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Abril - 2018
ÍNDICE
1.0 Investigação Geotécnica e Fundações Superficiais ................................................................. 1
1.2 Investigações geológicas e geotécnicas aplicadas a fundações .............................................. 1
1.3 Sondagem a Percussão (SPT) .................................................................................................. 2
1.4 Sondagem a percussão com medida de torque ...................................................................... 5
1.5 Programação das sondagens................................................................................................... 6
1.6 Sondagem a Trado (ST) ........................................................................................................... 8
1.7 Sondagem Rotativa (SR) .......................................................................................................... 9
1.8 Sondagens Mistas.................................................................................................................... 9
1.9 TRINCHEIRAS (TR) .................................................................................................................. 10
1.10 POÇO DE INSPEÇÃO (PI) ...................................................................................................... 11
1.11 Investigações complementares........................................................................................... 11
1.11.1 Ensaio de cone – CPT/CPTU ............................................................................................. 12
1.11.2 Ensaio pressiométrico - PMT............................................................................................ 13
1.11.3 Ensaio dilatométrico - DMT.............................................................................................. 14
1.11.4 Ensaio de palheta (vane test) ........................................................................................... 15
1.11.5 Ensaio de placa ................................................................................................................. 15
1.11.6 Ensaio de permeabilidade ................................................................................................ 16
1.12 Ensaios de laboratório......................................................................................................... 17
1.12.1 Ensaio de caracterização: ................................................................................................. 17
1.12.2 Ensaio de cisalhamento direto ......................................................................................... 18
1.12.3 Ensaio triaxial ................................................................................................................... 18
1.12.4 Ensaio de adensamento ................................................................................................... 19
2.0 AS FUNDAÇÕES (RASAS E PROFUNDAS)................................................................................ 19
2.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 19
2.2 TIPOS DE FUNDAÇÕES ........................................................................................................... 20
2.3 Fundação superficial (rasa ou direta) .................................................................................... 21
2.3.1. BLOCOS DE FUNDAÇÕES ................................................................................................... 21
2.3.2 SAPATAS ........................................................................................................................ 22
2.3.3 SAPATA CORRIDA........................................................................................................ 22
2.3.4 SAPATA ASSOCIADA ................................................................................................... 22
2.3.5 RADIER ............................................................................................................................ 22
3.0 CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS ................................. 22
3.1 MECÂNISMO DE RUPTURA DO SOLO DE ACORDO COM SUA
CARACTERISTICA .................................................................................................................. 23
3.1 PROVA DE CARGA SOBRE PLACAS – ENSAIO DE PLACA .................................. 24
3.2 MÉTODOS TEÓRICOS – FORMULAÇÃO CLÁSSICA DE TERZAGHI (1943) ...... 26
3.3.4. VERIFICAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA EM TERRENOS
ESTRATIFICADOS .................................................................................................................. 30
3.3.5. INFLUÊNCIA DA POSIÇÃO DO LENÇOL FREÁTICO NO CÁLCULO DA
CAPACIDADE DE CARGA ..................................................................................................... 32
3.3. MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS ...................................................................................... 33
4.0 SAPATAS ............................................................................................................................ 34
4.1 CLASSIFICAÇÃO DAS SAPATAS ................................................................................. 34
4.1.1 Quanto à rigidez ............................................................................................................. 34
4.1.2 Quanto à posição ........................................................................................................... 35
4.2 CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DAS SAPATAS ............................................ 38
4.2.1 Determinação das dimensões em planta ................................................................... 38
4.2.2 Sapatas Isoladas ............................................................................................................ 38
4.2.3 Sapatas Associadas....................................................................................................... 40
4.2.4 Sapatas de Divisa........................................................................................................... 43
4.3 DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS............................ 45
5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 48
1.0 Investigação Geotécnica e Fundações Superficiais
1.1 Introdução
Investigações geotécnicas aplicadas ao projeto de fundações na construção de
obras civis, bem como os estudos do meio ambiente que não envolvem,
necessariamente, construções de obras, devem ser precedidos de estudos para
a caracterização geológico-geotécnica da área de interesse que indicarão:
distribuição dos diversos materiais que compõem o local.
