Sie sind auf Seite 1von 13

1

Enrico Onofri direcção

Gemma Bertagnolli
Maria Hinojosa Montenegro
Paz Martínez Gil
Martín Oro
Fernando Guimarães
Hugo Oliveira
2 3

Antonio Caldara (1670?-1736) Antonio Caldara e La Maddalena


Madalena aos pés de Cristo por Brian W. Pritchard

Maddalena ai piedi di Cristo (c. 1700) Antonio Caldara (1670?-1736) foi um músico de excepção, ainda
que tenha vivido numa época marcada por grandes e prolíficos
DIVINO SOSPIRO compositores. O número de obras que compôs é esmagador: mais
Enrico Onofri d i r e c ç ã o de oitenta óperas, cerca de uma centena de adaptações do texto
Gemma Bertagnolli s o p r a n o Maddalena bíblico, uma grande variedade de obras litúrgicas de menor im-
Maria Hinojosa Montenegro s o p r a n o Marta portância, assim como mais de duzentas cantatas profanas e pelo
Paz Martínez Gil c o n t r a l t o Amor Terreno menos cinquenta peças de música instrumental. E a este acervo
Martín Oro c o n t r a t e n o r Amor Celeste ainda se pode acrescentar quarenta e quatro oratórias. Não é de
Fernando Guimarães t e n o r Cristo estranhar que a exaustão física tenha contribuído para a sua mor-
Hugo Oliveira b a i x o Fariseo te em Dezembro de 1736 em Viena, onde residia desde a sua no-
meação como Vizekapellmeister (vice-mestre de capela) da corte
imperial, em meados de 1716.

No entanto, Maddalena ai piedi di Cristo surge logo no início da


carreira de Caldara e não no final. Na viragem do século XVII, o
jovem compositor, que contava já com três publicações de sonatas
em trio e cantatas, viu duas oratórias suas ser apresentadas em La
Fava, a igreja dos oratorianos, na sua Veneza natal. Uma tercei-
ra oratória, La Maddalena, pode também ter sido escrita para La
Fava ou, possivelmente, para ser apresentada na corte de Mântua,
depois de Caldara se ter tornado, em 1700, mestre de capela de
Ferdinando Carlo, o último Gonzaga governante do principado.

Esta oratória sobreviveu – mas por pouco. Nem o manuscrito ori-


ginal nem os primeiros materiais de concerto subsistem. De fac-
to, parece não ter havido mais nenhuma apresentação da obra a
seguir à estreia. No entanto, afortunadamente, existe em Viena
uma cópia da partitura completa, um libreto impresso e algumas
partes instrumentais (mas não vocais). Este material deve perten-
cer a uma apresentação, nesta cidade, em 1713, um ano após a
visita de Caldara­(1711-1712), quando se candidatou, sem êxito,
ao cargo de Hofkapellmeister. É possí­vel que um projecto de apre-
sentação de La Maddalena durante a Quaresma de 1712 sob a sua
direcção não tenha sido bem-sucedido – quem sabe? De qualquer
forma, ao deixar a sua música para trás aquando do seu regresso
à corte do príncipe Ruspoli em Roma, em meados de 1712, Caldara
assegurou La Maddalena para a posteridade.

O libreto de Maddalena ai piedi di Cristo é uma versão embeleza-


da do episódio relatado nos Evangelhos de João (11:1-2 e 12:1-4)
e Lucas (7:36-50). O texto de Lodovico Forni, de 1690, foi retraba-
Intervalo com cerc a de 2 0 minu t o s en t re a p rimeir a e a s egund a p a r t e s
lhado antes de chegar às mãos de Caldara, mas deve-se a Forni a
Co-produção CCB/DIVINO SOSPIRO
O Centro Cultural de Belém e Divino Sospiro agradecem a Brian W. Pritchard. ORQUESTRA EM RESIDÊNCIA
4 5

inspirada criação dos dois personagens alegóricos – Amor Celeste e Amor Terreno – que Maddalena ai piedi di Cristo Madalena aos pés de Cristo
lutam para conquistar a alma insubmissa de Madalena. E são, sem dúvida, as PARTE PRIMA PRIMEIRA PARTE
SINFONIA ABERTURA
linhas de Forni que tão vivamente captam a sua angústia mental perante uma
decisão de mudança radical de vida. O drama psicológico está bem patente. AMOR TERRENO AMOR TERRENO
Dormi, o cara, e formi il sonno Dorme, minha amiga, e que o sono
A oratória desenvolve-se através de uma sucessão de recitativos e de árias. Os per far grati i tuoi riposi amenize o teu repouso
recitativos são do tipo secco; alguns terminam em secções arioso, outros são mille idee d’amico piacer. com mil pensamentos aprazíveis.
intensamente dramáticos, como em “Maddalena, che fai?”, quando Amor Ter- Così godea la mente de’ sogni Assim se deleita o espírito
astratta nel più bel lavoro, no maravilhoso trabalho dos sonhos,
-reno e Amor Celeste se digladiam por Madalena.
mentre predon le membra il suo ristoro. enquanto o corpo se restaura.
Deh, librate, amoretti Peço-vos, lascivos caprichos,
As árias são, naturalmente, as jóias da coroa. À excepção da fascinante “Dor- lascivetti in aria i vanni. dispersai-vos pelos ares
mi, o cara” – que abre a oratória –, todas as árias têm uma estrutura básica Non turbate i sogni grati, Não perturbeis tão amenos sonhos;
ABA (da capo). Similaridade maçadora? De forma alguma. Há árias curtas es- troppo amati son gl’inganni. demasiado sedutores são os enganos.
critas para voz e baixo contínuo mas enquadradas por um ritornello para or-
questra, e há construções mais ambiciosas onde o grupo de acompanhamento AMOR CELESTE AMOR CELESTE
Del sonno lusinghiero Vamos, do sono lisonjeiro
está permanentemente ocupado. O que distingue Caldara está patente nas
sù, si turbi gl’inganni. expulsemos os enganos!
suas orquestrações – das cinco partes do naipe de cordas, passando pelo ténue
uníssono dos violinos e contrabaixo, até aos timbres sombrios das violas e do AMOR TERRENO AMOR TERRENO
contrabaixo. Ao mesmo tempo, para equilibrar, contrapõe com obbligatos de Come così importuno Como ousas entrar aqui
instrumentos solo – observe-se o violoncelo em “Pompe inutili” e o violino em tu qui t’involi a disturbar costei e importunar aquela que escolheu
“Da quel strale”. ch’è già del regno mio l’onor primiero? primeiro honrar o meu reino?

