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INTERNATIONAL BIOCENTRIC FOUNDATION

ASSOCIAÇÃO ESCOLA DE BIODANZA DO RIO DE JANEIRO

Sistema Rolando Toro

“ A BIODANZA DE ROLANDO TORO


E A
PSICOTERAPIA DE CARL ROGERS ”

MARIA REGINA HESKETH NOBRE

Monografia apresentada à
Associação Escola de Biodanza
Rolando Toro do Rio de Janeiro,
como requisito parcial para
obtenção do Título de Facilitador
de Biodanza.
Orientadora:
GLADYS TRINDADE DE ARAÚJO
Professora Didata de Biodanza

Março, 2008
MONOGRAFIA APRESENTADA À ASSOCIAÇÃO ESCOLA DE
BIODANZA ROLANDO TORO DO RIO DE JANEIRO E APROVADA
PELA COMISSÃO JULGADORA FORMADA PELOS DIDATAS:

______________________________
GLADYS TRINDADE DE ARAUJO
Orientadora: Facilitadora Didata
International Biocentric Foundation
Reg. nº RJ 9719

______________________________
DENIZIS ASSIS TRINDADE
Facilitadora Didata
International Biocentric Foundation
Reg. nº RJ 0139

________________________________
TÂNIA DO NASCIMENTO TORRES
Facilitadora Didata
International Biocentric Foundation
Reg. nº RJ 0145

Visto e permitido a impressão


Rio de Janeiro, de março de 2008

_____________________________
ANTONIO JOSÉ SARPE
Diretor da Associação Escola de Biodanza
Rolando Toro do Rio de Janeiro
International Biocenter Fundation
Registro SP 8515
À memória de minha querida Mãe,
MARIA LEONOR HESKETH NOBRE DE ARRUDA
grande e melhor Amiga,
eterna incentivadora de meus projetos de vida.
AGRADECIMENTOS

A Rolando Toro, pela genialidade da criação do Sistema Biodanza;

À Gladys T. Araújo, pela competente orientação dada a este trabalho;

À Denizis Trindade, por seu carinho, apoio e incentivo constantes;

A Antonio Sarpe, diretor da Associação Escola de Biodanza do Rio de


Janeiro, por sua atenção e compreensão;

À Tânia Torres, pela disponibilidade de participar da banca avaliadora;

À Ilozair Antunes, pelo material de pesquisa fornecido a este trabalho;

A todos os Facilitadores pelos quais eu passei em grupos regulares;


jornadas, maratonas, seminários e congressos;

Aos colegas e amigos de todos os grupos dos quais eu participei;

Aos alunos e ex-alunos de Biodanza da Casa Dercy Gonçalves e do


Posto de Saúde Municipal João Barros Barreto.
RESUMO

O presente trabalho visa apontar os aspectos em


comum existentes entre a Psicoterapia de Carl Rogers e o Sistema
Biodanza de Rolando Toro. A analogia entre as duas abordagens faz
parte da grandiosa corrente humanista, que luta pela valorização do
Ser Humano e acredita que cada pessoa tem a responsabilidade e a
capacidade de propiciar vida à sua própria vida.
ABSTRACT

This work purposes to show the points of


similitude between Carl Rogers Psychotherapy and the Biodanza
System from Rolando Toro. The analogies between the two
approaches belongs to humanist current and they believe each person
has the responsibility and ability to provide life to his own life.
SUMÁRIO

Página

Introdução – O Problema ................................................ 01

Capítulo I
Carl Rogers – A Abordagem Centrada na Pessoa
Trajetória ...................................................................... 02/05
Grupos de Encontro...................................................... 06/09
Pressupostos da Teoria ................................................ 10/15

Capítulo II
Rolando Toro – A Conexão do Homem com a Vida
Princípio Biocêntrico .................................................. 16/18
A Biodanza .................................................................. 19/21
Modelo Teórico ........................................................... 22/23
Os Poderes da Biodanza ............................................. 24/26

Capítulo III
Operacionalização da Biodanza
O Grupo Regular – Características ............................ 27/28
Percepção da Facilitadora .......................................... 29/30

Conclusão ................................................................... 31/33


Bibliografia ..................................................................... 34
Anexos: A – Depoimento dos Participantes .................... 35
B – Reportagem Jornal “Extra” ......................... 35
Beleza, Força e Confiança
Tudo isso é Biodanza
A Dança da Vida
A Dança do Amor
A Dança de mim
De minha carência e de minha potência
De minha luz
Que me seduz e me conduz
Que me envolve e me comove
(mas também me acolhe)
Eu, cheia de Esperança
E tudo isso é Biodanza!*

*
Poema de minha autoria, escrito em Maio de 2007, após aula no Grupo Regular de Denizis Trindade
APRESENTAÇÃO

Durante a faculdade de Psicologia, a linha


terapêutica que mais me atraia e me identificava era a da Psicoterapia
de Carl Rogers: A Abordagem Centrada na Pessoa. Ingressei em
cursos e grupos de estudos paralelos sobre Rogers e o seu
Pensamento. Após formada, já em Pós Graduação, escolhi me
especializar na “Terapia Rogeriana”.

A Psicoterapia para Rogers é um encontro entre


pessoas. Uma facilitando o processo de mudança da outra, caso essa queira
e permita. Carl Rogers vê o Psicoterapeuta realmente como um Facilitador.
Foi ele o primeiro a introduzir o termo facilitator para assim denominar “a
pessoa que estava no papel de terapeuta”.

Participei também de Grupos de Encontro da


Abordagem Centrada. Um dos grupos que vivenciei, tive o privilégio
de estar com o próprio Carl Rogers e com seu staff da Califórnia. Esse
encontro aconteceu em Brasília durante dez dias. Chamou-se
“Vivendo em Harmonia” e foi um dos Encontros Latino Americano da
Abordagem Centrada na Pessoa.

Inúmeras foram às vezes, desde o meu primeiro


contato com a Biodanza, que me via sempre sendo remetida à Terapia
Rogeriana. Nos grupos regulares que freqüentava, em jornadas e
maratonas diversas, muito do que vivenciada, identificava a postura e
o pensamento de Carl Rogers. E como Facilitadora, em fase de
Titulação, dando aulas de Biodanza, essa percepção se repete mais e
mais...

Este trabalho portanto, tem a finalidade de


apresentar os pontos em comum da Abordagem Centrada na Pessoa e
do Pensamento de Carl Rogers, com o Sistema Biocêntrico de
Rolando Toro.

O estudo está estruturado em três capítulos. O


Capítulo I se refere ao Psicólogo Carl Rogers, um resumo de sua
trajetória, levantando os pontos fundamentais de sua obra. Nessa
oportunidade, procura-se apontar alguns dos aspectos em comum
entre os dois autores. O Capítulo II se refere ao antropólogo Rolando
Toro, levantando também os pontos fundamentais de sua obra e de seu
trabalho. O capítulo III relata a experiência dessa autora na facilitação
de grupos de Biodanza, identificando os pontos em comum entre os
dois cientistas humanistas: Carl Rogers e Rolando Toro
INTRODUÇÃO - O Problema

Considerando a essência do pensamento e do


trabalho de Carl Rogers, como também a de Rolando Toro, o criador
do Sistema Biodanza, é possível observarmos pontos em comum entre
as obras do Psicólogo norte americano, falecido em 1987 e a do
Antropólogo chileno ainda em plena atividade.

Dessa forma, cabe-nos a pergunta: Até que ponto


os pressupostos do Princípio Biocêntrico de Rolando Toro se
aproximam das idéias e do Pensamento de Carl Rogers? A resposta a
este questionamento será delineada no decorrer deste estudo, cujo
objetivo é a identificação do que há em comum entre esses dois
cientistas sociais e humanistas.

