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MATERIAL DE APOIO

PRÁTICA JURÍDICA PENAL

Prof.ª Ana Paula de Pétta


Sumário

ORIENTAÇÕES INICIAIS PARA A ELABORAÇÃO DAS PEÇAS ....................................... 3

ESTRUTURAS BÁSICAS PARA A ELABORAÇÃO DAS PEÇAS........................................ 4

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A ESTÉTICA DA PEÇA ..................................11

DICAS PARA DESENVOLVER UMA BOA ARGUMENTAÇÃO ..........................................13

TESES DE DEFESA ...........................................................................................................15

ESQUELETO PARA RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS .....................................................17

ENDEREÇAMENTOS .........................................................................................................18

HABEAS CORPUS ..............................................................................................................20


Modelo de habeas corpus ...................................................................................................25

RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE ................................................................29


Modelo de requerimento de relaxamento de prisão em flagrante........................................32

LIBERDADE PROVISÓRIA .................................................................................................33


Modelo de requerimento de liberdade provisória.................................................................35

QUEIXA-CRIME ..................................................................................................................36
Modelo de Queixa-Crime .....................................................................................................38

RESPOSTA ESCRITA.........................................................................................................40
Modelo de Resposta Escrita – procedimento ordinário .......................................................42
Modelo de resposta escrita – procedimento do júri .............................................................44

MEMORIAIS ........................................................................................................................45
Modelo de memoriais escritos .............................................................................................47

RECURSO DE APELAÇÃO ................................................................................................48


Modelo de recurso de apelação ..........................................................................................50
Modelo de recurso de apelação – procedimento do júri ......................................................54
Modelo de contra-razões de apelação ................................................................................56

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO ...................................................................................58


Modelo de recurso em sentido estrito ..................................................................................60
Modelo de contra-razões de recurso em sentido estrito ......................................................62

AGRAVO EM EXECUÇÃO ..................................................................................................64


Modelo de agravo em execução – razões ...........................................................................65
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A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de contra-razões de agravo em execução ..............................................................67

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ........................................................................................69


EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE ................................................................70
Modelo de embargos de declaração ...................................................................................71
Modelo de embargos infringentes e de nulidade .................................................................72

REVISÃO CRIMINAL...........................................................................................................74
Modelo de revisão criminal ..................................................................................................76

REQUERIMENTO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL .......................................................77


Modelo de requerimento de livramento condicional ............................................................78

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL .....................................................................79


Modelo de recurso ordinário constitucional .........................................................................80

RECURSO EXTRAORDINÁRIO .........................................................................................82


Modelo de recurso extraordinário ........................................................................................84

RECURSO ESPECIAL ........................................................................................................86


Modelo de recurso especial .................................................................................................87

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ORIENTAÇÕES INICIAIS PARA A ELABORAÇÃO DAS PEÇAS

Cuidados com o vernáculo


a) Usar linguajar jurídico e demonstrar técnica profissional, pois é isso que o exame exige. Esta técnica
se demonstra expondo as idéias de forma clara e conduzindo-as adequadamente, de modo a
convencer quem estiver lendo a peça a acatar a tese e deferir o que foi pleiteado.
b) A FGV proíbe o uso de dicionários. Nas nossas aulas, porém, esse uso será totalmente permitido,
pois palavras escritas de forma incorreta ou trechos sem nenhuma concordância ensejam em
desconto na nota final.

Cuidados com a estética


a) Letra: a peça, além de ser manuscrita, no exame da OAB, será digitalizada e enviada aos
examinadores. Sendo assim, a letra do candidato deve ser legível e facilitar a compreensão por parte
de quem a lê. Se o examinador não entender o que está escrito, poderá considerar errada a palavra
e isso pode implicar em desconto na média final. Esta será a postura adotada pelos professores
nas aulas de prática jurídica.
b) Margens: devem ser justificadas (como no computador), evitando desestruturar a peça;
c) Higiene: a limpeza da prova faz muita diferença; “branquinho” é proibido. Se errar alguma palavra,
deverá passar um traço por cima e prosseguir. Mas cuidado para não elaborar uma peça cheia de
riscos, que equivalem a erros, pois isso também pode ensejar desconto na nota final;
d) Fazer os destaques em letra maiúscula, a letra de forma só deve ser usada, quando tiver a intenção
de destacar, ou de tornar sua letra legível;
e) As regras da gramática devem ser respeitadas, para que não haja descontos;

Cuidados com a estrutura da peça


a) Toda petição possui:
 Endereçamento;
 Preâmbulo;
 Narrativa dos fatos;
 Embasamento jurídico do Direito;
 Pedido.

b) Utilize a terminologia adequada para cada peça (apelante, embargante, recorrente, paciente,
agravante etc).

c) É proibido inventar dados para o problema, jurisprudência ou qualquer informação que não seja
correspondente ao informativo da proposta; Se o problema não fornece os dados, coloque três
pontinhos, sem aspas: ...

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ESTRUTURAS BÁSICAS PARA A ELABORAÇÃO DAS PEÇAS

As petições podem dividir-se, basicamente, em 5 tipos básicos, os quais deverão ser adaptados à peça a ser
elaborada: petição básica, interposição de recurso, razões de recurso, petição de juntada de razões ou
contra-razões e contra-razões de recurso.

a) Petição básica
Esta estrutura deverá ser utilizada para a elaboração de peças como habeas corpus, mandado de
segurança, queixa-crime, defesa preliminar, revisão criminal, requerimentos.

b) Interposição de recurso
Esta estrutura deverá ser utilizada para a elaboração de recurso completo. O que isso significa? Se o
problema não mencionar que o recurso já foi interposto, você deverá interpor e depois oferecer as razões, o
que, no caso do exame, será feito no mesmo momento, em petições distintas.
A interposição deve ocupar apenas uma lauda, o que é plenamente suficiente, tendo em vista a simplicidade
da petição.

c) Razões de recurso
Esta estrutura deverá ser utilizada para a elaboração das razões do recurso. Será acompanhada pela
interposição ou petição de juntada, conforme o caso.
Importante é que tenha início em nova lauda, ou seja, nunca inicie as razões na mesma lauda em que
elaborou a interposição ou a petição de juntada.

d) Petição de juntada de recurso


Esta estrutura deverá ser utilizada quando o problema mencionar que o recurso já foi interposto. Isto quer
dizer que a interposição do recurso já foi feita e o recurso passou pelo juízo de admissibilidade.
Desta forma, você deverá elaborar apenas as razões, acompanhadas de uma petição de juntada.

e) Contra-razões de recurso
Esta estrutura deverá ser utilizada quando o problema mencionar que o recurso já foi interposto pela parte
contrária e que cabe a você exercer o contraditório.
Nesse caso, não há a necessidade de elaborar a interposição, tendo em vista que o recurso já foi interposto
pela outra parte.
Desta forma, você deverá elaborar as contra-razões, acompanhadas de uma petição de juntada.

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Estrutura de petição básica

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR...

ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a peça e a competência

PREÂMBULO – Deverá conter, via de regra, a


apresentação e qualificação das partes, o nome e o
fundamento jurídico da peça. O preâmbulo varia conforme
a peça a ser elaborada.

Nome..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., residente


e domiciliado na Rua..., número..., bairro..., cidade..., por seu advogado que esta subscreve, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo... do ... apresentar ....., pelas
razões de fato e de direito que passa a expor:

DOS FATOS
Narração dos acontecimentos contidos no problema. Vale
lembrar que nenhum dado pode ser inventado e também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
Parte mais importante da peça. Momento no qual o candidato
desenvolve sua argumentação e demonstra seu poder de persuasão.
Utilizar as dicas do silogismo para argumentar.

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer.......

Termos em que,
Pede Deferimento.

PARTE FINAL: Momento em que


você requer o deferimento da
petição, data e assina a peça.

(local, data)

_____________________
Advogado – OAB/SP nº...

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Estrutura de interposição de recurso

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR...

ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a peça e a competência

PROCESSO-CRIME Nº...

PREÂMBULO – Deverá conter os requisitos


subjetivos e objetivos dos recursos:
Subjetivos: (1) Legitimidade de parte;
(2) Interesse de agir.
Objetivos: (3) Tempestividade;
(4) Taxatividade (artigo);
(5) Adequação (nome do recurso);

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em


epígrafe (1), por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável decisão
que...(2), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo... do ...(4),
tempestivamente (3), interpor ..... (5), pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

Requer seja recebido o presente recurso, ordenando-se o seu


processamento e a remessa ao Egrégio ...

PEDIDO

Termos em que,
Pede Deferimento.

PARTE FINAL: momento em


que você requer o deferimento
da petição, data e assina a peça.
(local, data)

_____________________
Advogado – OAB/SP nº...

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Estrutura de razões de recurso

EGRÉGIO TRIBUNAL ... ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a competência

RAZÕES DE...
Recorrente:
Recorrido: IDENTIFICAÇÃO: nome do recurso, identificação das partes e do
processo
Autos do processo número...
Vara de Origem...

Colenda Câmara;
SAUDAÇÃO
Doutos Desembargadores;

INTRODUÇÃO: demonstração do inconformismo


com a decisão recorrida

Em que pese o brilhantismo do Meritíssimo Juiz “a quo”, não


agiu com o costumeiro acerto quando... (preencher com a decisão recorrida), impondo-se a reforma da
respeitável decisão pelas razões que passa a expor.

DOS FATOS
Narração dos acontecimentos contidos no problema. Vale
lembrar que nenhum dado pode ser inventado e também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
Parte mais importante da peça. Momento no qual o
candidato desenvolve sua argumentação e demonstra seu poder de persuasão.
Utilizar as dicas do silogismo para argumentar.

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja dado provimento ao recurso,
para tornar sem efeito a decisão ora recorrida, ...

(local, data)
PARTE FINAL: em razões de recurso,
não se pede deferimento. O pedido é de
provimento do recurso. Além disso, você
já pediu o deferimento na petição de
interposição.

_____________________
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Estrutura de petição de juntada de contra-razões de recurso

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR...

ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a peça e a competência

PROCESSO-CRIME Nº...

PREÂMBULO – Deverá conter a apresentação


das partes, a demonstração do inconformismo
com a interposição do recurso pelo oponente, o
nome e o fundamento jurídico da peça.

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em


epígrafe, por seu advogado que esta subscreve não se conformando com o recurso interposto em face da
decisão..., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo... do ...
apresentar ....., pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

Requer sejam recebidas as contra-razões do presente


recurso e encaminhadas ao Egrégio Tribunal...

PEDIDO

Termos em que,
Pede Deferimento.
PARTE FINAL: momento em que você
requer o deferimento da petição, data e
assina a peça.

(local, data)

_____________________
Advogado – OAB/SP nº...

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responsabilização criminal
Estrutura de petição de juntada de razões de recurso

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR...

ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a peça e a competência

PROCESSO-CRIME Nº...

PREÂMBULO – Deverá conter a apresentação


das partes, o pedido de juntada das razões e
de encaminhamento à superior instância.

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em


epígrafe, por seu advogado que esta subscreve vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência
requerer a juntada das presentes razões do recurso...

Requer, ainda, sejam recebidas e encaminhadas ao Egrégio


Tribunal...

PEDIDO

Termos em que,
Pede Deferimento.
PARTE FINAL: momento em que você
requer o deferimento da petição, data e
assina a peça.

(local, data)

_____________________
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Estrutura de contra-razões de recurso

EGRÉGIO TRIBUNAL ... ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a competência

CONTRA-RAZÕES DE...
Recorrente:
Recorrido: IDENTIFICAÇÃO: nome do recurso, identificação das partes e do
processo
Autos do processo número...
Vara de Origem...

Colenda Câmara;
SAUDAÇÃO
Doutos Desembargadores;

INTRODUÇÃO: demonstração do inconformismo


com a decisão recorrida

Não se conformando com o recurso interposto pelo órgão do


Ministério Público (ou por... , se for ação privada) contra a respeitável decisão proferida em favor do
recorrido, vem apresentar CONTRA-RAZÕES, aguardando, ao final, se dignem Vossas Excelências em
mantê-la, pelas razões a seguir aduzidas.

DOS FATOS
Narração dos acontecimentos contidos no problema. Vale
lembrar que nenhum dado pode ser inventado e também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
Parte mais importante da peça. Momento no qual o candidato
desenvolve sua argumentação e demonstra seu poder de persuasão.
Utilizar as dicas do silogismo para argumentar.

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja negado provimento ao recurso
interposto pela acusação, mantendo-se a decisão recorrida, como medida de justiça.

(local, data)
PARTE FINAL: Em contra-razões de
recurso, não se pede deferimento e sim que
seja negado provimento ao recurso
interposto pela parte contrária. Além disso,
quem pede deferimento é quem interpõe o
recurso, ou seja, a parte contrária.
_____________________
Advogado – OAB/SP nº...

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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A ESTÉTICA DA PEÇA

Endereçamento
Não utilizar abreviaturas. Escrever tudo por extenso;
Não precisa escrever tudo em letras maiúsculas, pode escrever apenas a primeira letra de cada palavra com
letra maiúscula;
Após o endereçamento, pule algumas linhas. Não precisa pular necessariamente 10 linhas. O ideal é deixar
um espaço, para mostrar ao examinador que você sabe que aquele espaço é deixado para o despacho do
juiz;
Importante: o número de folhas fornecido no exame é limitado, sendo assim, dependendo do tamanho da
peça, qualquer espaço perdido pode ser precioso.

Preâmbulo
O parágrafo deve ter início no meio da página. As demais linhas obedecem à margem esquerda;
O nome da parte deve ser escrito em destaque, de preferência com letras maiúsculas;
Quando for necessário qualificar as partes, tendo em vista que você não pode inventar dados, coloque o
nome do dado, seguido de reticências, conforme o exemplo:

“Nome..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., residente e domiciliado na Rua..., número..., bairro...,
comarca de....”

O nome da peça deve ser colocado em destaque, ou seja, em letras maiúsculas, para facilitar a visualização.

Narração dos fatos


Apesar de não ser obrigatório, é aconselhável dividir a peça em títulos: Dos Fatos, Do Direito, Do Pedido. Isto
facilita a organização da peça;
Nem todas as informações do problema devem ser incluídas na narração dos fatos. Copiar o problema
inteiro, então, nem pensar. Você deve narrar as informações mais importantes, que são aquelas que darão
suporte fático à sua argumentação e ao pedido. Tudo o que constar no item “Do Direito” deve ter sido
abordado nos fatos;
Lembre-se de não inventar NADA, nenhum fato, nenhuma informação. Limite-se a trabalhar com as
informações que o problema fornece;
Outro detalhe importante a ser lembrado, principalmente nas peças de Direito Penal: NUNCA concorde com
a acusação. Procure sempre deixar dúvida quanto à atuação do seu cliente. Exemplo: o problema narra que
Tício foi condenado por ter furtado uma carteira; ao narrar os fatos, você JAMAIS vai afirmar que Tício furtou
uma carteira, e sim afirmará que Tício foi condenado pela suposta prática de furto.

Exposição do direito
Esta é a parte mais importante da sua peça, pois é o momento em que você vai desenvolver seu raciocínio.
É nessa etapa da peça que você mostra que sabe argumentar e elaborar uma boa petição, com as idéias
expostas de forma lógica, cadenciada e bem fundamentadas.
Basicamente, esta etapa da sua peça deve ser composta dos seguintes itens:
1. Frase de introdução
2. Conceitos (premissa maior)
3. Contraposição (premissa menor)
4. Conclusão
5. Pedido
A seguir, trataremos desse assunto de forma mais detalhada.
Não é necessário utilizar termos em latim. Aliás, nem é aconselhável, caso você tenha dúvida quanto ao
significado do termo. Somente utilize se tiver certeza que é cabível determinada expressão no parágrafo em
desenvolvimento;
Dependendo da peça, você terá que desenvolver mais de uma argumentação, mais de uma idéia. Sendo
assim, é aconselhável subdividir o item. Isso ocorre muito nos recursos, quando, além das teses de mérito,
houver também teses de nulidade. Quando isso acontecer, crie subtítulos, para facilitar a exposição dos
argumentos, conforme exemplo:

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DO DIREITO
I. PRELIMINARMENTE
II. NO MÈRITO

Do pedido
Procure iniciar sempre com a expressão: “Diante do exposto”;
O pedido é decorrência lógica da tese que foi desenvolvida no “Do Direito”, sendo assim, tudo o que for
mencionado nas argumentações, deve constar no pedido;
Nem sempre será necessário mencionar artigos no pedido. Isso será analisado no decorrer das aulas, de
acordo com cada peça e suas peculiaridades.

Doutrina e jurisprudência
Com a recente alteração no exame da OAB, que proibiu o uso de livros e doutrinas, esta parte da peça
sofrerá certo prejuízo,ou seja, não mais será obrigatória a citação de doutrina.
Quanto à jurisprudência, apesar da proibição do uso de repertórios de jurisprudência, não podemos nos
esquecer das Súmulas. Estas, sim, poderão ser utilizadas, quando houver alguma que tenha relação com o
tema tratado na peça.

