Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
3 — Para os efeitos da alínea f) do número anterior, os o) «Importador», a pessoa singular ou coletiva, estabe-
veículos a utilizar numa atmosfera potencialmente explo- lecida na UE, que coloca no mercado da UE aparelhos e
siva não se encontram excluídos do âmbito de aplicação ou sistemas de proteção, e respetivos componentes, pro-
do presente decreto-lei. venientes de um país terceiro;
p) «Legislação de harmonização da UE», a legislação
Artigo 3.º da UE destinada a harmonizar as condições de comercia-
Definições lização dos produtos;
q) «Mandatário», a pessoa singular ou coletiva, estabe-
Para os efeitos do presente decreto-lei, entende-se por: lecida na UE, mandatada por escrito pelo fabricante para
a) «Acreditação», acreditação conforme definida no praticar determinados atos em seu nome;
n.º 10 do artigo 2.º do Regulamento (CE) n.º 765/2008, r) «Marcação CE», a marcação através da qual o fabri-
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 9 de julho de cante indica que o produto cumpre com todos os requisitos
2008; aplicáveis previstos na legislação de harmonização da UE
b) «Aparelho», as máquinas, materiais, dispositivos que prevê a sua aposição;
fixos ou móveis, órgãos de comando e instrumentos, siste- s) «Norma harmonizada», uma norma harmonizada na
mas de deteção e prevenção que, isolados ou combinados, aceção da alínea c) do n.º 1 do artigo 2.º do Regulamento
se destinam à produção, transporte, armazenamento, medi- (UE) n.º 1025/2012, do Parlamento Europeu e do Conse-
ção, regulação, conversão de energia e ou transformação de lho, de 25 de outubro de 2012;
materiais e que, pelas fontes potenciais de inflamação que t) «Operadores económicos», o fabricante, o mandatário,
lhes são próprias, possam provocar uma explosão; o importador e o distribuidor;
c) «Atmosfera explosiva», uma mistura com o ar, em u) «Organismo de avaliação da conformidade», o or-
condições atmosféricas, de substâncias inflamáveis sob ganismo que efetua atividades de avaliação da conformi-
a forma de gases, vapores, névoas ou poeiras, na qual, dade, nomeadamente, calibração, ensaio, certificação e
após ignição, a combustão se propague a toda a mistura inspeção;
não queimada; v) «Organismo nacional de acreditação», o organismo
d) «Atmosfera potencialmente explosiva», uma atmos- nacional de acreditação na aceção do n.º 11 do artigo 2.º do
fera suscetível de se tornar explosiva em consequência de Regulamento (CE) n.º 765/2008, do Parlamento Europeu
condições locais e operacionais; e do Conselho, de 9 de julho de 2008;
e) «Avaliação da conformidade», o processo de verifi- w) «Recolha», a medida destinada a obter o retorno
cação através do qual se demonstra se estão cumpridos os de um produto quando já tenha sido disponibilizado ao
requisitos essenciais de saúde e de segurança previstos no utilizador final;
presente decreto-lei relativos a um dado produto; x) «Retirada», a medida destinada a impedir a disponi-
f) «Categoria de aparelhos», a classificação dos apare- bilização no mercado de um produto presente no circuito
lhos que, dentro de cada um dos grupos especificados no comercial;
anexo I ao presente decreto-lei, do qual faz parte integrante, y) «Sistemas de proteção», os dispositivos que não os
determina o necessário nível de proteção que deve ser componentes dos aparelhos, cuja função consiste em fazer
assegurado; parar imediatamente as explosões incipientes e ou limitar
g) «Colocação no mercado», a primeira disponibiliza- a zona afetada por uma explosão e que sejam disponibi-
ção de um produto no mercado da União Europeia (UE); lizados no mercado separadamente como sistemas com
h) «Componentes», as peças que, embora essenciais funções autónomas;
ao funcionamento seguro dos aparelhos e dos sistemas de z) «Utilização prevista», a utilização de um produto
proteção, não têm funções autónomas;
tal como é preceituada pelo fabricante ao atribuir esse
i) «Disponibilização no mercado», a oferta de um pro-
duto para distribuição, consumo ou utilização no mercado equipamento a um grupo e categoria de aparelhos, ou ao
da UE no âmbito de uma atividade comercial, exercida a disponibilizar todas as indicações imprescindíveis para
título oneroso ou gratuito; garantir o funcionamento seguro dos sistemas de proteção,
j) «Distribuidor», a pessoa, singular ou coletiva, interve- aparelhos ou componentes.
niente no circuito comercial que, para além do fabricante
ou do importador, disponibiliza um produto no mercado; Artigo 4.º
k) «Especificação técnica», documento que define os Disponibilização no mercado e colocação em serviço
requisitos técnicos que um produto deve cumprir;
l) «Fabricante», a pessoa, singular ou coletiva, que fa- 1 — Os produtos só podem ser disponibilizados no
brica um produto ou o faz projetar ou fabricar e o comer- mercado e colocados em serviço quando convenientemente
cializa em seu nome, ou sob a sua marca, ou o utilize para instalados, conservados e utilizados de acordo com o fim
fins próprios; a que se destinam e sejam conformes com o disposto no
m) «Grupo de aparelhos I», os aparelhos destinados a presente decreto-lei.
trabalhos subterrâneos em minas e às respetivas instalações 2 — Os produtos não conformes com o presente decreto-
de superfície suscetíveis de serem postas em perigo pelo -lei podem ser apresentados em feiras, exposições e de-
grisu e ou por poeiras combustíveis, incluindo as categorias monstrações, desde que um letreiro visível indique clara-
de aparelhos M1 e M2 constantes do anexo I ao presente mente que esses produtos não cumprem os requisitos nele
decreto-lei; estabelecidos e que não são disponibilizados no mercado
n) «Grupo de aparelhos II», os aparelhos a utilizar noutros nem colocados em serviço antes de estarem em conformi-
locais suscetíveis de serem postos em perigo por atmosferas dade, devendo, durante as demonstrações, serem tomadas
explosivas, incluindo as categorias de aparelhos 1, 2 e 3 as medidas de segurança adequadas a fim de garantir a
constantes do anexo I ao presente decreto-lei; proteção das pessoas.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2055)
caso, a declaração de conformidade escrita, e a documen- siderem ou tenham motivos para crer que determinado
tação técnica, pelo prazo de 10 anos contados da data de produto que colocaram no mercado não é conforme com
colocação do produto no mercado nacional; o presente decreto-lei;
b) Facultar, em língua facilmente compreensível pela l) Se o produto apresentar um risco, informar imedia-
autoridade de fiscalização do mercado, mediante pedido tamente as autoridades de fiscalização do mercado dos
fundamentado desta autoridade, toda a informação e do- Estados-Membros em cujo mercado disponibilizaram o
cumentação necessárias para demonstrar a conformidade produto, fornecendo-lhes as informações relevantes, es-
do produto, em papel ou, preferencialmente, em suporte pecialmente no que se refere à não conformidade e às
eletrónico; medidas corretivas aplicadas;
c) Cooperar com a autoridade de fiscalização do mer- m) Conservar a declaração UE de conformidade, ou, se
cado em qualquer ação de eliminação de riscos decorrentes for o caso, da declaração de conformidade escrita, durante
de produtos abrangidos pelo seu mandato. 10 anos contados a partir da data de colocação do produto
no mercado, facultando-as, sempre que solicitado, à auto-
Artigo 9.º ridade nacional de fiscalização do mercado;
n) Facultar, em língua facilmente compreensível pela
Deveres dos importadores
autoridade de fiscalização do mercado, mediante pedido
1 — Os importadores só podem colocar no mercado fundamentado desta autoridade, toda a informação e docu-
produtos conformes com o disposto no presente decreto-lei. mentação necessárias, em papel ou, preferencialmente, em
2 — Quando colocam um produto no mercado, os im- suporte eletrónico, de modo a demonstrar a conformidade
portadores devem: do produto com o presente decreto-lei;
o) Cooperar, sempre que solicitado, com a autoridade de
a) Assegurar que o fabricante aplicou o procedimento fiscalização do mercado, em todas as ações de eliminação
de avaliação da conformidade adequado previsto no ar- dos riscos decorrentes de produtos que tenham colocado
tigo 14.º; no mercado.
b) Assegurar que o fabricante elaborou a documentação
técnica; Artigo 10.º
c) Garantir que o produto ostenta a marcação CE, sem- Deveres dos distribuidores
pre que aplicável, e está acompanhado da declaração UE
de conformidade ou da declaração de conformidade escrita, 1 — Sempre que disponibilizam um produto no mer-
e dos documentos requeridos, nos termos conjugados dos cado, os distribuidores devem respeitar os requisitos cons-
artigos 16.º e 17.º; tantes do presente decreto-lei.