A analogia das duas abordagens está limitada, em


aspectos voltados para a afirmação de que o Homem é o senhor de sua
própria vida. A relevância deste estudo consiste na crença de que o ser
humano tem a capacidade de ser responsável pelo seu crescimento e
por suas escolhas e opções. Daí porque, um trabalho que enfatize a
grandeza da corrente humanista é, sem dúvida, uma contribuição à
própria vida.
CAPÍTULO I

CARL ROGERS –A ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA

TRAJETÓRIA

Carl Ranson Rogers nasceu em Oak Park, Ilionois, Estados Unidos da


América, no dia 08 de janeiro de 1902. Ele foi o quarto de seis filhos
de uma grande família protestante, extremamente unida. Sua família
era regida por valores religiosos e morais muito rígidos e
intransigentes. Havia também um verdadeiro culto dado ao valor do
trabalho. Rogers e seus irmãos foram criados tendo sido sempre
incentivados para trabalhar duro e pesado. Mas seus pais
demonstravam constantemente grande afeto e preocupação ao bem
estar de todos eles. Controlavam bastante o comportamento de seus
filhos, porém sempre de forma afetuosa. Nada de álcool, nem danças,
jogos de cartas ou de espetáculos. Vida social por demais reduzida e
muito trabalho.
Aos doze anos, Rogers e sua família mudam-se para uma fazenda com
terreno muito fértil e estimulante, que o fez se interessar por
Agricultura e Ciências Naturais.
Quando ingressou na Universidade, Carl inicialmente se dedicou ao
aprofundamento de seus estudos em Ciências Físicas e Biológicas.
Após graduar-se na Universidade de Wisconsin, em 1924, Rogers
passou a freqüentar, como era aguardado diante das expectativas de
sua família, o “Union Theological Seminary, em Nova York, com o
objetivo de se preparar para uma missão religiosa. Felizmente, recebeu
nesse Seminário uma visão liberal filosófica da Religião.
Os dois anos que passou no “Union” foram extremamente
enriquecedores para ele. Participou de um grupo revolucionário que
não se permitia receber idéias já feitas e sim o de explorar suas
próprias questões e próprias dúvidas e descobrir onde isso os levava.
O seu grupo chegou a solicitar à Administração que os deixasse organizar
um Seminário Oficial, sem diretor, cujo o programa fosse constituído pelos
seus próprios problemas. Embora perplexa diante da proposta, a
Administração aceitou o pedido. E este Seminário foi extraordinariamente
satisfatório e esclarecedor. Rogers tem certeza que esse grande evento (o
Seminário) o conduziu para uma filosofia de vida que era muito pessoal. E
a grande maioria dos membros do grupo, participantes do citado Seminário,
prosseguiu com suas vidas se dirigindo para o próprio caminho traçado
pelas questões que levantaram, deixando de lado a idéia de uma vocação
religiosa. Carl Rogers foi um deles.
Transferiu-se posteriormente para o Teachers College Columbia University,
quando então foi introduzido na Psicologia. E foi nesta Universidade que
obteve os títulos de Mestre em 1928 e o de Doutor em 1931.
Foi como interno do “Institute for Child Guidance” que aconteceram
as suas primeiras experiências clínicas, todas ainda baseadas no
Behaviorismo e na Psicanálise. E foi justamente neste Instituto, que
Rogers sentiu a forte ruptura entre o pensamento especulativo
freudiano e o mecanicismo medidor e estatístico do behaviorismo.
Após receber o seu título de Doutor, Rogers passou a fazer parte de
equipe do Rochester Center, do qual passaria a ser Diretor. Nesse
período, Rogers baseou-se muito nas idéias de Otto Rank, que havia
se separado da linha ortodoxa de Freud.
Foi trabalhando em Rochester, doze anos seguidos e altamente
preciosos, que Rogers atingiu novos “insights” e percepções do
tratamento psicoterapeutico, ue o libertou da forte amarra acadêmica e
conceitual que havia (e ainda há) no ensino e prática da Psicologia.
A equipe com a qual trabalhava era bastante eclética, constituída por
pessoas das mais diversas procedências. As suas discussões sobre os
métodos de tratamentos baseavam-se em suas experiências pessoais e
diárias com os seus clientes ( crianças, jovens e adultos). Rogers
percebeu haver um esforço de um princípio transdisciplinar, que muito
significou para ele. E percebeu também a ordem que existe nas
experiências de cada um ao trabalhar com pessoas.
Em 1940, Rogers foi aceito na Universidade Estadual de Ohio.
Ofereceram-lhe a cadeira de Professor Efetivo, onde ficou por cinco
anos. Por ter passado muitos anos envolvido diretamente com a
clínica, a passagem para o meio acadêmico foi muito dura para ele.
Ficou claro que , durante seu trabalho ativo com clientes, ele tinha
atingido novas formas de pensar sobre a prática psicoterapeutica que
eram muito diferentes das abordagens acadêmicas convencionais. De
todo o modo, as críticas iniciais a que foi submetido e os interesses
que os estudantes demonstravam por seu trabalho e sua teoria, levou-o
a explanar com mais afinco seu ponto de vista, resultando uma série
de livros, principalmente “Counseling and Psychoterapy”, no ano de
1942.
Em 1945, Rogers tornou-se Professor de Psicologia na Universidade
de Chicago e Secretário Executivo do Centro de Aconselhamento
Terapêutico. Foi exercendo essa função, que ele elaborou e definiu
ainda mais o seu método da Terapia Centrada no Cliente.
Em 1957, foi para a Universidade de Wisconsin, onde passou a
ensinar, trabalhar e pesquisar até o ano de 1963. Essa Universidade foi
a mesma a qual se graduou.
A partir de 1964, Carl Rogers associou-se ao Centro de Estudos da
Pessoa em La Jolla, Califórnia, entrando em contato com diversos
teóricos humanistas e filósofos como Buber e outros. Grandes e
valorosos trabalhos foram desenvolvidos nesse Centro de Estudos.
Carl Rogers, apesar de duras críticas também recebidas, foi
considerado por muitos cientistas, psicólogos, psiquiatras e
educadores entre outros, como um dos mais importantes psicólogos e
educadores humanistas, humanistas existenciais e/ou fenomenológicos
dos Estados Unidos da América e do mundo. Ele marcou não somente
a Psicologia Clínica, como também a Psicoterapia, a Administração de
Empresas e Escolas, o Aconselhamento Psicológico e Pastoral, a
Educação e Pedagogia, a Psicopedagogia, a Orientação Educacional e
até mesmo a Literatura, o Cinema e as Artes.
Obteve a indicação para o Prêmio Nobel da Paz e chegou a receber um
Oscar sobre sua prática, registrada em filme documentário.
Foram também realizados muitos filmes sobre o seu trabalho e
deixados vários documentos sonoros e audiovisuais que registram o
seu modo de ser como Psicólogo e Psicoterapeuta, principalmente
sobre os trabalhos realizados em grupos.
Foi extraordinária a contribuição e a dedicação de Rogers à dinâmica
da Psicoterapia de Grupo.
No ano de 1987, aos 85 anos de idade, ainda ativo,
morreu Carl Ranson Rogers.
GRUPOS DE ENCONTRO

Grande e considerável foi a contribuição de Carl Rogers para o


trabalho desenvolvido com relação à dinâmica da Psicoterapia de
Grupo.
O Grupo para Rogers é um sistema auto-regulador onde cada pessoa
individualmente é parte fundamental constituinte do todo, ao mesmo
tempo que é o todo em si. Já se pode aqui fazer um paralelo entre Carl
Rogers e Rolando Toro. Nos grupos de Biodanza, as pessoas
individualmente são partes fundamentais constituintes do todo e são o
todo em si. Podemos ver isso claramente nas rodas de vivências. Se
apenas uma pessoa ficar parada, não será possível a roda se
movimentar. É fundamental, que como um todo, cada pessoa gire na
mesma velocidade. Cada um com o seu movimento, mas formando
um todo dentro do grupo e conseqüentemente, dentro do universo.
Os indivíduos em um grupo, percebeu Rogers, deixam-se envolver por
um clima terapêutico e o grupo em si é um organismo, verdadeiro
sistema auto-regulador. Outro paralelo se faz com a obra de Toro. Há
também um clima terapêutico nos grupos de Biodanza e do mesmo
modo, percebe-se ser um grupo de um sistema auto-regulador.
Os grupos de encontro para Rogers possuem um clima de segurança
psicológica que favorece o encorajamento e a expressão de
sentimentos, em função de estímulos gerados pelos membros do
próprio grupo, atingindo o envolvimento afetivo como um todo. Na
Biodanza, que é um sistema de integração afetiva, também nota-se um
clima de segurança psicológica, que igualmente favorece o
encorajamento, surgindo estímulos gerados pelos participantes
visando o envolvimento afetivo como um todo.
Carl Rogers considera o desenvolvimento do grupo imprevisível. Mas
segue quase sempre um caminho auto-regulador e auto-dirigente, com
grande criatividade, chegando com eficácia a uma atuação terapêutica
e catártica grupal.
Rogers observou que quando o material afetivo significativo emerge,
as pessoas começam expressar umas às outras seus sentimentos
imediatos, tanto positivos quanto negativos. E quanto mais expressão
emocional vem à tona, aumenta a capacidade terapêutica do grupo
auto-regulador. Os participantes começam a se comportar de modo a
colaborar com os outros para que tomem consciência de sua própria
experiência de uma forma não ameaçadora.
Rogers, de Terapeuta Centrado no Cliente, passou também a ser líder
de Grupos de Encontro. Foi uma passagem quase inevitável. Ele
afirmava que as pessoas, não especializadas, poderiam também ser
terapeutas. E suas afirmações foram constatadas durante o
desenvolvimento do seu trabalho e de suas pesquisas. Na Califórnia
foi possível dedicar mais tempo para participar, estabelecer e
pesquisar este tipo de trabalho ou atividade em grupo.
O trabalho contínuo de Carl Rogers com Grupos de Encontro são
aplicações de sua teoria no livro “Grupos de Encontro”. Ele faz um
estudo dos fenômenos principais que ocorrem nos grupos que se
prolongam por vários dias. Apesar dos períodos de insatisfação,
ansiedade e incerteza, cada um desses períodos conduzem a um clima
de maior abertura, com menos defesa, com as pessoas se expondo
mais, conseqüentemente uma maior confiança em si, no outro e no
grupo. A carga emocional e a capacidade de tolerância tendem a
crescer a medida que o grupo segue o seu desenvolvimento.
Rogers trabalha o grupo como um fenômeno. É a partir do encontro
com o outro, das relações entre as pessoas, que os “fenômenos
naturais” nos relacionamentos humanos começam a surgir. E é o
grupo que vai conduzir o seu próprio desenvolvimento.
Inicialmente há uma frustração a medida que o grupo percebe e toma
consciência que serão eles próprios, os participantes, que irão
determinar a forma pela qual o grupo irá se desenvolver.
As pessoas começam inicialmente pelo seu “eu exterior”, tendendo
naturalmente, mesmo com timidez e ambigüidade, a ir revelando algo
do seu “eu íntimo”.
Ainda como forma de resistência inicial, os participantes do grupo
compartilham sentimentos passados associados a pessoas ausentes no
grupo. As experiências passadas são mais seguras e com pouca
probabilidade de serem afetadas por crítica de apoio. Quando as pessoas
começam a expressar seus sentimentos presentes, o mais freqüente é serem
as primeiras expressões negativas. Os sentimentos profundos positivos são
muito mais difíceis e perigosos de exprimir que os negativos. Se uma
pessoa, por exemplo, diz que ama outra no grupo, pode ficar vulnerável
e exposta a mais terrível rejeição. Mas se diz que detesta, pode apenas ficar
sujeito a um ataque onde é possível defender-se.
Quando os sentimentos negativos são expressos e o grupo não se
desintegra, começa a aparecer um material com significado pessoal, sendo
ou não aceitável para os membros do grupo. O “clima de confiança”
começa a se formar e as pessoas começam a assumir riscos reais. Quando o
material significativo emerge, as pessoas começam a expressar umas as
outras seus sentimentos imediatos, tanto positivos quanto negativos.
Rogers percebe o desenvolvimento de uma capacidade terapêutica no
grupo. Quanto mais expressões emocionais vem à tona e sofrem as
reações dos participantes, as pessoas começam a fazer coisas que
parecem ser de grande auxílio, que ajudam os outros a tomar
consciência de sua própria experiência de forma não ameaçadora. Nos
grupos de Biodanza também ocorre o desenvolvimento de uma
capacidade terapêutica e os participantes igualmente procedem
auxiliando os outros a tomar consciência de sua própria experiência.
Em qualquer Grupo de Encontro há o “feedback”. Cada membro que
reage a outro, pode obter um feedback à sua reação. Este pode ser
difícil de aceitar, mas uma pessoa, num grupo, não pode evitar
facilmente o conflito que poderá ou não surgir. Na metodologia da
Biodanza de Rolando Toro, também considera-se o “feedback”, porém
sem confrontações negativas.
Rogers chama de confrontação as formas extremas de feedback. Ele dizia
que há momentos em que o termo feedback é excessivamente moderado
para descrever as interações que se processam, momentos que é mais
correto dizer que um indivíduo se confronta com o outro diretamente, em
pé de igualdade. Essas confrontações podem ser positivas, como também
bastante negativas. E são justamente as confrontações que muitas vezes
conduzem os sentimentos a uma intensidade tal que um tipo de resolução
e/ou atitude faz-se necessário. Este é um momento de perturbação e
dificuldade para um grupo e, em potencial muito mais perturbador para os
indivíduos envolvidos.
Fica claro que quando o grupo demonstra de maneira eficaz que aceita
ou tolera os sentimentos negativos, sem rejeitar as pessoas que os
expressa, os participantes do grupo ficam dessa forma mais confiantes
e abertos uns com os outros.
Muitas pessoas quando falam de suas experiências nos Grupos de
Encontro, relatam como as experiências de aceitação mais empáticas e
positivas que aconteceram em suas vidas. Relatam também do calor
emocional que é gerado e de toda a capacidade que o grupo fornece
para o crescimento pessoal. Aqui percebe-se um sistema de integração
afetiva, como na Biodanza.
PRESSUPOSTOS DA TEORIA