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DICAS PARA DESENVOLVER UMA BOA ARGUMENTAÇÃO

Para alcançar a aprovação é importante desenvolver uma argumentação clara, lógica e convincente. O
objetivo de toda petição é convencer o julgador a deferir o pedido. Para tanto, seguem algumas dicas:

1. Elabore parágrafos curtos. Não existe regra com relação à quantidade de linhas que o parágrafo deve
conter, mas o ideal é que você desenvolva a idéia sem ser prolixo.

2. Cada idéia que for introduzir no texto, inicie um novo parágrafo. Isto deixará sua peça mais lógica e
harmônica.

3. Utilize o silogismo exposto a seguir para desenvolver a sua argumentação:

PREMISSA MAIOR
Conte o(s) artigo(s) que fundamenta(m) sua tese com suas palavras. Não é aconselhável copiar artigos.
Explique, fale sobre o artigo que contou acima. Para isso, utilize os comentários dos autores que estiver
consultando. Nesta etapa, você ainda não menciona o seu caso. Apenas “prepara o terreno”, explicando,
comentando o artigo e, é claro, utilizando entendimentos que beneficiem o seu cliente.

PREMISSA MENOR
Agora você adentra o mérito do seu problema. (No caso em tela,...)
Após contar e explicar o artigo, agora é o momento da contraposição.

CONCLUSÃO
Faça uma breve conclusão, um fechamento.
Demonstre para o julgador o que você pretende que ele conclua com a sua exposição.

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ESTRUTURA DA PARTE ARGUMENTATIVA DA PEÇA (DO DIREITO)

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência, e certa
de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os argumentos que
demonstram a falta de justa causa (ou outra tese) e que justificam a presente manifestação.

FRASE DE INTRODUÇÃO

Com efeito, nos termos do artigo... (desenvolver a premissa


maior).

No caso em tela, .... (desenvolver a premissa menor)

Nesse sentido, há, inclusive, entendimento sumulado:

“Súmula XXX bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla
bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla
bla bla bla”

SÚMULA (se houver) - inserir em destaque jurídico

Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que...


(conclusão – fechamento das idéias e introdução para o pedido),

CONCLUSÃO

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TESES DE DEFESA

A tese de defesa será o núcleo da sua peça e estará diretamente ligada ao fato descrito no problema,
constituindo o direito que será por você defendido.

O pedido é a decorrência lógica da tese defendida. É importante que você resguarde, sempre, uma lógica
entre a tese defendida e o que for pleiteado ao final.

Via de regra, no exame de ordem, você atua como advogado de defesa, mas nada impede que sua atuação
seja pela acusação.

Se a sua atuação for pela acusação, a tese será a existência do crime, de culpabilidade e de punição do réu.
Logo, o pedido será a condenação.

Porém, no caso de atuar pela defesa do réu, você deverá demonstrar a ausência dos elementos do crime, a
falta de culpabilidade do réu ou a impossibilidade de puni-lo, quer pela existência de alguma dirimente, quer
pela ocorrência de alguma causa extintiva da punibilidade.

Poderá, ainda, suscitar o reconhecimento de eventuais nulidades que tenham ocorrido durante o processo.

Como o Direito Penal é uma matéria extensa, que possibilita o surgimento de inúmeras teses de defesa,
faremos, a seguir, uma análise das teses mais comuns.

Falta de Justa Causa


A tese de falta de justa tem o condão de atacar o mérito da ação penal e abrange as seguintes situações:

1. Existência do crime;
2. Culpabilidade do agente;
3. Possibilidade de imposição da pena (nesse caso, estaremos diante da segunda possível tese de
defesa, que é a extinção da punibilidade).

Extinção da punibilidade
A punibilidade é a conseqüência do crime, desde que o sujeito tenha cometido um fato típico, antijurídico e
culpável.

Pode, entretanto, ocorrer uma situação que impeça o “jus puniendi” do Estado, não obstante tenha o sujeito
praticado a infração penal. São as causas de extinção da punibilidade, elencadas no artigo 107 do Código
Penal.

Daremos mais atenção ao inciso IV do referido artigo, que versa sobre a prescrição, a decadência e a
perempção como causas extintivas da punibilidade.
- Prescrição: perda do direito de punir do Estado pelo decurso do tempo, em razão do seu não
exercício, dentro do prazo previamente fixado.
- Decadência: perda do direito de oferecer a ação penal privada, ou a representação, nos casos que
dela dependam, em decorrência do seu não exercício no prazo legalmente previsto.
- Perempção: perda do direito de prosseguir na ação, em virtude da inércia do querelante (particular
ofendido).

Vale ressaltar que o rol do artigo 107 do Código Penal não é taxativo. Podemos encontrar outras causas em
diversos pontos da legislação penal. Ex.: o ressarcimento do dano no peculato culposo (artigo 312, §3º).

Nulidade
Esta tese de defesa é um ataque ao processo. O processo é regulado por regras que buscam permitir às
partes a igualdade e o equilíbrio necessário na postulação, na produção das provas a na argumentação
perante o órgão julgador. Quando essas regras não são cumpridas, a relação processual fica desequilibrada,
fazendo com que o ato irregular seja refeito, a fim de restaurar o equilíbrio.

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Normalmente, o processo é formado por atos contínuos, onde um é conseqüência do outro, razão pela qual a
nulidade de um ato invalida os que se seguiram.

As nulidades são tratadas no artigo 564 do Código de Processo Penal e se dividem em nulidades absolutas e
nulidades relativas.

- Nulidade absoluta: o prejuízo é presumido; atinge o interesse público; viola diretamente princípios
processuais, constitucionais ou normas infraconstitucionais garantidoras do interesse público; pode ser
alegada a qualquer momento; pode ser reconhecida de ofício pelo juiz.

- Nulidade relativa: o prejuízo deverá ser demonstrado; atinge o interesse privado das partes; viola
dispositivos infraconstitucionais; á passível de preclusão e deve ser suscitada pelas partes.

O momento para a argüição de eventuais nulidades depende de sua espécie. As nulidades absolutas podem
ser suscitadas e reconhecidas a qualquer tempo. Já as nulidades relativas devem ser argüidas na primeira
oportunidade que a parte tiver para se manifestar no processo, sob pena de serem consideradas sanadas.

Arbitrariedade
Esta tese de defesa deverá ser utilizada sempre que um direito subjetivo for negado ao réu. Podemos
chamar de direito subjetivo aquele que tem requisitos a serem preenchidos para concessão, ou seja,
preenchendo os requisitos necessários, o réu ou condenado poderá exigir determinado benefício.

O “sursis” e a liberdade provisória são os exemplos mais comuns de direitos subjetivos. Podemos, ainda,
citar outras situações: a não soltura do condenado depois de cumprida a pena; o não recebimento de
recurso, apesar de preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos etc.

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ESQUELETO PARA RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS
Utilize o esquema abaixo para a resolução dos exercícios práticos. Você perceberá que assim que completar
o esquema, a peça estará praticamente pronta, bastando, apenas aplicar as formalidades, ou seja,
transformá-la em uma petição.

1- Cliente:

2- Crime:

3- Pena: Abstrata
Concreta

4- Ação Penal:

5- Rito Processual:

6- Fase do Processo:
( ) Administrativa – IP
( ) Ação Penal
( ) Sentença sem trânsito em julgado
( ) Acórdão
( ) Sentença com trânsito em julgado
( ) Execução de sentença

7- Peça:

8- Fundamento Jurídico da peça:

9- Autoridade Coatora (MS/HC):

10- Endereço:
( ) Delegado
( ) Juiz de 1º Grau
( ) Desembargador Presidente do Tribunal (TJ/TRF/Turma Recursal)
( ) Ministro Presidente (STJ/STF)

11- Endereçamento por extenso:

12- Tese de Defesa :


( ) Falta de Justa Causa
( ) Nulidade Processual - artigo 564 CPP
( ) Arbitrariedade
( ) Extinção de Punibilidade - artigo 107 CP
( ) Justa Causa

13- Roteiro de Argumentação:


a) Frase introdutória: A defesa, segura do conhecimento de Vossa(s) Excelência(s) e certa de que
nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os argumentos que
demonstram a... (tese) e que...
b) Conceitos e contraposição: Quais artigos utilizarei na minha argumentação? Relacionar por ordem
de importância. Não esquecer da CF. Elaborar um breve resumo da estrutura do “do direito”.
c) Jurisprudência: Quais súmulas irei utilizar na minha peça? Relacionar em ordem de preferência,
seguindo a ordem da argumentação.
d) Conclusão: Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que...
e) Pedido: Diante do exposto, ...

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ENDEREÇAMENTOS

DELEGACIA DE POLÍCIA ESTADUAL


Ilustríssimo Senhor Doutor Delegado de Polícia Titular do... Distrito Policial de...

DELEGACIA DE POLÍCIA FEDERAL


Ilustríssimo Senhor Doutor Delegado de Polícia Federal do Departamento de Polícia Federal em...

DIPO – Departamento de Inquéritos Policiais (somente na capital)


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Corregedor do Departamento de Inquéritos Policiais da Capital

VARA CRIMINAL COMUM ESTADUAL


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal da Comarca de...

VARA CRIMINAL COMUM FEDERAL


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de...

VARA DO JÚRI ESTADUAL (1ª fase)


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara do Júri da Comarca de...

VARA DO JÚRI FEDERAL (1ª fase)


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Federal do Júri da Subseção Judiciária de...

VARA DO JÚRI ESTADUAL (2ª fase)


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do... Tribunal do Júri da Comarca de...

VARA DO JÚRI FEDERAL (2ª fase)


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal Presidente do... Tribunal Federal do Júri da Secção Judiciária
de...

JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL ESTADUAL


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara do Juizado Especial Criminal da Comarca de...

JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL FEDERAL


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara do Juizado Especial Federal Criminal da Subseção
Judiciária de...

TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo.

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator da... Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo. (em caso de embargos infringentes e de nulidade)

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL


Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal Regional Federal da... ª
Região.
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator da... Turma do Egrégio Tribunal Regional Federal
da... ª Região. (em caso de embargos infringentes e de nulidade)

COLÉGIO RECURSAL ESTADUAL


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do Egrégio Colégio Recursal do Juizado Especial Criminal da
Comarca de...

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TURMA RECURSAL FEDERAL
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal Presidente da Egrégia Turma Recursal da Subseção Judiciária
de...

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Superior Tribunal de Justiça

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Supremo Tribunal Federal

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HABEAS CORPUS

O “habeas corpus” é uma ação de natureza constitucional que tem por finalidade evitar ou fazer cessar
violência ou coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de poder.
Está previsto no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal e artigos 647 e seguintes do Código de Processo
Penal.

Natureza Jurídica:
Embora o Código de Processo Penal inclua o “habeas corpus” no capítulo destinado aos recursos, a doutrina
é unânime em considerá-lo uma ação penal autônoma de natureza constitucional voltada à proteção do
direito à liberdade de locomoção contra qualquer espécie de ilegalidade.

De acordo com Ada, Magalhães e Scarance, “na verdade, cuida-se de uma ação que tem por objeto uma
prestação estatal consistente no restabelecimento da liberdade de ir, vir e ficar, ou, ainda, na remoção de
ameaça que possa pairar sobre esse direito fundamental da pessoa. E tal prestação se consubstancia na
ordem de habeas corpus, através da qual o órgão judiciário competente reconhece a ilegalidade da restrição
atual da liberdade e determina providência destinada à sua cessação (alvará de soltura) ou, então, declara
1
antecipadamente a ilegitimidade de uma possível prisão ”.

Espécies:
Preventivo: Impetrado com a pretensão de evitar futura coação. Geralmente, há uma ameaça à liberdade de
locomoção e o referido remédio é utilizado como forma de precaução, visando à obtenção de um salvo
conduto.

Liberatório ou Repressivo: Impetrado quando se pretende a restituição da liberdade de alguém que já teve
seu direito de ir e vir violado, ou porque já está preso, ou porque já tem contra si mandado de prisão
expedido. Nesses casos, o paciente visa à obtenção de um alvará de soltura ou de um contramandado de
prisão. Ainda, pode ser utilizado quando já tiver sido instaurado o inquérito policial ou iniciada a ação penal.
Nesses casos, o objetivo é o trancamento do IP ou da ação penal.

De ofício: No curso da ação penal, o juiz pode conceder “habeas corpus” de ofício caso verifique a ocorrência
de constrangimento ilegal à liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder.

Legitimidade ativa:
Pode ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, independentemente de habilitação
legal ou representação por advogado, sendo dispensada a procuração.
2
O Promotor de Justiça também pode se utilizar deste remédio, nos termos do art. 32, I da Lei Orgânica
Nacional do Ministério Público (Lei n. 8625/93), assim como a pessoa jurídica, desde que em favor de pessoa
física e o Delegado de Polícia, como cidadão e não como autoridade.

Legitimidade passiva:
Quem figura no pólo passivo é o coator (ou autoridade coatora). Via de regra, a coação advém de um ato de
autoridade pública.

Porém, o “habeas corpus” também pode ser impetrado contra ato de particular, uma vez que a Constituição
refere-se não só a coação por abuso de poder, mas também por ilegalidade.

Cabimento:
Pressuposto indispensável para a impetração do “habeas corpus” é o atentado contra a liberdade de
locomoção.

1
GRINOVER, Ada Pellegrini, FILHO, Antonio Magalhães Gomes e FERNANDES, Antonio Scarance. Recursos no Processo Penal. 4ª
edição. São Paulo:Revista dos Tribunais p349.
2
Art. 32. Além de outras (...) compete aos Promotores de Justiça, dentro de suas esferas de atribuições: I - impetrar habeas-corpus e
mandado de segurança e requerer correição parcial, inclusive perante os Tribunais locais competentes;

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O artigo 648 do Código de Processo Penal disciplina as hipóteses de cabimento:

Inciso I – quando não houver justa causa


A justa causa estará presente quando as razões ou motivos que determinarem a ameaça à liberdade de
locomoção tiverem amparo legal, ou seja, fundamento em lei. Logo, se referida ameaça não encontrar
fundamento na ordem jurídica, será ilegal, restando evidenciada a falta de justa causa.

O inciso abrange as hipóteses de falta de justa causa para a prisão, bem como para o inquérito e para o
processo.

Inciso II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que a lei determina
O inciso cuida do excesso de prazo na prisão cautelar advinda da prisão em flagrante, preventiva ou da
prisão temporária.

A demora injustificada configura o constrangimento ilegal à liberdade de locomoção, sanável por meio de
“habeas corpus”.

Inciso III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo
Somente a autoridade judicial competente pode determinar a prisão, salvo nos casos de prisão em flagrante,
de transgressões e de crimes militares.

Se houver incompetência absoluta do juízo, também haverá constrangimento ilegal sanável por meio de
“habeas corpus”.

Inciso IV – quando houver cessado o motivo que autorizou a coação


Se houver desaparecido a causa que determinou a prisão, esta deverá ter um fim. Caso o constrangido não
seja colocado em liberdade, deverá valer-se do “habeas corpus”.

Por exemplo: um condenado que já cumpriu sua pena, mas ainda continua preso.

Inciso V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei autoriza.
As hipóteses em que a lei prevê a fiança encontram-se nos artigos 323, 324 e 325 do CPP. De acordo com o
art. 5º, LXVI, da Constituição Federal, ninguém poderá ser preso quando a lei admitir a prestação de fiança.

Inciso VI – quando o processo for manifestamente nulo


A nulidade pode decorrer de qualquer causa, como: ausência de condição de procedibilidade, ilegitimidade
de parte, ausência de citação, ausência de alegações finais etc. Deve haver nexo de causalidade entre a
nulidade e a prisão.

Inciso VII – quando já estiver extinta a punibilidade do agente


O artigo 107 do CP enumera as causas que extinguem a punibilidade (rol exemplificativo). Demonstrada a
ocorrência de alguma destas causas, o inquérito policial ou a ação penal deverão ser trancados.

Competência:
O “habeas corpus” é sempre dirigido à autoridade jurisdicional hierarquicamente superior à autoridade
coatora, observando-se a tabela que segue:

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responsabilização criminal
ESCADA DE COMPETÊNCIA DO HABEAS CORPUS

STF

STJ

Tribunal

Juiz de 1º grau
Turma Recursal

Delegado de polícia
Particular

TABELA DE ENDEREÇAMENTOS CONFORME COMPETÊNCIA


ESTADUAL

AUTORIDADE COATORA: COMPETÊNCIA PARA JULGAR O HC:


Particular Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal
da Comarca de...

Delegado de Polícia Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Corregedor do


Departamento de Inquéritos Policiais da Capital (crimes comuns
- só na capital)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal


da Comarca de... (crimes comuns – fora da capital)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara do Júri


da Comarca de... (Crimes dolosos contra a vida)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara do


Juizado Especial Criminal da Comarca de... (infrações de menor
potencial ofensivo)

Juiz Corregedor do DIPO (crimes comuns - só Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do
na capital) Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Juiz de Direito da Vara Criminal (crimes comuns


– fora da capital)

Juiz de Direito da Vara do Júri (Crimes dolosos


contra a vida)

Juiz Presidente do Colégio Recursal (infrações


de menor potencial ofensivo)

Juiz de Direito do JECRIM (infrações de menor Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do Egrégio
potencial ofensivo) Colégio Recursal do Juizado Especial Criminal da Comarca de...