d) Assegurar que o fabricante cumpriu o disposto nas 2 — Quando disponibilizam um produto no mercado,
alíneas j) a l) do artigo 7.º; os distribuidores devem:
e) Abster-se de colocar o produto no mercado até que a) Verificar se o produto ostenta a marcação CE;
seja reposta a conformidade, sempre que considere ou b) Verificar se o produto está acompanhado da declara-
tenha motivos para crer que o mesmo não está conforme ção UE de conformidade, ou da declaração de conformi-
com os requisitos essenciais de saúde e segurança previstos dade escrita, dos documentos exigidos e das instruções e
no anexo II ao presente decreto-lei; informações respeitantes à segurança, nos termos conju-
f) Informar imediatamente o fabricante e a autoridade de gados dos artigos 16.º e 17.º, em língua portuguesa;
fiscalização do mercado se o produto apresentar um risco; c) Verificar se o fabricante e o importador respeitaram
g) Indicar no produto, em língua facilmente compreensí- os requisitos previstos, respetivamente, nas alíneas j) a l)
vel pelos utilizadores finais e pela autoridade de fiscaliza- do artigo 7.º e na alínea g) do artigo anterior;
ção do mercado, o seu nome, o nome comercial registado d) Abster-se de colocar o produto no mercado até que
ou a marca registada e um único endereço postal de con- seja reposta a conformidade, sempre que considere ou
tacto, ou, se tal não for possível, na respetiva embalagem tenha motivos para crer que o mesmo não está conforme
ou no documento que acompanhe o produto; com os requisitos essenciais de saúde e segurança previstos
h) Assegurar que o produto é acompanhado das instru- no anexo II ao presente decreto-lei;
ções, informações de segurança e rotulagem em língua e) Informar imediatamente o fabricante e a autoridade de
portuguesa e redigidas em linguagem clara, compreensível fiscalização do mercado se o produto apresentar um risco;
e inteligível; f) Assegurar, enquanto um produto estiver sob a sua
i) Assegurar, enquanto um produto estiver sob a sua responsabilidade, que as condições de armazenamento
responsabilidade, que as condições de armazenamento e transporte não prejudicam a sua conformidade com os
e transporte não prejudicam a sua conformidade com os requisitos essenciais de segurança previstos no anexo II ao
requisitos essenciais de segurança previstos no anexo II ao presente decreto-lei;
presente decreto-lei; g) Tomar imediatamente as medidas corretivas neces-
j) Realizar, sempre que considerado apropriado em fun- sárias para assegurar a conformidade de um produto, para
ção do risco que um produto apresente, a fim de proteger o retirar ou para o recolher se adequado, sempre que con-
a saúde e a segurança dos utilizadores finais, ensaios por siderem ou tenham motivos para crer que determinado
amostragem dos produtos disponibilizados no mercado, produto que colocaram no mercado não é conforme com
investigar e, se necessário, conservar um registo das re- o presente decreto-lei;
clamações, dos produtos não conformes e dos produtos h) Se o produto apresentar um risco, informar imedia-
recolhidos, bem como informar os distribuidores de todas tamente as autoridades de fiscalização do mercado dos
estas ações de controlo; Estados-Membros em cujo mercado disponibilizaram o
k) Tomar imediatamente as medidas corretivas neces- produto, fornecendo-lhes as informações relevantes, es-
sárias para assegurar a conformidade de um produto, para pecialmente no que se refere à não conformidade e às
o retirar ou para o recolher se adequado, sempre que con- medidas corretivas aplicadas;
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2057)
i) Facultar, em língua facilmente compreensível pela ii) Conformidade com o tipo baseada na verificação do
autoridade de fiscalização do mercado, mediante pedido produto prevista no anexo V ao presente decreto-lei.
fundamentado desta autoridade, toda a informação e docu-
mentação necessárias, em papel ou, preferencialmente, em b) Para o grupo de aparelhos I e II, categoria de apare-
suporte eletrónico, de modo a demonstrar a conformidade lhos M2 e 2:
do produto com o presente decreto-lei;
j) Cooperar, sempre que solicitado, com a autoridade de i) O procedimento de exame UE de tipo, previsto no
fiscalização do mercado, em todas as ações de eliminação anexo III ao presente decreto-lei para os motores de com-
dos riscos decorrentes de produtos que tenham colocado bustão interna e para os aparelhos elétricos desses grupos
no mercado. e categorias, em conjugação com um dos seguintes pro-
cedimentos:
Artigo 11.º i) Conformidade com o tipo baseada no controlo interno
Aplicação dos deveres dos fabricantes
da produção e ensaio supervisionado do produto, previsto
aos importadores e distribuidores no anexo VI ao presente decreto-lei; ou
ii) Conformidade com o tipo baseada na garantia da
Para efeitos do presente decreto-lei, são aplicáveis aos qualidade do produto, prevista no anexo VII ao presente
importadores e aos distribuidores os deveres dos fabrican- decreto-lei.
tes previstos no artigo 7.º, sempre que:
a) Coloquem no mercado produtos em seu nome, ou ao ii) Para os outros aparelhos dos grupos e categorias
abrigo de uma marca sua; ou mencionadas na presente alínea, o controlo interno de
b) Alterem de tal modo produtos já colocados no mer- fabrico previsto no anexo VIII ao presente decreto-lei, e a
cado que a sua conformidade com o disposto no presente comunicação da documentação técnica prevista no n.º 2
decreto-lei possa ser afetada. do anexo VIII ao presente decreto-lei, a um organismo no-
tificado, o qual deve acusar a sua receção com a celeridade
Artigo 12.º possível e conservá-la.
Identificação dos operadores económicos c) Para o grupo de aparelhos II, categoria de aparelhos 3,
1 — A pedido da autoridade de fiscalização do mercado, o controlo interno de fabrico previsto no anexo VIII ao
os operadores económicos devem identificar quem lhes presente decreto-lei;
forneceu e ou a quem forneceram determinado produto. d) Para o grupo de aparelhos I e II, para além dos pro-
2 — O registo das informações referidas no número cedimentos mencionados nas alíneas anteriores, pode ser
anterior deve ser conservado pelo operador económico pelo adotada a verificação das unidades CE por unidade, pre-
período de 10 anos contados a partir da data em que: vista no anexo IX ao presente decreto-lei.
a) O produto lhe foi fornecido; 2 — Para os sistemas de proteção, a conformidade deve
b) Forneceu o produto. ser estabelecida de acordo com o procedimento previsto
nas alíneas a) ou d) do número anterior.
CAPÍTULO III 3 — Os procedimentos mencionados no n.º 1 são apli-
cáveis aos componentes, com exceção da aposição da
Conformidade dos produtos marcação CE e da elaboração da declaração UE de con-
formidade.
Artigo 13.º 4 — O fabricante deve elaborar e entregar uma declara-
Presunção da conformidade dos produtos
ção de conformidade escrita na qual ateste a conformidade
dos componentes com o disposto no presente decreto-lei e
Presume-se que cumprem os requisitos essenciais de indique as respetivas características e condições de incor-
saúde e de segurança previstos no anexo II ao presente poração num aparelho ou em sistemas de proteção, com
decreto-lei, os produtos que estejam conformes com as vista ao cumprimento das exigências essenciais de saúde
normas harmonizadas ou partes destas, cujas referências e segurança previstos no anexo II ao presente decreto-lei
tenham sido publicadas no Jornal Oficial da União Eu- e aplicáveis aos aparelhos ou sistemas de proteção com-
ropeia (JOUE). pletos.
5 — Para além dos procedimentos de avaliação da con-
Artigo 14.º formidade mencionados nos n.os 1 e 2, pode também ser
Procedimentos de avaliação da conformidade
seguido o procedimento referido no anexo VIII ao presente
decreto-lei, no que se refere aos requisitos de segurança
1 — Os procedimentos de avaliação da conformidade previstos no n.º 1.2.7. do anexo II ao presente decreto-lei.
dos aparelhos, incluindo, se necessário, os dispositivos 6 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
mencionados na alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º, são os a autoridade de fiscalização do mercado pode, mediante
seguintes: pedido fundamentado, autorizar a colocação no mercado e
em serviço dos produtos, com exceção dos componentes,
a) Para o grupo de aparelhos I e II, categoria de apare-
em relação aos quais não tenham sido aplicados os pro-
lhos M1 e 1, o exame UE de tipo, previsto no anexo III ao
cedimentos referidos nos n.os 1, 2 e 5, quando a respetiva
presente decreto-lei, em conjugação com o seguinte:
utilização se revista de interesse para efeitos de proteção.
i) Conformidade com o tipo baseada na garantia da 7 — Os documentos e a correspondência relativos aos
qualidade do processo de produção prevista no anexo IV procedimentos de avaliação de conformidade referidos nos
ao presente decreto-lei; n.os 1 a 5 são redigidos em língua portuguesa.
5250-(2058) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
1 — Para efeitos de notificação, os organismos de ava- a) Meios humanos necessários com conhecimentos téc-
liação da conformidade devem estar legalmente constituí- nicos e experiência adequada para desempenhar as tarefas
dos, ser dotados de personalidade jurídica e previamente de avaliação da conformidade;
acreditados pelo IPAC, I. P. b) Descrições dos procedimentos de avaliação da con-
2 — Os organismos de avaliação da conformidade de- formidade que assegurem a transparência e a capacidade de
vem subscrever um seguro de responsabilidade civil que reprodução destes procedimentos, bem como de políticas
cubra os riscos inerentes à sua atividade cujas condições e procedimentos apropriados para distinguir entre as fun-
e capitais mínimos são fixados por portaria dos membros ções executadas na qualidade de organismo de avaliação
do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da da conformidade e qualquer outra atividade;
economia. c) Procedimentos que permitam o exercício das suas
3 — Os organismos de avaliação da conformidade são atividades atendendo à dimensão, ao setor e à estrutura
organismos terceiros, independentes da organização ou das empresas, ao grau de complexidade da tecnologia do
dos produtos que avaliam. produto em questão e à natureza do processo de produção
4 — Considera-se que preenche o requisito do número em massa ou em série.
anterior, qualquer organismo que pertença a uma organiza-
ção empresarial ou associação profissional representativa 7 — O pessoal responsável pela execução das tarefas
de empresas envolvidas em atividades de projeto, fabrico, de avaliação da conformidade deve possuir:
fornecimento, montagem, utilização ou manutenção dos
a) Sólida formação técnica e profissional, abrangendo
produtos que avalia, desde que demonstre a respetiva in-
dependência e a inexistência de conflitos de interesses. todas as atividades de avaliação da conformidade para as
5 — Os organismos de avaliação da conformidade de- quais os organismos de avaliação da conformidade tenham
vem igualmente: sido notificados;
b) Conhecimento satisfatório dos requisitos das avalia-
a) Assegurar a sua imparcialidade e a dos seus qua- ções que efetuam e a devida autoridade para as efetuar;
dros superiores e do pessoal responsável pela realização c) Conhecimento e compreensão adequados dos re-
das tarefas de avaliação da conformidade, abstendo-se de quisitos essenciais de saúde e de segurança previstos no
exercer atividades de consultoria, ou outras, suscetíveis de anexo II ao presente decreto-lei, das normas harmonizadas
entrar em conflito com a independência da sua apreciação aplicáveis, das disposições aplicáveis da legislação de
ou com a sua integridade no desempenho das atividades de harmonização da UE e da legislação nacional;
avaliação da conformidade para as quais são notificados; d) Aptidão necessária para redigir os certificados, regis-
b) Assegurar que as atividades das suas filiais ou sub- tos e relatórios que demonstrem que as avaliações foram
contratados não afetam a confidencialidade, a objetividade efetuadas.