1
1.3 Sondagem a Percussão (SPT)
Sondagem SPT também conhecido como sondagem à percussão ou sondagem
de simples reconhecimento, é um processo de exploração e reconhecimento do
subsolo, largamente utilizado na engenharia civil para se obter subsídios que
irão definir o tipo e o dimensionamento das fundações que servirão de base para
uma edificação. A sigla SPT tem origem no inglês (Standard Penetration Test) e
significa ensaio de penetração padrão.
As principais informações obtidas com esse tipo de ensaio são:
A identificação das diferentes camadas de solo que compõem o subsolo;
Com o valor do SPT obtido em cada metro, os solos são classificados quanto a
compacidade dos solos grossos ou consistência dos solos finos, conforme
mostrado na Tabela abaixo extraído da NBR 6484:2001.
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Tabela 1.1 – Classificação dos solos (extraído da NBR 6484:2001)
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Figura 1.2 – Ilustração de equipamento de sondagem a percussão.
4
Número do furo de sondagem;
Cota da boca do furo;
Data de Início e término da sondagem;
Posição das amostras colhidas e das não recuperadas;
Profundidade das diversas transições entre camadas e do fim do furo;
Os índices de resistência à penetração (SPT);
Identificação classificação e a convenção gráfica das amostras segundo
a NBR 6502/60, mostrada na Figura 13.
Interpretação do SPTT:
A partir do conhecimento das propriedades e parâmetros geotécnicos, dos solos
da bacia sedimentar terciária do estado de S. Paulo, os autores admitiram que,
a relação T/N é aproximadamente 1,2. A partir daí Décourt (1996) propôs que se
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definisse a equivalência entre o SPT e o SPT-T, como sendo o valor do torque T
(Kgf x m) dividido por 1,2, tendo por base o conceito de N equivalente (Neq.)
Entretanto, deve-se frisar que, a sua utilização deverá ser feita com muita
cautela. As comprovações existentes estão muito longe de se constituir numa
prova definitiva de ampla aplicabilidade, a partir da premissa estabelecida, para
os solos da BST SP (Bacia Sedimentar Terciária de S. Paulo).
Outra forma de interpretar e de utilizar os valores do torque, seria, através de
correlações diretas "entre o atrito unitário de estacas e o atrito unitário
amostrador-solo", Alonso, U.R . "Correlações entre o atrito lateral medido com o
torque e o SPT", dezembro 1994, segundo Fundações - Teoria e Prática - ABNT
/ ABEF, 2ª edição.
Em relação a quantidade:
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Em relação a localização:
Os furos de sondagens deverão ser distribuídos em planta, de maneira a cobrir
toda a área em estudo. A figura abaixo apresenta alguns exemplos de locação
de sondagens em terreno urbanos. A NBR 8036/1983 não prescreve, porém, a
distância entre os furos de sondagem deve ser de 15 a 25 m, para se evitar que
os furos fiquem numa mesma reta e de preferência próximos aos limites da área
de estudo.
Em relação a profundidade:
Segundo a NBR 8036/1983 a profundidade a ser explorada pelas sondagens de
simples reconhecimento, para efeito do projeto geotécnico, é função do tipo de
edifício, das características particulares de sua estrutura, de suas dimensões em
planta, da forma da área carregada e das condições geotécnicas e topográficas
locais.
As sondagens devem ser levadas até a profundidade onde o solo não seja mais
significativamente solicitado pelas cargas estruturais, fixando-se como critério
aquela profundidade onde o acréscimo de pressão no solo, devida as cargas
estruturais aplicadas, for menor do que 10% da pressão geostática efetiva.