Desembargador Presidente do Tribunal de Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo


Justiça (crimes comuns e crimes dolosos contra Superior Tribunal de Justiça
a vida)

Ministro Presidente do STJ Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo


Supremo Tribunal Federal
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FEDERAL

AUTORIDADE COATORA: COMPETÊNCIA PARA JULGAR O HC:

Particular Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Criminal


Federal da Secção Judiciária de...

Delegado de Polícia Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Criminal
Federal da Secção Judiciária de... (crimes comuns)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara do


Juizado Especial Criminal Federal da Secção Judiciária de...
(infrações de menor potencial ofensivo)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Federal


do Júri da Secção Judiciária de... (crimes dolosos contra a vida)

Juiz Federal da Vara Criminal (crimes comuns) Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do
Egrégio Tribunal Regional Federal da... ª Região.
Juiz Federal da Vara do Júri (crimes dolosos Obs.: São Paulo e Mato Grosso do Sul – 3ª Região
contra a vida)

Juiz Presidente do Colégio Recursal (infrações


de menor potencial)
Juiz Federal do Juizado Especial Criminal Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do Egrégio
(infrações de menor potencial ofensivo) Colégio Recursal Federal da Secção Judiciária de...

Desembargador Presidente do Tribunal Regional Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo
Federal (crimes comuns e crimes dolosos contra Superior Tribunal de Justiça
a vida)

Ministro Presidente do STJ Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo


Supremo Tribunal Federal

Processamento:
A petição de “habeas corpus”, nos termos do §1º do artigo 654 do CPP, deverá conter:
a. O órgão jurisdicional a quem é endereçada a ação (endereçamento);
b. O nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer a coação (o paciente);
c. O nome de quem exerce a coação ou ameaça (a autoridade coatora);
d. O nome do impetrante (que pode ser, inclusive, o próprio paciente);
e. A descrição dos fatos que configuram o constrangimento;
f. O pedido;
g. A assinatura do impetrante ou de alguém a seu rogo, caso este não souber ou não puder escrever;
h. A designação das respectivas residências.

Recebida a petição, caso haja pedido de liminar, este será apreciado. Caso julgue necessário, o juiz poderá
requisitar a apresentação do preso.

Em seguida, o juiz requisita informações da autoridade coatora, dentro do prazo que fixar e, em seguida,
fundamentadamente, decide.

Liminar:
É possível o pedido de liminar em sede de “habeas corpus”, nos casos em que a cessação da coação ilegal
exigir pronta intervenção do judiciário.

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Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Deverão ser demonstrados o “fumus boni iuris” (o amparo legal da medida, ou seja, o argumento legal que
sustenta o pedido liminar) e o “periculum in mora” (probabilidade de dano irreparável ou de difícil reparação,
caso haja demora na concessão da liminar pleiteada).

ATENÇÃO!!
Quando pedir liminar no habeas corpus? São três as hipóteses:
1) Se o paciente estiver preso. Nesse caso, o pedido liminar será a expedição do alvará de soltura;
2) Se o paciente estiver na iminência de ser preso, ou seja, se já tiver sido expedido o mandado de
prisão. Nesse caso, o pedido liminar será a expedição do contramandado de prisão;
3) Se tiver sido agendado algum ato processual como, por exemplo, o interrogatório. Nesse caso, o
pedido liminar será a suspensão ou sustação do ato até o julgamento definitivo da ordem.

OBS.: Quando o habeas corpus tiver liminar, não se esquecer de duas coisas:
1) No preâmbulo, denominar a peça como: “ordem de habeas corpus com pedido liminar”;
2) Na peça, antes do pedido, inserir um tópico: “Da Liminar”. Nesse tópico, demonstrar os requisitos que
autorizam a concessão de liminar: fumus boni iuris e periculum in mora.

Efeitos:
A concessão de “habeas corpus” liberatório implica na imediata libertação do paciente, salvo se, por outro
motivo deva ser mantido na prisão.

Se a ordem de “habeas corpus” for concedida para evitar ameaça de violência ou coação ilegal, será
expedida ordem de salvo conduto em favor do paciente.

Quando a ordem for concedida para anular o processo, este será renovado a partir do momento em que se
verificou a nulidade (art. 652 do CPP).

Sendo a ordem concedida para trancar inquérito policial ou ação penal, estes estarão impedidos de
prosseguir em seu curso normal.

De acordo com o artigo 580 do CPP, a decisão favorável do “habeas corpus” pode ser estendida a outros
interessados que se encontrarem em situação idêntica à do paciente beneficiado.

Recursos:
Cabe Recurso em sentido estrito (RESE) da decisão que concede ou nega a ordem de “habeas corpus” em
primeira instância (art. 581, X do CPP).

Em caso de concessão da ordem, cabe recurso de ofício (art. 574, I do CPP).

Caberá Recurso Ordinário Constitucional (ROC) ao STJ quando a ordem for denegada em segunda instância
– TJ ou TRF (art. 105, I, “a” da CF).

Caberá, ainda, ROC ao STF quando houver denegação da ordem por parte do STJ (art. 102, I, “a” da CF).

TERMINOLOGIA
 PACIENTE – aquele que sofre a coação ou o constrangimento ilegal;
 IMPETRANTE - aquele que impetra o “habeas corpus” em favor do paciente. Pode ser o impetrante, ao
mesmo tempo, paciente, caso este impetre o “habeas corpus” em nome próprio;
 AUTORIDADE COATORA (OU IMPETRADO) – aquele que causa o constrangimento ilegal ao paciente;
 VERBO (PREÂMBULO) - impetrar

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Modelo de habeas corpus

Excelentíssimo Senhor Doutor... (vide quadro da competência)

Nome..., advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do


Brasil, Secção de São Paulo sob o número..., com escritório na rua..... número..., bairro..., comarca
de..., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5º, LXVIII da
Constituição Federal e artigos 647 a 667 do Código de Processo Penal, impetrar ordem de
HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR em favor de Nome..., nacionalidade..., estado
civil..., profissão..., residente na rua..., número..., nesta Capital, contra ato ilegal praticado pelo...
(indicar a autoridade coatora), pelas razões abaixo aduzidas.

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência e
certa de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os
argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que fazem com que o paciente suporte
um constrangimento ilegal.

Com efeito.. (desenvolver a argumentação, demonstrando


a tese).

Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que o


paciente vem suportando constrangimento ilegal e faz jus à concessão da ordem impetrada.

DA LIMINAR
A medida liminar deve ser concedida, uma vez que
restaram demonstrados os requisitos autorizadores, quais sejam:
O “Fumus Boni Juris” encontra respaldo no artigo...
(explicar, tendo em vista o amparo legal da medida, ou seja, o argumento legal que sustenta o
pedido liminar).
Já o “Periculum in mora” consubstancia-se na
probabilidade do paciente sofrer dano irreparável ou de difícil reparação... (explicar, tendo em vista
a probabilidade de dano irreparável ou de difícil reparação, caso haja demora na concessão da
liminar pleiteada).

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer sejam colhidas as informações,
com a máxima urgência, perante a autoridade ora apontada como coatora, para que, ao final,
conceda-se a ordem impetrada, decretando-se... (preencher com o pedido específico, de acordo
com a tese), com fulcro no art. 648,... do Código de Processo Penal, por ser medida de justiça.

OU

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Diante do exposto, postula-se seja concedida liminar da
ordem, decretando-se ... (preencher com o pedido liminar) e, após sejam colhidas as informações
perante a autoridade ora apontada como coatora, requer a confirmação da liminar oportunamente
concedida, bem como a ... (preencher com o pedido específico), com fulcro no artigo 648, ...do
Código de Processo Penal, por ser medida de justiça.

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

___________________________
OAB – Seção de São Paulo nº....

DICA:
Utilize o quadro abaixo, para auxiliar na elaboração do pedido:

QUADRO I
PEDIDOS DE “HC” SEM PEDIDO LIMINAR

TESE PEDIDO ESPECÍFICO


NULIDADE Anulação “ab initio” da ação penal, com fulcro no artigo
648, VI do Código de Processo Penal
* (se a nulidade ocorrer até a resposta escrita
(inclusive), requerer a anulação “ab initio”; se a ou
nulidade ocorrer após a resposta escrita, requerer a
anulação a partir do ato nulo.). Anulação a partir (...), com fulcro no artigo 648, VI do
Código de Processo Penal
* na argumentação, utiliza-se o artigo 564 do CPP.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE Que seja reconhecida e declarada a extinção da


punibilidade dos fatos imputados ao paciente, com
* na argumentação, utiliza-se o artigo 107 do CP. fulcro no artigo 648, VII do Código de Processo Penal

FALTA DE JUSTA CAUSA SEM SENTENÇA Trancamento do inquérito policial, com fulcro no artigo
648, I do Código de Processo Penal .
* quando não há crime, quando o paciente é isento
de pena ou agiu amparado por uma causa que ou
exclui a ilicitude da conduta.
Trancamento da ação penal, com fulcro no artigo 648, I
do Código de Processo Penal .

FALTA DE JUSTA CAUSA COM SENTENÇA Cassação da sentença condenatória proferida contra o
paciente, revogando-se os efeitos oriundos da mesma,
* quando não há crime, quando o paciente é isento com fulcro no artigo 648, I do Código de Processo
de pena ou agiu amparado por uma causa que Penal .
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responsabilização criminal
exclui a ilicitude da conduta.

HC PREVENTIVO Expedição do competente salvoconduto em favor do


paciente, com fulcro no artigo 660, §4º do Código de
* Quando o paciente estiver na iminência de sofrer Processo Penal .
a coação ilegal.

QUADRO II
PEDIDOS DE “HC” COM PEDIDO LIMINAR
TESE PEDIDO LIMINAR PEDIDO DEFINITIVO
NULIDADE + PACIENTE PRESO OU Expedição do competente Anulação “ab initio” da ação penal,
NA IMINÊNCIA DE SER PRESO alvará de soltura em favor do com fulcro no artigo 648, VI do
paciente e, Código de Processo Penal,
* (se a nulidade ocorrer até a resposta
escrita (inclusive), requerer a anulação ou ou
“ab initio”);
se a nulidade ocorrer após a resposta Expedição do competente Anulação da ação penal a partir... ,
escrita, requerer a anulação a partir do contramandado de prisão em com fulcro no artigo 648, VI do
ato nulo. favor do paciente e, Código de Processo Penal

* na argumentação, utiliza-se o artigo


564 do CPP.

FALTA DE JUSTA CAUSA SEM Expedição do competente Trancamento da ação penal, com
SENTENÇA + PACIENTE PRESO alvará de soltura em favor do fulcro no artigo 648, I do Código
OU NA IMINÊNCIA DE SER PRESO paciente de Processo Penal

* quando não há crime, quando o ou ou


paciente é isento de pena ou agiu
amparado por uma causa que exclui a Expedição do competente Trancamento do inquérito policial,
ilicitude da conduta. contramandado de prisão em com fulcro no artigo 648, I do
favor do paciente Código de Processo Penal

FALTA DE JUSTA CAUSA COM Expedição do competente Cassação da sentença proferida


SENTENÇA + PACIENTE PRESO alvará de soltura em favor do contra o paciente e a revogação
OU NA IMINÊNCIA DE SER PRESO paciente dos efeitos oriundos da mesma,
com fulcro no artigo 648, I do
* quando não há crime, quando o ou Código de Processo Penal
paciente é isento de pena ou agiu
amparado por uma causa que exclui a Expedição do competente
ilicitude da conduta. contramandado de prisão em
favor do paciente

ARBITRARIEDADE – PACIENTE Relaxamento da prisão em Concessão definitiva da ordem


PRESO EM FLAGRANTE flagrante imposta ao paciente e impetrada, com fulcro no artigo
a expedição do competente 648,... do Código de Processo
Inciso II – quando alguém estiver alvará de soltura em seu favor Penal
preso por mais tempo do que
determina a lei;
Inciso III – quando quem ordenar a
coação não tiver competência para
fazê-lo;

ARBITRARIEDADE – PACIENTE Revogação da prisão... Concessão definitiva da ordem


PRESO PREVENTIVA OU decretada contra o paciente e impetrada, com fulcro no artigo
TEMPORARIAMENTE a expedição do competente 648,... do Código de Processo

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responsabilização criminal
alvará de soltura em seu favor Penal
Inciso II – quando alguém estiver
preso por mais tempo do que
determina a lei;
Inciso III – quando quem ordenar a
coação não tiver competência para
fazê-lo;

ARBITRARIEDADE Expedição do competente Concessão definitiva da ordem


alvará de soltura em favor do impetrada, com fulcro no artigo
Inciso IV – quando houver cessado o paciente 648,... do Código de Processo
motivo que autorizou a coação Penal

ARBITRARIEDADE Concessão da liberdade Concessão definitiva da ordem


provisória, conseqüentemente, impetrada, com fulcro no artigo
Inciso V – quando não for alguém o arbitramento da fiança e a 648,... do Código de Processo
admitido a prestar fiança, nos casos expedição do competente Penal
em que a lei autoriza. alvará de soltura em favor do
paciente

QUALQUER TESE + ATO Diante do exposto, postula-se Seja, ao final, concedida a ordem
PROCESSUAL AGENDADO seja concedida liminar da impetrada decretando-se...,
ordem, em face da (preencher com o pedido
proximidade do... (preencher relacionado à tese) com fulcro no
com o ato agendado), para artigo 648,... do Código de
suspender tal ato até o Processo Penal
julgamento definitivo do
presente “writ”

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RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

Conceito de prisão em flagrante


Segundo Guilherme Nucci, a prisão em flagrante “é a modalidade de prisão cautelar, de natureza
administrativa, realizada no instante em que se desenvolve ou termina de se concluir a infração penal (crime
ou contravenção penal)”. (NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 4. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005. p. 560)

A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LXI, autoriza essa modalidade de prisão sem a necessidade
da expedição de um mandado de prisão, podendo, inclusive, partir de qualquer pessoa, além das autoridades
policiais e seus agentes (art. 301 do CPP).

Entretanto, a prisão em flagrante está sujeita à avaliação imediata da autoridade judiciária, a qual poderá
relaxá-la, quando vislumbrar qualquer ilegalidade. É o que dispõe o artigo 5º, inciso LXV da CF.

Espécies de prisão em flagrante


a) Flagrante próprio ou perfeito (artigo 302, I e II do CPP): ocorre no momento em que o agente está
cometendo a infração ou acaba de cometê-la;
b) Flagrante impróprio ou imperfeito (artigo 302, III do CPP): ocorre quando o agente é perseguido pela
polícia, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, logo após a tentativa ou a prática da infração penal;
c) Flagrante presumido ou ficto (artigo 302, IV do CPP): ocorre quando o agente é encontrado, logo
depois da tentativa ou a prática da infração penal, na posse de instrumentos, armas, objetos ou
papéis que façam presumir ser ele o autor do delito;
d) Flagrante esperado: ocorre quando a autoridade policial, mediante a notícia de que será cometida
uma infração penal, desloca agentes para o local e fica aguardando a sua ocorrência. Trata-se de
uma hipótese de flagrante totalmente viável;
e) Flagrante retardado ou diferido: trata-se da hipótese de flagrante prevista no artigo 2º da Lei n.º
9.034/95, que autoriza a autoridade policial retardar a realização da prisão em flagrante, para poder
obter mais informações acerca da atividade da organização criminosa;
f) Flagrante preparado: ocorre quando o agente é induzido por terceiro a praticar a infração penal. A
Súmula 145 do STF rejeita esse tipo de flagrante, pois o considera crime impossível.

Outras situações
a) Crimes permanentes: enquanto não cessar a permanência, o agente estará em situação de flagrante
(art. 303 do CPP);
b) Crimes habituais: não admitem prisão em flagrante, um vez que o delito habitual se consuma através
da prática de várias condutas, de modo reiterado;
c) Crime de ação penal privada: admite prisão em flagrante, entretanto, para a lavratura do auto, é
necessária a autorização da vítima ou de seu representante legal;
d) Crime de ação penal pública condicionada: admite prisão em flagrante, entretanto, para a lavratura
do auto, é necessária a representação da vítima ou de seu representante legal ou, ainda, a
requisição do Ministro da Justiça.

Pessoas que não podem ser presas em flagrante


a) Presidente da República (art. 86 da CF). Ele pode ser capturado (no sentido de se deter, segurar),
mas não se lavra auto de prisão em flagrante;
b) Quem goza de imunidade diplomática (ex.: embaixador não responde pelo crime aqui no Brasil – art.
1, I do CPP);
c) O que causar acidente automobilístico e prestar socorro à vítima; (Código Nacional de Trânsito, art.
123);
d) Quem se apresenta espontaneamente para a autoridade (art. 317 do CPC). Trata-se de um prêmio.

Pessoas que sofrem restrições para prisão em flagrante


a) Parlamentares, Juízes, Promotores, Governadores, Deputados Estaduais só podem ser presos em
flagrante tratando-se de crime inafiançável. Se afiançável, no máximo captura;

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 29


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responsabilização criminal
b) Advogados - pelo novo Estatuto da Advocacia, se estiver no exercício da profissão, só pode ser
preso no caso de crime inafiançável.

Lavratura do auto de prisão em flagrante


Os artigos 304 e seguintes do CPP elencam as formalidades a serem observadas pela autoridade no
momento da lavratura do auto de prisão em flagrante. Insta salientar que o artigo 304 sofreu alteração
legislativa introduzida pela Lei n.º 11.113/05, apresentando, atualmente, a seguinte redação:

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde
logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida,
procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a
imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a
autoridade, afinal, o auto.
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará
recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do
inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o
seja.
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse
caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a
apresentação do preso à autoridade.
§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de
prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença
deste.

Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, de acordo com o artigo 306 do CPP, a prisão deve ser
informada ao juiz, ao MP e à família do preso ou pessoa por ele indicada. Este artigo foi alterado em 2011
(Lei n. 12.403):

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente
ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz
competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado,
cópia integral para a Defensoria Pública.

§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela
autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.

Cabimento do pedido de relaxamento de prisão em flagrante


Tendo em vista a alteração promovida pela Lei 12.403/11, o requerimento de relaxamento da prisão em
flagrante restou bastante restrito, já que o juiz, ao fazer a análise do flagrante, possui três alternativas de
decisão a ser tomada, nos moldes do art. 310 do CPP:

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:

I - relaxar a prisão ilegal; ou

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do


art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas
da prisão; ou

III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o
fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 30


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dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.

Desta forma, verifica-se que não mais o juiz mantém uma prisão em flagrante: ele relaxa o flagrante ilegal,
converte a prisão em flagrante em prisão preventiva ou concede liberdade provisória.

Pergunta-se, enfim: Mas quando, então, caberá o pedido de relaxamento de prisão em flagrante após essa
mudança? Entendemos que caberá fazer o requerimento imediatamente após a prisão em flagrante (e desde
que ela seja absolutamente ilegal) e antes do juiz tomar alguma das decisões previstas no art. 310. Seria
uma espécie de reforço ao raciocínio do juiz antes de decidir, tentando convencê-lo da ilegalidade e
necessidade de relaxamento da prisão em flagrante.

Outras observações importantes


A lei processual estabelece que a prática de fato em situação excludente de ilicitude impõe liberdade
provisória sem fiança (art. 310, p. único do CPP).

No caso de ação penal pública condicionada, é admissível a prisão em flagrante, contudo a manutenção da
prisão em flagrante depende de requerimento da vitima (Conforme comentários do Dr. Guilherme Nucci –
Código de Processo Penal Comentado, 3ª ed. rev. e atual. e ampliada – São Paulo, Revista dos Tribunais,
2004, p. 546);

Nos casos de ação penal privada, se houver prisão em flagrante é importante que a vítima ofereça a queixa-
crime em cinco dias (por analogia), se não o fizer neste prazo deve o flagrante ser relaxado. Ressalta-se que
o prazo decadencial de 06 meses continua valendo;

Embora seja possível a prisão em flagrante nas contravenções penais, estas figuram entre as infrações
penais de menor potencial ofensivo. Sendo assim, aplica-se o art. 69 da Lei 9.099/95.

DICA
O relaxamento de prisão em flagrante deverá ser elaborado quando restar configurada ilegalidade na prisão.
Esta ilegalidade poderá derivar dos seguintes fatores:
a) Ausência de situação de flagrante;
b) Inobservância das formalidades legais na lavratura do APF (auto de prisão em flagrante);
c) Atipicidade da conduta (o fato imputado ao preso não constitui crime).

TERMINOLOGIA
 REQUERENTE – aquele que requer o relaxamento da prisão.
 VERBO (PREÂMBULO)– requerer

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responsabilização criminal
Modelo de requerimento de relaxamento de prisão em flagrante

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR ... (endereçamento conforme competência)

... (nome), ... (nacionalidade), ... (estado civil), portador do


documento de identidade Registro Geral (RG) n. ..., inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)
sob o n. ..., (profissão), residente e domiciliado na Rua ..., n..., bairro..., por seu advogado que esta
subscreve (instrumento de mandato anexo – documento...), vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, com fulcro no artigo 5º,
LXV, da Constituição Federal, pelas razões a seguir expostas

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência e
certa de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os
argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que fazem com que o paciente suporte
um constrangimento ilegal.

Com efeito.. (desenvolver a argumentação, demonstrando


a tese).

Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que a


prisão em flagrante imposta ao requerente é ilegal e deve ser relaxada

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja deferido o presente pedido
de relaxamento da prisão em flagrante imposta ao requerente, expedindo-se o competente alvará
de soltura em seu favor, como medida de justiça.

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

___________________________
OAB – Seção de São Paulo nº....

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responsabilização criminal
LIBERDADE PROVISÓRIA

Conceito
A Constituição Federal garante o direito à liberdade provisória em seu artigo 5º, inciso LXVI: “ninguém será
levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança”.

Trata-se, portanto, do instituto que substitui a prisão provisória e garante ao acusado o direito de aguardar o
transcorrer do processo em liberdade, até o trânsito em julgado, vinculado ou não a certas obrigações que o
prendem ao processo e ao juízo e asseguram a sua presença ao processo.

A liberdade provisória encontra previsão no artigo 5º, LXVI da Constituição Federal e nos artigos 321 a 350
do Código de Processo Penal.

Até 2007, a Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº. 8072/90) vedava a concessão de liberdade provisória. Em
2007, foi aprovada a Lei nº. 11.464, a qual alterou alguns detalhes na referida lei, inclusive o inciso que
tratava desta vedação. Segundo a nova redação do Art. 2º, I da Lei, agora é vedada somente a concessão
de fiança e não mais a liberdade provisória.

Com base na Lei 12.403/11, o Capítulo VI continua a tratar da liberdade provisória, com ou sem fiança. Neste
Capítulo foram modificados os arts. 321 a 325, os arts. 334 a 337 e o art. 341, os arts. 343 a 346, além do
art. 350.

Ausentes os requisitos de uma prisão preventiva, o juiz deverá conceder a Liberdade Provisória nos termos
do art. 321 ou ainda do art. 310, III e no parágrafo único do CPP (se presentes uma das excludentes de
ilicitude do art. 23 do CP).

Com o advento da nova lei, agora além das já consagradas Liberdade Provisória com fiança e sem fiança,
temos outras que foram introduzidas.

Espécies de liberdade provisória:

a) Liberdade Provisória em que é vedada a fiança (popularmente chamada de “inafiançável”):


Cabível sempre após a prisão em flagrante, com a obrigatória imposição de qualquer das cautelares
descritas no art. 319 e 320, ambos do CPP – com exceção da fiança – quando não for necessária a prisão
preventiva e quando for expressamente proibida a concessão da fiança (arts 323 e 324 do CPP);

b) Liberdade Provisória com fiança:


Cabível sempre após a prisão em flagrante e quando não necessária a preventiva. Será imposta,
obrigatoriamente, a fiança, além de outra cautelar, caso assim entender o magistrado;

c) Liberdade Provisória sem fiança:


Cabível sempre após a prisão em flagrante, quando inadequada ou incabível a preventiva, com a imposição
de qualquer outra medida cautelar (art. 319 do CPP), por julgar desnecessária a fiança;

d) Liberdade Provisória sem fiança, mas vinculada (ou com vinculação):


Cabível sempre após a prisão em flagrante, vinculado ao comparecimento obrigatório a todos os atos do
processo, sob pena de revogação (arts 310, parágrafo único e 350 do CPP).

Modalidades de fiança
a) Depósito (art. 330 do CPP) - consistirá no depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos,
títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal;
b) Hipoteca (art. 330, última parte, do CPP) – a fiança pode constituir-se também em hipoteca inscrita
em primeiro lugar, não existindo limitação do seu objeto (terreno, navio, casa etc.). Nesse caso, o
bem deverá ser avaliado por perito nomeado pela autoridade (§1º do art. 330 do CPP).

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responsabilização criminal
Arbitramento da fiança
Devem ser seguidas as regras dos artigos 325 e 326 do CPP.

De acordo com o artigo 326 do CPP, para arbitrar o valor da fiança, a autoridade deverá levar em
consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna do acusado, a sua vida pregressa, as
circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo
até final julgamento.

Torna-se importante, também, que o juiz leve em conta as condições de fortuna da pessoa, senão a fiança se
tornará um óbice à concessão da liberdade.

Concessão da fiança
Possuem legitimidade para conceder liberdade provisória mediante o pagamento de fiança:
a) A autoridade policial – nos crimes cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
(quatro) anos (art. 322 do CPP);
b) A autoridade judicial – nos crimes apenados com pena superior a 4 (quatro) anos (parágrafo único do
art. 322 do CPP);

A fiança pode ser concedida a qualquer tempo, enquanto não transitar em julgado da sentença condenatória
(art. 334 do CPP)

Caso a autoridade policial demore ou se recuse a conceder a fiança, o próprio preso, ou alguém por ele,
poderá prestá-la, por simples petição, perante o juiz competente, que deverá decidir no prazo de 48 horas
(art. 335 do CPP).

Caso o juiz se recuse a conceder a fiança, poderá ser impetrado “habeas corpus” (art. 648, V e 660, §2º do
CPP). Nesse caso, será arbitrada pelo tribunal.

Da decisão que concede a fiança, cabe Recurso em sentido estrito (art. 581, V do CPP).

DICA:
O requerimento de concessão da liberdade provisória deverá ser elaborado sempre após a prisão em
flagrante e não couber o relaxamento da prisão!

ATENÇÃO!!
Mesmo com o advento da nova Lei (12.403/2011) o requerimento de liberdade provisória ainda é
INCOMPATÍVEL com a decretação de prisão preventiva e temporária. Nestes casos, o que poderá ser
elaborado é um requerimento de revogação da prisão, mas NUNCA um requerimento de concessão de
liberdade provisória.

TERMINOLOGIA:
 REQUERENTE – aquele que requer o benefício da liberdade provisória.
 VERBO (PREÂMBULO) – requerer

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A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de requerimento de liberdade provisória

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito... (endereçamento conforme competência)

Nome..., nacionalidade..., estado civil..., profissão...,


residente e domiciliado na Rua..., número..., bairro..., cidade..., por seu advogado que esta
subscreve (procuração anexa – documento...), vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, com fulcro no artigo 5º, LXVI da Constituição Federal combinado com os artigos 321 e
seguintes do Código de Processo Penal, requerer sua LIBERDADE PROVISÓRIA pelas razões a
seguir aduzidas:

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema,
enfatizando os requisitos que o requerente preenche e o cabimento da liberdade provisória.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência e
certa de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os
argumentos que demonstram ser o requerente merecedor do benefício em questão.

Com efeito.. (desenvolver a argumentação, demonstrando


que o requerente preenche os requisitos autorizadores da concessão da liberdade provisória).

Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que a


prisão em flagrante imposta ao requerente é ilegal e deve ser relaxada

DO PEDIDO
Diante do exposto, inexistindo requisitos para a conversão
da prisão e, comprometendo-se a comparecer a todos os atos do processo, requer, após o parecer
do digno Representante do Ministério Público, seja concedida a liberdade provisória (com ou sem
fiança), expedindo-se o competente alvará de soltura em favor do requerente, como medida de
justiça.

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

___________________________
Advogado – OAB/SP nº....

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A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
QUEIXA-CRIME

A queixa crime é a petição inicial da ação penal privada (artigo 30 do CPP), oferecida pelo ofendido ou seu
representante legal, através de advogado devidamente constituído (procuração com poderes especiais,
conforme previsão do artigo 44 do CPP).
Caso sobrevenha a morte do ofendido ou seja declarada judicialmente sua ausência, o direito de oferecer a
queixa-crime passará ao CADI (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão), de acordo com os artigos 100,
§4º do CP e 31 do CPP.
Nos casos de ação privada personalíssima, caso sobrevenha a morte do ofendido, estará extinta a
punibilidade do ofendido, pois o direito de oferecer a queixa-crime não passa para ninguém.
É cabível, também, o oferecimento da queixa crime subsidiária, quando o Ministério Público não oferecer a
denúncia no prazo legal, conforme previsão expressa do artigo 29 do Código de Processo Penal e artigo 5º,
LIX da Constituição Federal.

A queixa-crime deve ser redigida observando-se os seguintes requisitos, previstos no artigo 41 do Código de
Processo Penal:
a) Descrição do fato,
b) Qualificação do querelado,
c) Classificação jurídica do fato e,
d) Quando necessário, deverá ser apresentado o rol de testemunhas.

De acordo com o artigo 38 do Código de Processo Penal, o prazo para oferecimento da queixa é de 6 meses,
a contar da data em que o ofendido tomou conhecimento da autoria do delito.

Em se tratando de ação penal privada subsidiária da pública, o prazo para o oferecimento da queixa-crime é
de seis meses, contados a partir do término do prazo do MP para o oferecimento da denúncia. O prazo para
o oferecimento da denúncia, em caso de réu preso será de 5 dias em caso de réu preso, e de 15 dias em
caso de réu solto (artigo 46 do CPP).

Trata-se de prazo decadencial, ou seja, se não for oferecida tempestivamente, extingue a punibilidade do
agente (artigo 107, IV do Código Penal). A contagem deste prazo obedece à regra do art. 10 do CP: inclui-se
o dia do início e exclui-se o dia final e tal prazo não é interrompido, suspenso ou prorrogado.

A queixa-crime deverá ser endereçada ao juiz de 1º grau (observando-se sempre a natureza da infração).
Antes de recebê-la, porém, o juiz abrirá vista dos autos para o órgão do MP, de acordo com o artigo 45 do
CPP.

Da decisão que não recebe a queixa-crime é cabível a interposição de Recurso em Sentido Estrito (artigo
581, I do CPP). No JECrim, caberá apelação (art. 82 da Lei 9.099/95).

Da decisão que recebe a petição de queixa-crime não existe previsão de recurso cabível, podendo ser
impetrado um habeas corpus, caso reste demonstrado constrangimento ilegal.

O ofendido poderá renunciar ao direito de oferecer a queixa-crime, de acordo com o artigo 49 do CPP. Caso
o faça, será declarada extinta a punibilidade do agente (artigo 107, V do CP) e esta renúncia se estende aos
co-autores, caso existam.

De acordo com a Lei 11.608/03 (artigo 4º, § 9º, “b”), para que a queixa-crime possa ser proposta, o
querelante deve recolher o valor referente a 50 UFESPs.

Com o advento da Lei nº 11.719/2008, o juiz poderá fixar na sentença valor mínimo para a reparação dos
danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido (art. 387, IV do CPP). Desta
forma, este pedido deverá constar na peça inicial acusatória, até por questões de resguardar tal direito.

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responsabilização criminal
ATENÇÃO!
Em se tratando de Juizado Especial Criminal, não haverá o recolhimento de custas, nem o requerimento de
fixação do valor mínimo em razão dos danos morais, pois o procedimento específico já possui momento
específico para tal requerimento.

TERMINOLOGIA
 QUERELANTE – aquele que oferece a queixa-crime (particular ofendido).
 QUERELADO – o agente que praticou o delito e contra quem é oferecida a queixa-crime.
 VERBO (PREÂMBULO) - oferecer

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Modelo de Queixa-Crime

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito ... (endereçamento conforme competência)

Nome..., nacionalidade..., estado civil..., profissão...,


portador da Cédula de Identidade número..., residente na Rua..., número..., bairro..., comarca...,
por seu advogado que esta subscreve, conforme inclusa procuração com poderes especiais
(documento...), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME
com fulcro no artigo 30 do CPP (ou queixa-crime subsidiária, com fulcro no artigo 5º, LIX da CF e
artigo 29 do CPP) em face de ..., (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da Cédula de
Identidade número..., residente na Rua..., número..., no bairro de..., nesta Comarca, pelas razões
abaixo aduzidas.

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema,
explicitando a autoria do fato, o crime praticado, o momento em que esse crime ocorreu (quando),
o local em que se consumou o crime, a forma como foi praticado e outros dados pertinentes.

DO DIREITO
A acusação, segura do conhecimento de Vossa
Excelência, vem aduzir os argumentos que demonstram a justa causa para o oferecimento da
presente inicial acusatória, bem como, para a condenação do querelado, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,


demonstrando que o querelado efetivamente praticou a infração penal e deve ser punido nos
moldes da lei)

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência, após a
manifestação do órgão do Ministério Público, seja a presente recebida, determinando-se a citação
do querelado e a intimação das testemunhas abaixo arroladas. Finalmente, requer seja julgada
procedente a presente ação, com a conseqüente condenação do querelado, bem como a fixação
de valor mínimo para a reparação dos danos causados pela infração, nos termos do artigo 387, IV
do Código de Processo Penal, por ser medida de justiça.

Informa o querelante que recolheu o valor referente a 50


UFESPs, afim de que a presente ação seja conhecida e provida (documento...)

Rol de testemunhas:
1. (nome), (qualificação), (endereço)
2. (nome), (qualificação), (endereço)
3. (nome), (qualificação), (endereço)
4. (nome), (qualificação), (endereço)
5. (nome), (qualificação), (endereço)
6. (nome), (qualificação), (endereço)

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7. (nome), (qualificação), (endereço)
8. (nome), (qualificação), (endereço)

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

OBS1
Procedimento Sumário: 5 testemunhas
Procedimento Sumaríssimo (JECRim): 3 testemunhas

OBS2
Por se tratar de uma peça acusatória que deve ser elaborada de forma que o querelado
compreenda o que está sendo imputado, não se utiliza a citação de jurisprudência. Já a citação de
doutrina somente será utilizada se for necessária e desde que seja inteligível por parte de qualquer
pessoa que leia a peça.

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 39


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RESPOSTA ESCRITA

Procedimentos ordinário e sumário

Segundo o artigo 396 do CPP, caso o juiz não rejeite a inicial, procederá ao seu recebimento e a citação do
acusado para responder por escrito à acusação, no prazo de 10 dias.

Nesta resposta, segundo o artigo 396-A, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse
à sua defesa (questões de fato e de direito), oferecer documentos e justificações, especificar as provas
pretendidas e arrolar testemunhas. No mesmo prazo, poderá, também, apresentar exceções, que serão
processadas em apartado, nos termos do art. 95 a 112 do CPP.

Podemos dizer, apenas para melhor compreensão, que esta defesa assemelha-se a um misto entre as
antigas alegações finais e defesa prévia. Alegações finais, porque seu conteúdo abrange tudo o que for
possível ser alegado em defesa do acusado, inclusive preliminares e defesa prévia, porque comporta a
juntada de documentos, o rol de testemunhas, enfim, o acusado inicia a instrução do procedimento, caso não
seja absolvido sumariamente nos termos do art. 397.

Segundo Andrey Borges de Mendonça, “referido ato se aproxima de uma verdadeira contestação, tal qual
ocorre no processo civil”. (MENDONÇA, Andrey Borges. Nova Reforma do Código de Processo Penal. São
Paulo: Método. 2008).

Ainda, dispõe o §2º do artigo 396-A que se a resposta não for apresentada no prazo legal ou se o acusado,
citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la.

Verifica-se, portanto, que a resposta escrita é verdadeira condição de prosseguibilidade da ação, pois o
magistrado não poderá prosseguir sem o seu oferecimento, sob pena de gerar nulidade absoluta no
processo.

As teses a serem defendidas nesta resposta devem levar em conta as hipóteses de absolvição previstas no
artigo 397.

Desta forma, podemos dizer que as possíveis teses de defesa nesta etapa serão:

I – existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato


A argumentação se fundamentará nas excludentes de ilicitude previstas nos artigos 23 a 25 do Código Penal:
estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito.

II – existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade. Em se


tratando de inimputabilidade, o juiz deverá aplicar a medida de segurança e, para que isso ocorra, há a
necessidade do procedimento, pois trata-se de sanção penal.

III – o fato narrado evidentemente não constitui crime: tese de fato atípico

IV – quando estiver extinta a punibilidade do agente – normalmente, se defende prescrição, mas cabe aqui
qualquer causa que extinga a punibilidade.

Essa possibilidade de absolvição sumária retrata um verdadeiro julgamento antecipado da lide. Trata-se de
uma verdadeira sentença de mérito, salvo no caso de extinção da punibilidade.

Tanto a decisão que absolve sumariamente quanto a que indefere o pedido de absolvição devem ser
fundamentadas.

Recurso cabível: da decisão de absolvição sumária, cabe apelação, nos termos do art. 593, I do CPP.
Exceção aos casos de absolvição em razão de causa extintiva de punibilidade, nos quais o recurso
adequado é o RESE, nos termos do art. 581, VIII do CPP.

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Procedimento do júri
A resposta escrita ou resposta inicial do procedimento do júri encontra previsão no artigo 406, com redação
determinada pela Lei 11.689/08.

Segundo o aludido artigo, o magistrado, ao receber a denúncia, deverá ordenar a citação do acusado para
responder, por escrito e no prazo de 10 dias, à denúncia.

Esta resposta tem o intuito de permitir ao acusado que se defenda desde o início do processo.

Nesta resposta, o acusado poderá argüir tudo o que lhe interesse para a sua defesa, inclusive preliminares,
oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo
de 8. Caso não arrole as testemunhas nesta fase, haverá a preclusão.

Após o oferecimento desta resposta, segundo o artigo 409, o juiz deverá ouvir o MP ou o querelante sobre
preliminares e documentos.

Diferentemente do procedimento comum, no júri não haverá o julgamento antecipado da lide, ou seja, o juiz
não poderá absolver sumariamente o acusado logo após o oferecimento da resposta escrita.

Em respeito ao princípio da soberania dos veredictos, o juiz deverá aguardar o final da primeira fase do
procedimento para poder, se for o caso, proferir tal decisão.

De qualquer forma, as teses a serem defendidas nesta peça devem resguardar consonância com as
possíveis decisões que o juiz poderá tomar ao final da 1ª fase do procedimento: pronúncia, impronúncia,
desclassificação e absolvição sumária.

O juiz pronunciará o acusado se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes


de autoria e participação. (art. 413)

A decisão de impronúncia será tomada quando o juiz não se convencer da materialidade do fato ou da
existência de indícios suficientes de autoria ou de participação (art. 415).

Já a absolvição sumária será possível quando:


I – provada a inexistência do fato;
II – provado não ser ele o autor ou partícipe do fato;
III – o fato não constituir infração penal;
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. Quando a tese de inimputabilidade for
a única possível, o juiz não poderá absolver sumariamente.

Por fim, poderá haver a desclassificação do delito para outro de competência de outro juízo (art. 419).

Contra a sentença de impronúncia, o recurso cabível será a apelação (art. 416). Da decisão de pronúncia, o
recurso adequado continua sendo o RESE (art. 581, IV).

TERMINOLOGIA
 ACUSADO OU DENUNCIADO – aquele que apresenta a resposta escrita.
 VERBO (PREÂMBULO) - apresentar

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A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de Resposta Escrita – procedimento ordinário

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito ... (endereçamento conforme competência)

Processo-crime nº...

Nome... (réu ou querelado), já qualificado nos autos do


processo-crime em epígrafe, que lhe move... (o Ministério Público ou “...” – ação privada) como
incurso no artigo ... do Código Penal, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por
seu advogado que esta subscreve, no decêndio legal, apresentar sua RESPOSTA ESCRITA, nos
termos dos artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a
seguir aduzidos:

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema,
enfatizando aqueles que tenham relação direta com a tese que será defendida.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a ação penal proposta contra o réu possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,


demonstrando e justificando a tese de defesa adotada)

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência digne-se
absolver sumariamente o réu, nos termos do artigo 397, ... do Código de Processo Penal, por ser
medida de justiça.
Caso não seja esse o Vosso entendimento, nos termos do
artigo 396-A do Código de Processo Penal, o acusado junta documentos (folhas...), e oferece o rol
de testemunhas abaixo, requerendo, desde já sejam intimadas para comparecimento em futura
audiência de instrução e julgamento.

Rol de Testemunhas:
1. (nome), (qualificação), (endereço)
2. (nome), (qualificação), (endereço)
3. (nome), (qualificação), (endereço)
4. (nome), (qualificação), (endereço)
5. (nome), (qualificação), (endereço)
6. (nome), (qualificação), (endereço)
7. (nome), (qualificação), (endereço)
8. (nome), (qualificação), (endereço)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 42


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

OBS
Procedimento Sumário: 5 testemunhas

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Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de resposta escrita – procedimento do júri

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito ... (endereçamento conforme competência)

Processo-crime nº...

Nome... (réu ou querelado), já qualificado nos autos do


processo-crime em epígrafe, que lhe move... (o Ministério Público ou “...” – ação privada) como incurso no
artigo ... do Código Penal, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que
esta subscreve, no decêndio legal, apresentar sua RESPOSTA ESCRITA, nos termos do artigo 406 do
Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, enfatizando
aqueles que tenham relação direta com a tese que será defendida.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência, vem
aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência, impedem que a
ação penal proposta contra o réu possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação, demonstrando e


justificando a tese)

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência digne-se ...
(impronunciar, absolver sumariamente o réu /desclassificar o crime e encaminhar os autos ao juízo
competente), nos termos do artigo ... do Código de Processo Penal, por ser medida de justiça.

Caso não seja esse o Vosso entendimento, nos termos do artigo


406, §3º do Código de Processo Penal, o acusado junta documentos (folhas...), e oferece o rol de
testemunhas abaixo, requerendo, desde já sejam intimadas para comparecimento em futura audiência de
instrução e julgamento.

Rol de Testemunhas:
1. (nome), (qualificação), (endereço)
2. (nome), (qualificação), (endereço)
3. (nome), (qualificação), (endereço)
4. (nome), (qualificação), (endereço)
5. (nome), (qualificação), (endereço)
6. (nome), (qualificação), (endereço)
7. (nome), (qualificação), (endereço)
8. (nome), (qualificação), (endereço)

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)
_________________________
Advogado – OAB/SP nº

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Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
MEMORIAIS

No procedimento ordinário, uma vez recebida a denúncia e não sendo caso de absolvição sumária, o juiz
designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, nos termos do art. 399 do CPP.

Trata-se de uma audiência una, buscando, ao máximo, evitar-se a sua cisão.

Nesta audiência, a ser realizada no prazo máximo de 60 dias da data em que o juiz, afastando a
possibilidade de absolvição sumária, resolver prosseguir com a instrução, segundo o artigo 400 do CPP,
serão produzidas todas as provas, bem como alegações orais das partes, para que, ao final, o juiz prolate
sentença, também oralmente.

Sendo assim, as alegações finais, que antes da reforma eram apresentadas por escrito (antigo art. 500 do
CPP), hoje são apresentadas oralmente durante a audiência de instrução e julgamento.

Ocorre, porém, que o §5º do art. 403 do CPP determina que “o juiz poderá, considerada a complexidade do
caso ou o número de acusados, conceder ás partes o prazo de 5 (cinco) dias para a apresentação de
memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença”.

Isto que dizer que em casos considerados complexos pelo magistrado, as alegações finais poderão ser
oferecidas por escrito, na forma de memoriais. Trata-se de exceção, a qual a doutrina e o legislador
esperam que não se torne regra.

Sendo assim, apesar da alteração da denominação (memoriais), podemos dizer que as alegações escritas
ainda existem, porém, a título de exceção. Desta forma, vamos utilizar a expressão “alegações finais”, pois
as considerações a seguir dizem respeito não só à fase escrita, mas também às alegações orais.

As alegações finais – orais ou não – são o momento em que as partes (acusação e defesa) analisam
minuciosamente todas as provas trazidas aos autos e emitem seu juízo acerca da condenação ou absolvição
do réu.

A acusação requer, via de regra, a condenação do acusado. Exceção são os casos de ação penal pública,
onde o MP, uma vez que atua como fiscal da lei, pode postular a absolvição se entender que não restou
provada a materialidade do delito e a autoria do réu.

A defesa NUNCA poderá postular pela condenação do réu, tendo em vista a indisponibilidade de seu
interesse. Nessa hipótese, ocorrerá nulidade por ausência de defesa.

Nos casos de ação penal privada, se o querelante não oferecer as alegações finais ou não fizer o pedido de
condenação, ocorrerá a perempção, prevista no artigo 60, III do CPP, ocasionando a extinção da punibilidade
do réu.

De acordo com o artigo 571, II, no procedimento ordinário, será no oferecimento das alegações finais que as
partes deverão argüir as nulidades ocorridas, eventualmente, no curso da instrução processual. Apesar da
redação do artigo não ter sido alterada e referir-se ao art. 500, pode-se fazer uma leitura atualizada.

As alegações finais são a última manifestação das partes no processo antes da sentença. Sendo assim,
tanto acusação quanto defesa devem deduzir da forma mais completa possível sua argumentação, visando
convencer o juiz.

Nas alegações finais poderão, também, ser argüidas teses subsidiárias, para a eventualidade de a tese
principal não ser acolhida.

No procedimento comum sumário, e na primeira fase do júri, a lei não trouxe previsão expressa acerca da
entrega de memoriais. A doutrina, porém, entende que o juiz, considerando cada caso, poderá deferir a

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Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
apresentação de memoriais, aplicando de forma subsidiária a previsão para o procedimento comum ordinário
(art. 403, §3º do CPP).
A OAB, por sua vez, em recente exame, exigiu a elaboração de memoriais no júri, ratificando entendimento
da doutrina acerca da possibilidade de sua apresentação, a despeito da falta de previsão expressa no CPP.

TERMINOLOGIA
 ACUSADO OU DENUNCIADO – aquele que apresenta os memoriais.
 VERBO (PREÂMBULO) - apresentar

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A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de memoriais escritos

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito ... (endereçamento conforme competência)

Processo-crime nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em


epígrafe, que lhe move o Ministério Público (ou ...... - se for ação privada), por seu advogado que
esta subscreve, vem , respeitosamente à presença de Vossa Excelência, no qüinqüídio legal,
apresentar MEMORIAIS ESCRITOS, com fulcro no artigo 403, §3°, do Código de Proces so Penal,
pelas razões que passa a expor.

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema,
enfatizando aqueles que tenham relação direta com a tese que será defendida.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que presente ação penal possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação, justificando a


tese defendida).

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer... (elaborar o pedido de acordo
com a(s) tese(s) de defesa)

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

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A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
RECURSO DE APELAÇÃO

A Apelação é o recurso adequado à impugnação de sentença, condenatória ou absolutória, proferida por juiz
singular. (Artigo 593, I do CPP).

Também cabe quando tratar-se de decisão definitiva ou com força de definitiva, não impugnada por Recurso
em Sentido Estrito. (Artigo 593, II do CPP)

O recurso de apelação também é admitido para impugnar as decisões do Tribunal do Júri, (artigo 593, III)
quando:
- Alínea a: ocorrer nulidade posterior a pronúncia;
- Alínea b: for a sentença do juiz presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
- Alínea c: houver erro ou injustiça na fixação da pena ou medida de segurança;
- Alínea d: for a decisão dos jurados manifestamente contrária a prova dos autos.

No caso específico do Tribunal do júri, por serem soberanas as suas decisões, ao se apelar, não se pode
requerer a reforma da sentença, mas sim que seja o apelante submetido a novo julgamento ou que seja
retificada a pena imposta (artigo 593, III, § 1º à 3º, do CPP).

Com o advento da Lei 11.689/08, o recurso de apelação passou a ser admitido também para impugnar as
decisões de impronúncia e de absolvição sumária (art. 416 do CPP). São decisões em que normalmente a
acusação é quem recorre, a não ser que o juiz tenha imposto medida de segurança em conjunto com a
decisão, situação em que a defesa poderá se utilizar dessa opção.

A apelação poderá ser plena ou limitada. Segundo o art. 599 do CPP, o inconformismo poderá ser em
relação a todo o julgado (plena) ou somente parte dele (parcial). Trata-se da aplicação do princípio tantum
devolutum quantum appelatum

O recurso de apelação deve ser interposto no prazo de 5 dias (artigo 593, “caput” do CPP), e as razões
deverão ser apresentadas em 8 dias (artigo 600 do CPP).

De acordo com o §4º do artigo 600 do CPP, as razões do recurso de apelação podem ser oferecidas
diretamente à superior instância.

A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, ou seja, a sentença não poderá ser executada
até o trânsito em julgado, a fim de que não se ofenda o princípio da presunção de inocência do réu. Nesse
sentido, inclusive, têm sido as recentes decisões do STF, ou seja, a maioria dos Ministros tem entendido que
a execução provisória da prisão não pode ocorrer enquanto houver recursos pendentes, embasando-se no
art. 5º, LVII da CF.

Quanto à sentença condenatória, a reforma processual revogou o disposto no art. 594 do CPP, segundo o
qual o réu não poderia apelar sem recolher-se à prisão, salvo se fosse primário e não tivesse antecedentes.
Hoje, vigora a nova redação do art. 387, p. único do CPP: “o juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a
manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do
conhecimento da apelação que vier a ser interposta”.

Sendo assim, não existe mais a prisão cautelar automática em casos de sentença condenatória, assim como
não há mais a necessidade da prisão do condenado para que este possa apelar.

A apelação de sentença absolutória terá efeito meramente devolutivo.

Nos Juizados Especiais Criminais, de acordo com o artigo 82 da Lei 9.099/95, a apelação é cabível em três
hipóteses:

- Sentença condenatória ou absolutória;


- Decisão que indevidamente homologa a transação;

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Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
- Contra a decisão que rejeita a denúncia ou a queixa.

O prazo, nesse caso é de 10 (dez) dias e deverão ser apresentadas interposição e razões conjuntamente.
(artigo 82, §1º da Lei 9.099/95).

TERMINOLOGIA
 APELANTE – pessoa que recorre da decisão judicial.
 APELADO - aquele que figura como recorrido.
 VERBOS – interpor (interposição) /oferecer (razões)

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A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de recurso de apelação

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz ... (endereçamento conforme competência)

Processo-crime nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em


epígrafe, que lhe move o Ministério Público (ou “...”, se for ação privada), por seu advogado que
esta subscreve, não se conformando com a respeitável sentença condenatória de folhas..., vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor RECURSO DE APELAÇÃO nos termos
do artigo 593, .... do Código de Processo Penal (ou artigo 416 do CPP ou artigo 82 ou 76, §5º da
Lei 9.099/95).

Requer, outrossim, seja recebido e processado o presente


recurso, bem como posteriormente remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo (ou Tribunal Regional Federal da 3ª Região ou Turma Recursal).

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

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Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal);

RAZÕES DE APELAÇÃO
Apelante:
Apelada:

Autos do processo-crime número...


Vara de Origem...

Colenda Câmara;

Doutos Desembargadores;

Em que pese o brilhantismo do Meritíssimo Juiz “a quo”,


não agiu com o costumeiro acerto quando... (preencher com a decisão recorrida), impondo-se a
reforma da respeitável decisão pelas razões que passa a expor.

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão ora recorrida possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação, apontando e


justificando a tese defendida).

Se a tese for nulidade, inserir aqui a seguinte frase:


“No mérito, deve o acusado ser absolvido vez que sua
conduta não se subsume a descrição do tipo penal”.

DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja dado provimento ao


presente recurso para... (preencher com o pedido)

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

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Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
QUADRO DOS POSSÍVEIS PEDIDOS DE APELAÇÃO DO PROCEDIMENTO COMUM
TESE PEDIDO
FALTA DE JUSTA CAUSA (NÃO HÁ Diante do exposto, requer seja dado provimento ao
CRIME) recurso interposto, decretando-se a absolvição do
apelante, com fulcro no artigo 386,... do CPP, como
medida de justiça.

NULIDADE PROCESSUAL (ART. 564 1º) requerer a anulação da ação penal (“ab initio” ou a
DO CPP) partir de...).
2º) requerer, no mérito, a absolvição do apelante.
Obs.: inserir, após a jurisprudência e
antes do pedido, a seguinte frase: Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao
recurso interposto, acolhendo-se a preliminar argüida,
No mérito, o apelante deve ser decretando-se a anulação da ação penal (“ab initio” ou a
absolvido, eis que sua conduta não se partir de...) e, caso Vossas Excelências assim não
subsume ao tipo penal. entendam, que seja julgado o mérito, decretando-se a
absolvição do réu, como medida de Justiça.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (ART. Diante do exposto, requer seja dado provimento ao


107 DO CP) recurso interposto, decretando-se a extinção da
punibilidade dos fatos imputados ao apelante, com fulcro
no art. 107,... do CP, como medida de justiça.
* não usa o art. 386

PEDIDOS ALTERNATIVOS

a) quando a acusação pleitear a) Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao


condenação do apelante por um recurso interposto decretando-se a absolvição do
crime mais grave do que o cometido; apelante e, caso não seja esse o entendimento de
Vossas Excelências, requer, ainda, a desclassificação do
crime de... para..., como medida de justiça.

b) quando a denúncia contiver b) Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao


circunstância qualificadora, recurso interposto decretando-se a absolvição do
agravante ou causa de aumento de apelante e, caso não seja esse o entendimento de
pena que não condiz com a realidade Vossas Excelências, requer, ainda, seja excluída (ou
dos fatos ou que não restou desconsiderada) a ... (qualificadora, agravante ou causa
devidamente comprovada. de aumento de pena), como medida de justiça.

c) Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao


c) reconhecimento de privilégio, recurso interposto decretando-se a absolvição do
causa de diminuição ou atenuante apelante e, caso não seja esse o entendimento de
que não estejam contidas na Vossas Excelências, requer, ainda, seja reconhecido ... (o
denúncia / reconhecimento de crime privilégio, a causa de diminuição, a atenuante, o concurso
continuado ou concurso formal, formal ou o crime continuado), como medida de justiça.
quando consta da denúncia o
requerimento de concurso material.

d) Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao


d) concessão de benefício (“sursis”, recurso interposto, decretando-se a absolvição do

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 52


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Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
regime inicial de cumprimento de apelante e, caso não seja esse o entendimento de
pena semi-aberto ou aberto ou Vossas Excelências, requer, ainda, seja concedido ...
substituição de pena). (preencher com o benefício pleiteado), como medida de
justiça.

DUAS TESES
NULIDADE (PRELIMINAR) + FALTA Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao
DE JUSTA CAUSA (MÉRITO) recurso interposto, acolhendo-se a preliminar argüida,
decretando-se a anulação da ação penal (“ab initio” ou a
partir de...) e, caso Vossas Excelências assim não
entendam, que seja julgado o mérito, decretando-se a
absolvição do réu, com fulcro no art. 386,... do CPP,
como medida de Justiça.

NULIDADE (PRELIMINAR) + FALTA Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao


DE JUSTA CAUSA PARA recurso interposto, acolhendo-se a preliminar argüida,
APLICAÇÃO DA SANÇÃO decretando-se a anulação da ação penal (“ab initio” ou a
PLEITEADA PELA ACUSAÇÃO partir de...) e, caso Vossas Excelências assim não
(MÉRITO) entendam, que seja julgado o mérito, decretando-se a...
(desclassificação do delito ou exclusão de qualificadora,
causa de aumento ou agravante), como medida de
justiça.

NULIDADE (PRELIMINAR) + Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao


CONCESSÃO DE ALGUM BENEFÍCIO recurso interposto, acolhendo-se a preliminar argüida,
(MÉRITO) decretando-se a anulação da ação penal (“ab initio” ou a
partir de...) e, caso Vossas Excelências assim não
entendam, que seja julgado o mérito, concedendo-se a...
(preencher com o benefício pleiteado), como medida de
justiça.

FALTA DE JUSTA CAUSA PARA Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao
APLICAÇÃO DA SANÇÃO recurso interposto, decretando-se a ... (desclassificação
PLEITEADA PELA ACUSAÇÃO + ou exclusão de qualificadora, agravante ou causa de
CONCESSÃO DE ALGUM aumento de pena) e, conseqüentemente, a concessão ...
BENEFÍCIO. (preencher com o benefício pleiteado), como medida de
justiça.

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 53


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de recurso de apelação – procedimento do júri

EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal);

RAZÕES DE APELAÇÃO
Apelante:
Apelada:

Autos do processo-crime número...


Vara de Origem...

Colenda Câmara;

Doutos Desembargadores;

Em que pese o alto prestígio e a soberania das decisões


dos jurados que compuseram este Tribunal, não pode prevalecer tal veredicto, pelas razões que
passa a expor.

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão ora recorrida possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação, justificando a


tese defendida).

DO PEDIDO
(vide quadro dos pedidos abaixo)

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 54


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Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
QUADRO DOS POSSÍVEIS PEDIDOS DE APELAÇÃO PROCEDIMENTO DO JÚRI
TESE PEDIDO
ALÍNEA “A” – NULIDADE POSTERIOR Diante do exposto, postula-se seja dado provimento
À PRONÚNCIA ao recurso interposto, a fim de que este Egrégio
Tribunal submeta o apelante a um novo julgamento,
como medida de justiça.
ALÍNEA “B” – SENTENÇA DO JUIZ Diante do exposto, postula-se seja dado provimento
PRESIDENTE CONTRÁRIA À LEI ao recurso interposto, a fim de que este Egrégio
EXPRESSA OU À DECISÃO DOS Tribunal proceda com a devida retificação, nos termos
JURADOS do artigo 593, III, §1º do Código de Processo Penal,
como medida de justiça.
ALÍNEA “C” – ERRO OU INJUSTIÇA Diante do exposto, postula-se seja dado provimento
NO TOCANTE À APLICAÇÃO DA ao recurso interposto, a fim de que este Egrégio
PENA OU DA MEDIDA DE Tribunal proceda com a devida retificação, nos termos
SEGURANÇA do artigo 593, III, §2º do Código de Processo Penal,
como medida de justiça.
ALÍNEA “D” – DECISÃO DOS Diante do exposto, postula-se seja dado provimento
JURADOS MANIFESTAMENTE ao recurso interposto, a fim de que este Egrégio
CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS Tribunal submeta o apelante a um novo julgamento,
nos termos do artigo 593, III, §3º do Código de
Processo Penal, como medida de justiça.

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 55


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de contra-razões de apelação

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz ... (endereçamento conforme competência)

Processo-crime nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em


epígrafe, que lhe move o Ministério Público (ou “...”, se for ação privada), por seu advogado que
esta subscreve, não se conformando com o recurso interposto pela acusação, vem,
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 600 do Código de
Processo Penal, requerer a juntadas das suas CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO, pleiteando que
a respeitável decisão proferida em favor do recorrido seja mantida.

Requer, ainda, o encaminhamento das presentes ao


Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (ou Tribunal Regional Federal da 3ª Região ou
Turma Recursal).

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 56


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal);

CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO
Apelante:
Apelado:

Autos do processo-crime número...


Vara de Origem...

Colenda Câmara;

Doutos Desembargadores;

Não se conformando com o recurso interposto pelo órgão


do Ministério Público (ou por... , se for ação privada) contra a respeitável decisão proferida em favor
do recorrido, vem apresentar CONTRA-RAZÕES, aguardando, ao final, se dignem Vossas
Excelências em mantê-la, pelas razões a seguir aduzidas.

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão ora recorrida seja reformada, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,


demonstrando porque a decisão merece ser mantida).

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja negado provimento ao
recurso interposto pelo órgão do Ministério Público (ou por..., em caso de ação privada), devendo
ser mantida a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, como medida de justiça.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 57


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

O recurso em sentido estrito serve, via de regra, para impugnação de decisões interlocutórias proferidas pelo
juiz singular.

O rol das decisões passíveis de recurso em sentido estrito encontra-se no artigo 581 do Código de Processo
Penal:

São as hipóteses legais de cabimento de recurso em sentido estrito:


a) Da decisão que não receber a denúncia ou a queixa (inciso I);
b) Da decisão que concluir pela incompetência do juízo (inciso II);
c) Da decisão que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição (inciso III);
d) Da decisão que pronunciar o réu (inciso IV – com nova redação, dada pela Lei 11.689/08);
e) Da decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento
de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante (inciso V);
f) Da decisão que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor (inciso VII);
g) Da decisão que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade (inciso VIII);
h) Da decisão que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da
punibilidade (inciso IX);
i) Da decisão que conceder ou negar a ordem de “habeas corpus” (inciso X);
j) Da decisão que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena (inciso XI);
k) Da decisão que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte (inciso XIII);
l) Da decisão que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir (inciso XIV);
m) Da decisão que denegar a apelação ou a julgar deserta (inciso XV);
n) Da decisão que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial (inciso XVI);
o) Da decisão que decidir o incidente de falsidade (inciso XVIII);

Lei de Execução Penal e RESE


Hoje, algumas hipóteses constantes do artigo 581, em virtude da edição da Lei número 7.210, de 11 de julho
de 1984 (Lei de Execução Penal), são de competência do agravo em execução previsto no artigo 197 da
LEP. São elas:
a) Da que decisão conceder, negar ou revogar livramento condicional (inciso XII);
b) Da decisão que decidir sobre a unificação de penas (inciso XVII);
c) Da decisão que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado (inciso
XIX);
d) Da decisão que impuser medida de segurança por transgressão de outra (inciso XX);
e) Da decisão que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774 (inciso XXI);
f) Da decisão que revogar a medida de segurança (inciso XXII);
g) Da decisão que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a
revogação (inciso XXIII).

Previsão de cabimento do RESE em legislação especial


Além das hipóteses previstas no CPP e na LEP, o recurso em sentido estrito é cabível também:
a) Da decisão que suspender, de forma cautelar, a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor, que proibir sua obtenção ou que indeferir o requerimento para suspensão – artigo 294
parágrafo único da Lei n. 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro);
b) Da decisão que determinar o arquivamento da representação relativa às contravenções relativas ao
jogo do bicho e jogo sobre corrida de cavalo – artigo 6º parágrafo único da Lei n. 1.508/51;
c) Da decisão que conceder ou denegar a prisão preventiva ou o afastamento do cargo no processo
relativo aos crimes de responsabilidade de prefeitos e vereadores – artigo 2º, III do Decreto-Lei n.
201/67;

Legitimidade ativa
São partes legítimas para recorrer em sentido estrito a defesa, a acusação e o assistente de acusação.

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 58


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Prazo para interposição
O recurso em sentido estrito deverá ser interposto no prazo de 5 dias, a contar da publicação da decisão
(artigo 591 do CPP). No caso de recurso contra decisão de inclusão ou exclusão de jurado da lista geral, o
prazo é de 20 dias, a contar da publicação da lista (artigo 586, parágrafo único do CPP).

Formalidades
O RESE é composto de duas peças: interposição (dirigida ao juiz que proferiu a decisão recorrida) e razões
(dirigidas ao Tribunal competente).

Formação do Instrumento
Em alguns casos, será necessária a formação do instrumento.

O artigo 583 do CPP dispõe que subirão nos próprios autos os recursos:
a) interpostos de ofício;
b) nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X – recursos interpostos contra as seguintes decisões:
- não recebimento da denúncia ou queixa-crime;
- procedência a alguma exceção oposta, salvo a de suspeição;
- pronúncia ou impronúncia;
- absolvição sumária;
- extinção de punibilidade;
- pedido de habeas corpus
c) quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.

Ainda, segundo o parágrafo único do art. 583, o recurso da pronúncia subirá em traslado, quando, havendo
dois ou mais réus, qualquer deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados da
pronúncia.

Excluídas essas hipóteses, subirão por instrumento os demais recursos. Nesses casos, a parte deverá
indicar, na petição ou em requerimento avulso, as peças dos autos que pretenda traslado (art. 587).

O traslado será extraído e conferido no prazo de 5 dias. Deverão constar sempre a decisão recorrida, a
certidão de sua intimação e o termo de interposição (parágrafo único do art. 587). O juiz poderá mandar
instruir o recurso com os traslados que lhe parecerem necessários (art. 589, parte final, do CPP). Se for
impossível ao escrivão extrair o traslado no prazo previsto, o juiz poderá dobrar o prazo (art. 590).

Juízo de retratação
O recurso em sentido estrito possui uma peculiaridade: o juízo de retratação. Isto quer dizer que o juiz pode,
após analisar as razões e contra-razões do recurso, reformar sua decisão sem a necessidade dos autos
subirem para o Tribunal.

Se a nova decisão comportar também recurso em sentido estrito, a parte recorrida – agora prejudicada em
razão da reforma da decisão anterior – poderá recorrer mediante simples petição, nos termos do artigo 589,
parágrafo único do Código de Processo Penal.

Da decisão que denegar ou impedir o seguimento do recurso em sentido estrito cabe carta testemunhável,
nos termos do artigo 639 do Código de Processo Penal.

TERMINOLOGIA
 RECORRENTE – pessoa que recorre da decisão judicial.
 RECORRIDO – pessoa que figura como recorrido.
 VERBOS - interpor (interposição) / oferecer (razões)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 59


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de recurso em sentido estrito

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito... (endereçamento conforme competência)

Processo-crime nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em


epígrafe, que lhe move o Ministério Público (ou “...”, se for ação privada), por seu advogado que
esta subscreve, não se conformando com a respeitável decisão de folhas..., que... (preencher com
a decisão recorrida), vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência interpor o presente
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com fundamento no artigo 581, ..., do Código de Processo
Penal.

Caso Vossa Excelência entenda que deva manter a


respeitável decisão recorrida, requer seja o presente recurso devidamente processado e
encaminhado ao Tribunal ... (de Justiça ou Regional Federal)

Requer, ainda, o traslado das peças relacionadas a seguir, para a formação do instrumento:
- cópia da decisão ora recorrida (folhas...)
- cópia da certidão de intimação da decisão recorrida (folhas...)
- cópia do termo de interposição do presente recurso (folhas...)
- demais peças necessárias para a formação do instrumento (folhas...)

OBS.: Inserir este parágrafo somente nas hipóteses em que o recurso não subir nos
próprios autos.

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 60


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal);

RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


Recorrente:
Recorrido:

Autos do processo-crime número...


Vara de Origem...

Colenda Câmara;

Doutos Desembargadores;

Em que pese o brilhantismo do Meritíssimo Juiz a quo, não


agiu com o costumeiro acerto quando... (preencher com a decisão recorrida), impondo-se a reforma
da respeitável decisão pelas razões que passa a expor.

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão ora recorrida possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,


demonstrando que a decisão deve ser alterada).

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja dado provimento ao
presente recurso, a fim de que, reformando-se a decisão recorrida,..... (preencher com o pedido
referente ao caso), como medida de Justiça.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 61


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de contra-razões de recurso em sentido estrito

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito... (endereçamento conforme competência)

Processo-crime nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em


epígrafe, que lhe move o Ministério Público (ou “...”, se for ação privada), por seu advogado que
esta subscreve, não se conformando com o recurso interposto pela acusação, vem,
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 588 do Código de
Processo Penal, requerer a juntada das suas CONTRA-RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO
ESTRITO, pleiteando que a respeitável decisão proferida em favor do recorrido seja mantida.