Carl Rogers rejeitou a idéia de que todo Ser Humano possui uma
neurose básica. Ele rejeitou essa idéia, após investigação científica e
defendeu que o núcleo básico da personalidade humana era tendente à
saúde e ao bem estar.
A partir dessa concepção básica, o seu processo psicoterapeutico se
desenvolveu. Esse processo consiste em um trabalho de cooperação
entre psicólogo e cliente, cujo objetivo é a liberação desse núcleo da
personalidade, obtendo-se com isso a descoberta ou redescoberta da
auto-estima, da auto-confiança e do amadurecimento emocional.
Nos grupos de Biodanza trabalha-se muito a auto-estima, a auto-
confiança e também o amadurecimento emocional. Durante as sessões
inclusive, há exercícios voltados para esse objetivo. A proposta da
Biodanza é um convite à vida, para que cada pessoa possa contatar
cada vez mais o seu núcleo básico, a sua essência, que é tendente à
saúde a ao bem estar.
Existem três condições básicas e simultâneas, necessárias e
suficientes, defendidas com ênfase por Rogers, que precisam estar
presentes na relação terapêutica. Serão essas condições que permitirão
ao cliente, no decorrer de sua terapia, descobrir e entrar em contato
com esse núcleo essencialmente positivo existente dentro dele. E esses
aspectos, tão fundamentais para a Terapia Rogeriana, também estão
presentes no Sistema Biodanza.
São as seguintes condições:
. Aceitação (Consideração Positiva Incondicional)
. Empatia (Ver com os Olhos do Outro)
. Congruência (Autenticidade do Terapeuta ou Facilitador)
A Aceitação ou Consideração Positiva Incondicional consiste na
capacidade de receber e aceitar a pessoa como ela é. É expressar um
afeto positivo por ela, simplesmente porque ela existe, não sendo
necessário que faça algo ou que seja isto ou aquilo.
A Empatia consiste na capacidade de se colocar no lugar da pessoa,
ver o mundo através de seus olhos, o sentir como ela sente,
comunicando tal situação para ela, que receberá esta manifestação
como uma profunda e reconfortante experiência de estar sendo
compreendida e não julgada.
A Congruência ou Autenticidade do Terapeuta consiste na
capacidade do terapeuta ser ele mesmo. Quanto mais o facilitador
puder ser sincero, autêntico, transparente, maior a probabilidade de
que a pessoa mude e cresça de um modo construtivo. E o termo
“transparente” expressa a essência dessa condição. A pessoa (o
cliente) pode ver com clareza o que o facilitador é na relação; percebe
que não está diante de alguém com máscaras, e sim ao lado de uma
pessoa verdadeira. Na correspondência que surge entre as duas partes,
o cliente se ver estimulado a ser cada vez mais ele mesmo.
Rogers relata: “Nas minhas relações com as pessoas
aprendi que não ajuda, a longo prazo
agir como se eu não fosse quem sou...
Descobri que sou mais eficaz quando
me posso ouvir a mim mesmo aceitan-
do-me e quando posso ser eu mesmo”1

Na Abordagem Centrada na Pessoa, a psicoterapia rogeriana, faz-se


necessário que, para a aplicação de seu método, o terapeuta passe por
um processo de amadurecimento de sua própria pessoa. Não é
possível a esse psicoterapeuta (facilitador) apropriar-se da “técnica”,
antes que lhe seja próprio e natural agir conforme as condições

1
ROGERS, Carl R. Tornar-se Pessoa p.28
colocadas e/ou estabelecidas por Rogers. Nota-se por exemplo, que
expressar incondicionalmente uma afetividade, só ocorre se emergir
ou brotar realmente de uma forma natural do próprio terapeuta. A
afetividade não há como ser simulada. E o mesmo vai ocorrer com a
Empatia e a Congruência. Em função desse acontecimento natural, é
que se pode dizer que não há uma “técnica rogeriana” e sim
psicoterapeutas ou facilitadores que mais se aproximam em sua
conduta pessoal e profissional da perspectiva e do pensamento de Carl
Rogers.
É importante também considerar, que após anos de muitos estudos e
pesquisas, concluiu Rogers, que as “três condições necessárias e
suficientes” enfatizadas por ele em sua Teoria, são eficazes como
instrumento que servirá para aperfeiçoar o relacionamento humano em
qualquer tipo de envolvimento interpessoal, seja na educação entre
alunos e professores, no campo profissional entre chefes e
subordinados, na família com pais e filhos, marido e mulher e na vida
em geral.
Uma das grandes características da Terapia Rogeriana, é a mesma se
voltar bastante para o presente, se preocupar com o realizar-se de cada
momento. É defendida a idéia de que toda a pessoa é capaz de
reestruturar suas respostas a medida que a experiência permite ou
sugere novas possibilidades. Todo e qualquer ser humano se encontra
comprometido em contínuo processo de atualização. Carl Rogers
considerou essa característica humana de “Tendência Atualizante”, e
que veio a se tornar um grande postulado de sua teoria.
Na obra de Rogers, temos como uma das idéias mais importantes, a de
que é a própria pessoa que é capaz de controlar o seu
desenvolvimento, e que ninguém mais pode fazer isso por ela. O
mesmo acontece dentro do processo da Biodanza.
Carl Rogers é considerado um grande representante da corrente
“humanista” e “não diretiva” na Psicoterapia, como também na
Educação. Ele concebe o ser humano como essencialmente bom e
curioso, porém necessitando de ajuda para a sua evolução. Daí
surgindo a necessidade das Técnicas de Intervenção Facilitadoras.
A “não diretividade”, sua metodologia, é bem característica. Trata-se
de um método não estruturante do processo de auto conhecimento.
Rogers pressupõe que o Terapeuta (Facilitador) oriente o seu cliente
para as suas próprias experiências e que, a partir delas, ele (cliente) se
auto determine e governe.
A sensibilização, a afetividade e a motivação são fatores que Rogers
acredita como atuantes na construção do conhecimento.
Uma das críticas à Teoria de Rogers é que ela tende a ser utópica,
idealista, romântica e até mesmo irrealizável na opinião de alguns
críticos mais severos. Porém, são percebidos com destaque na obra
rogeriana os seguintes aspectos, entre outros: o “desejo de mudança” e
a “ intenção de realização de algo concreto”
Rogers se apresenta como sendo um psicólogo, dos quais um de seus
interesses principais, durante muitos anos, foi o da psicoterapia. E a
psicoterapia como sendo um processo de crescimento que vai sendo
realizado e/ou construído. É um processo que envolve as duas
pessoas, facilitador e cliente, quando juntos e maravilhados vêem as
forças poderosas e organizadas se manifestarem para o crescimento e
o encontro de si mesmo.
Rogers foi um terapeuta em atividade durante toda sua carreira
profissional. Sua teoria psicoterápica passou por diversas fases de
desenvolvimento e mudanças, mas alguns pontos básicos sempre
ficaram inalterados. São eles:
. Uma abordagem que coloca peso maior sobre o impulso individual
direcionado para o crescimento, à saúde e o equilíbrio, visando
libertar a pessoa para o seu desenvolvimento normal.
. Uma terapia que dá muito mais ênfase para o lado afetivo de uma
situação do que para os aspectos intelectuais.
. Um processo terapêutico que dá muito mais ênfase para a situação
imediata do que para os aspectos do passado do cliente.
. Uma abordagem que enfatiza a relação terapêutica, valorizando-a
como uma experiência para o crescimento.
Rogers escolheu usar o termo “cliente” no lugar do tão tradicional
“paciente”. Para ele, paciente é visto geralmente como alguém
enfermo, precisando de ajuda de profissionais especializados e
superiores. A própria palavra “paciente” sugere alguém “passivo” ,
ficando em discordância com a sua teoria. O cliente, mesmo portador
de muitos problemas, é alguém capaz de compreender a sua situação e
que veio buscar um atendimento ou ajuda, por reconhecer não ser
possível resolver sozinho. A relação terapeuta e cliente pode ser
chamada de uma “relação horizontal”, isto é, há uma igualdade entre
as duas partes. As pessoas envolvidas estão se relacionando em um
nível de “igual para igual”. O mesmo não parece acontecer na relação
médico e paciente, que pode até ser chamada de “relação vertical”. O
médico parece estar em um “patamar superior” em relação a seu
“paciente”
A Psicoterapia para Rogers é definida como a liberação de
capacidades já presentes em estado latente. Para ele, o cliente possui,
potencialmente a competência necessária para a solução de seus
problemas. A psicoterapia é dirigida pelo cliente ou centrada no
cliente, já que é a sua pessoa que assume a direção que for necessária.
Carl Rogers acredita que é o cliente que tem a chave de sua
recuperação. O terapeuta, então, deve ser possuidor de determinadas
qualidades para poder ajudar esse cliente a aprender como usar tais
chaves. Estes poderes implícitos no cliente, se tornarão efetivos, se na
relação estabelecida entre os dois existir compreensão e aceitação
suficientemente calorosas (afetividade). O terapeuta precisa ser
autentico, genuíno e não estar desempenhando um papel,
principalmente o de terapeuta, quando está diante do cliente. Ele é
apenas um facilitador do processo de mudança do cliente e também
um modelo de uma pessoa autêntica. Se o cliente confia que vai
receber uma resposta com honestidade, isso só tende a favorecer a ele
cliente, na busca do seu encontro consigo mesmo. O cliente precisa
saber que o terapeuta é autêntico, preocupa-se, ouve e compreende de
fato.
Terapeuta e cliente são co-responsáveis pelo processo psicoterapêutico.
CAPÍTULO II

ROLANDO TORO - A CONEXÃO DO HOMEM COM A VIDA

PRINCÍPIO BIOCENTRICO

Rolando Toro nos apresenta sete paradigmas que sustentam a sua


proposta de criação do Sistema Biodanza. Os paradigmas são
pensamentos-chaves anteriores a uma formação teórica e
metodológica. Eles configuram a base conceitual da Biodanza.
O mais abrangente de todos os paradigmas é o Princípio Biocêntrico
que consiste em reconhecer a vida como centro do universo. A
própria vida sendo o referencial imediato. Existe o universo porque
existe a vida
O Princípio Biocêntrico significa “Conexão com a Vida”. Tem sua
prioridade absoluta em ações ligadas a conservação e evolução da
vida. Podemos aqui também observar o pensamento de Carl Rogers:
Ele acredita que não importa se o estímulo seja interno ou externo,
pois a natureza do processo chamado vida, tem sempre o
comportamento de seu organismo voltado para o crescimento e
reprodução.
Os demais paradigmas estão diretamente relacionados com o Princípio
Biocêntrico. São eles:
Princípio Neguentrópico de Amor e Iluminação - Neguentropia
significa imprevisibilidade. De acordo com esse princípio, é do ser
humano a capacidade de conduzir seu próprio processo evolutivo para
novas formas de otimização e grandeza, através do amor e de atos de
iluminação nele gerados. E assim, há a possibilidade de elevação da
qualidade de vida até atingir seu máximo esplendor e plenitude.
Princípio de expansão da existência a partir do potencial genético
- De acordo com este princípio, cada ser humano possui um núcleo
genético único e diferenciado desde o seu nascimento com potencial
de expandir em seus múltiplos canais de expressão. Esses potenciais
genéticos são manifestados quando o homem encontra as condições
favoráveis a esse processo. E a Biodanza estimula a expressão desses
potenciais genéticos.
Princípio do Processo Biológico Auto-Induzido - De acordo com
esse princípio, os exercícios de Biodanza são capazes de proporcionar
processos de auto-regulação, reforçando a homeostase e conduzindo
cada pessoa, com suas características pessoais, a um processo
evolutivo.
Princípio de Pulsação da Identidade - De acordo com esse
princípio, a identidade não é cultural. Ela possui uma origem
biológica e se manifesta quando há o encontro com o outro.
Princípio da Permeabilidade da Identidade - De acordo com
esse princípio, a identidade é permeável à música e ao contato ou
presença do outro. As situações de encontro e os estímulos
musicais, durante as vivências de Biodanza, podem influenciar a
expressão da identidade, pois ela trabalha com a “gestalt” música-
movimento-vivência.
Princípio que o ponto de partida auto-regulador é a Vivência - De
acordo com esse princípio, a vivência é a percepção de estar vivo aqui
e agora e ela é capaz de estremecer com harmonia o sistema vivente
do ser humano. Não é a consciência o ponto de partida da Biodanza, e
sim a vivência. Todos os exercícios são para serem vivenciados e só
posteriormente conscientizados.
Todos esses paradigmas estão profundamente relacionados, que
poderiam formar apenas um único: O Princípio Biocêntrico.
O homem é um “ser relacional , ecológico e cósmico”. É muito
importante e até mesmo indispensável valorizarmos e/ou
recuperarmos o sentimento de “sacralidade da vida” e do “gozo de
viver”. Carl Rogers comunga com esse mesmo pensamento e sua
terapia também está voltada para essa valorização.
No Sistema Biodanza são estimulados e expressados os potenciais
genéticos de vitalidade, sexualidade, criatividade, afetividade, e
transcedência. São as cinco linhas de vivencia pelas quais o Sistema
Biodanza utiliza.
Há também os fatores ambientais, que constituem os “ecofatores” de
integração com a natureza e com o semelhante. Os ecofatores se
organizam em volta do amor, da natureza, da sacralidade da vida e do
amor pelo semelhante.
O Principio Biocêntrico, é portanto o paradigma filosófico fundamental da
Biodanza. Trata-se do pressuposto de que todo o Universo (incluindo os
seres humanos) está organizado em função da vida.
“O principio biocêntrico coloca seu in teresse em
um universo compreendido como um sistema
vivo.O reino da vida abrange muito mais que os
vegetais,os animais e o homem. Tudo o que existe
dos neutrinos ao quasar, da pedra ao pensa-
mento mais sutil, faz parte desse sistema vivo
prodigioso. Segundo o principio biocêntrico, o
universo porque existe a vida e não o contrário.”2

Rogers também nos traz a manifestação da vida:


“Quer falamos de uma flor ou de um carvalho, de
uma minhoca ou de um belo pássaro, de uma
maçã ou de uma pessoa, creio que estaremos
certos ao reconhecermos que a vida é um
processo ativo e não passivo.” 3

2
Toro, Rolando. Biodanza. Edit. Olavobras/EPB p.51
3
ROGERS, Carl R. Um Jeito de Ser p.40
BIODANZA

“ Me chego e me aconchego
Em um ninho de carinho
A minh‟alma se acalma
Descansa, alcança e avança
Pelas rodas da Biodanza! ” 4

A Biodanza se define segundo o seu criador, o antropólogo e


sociólogo chileno Rolando Toro Arañeda, como: “Um sistema de
integração afetiva, renovação orgânica e reaprendizagem das funções
originárias da vida. É baseada na indução de vivencias integradoras
através da música, dança e canto, mediante exercícios de comunicação
e contato”.
A palavra “biodanza” se origina do prefixo “bio” que significa “vida”
e de “danza” que quer dizer “movimento” ou “movimento integrado e
pleno de sentido”. Com a junção desses dois termos, surge o encontro
poético “DANÇA DA VIDA”.
O Sistema Biodanza foi criado nos anos 60, no próprio Chile.
Rolando Toro, trabalhando em hospital psiquiátrico, percebeu que a
dança, considerado movimento carregado de emoção, é capaz de
produzir alterações fisiológicas que despertam potenciais
adormecidos.
O Princípio Biocêntrico é o paradigma filosófico fundamental da
Biodanza. Já abordado anteriormente, é o pressuposto de que todo o
universo (incluindo os seres humanos) se organizou em função da
vida. E na concepção da Biodanza, o que se objetiva é o resgate da
sacralidade da vida.

4
Poema de minha autoria, escrito em junho de 2007, após aula no Grupo Regular de Denizis Trindade.
A Biodanza tem como alicerce as leis universais que sustentam e
proporcionam a evolução da vida. Sua proposta é para os participantes
dançarem a alegria de viver, estabelecendo vínculos consigo mesmo,
com o outro, através de trocas afetivas, realizadas durante as
vivências que estimulam a auto-estima e o auto-conhecimento.
Em Biodanza, portanto. a função de conexão com a vida se exerce em
três níveis: . Conexão consigo mesmo
. Conexão com o semelhante
. Conexão com o Universo
Os exercícios da Biodanza foram organizados a partir do seu Modelo
Teórico. E esse modelo baseia-se nas ciências da vida: Antropologia,
Biologia, Psicologia e Sociologia. A fusão do conhecimento dessas
ciências vão originar os alicerces do modelo apresentado pelo seu
criador.
E os exercícios de Biodanza, obedecendo ao modelo teórico,
apresentam uma seqüência de movimentos baseados nas “na cinco
linhas básicas” de vivências, a saber:
. Vitalidade – Um convite ao Movimento. Está relacionado ao ímpeto
vital, a energia da pessoa para enfrentar o mundo. A Vitalidade busca
a regulação do organismo, trabalhando a dissociação entre as partes e
as funções do organismo.
. Sexualidade - Um convite à Integração. Está relacionada para a
dissolução gradativa das couraças que visam bloquear nossa
sensibilidade. A Sexualidade busca a redescobrir a pele como fonte de
prazer e limite do mundo. Objetiva “quebrar” o condicionamento
ligado ao sexo, que ainda para muitos, é apenas genital.
. Criatividade - Um convite à Expressão. Está relacionada a liberação
de nossos movimentos, como também resgatar gestos perdidos ou
esquecidos. O criar vindo de si mesmo, dando sentindo interno a cada
ato. É um exercício estimulante para o nosso poder criativo.
. Afetividade - Um convite ao Amor. Está relacionada ao útero afetivo que
cada um de nós possuímos e na nossa capacidade de dar e receber, de nutrir
e ser nutrido. É o amor indiscriminado pelo ser humano. Desenvolve e
estimula as trocas de carinho, fazendo as pessoas se sentirem parte do todo,
melhorando os seus relacionamentos. A afetividade não está ligada apenas
ao amor entre as pessoas com vínculos específicos, mas ao respeito à vida,
ao amor universal.
. Transcedência - Um convite à Harmonia. Está relacionada com a
capacidade de irmos além do ego, integrando unidades maiores,
possibilitando conexão com o todo. E o ser humano. para a Biodanza com
sua visão holística, é considerado um todo e não uma mera soma de partes.
É uma linha bastante reprimida, devido aos mitos e divindades, que se
encontram fora de nosso alcance, impostos pelas religiões.
A Biodanza, portanto, é um convite à vida. São diversos os seus
objetivos e benefícios : Integração e expressão afetiva; descobertas
de novos caminhos; o aumento da criatividade e da capacidade de
comunicação; colaborar para o auto conhecimento e o fortalecimento e
expressão da identidade; trabalhar a auto estima; a diminuição do
stress e da ansiedade, tendo sempre como objetivo a integração e o
desenvolvimento de cada indivíduo. Vale considerar o lado
preventivo da Biodanza. Para as pessoas que a praticam, há um
reforço de suas funções orgânicas, a reaprendizagem das funções
originárias da vida, como também a reeducação afetivo motora
A Biodanza, como um convite à vida, é um convite para um caminho
de crescimento e de forma prazerosa. Através da dança e dos
movimentos, a pessoa poderá entrar em contato com as suas
qualidades e talentos, redescobrindo a si mesma.
MODELO TEÓRICO

O Modelo Teórico da Biodanza, idealizado e desenvolvido por seu


criador, Rolando Toro, tem experimentado modificações por mais de
três décadas, sempre em confronto com a realidade. Rolando
enriquece seus componentes, mas conservando a estrutura original.
Pode ser concebido como um sistema fechado de relações
homeostáticas , apresentando aberturas sutis para novas possibilidades
de equilíbrio, através do contato interpessoal e processo aberto de
integração. Assim sendo, podemos considerar o Modelo Teórico da
Biodanza como um sistema semi-aberto e até denominarmos de
“Sistema Complexo Adaptativo” (Toro, Biodanza – Editora
Olavobrás, p.73), em uma linguagem contemporânea.
As “aberturas ou semi-aberturas” possibilitam discretas
transformações, de maneira evolutiva a partir de reorganização
biológica provocadas por vivências integradoras, tendo como suporte
o potencial genético

“O modelo teórico da Biodanza, se articula


ao longo de dois eixos colocados dentro de
uma expiral. O eixo vertical é estável e o
horizontal é pulsante. Ambos os eixos são
virtuais, pois não denotam uma trajetória
rígidas; são projeções direcionadas.
A expiral representa a abertura do mo-
delo aos processos universais de gestação
da vida” 5

A seguir, representação gráfica do Modelo Teórico criado por


Rolando Toro:

5
Toro. Rolando Biodanza. Edit. Olavobtás/EPB p.74
MODELO TEÓRICO DE BIODANZA
Rolando Toro

International Biocentric Foundation


2008
PODERES DA BIODANZA

Como um convite para o crescimento pessoal, o praticar a Biodanza,


significa estar ingressando em um novo universo. E o que será
vivenciado, através de seus “poderes ou ferramentas”, vão constituir
as referências para esse caminho de crescimento.
São sete os “ poderes” da Biodanza, a saber:
. A MÚSICA - Estimular o vínculo afetivo. Tem efeito ligado a parte
emocional, ao ânimo da pessoa. Pode gerar os mais diversos
sentimentos, de alegria e de tristeza, de amor e raiva e tantos outros. A
música está no centro da Biodanza, direciona a vivência, conduz o
movimento. O seu “poder” está na emoção que ela deflagra e no grau
de integração que pode ser gerado. No entrar em contato com essa
emoção, o “viver a emoção”, muitas vezes bastante reprimida, poderá
vir a acontecer a liberação daquele sentimento, o desfazer daquele
“nó”.
. A DANÇA INTEGRATIVA – Estimular o vínculo com o outro.
Tem efeito ligado para os gestos plenos de sentido e não despedaçados
pela cultura; de um corpo integrado (movimento e emoção) com a
capacidade de vincular uma pessoa à outra. A Biodanza tem no seu
objetivo o resgate das funções originárias da vida, de seus instintos e
necessidades básicas. Sendo um movimento que parte de um
organismo conectado ass suas emoções, com motivação afetiva em
ressonância com o meio, é possível para as pessoas, através da Dança
Integrativa de resgatarem e/ou se perceberem estimuladas ao vínculo
com o outro e com a vida.
. A VIVÊNCIA - Estimular a integração plena da pessoa consigo
mesma, com o outro e com o meio. Tem efeito ligado para viver o
“aqui e agora”. O próprio termo “vivência” está relacionado ao
instante profundamente vivido, onde há inclusive uma ruptura com o
tempo cronológico. Uma realidade de dimensão atemporal. Promove a
uma qualidade de se viver intensamente o momento presente.
. O TRANSE - Estimular o desenvolvimento e a auto- regulação
orgânica, como também a ação no mundo e renovação celular. Tem
efeito ligado a passagem de um estado de consciência de si próprio
enquanto pessoa singular, para outro estado de consciência de si na
fusão com um todo, com um grupo. O aprofundamento do estado de
transe corresponde a diretamente atuar sobre o equilíbrio
homeostático. É possível acontecer momentos de estabilidade e
instabilidade, mas gerando a auto- regulação no organismo.
. A CARÍCIA - Estimular a uma mobilização do centro afetivo pelo
ato de tocar e ser tocado. Tem efeito ligado a expressividade das mãos
que acariciam e do corpo como o receptor. Em nossa cultura, a carícia
é bastante reprimida. Mas as terapias corporais tem mostrado os
grandes benefícios surgidos para as pessoas, tanto àquelas que dão as
carícias como as que recebem as mesmas. O tocar, o acariciar, muitas
vezes, é de grande poder.
. A AMPLIAÇÃO E PERCEPÇÃO DA CONSCIÊNCIA -
Estimular a uma nova sensibilidade frente à vida. Tem efeito ligado a
um maior envolvimento e conhecimento do mundo o qual
interagimos. É a consciência do sentir e perceber.
. O GRUPO – Estimular a observação e respeito de seus próprios
limites e os limites dos demais. Tem efeito ligado a uma maior
qualidade de convivência em grupo, que trará benefícios para a saúde
física e mental. Reconhecer o outro é a base para reconhecer a si
mesmo. Amar e/ou aceitar o outro é a base para amar e aceitar a si
próprio. O grupos, quando nutritivos, são fontes poderosas de
proteção, trocas e crescimento.
E a BIODANZA, como um SISTEMA DE INTEGRAÇÃO
AFETIVA, ela é possuidora desses poderes transformadores, que
podem ser sentidos e vividos por seus alunos. As vivências são
capazes de grandes efeitos modificadores.
Para Rolando Toro, tornar conscientes os conflitos inconscientes
através de experiências psicoterapêuticas, não trazem modificações
comportamentais. Ele acredita que somente as vivencias tem a
capacidade de efeitos transformadores profundos.
Capítulo III

OPERACIONALIZAÇÃO DA BIODANZA

O GRUPO REGULAR - Características

Os encontros de Biodanza acontecem às quartas-feiras, no horário das


15 às 17 horas, no Posto de Saúde Municipal João Barros Barreto, em
Copacabana. Foi apresentado à Prefeitura, o Projeto “Aumento do
Nível de Saúde através da Biodanza”. Após algumas reuniões com os
Servidores responsáveis pelo Núcleo de Saúde-Voluntariado do
Município, o trabalho foi aceito e aprovado. Cabe ressaltar, que o
Projeto então apresentado, baseou-se em outro Projeto, em andamento
há sete anos, de comprovado sucesso, sob a coordenação da
facilitadora didata, Gladys Trindade de Araújo, no Posto de Saúde
Zeferino Tibau Junior, em São Cristóvão.
Para o trabalho no “João Barros Barreto”, além da autora desse estudo
fazer parte do mesmo, a equipe é formada por mais dois facilitadores,
em fase de titulação: Ivo Alberto Peixoto Fortuna e José Augusto de
Freitas.
As aulas começaram em maio de 2006, na sala reservada ao Centro de
Estudos do Posto. O local possui ar condicionado, é relativamente
tranqüilo, onde se pode ficar com o grupo, desenvolvendo o trabalho
de modo satisfatório. O Centro dispõe de uns vinte banquinhos de
plástico, que são usados para as reuniões preliminares. Os banquinhos
também são utilizados durante algumas vivencias específicas, pois não
há colchonetes ou tapetinhos. O aparelho de som não é fornecido pelo
Centro. Um dos colegas facilitadores, o Ivo Fortuna, é que leva o seu
próprio aparelho para as aulas. As músicas utilizadas durante os
exercícios são aquelas que fazem parte do elenco oficial da Biodanza.
Dentro do possível, procura-se escolher músicas que tenham uma
ligação com a faixa etária do grupo, principalmente para as rodas
inicial, de embalo e final.
Inicialmente tal Projeto, teria como público alvo, os pacientes
freqüentadores do Posto de Saúde, com as inscrições sendo realizadas
em dias e horários estipulados pela Coordenação do Posto. Com a
evolução do trabalho, o “gostar” do que estava sendo desenvolvido, as
alunas foram fazendo a propaganda “boca a boca”. As amigas e
conhecidas eram convidadas pelas próprias participantes,
entusiasmadas e felizes com o que estavam vivenciando. O grupo,
então, não ficou mais restrito aos pacientes do Centro de Saúde João
Barros Barreto. E as “novas alunas” acompanhadas pelas “veteranas”
já vinham direto para participarem dos encontros semanais.
O grupo tem uma média de aproximadamente de quinze pessoas em
cada Encontro. As idades variam de 45 a 86 anos. A grande
concentração está na faixa de 60 a 70 anos. Todas do sexo feminino, a
grande maioria moradora de Copacabana, sendo aposentadas, viúvas
ou divorciadas. Uma pequena minoria ainda casada. O nível sócio
econômico é o de classe média a classe média baixa.
Pode-se dizer que já se tem formado um núcleo de “alunas” nesse
Grupo de Biodanza. Há um número significativo de pessoas que estão
frequentando as “aulas” com regularidade e muitas desde o início.
Sentem-se bastante beneficiadas com o que estão vivenciando.
PERCEPÇÃO DA FACILITADORA

O Grupo ainda era iniciante. Mas o seu crescimento era significativo.


Não só durante as vivências, como no próprio “feedback”. Uma
senhora, que só tinha participado de dois encontros e estava indo para
sua terceira “aula”, ao se expressar no “feedback”, disse que se pegou
dançando em casa sozinha. Acrescentou que sempre teve vergonha de
tudo. Quando veio a vontade de dançar e o corpo acompanhou o
movimento, ficou surpreendida consigo mesma, porém se sentiu muito
feliz com o que realizou. Ela imediatamente associou com a Biodanza.
Outro “feedback” que considerei significativo foi quando, também no
início do trabalho, outra senhora e com uma idade mais avançada, se
expressou de forma muito natural e verdadeira, e de imediato teve a
concordância das demais. Ela disse: “É uma terapia do carinho e da
atenção”.
Esse “depoimento”, me tocou profundamente. Eu fui remetida a Carl
Rogers, à sua terapia humanista e afetiva. Lembrei também dos
Grupos de Encontros rogerianos dos quais participei, de todo o lado
afetivo desses encontros. E me veio à mente o título de um grande
livro de Rogers: “Tornar-se Pessoa”. Imaginei que a Biodanza estaria
proporcionando a esse grupo de senhoras, de viver o presente,
sentindo-se pessoas qualificadas, vivenciando e trocando carinho e
atenção.
A grande maioria das senhoras participantes do grupo, não conhecia a
Biodanza ou até mesmo nem ouvido falar. Mas ao participarem das
aulas, das vivências, começaram a sentir a Biodanza em seus corpos,
em suas vidas. Começaram a experenciar os poderes da Biodanza.
Assim como na Abordagem Centrada na Pessoa, a Biodanza procura
promover o crescimento, o desenvolvimento, a maturidade, um
melhor funcionamento e uma maior capacidade de enfrentar a vida. E
principalmente, procurando levar a pessoa para um encontro com ela
mesma.
Rogers diz que podemos ter confiança em nossas experiências. E a
Biodanza promove com as suas vivências, essa confiança para si
mesmo. A pessoa que experenciou algo verdadeiro seu durante as
vivencias, permitindo que entrasse em contato com ela própria,
aceitando-a como é, passa a sentir-se confiante diante de si e
consequentemente diante do(s) outro(s).
Como facilitadora, tenho percebido nesse grupo regular de Biodanza,
esses objetivos bem rogerianos (que também percebia em outros
grupos regulares que participei como aluna). O conhecer-se melhor, o
entrar em contato consigo, seus sentimentos, facilidades e
dificuldades, isso tudo levando a uma aceitação da sua pessoa como
verdadeiramente é, e as possibilidades de mudanças. Para me aceitar
como sou, preciso me conhecer. Para mudar, preciso me aceitar.
É muito gratificante para mim, reconhecer o crescimento de um grupo
de senhoras, que felizes dão seus depoimentos...
CONCLUSÃO

CARLS ROGERS e ROLANDO TORO

As três condições básicas, necessárias e suficientes, e indispensáveis


para a Terapia de Carl Rogers, também estão presentes, fazendo parte
integrante do Sistema de Biodanza de Rolando Toro.
São elas: - Aceitação
- Empatia
- Congruência
As pessoas, integrantes dos mais diversos grupos de Biodanza, neles
permanecem e deles se beneficiam, quando são aceitas, há a empatia e
percebem a congruência do Facilitador.
Creio, portanto, que também são condições necessárias e suficientes
para o sucesso de qualquer pessoa em todo e qualquer grupo de
Biodanza.
Carl Rogers, rejeitou a idéia da neurose do homem, defendendo que o
núcleo básico da personalidade humana era tendente à saúde e ao bem
estar. Rolando Toro, em sua definição clássica de Biodanza, diz: “É
um Sistema de integração afetiva, renovação orgânica e
reaprendizagem das funções originárias da vida...”. Nada mais é do
que rejeitar a idéia da neurose básica em todo Ser Humano, e sim o de
também acreditar que o núcleo básico da personalidade humana é
tendente à saúde e ao bem estar. E por acreditar nessa premissa, que a
Biodanza objetiva o contatar e resgatar as funções básicas e
originárias da vida: Saúde e Bem Estar.
A partir dessa concepção básica, a psicoterapia de Carl Rogers se
desenvolveu.
A partir dessa concepção básica, o Sistema Biodanza de Rolando
Toro também se desenvolveu.
A Biodanza e a Terapia Rogeriana objetivam o resgate desse núcleo
de vida. E assim sendo, é possível o aumento da auto estima, da auto
confiança e um amadurecimento emocional. Tudo isso visando uma
conexão maior consigo próprio, com o outro e com o Universo.
Como na Abordagem Centrada, na Biodanza, para a aplicação de seu
método, faz-se necessário um processo de amadurecimento pessoal
do próprio facilitador. Não basta apenas o conhecimento teórico, pois
a sua pessoa torna-se também instrumento para o trabalho proposto.
Outro ponto em comum é que a Abordagem Centrada e a Biodanza se
voltam bastante para o presente, para o “aqui e agora”. Estão
preocupadas com o realizar-se de cada momento. Na Biodanza,
também se compreende a idéia de que “toda pessoa é capaz de
reestruturar suas próprias respostas, a medida que a experiência
permite ou sugere novas possibilidades”.
Para Rogers e Toro, o Homem se encontra comprometido e em
contínuo processo de atualização.
Carl Rogers pressupõe que o Facilitador “oriente” o seu cliente para as
suas próprias experiências e que a partir delas, ele se auto determine e
governe. Na Biodanza acontece o mesmo. Rolando Toro, inclusive,
diz que a Biodanza começa quando deixamos a sala. Toro, assim
como Rogers, pressupõe que o Facilitador, dentro do Sistema
Biodanza, “oriente” o participante de seu grupo para suas próprias
experiências e partindo delas, ele se auto determine e governe.
A Psicoterapia para Rogers é um processo de crescimento que vai
sendo realizado e/ou construído. É um processo que envolve as duas
partes, o terapeuta (facilitador) e o cliente. Quando essas duas pessoas,
juntas e felizes, vêem as forças poderosas e organizadas se
manifestarem para o crescimento e o encontro de si mesmo: Isso é
Abordagem Centrada! Isso é Biodanza!
O que foi relatado no parágrafo anterior, eu vivenciei não só como
facilitadora de Biodanza, mas também em inúmeras vezes, como
aluna de Biodanza. Nos vários grupos que freqüentei, em maratonas e
jornadas diversas, eu era sempre remetida à terapia Rogeriana, quando
percebia ou sentia a felicidade do Facilitador no momento que as
forças poderosas e organizadas se manifestavam para o crescimento
daquela pessoa, participante do grupo, como do meu próprio
crescimento
A Biodanza e a Abordagem Centrada na Pessoa desenvolvem com
os seus “alunos” ou seus “clientes”, um relacionamento de “igual para
igual”. Uma relação horizontal; simplesmente são pessoas que se
encontram. Apenas uma facilitando a outra, caso essa queira e
permita, visando a sua SAÚDE E BEM ESTAR.
Na Biodanza e na Abordagem Centrada na Pessoa, todos os
envolvidos são co-responsáveis pelo processo de mudança.
BIBLIOGRAFIA

ARAUJO, Gladys T. – A Vontade de Potência de Nietzsche e


o Principio Biocentrico de Rolando Toro,
Monografia apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Filosofia da PUC-Rio. Rio de
Janeiro, 2004
_________ - Aumento do Nível de Saúde Através da
Biodanza – Projeto de Parceria entre a
Associação Escola Rolando Toro do Rio de Janeiro
e o Centro Municipal de Saúde Ernesto Zeferino
Tibau Junior – Rio de Janeiro, 2001

GÓIS, Cezar Wagner – Inventário de Exercícios de


Biodanza- Sistema Rolando Toro, Fortaleza,
1983

ROGERS, Carl R. A Terapia Centrada no Paciente, tradução


de Manuel do C. Ferreira, São Paulo: Martins
Fontes, 1974.
________ - Grupos de Encontro, tradução de Joaquim L.
Proença, São Paulo: Martins Fontes, 2002
________ - Sobre o Poder Pessoal, Tradução Wilma Alves
Penteado, São Paulo: Martins Fontes, 2001.
________ - Um Jeito de Ser, tradução Cristina Kupfer, Heloisa
Lebrão e Yone Patto, São Paulo: EPU, 1983.

________ - Tornar-se Pessoa, tradução de Manuel do C.


Ferreira, São Paulo: Martins Fontes, 1973.

________ & KINGET, G.M. – Psicoterapia e Relações


Humanas: Teoria e Prática não Diretiva,
tradução de Maria L. Bizzoto, Belo Horizonte:
Interlivros, 1977

TORO, Rolando – Biodanza, tradução de Eliane Matuk, São


Paulo: Editora Olavobrás, 2002.
_________ Teoria da Biodanza: Coletânea de Textos, s/d.
ANEXOS

A - DEPOIMENTO DOS PARTICIPANTES


Após vários meses de encontros semanais, solicitamos em nosso
Grupo Regular, que os participantes escrevessem livremente, como
estavam se sentindo.
Foi um pedido que fizemos para o grupo, com o objetivo de
avaliarmos o nosso trabalho. Como cada pessoa estava vivenciando a
Biodanza, com se sentia no Grupo. Se a Biodanza já havia lhe trazido
ou estava lhe proporcionando algum benefício para sua vida. Se havia
percebido alguma mudança ou não. Algum bem estar ou não.
Poderia ser escrito em uma linha, um parágrafo, como quisessem. Um
depoimento bastante livre de cada participante, o que incluía também
não ser obrigatório acatar esse pedido.
Em anexo, o que foi escrito por algumas “alunas” que estão
freqüentando o nosso Grupo Regular...

B – REPORTAGEM JORNAL „EXTRA‟


Em anexo, a reportagem feita em outubro de 2006, a respeito do
Projeto “Aumento do Nivel de Saúde através da Biodanza,
desenvolvido no Posto de Saúde João Barros Barreto, que ainda se
encontra em atividade.

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