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5.

Adam Smith
5.5. O Dinheiro
Cap. IV - A Origem e o Uso do Dinheiro

● relação que existe entre necessidades e


produção própria nos diferentes estágios
evolutivos da sociedade:
- produz-se para trocar e assim obter; quando já
está estabelecida a DT, provê-se muito pouco com
o próprio trabalho

1
- isolamento na produção, relação social na
circulação, benefício para todos; economia é o
terreno em que o princípio egoístico promove o
bem comum ao multiplicar as riquezas

● o que é a sociedade comercial? (p.57)


- todo o homem vive por meio da troca é
comerciante (esta é a natureza humana evoluída)

● dinheiro é anterior ou concomitante à sociedade


comercial?

2
- página 57: guardar "dinheiro" é característica de
que época?
- dinheiro é mais primitivo que sociedade
comercial
citação: pessoa prudente, qualquer sociedade e
período da história, naturalmente

● quais as causas do aparecimento do dinheiro?


dificuldades de intercâmbio - evitar inconvenientes
- porque foram os metais escolhidos?
durabilidade - conservação / divisibilidade

3
- quais as causas do aparecimento da moeda
(dinheiro cunhado) ?
- porque necessário gravação? quantidade e
qualidade garantidas (quem faz gravação?
porque é oficial?)
● moeda nada acrescenta aos produtos ou à
riqueza da sociedade; moeda não é produtiva;
facilita a circulação; transações bancárias
economizariam o trabalho de produção do ouro ao
fornecer papel-moeda
● dinheiro = instrumento universal de comércio
nas nações civilizadas

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- como as pessoas fazem para trocar?
observam normas, regras - naturalmente

- regras determinam o que?


valor de troca ou valor relativo
- que é o valor de troca?
- e o que é o VALOR?
- qual a distinção de significados do valor?
- o que é o valor de uso? existe relação entre o
valor de uso e o valor de troca? determinação?
- qual é a medida real do valor de troca?
- quais as diferentes partes do preço real?

5
- porque preço de mercado difere do preço
natural?
(pede paciência e atenção do leitor)

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5.6. Teoria do Valor e dos Preços
● nos 3 capítulos iniciais da RN, Smith mostrou
que o excedente (valor de produção acima dos
custos) está presente em todos os tipos de
produção
- o que gera o excedente não é o tipo ou a forma
de trabalho, mas o próprio trabalho
- há uma relação entre excedente e trabalho, e o
excedente será maior de acordo com o aumento
da produtividade do trabalho, determinada pela
divisão do trabalho

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● após apresentar o Dinheiro (= instrumento
universal de comércio nas nações civilizadas),
Smith observa que para realizar trocas (por
dinheiro ou por outras mercadorias) as pessoas
observam, naturalmente, normas e regras
- essas regras observadas nas trocas determinam
o valor de troca (valor relativo de uma
mercadoria), que é a proporção em que pode ser
trocada por outra

8
● o VALOR possui também outro significado: valor
de uso, que representa a utilidade que um objeto
possui
- em geral, as coisas que tem elevado valor de
uso possuem baixo valor de troca; assim também
as coisas que tem alto valor de troca tem baixo
valor de uso

● formula 3 perguntas que orientam a exposição


dos capítulos V, VI e VII do Livro Primeiro da RN e
abrangem uma teoria do valor e o primeiro esboço
da teoria da distribuição:

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- qual é a medida real do valor de troca (o preço
real) de todas as mercadorias?
- quais são as diferentes partes do preço real?
- porque preço de mercado difere do preço
natural?

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Cap. V - O Preço Real e o Preço Nominal das
Mercadorias ou Seu Preço em Trabalho e
seu Preço em Dinheiro

● um homem deve ser considerado rico ou pobre


conforme o grau de desfrute das coisas
necessárias à vida – para tanto, deve dispor do
trabalho de outros (comprar ou comandar o
trabalho de outros)
- o que determina o valor de uma mercadoria para
quem a possui e deseja trocá-la: a quantidade de

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trabalho que pode comprar ou comandar com
essa mercadoria
- o trabalho é a medida real do valor de troca de
todas as mercadorias

