, ou seja, o prévio tratamento do tema de direito
federal pela decisão recorrida. É o que dispõe a Súmula 282 do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário
quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada”.
Insta salientar que a questão a ser levada ao STJ deve ter sido analisada NA DECISÂO recorrida, não
bastando a simples argüição pela parte no processo. Logo, se determinada questão suscitada pela parte não
for apreciada na decisão, devem ser opostos embargos de declaração, a fim de que a turma julgadora
aprecie, de forma expressa, a matéria. Nesse sentido, vale citar o enunciado da Súmula 356 do STF: “O
ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de
recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”.
Outro detalhe: para ter acesso ao STJ através do recurso especial é imprescindível que a decisão recorrida
tenha sido proferida por um Tribunal. Isto quer dizer que das decisões proferidas pelo Colégio Recursal não
caberá a impugnação ao STJ, tendo a parte que se dirigir diretamente ao STF (Súmula 640 do STF e 203 do
STJ).
O prazo para interposição do recurso especial, de acordo com o artigo 26 da Lei 8.038/90, é de 15 dias a
contar do primeiro dia útil subseqüente à publicação do acórdão. Deverá ser elaborado em duas peças –
interposição e razões. A interposição deve ser dirigida ao Presidente do Tribunal recorrido com a indicação
expressa do cabimento do recurso e razões ao Superior Tribunal de Justiça.
O art. 27 da mesma lei dispõe que o Recurso Especial será recebido apenas no efeito devolutivo. Pela
doutrina e jurisprudência é reconhecida a impossibilidade do efeito suspensivo.
Da decisão que denegar o recurso especial caberá agravo de instrumento, no prazo de 5 dias, de acordo
com o artigo 28 da Lei 8.038/90.
TERMINOLOGIA
RECORRENTE – aquele que recorre da decisão
RECORRIDO – parte contrária
VERBO (PREÂMBULO) - interpor
Pede Deferimento.
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº
Douta Turma;
Ínclitos Ministros;
DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.
DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a ofensa ao texto expresso da lei... (preencher com a
Lei) e que impedem que referida decisão possa prosperar, senão vejamos:
DO PEDIDO
Diante do exposto, demonstrada a ofensa à Lei Federal
(mencionar a lei), o recorrente aguarda o provimento do presente Recurso Especial, a fim de que
seja cassado o venerando acórdão proferido pelo Egrégio Tribunal de Justiça de... (ou Tribunal
Regional Federal), para...(mencionar a finalidade da medida) como medida de justiça!
(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº