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Módulo I
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Sumário
Bons estudos!
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Unidade 1 – Conceitos iniciais de Segurança do Trabalho
Nesta Unidade 1, você terá uma base do que são os conceitos de segurança do
trabalho, portanto, começaremos com o estudo dos antecedentes históricos mais
marcantes e comentados.
Para seu melhor entendimento, iremos fazer um estudo de caso sobre o conteúdo
aprendido de forma a sintetizar o que foi lido e compreendido. Após a Unidade 1, você
terá a base para prosseguir na Unidade 2 do Módulo I.
Bons estudos!
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O que é Segurança do Trabalho?
A Segurança do Trabalho é a área que se preocupa em proteger o trabalhador,
atuando na diminuição de doenças e acidentes ocupacionais.
A equipe que trabalha com a Segurança do Trabalho é composta por: técnico,
engenheiro, médico e enfermeiro do trabalho. Este grupo compõe o SESMT (Serviço
Especializado em Engenharia da Segurança e Medicina do Trabalho). Veja, abaixo, qual
é a qualificação necessária para atuar em cada uma destas funções:
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1.1 – Antecedentes históricos da Segurança do Trabalho
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Com a Revolução Industrial entre 1760 e 1830, durante o século XVIII e XIX,
na Inglaterra, os processos industriais e as máquinas utilizadas ofereciam riscos, mas as
condições de trabalho eram criadas pelo empregador, sendo que nesta época ainda não
existia nenhuma regulamentação relacionada ao trabalho.
Perceba que foi a primeira vez que a segurança do trabalho foi considerada para
avaliação de riscos, dentro de uma fábrica, como medida de prevenção.
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O Brasil tinha, até o final dos anos 1800, o uso de mão de obra escrava nas
indústrias. Esta mão de obra foi substituída por imigrantes que iniciaram movimentos
reivindicatórios por melhores condições de vida. Ou seja, a regulamentação do trabalho
chegou ao Brasil somente em 1919 com a Lei 3.725, composta por 30 artigos que
mencionavam o conceito de acidente do trabalho e determinações gerais sobre a
atividade laboral.
No final do século XX, surge a OHSAS 18001 (Occupational Health & Safety
Advisory Services) contendo padronizações para a gestão da saúde e da segurança do
trabalho. Este documento fornecia às organizações uma base consistente para o processo
de gestão de saúde e segurança ocupacional.
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As empresas passaram a ter então um padrão de referência internacional de
saúde e segurança do trabalho, possibilitando-as considerar a melhoria contínua nos
processos de forma a reduzir ou eliminar riscos no ambiente de trabalho de forma
sustentável. Veremos adiante outros conceitos e avanços das leis relacionadas com a
segurança do trabalho.
1. Acidente ligado ao trabalho que, embora não tivesse uma causa única,
contribuiu diretamente para a morte do segurado, para a redução ou para a perda da sua
capacidade para o trabalho. Também são considerados os casos em que ocorrem alguma
lesão que exija atenção médica para a sua recuperação.
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2. Acidente sofrido pelo segurado no local e no horário de trabalho em
consequência de:
Ao passar pela área da empresa, o trabalhador nota uma poça de água, então
para, observa e prossegue na sua caminhada ao seu posto de trabalho. Em seguida, passa
um colega de trabalho que escorrega na poça de água, se desequilibra e derruba suas
ferramentas estragando-as, porém vai até o almoxarifado sem relatar o fato e troca as
ferramentas quebradas por novas. Por último, passa um terceiro funcionário pela poça
de água e escorrega, derrubando uma das ferramentas em seu pé, provocando uma lesão.
Ainda na queda, ele tenta se segurar, mas quebra o braço. Este último funcionário
precisa de atendimento emergencial e da emissão de Comunicação de Acidente do
Trabalho (CAT).
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Perceba que ao considerarmos que só o último empregado sofreu a lesão, temos
o acidente de trabalho caracterizado no conceito legal, mas no conceito prevencionista
este fato pode ser considerado como "perda de tempo" e "perda de material". Se o
primeiro trabalhador tivesse sido estimulado a relatar o risco ou se a empresa possuísse
um canal de comunicação para este relato e sugestões, o local poderia ser sinalizado ou
isolado até que providências fossem tomadas quanto à poça de água.
1. Doença degenerativa;
2. Doenças inerentes ao grupo etário;
3. Doenças que não produzam incapacidade laborativa;
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4. Doenças endêmicas adquiridas por um segurado habitante da região em que
elas se desenvolvam.
Acidente típico:
Este acidente ocorre no desempenho das tarefas habituais, no ambiente de
trabalho ou fora dele quando o funcionário estiver a serviço do empregador.
Acidente de trajeto:
O acidente de trajeto ocorre no percurso da residência do funcionário para o
local de trabalho ou vice-versa desde que o trajeto seja considerado como habitual e
condizente com o início e com o término de suas atividades habituais.