● riqueza é, antes de tudo, poder de compra sobre


o produto do trabalho ou sobre o próprio trabalho
de outros; é o trabalho humano que está na base
de toda a riqueza (comprável)
- definição de Smith decorre diretamente de sua
abordagem da DT: especialização implica que
vivemos dos produtos do trabalho alheio; logo, a

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medida de nossa riqueza, do quanto vale o que
produzimos, é o poder de compra sobre esses
produtos ou trabalho alheios; o trabalho é o
fundamento dessa medida e da própria riqueza
mercantil
- uma teoria do valor faz-se necessária num
contexto de generalização das trocas (também
para medir e determinar a distribuição de um
produto gerado em todos os setores)

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● o trabalho comandado (e não o trabalho contido
ou incorporado) é a categoria-chave, que
permanecerá como medida invariável do valor
- sua ênfase na relação de comando sobre o
trabalho alheio decorre também da divisão do
trabalho e especialização que estabelecem as
trocas
- categoria também estará referida ao potencial de
expansão do sistema econômico

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● Smith considera que os instrumentos são fruto
do trabalho; sua contribuição ao valor da produção
é dado pela quantidade de trabalho empregado

● o preço real de uma mercadoria que é desejada


é o trabalho e o incômodo (esforço) que custa
obtê-la
- o trabalho foi o primeiro preço, o dinheiro de
compra original que foi pago por todas as coisas

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- trabalho é a medida real, exata e invariável do
valor; é o padrão último e real, pelo qual se
estabelece o preço real; único padrão de
comparação em todos os tempos e lugares
- o valor (preço real) do trabalho é sempre o
mesmo para o trabalhador; porém, o trabalho tem
um preço real um preço nominal; este varia
conforme o valor do dinheiro
- o preço real é a quantidade de bens necessários
que o trabalhador recebe, é a subsistência do
trabalhador (evolui mas é estável); o que varia é o
valor dos bens

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- partindo do princípio subjetivo do esforço, Smith
conclui que a variação do valor do trabalho será
sempre, na verdade, uma variação do valor das
mercadorias

● o preço real do trabalho é maior nas sociedades


mais progressistas na sua riqueza
● problema do trabalho como medida do valor: é
uma noção abstrata, não palpável; os trabalhos têm
graus diferentes de dificuldade, é difícil sua medição;
então usa-se dinheiro para calcular o valor

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- o dinheiro é usado quando cessa o comércio
mediante a troca de bens
● há o problema das variações no valor do
dinheiro, pois os metais variam de valor: caso dos
metais preciosos no século XVI
- houve queda do valor do ouro e da prata a 1/3
- como custavam menos trabalho, comandavam
menos trabalho, os preços se elevaram
● o dinheiro é uma medida exata do valor real de
troca somente no mesmo tempo e lugar, sendo
válida a consideração dos preços nominais

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- o preço nominal das mercadorias é seu preço
real expresso em dinheiro

“uma vez que é o preço nominal das coisas que em


última análise determina se uma certa compra ou
venda é prudente ou imprudente, e consequen-
temente é esse o preço que regula quase toda a
economia na vida real normal em que entra em jogo o
preço, não é de se admirar que se lhe tenha
dispensado muito mais atenção do que ao preço real”

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Cap. VI - Fatores que Compõem o Preço das
Mercadorias

● as trocas são reguladas apenas pela proporção


entre as quantidades de trabalho necessárias à
produção das mercadorias somente no estágio
antigo ou primitivo, antes do acúmulo de capital e
da apropriação da terra
- nessa fase, o produto do trabalho pertence
integralmente ao trabalhador

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● quanto há acúmulo de patrimônio ou capital nas
mãos de pessoas particulares, elas o empregarão
para contratar trabalhadores, fornecendo-lhes
matérias-primas e subsistência
- fazem-no a fim de obter lucro com a venda dos
produtos do trabalho dessas pessoas ou com
acréscimo de valor realizado por esse trabalho
- o valor do trabalho então se decompõe em
salários e lucros; estes compensam o empresário
pelo seu trabalho e risco