ou a imparcialidade das respetivas atividades de avaliação
da conformidade; 8 — O pessoal dos organismos de avaliação da confor-
c) Assegurar que o seu pessoal executa as atividades de midade deve ainda proteger os direitos de propriedade,
avaliação da conformidade com integridade profissional estando sujeito ao sigilo profissional, no que se refere
e competência técnica e que não podem estar sujeitos a a todas as informações que obtiver no cumprimento das
quaisquer pressões ou incentivos, que possam influenciar suas tarefas no âmbito dos anexos III a VII e do anexo IX
a sua apreciação ou os resultados das atividades de ava- ao presente decreto-lei, que dele fazem parte integrante,
liação da conformidade, em especial por parte de pessoas
ou de qualquer disposição de direito nacional que lhes dê
ou grupos de pessoas interessados nos resultados dessas
atividades; aplicação, exceto em relação ao IPQ, I. P., e ao IPAC, I. P.
d) Possuir capacidade para executar todas as tarefas 9 — Os organismos de avaliação da conformidade, os
de avaliação da conformidade que lhes são atribuídas nos seus quadros superiores e o pessoal encarregado de exe-
termos dos anexos III a VII e do anexo IX ao presente decreto- cutar as tarefas de avaliação da conformidade não podem:
-lei, relativamente às quais tenham sido notificados, quer a) Ser o projetista, o fabricante, o fornecedor, o ins-
as referidas tarefas sejam executadas por eles próprios, talador, o comprador, o proprietário, o utilizador ou o
quer em seu nome e sob sua responsabilidade; responsável pela manutenção dos produtos a avaliar, nem
e) Dispor ainda dos meios necessários para a boa execu- o mandatário de qualquer uma dessas pessoas, não impe-
ção das tarefas técnicas e administrativas relacionadas com dindo esta exigência:
as atividades de avaliação da conformidade e ter acesso a
todos os equipamentos e instalações necessários; i) A utilização de produtos avaliados que sejam neces-
f) Participar nas atividades de normalização relevantes sários às atividades do organismo de avaliação da con-
e nas atividades do grupo de coordenação dos organismos formidade;
notificados, criado ao abrigo da legislação de harmonização ii) A utilização dos produtos para fins pessoais;
da UE aplicável, ou assegurar que o seu pessoal encarre-
gado de executar as tarefas de avaliação da conformidade b) Intervir diretamente no projeto, no fabrico ou na
seja informado dessas atividades, e aplicar, como orienta- construção, na comercialização, na instalação, na utilização
ções gerais, as decisões e os documentos administrativos ou na manutenção dos produtos, nem ser mandatários das
decorrentes dos trabalhos desse grupo. pessoas envolvidas nessas atividades;
c) Fazer depender a remuneração dos seus quadros supe-
6 — Para cada procedimento de avaliação da conformi- riores e do seu pessoal encarregado de executar as tarefas
dade e para cada tipo de ou categoria de produtos para os de avaliação da conformidade dos organismos de avaliação
5250-(2060) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
d) As atividades de avaliação da conformidade que efe- 5 — Para efeitos do n.º 3, aplica-se o disposto no ar-
tuam no âmbito da respetiva notificação e todas as outras tigo 21.º do Regulamento (CE) n.º 765/2008, do Parla-
atividades efetuadas, nomeadamente, atividades transfron- mento Europeu e do Conselho, de 9 de julho de 2008.
teiriças e de subcontratação, quando solicitado. 6 — Quando a autoridade de fiscalização do mercado
considerar que a não conformidade do produto não se
2 — Os organismos notificados devem disponibilizar limita ao território nacional, deve comunicar à Comissão
aos outros organismos notificados que efetuem atividades Europeia e aos outros Estados-Membros os resultados da
de avaliação da conformidade semelhantes que abranjam avaliação e as medidas exigidas ao operador económico.
os mesmos tipos de produtos, incluindo os organismos 7 — O operador económico deve aplicar todas as me-
notificados de outros Estados-Membros, informações re- didas corretivas adequadas relativamente aos produtos em
levantes sobre questões relativas aos resultados negativos causa por si disponibilizados no mercado da UE.
da avaliação da conformidade e, a pedido, aos resultados 8 — A autoridade de fiscalização do mercado toma
positivos. todas as medidas provisórias adequadas para proibir ou
restringir a disponibilização do produto no mercado ou para
Artigo 27.º o retirar ou recolher do mercado, sempre que o operador
económico não tome as medidas corretivas adequadas no
Coordenação dos organismos notificados prazo referido no n.º 3.
O IPQ, I. P., deve assegurar a participação dos organis- 9 — A autoridade de fiscalização do mercado deve in-
mos notificados, diretamente ou através de representantes formar imediatamente a Comissão Europeia e os demais
designados, nos trabalhos do grupo de coordenação ou Estados-Membros das medidas tomadas ao abrigo do nú-
grupos setoriais de organismos notificados, nacionais ou mero anterior.
criados pela Comissão Europeia. 10 — As informações referidas no número anterior
devem conter todos os elementos disponíveis, nomea-
damente:
CAPÍTULO V a) Os dados necessários para identificar o produto não
Fiscalização do mercado da União Europeia, controlo conforme e a sua origem;
dos produtos que entram no mercado da União b) A natureza da alegada não conformidade e do risco
Europeia e procedimento de salvaguarda na União conexo;
Europeia. c) A natureza e a duração das medidas tomadas;
d) Os argumentos expostos pelo operador económico
Artigo 28.º em causa.
Fiscalização do mercado da União Europeia 11 — A autoridade de fiscalização do mercado deve
O n.º 3 do artigo 15.º e no disposto nos artigos 16.º indicar se a não conformidade se deve:
a 29.º do Regulamento (CE) n.º 765/2008, do Parlamento a) À não conformidade do produto com os requisitos
Europeu e do Conselho, de 9 de julho de 2008, aplicam-se de saúde e de segurança das pessoas e de proteção dos
aos produtos abrangidos pelo presente decreto-lei. animais domésticos e da propriedade; ou
b) A deficiências das normas harmonizadas a que se
Artigo 29.º refere o artigo 13.º, que conferem a presunção de con-
Procedimento aplicável a produtos que apresentem formidade.
um risco a nível nacional
12 — Se, no prazo de três meses a contar da receção das
1 — A autoridade de fiscalização do mercado deve informações referidas no n.º 9, nem os Estados-Membros
efetuar uma avaliação do produto que abranja todos os nem a Comissão Europeia tiverem levantado objeções a
requisitos pertinentes constantes do presente decreto-lei, uma medida provisória tomada por um Estado-Membro,
sempre que tenha motivos suficientes para considerar que considera-se que essa medida é justificada.
o produto apresenta riscos para a saúde ou a segurança 13 — As autoridades de fiscalização devem assegurar
das pessoas, para os animais domésticos ou para a pro- a aplicação imediata de medidas restritivas adequadas em
priedade. relação ao produto em causa, incluindo a sua retirada do
2 — Na avaliação do produto os operadores económicos mercado.
envolvidos devem cooperar, na medida do necessário, com
a autoridade de fiscalização do mercado. Artigo 30.º
3 — Quando, durante a avaliação referida no n.º 1, a
autoridade de fiscalização do mercado verificar que o Procedimento de salvaguarda da União Europeia
produto não cumpre os requisitos do presente decreto-lei, 1 — Se, no termo do procedimento previsto nos n.os 7 a 9
deve exigir de imediato que o operador económico em do artigo anterior, forem levantadas objeções a uma medida
causa adote todas as medidas corretivas adequadas para tomada, ou a Comissão Europeia considere que essa me-
assegurar a conformidade do produto com esses requisitos, dida é contrária à legislação da UE, a Comissão Europeia
ou para a sua retirada ou recolha do mercado, no prazo avalia e determina se a medida nacional se justifica.
fixado por aquela, atendendo à natureza dos riscos. 2 — Se a medida nacional for considerada justificada,
4 — A autoridade de fiscalização do mercado deve co- a autoridade de fiscalização do mercado deve tomar as
municar ao organismo notificado em causa os resultados medidas necessárias para assegurar que o produto não
da avaliação e as medidas exigidas ao operador económico conforme é retirado do mercado e informar a Comissão
nos termos no número anterior. Europeia desse facto.
5250-(2062) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
3 — Se a medida for considerada injustificada, a au- medidas adequadas para restringir ou proibir a disponi-
toridade de fiscalização do mercado deve proceder à sua bilização no mercado do produto, ou para garantir que o
revogação. mesmo seja recolhido ou retirado do mercado.
Artigo 31.º
Produtos conformes que apresentam um risco CAPÍTULO VI
1 — Quando, após ter efetuado a avaliação prevista Fiscalização e regime contraordenacional
no n.º 1 do artigo 29.º, a autoridade de fiscalização do
mercado verifique que, embora conforme com o presente Artigo 33.º
decreto-lei, um produto apresenta um risco para a saúde
ou a segurança das pessoas, para os animais domésticos ou Autoridade de fiscalização do mercado
para a propriedade, deve exigir que o operador económico 1 — Sem prejuízo das competências atribuídas por
em causa tome todas as medidas corretivas adequadas lei a outras entidades, a fiscalização do cumprimento do
para garantir que o produto em causa, uma vez colocado disposto no presente decreto-lei compete à Autoridade
no mercado, já não apresenta esse risco, para o retirar de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), enquanto
do mercado ou para o recolher num prazo razoável por autoridade de fiscalização do mercado.
si fixado, proporcional em relação à natureza do risco. 2 — A ASAE pode solicitar o auxílio de quaisquer en-
2 — O operador económico deve assegurar que sejam tidades sempre que julgue necessário para o exercício das
tomadas todas as medidas corretivas necessárias relativa- suas funções.
mente aos produtos em causa por si disponibilizados no Artigo 34.º
mercado da UE.