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1.6 Sondagem a Trado (ST)
Nesse método simples, rápido e econômico a perfuração utiliza como
instrumento o trado, um tipo de amostrador de solo constituído por lâminas
cortantes, que podem ser compostas por duas peças, de forma convexa (trado
concha) ou única, de forma helicoidal. A sondagem deve ser iniciada com o trado
concha e seu avanço feito até:
Atingir a profundidade especificada na programação dos serviços;
Ocorrerem desmoronamentos sucessivos da parte do furo;
O avanço do trado for inferior a 5 cm em 10 min. de operação contínua de
perfuração;
8
1.7 Sondagem Rotativa (SR)
Emprega equipamentos e processos que se mostram capazes de perfurar
materiais impenetráveis para as sondagens à percussão, tais como rochas,
pedras (matacões) ou outros obstáculos encontrados no subsolo, inclusive
concreto. É um método de investigação que consiste no uso de um conjunto
moto mecanizado projetado para a obtenção de amostras de materiais rochosos,
contínuas e com formato cilíndrico, através de ação perfurante dada
basicamente por forças de penetração e rotação que, conjugadas, atuam com
poder cortante. A amostra de rocha obtida é chamada de testemunho, e pode
ser de diversos diâmetros, a ser definido em função da utilização (tipo da obra).
A obtenção de amostras de testemunhos de sondagens rotativas visa não
apenas a identificação da litologia e estruturas geológicas, mas também a
identificação das características geotécnicas dos materiais e das
descontinuidades.
As principais vantagens deste tipo de sondagem são:
Permite perfurações com ângulo de inclinação;
Pode atingir grandes profundidades;
Permite execução de Ensaios de Perda d’Água (EPA) no maciço rochoso;
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natureza das camadas, até ser atingido o limite da sondagem necessário à
investigação em questão. Sua execução é recomendável em terrenos com a
presença de blocos de rocha e matacões, entremeados às camadas de solo.
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1.10 POÇO DE INSPEÇÃO (PI)
Poço de inspeção é a escavação manual de grande diâmetro, geralmente de
rasa profundidade. Seu principal objetivo é a análise das paredes da escavação
em estado natural. Permite também a coleta de amostras com finalidade de
ensaios laboratoriais.
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1.11.1 Ensaio de cone – CPT/CPTU
Os ensaios CPT (cone penetration test) e CPTU (piezocone com medição da
pressão intersticial) são considerados internacionalmente como uma das mais
importantes ferramentas de prospecção geotécnica.
Deve ser executado conforme a ABNT NBR 12069. Este ensaio consiste na
cravação continua de uma ponteira composta de cone e luva de atrito. É usado
para a determinação da estratigrafia e pode dar indicação da classificação do
solo. Propriedades dos materiais ensaiados podem ser obtidas por correlações,
sobretudo em depósitos de argilas moles e areias sedimentares.
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O ensaio é automatizado e rápido, pois possibilita uma análise instantânea,
através de um gráfico de resistência do solo pela profundidade, que é impresso
simultaneamente a sua realização.
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Três importantes propriedades do solo podem ser obtidas em ensaios
pressiométricos: a rigidez (módulo cisalhante), a resistência ao cisalhamento e
tensão horizontal in situ. Todavia, outros parâmetros do solo como ângulo de
atrito, dilatância e compressibilidade, além de parâmetros de projeto como
pressão limite, podem ser igualmente derivados de tais investigações in situ
(Clarke, 1997).
Figura 1.16 – Fotos da unidade de controle (esquerda) e da lâmina penetrando no solo (direita)
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Ensaio dilatométrico permite obter parâmetros geotécnicos por correlação
coeficiente de empuxo no repouso (k0) resistência não drenada (Su), razão de
pré-adensamento (OCR).
No Brasil, o ensaio é normatizado pela NBR 10905 (ABNT, 1989). Mais detalhes
sobre as características do ensaio e do equipamento podem ser encontrados em
Lima (1979) e Schnaid e Odebrecht (2012).
15
Figura 1.19 – Ilustração de equipamento de ensaio de placa.
16
O coeficiente de permeabilidade, k, de um solo poderá ser determinado através
de ensaios de laboratório sobre amostras indeformadas
ou no local da obra. Os ensaios de laboratório são mais
simples e menos onerosos, porém nem sempre
apresentam valores representativos da permeabilidade
in situ, em face das dificuldades de se obter amostras
indeformadas de boa qualidade, das pequenas
dimensões do corpo de prova e, às vezes, da não
representatividade das condições do solo.