Caso Vossa Excelência entenda que deva reformar a


respeitável decisão recorrida, requer o encaminhamento das presentes ao Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo (ou Tribunal Regional Federal da 3ª Região).

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 62


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal);

CONTRA-RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


Recorrente:
Recorrido:

Autos do processo-crime número...


Vara de Origem...

Colenda Câmara;

Doutos Desembargadores;

Não se conformando com o recurso interposto pelo órgão


do Ministério Público (ou por... , se for ação privada) contra a respeitável decisão proferida em favor
do recorrido, vem apresentar CONTRA-RAZÕES, aguardando, ao final, se dignem Vossas
Excelências em mantê-la, pelas razões a seguir aduzidas.

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão ora recorrida seja reformada, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,


demonstrando porque a decisão merece ser mantida).

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja negado provimento ao
recurso interposto pelo órgão do Ministério Público (ou por..., em caso de ação privada), devendo
ser mantida a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, como medida de justiça.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 63


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
AGRAVO EM EXECUÇÃO

É o recurso cabível das decisões proferidas pelo Juiz no processo de execução que prejudique direito das
partes envolvidas no processo.

Uma vez que a Lei de Execução Penal não faz nenhuma referência ao procedimento a ser seguido pelo
agravo, este segue o procedimento adotado para o recurso em sentido estrito. Aliás, de acordo com a
previsão do artigo 2º, “caput” da LEP, adota-se subsidiariamente o CPP quando a LEP for omissa.

De acordo com o artigo 586 do CPP combinado com a Súmula 700 do STF, o prazo para interposição do
agravo é de cinco dias, a contar da ciência da decisão e de dois dias para a apresentação das razões,
conforme previsão do artigo 588 do CPP.

A petição de interposição será endereçada ao Juiz da Execução Criminal podendo vir acompanhada das
razões, ou apresentar as razões do agravo em execução no prazo de 2 dias, conforme regulamenta o art.
588 do CPP. Ato contínuo será aberto vista dos autos ao recorrido por igual prazo, para a apresentação de
suas contra-razões.

Após a resposta do agravado ou sem ela, o agravo será concluso ao Juiz que, dentro de dois dias, reformará
ou sustentará sua decisão.

O recurso de agravo em execução em razão do efeito devolutivo inverso ou iterativo submete-se ao juízo de
retratação, conforme disciplina o art.589 do CPP.

Da decisão que não recebe o agravo ou que denega seguimento caberá a interposição de Carta
Testemunhável, no prazo de 48 horas, nos termos dos artigos 639 e seguintes do Código de Processo Penal.

TERMINOLOGIA
 AGRAVANTE – pessoa que recorre da decisão judicial.
 AGRAVADO – pessoa que figura como recorrido.
 VERBOS - interpor (interposição) / oferecer (razões)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 64


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de agravo em execução – razões

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da..... Vara das Execuções Criminais da comarca
de...

Processo de execução nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo de execução


em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável
decisão de folhas..., que... (preencher com a decisão recorrida), vem, respeitosamente à presença
de Vossa Excelência interpor o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO, com fundamento no artigo 197
da Lei número 7.210/84 – Lei de Execução Penal, pelas razões a seguir aduzidas.

Caso Vossa Excelência entenda que deva manter a


respeitável decisão agravada, requer seja o presente recurso devidamente processado e
encaminhado ao Tribunal ... (de Justiça ou Regional Federal).

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 65


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal);

RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO


Agravante:
Agravado:

Autos do processo de execução número...


Vara de Origem...

Colenda Câmara;

Doutos Desembargadores;

Em que pese o brilhantismo do Meritíssimo Juiz “a quo”,


não agiu com o costumeiro acerto quando... (preencher com a decisão recorrida), impondo-se a
reforma da respeitável decisão pelas razões que passa a expor.

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão ora recorrida possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,


demonstrando que a decisão deve ser alterada).

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja dado provimento ao
presente recurso, a fim de que, reformando-se a decisão recorrida,..... (preencher com o pedido
referente ao caso), como medida de Justiça.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 66


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de contra-razões de agravo em execução

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da..... Vara das Execuções Criminais da comarca
de...

Processo de execução nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo de execução


em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com o recurso interposto
pela acusação, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer a juntada das
suas CONTRA-RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO, pleiteando que a respeitável decisão
proferida em favor do agravado seja mantida.

Caso Vossa Excelência entenda que deva reformar a


respeitável decisão agravada, requer o encaminhamento das presentes ao Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo (ou Tribunal Regional Federal da 3ª Região).

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

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Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 67


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal);

CONTRA-RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO


Agravante:
Agravado:

Autos do processo de execução número...


Vara de Origem...

Colenda Câmara;

Doutos Desembargadores;

Não se conformando com o recurso interposto contra a


respeitável decisão proferida em favor do agravado, vem apresentar CONTRA-RAZÕES,
aguardando, ao final, se dignem Vossas Excelências em mantê-la, pelas razões a seguir aduzidas.

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão agravada seja reformada, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,


demonstrando porque a decisão merece ser mantida).

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja negado provimento ao
recurso interposto, devendo ser mantida a respeitável decisão proferida em favor do agravado,
como medida de justiça.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 68


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Trata-se de recurso cabível no caso de sentença ou acórdão que contenha obscuridade, ambigüidade,
contradição ou omissão.

Obscuridade significa falta de clareza nas idéias, causando dificuldade de entendimento sobre o que foi
declarado.

Ambigüidade é aquilo que pode causar várias interpretações.

A contradição é uma incoerência entre afirmações; ocorre quando, entre duas proposições, uma exclui
necessariamente a outra.

Já a omissão relaciona-se com uma lacuna, a ausência de algo que deveria ter sido analisado na decisão.

Os embargos de declaração são oponíveis:

a. De sentenças de primeira instância – artigo 382 do Código de Processo Penal (conhecido como
embarguinhos);
b. De decisões de segunda instância (acórdãos) – artigo 619 do Código de Processo Penal;
c. De sentença ou acórdão proferido nos casos submetidos ao procedimento sumaríssimo – artigo 83
da Lei n. 9.099/95.

O prazo para a oposição dos embargos é de dois dias, a contar da intimação da sentença ou da publicação
do acórdão. No caso da Lei n. 9.099/95, o prazo para oposição é de cinco dias, contados da ciência da
decisão.

Os embargos de declaração poderão ser opostos pela defesa e pela acusação, em petição única, perante o
próprio juiz ou relator que prolatou a decisão.

A oposição dos embargos de declaração interrompe o prazo de outro recurso (em analogia ao artigo 538 do
CPC). No caso de Juizado Especial Criminal, a oposição dos embargos de declaração suspende o prazo de
outro recurso (artigo 83, § 2º, da lei nº 9.099/95).

TERMINOLOGIA
 EMBARGANTE – pessoa que embarga da decisão
 EMBARGADO – a decisão contra a qual é proposto o recurso (sentença ou acórdão)
 VERBO - opor

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 69


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE

Os embargos infringentes e de nulidade encontram previsão no parágrafo único do artigo 609 do Código de
Processo Penal e são oponíveis contra decisão de segunda instância, não unânime e desfavorável ao réu.
Trata-se de um recurso PRIVATIVO DA DEFESA.

Logo, é o recurso a ser utilizado em caso de acórdão no qual exista divergência entre os votos.

Quando a divergência versar sobre matéria processual, capaz de invalidar o processo, o recurso receberá o
nome de EMBARGOS DE NULIDADE e visará à anulação do feito. Quando a divergência versar sobre
matéria de mérito, o recurso receberá o nome de EMBARGOS INFRINGENTES.

O prazo para a oposição dos embargos é de 10 dias, a contar da publicação do acórdão embargado. Deve
ser apresentado em duas peças: interposição e razões. A interposição é dirigida ao relator do acórdão e as
razões à Câmara do Tribunal.

Apresentado o recurso, será encaminhado ao relator do acórdão embargado, que fará o juízo de
admissibilidade. Em caso de denegação, caberá Agravo Regimental.

Após, será aberta vista à parte contrária, pelo prazo de 10 dias, para impugnação. Em seguida, os autos
serão enviados à Procuradoria Geral de Justiça, para oferecer parecer, também no prazo de 10 dias.

Finalmente os embargos serão distribuídos a um Relator sorteado entre os Juízes ou Desembargadores que
integrarão o órgão julgador, não podendo ser nenhum dos juízes que tomaram parte do julgamento. O
Relator e o Revisor terão um prazo sucessivo de 10 dias para estudarem os autos. Em seguida, será
publicado o acórdão, do qual caberá recurso especial ou extraordinário.

Nos embargos, o embargante deverá restringir suas alegações à matéria objeto da divergência, ou seja,
jamais poderá inovar e pleitear algo fora do que foi decidido no voto vencido.

TERMINOLOGIA
 EMBARGANTE – pessoa que embarga da decisão
 EMBARGADO – a decisão contra a qual é proposto o recurso (sentença ou acórdão)
 VERBO - opor

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 70


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de embargos de declaração

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito .... (endereçamento conforme competência)

Processo-crime (ou recurso de...) nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime (ou


recurso de...) em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo... do Código de Processo Penal, (ou da
Lei n. 9.099/95) opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO da respeitável sentença (ou ao venerando
acórdão) de folhas..., pelas razões a seguir aduzidas:

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (obscuridade, ambigüidade, contradição ou
omissão) e que, por conseqüência, obrigam a reparação da respeitável decisão, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,


demonstrando a obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão).

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer sejam recebidos os presentes
embargos e, ao final julgados, para que seja declarada(o) a sentença (ou acórdão) embargada(o),
a fim de que seja corrigido o equivoco que nela(e) se contém, como medida de Justiça.

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 71


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de embargos infringentes e de nulidade

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador... (endereçamento conforme competência)

Recurso de ... nº______

Nome..., já qualificado nos autos do recurso... em epígrafe,


por seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
com fulcro no artigo 609, parágrafo único do Código de Processo Penal, opor EMBARGOS
INFRINGENTES (OU EMBARGOS DE NULIDADE) ao venerando acórdão que manteve a decisão
recorrida por maioria de votos.

Requer, outrossim, seja recebido e processado o presente


recurso, bem como posteriormente remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo (ou Tribunal Regional Federal da 3ª Região).

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

____________________________
Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 72


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal);

RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES (ou DE NULIDADE)


Embargante:...
Embargado:...
Recurso de... nº...

Colenda Câmara;

Ínclitos Desembargadores;

Douto Relator;

Opõem-se os presentes embargos visando que o


respeitável voto vencido prevaleça, pelas razões a seguir aduzidas.

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossas
Excelências, vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por
conseqüência, impedem que a decisão ora embargada possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação, seguindo o


raciocínio do voto vencido, descrito no problema)

DO PEDIDO
Diante de todo o exposto, postula-se a reforma do
venerando acórdão embargado, para que, ao final, seja mantido o voto vencido que (preencher
com a decisão do voto vencido), como medida de Justiça.

(local, data)

________________________
Advogado – OAB/SP nº

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responsabilização criminal
REVISÃO CRIMINAL

Apesar de fazer parte do capítulo referente aos recursos no Código de Processo Penal, a revisão criminal é
ação autônoma, de competência originária dos tribunais, que visa impugnar sentença com trânsito em
julgado.

A coisa julgada é uma exigência imprescindível à segurança jurídica, daí porque tem previsão constitucional
(artigo 5º, XXXVI da Constituição Federal). Ocorre que, mesmo transitada em julgado, a sentença pode
conter vícios graves que aconselhem a prevalência do valor “justiça” sobre o valor “certeza”. Nesses casos
excepcionais, os quais encontram previsão taxativa no ordenamento jurídico, haverá a possibilidade de
desconstituir-se a coisa julgada através da revisão criminal. A revisão criminal é recurso privativo da defesa.
Não existe revisão “pro estado”.

Admite-se a revisão criminal das decisões proferidas pelo Tribunal do Júri, tendo em vista que a soberania
dos veredictos é instituída como uma das garantias individuais em benefício do réu e não pode ser atingida
enquanto preceito para garantir sua liberdade, não podendo ser invocada contra ele. Havendo anulação do
processo, o acusado deverá ser submetido a novo julgamento. A prova de inocência importa em absolvição
do condenado.

O pressuposto essencial para a propositura da revisão criminal é a existência de uma sentença condenatória
definitiva. Admite-se, também, revisão criminal de sentença absolutória imprópria, aquela que impõe ao
inimputável uma medida de segurança (art. 386, parágrafo único, III do CPP).

A revisão Criminal é cabível durante o cumprimento de pena, ou seja, antes da extinção da pena, bem como
após a extinção da pena e, ainda, após a morte do condenado (neste caso, a legitimidade passa ao CADI),
objetivando o resgate da honra do mesmo.

As hipóteses que autorizam a propositura da revisão criminal encontram previsão no artigo 621 do Código de
Processo Penal. São elas:
a) Quando a sentença condenatória a ser desconstituída for contrária ao texto expresso da lei penal
ou à evidência dos autos;
b) Quando a sentença condenatória a ser desconstituída se fundar em depoimentos, exames ou
documentos comprovadamente falsos;
c) Quando, após a sentença, forem descobertas novas provas de inocência do condenado ou de
circunstância que determine ou autorize diminuição da pena estabelecida.

A competência para conhecer, processar e julgar a Revisão Criminal são dos Tribunais em segunda instância
(Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federa). Pode, no entanto, ocorrer Revisão Criminal para o STF
(art. 102, I, “j” da CF) e para o STJ (art. 105,I, “e” da CF). O requerimento deve ser dirigido ao Presidente do
Tribunal Competente.

A decisão pode absolver o condenado, reduzir a pena ou anular o processo (artigo 626 do CPP). Em caso de
absolvição, há o restabelecimento de todos os direitos perdidos em virtude da condenação. É vedado o
agravamento de pena imposta pela decisão revista. Aqui, temos uma exceção ao princípio da soberania dos
veredictos, ou seja, em sede de revisão criminal proposta em face de sentença do Tribunal do Júri, o Tribunal
pode absolver, sem a necessidade de novo julgamento.

Se o Tribunal julgar improcedente a Revisão Criminal, caberá a interposição de Recurso Especial ou


Extraordinário.

A indenização por erro judiciário somente será devida quando restar caracterizada culpa ou dolo por parte do
Estado, isto é, de seus representantes ou agentes. As hipóteses encontram previsão no artigo 630 do Código
de Processo Penal.

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responsabilização criminal
TERMINOLOGIA
 REVISIONANDO ou PETICIONÁRIO – aquele que requer a revisão criminal;
 VERBO (PREÂMBULO) - requerer

DICAS PARA A IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA


 “trânsito em julgado” + “provas novas”
 “provas falsas”
 “condenação contrária ao texto de lei ou evidência dos autos”
 “interesse em ser indenizado”
 “justificação criminal”

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Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de revisão criminal

Excelentíssimo Senhor Doutor ... (endereçamento conforme competência)

..., (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e


domiciliado na rua..., número..., por seu advogado que esta subscreve, conforme procuração anexa
(documento...), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art.
621, inciso... do Código de Processo Penal, requerer a REVISÂO CRIMINAL da sentença já
transitada em julgado que o condenou a pena de..., como incurso no artigo... do CP (certidão
anexa – documento...), pelas razões que passa a expor:

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência,
impedem que a decisão ora impugnada possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação, apontando e


justificando a tese, demonstrando por que a decisão deve ser alterada)

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a procedência do presente
pedido revisional, para que seja desconstituída a decisão ora impugnada, decretando-se...
(preencher com o pedido), com fulcro no artigo 626 do Código de Processo Penal.

Requer, ainda, seja reconhecido por este Egrégio Tribunal


o direito a uma justa indenização em virtude do erro judiciário ocorrido, como medida de justiça.
(não elaborar este pedido caso trate-se de crime de ação penal privada)

(local, data)

_________________________
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Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
REQUERIMENTO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL

Trata-se da antecipação provisória da liberdade do condenado que cumpre pena privativa de liberdade,
concedida sob certas condições. Encontra previsão nos artigos 83 a 90 do Código Penal e artigo 131 a 146
da Lei de Execução Penal.

Para que o benefício possa ser concedido ao condenado, torna-se necessário que este preencha os
requisitos estabelecidos no artigo 83 do CP:
Requisitos objetivos:
• Condenação a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos;
• Que o condenado tenha cumprido:
- Mais de 1/3 da pena se não for reincidente em crime doloso;
- Mais da metade da pena se for reincidente em crime doloso;
- Mais de 2/3 da pena, no caso de crimes hediondos, se não for reincidente;
• Ter reparado o dano causado ou prova da impossibilidade de fazê-lo.

Requisitos subjetivos:
• Aptidão para promover a própria subsistência, mediante trabalho honesto;
• Demonstração de comportamento carcerário satisfatório;
• Tratando-se de condenado por crime doloso praticado com violência ou grave ameaça à pessoa,
haverá mais um requisito a ser preenchido que é a constatação de condições pessoais que façam presumir
que o liberado não voltará a delinqüir (artigo 83, parágrafo único), cabendo ao juiz da execução fazer, ele
mesmo, a constatação.