3 — A autoridade de fiscalização do mercado deve Controlo na fronteira externa
informar imediatamente a Comissão e os outros Estados-
-Membros sobre as medidas corretivas tomadas, devendo Compete à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT),
essas informações conter todos os pormenores disponíveis, nos termos do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 23/2011, de
nomeadamente os dados necessários para identificar o 11 de fevereiro, efetuar o controlo na fronteira externa dos
produto em causa, a origem e o circuito comercial do produtos abrangidos pelo presente decreto-lei provenientes
mesmo, a natureza do risco conexo e a natureza e duração de países terceiros.
das medidas nacionais tomadas. Artigo 35.º
Contraordenações e coimas
Artigo 32.º
1 — Constituem contraordenações, punidas com coima
Não conformidade formal
de € 250,00 a € 3.500,00, caso se trate de pessoa singular,
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 29.º, a autori- e de € 2.500,00 a € 40.000,00, caso se trate de pessoa
dade de fiscalização do mercado exige ao operador eco- coletiva:
nómico em causa que ponha termo à não conformidade
a) A violação do disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 4.º;
do produto, sempre que se verifique:
b) O incumprimento, pelo fabricante, dos deveres pre-
a) A aposição da marcação CE em violação do disposto vistos no artigo 7.º;
nos artigos 16.º e 17.º; c) O incumprimento, pelo importador ou pelo distribui-
b) A não aposição da marcação CE; dor, dos deveres previstos no artigo 7.º, em conjugação
com o artigo 11.º;
d) O incumprimento, pelo mandatário ou pelo fabricante
mandante, dos deveres previstos no artigo 8.º;
e) O incumprimento, pelo importador, dos deveres pre-
vistos no artigo 9.º;
d) A não aposição ou a aposição incorreta do número de f) O incumprimento, pelo distribuidor, dos deveres pre-
identificação do organismo notificado, nos casos em que vistos no artigo 10.º;
esse organismo se encontre envolvido na fase de controlo g) O incumprimento, pelo operador económico, dos
da produção, em violação dos artigos 16.º e 17.º; deveres previstos no artigo 12.º;
e) A ausência da declaração UE de conformidade ou, h) O incumprimento, pelo fabricante, do dever previsto
quando aplicável, da declaração de conformidade escrita, no n.º 4 do artigo 14.º
a acompanhar o produto;
f) A presença de incorreções na declaração UE de con- 2 — A violação do disposto no artigo 16.º rege-se pelo
formidade ou na declaração de conformidade escrita; disposto no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 23/2011, de 11 de
g) A não disponibilização ou disponibilização incom- fevereiro.
pleta da documentação técnica referida nos anexos III a IX 3 — Constitui contraordenação punível com coima no
ao presente decreto-lei; valor de € 1.000,00 a € 3.740,00, quando cometida por
h) A falta das informações referidas na alínea l) do ar- pessoas singulares, e de € 2.500,00 a € 44.890,00, quando
tigo 7.º ou na alínea g) do n.º 2 do artigo 9.º e a prestação cometida por pessoas coletivas, a infração das regras e
destas informações de forma falsa ou incompleta; condições de aposição da marcação CE e de outras mar-
i) O incumprimento de outros requisitos administrativos cações, previstas no artigo 17.º
previstos nos artigos 7.º e 9.º 4 — A negligência é punível, sendo os limites mínimo
e máximo da coima aplicável reduzidos a metade.
2 — Se a não conformidade referida no número anterior 5 — A tentativa é punível com a coima aplicável à con-
persistir, a autoridade de fiscalização do mercado toma as traordenação consumada, especialmente atenuada.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2063)
de modo a que possam funcionar com segurança durante partir da data de aplicação dessa legislação específica da
o seu período de vida previsível. União Europeia.
1.2.2 — Os componentes a inserir ou utilizar como so- 1.2.8 — Sobrecarga dos aparelhos
bresselentes nos aparelhos e sistemas de proteção devem É necessário evitar, logo na fase de projeto, que os
ser projetados e fabricados de modo a terem uma segurança aparelhos fiquem sobrecarregados de forma perigosa, uti-
de funcionamento adaptada à utilização para que estão pre- lizando, para tal, dispositivos integrados de medição, de
vistos, no que se refere à proteção contra explosões, quando comando e de afinação, nomeadamente limitadores de
montados de acordo com o manual do fabricante. sobreintensidade, limitadores de temperatura, interruptores
1.2.3 — Construção selada e prevenção de defeitos de de pressão diferencial, medidores de fluxo, relés tempori-
estanquicidade zados, conta-rotações e ou dispositivos de monitorização
Os aparelhos que possam originar gases ou poeiras do mesmo género.
inflamáveis apenas devem incluir, na medida do possível, 1.2.9 — Sistemas de revestimento antideflagrante
compartimentos fechados. Se existirem partes que possam inflamar uma atmosfera
Sempre que estes aparelhos tenham aberturas ou defeitos explosiva encerradas num invólucro, dever-se-á assegurar
de estanquicidade, estas devem, na medida do possível, ser de que o invólucro resiste à pressão criada pela explosão in-
molde a que as emissões de gases ou de poeiras não possam terna duma mistura explosiva e impede a propagação da
conduzir à formação de atmosferas explosivas no exterior. explosão à atmosfera explosiva que envolve o invólucro.
Os orifícios de enchimento e de escoamento devem 1.3 — Potenciais fontes de ignição
ser projetados e equipados a fim de limitar, tanto quanto 1.3.1 — Perigos resultantes de diferentes fontes de ig-
possível, as emissões de matérias inflamáveis durante as nição
referidas operações de enchimento e escoamento. Não devem ser produzidas fontes potenciais de ignição,
1.2.4 — Depósitos de poeiras tais como faíscas, chamas, arcos elétricos, temperaturas
Os aparelhos e sistemas de proteção destinados a serem de superfície elevadas, libertações de energia acústica,
utilizados em zonas com poeiras devem ser concebidos de radiações no domínio ótico, ondas eletromagnéticas ou
modo a que os depósitos de poeira que se formem na sua outras fontes.
superfície não possam provocar a sua ignição. 1.3.2 — Perigos resultantes da eletricidade estática
Como regra geral, os depósitos de poeiras devem ser É necessário evitar, por métodos apropriados, as cargas
tão limitados quanto possível. Os aparelhos e os sistemas eletrostáticas suscetíveis de provocar descargas perigosas.
de proteção devem ser de limpeza fácil. 1.3.3 — Perigos resultantes de correntes elétricas pa-
As temperaturas superficiais das partes de aparelhos rasitas e de fugas
devem ser claramente inferiores às temperaturas de ignição É necessário impedir as correntes elétricas parasitas ou
das poeiras depositadas. fugas nas partes condutoras do aparelho que possam, por
Há que ter em conta a espessura da camada de poeiras exemplo, dar origem à formação de corrosões perigosas,
depositadas e, se necessário, tomar medidas de limitação ao aquecimento de superfícies ou a faíscas suscetíveis de
das temperaturas, a fim de evitar uma acumulação de calor. provocar uma ignição.
1.2.5 — Meios adicionais de proteção 1.3.4 — Perigos resultantes de aquecimento excessivo
Os aparelhos e sistemas de proteção, que possam estar Na fase de projeto, devem ser evitados, na medida do possí-
expostos a certos tipos de solicitações externas, devem ser vel, os aquecimentos excessivos provenientes de fricções ou
munidos, se necessário, de meios adicionais de proteção. de choques que possam produzir-se, por exemplo, entre ma-
Os aparelhos devem poder resistir às solicitações que teriais em peças rotativas ou por entrada de corpos estranhos.
lhes são aplicadas sem que se altere a proteção contra as 1.3.5 — Perigos resultantes de equilíbrios de pressão
explosões. Os equilíbrios de pressão devem ser conduzidos logo
1.2.6 — Abertura sem perigo na fase de projeto respetivamente por meio de dispositivos
Se os aparelhos e sistemas de proteção estiverem colo- integrados de medição, de controlo ou de afinação, de
cados numa caixa ou invólucro, que faça parte do próprio modo a não desencadear ondas de choque ou compressões
sistema de proteção contra explosões, estes apenas podem suscetíveis de provocar uma ignição.
ser abertos com uma ferramenta especial ou por medidas 1.4 — Perigos resultantes de influências perturbadoras
de proteção apropriadas. externas
1.2.7 — Proteção contra outros riscos 1.4.1 — Os aparelhos e sistemas de proteção devem
Os aparelhos e sistemas de proteção devem ser proje- ser projetados e fabricados de modo a poderem desem-
tados e fabricados de modo a que: penhar com toda a segurança a função para que foram
a) Se possa evitar o perigo de ferimentos ou outros danos previstos, mesmo em presença de condições ambientais
que possam ocorrer por contactos diretos ou indiretos; variáveis, tensões parasitas, humidade, vibrações, polui-
b) Não se produzam temperaturas de superfície de partes ções ou outras influências perturbadoras externas, tendo
acessíveis ou radiações perigosas; em conta os limites das condições de exploração referidos
c) Sejam eliminados perigos de caráter não elétrico e pelo fabricante.
revelados pela experiência; 1.4.2 — As partes de aparelhos devem ser apropria-
d) As condições de sobrecarga previsíveis não conduzam das para as solicitações mecânicas e térmicas previstas e
a situações de perigo. devem resistir à ação agressiva das substâncias presentes
ou previsíveis.
Quando, para os aparelhos e sistemas de proteção, os 1.5 — Exigências relativas aos equipamentos que in-
riscos referidos no presente número forem abrangidos, no tervêm na segurança
todo ou em parte, por outra legislação da União Europeia, 1.5.1 — Os dispositivos de segurança devem funcionar
o presente decreto-lei não se aplica ou deixa de se aplicar independentemente dos dispositivos de medição e ou de
a esses aparelhos e sistemas de proteção e a esses riscos a comando necessários para a exploração.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2067)
o fabricante deve apor uma etiqueta de aviso na abertura 2.2 — Exigências aplicáveis à categoria de aparelhos 2
das partes desses aparelhos. do grupo de aparelhos II
2.0.2.3 — No referente às medidas de proteção contra 2.2.1 — Atmosferas explosivas devido à presença de
as explosões devidas à presença de poeiras, devem ser gases, vapores ou névoas
respeitadas as exigências correspondentes do grupo de 2.2.1.1 — Os aparelhos devem ser projetados e fabri-
aparelhos da categoria M1. cados de modo a evitar as fontes de ignição, mesmo as
2.1 — Exigências aplicáveis à categoria de aparelhos 1 resultantes de avarias relativamente frequentes ou de defei-
do grupo de aparelhos II tos de funcionamento perigosos dos aparelhos que devem
2.1.1 — Atmosferas explosivas devido à presença de habitualmente ser tidos em conta.
gases, vapores ou névoas 2.2.1.2 — As partes de aparelhos devem ser projetadas
2.1.1.1 — Estes aparelhos devem ser projetados e fabri- e fabricadas de modo a que as respetivas temperaturas de
cados de modo a que as fontes de ignição não se tornem superfície não sejam ultrapassadas mesmo nos casos em
ativas, mesmo no caso de uma avaria rara do aparelho. que os riscos resultem de situações anormais previstas
Devem estar munidos de meios de proteção de modo pelo fabricante.