Em outra situação, ele vai prestar serviço em outra empresa e sofre um acidente,
esta situação ainda é considerada um acidente típico. Porém, se o empregador pedir para
o funcionário realizar uma tarefa fora da sua rotina em outra fábrica, mesmo que o
empregado tenha se oferecido, o acidente é classificado como típico equiparado ao
acidente do trabalho, pois uma classificação não interfere na outra.
Então, este trabalhador bate o cartão por volta das 18:16 e resolve ir até o outro
ponto de ônibus de uma rua próxima, desviando-se de sua rota normal e pela pressa,
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corre e pisa em falso no meio fio, sendo atropelado por uma bicicleta. Devido ao
acidente, o funcionário ficou com uma fratura no braço, o que pode ser considerado um
acidente de trajeto.
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e empregado ou até mesmo com o preposto. Lembrando que preposto é a pessoa que
representa a empresa em determinada área dentro de um contexto.
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não há como prejulgar e identificar o empregado como o causador do acidente ou
doença.
Se a discussão for para o âmbito da justiça, a instituição pode ser mal vista e
além do mais é a empresa que precisa apresentar provas de que havia condições seguras
para o empregado desenvolver as tarefas. Portanto, é muito importante criar normas e
procedimentos, ordens de serviço bem claras e deixar todos os trabalhadores cientes das
condições.
Bom, tenhamos em mente uma classificação mais atualizada que difere que as
causas podem ser técnicas ou humanas.
FONTE: A AUTORA
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questões acidentárias pode melhorar a saúde financeira da organização e a
produtividade.
R=PxG
Onde:
R = risco
P = probabilidade (frequência)
G = gravidade (severidade)
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Lembre-se: proatividade é fazer além do que pede a lei. Logo, se o objetivo da
empresa é prevenir acidentes e doenças do trabalho, elementos ligados ao risco
ergonômico e ao risco de acidentes devem estar incluídos. Esta análise pode ser feita
antes do acidente ou doença e após o acontecido com a mesma metodologia, mas é
conveniente que se faça antecipadamente de forma a evitar a ocorrência.
Segundo Mattos e Másculo (2011, p. 69), quanto aos riscos “a avaliação deve ser
quantitativa ou qualitativa. Na avaliação quantitativa, deverá ser comprovado o controle
da exposição ou a inexistência do risco [...]”, já a avaliação qualitativa é realizada
mediante observação do risco.
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FIGURA 07: TIPOS DE ANÁLISE DE RISCOS
SEMIQUANTITATIVO
Através de
observações e
anotações. Requer equipamentos
específicos para medir
amostragens
Desprezível
A falha não irá produzir danos funcionais, lesões ou efeitos danosos no ambiente de
trabalho.
Marginal ou limítrofe
A falha irá produzir efeitos danosos no ambiente de trabalho, mas não irá produzir
danos funcionais ou lesões.
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Crítico
A falha irá produzir efeitos ou danos no ambiente de trabalho e irá provocar prejuízos
funcionais ou lesões, resultando em risco inaceitável com necessidade de correções
imediatas.
Catastrófico (IV)
A falha irá causar efeitos severos quanto aos danos no ambiente de trabalho e provocará
perda total, lesões graves ou mortes.
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IV. catastrófica D. frequente 5. crítico
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determinando as correlações que eles representam. Assim, é possível descrever o que
passou, prever e organizar o futuro.
classe x fx (frequência)
1 MARÇO 05
2 ABRIL 01
3 MAIO 08
Total 14
FONTE: O AUTOR
05 acidentes ------ x
14 acidentes ------100% logo corresponde a 35,71 % de acidentes totais nestes 3 (três)
meses
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Percebe-se aqui que a estatística nos permite acompanhar os riscos do ambiente
de trabalho para tomar medidas conhecendo-se e formando um histórico de acidentes,
para este caso. Através desta importante ferramenta a empresa pode criar planos de ação
mais específicos.
Fonte: http://wiki.sankhya.com.br/index.php?title=WMS&oldid=2782
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empilhadeira danificou as prateleiras e algumas caixas caíram aumentando ainda
mais o prejuízo.
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Unidade 2 – Legislação de Segurança do Trabalho
Apresentação do tema
Bons estudos!
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2.1 – Organização Internacional do Trabalho (OIT), Constituição
Federal (CF) e CLT
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acordo de compromisso com a OIT e com os demais países membros, geralmente, se
adotam as diretrizes determinadas por estas convenções.
Porém, se o ordenamento jurídico do país não permitir, ela não pode ser
ratificada. É o caso da Convenção nº 158, que trata da garantia de emprego contra
dispensa imotivada, que vem contra o descrito na Constituição Federal.
FONTE: O AUTOR
A Constituição Federal
Art. 5º. "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade."
Quando a lei menciona "todos", ela também abrange o trabalhador, deste modo,
todo empregado tem direito à vida. Logo, o poder judiciário trabalhista produz as leis
para proteger o trabalhador com o objetivo de assegurar este direito descrito na
Constituição Federal. A Constituição no artigo 6º declara os direitos sociais e inclui
entre eles a saúde e a segurança.