O requerimento de livramento condicional deve ser formulado ao Juiz das Execuções criminais.

Condições que serão impostas ao beneficiado com o livramento:


Condições obrigatórias (artigo 132, § 1º, da LEP):
1) Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável;
2) Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação;
3) Não mudar de comarca sem prévia autorização.

Condições facultativas (artigo 132, § 2º, da LEP):


1) Não mudar de residência sem comunicar ao juiz;
2) Recolher-se à habitação em hora determinada;
3) Não freqüentar determinados lugares.

Revogação do benefício:
Obrigatória (artigo 86 do CP):
1) Se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade por crime em sentença irrecorrível,
durante a vigência do benefício;
2) Se o liberado for condenado irrecorrivelmente por crime anterior.

Facultativa (artigo 87 do CP):


1) Se o liberado deixar de cumprir as obrigações;
2) Se o liberado for condenado em sentença irrecorrível, durante a vigência do benefício, por crime ou
contravenção, à pena não privativa de liberdade.

O tempo de duração do Livramento Condicional é igual ao tempo restante da pena.

Se não houver a revogação até o término do livramento, extingue-se a pena (artigo 90, do CP).

Terminologia:
 REQUERENTE – pessoa que requer a liberdade provisória.
 VERBO (PREÂMBULO) - requerer

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responsabilização criminal
Modelo de requerimento de livramento condicional

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara de Execução Criminal da Comarca de...

..., já qualificado nos autos do processo de execução


número..., por seu advogado que esta subscreve, conforme inclusa procuração (documento...),
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer LIVRAMENTO CONDICIONAL,
com fulcro nos artigos 83 e seguintes do Código Penal, combinado com artigos 131 e seguintes da
Lei de Execução Penal, pelas razões abaixo aduzidas:

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa
Excelência, vem aduzir os argumentos que demonstram que o requerente preenche os requisitos
para a concessão do benefício, senão vejamos.
O requerente foi condenado a pena de... anos de..., por
ter sido infringido o artigo... do Código Penal, tendo a respeitável sentença transitado em julgado.
As certidões Criminais (documento...), comprovam ser o
requerente... (não reincidente em crime doloso; reincidente em crime doloso; não reincidente em
crime hediondo), fazendo jus ao benefício após cumprir... da pena, conforme artigo 83,... do Código
Penal.
Ocorre porém que da referida pena efetivamente já foi
cumprido..., ou seja, ... anos.
Segundo a declaração do diretor do estabelecimento
prisional, o requerente sempre demonstrou comportamento carcerário satisfatório e desempenho
para prover a própria subsistência (documento...).
Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro
que o requerente tem direito ao benefício ora pleiteado.

DO PEDIDO
Diante do exposto, presentes os requisitos legais,
levando-se em conta os documentos juntados, após a oitiva do digno representante do Ministério
Público, requer a concessão do livramento condicional, expedindo-se, para tanto, o competente
alvará de soltura e carta de livramento em favor do requerente, com fulcro no art. 136 da LEP,
como medida de justiça.

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

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responsabilização criminal
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

O recurso ordinário constitucional está previsto nos artigos 102, II “a” e 105, II, “a” e “b” da Constituição
Federal e o seu procedimento se encontra disciplinado nos artigos 30 a 35 da Lei n. 8.038/90.

Superior Tribunal de Justiça


Será interposto perante o Superior Tribunal de Justiça, de acordo com o artigo 105, II, “a” e “b” da
Constituição Federal nas seguintes hipóteses:

- Decisões dos Tribunais Regionais Federais ou dos tribunais dos Estados e do Distrito Federal que
denegarem em última instância o pedido de “habeas corpus”;
- Decisões dos Tribunais Regionais Federais ou dos tribunais dos Estados e do Distrito Federal que
denegarem em última instância o pedido de mandado de segurança.

É interposto por meio de petição dirigida ao Presidente do Tribunal recorrido, junto com as razões do pedido
de reforma no prazo de cinco dias (no caso de decisão denegatória de “habeas corpus” – artigo 30 da Lei n.
8.038/90), ou quinze dias (no caso de decisão denegatória do mandado de segurança - artigo 33 da Lei n.
8.038/90).

Supremo Tribunal Federal


Será interposto perante o Supremo Tribunal Federal, de acordo com o artigo 102, II, “a” da Constituição
Federal, das decisões dos Tribunais Superiores que denegarem em única ou última instância o “habeas
corpus”, o “habeas data”, o mandado de segurança e o mandado de injunção.

A Lei n. 8.038/90 não fez referência ao recurso ordinário constitucional para o STF. Porém de acordo com o
artigo 310 do regimento interno do STF, no caso de decisão denegatória de “habeas corpus”, o prazo para
interposição do recurso é de cinco dias. Com relação à decisão denegatória de mandado de segurança, tanto
o regimento quanto a Lei n. 8.038/90 são omissos. A questão foi tratada pela Súmula 319 do STF, que
estabeleceu o prazo de cinco dias.

Se o ROC for denegado ou se retardar o seu processamento, injustificadamente, por mais de 30 dias, poderá
o interessado interpor agravo de instrumento (art. 28 da Lei n. 8.038/90).

TERMINOLOGIA
 RECORRENTE – aquele que teve a ordem de “Habeas Corpus” ou Mandado de Segurança denegado
 RECORRIDO – parte contrária
 VERBO (PREÂMBULO) - interpor

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responsabilização criminal
Modelo de recurso ordinário constitucional

Excelentíssimo Senhor Doutor ... (endereçamento conforme competência)

..., já qualificado nos autos do pedido de ... (“habeas


corpus”, “habeas data”, mandado de segurança ou mandado de injunção) número..., impetrado em
seu favor perante este Egrégio Tribunal, por seu advogado que esta subscreve, inconformado com
o venerando acórdão denegatório da ordem, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, interpor RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL para o Egrégio ... (STF ou STJ),
com fundamento no artigo ... da Constituição Federal e artigo 30 e seguintes da Lei n. 8.038/90,
pelas razões anexas.

Requer seja o presente recurso recebido e, após as


formalidades legais, encaminhado ao Egrégio... (STF ou STJ), com as inclusas razões.

Termos em que,
Pede deferimento.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

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A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
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responsabilização criminal
COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (ou SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL);

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL


Recorrente: ....
Origem: ... (“habeas corpus”, “habeas data”, mandado de segurança ou mandado de injunção)
número...

Douta Turma;

Ínclitos Ministros;

Em que pese o alto prestígio do Egrégio Tribunal ..., não


pode, “data venia”, subsistir o venerando acórdão que denegou o .... (“habeas corpus”, “habeas
data”, mandado de segurança ou mandado de injunção) impetrado em favor do recorrente, pelas
razões que passa a expor.

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a falta justa causa para a denegação do... (“habeas
corpus”, “habeas data”, mandado de segurança ou mandado de injunção )e que impedem que
referida decisão possa prosperar, senão vejamos:

Com efeito,... (desenvolver a argumentação, reiterando a


tese do pedido denegado)

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja dado provimento ao
presente recurso, para tornar sem efeito a respeitável decisão que denegou o ... (“habeas corpus”,
“habeas data”, mandado de segurança ou mandado de injunção), a fim de que, reformando-se a
decisão recorrida, seja concedida a providência pleiteada, qual seja... (preencher com o pedido
feito no requerimento que foi denegado), como medida de Justiça.

(local, data)

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Advogado – OAB/SP número

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responsabilização criminal
RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Trata-se de impugnação cabível junto ao Supremo Tribunal Federal e que tem por finalidade tutelar o direito
objetivo de natureza constitucional.

É o recurso adequado para discutir questões de direito constitucional federal e tem por finalidade assegurar a
supremacia da Constituição Federal. Deve ser usado somente após todos os meios de impugnação possíveis
na via ordinária.

A fundamentação do Recurso Extraordinário está prevista no art. 102, III da C.F e os requisitos de
admissibilidade, bem como seu procedimento estão previstos na Lei número 8.038/90.

As hipóteses de cabimento a partir das decisões proferidas pelos Tribunais, após a edição da Emenda
Constitucional n. 45, de 2004 são:
a) Que contrariarem dispositivos da Constituição Federal;
b) Que declarem a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal (para tanto é necessário que a decisão
recorrida afirme a incompatibilidade com a Constituição Federal);
c) Que julguem válida lei ou ato do governo local contestado em face da Constituição.

Outra exigência básica do recurso extraordinário é o prequestionamento, ou seja, o prévio tratamento do


tema de direito federal pela decisão recorrida. É o que dispõe a Súmula 282 do STF: “É inadmissível o
recurso extraordinário quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada”.

Insta salientar que a questão a ser levada ao STF deve ter sido analisada NA DECISÂO recorrida, não
bastando a simples argüição pela parte no processo. Logo, se determinada questão suscitada pela parte não
for apreciada na decisão, devem ser opostos embargos de declaração, a fim de que a turma julgadora
aprecie, de forma expressa, a matéria. Nesse sentido, vale citar o enunciado da Súmula 356 do STF: “O
ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de
recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”.

Com a edição da Emenda Constitucional n. 45, de 2004, foi introduzido mais um pressuposto especial para a
admissão do recurso extraordinário, qual seja a demonstração da repercussão geral da questão
constitucional discutida no caso (§3º do artigo 102 da CF).

Em 19 de Dezembro de 2006 entrou em vigor a Lei nº 11.418, a qual regulamentou no Código de Processo
Civil o §3º do artigo 102 da CF. De acordo com referida lei, “para efeito de repercussão geral, será
considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou
jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa”.

Dessa forma, além de preencher todas as exigências citadas acima, para que o recurso extraordinário seja
efetivamente conhecido pelo STF é preciso demonstrar a significação política do tema abordado no recurso,
aferida em face de uma possível influência da decisão para a solução de outros casos.

O prazo para interposição do recurso extraordinário, de acordo com o artigo 26 da Lei 8.038/90, é de 15 dias
a contar do primeiro dia útil subseqüente à publicação do acórdão. Deverá ser elaborado em duas peças –
interposição e razões. A interposição deve ser dirigida ao Presidente do Tribunal recorrido com a indicação
expressa do cabimento do recurso e razões ao Supremo Tribunal Federal.

O art. 27 da mesma lei dispõe que o Recurso Extraordinário será recebido apenas no efeito devolutivo. Pela
doutrina e jurisprudência é reconhecida a impossibilidade do efeito suspensivo.

Da decisão que denegar o recurso extraordinário caberá agravo de instrumento, no prazo de 5 dias, de
acordo com o artigo 28 da Lei 8.038/90.

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 82


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
TERMINOLOGIA
 RECORRENTE – aquele que recorre da decisão
 RECORRIDO – parte contrária
 VERBO (PREÂMBULO) - interpor

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 83


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de recurso extraordinário

Excelentíssimo Senhor Doutor... (endereçamento conforme competência)

Recurso de ___ n. _____

..., já qualificado nos autos do recurso em epígrafe, por


seu advogado que esta subscreve, não se conformando com o venerando acórdão que...
(especificar a decisão), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento
no artigo 102, III, (alínea a, b, ou c) da Constituição Federal e artigos 26 e seguintes da Lei número
8.038/90, tempestivamente, interpor RECURSO EXTRAORDINÁRIO ao Colendo Supremo Tribunal
Federal.

Termos em que, esperando pelo conhecimento do


presente recurso, requer seja o mesmo processado e remetido ao Colendo Supremo Tribunal
Federal.

Pede Deferimento.

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 84


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
COLENDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

RAZÕES DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO


Recorrente: ....
Origem: Recurso de... número...

Douta Turma;

Ínclitos Ministros;

Em que pese o alto prestígio e conhecimento do Egrégio


Tribunal de Justiça do Estado... (ou Tribunal Regional Federal), o venerando acórdão proferido por
sua Colenda Câmara, demonstra evidente ofensa ao texto constitucional, pelas razões a seguir
aduzidas:

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a ofensa ao texto constitucional e que impedem que
referida decisão possa prosperar, senão vejamos:

Com efeito, (desenvolver a argumentação, demonstrando,


em primeiro lugar, os requisitos de cabimento do recurso, depois, a ofensa ao texto constitucional
e, por último, a repercussão geral da questão suscitada).

DO PEDIDO
Diante do exposto, demonstrada a ofensa à Constituição,
aguarda o recorrente seja dado provimento ao presente Recurso Extraordinário, a fim de que seja
cassado o venerando acórdão proferido pelo Egrégio Tribunal de Justiça de... (ou Tribunal
Regional Federal), para ... (complementar com o pedido do caso concreto) como medida de justiça.

(local, data)

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Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 85


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
RECURSO ESPECIAL

Trata-se de impugnação cabível junto ao Superior Tribunal de Justiça e que tem por finalidade dirimir questão
federal relacionada à legislação de natureza infraconstitucional. Deve ser usado somente após todos os
meios de impugnação possíveis na via ordinária.

O Recurso Especial encontra previsão no art. 105, III, alíneas “a”, “b” e “c” da Constituição Federal e na Lei
8.038/90.

Referidas hipóteses de cabimento a partir das decisões proferidas pelos Tribunais, são: a) que contrariarem
tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) que julgarem válida lei ou ato de governo local contestado
em face de lei federal; c) que derem à lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro
Tribunal.

Exigência básica do recurso especial é o prequestionamento, ou seja, o prévio tratamento do tema de direito
federal pela decisão recorrida. É o que dispõe a Súmula 282 do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário
quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada”.

Insta salientar que a questão a ser levada ao STJ deve ter sido analisada NA DECISÂO recorrida, não
bastando a simples argüição pela parte no processo. Logo, se determinada questão suscitada pela parte não
for apreciada na decisão, devem ser opostos embargos de declaração, a fim de que a turma julgadora
aprecie, de forma expressa, a matéria. Nesse sentido, vale citar o enunciado da Súmula 356 do STF: “O
ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de
recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”.

Outro detalhe: para ter acesso ao STJ através do recurso especial é imprescindível que a decisão recorrida
tenha sido proferida por um Tribunal. Isto quer dizer que das decisões proferidas pelo Colégio Recursal não
caberá a impugnação ao STJ, tendo a parte que se dirigir diretamente ao STF (Súmula 640 do STF e 203 do
STJ).

O prazo para interposição do recurso especial, de acordo com o artigo 26 da Lei 8.038/90, é de 15 dias a
contar do primeiro dia útil subseqüente à publicação do acórdão. Deverá ser elaborado em duas peças –
interposição e razões. A interposição deve ser dirigida ao Presidente do Tribunal recorrido com a indicação
expressa do cabimento do recurso e razões ao Superior Tribunal de Justiça.

O art. 27 da mesma lei dispõe que o Recurso Especial será recebido apenas no efeito devolutivo. Pela
doutrina e jurisprudência é reconhecida a impossibilidade do efeito suspensivo.

Da decisão que denegar o recurso especial caberá agravo de instrumento, no prazo de 5 dias, de acordo
com o artigo 28 da Lei 8.038/90.

TERMINOLOGIA
 RECORRENTE – aquele que recorre da decisão
 RECORRIDO – parte contrária
 VERBO (PREÂMBULO) - interpor

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 86


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
Modelo de recurso especial

Excelentíssimo Senhor Doutor... (endereçamento conforme competência)

Recurso de ___ n. _____

..., já qualificado nos autos do recurso em epígrafe, por


seu advogado que esta subscreve, não se conformando com o venerando acórdão que...
(especificar a decisão), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento
no artigo 105, III, (alínea a, b, ou c) da Constituição Federal e artigos 26 e seguintes da Lei número
8.038/90, interpor RECURSO ESPECIAL para o Superior Tribunal de Justiça.

Termos em que, esperando pelo conhecimento do


presente recurso, requer seja o mesmo processado e remetido ao Colendo Superior Tribunal de
Justiça.

Pede Deferimento.

(local, data)

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Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 87


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal
COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL


Recorrente: ....
Origem: Recurso de... número...

Douta Turma;

Ínclitos Ministros;

Em que pese o alto prestígio e conhecimento do Egrégio


Tribunal de Justiça do Estado... (ou Tribunal Regional Federal), o venerando acórdão proferido por
sua Colenda Câmara, demonstra evidente ofensa á lei... (mencionar a lei), pelas razões a seguir
aduzidas:

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,
vem aduzir os argumentos que demonstram a ofensa ao texto expresso da lei... (preencher com a
Lei) e que impedem que referida decisão possa prosperar, senão vejamos:

Com efeito, (desenvolver a argumentação, demonstrando,


em primeiro lugar, os requisitos de cabimento do recurso, depois, a ofensa ao texto de lei federal).

DO PEDIDO
Diante do exposto, demonstrada a ofensa à Lei Federal
(mencionar a lei), o recorrente aguarda o provimento do presente Recurso Especial, a fim de que
seja cassado o venerando acórdão proferido pelo Egrégio Tribunal de Justiça de... (ou Tribunal
Regional Federal), para...(mencionar a finalidade da medida) como medida de justiça!

(local, data)

_________________________
Advogado – OAB/SP nº

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta 88


A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.
Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de
responsabilização criminal

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