Assim, sempre que o custo total da obra justifique, deve
ser obtido o coeficiente de permeabilidade através de
ensaios in situ. Há uma variedade muito grande de
ensaios de campo, e que consideram como variáveis,
desde a forma do furo de ensaio até o tipo de fluxo que
se estabelece no local. A bibliografia existente é
extensa, podendo-se encontrar descrições detalhadas,
tanto do ponto de vista teórico quanto prático, em
(Cedergren,1977; Glover,1973; Harr,1966;
Hvorslev,1951, Et. al)
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c) Limite de liquidez (LL), para solos argilosos, conforme a ABNT NBR 6459;
d) Limite de plasticidade (LP), para solos argilosos, conforme a ABNT NBR
7180;
e) Peso especifico real dos grãos, conforme ABNT NBR 6508.
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1.12.4 Ensaio de adensamento
Este ensaio determina as características de compressibilidade dos solos sob a
condição de confinamento lateral, conforme ABNT NBR 12007.
2.1 INTRODUÇÃO
As fundações de qualquer edificação representam a interação entre o solo do
local e a estrutura. Elas recebem as cargas da edificação e transmite para o solo.
Existem as fundações superficiais (rasas ou diretas) que transmitem a carga
única e exclusivamente pela sua base e devem ser assentadas a uma
profundidade que não ultrapasse duas vezes a sua menor dimensão da base,
não superando os três metros. Há também as profundas, que além de transmitir
a carga pela base, (ou ponta) transmite também pelo fuste, por meio de atrito
lateral. Cada tipo de fundação demanda uma compreensão analítica específica.
A solução para um mesmo projeto pode adquirir inúmeras formas e tipos de
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fundação de acordo com o entendimento de cada profissional, sempre buscando
harmonizar a viabilidade técnica com a econômica.
20
2.3 Fundação superficial (rasa ou direta)
Joppert Jr. (2007), entende que a fundação rasa, desde que seja tecnicamente
viável, é uma opção interessante, tendo em vista que não é necessária a
utilização de equipamentos e mão de obra especializada, o que torna atraente
no que se refere ao aspecto econômico.
Figura 2.1 – Principais tipos de fundações rasas – Fonte: Veloso e Lopes (2010, p. 12)
21
mesmo poligonal. Usualmente são fabricados com concreto simples ou ciclópico
e com grande altura para lhes conferir sua rigidez.
2.3.2 SAPATAS
Elemento de fundação superficial de concreto armado, dimensionado de modo
que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas por armadura
especialmente disposta para este fim (por isso as sapatas têm menor altura que
os blocos). Pode ter altura constante ou variável e sua base em planta é
normalmente quadrada, retangular, trapezoidal ou circular.
2.3.5 RADIER
O Radier é um tipo de elemento de fundação superficial, é uma placa de concreto
que recebe todos os pilares da obra ou carregamento distribuído e as transmite
uniformemente ao solo.
Segundo a NBR 6122/2010, a capacidade de carga dos solos pode ser calculada
por vários métodos, destacando-se:
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Métodos teóricos, como as formulações clássicas desenvolvidas por
Terzaghi (1943), Meyehof (1963), Vésic (1974), etc., que são baseadas
principalmente nas propriedades de resistência ao cisalhamento e
compressibilidade dos solos;
Métodos semi-empíricos: são métodos que relacionam resultados de
ensaios (tais como SPT, CPT, etc) com tensões admissíveis.
Posteriormente, Velloso e Lopes (1975 apud Vesic, 2010) citam uma nova
classificação dos mecanismos de ruptura do solo, definidas por Vesic. Estas
foram então classificadas em ruptura geral (ou generalizada), ruptura por
puncionamento, e ruptura localizada.