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● os lucros tem relação proporcional ao capital
investido, não tendo nenhuma proporção com a
quantidade, dureza ou engenho de um suposto
trabalho de inspecionar e dirigir (confiado a
funcionários)
- o trabalhador deve repartir o produto com o dono
do capital que lhe dá emprego
- somente a grandeza do capital determina o lucro,
porque a taxa de lucro está pressuposta ao nível
da concorrência
- a fonte do lucro está no excedente de valor
criado pelo trabalho na produção

22
● a quantidade de trabalho empregado para
adquirir ou produzir uma mercadoria NÃO é mais
a única circunstância a determinar a quantidade
de trabalho que ela pode comprar ou comandar ou
pela qual pode ser trocada
- uma quantidade adicional é devida pelos lucros
do capital
● quando toda terra do país tornou-se propriedade
privada, os donos das terras (como quaisquer
outras pessoas) gostam de colher onde nunca
semearam, exigindo uma renda, mesmo pelos
produtos naturais da terra

23
- o trabalhador deve dar ao proprietário uma parte
do que seu trabalho colhe ou produz
- o preço dessa parte é a renda da terra, que
representa um terceiro componente do preço (real)

● a medida do valor real dos componentes do


preço é dada pela quantidade de trabalho que
cada um deles pode comprar ou comandar
- o trabalho mede o valor não somente daquela
parte do preço que se desdobra em trabalho
efetivo, mas também das partes representadas
pela renda da terra e pelo lucro

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● o valor de todas as mercadorias se desdobra,
em última análise, em um, dois ou três desses
fatores (salários, lucros e renda da terra)
- haveria talvez uma quarta parte dos preços,
destinada a cobrir o desgaste dos equipamentos;
mas não há, porque essa parte também se
desdobra em salário, lucro e renda; o preço total
continua a desdobrar-se, diretamente ou em
última análise, nos três componentes

25
- assim como o preço ou valor de troca de cada
mercadoria específica, a renda anual completa de
um país deve decompor-se nos mesmos três itens
- o que é obtido ou produzido pelo trabalho total
de cada sociedade, o preço total disso, é
originariamente distribuído entre alguns membros
da sociedade

● salário, lucro e renda da terra: as três fontes


originais de toda a receita ou renda, e de todo o
valor de troca

26
- qualquer outra receita ou renda provém, em
última análise, de um ou de outro desses três
fatores (impostos; juros são renda derivativa)
- essas rendas podem não estar plenamente
diferenciadas e ser de difícil distinção ou correta
denominação em certos casos

27
Análise da Teoria do Valor de Smith

● quando patrimônio foi acumulado e a terra


apropriada, o trabalho mantém-se como único
determinante do valor?
- na verdade, Smith se contradiz, e isto não diz
respeito à diferença entre estágio primitivo e
sociedade comercial

● considerando já a presença dos proprietários de


capital e terra, há contradição:

28
- primeiro, afirma que o valor do produto do
trabalho é decomposto (dedução), sendo repartido
pelo trabalhador
- depois diz que não é a quantidade de trabalho
empregada o único fator componente, há também
lucro e renda determinando esse valor
- as rendas são então apresentadas como fontes
do valor de troca, o que contradiz a primeira
afirmativa

● nota-se duas abordagens e determinações


diferentes para o valor:

29
- valor tem uma fonte única no trabalho e se
distribui em três tipos de renda
- o valor resulta da soma das três rendas, que
representam custos de produção (em trabalho,
capital e arrendamento)

● explicitação da primeira abordagem:


- teoria do valor com base no trabalho realizado,
correspondendo esse ao valor total
- uma parte desse valor criado pelo trabalho (um
excedente) não pertence ao trabalhador, devido
às condições de propriedade

30
- a fonte de todas as rendas é o valor que o
trabalho cria; está na base do salário, do lucro e
da renda; estes últimos se apresentam,
primeiramente, como deduções do produto do
trabalho

● explicitação da segunda abordagem:


- teoria do valor com base nos custos de
produção, mantendo a medida do valor em
trabalho comandado
- passa a considerar o trabalho como um custo de
produção, ao lado dos outros dois

31
- conclui que trabalho empregado não determina
mais o valor, no momento em que se refere a esse
trabalho como custo em salário (preço real ou
nominal)
- além disso, o trabalho empregado não determina
mais o valor total no momento em que o valor
desse trabalho pode ser lançado, adiantado, para
se obter um valor total superior, contendo
excedente (lucro e renda)