a que: 2.2.1.3 — Os aparelhos devem ser concebidos de modo
a que a abertura das partes do aparelho que possam ser
Em caso de falha de um dos meios de proteção, pelo fontes de ignição apenas seja possível na ausência de
menos um segundo meio de proteção independente asse- energia, ou por meio de mecanismos de bloqueio apro-
gure o nível de proteção necessário; ou priados. Quando não for possível desativar os aparelhos,
Em caso de aparecimento de dois defeitos independen- o fabricante deve apor uma etiqueta de aviso na abertura
tes um do outro, possa ser assegurado o nível de proteção das partes desses aparelhos.
necessário. 2.2.2 — Atmosferas explosivas devido à presença de
2.1.1.2 — Para os aparelhos cujas superfícies podem poeiras em suspensão
aquecer, deve assegurar-se que, no caso mais desfavorável, 2.2.2.1 — Os aparelhos devem ser projetados e fabrica-
não seja ultrapassada a temperatura de superfície máxima dos de modo a evitar-se a ignição de poeiras em suspensão,
indicada. mesmo a resultante de avarias frequentes do aparelho ou
As subidas de temperatura resultantes de uma acumula- de defeitos de funcionamento dos aparelhos a ter habitu-
ção de calor e de reações químicas devem ser igualmente almente em conta.
tidas em consideração. 2.2.2.2 — No referente às temperaturas de superfície,
2.1.1.3 — Os aparelhos devem ser projetados de tal é aplicável o requisito do n.º 2.1.2.3.
modo que a abertura de partes do aparelho que possam ser 2.2.2.3 — Relativamente à proteção contra a poeira,
fontes de ignição apenas seja possível na ausência de ener- aplica-se a exigência do n.º 2.1.2.2.
gia, ou sob condições intrínsecas de segurança. Quando 2.2.2.4 — No referente à abertura sem perigo de par-
não for possível desativar os aparelhos, o fabricante deve tes de aparelhos, devem ser respeitadas as exigências do
apor uma etiqueta de aviso na abertura das partes desses n.º 2.1.1.3.
aparelhos. 2.3 — Exigências aplicáveis à categoria de aparelhos 3
Se necessário, os aparelhos devem estar equipados com do grupo de aparelhos II
sistemas de bloqueio adicionais apropriados. 2.3.1 — Atmosferas explosivas devido à presença de
2.1.2 — Atmosferas explosivas devido à presença de gases, vapores ou névoas
poeiras em suspensão 2.3.1.1 — Os aparelhos devem ser projetados e fabri-
2.1.2.1 — Os aparelhos devem ser projetados e fabrica- cados de modo a evitar as fontes de ignição previsíveis
dos de modo a evitar a ignição de poeiras em suspensão, durante o funcionamento normal.
mesmo as resultantes de uma avaria rara do aparelho. 2.3.1.2 — As temperaturas de superfície não devem
Devem estar munidos de meios de proteção de modo ultrapassar, nas condições de funcionamento previstas, as
a que: temperaturas máximas de superfície indicadas. A ultra-
passagem apenas é admissível, em casos excecionais, se o
Em caso de falha de um dos meios de proteção, pelo fabricante adotar medidas de proteção especiais adicionais.
menos um segundo meio de proteção independente asse- 2.3.2 — Atmosferas explosivas devido à presença de
gure o nível de proteção necessário; ou poeiras em suspensão
Em caso de aparecimento de dois defeitos independen- 2.3.2.1 — Os aparelhos devem ser projetados e fabri-
tes um do outro, possa ser assegurado o nível de proteção cados de maneira a que as fontes de ignição previsíveis
necessário. durante o funcionamento normal não possam provocar a
ignição das poeiras em suspensão.
2.1.2.2 — Os aparelhos devem ser fabricados de modo 2.3.2.2 — No referente às temperaturas de superfície,
a que, tanto quanto possível, a poeira possa penetrar no é aplicável o requisito do n.º 2.1.2.3.
seu interior ou dele sair apenas pelos lugares dos aparelhos 2.3.2.3 — Os aparelhos, incluindo as entradas de ca-
previstos para o efeito. bos e peças de ligação previstas, devem ser fabricados
As entradas de cabos e peças de ligação previstas devem tendo em conta as dimensões das partículas de poeira, de
satisfazer igualmente este requisito. maneira a impedir a formação de poeiras em suspensão
2.1.2.3 — Para evitar a ignição das poeiras em suspen- potencialmente explosivas e de depósitos de poeira peri-
são, as temperaturas de superfície das partes do aparelho gosos no interior.
devem ser francamente inferiores à temperatura de ignição 3 — Exigências adicionais para os sistemas de proteção
previsível das poeiras em suspensão. 3.0 — Exigências gerais
2.1.2.4 — No referente à abertura sem perigo de par- 3.0.1 — Os sistemas de proteção devem ser dimensio-
tes de aparelhos, devem ser respeitadas as exigências do nados de modo a reduzir os efeitos de uma explosão a um
n.º 2.1.1.3. nível de segurança suficiente.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2069)
3.0.2 — Os sistemas de proteção devem ser projetados notificado examina o projeto técnico de um produto e
e poder ser instalados de modo a impedir que as explosões verifica e declara que o mesmo cumpre os requisitos do
se transmitam por meio de perigosas reações em cadeia presente decreto-lei que lhe são aplicáveis.
ou por abrasamento, e que as explosões incipientes se 2 — O exame UE de tipo é efetuado a partir do exame
transformem em detonações. de uma amostra, representativa da produção prevista, do
3.0.3 — Em caso de corte de energia os sistemas de produto completo (tipo de produção).
proteção devem continuar a manter a sua capacidade de 3 — O fabricante deve apresentar um requerimento de
funcionamento durante um período adequado, para evitar exame UE de tipo a um único organismo notificado da
situações perigosas. sua escolha.
3.0.4 — Os sistemas de proteção não devem ter fun- Do requerimento devem constar:
cionamento deficiente devido a influências perturbadoras
externas. a) O nome e o endereço do fabricante e, se apresentado
3.1 — Estudo e projeto pelo mandatário, igualmente o nome e o endereço deste
3.1.1 — Seleção dos materiais último;
A pressão e a temperatura máximas a ter em conside- b) Uma declaração escrita indicando que o mesmo
ração no estudo das características dos materiais são a pedido não foi apresentado a nenhum outro organismo
pressão máxima prevista numa explosão que ocorra em notificado;
condições de exploração extremas e o aumento de tem- c) A documentação técnica. Essa documentação técnica
peratura previsível devido às chamas. deve permitir a avaliação da conformidade do produto com
3.1.2 — Os sistemas de proteção projetados para resistir os requisitos aplicáveis do presente decreto-lei e incluir
às explosões ou para as conter devem poder resistir à onda uma análise e uma avaliação adequadas do(s) risco(s).
de choque, sem perderem a integridade do sistema. A documentação técnica deve especificar os requisitos
3.1.3 — Os acessórios ligados aos sistemas de proteção aplicáveis e abranger, se tal for relevante para a avaliação,
devem resistir à pressão de explosão máxima prevista sem o projeto, o fabrico e o funcionamento do produto. A do-
perder a sua capacidade de funcionamento. cumentação técnica deve conter, se for esse o caso, pelo
3.1.4 — No estudo e projeto dos sistemas de proteção, menos, os seguintes elementos:
é necessário ter em conta as reações causadas pela pres- i) Uma descrição geral do produto;
são nos equipamentos periféricos e nas tubagens que lhes ii) Os desenhos de projeto e de fabrico e esquemas de
estão ligadas. componentes, subconjuntos, circuitos, etc.;
3.1.5 — Dispositivos de escape de pressão iii) As descrições e explicações necessárias para a com-
Quando é previsível que os sistemas de proteção utiliza- preensão dos referidos desenhos e esquemas e do funcio-
dos venham a ser solicitados para além da sua resistência, namento do produto;
devem ser previstos no projeto dispositivos de escape iv) Uma lista das normas harmonizadas, aplicadas total
apropriados que não ponham em perigo o pessoal que se ou parcialmente, cujas referências foram publicadas no
encontra na proximidade. Jornal Oficial da União Europeia e, nos casos em que
3.1.6 — Sistemas de supressão das explosões essas normas harmonizadas não tenham sido aplicadas,
Os sistemas de supressão das explosões devem ser estuda- descrições das soluções adotadas para cumprir os requisitos
dos e dimensionados de maneira a que em caso de incidente essenciais de saúde e de segurança do presente decreto-
controlem tão rapidamente quanto possível a explosão inci- -lei, incluindo uma lista de outras especificações técnicas
piente e se lhe oponham da melhor forma tendo em conta o pertinentes aplicadas. No caso de terem sido parcialmente
máximo aumento de pressão e a pressão máxima de explosão. aplicadas normas harmonizadas, a documentação técnica
3.1.7 — Sistemas de desacoplamento das explosões deve especificar as partes que foram aplicadas;
Os sistemas de desacoplamento previstos para desligar v) Os resultados dos cálculos de projeto, dos exames
determinados equipamentos em caso de explosões incipien- efetuados, etc.;
tes, por meio de dispositivos apropriados, no prazo mais vi) Os relatórios dos ensaios;
curto possível, devem ser estudados e dimensionados de
forma a que se mantenham estanques à transmissão de uma d) As amostras representativas da produção prevista. O
chama interna e conservem a sua resistência mecânica em organismo notificado pode requerer amostras suplementa-
condições de funcionamento. res, se o programa de ensaios assim o exigir.