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b. Ruptura localizada: característica em solos de média compacidade ou
consistência, sem apresentar um mecanismo típico de ruptura, sendo este, um
caso intermediário dos outros dois modos já citados. Figura 2.2b;
Figura 2.2 - Tipos de ruptura: (a) generalizada, (b) localizada, (c) por puncionamento e (d)
condições em que ocorrem, em areias (Vesic, 1963)
24
Figura 2.3 – Ensaio de placa (Alonso, 1983)
r
adm
2
26
• Região I: cunha imediatamente abaixo do elemento de fundação, onde a
superfície de ruptura apresenta um trecho reto;
• Região II: caracterizada pela superfície potencial de ruptura apresentar a
forma de uma espiral logarítmica, e estar submetida a um estado de
tensões passivas de Rankine;
• Região III: caracterizada pela superfície potencial de ruptura apresentar
um trecho reto, e pela cunha formada também estar submetida a um
estado de tensões passivas de Rankine.
Figura 2.5 – Superfície potencial de ruptura para o maciço de solo submetido à ação de uma
fundação superficial
Figura 2.6 – Comportamento de uma sapata sob carga vertical (Kézdi, 1970)
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De acordo com o modelo proposto por Terzaghi, e esquematicamente mostrado
na Figura 3.8, a ruptura do solo, quando submetido a uma tensão igual a σr,
ocorrerá inicialmente na forma de puncionamento, que se caracterizará pelo
deslocamento vertical da cunha formada na região I abaixo do elemento de
fundação. Este puncionamento originará empuxos laterais de terra sobre a
região II, que os transmitirá à região III, fazendo com que toda a resistência ao
cisalhamento do solo ao longo da superfície de ruptura que delimita as regiões
II e III seja mobilizada.
Onde:
Nc, Nγ, Nq: fatores de carga obtidos em função do ângulo de atrito do solo na
Figura 3.9;
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Para os solos de ruptura local os fatores de capacidade de carga a serem
utilizados na determinação da capacidade de carga das fundações diretas pela
formulação clássica de Terzaghi devem ser obtidos na Figura 3.9 nas curvas
para Nc’, Nq’ e Nγ’.
Onde:
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3.3.4. VERIFICAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA EM TERRENOS
ESTRATIFICADOS
As formulações apresentadas anteriormente para o cálculo da capacidade de
carga de fundações superficiais foram desenvolvidas considerando o maciço de
solo como homogêneo. Na prática da engenharia de fundações comumente nos
deparamos com situações diferentes desta, ou seja, com maciços de solo
estratificados.
30
Onde:
Figura 2.8 – Propagações de tensões segundo uma inclinação 2:1 (Perloff e Baron, 1976
apud Cintra et al., 2003)
31
Segundo Cintra et al. (2003), em termos de capacidade de carga de sapatas
isoladas esta verificação só é necessária somente quando o bulbo de tensões
atinge a segunda camada. Segundo Simons e Menzies (1981) apud Cintra et al.
(2003), cálculos mais precisos utilizando os conceitos existentes na Teoria da
Elasticidade aplicada à Mecânica dos Solos indicam os seguintes valores para a
profundidade do bulbo de tensões, em função da forma do elemento de fundação
superficial:
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• Cálculo da tensão efetiva (q) na cota de assentamento da fundação,
considerando a altura do nível d’água nesta cota e os parâmetros do solo
no estado seco e saturado:
Onde:
Dentre as várias correlações uma das mais usadas para obter a capacidade de
carga de fundação direta por sapatas:
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4.0 SAPATAS
Onde:
a é a dimensão da sapata na direção analisada;
h é a altura da sapata;
ap é a dimensão do pilar na direção em questão.
Sapatas flexíveis:
São de uso mais raro, sendo mais utilizadas em fundações sujeitas a pequenas
cargas. Outro fator que determina a escolha por sapatas flexíveis é a resistência
do solo. ANDRADE (1989) sugere a utilização de sapatas flexíveis para solos
com pressão admissível abaixo de 150kN/m2 (0,15MPa).
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são dimensionadas ao momento fletor e à força cortante, da mesma forma vista
para as lajes maciças.