32
● a partir da segunda abordagem, afirma que
quantidade de trabalho empregado (contido) não
pode mais ser a medida do valor
- Ricardo e Marx vão construir suas teorias do
valor-trabalho com base nessa medida (trabalho
contido)
- para Smith, na sociedade comercial, com o valor
determinado pelas três rendas, não se mantém a
igualdade entre o trabalho que custou
(empregado, contido) e o trabalho que comanda
ou compra

33
● ilustração do raciocínio de Smith:

ESTÁGIO PRIMITIVO E RUDE

trabalho que custou X trabalho que comanda


passado (=) presente

A (100) = B (100)
trabalho contido trabalho comandado
(necessário) (contido)

concorrência assegura a igualdade

34
SOCIEDADE COMERCIAL (CAPITALISMO)

A (100) ≠ B (150)
trabalho contido < trabalho comandado
(capital) (50 mp; 50 sal; 50 lucro)

com esse princípio, Smith pode afirmar também


que o trabalho anual da sociedade é a base do
consumo anual e compra mais do que custou

35
● reformulação de Smith considera também que:
- se as proporções entre trabalho e capital
empregados nos diferentes setores são diferentes,
então as trocas não podem ser proporcionais ao
trabalho empregado (contido), pois a adição dos
lucros aos salários comporá totais não
proporcionais
- somente nas trocas entre setores com igual
proporção de emprego de capital e trabalho, os
valores seriam proporcionais ao trabalho
empregado

36
● a segunda abordagem da teoria do valor (que é
preponderante) não satisfaz um requisito lógico
para uma teoria do valor
- há circularidade: o salário também é um preço,
corresponde a um valor; rendas e lucros derivam
de preços
- como explica os preços a partir de preços, não
pode explicar os preços em geral e em última
análise

● a mesma crítica, nos termos de Ricardo:

37
- teoria de Smith baseada nos custos de produção
(3 rendas) leva-o a conclusões sobre o nível geral
de preços e não sobre os preços relativos
- se aumenta um dos componentes, preço deve
aumentar, mas impactos são diferenciados
- se o milho (fator de uso generalizado como
subsistência) aumentar de preço, os salários de
subsistência deveriam ter maior valor monetário e
todos os preços subiriam
- Smith iguala essa circunstância a uma desva-
lorização da prata, sem atentar para os impactos
diferenciados da elevação do preço do milho

38
- sua medida do valor (soma das 3 rendas, pelo
trabalho que podem comandar) depende das
variações de preços relativos e torna-se
logicamente inconsistente ser utilizada para medir
a produção total e o produto líquido (cujo
montante afeta a taxa natural do lucro, que
compõe o preço)
● Smith não apresenta uma teoria rigorosa da
troca, pois há assimetria nas relações de troca
entre capitalista e trabalhador, o que afeta a
objetividade da medida do valor

39
● observa-se uma disjunção (ruptura) entre teoria
do valor pelos custos de produção e teoria da
medida do valor
- na primeira, trabalho tem um preço que compõe
o valor, junto com outros custos
- na segunda, o trabalho é uma essência subjetiva
● outra crítica de Ricardo:
- a medida do valor em quantidade de trabalho
que se pode comandar (quantidade de
mercadorias que pode comprar) nunca pode ser
um padrão invariável
- salários pagos podem variar

40
● em Smith, a origem do excedente está indicada,
mas não claramente explicada (ou explicitada)
- está indicado que o excedente é uma quantidade
de trabalho, pois o trabalho empregado produz
além do que custa
- devido à produtividade, o trabalho gera produto
líquido, que remunera (sustenta) as outras
classes, cujas propriedades contribuem para a
produtividade do trabalho
● com a proposição do valor determinado pelos
custos de trabalho, capital e terra (3 rendas),

41
Smith interpõe a distribuição da renda na
explicação do valor (produção)
- assim, a distribuição se “resolve” na formação do
próprio produto, isto é, na produção
- mudanças na distribuição (alteração nos preços
naturais de trabalho, terra e capital) afetam o
valor; não há independência entre valor produzido
e valor distribuído
- crítica: somente um valor que tenha sido
produzido pode ser distribuído
- problemas análogos serão enfrentados por
Ricardo e Marx em suas teorias do valor-trabalho