3.1.8 — Os sistemas de proteção devem poder ser inte-
grados nos circuitos com um limiar de alarme apropriado, 4 — O organismo notificado deve:
a fim de que, se necessário, haja corte da chegada e da 4.1 — Analisar a documentação técnica, verificar se
saída dos produtos, assim como das partes dos aparelhos o exemplar foi produzido em conformidade com a do-
que tenham deixado de garantir um funcionamento seguro. cumentação técnica e identificar os elementos concebi-
dos de acordo com as disposições aplicáveis das normas
ANEXO III harmonizadas, assim como os elementos cuja conceção
[a que se referem a alínea b) do artigo 7.º, a alínea a) e a subalí- está em conformidade com outras especificações técnicas
nea i) da alínea b) do n.º 1 do artigo 14.º, a alínea b) do n.º 2 relevantes;
do artigo 15.º, a alínea d) do n.º 5 e o n.º 8 do artigo 20.º, o 4.2 — Efetuar ou mandar efetuar os controlos e ensaios
n.º 4 do artigo 22.º, a alínea a) do artigo 24.º e a alínea g) do adequados para verificar se, nos casos em que o fabricante
n.º 1 do artigo 32.º].
optou por aplicar as soluções constantes das normas har-
monizadas relevantes, estas foram aplicadas corretamente;
Módulo B: Exame UE de Tipo
4.3 — Realizar ou mandar realizar os controlos e en-
1 — O exame UE de tipo é a parte do procedimento de saios adequados para verificar se, caso as soluções cons-
avaliação da conformidade mediante a qual um organismo tantes das normas harmonizadas pertinentes não tenham
5250-(2070) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
sido aplicadas, as soluções adotadas pelo fabricante, em tificados de exame UE de tipo e ou dos aditamentos aos
aplicação de outras especificações técnicas relevantes, mesmos. A pedido, a Comissão e os Estados-Membros
cumprem os requisitos essenciais correspondentes do pre- podem obter cópia da documentação técnica e dos resul-
sente decreto-lei; tados dos exames efetuados pelo organismo notificado.
4.4 — Acordar com o fabricante um local para a exe- O organismo notificado deve conservar uma cópia do
cução dos controlos e ensaios. certificado de exame UE de tipo e dos respetivos anexos
5 — O organismo notificado deve elaborar um relatório e aditamentos, assim como do processo técnico, incluindo
de avaliação que indique as atividades desenvolvidas de a documentação apresentada pelo fabricante, até ao termo
acordo com o n.º 4 e os respetivos resultados. Sem prejuízo de validade desse certificado.
dos seus deveres para com as autoridades notificadoras, 9 — O fabricante deve manter à disposição das auto-
o organismo notificado apenas divulga, na totalidade ou ridades nacionais cópia do certificado de exame UE de
em parte, o conteúdo desse relatório com o acordo do tipo e dos respetivos anexos e aditamentos, assim como da
fabricante. documentação técnica, por um período de 10 anos a contar
6 — Quando o tipo satisfizer os requisitos do presente da data de colocação no mercado do produto.
decreto-lei aplicáveis ao produto em causa, o organismo 10 — O mandatário do fabricante pode apresentar o
notificado deve entregar ao fabricante um certificado de pedido referido no n.º 3 e cumprir todos os deveres pre-
exame UE de tipo. Esse certificado deve conter o nome vistos nos n.os 7 e 9, desde que se encontrem especificados
e o endereço do fabricante, as conclusões do controlo, as no mandato.
condições, se as houver, da sua validade e os dados ne-
cessários à identificação do tipo aprovado. O certificado ANEXO IV
de exame UE de tipo pode ser acompanhado de um ou
mais anexos. [a que se referem a alínea b) do artigo 7.º, a subalínea i) da
O certificado de exame UE de tipo e os seus anexos de- alínea a) do n.º 1 do artigo 14.º, a alínea b) do n.º 2 do ar-
vem conter todas as informações necessárias para permitir tigo 15.º, a alínea d) do n.º 5 e o n.º 8 do artigo 20.º, o n.º 4
a avaliação da conformidade dos produtos fabricados com do artigo 22.º, a alínea a) do artigo 24.º e a alínea g) do n.º 1
do artigo 32.º].
o tipo examinado e para permitir o controlo em serviço.
Nos casos em que o tipo não cumpra os requisitos apli-
Módulo D: Conformidade com o Tipo Baseada na Garantia
cáveis do presente decreto-lei, o organismo notificado da Qualidade do Processo de Produção
deve recusar emitir um certificado de exame UE de tipo
e deve informar o requerente desse facto, fundamentando 1 — A conformidade com o tipo baseada na garantia
especificadamente a sua recusa. da qualidade do processo de produção é a parte do proce-
7 — O organismo notificado deve manter-se a par das dimento de avaliação da conformidade mediante a qual o
alterações no estado da técnica geralmente reconhecido que fabricante cumpre os deveres estabelecidos nos n.os 2 e 5
indiquem que o tipo aprovado pode ter deixado de cumprir e garante e declara, sob a sua exclusiva responsabilidade,
os requisitos aplicáveis do presente decreto-lei e determinar que os produtos em causa estão em conformidade com o
se tais alterações requerem exames complementares. Em tipo descrito no certificado de exame UE de tipo e satis-
caso afirmativo, o organismo notificado deve informar o fazem os requisitos do presente decreto-lei que lhes são
fabricante desse facto. aplicáveis.
O fabricante deve manter informado o organismo noti- 2 — Fabrico
ficado que conserva em seu poder a documentação técnica O fabricante deve aplicar um sistema aprovado de qua-
relativa ao certificado de exame UE de tipo de quaisquer lidade à conceção, fabrico, inspeção e ensaio do produto
alterações introduzidas no tipo aprovado, quando estas final, como se refere o n.º 3 e ser submetido a fiscalização,
alterações possam afetar a conformidade do produto com conforme especificado no n.º 4.
os requisitos essenciais de segurança do presente decreto- 3 — Sistema de qualidade
-lei ou as condições de validade desse certificado. Tais 3.1 — O fabricante deve apresentar ao organismo noti-
modificações exigem uma aprovação complementar sob ficado da sua escolha um requerimento para a avaliação do
a forma de aditamento ao certificado de exame UE de seu sistema de qualidade para os produtos em causa.
tipo original. Do requerimento devem constar:
8 — Cada organismo notificado deve informar o Ins-
tituto Português da Qualidade, I. P. (IPQ, I. P.), relativa- a) O nome e o endereço do fabricante e, se apresentado
mente aos certificados de exame UE de tipo e ou aos seus pelo mandatário, igualmente o nome e o endereço deste
eventuais aditamentos que tenha emitido ou retirado e último;
periodicamente, ou a pedido do IPQ, I. P., remeter a lista b) Uma declaração escrita indicando que o mesmo
de tais certificados e ou de quaisquer aditamentos aos pedido não foi apresentado a nenhum outro organismo
mesmos que tenha recusado, suspendido ou submetido a notificado;
quaisquer outras restrições. c) Todas as informações relevantes para a categoria de
Cada organismo notificado deve informar os outros produto em causa;
organismos notificados dos certificados de exame UE de d) A documentação relativa ao sistema de qualidade;
tipo e ou de quaisquer aditamentos aos mesmos que tenha e) A documentação técnica relativa ao tipo aprovado e
recusado, retirado, suspendido ou submetido a quaisquer uma cópia do certificado de exame UE de tipo.
outras restrições e, a pedido, dos certificados que tenha
emitido e ou dos aditamentos que tenha introduzido nos 3.2 — O sistema de qualidade deve garantir que os
mesmos. produtos estão em conformidade com o tipo descrito no
A Comissão, os Estados-Membros e os outros orga- certificado de exame UE de tipo e com os requisitos do
nismos notificados podem, a pedido, obter cópia dos cer- presente decreto-lei que lhes são aplicáveis.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2071)
Todos os elementos, requisitos e disposições adotados 4.2 — O fabricante deve permitir o acesso do organismo
pelo fabricante devem ser recolhidos de modo sistemático notificado, para fins de avaliação, aos locais de fabrico,
e ordenado numa documentação sob a forma de medidas, inspeção, ensaio e armazenamento, e facultar-lhe todas as
procedimentos e instruções escritos. A documentação re- informações necessárias, nomeadamente:
lativa ao sistema de qualidade deve permitir uma interpre-
a) A documentação relativa ao sistema de qualidade;
tação coerente dos programas, planos, manuais e registos b) Os registos de qualidade, tais como relatórios de
de qualidade. inspeção, dados de ensaio, dados de calibração e relatórios
Deve conter, em especial, uma descrição adequada: sobre a qualificação do pessoal envolvido.
a) Dos objetivos de qualidade, da estrutura organizativa
e das responsabilidades e competências técnicas dos qua- 4.3 — O organismo notificado deve realizar auditorias
dros de gestão, no que respeita à qualidade dos produtos; periódicas para se certificar de que o fabricante mantém
b) Dos correspondentes processos de fabrico, das técni- e aplica os sistemas de qualidade e deve apresentar um
cas de controlo e garantia da qualidade, dos procedimentos relatório dessas auditorias ao fabricante.
e medidas sistemáticas a utilizar; 4.4 — Além disso, o organismo notificado pode efetuar
c) Dos controlos e ensaios a executar antes, durante e visitas inesperadas ao fabricante. Durante essas visitas, se
após o fabrico, e da frequência com que são realizados; necessário, o organismo notificado pode efetuar ou mandar
d) Dos registos de qualidade, tais como relatórios de efetuar ensaios do produto para verificar o bom funciona-
inspeção, dados de ensaio, dados de calibração e relatórios mento do sistema de qualidade. O organismo notificado
sobre a qualificação do pessoal envolvido; deve apresentar ao fabricante um relatório da visita e, se
e) Dos meios que permitem controlar a obtenção da tiver realizado ensaios, um relatório dos mesmos.
qualidade exigida do produto e a eficácia de funcionamento 5 — Marcação CE, declaração UE de conformidade e
do sistema de qualidade. certificado de conformidade
5.1 — O fabricante deve apor a marcação CE e, sob
3.3 — O organismo notificado deve avaliar o sistema a responsabilidade do organismo notificado referido no
de qualidade para determinar se satisfaz os requisitos re- n.º 3.1, o número de identificação deste último em cada
feridos no n.º 3.2. produto, exceto se se tratar de um componente, que esteja
Esse organismo deve presumir a conformidade com es- em conformidade com o tipo descrito na declaração de
tes requisitos no que respeita aos elementos do sistema de exame UE de tipo e satisfaça os requisitos aplicáveis do
qualidade que cumpram as correspondentes especificações presente decreto-lei.
da norma harmonizada relevante. 5.2 — O fabricante deve elaborar uma declaração UE de
Para além de experiência em sistemas de gestão da conformidade escrita para cada modelo de produtos, exceto
qualidade, a equipa auditora deve incluir pelo menos um componentes, e mantê-la à disposição das autoridades
membro com experiência na avaliação no domínio dos nacionais por um período de 10 anos a contar da data de
produtos e da tecnologia dos produtos em causa e com colocação no mercado do produto, exceto se se tratar de
conhecimento dos requisitos do presente decreto-lei apli- um componente. A declaração UE de conformidade deve
cáveis. O processo de auditoria deve incluir uma visita de especificar o produto para o qual foi estabelecida.