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O artigo 7º é o artigo que trata das normas que estabelecem diretamente direitos
e garantias aos trabalhadores. Vejamos:
Art 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
[...]
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene
e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas
na forma da lei;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de dezoito
e de qualquer trabalho aos menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz,
a partir de quatorze anos.
A CLT é um livro que contém um conjunto de leis trabalhistas que podem ser
alteradas, diferentemente, do que ocorre com a CF, a qual precisa de uma emenda
constitucional para ser mudada.
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A aprovação da CLT se deu pelo decreto-lei nº. 5452, de 1º de maio de 1943. O
objetivo era juntar todas as legislações trabalhistas em um só código. A CLT
regulamenta a relação de emprego. Nela, são definidas as funções de empregado e
empregador.
Empregado é definido da seguinte forma no artigo 3º: " toda pessoa física que prestar
serviços de natureza não eventual ao empregador, sob a dependência deste e mediante
salário."
Cabe lembrar que mesmo que se preze pela conscientização, a legislação garante
ao empregador maneiras de realizar ações disciplinares em quatro etapas: advertência
oral, advertência escrita, suspensão sem pagamento e dispensa por justa causa.
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2.2 – Ministério do Trabalho e Emprego: Normas Regulamentadoras e
Portarias.
Normas Regulamentadoras
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NR9: determina os requisitos para elaboração do Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (PPRA).
NR 16: nesta norma estão descritas as atividades que podem gerar adicional de
periculosidade (30%).
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NR 23: fala sobre proteção contra incêndio.
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NR 35: trata de regras quanto ao trabalho em altura.
Observação:
Para consultar as Normas Regulamentadoras na íntegra, acesse o site:
http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm
Vale lembrar que a Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente
de trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao Instituto
Nacional de Seguridade Social (INSS) , sob pena de multa em caso de omissão.
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sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada na forma do artigo
109 do Decreto nº 2.173/97."
Vejamos o que diz o decreto 4.032, de 2001, nos parágrafos 2º. e 6º:
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§ 2º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita
mediante formulário denominado perfil profissiográfico previdenciário, na forma
estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social, emitido pela empresa ou seu
preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por
médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.
A aposentadoria especial
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Prevenção) foi aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) pela
resolução MPS/CNPS 1.308 de 2009.
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determinado produto, sistema ou serviço certificado. Na verdade, o órgão verifica se ele
atende aos requisitos mínimos em determinado momento.
A OHSAS 18001 (Occupational Health & Safety Advisory Services) cuida dos
sistemas de gestão de segurança e não da segurança de fato. Como as demais, ela
certifica quanto à conformidade dos requisitos pré-estabelecidos. Assim foi criada a
NBR 18801, publicada em 2010 e intitulada: Sistema de Gestão da Segurança e da
Saúde no Trabalho.
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2.5 – Estudo de caso de fixação de conteúdo da Unidade 2
João saiu do trabalho apressado para ir buscar a filha na escola, levá-la em casa
e depois ir trabalhar na empresa em que possui o segundo vínculo empregatício
registrado na carteira. No caminho João resolve fazer um lanche rápido em um
restaurante que lhe indicaram, desviando a rota habitual. Ele paga a conta e com seu
veículo, uma moto, se dirige para a empresa. No caminho, João se envolve em um
acidente e sofre fratura do membro inferior direito (tíbia) e precisa de socorro médico,
ficando afastado do trabalho. Para este caso, conforme a lei, João não tem o amparo
legal pois houve descaracterização do percurso habitual. A empresa não é obrigada a
emitir comunicação de acidente de trabalho (CAT) e a perícia não considerará como
equiparado a acidente de trajeto. João irá receber os dias parados normalmente pela
empresa quando apresentar o atestado médico, mas conforme a legislação trabalhista
poderá ser demitido 45 dias após o seu retorno ao trabalho.
Se este caso fosse considerado acidente de trajeto, João seria amparado
legalmente pela previdência social. Receberia por 15 dias pela empresa do segundo
vínculo empregatício e após pela previdência social. Quando retornasse ao trabalho, ele
teria a estabilidade no emprego por um ano.
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Espaço para a sua sugestão.
Comente sobre a situação financeira apresentada neste período, supondo que o
salário de João era de R$ 1.000,00 reais nesta empresa e que o valor do auxílio
doença, após os 15 dias de afastamento é de 91% do valor do salário do
benefício, João receberia a mais se fosse afastado como acidente de trajeto?
Qual a desvantagem para João ao retornar ao trabalho?
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Conclusão do Módulo I
Para passar para o próximo módulo, você deverá realizar a avaliação referente ao
primeiro. Essa avaliação encontra-se em sua sala de aula virtual. Fique tranquilo(a) e só
faça a avaliação quando se sentir preparado!
Até breve!
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