42
● a teoria do valor de Smith (em última análise)
não é uma teoria baseada no trabalho
incorporado, mas uma teoria baseada nos custos
de produção
- contudo, ele segue referindo-se à produção
anual e a diversas situações como se a teoria do
valor-trabalho bastasse para explicar os preços
● pode-se sustentar que:
- há uma incoerência em Smith, que ele altera sua
teoria do valor e que esta carece de determinação
- sua explicação do valor de troca não tem um
encadeamento lógico

43
● porém, as idéias sobre o valor presentes em
Smith vieram a se tornar a base de outras teorias
bem diversas e melhor formuladas:
- versões mais sofisticadas da teoria do valor-
trabalho
- teoria neoclássica dos custos e da distribuição
do produto

● com análise do valor, Smith define a estrutura


social básica no capitalismo:
- três classes sociais: trabalhadores, capitalistas e
proprietários de terra

44
- Smith considera que as deduções do produto do
trabalho (lucro e renda) – quando o estágio rude e
primitivo é superado – são mais que compensadas
pela produtividade superior que o capital e a terra
podem propiciar
- assim, Smith reconcilia propriedade privada da
terra e dos meios de produção com o bem-estar
coletivo

● problemas da apresentação de Brue (p.74-5):

45
- “Smith analisou primeiro o valor de troca em
uma economia em estado ‘recente e primário’, que
ele define como algo em que o trabalho é o único
recurso escasso (o capital e a terra são
inexistentes ou são bens livres)”
- conceitos totalmente estranhos ao raciocínio de
Smith (teoria neoclássica da escassez dos fatores)
- “Smith percebeu que o crescimento de capital
invalidaria uma simples teoria do valor do custo do
trabalho”
- correto, porém a primeira teoria do valor não era
de custo, mas de valor criado pelo trabalho

46
● erros de revisão (p.75, último parágrafo):
- “o custo de produção, os salários, o rendimento e
os lucros não são os únicos determinantes do
valor no longo prazo”
- “proposição razoável se nós a basearmos na
hipótese implícita de Smith de que a produção NÃO
expandirá ou diminuirá o custo fixo de produtos por
unidade [sic]”
- questão da economia neoclássica: demanda
afeta o valor, se a expansão da produção modifica
os custos unitários (para cima ou para baixo)

47
Conclusão do Capítulo VI

● em países evoluídos, poucas mercadorias têm


seu valor oriundo apenas do trabalho; renda da
terra e lucro contribuem em larga escala para
perfazer o valor de troca da maior parte da
mercadoria
- a produção do trabalho anual sempre será
suficiente para comprar ou comandar uma
quantidade de trabalho muito maior do que foi
empregada para obter, preparar e levar essa
produção ao mercado

48
- se a sociedade empregasse todo o trabalho que
pode comprar anualmente, a produção de cada
ano sucessivo teria valor muito superior ao da
produção do ano anterior
- mas os ociosos consomem grande parte dessa
produção
- de acordo com a repartição entre ativos e
ociosos, o valor comum dessa produção deverá
aumentar, diminuir ou permanecer inalterado (a
proporção em que aumenta a produção anual
depende daquela repartição)

49
- indica o norte para a teoria da acumulação e
crescimento: esta depende da repartição do
produto entre (a) renda que será consumida sem
propósitos de reprodução do sistema e (b) capital
que, em última análise, representa emprego
(assalariado) de trabalho produtivo

● note-se que a Teoria do Valor em Smith explica:


- as relações de troca entre mercadorias
- a distribuição do valor entre as classes sociais
- a acumulação de capital

50
Cap. VII - O Preço Natural e o Preço de Mercado
das Mercadorias

● Smith introduz outra dimensão do preço, em


paralelo à distinção anterior entre preço real e
preço nominal

● em cada época e sociedade, existem taxas


comuns (médias) para salários e lucros, em cada
emprego diferente de capital

51
- essas taxas são reguladas, naturalmente, em
parte pelo estágio de desenvolvimento; em parte
pela natureza de cada emprego ou setor
● também há uma taxa natural de renda da terra,
regulada igualmente e pela fertilidade natural ou
artificial
- taxas naturais determinam o preço natural de uma
mercadoria: o preço que corresponde ao suficiente
para pagar, ao mesmo tempo e de acordo com suas
taxas naturais, a renda da terra, os salários do
trabalho e os lucros do capital empregado em obter,
preparar e levar a mercadoria ao mercado