Sapatas rígidas:
Sapatas isoladas
Transmitem ações de um único pilar centrado, com seção não alongada. É o tipo
de sapata mais frequentemente utilizado. Tais sapatas podem apresentar bases
quadradas, retangulares ou circulares, com a altura constante ou variando
linearmente entre as faces do pilar à extremidade da base
35
Figura 4.2 – Fundação em sapata isolada
Sapatas corridas:
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ou dos bulbos de pressões. Neste caso, convém empregar uma única sapata
para receber as ações de dois ou mais pilares.
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fletores produzidos pela excentricidade da carga do pilar em relação ao centro
dessa sapata.
38
ii) Deve-se fazer uma estimativa da área da base, supondo a sapata submetida
à carga centrada (sem momentos):
Onde:
Isolando a dimensão b:
39
Calculando a área A:
Podem existir situações em que não seja possível aplicar o critério dos balanços
iguais, como por exemplo quando as dimensões obtidas a e b gerarem
interferência com as fundações vizinhas. O que importa é escolher dimensões a
e b da sapata de modo a respeitar a tensão admissível do solo.
40
Onde:
A área da sapata pode ser estimada supondo momentos dos pilares nulos:
Onde o fator 1,1 leva em conta o peso próprio da sapata e da viga de rigidez.
Em relação as dimensões em planta a e b, torna-se mais difícil a fixação de um
critério econômico. Uma opção seria tentar obter três balanços iguais, conforme
a figura 4.7, deixando o quarto balanço menor que os outros três. Outra opção
seria calcular as larguras que se obteriam com o critério econômico
considerando uma sapata isolada para cada pilar. Em seguida, adotar como
largura da sapata associada um valor compreendido entre as larguras das
sapatas isoladas “fictícias”.
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Como em geral os pilares transferem momentos fletores para as sapatas, as
dimensões encontradas para a e b devem ser aumentadas, a fim de levar em
conta o acréscimo de tensões produzidas pelos momentos dos pilares.
42
4.2.4 Sapatas de Divisa
Nas sapatas de divisa, o centro de gravidade do pilar não coincide com o centro
de gravidade da sapata, ou seja, a sapata de divisa é excêntrica em relação ao
pilar (figura 3.4).
Onde:
N1 é a força normal do pilar P1;
M1 e M2 são os momentos fletores dos pilares P1 e P2 junto à sapata;
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e é a excentricidade entre o centróide da base da sapata e o centróide do pilar
P1;
S é a distância entre os eixos dos pilares.
Nas sapatas de divisa, usualmente se escolhe uma relação a/b em torno de 1,5
à 2,5. Escolhida a relação entre as dimensões em planta da sapata, obtém-se a
e b a partir da expressão da área A e da reação vertical R1. Em geral, o problema
resulta em encontrar a raiz de um polinômio de 3° grau (em a ou em b) –
procedimento bastante simples atualmente com as facilidades das calculadoras
ou planilhas eletrônicas em computador. Outra opção para a resolução do
problema é empregar um processo iterativo, atribuindo-se um valor inicial para
R1. Um “bom chute” inicial sugerido no meio técnico é fazer a reação vertical R1
igual a:
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R1'
A' 1,1
adm
3) Escolher as dimensões da sapata da divisa
a
2 A1' a.b A1' 2b 2
b1'
A1'
b1'
2
4) Calculo da excentricidade e:
5) Calculo do R1”:
N1.S
R1"
S e
45
quando for o caso, ser utilizados modelos de flexão. Na presente apostila,
adotou-se o método das bielas, entretanto outros métodos clássicos também
poderiam ser adotados como o momento na face do pilar ou o critério da ACI
(American Concrete Institute).
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Onde:
dmin = altura útil da sapata;
d’ = distância da base da sapata ao centro de gravidade da armadura (Adota-se
5cm)
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Recomendações para armação das sapatas:
As armaduras devem ser uniformemente distribuídas ao longo das
dimensões (L, B) da sapata;
10cm ≤ espaçamento ≤ 20cm;
Edificações de baixo porte:
• Barra Ø6,3mm com 15cm de espaçamento
Edificações de grande porte:
• Barra maior ou igual Ø10mm com espaçamento de 15cm
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