avaliação às instalações do fabricante. A equipa auditora Uma cópia da declaração UE de conformidade deve
deve rever a documentação técnica referida na alínea e) acompanhar todos os produtos, exceto componentes.
do n.º 3.1, para verificar a capacidade do fabricante de 5.3 — O fabricante deve elaborar uma declaração de
identificar os requisitos aplicáveis do presente decreto-lei conformidade escrita para cada modelo de componentes
e realizar os exames necessários, com vista a garantir a e mantê-la à disposição das autoridades nacionais por
conformidade do produto com esses requisitos. um período de 10 anos a contar da data de colocação no
A decisão deve ser notificada ao fabricante. A notifica- mercado do componente. A declaração de conformidade
ção deve incluir as conclusões da auditoria e a decisão de deve especificar o modelo de componente para o qual foi
avaliação fundamentada. estabelecida. Uma cópia da declaração de conformidade
3.4 — O fabricante deve comprometer-se a cumprir as deve acompanhar todos os componentes.
obrigações decorrentes do sistema de qualidade tal como 6 — O fabricante deve manter à disposição das autori-
aprovado e a mantê-lo de forma a permanecer adequado dades nacionais, durante um período de 10 anos a contar
e eficaz. da data de colocação no mercado do produto:
3.5 — O fabricante deve manter o organismo notificado a) A documentação referida no n.º 3.1;
que tenha aprovado o sistema de qualidade informado de b) A informação relativa à alteração aprovada referida
qualquer projeto de alteração do referido sistema. no n.º 3.5;
O organismo notificado deve avaliar as alterações pro- c) As decisões e os relatórios do organismo notificado
postas e decidir se o sistema de qualidade alterado conti- referidos nos n.os 3.5, 4.3 e 4.4.
nua a satisfazer os requisitos referidos no n.º 3.2, ou se é
necessária uma nova avaliação. 7 — Cada organismo notificado deve informar o Insti-
O organismo notificado deve notificar o fabricante da tuto Português da Qualidade, I. P., das aprovações concedi-
sua decisão. A notificação deve incluir as conclusões da das ou retiradas a sistemas da qualidade e, periodicamente
auditoria e a decisão de avaliação fundamentada. ou a pedido das mesmas, disponibilizar a lista das aprova-
4 — Vigilância sob a responsabilidade do organismo ções de sistemas de qualidade que tenham sido recusadas,
notificado suspensas ou submetidas a quaisquer outras restrições.
4.1 — O objetivo da vigilância é garantir que o fabri- Cada organismo notificado deve informar os outros
cante cumpra devidamente as obrigações decorrentes do organismos notificados das aprovações de sistemas de
sistema de qualidade aprovado. qualidade que tenha recusado, suspendido, retirado ou
5250-(2072) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
submetido a quaisquer outras restrições e, a pedido, das o número de identificação deste último a cada produto,
aprovações que tenha concedido a sistemas de qualidade. exceto se se tratar de um componente, que esteja em con-
8 — Mandatário formidade com o tipo descrito aprovado no certificado de
Os deveres do fabricante, enunciados nos n.os 3.1, 3.5, exame UE de tipo e que cumpra os requisitos aplicáveis
5 e 6, podem ser cumpridos, em seu nome e sob a sua previstos no presente decreto-lei.
responsabilidade, pelo respetivo mandatário, desde que 5.2 — O fabricante deve elaborar uma declaração UE de
se encontrem especificados no mandato. conformidade escrita para cada modelo de produtos, exceto
componentes, e mantê-la à disposição das autoridades
ANEXO V nacionais por um período de 10 anos a contar da data de
colocação no mercado do produto, exceto se se tratar de
[a que se referem a alínea b) do artigo 7.º, a subalínea ii) da um componente. A declaração UE de conformidade deve
alínea a) do n.º 1 do artigo 14.º, a alínea b) do n.º 2 do ar- especificar o produto para o qual foi estabelecida.
tigo 15.º, a alínea d) do n.º 5 e o n.º 8 do artigo 20.º, o n.º 4
do artigo 22.º, a alínea a) do artigo 24.º e a alínea g) do n.º 1 Uma cópia da declaração UE de conformidade deve
do artigo 32.º]. acompanhar todos os produtos, exceto componentes.
Sob a responsabilidade do organismo notificado referido
Módulo F: Conformidade com o Tipo Baseada no n.º 3 e se o mesmo autorizar, o fabricante pode também
na Verificação dos Produtos apor nos produtos o número de identificação desse orga-
1 — A conformidade com o tipo baseada na verificação nismo exceto se se tratar de componentes.
dos produtos é a parte do procedimento de avaliação da con- 5.3 — O fabricante deve elaborar uma declaração de
formidade mediante a qual o fabricante cumpre os deveres conformidade escrita para cada modelo de componentes
estabelecidos nos n.os 2 e 5 e garante e declara, sob a sua ex- e mantê-la à disposição das autoridades nacionais por
clusiva responsabilidade, que os produtos em causa sujeitos um período de 10 anos a contar da data de colocação no
às disposições do n.º 3 estão em conformidade com o tipo mercado do componente. A declaração de conformidade
descrito no certificado de exame UE de tipo e satisfazem os deve especificar o modelo de componente para o qual foi
requisitos do presente decreto-lei que lhes são aplicáveis. estabelecida. Uma cópia da declaração de conformidade
2 — Fabrico deve acompanhar todos os componentes.
O fabricante deve tomar todas as medidas necessárias 6 — Sob a responsabilidade do organismo notificado
para que o processo de fabrico e o respetivo controlo ga- e se o mesmo autorizar, o fabricante pode, durante o pro-
rantam a conformidade dos produtos fabricados com o cesso de fabrico, apor o número de identificação desse
tipo descrito no certificado de exame UE de tipo e com os organismo aos produtos.
requisitos do presente decreto-lei que lhe são aplicáveis. 7 — Mandatário
3 — Verificação Os deveres do fabricante podem ser cumpridos, em
O organismo notificado escolhido pelo fabricante deve seu nome e sob a sua responsabilidade, pelo seu manda-
realizar ou mandar realizar os exames e ensaios adequados, tário, desde que se encontrem especificados no mandato.
a fim de verificar a conformidade dos produtos com o tipo O mandatário pode não cumprir os deveres do fabricante
aprovado descrito no certificado de exame UE de tipo e enunciados no n.º 2.
com os requisitos aplicáveis do presente decreto-lei.
Os exames e ensaios para verificar a conformidade dos ANEXO VI
produtos com os requisitos aplicáveis apropriados devem
ser realizados mediante exame e ensaio de cada produto, [a que se referem a alínea b) do artigo 7.º, o ponto i) da subalí-
nea i) da alínea b) do n.º 1 do artigo 14.º, a alínea b) do n.º 2
nos termos do n.º 4. do artigo 15.º, a alínea d) do n.º 5 e o n.º 8 do artigo 20.º, o
4 — Verificação da conformidade mediante exame e n.º 4 do artigo 22.º, a alínea a) do artigo 24.º e a alínea g) do
ensaio de cada produto n.º 1 do artigo 32.º].
4.1 — Todos os produtos são examinados individualmente
e submetidos aos ensaios adequados, definidos nas normas Módulo C1: Conformidade com o Tipo Baseada
harmonizadas, e ou a ensaios equivalentes, definidos em no Controlo Interno da Produção
e Ensaio Supervisionado do Produto
outras especificações técnicas aplicáveis, a fim de verifi-
car a sua conformidade com o tipo aprovado descrito no 1 — A conformidade com o tipo baseada no controlo
certificado de exame UE de tipo e com os requisitos da interno da produção e do ensaio supervisionado do produto
presente decreto-lei aplicáveis. é a parte do procedimento de avaliação da conformidade
Na falta de norma harmonizada, o organismo notifi- mediante a qual o fabricante cumpre os deveres estabe-
cado em causa deve decidir quais os ensaios apropriados lecidos nos n.os 2, 3 e 4 e garante e declara, sob a sua ex-
a realizar. clusiva responsabilidade, que os produtos em causa estão
4.2 — O organismo notificado deve emitir um certifi- em conformidade com o tipo definido no certificado de
cado de conformidade relativo aos exames e ensaios reali- exame UE de tipo e satisfazem os requisitos do presente
zados e apor, ou mandar apor sob a sua responsabilidade, decreto-lei que lhes são aplicáveis.
o seu número de identificação a cada produto aprovado. 2 — Fabrico
O fabricante deve manter os certificados de confor- O fabricante deve tomar todas as medidas necessárias
midade à disposição das autoridades nacionais durante para que o processo de fabrico e o respetivo controlo ga-
um período de 10 anos a contar da data de colocação no rantam a conformidade dos produtos fabricados com o
mercado do produto. tipo descrito no certificado de exame UE de tipo e com os
5 — Marcação CE, declaração UE de conformidade e requisitos do presente decreto-lei que lhes são aplicáveis.
certificado de conformidade 3 — Controlos do produto
5.1 — O fabricante deve apor a marcação CE e, sob a Para cada produto fabricado, são levados a efeito, pelo
responsabilidade do organismo notificado referido no n.º 3, fabricante ou em seu nome, um ou mais ensaios relativos
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2073)
3.5 — O fabricante deve manter o organismo notificado b) A informação relativa à alteração aprovada referida
que tenha aprovado o sistema de qualidade informado de no n.º 3.5;
qualquer projeto de alteração do referido sistema. c) As decisões e os relatórios do organismo notificado
O organismo notificado deve avaliar as alterações pro- referidos nos n.os 3.5, 4.3 e 4.4.
postas e decidir se o sistema de qualidade alterado conti-
nua a satisfazer os requisitos referidos no n.º 3.2, ou se é 7 — Cada organismo notificado deve informar o Insti-
necessária uma nova avaliação. tuto Português da Qualidade, I. P., das aprovações concedi-
O organismo notificado deve notificar o fabricante da das ou retiradas a sistemas da qualidade e, periodicamente
sua decisão. A notificação deve incluir as conclusões da ou a pedido da mesma, disponibilizar a lista das aprovações
auditoria e a decisão de avaliação fundamentada. de sistemas de qualidade que tenham sido recusadas, sus-
4 — Vigilância sob a responsabilidade do organismo pensas ou submetidas a quaisquer outras restrições.
notificado Cada organismo notificado deve informar os outros
4.1 — O objetivo da vigilância é garantir que o fabri- organismos notificados das aprovações que tenha recu-
cante cumpra devidamente as obrigações decorrentes do sado, suspendido ou retirado a sistemas da qualidade e,
sistema de qualidade aprovado. a pedido, das aprovações que tenha concedido a sistemas
4.2 — O fabricante deve permitir o acesso do organismo da qualidade.
notificado, para fins de avaliação, aos locais de fabrico, 8 — Mandatário
inspeção, ensaio e armazenamento, e facultar-lhe todas as Os deveres do fabricante, enunciados nos n.os 3.1, 3.5,
informações necessárias, nomeadamente: 5 e 6, podem ser cumpridos, em seu nome e sob a sua
a) A documentação relativa ao sistema de qualidade; responsabilidade, pelo respetivo mandatário, desde que
b) Os registos de qualidade, tais como relatórios de se encontrem especificados no mandato.
inspeção, dados de ensaio, dados de calibração e relatórios
sobre a qualificação do pessoal envolvido. ANEXO VIII
4.3 — O organismo notificado deve realizar auditorias [a que se referem a alínea b) do artigo 7.º, a subalínea ii) da
periódicas para se certificar de que o fabricante mantém alínea b) e a alínea c) do n.º 1 e o n.º 5 do artigo 14.º, a
e aplica os sistemas de qualidade, e deve apresentar um alínea b) do n.º 2 do artigo 15.º e a alínea g) do n.º 1 do
relatório dessas auditorias ao fabricante. artigo 32.º].