52
● preço natural corresponde ao que vale a
mercadoria, incluindo o lucro como parte do custo
primário; pois capitalista poderia auferi-lo em outro
setor e representa sua renda, fundo de
subsistência, que precisa ser custeada

● concorrência tende a estabelecer uma


correspondência entre as taxas de salários, lucros
e renda da terra nos diferentes setores

53
● capital comercial participa igualmente (nivelação
de taxa de lucro) na distribuição do produto
líquido; também o lucro do comerciante,
proporcional ao seu capital, comparece como
custo para disponibilizar o produto
- posição novamente distinta da fisiocracia
(comércio apenas opera com valores já criados) –
esta última será adotada por Marx (comércio não
cria valor), que adota o mesmo critério de Smith
para a distribuição (capital comercial participa
igualmente)

54
● preço de mercado (PM) ou preço efetivo:
- pode ser maior, menor ou igual ao preço natural
(PN)
- regulado pela relação entre demanda efetiva e
quantidade ofertada
- demanda efetiva, diferente da demanda
absoluta, refere-se àqueles dispostos a pagar o
preço natural (capaz de induzir os comerciantes)

55
● quando a quantidade colocada no mercado é
igual a demanda efetiva, PN e PM coincidem, ...

O = DE  PM = PN

- mercado vendedor – concorrência entre os


vendedores levará à queda do preço de mercado

O > DE  PM < PN

56
- mercado comprador – concorrência entre
compradores levará ao aumento do preço de
mercado
O < DE  PM > PN

● preço natural é o preço central de gravitação do


preço de mercado

● alguns dos rendimentos ficam abaixo ou acima


da taxa natural, provocando deslocamento de
trabalhadores e capitais

57
- rendimentos mais afetados são salário e lucro,
porque a renda é geralmente fixada conforme uma
média

● deslocamentos de trabalho e capital:


- fluem em direção aos setores em que PM > PN
(excesso de demanda), porque nesses os
rendimentos que estão sendo obtidos são maiores
- retiram-se dos setores em que o PM < PN,
porque não remuneram o suficiente, em vista da
média social (taxas naturais)

58
● a quantidade de cada mercadoria colocada no
mercado ajusta-se naturalmente à demanda
efetiva
- a demanda efetiva regula a aplicação dos recursos
- origem da noção de soberania do consumidor da
escola neoclássica

● preços de mercado podem ficar muito tempo


acima do preço natural, por diversas causas:
- regulamentos, condições da natureza (escassez
de solos específicos), monopólios, desinformação
(segredos comerciais e industriais)

59
● enquanto o preço de monopólio é o mais alto
que se pode conseguir, o preço natural
(estabelecido pela livre concorrência) é o mais
baixo que se pode aceitar (garante a continuidade
do processo produtivo), levando-se em conta um
período considerável e sucessivo

● raramente o PM pode ficar muito tempo abaixo


do PN, porque haveria queda na produção,
deslocamento (saída) de recursos e logo PM
subiria até PN

60
● o PN varia juntamente com a taxa natural de
cada um dos componentes; em cada sociedade,
as taxas naturais variam de acordo com o grau de
desenvolvimento e outras circunstâncias (matéria
dos capítulos VIII até XI)

● erro na apresentação de Brue (p. 76):

61
- “o preço de mercado depende dos desvios da
oferta e da demanda e tenderá a flutuar em torno
do preço natural. Se o preço natural estiver acima,
mais bens chegarão ao mercado, depreciando os
preços. Se o preço natural estiver abaixo, alguns
fatores produtivos serão retirados, a quantidade
fornecida cairá e o preço de mercado aumentará
em direção ao preço natural”

- contém asneiras e uma contradição lógica, porque


o preço natural é dado (época e lugar) e apenas o
preço de mercado varia, comandando o movimento
dos recursos produtivos

62

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