4.4 — Além disso, o organismo notificado pode efetuar
visitas inesperadas ao fabricante. Durante essas visitas, se Módulo A: Controlo Interno da Produção
necessário, o organismo notificado pode efetuar ou mandar 1 — O controlo interno da produção é o procedimento
efetuar ensaios do produto para verificar o bom funciona- de avaliação da conformidade através do qual o fabricante
mento do sistema de qualidade. O organismo notificado cumpre os deveres definidos nos n.ºs 2, 3 e 4 e garante
deve apresentar ao fabricante um relatório da visita e, se e declara, sob a sua exclusiva responsabilidade, que os
tiver realizado ensaios, um relatório dos mesmos. produtos em causa cumprem os requisitos do presente
5 — Marcação CE, declaração UE de conformidade e decreto-lei que lhe são aplicáveis.
certificado de conformidade 2 — Documentação técnica
5.1 — O fabricante deve apor a marcação CE definida O fabricante deve estabelecer a documentação técnica.
no artigo 16.º e, sob a responsabilidade do organismo no- Essa documentação deve permitir a avaliação da confor-
tificado referido no n.º 3.1, o número de identificação midade do produto com os requisitos aplicáveis e incluir
deste último em cada produto que esteja em conformidade uma análise e uma avaliação adequadas do(s) risco(s).
com o tipo descrito no certificado de exame UE de tipo e A documentação técnica deve especificar os requisitos
satisfaça os requisitos aplicáveis do presente decreto-lei,
aplicáveis e abranger, se tal for relevante para a avaliação,
exceto se se tratar de um componente.
5.2 — O fabricante deve elaborar uma declaração UE de o projeto, o fabrico e o funcionamento do produto. A do-
conformidade escrita para cada modelo de produtos, exceto cumentação técnica deve conter, se for esse o caso, pelo
componentes, e mantê-la à disposição das autoridades menos, os seguintes elementos:
nacionais por um período de 10 anos a contar da data de a) Uma descrição geral do produto;
colocação no mercado do produto, exceto se se tratar de b) Os desenhos de projeto e de fabrico e esquemas de
um componente. A declaração UE de conformidade deve componentes, subconjuntos, circuitos, etc.;
especificar o modelo de produto, exceto se se tratar de um c) As descrições e explicações necessárias para a com-
componente, e para o qual foi estabelecida. preensão dos referidos desenhos e esquemas e do funcio-
Uma cópia da declaração UE de conformidade deve namento do produto;
acompanhar todos os produtos, exceto componentes. d) Uma lista das normas harmonizadas, aplicadas total
5.3 — O fabricante deve elaborar uma declaração de ou parcialmente, cujas referências foram publicadas no
conformidade escrita para cada modelo de componentes Jornal Oficial da União Europeia e, nos casos em que
e mantê-la à disposição das autoridades nacionais por essas normas harmonizadas não tenham sido aplicadas,
um período de 10 anos a contar da data de colocação no descrições das soluções adotadas para cumprir os requisitos
mercado do componente. A declaração de conformidade essenciais de saúde e de segurança do presente decreto-
deve especificar o modelo de componente para o qual foi -lei, incluindo uma lista de outras especificações técnicas
estabelecida. Uma cópia da declaração de conformidade pertinentes aplicadas. No caso de terem sido parcialmente
deve acompanhar todos os componentes. aplicadas normas harmonizadas, a documentação técnica
6 — O fabricante deve manter à disposição das autori- deve especificar as partes que foram aplicadas;
dades nacionais durante um período de 10 anos a contar
e) Os resultados dos cálculos de projeto, dos exames
da data de colocação no mercado do produto:
efetuados, etc.;
a) A documentação referida no n.º 3.1; f) Os relatórios dos ensaios.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2075)
foi estabelecida. Uma cópia da declaração de conformidade A disciplina normativa agora aprovada visa garantir
deve acompanhar todos os componentes. que os equipamentos sob pressão ou conjuntos novos pro-
6 — Mandatário duzidos por um fabricante sediado na União Europeia ou
Os deveres do fabricante, enunciados nos n.ºs 2.2 e 5, os equipamentos sob pressão ou conjuntos, quer novos,
podem ser cumpridos, em seu nome e sob a sua responsabi- quer usados, importados de um país terceiro colocados no
lidade, pelo respetivo mandatário, desde que se encontrem mercado, satisfazem requisitos que asseguram um elevado
especificados no mandato. nível de proteção da saúde e da segurança das pessoas,
dos animais domésticos e dos bens. Por outro lado, o di-
ANEXO X ploma visa ainda garantir que todos os intervenientes no
[a que se refere a alínea a) do n.º 2 do artigo 15.º] processo conhecem e cumprem as suas obrigações para
com o mercado.
Declaração UE de conformidade (n.º XXXX) (1) As alterações consagradas consubstanciam um reforço
1 — Modelo do produto/produto (número do produto, do alinhamento preconizado pelo quadro legislativo com-
do tipo, do lote ou da série): posto pelo Regulamento (CE) n.º 765/2008, do Parlamento
2 — Nome e endereço do fabricante e, eventualmente, Europeu e do Conselho, de 9 de julho, que estabelece os
do seu mandatário: requisitos de acreditação e fiscalização do mercado relati-
3 — A presente declaração de conformidade é emitida vos à comercialização de produtos e que visa complementar
sob a exclusiva responsabilidade do fabricante: a Decisão n.º 768/2008/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 9 de julho de 2008, relativa a um quadro
4 — Objeto da declaração (identificação do produto que
comum para a comercialização de produtos, e ao Decreto-
permita rastreá-lo; se for necessário para a identificação
-Lei n.º 23/2011, de 11 de fevereiro, que dá execução na
do produto, pode incluir uma imagem):
ordem jurídica nacional ao mesmo Regulamento.
5 — O objeto da declaração acima descrito está em Foi promovida a audição do Conselho Nacional do
conformidade com a legislação aplicável de harmonização Consumo e dos órgãos de governo próprios das Regiões
da União: Autónomas.
6 — Referências às normas harmonizadas aplicáveis Assim:
utilizadas ou às outras especificações técnicas em relação Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons-
às quais é declarada a conformidade: tituição, o Governo decreta o seguinte:
7 — Se aplicável, o organismo notificado … (nome,
número) efetuou … (descrição da intervenção) e emitiu
o certificado: CAPÍTULO I
8 — Informações complementares:
Disposições gerais
Assinado por e em nome de:
(local e data de emissão): Artigo 1.º
Objeto
(nome, cargo) (assinatura):
O presente decreto-lei estabelece as regras aplicáveis à
(1) É facultativa a atribuição de um número à declaração de confor- disponibilização no mercado de equipamentos sob pres-
midade por parte do fabricante. são, transpondo para a ordem jurídica nacional a Diretiva
n.º 2014/68/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 15 de maio de 2014.
Decreto-Lei n.º 111-D/2017
Artigo 2.º
de 31 de agosto
Âmbito
O presente decreto-lei estabelece as regras aplicáveis à 1 — O presente decreto-lei aplica-se ao projeto, fabrico
disponibilização no mercado de equipamentos sob pres- e avaliação de conformidade dos equipamentos sob pressão
são, transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva e dos conjuntos sujeitos a uma pressão máxima admissível
n.º 2014/68/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, (PS) superior a 0,5 bar.
de 15 de maio de 2014. 2 — O presente decreto-lei não se aplica:
O Decreto-Lei n.º 32/2015, de 4 de março de 2015,
procedeu à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 211/99, a) Às condutas constituídas por tubos ou por sistemas
de 14 de junho, que estabelece as regras a que devem obe- de tubos para o transporte de quaisquer fluidos ou subs-
decer o projeto, o fabrico, a avaliação da conformidade, tâncias para uma instalação ou a partir dela em terra ou no
mar, a partir do último órgão de isolamento, e incluindo
a comercialização e a colocação em serviço dos equipa-
este, situado na periferia da instalação, incluindo todos os
mentos sob pressão, e transpôs o artigo 13.º da Diretiva equipamentos anexos, especificamente concebidos para
n.º 2014/68/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de a conduta, não estando abrangidos por esta exclusão os
15 de maio de 2014, relativa à harmonização da legislação equipamentos sob pressão normalizados, como os que
respeitante à disponibilização no mercado de equipamentos se podem encontrar nos postos de descompressão e nas
sob pressão. estações de compressão;
Assegurada que foi a mencionada transposição do ar- b) Às redes de abastecimento, distribuição e escoamento
tigo 13.º da Diretiva n.º 2014/68/UE, do Parlamento Euro- de água, bem como ao respetivo equipamento e canais
peu e do Conselho, de 15 de maio de 2014, pelo Decreto- pressurizados de água, tais como condutas forçadas, túneis
-Lei n.º 32/2015, de 4 de março, cumpre agora proceder à de pressão, chaminés de equilíbrio de instalações hidroe-
transposição integral da mesma. létricas e respetivos acessórios específicos;