AMOR CELESTE AMOR CELESTE


Repare-se, também, que as árias mais curtas estão reservadas aos momentos Non sempre involta l’alma A alma envolta no horror das trevas
mais pessoais e íntimos do libreto; a sua falta de bravura e de teatralidade re- in tenebrosi orrori deve l’orme calcare, não deve seguir para sempre
força a sua empatia. As árias longas proporcionam os momentos esplendorosos ch’hanno per meta o caminho que conduz
e dramáticos – são as peças principais da cena lírica. Amor Terreno sai-se par- il precipizio annesso. ao precipício próximo.
ticularmente bem em “Fin che danzan”, ainda no início da oratória, e na sua La ragione s’un alma conseglia, Se a razão aconselha a alma,
nel seno risveglia no seu seio desperta
manifestação de raiva e vingança em “Orribili, terribili” na segunda parte.
un nobile ardir. uma nobre audácia
E lusinga fallace d’Amore e as falácias traiçoeiras do Amor
Além disso, Caldara seduz-nos com imagens. O obbligato floreado do violon- non può di gran core não conseguem entorpecer
celo em “Pompe inutili” é facilmente compreendido; em “Fin che danzan” as lo spirto sopir. o ânimo de um grande coração.
Graças dançam a corrente; os címbalos e sistros dos habitantes do Paraíso pare- Così sciolta da’ lacci de’ suoi error, Assim liberta dos grilhões dos seus erros
cem ressoar no acompanhamento de “Su, lieti festeggiate”. Temos o hipnótico che la tenean già stretta, que a mantinham já cativa,
del piacer lusinghier il vezzo infido Madalena escapará à pérfida atracção
motivo descendente no baixo que embala Madalena em “Dormi, o cara”, ao
fuggirà Maddalena. dos prazeres lisonjeiros.
passo que em “In lagrime stemprata” o padrão rítmico é tão incessante quanto
as lágrimas de Madalena. AMOR TERRENO AMOR TERRENO
Io me ne rido. Non cantinsi i trionfi Rio-me do que dizes.
Mas será que é assim tão importante apreender todas as imagens ou represen- prima della vittoria: Não cantes vitória antes da guerra acabada:
tações? Feitas as contas, o poder da música da Caldara está para lá de qualquer Hai nemico possente. Tens um poderoso inimigo.
explicação acerca das partes que a compõem. A sua beleza melódica, as suas
AMOR CELESTE AMOR CELESTE
magníficas colorações, o seu tratamento indulgente de um dilema demasiado Ma’l tuo valor sta negl’orror del senso. Mas o teu poder reside no horror dos sentidos.
humano não carecem de um apologista, apenas da oportunidade, que agora
nos é dada pelo Divino Sospiro, de espalhar a sua magia. AMOR TERRENO AMOR TERRENO
Trad. Mafalda Melo Sousa Sù dunque alla pugna! Combatamos, então!
6 7

A DUE AMBOS AMOR TERRENO AMOR TERRENO


e di costei sia Campidoglio il core. E que o seu coração seja o campo de batalha. Troppo dura è la legge Demasiado dura é a lei que exige,
che, per donarti pace, como preço da tua paz,
AMOR CELESTE AMOR CELESTE ti comanda il pugnar contro te stessa; que contra ti mesma tenhas de lutar.
Alle vittorie del celeste amore. À vitória do Amor Celeste! sarà lunga la pugna e’l fine incerto. Será longa a batalha e o seu fim incerto.
Vivi, sù, quella vita Vive, pois, essa vida
AMOR TERRENO AMOR TERRENO di cui mai non passò momento alcuno, em que todos os instantes
Alle vittorie del terreno amore. À vitória do Amor Terreno! che segnato non fosse con bianca pietra têm a marca da pedra branca
da piacere amico. do prazer.
MADDALENA MADALENA Segui quel che ti piace, Faz o que te aprouver,
Oimè, troppo importuno Ai de mim, por demais importuno che mai potrai godere pois nunca poderás gozar
chi mi turba i riposi. é aquele que perturba o meu repouso. se non sarai de’ genii tuoi seguace. se não seguires o teu desejo.
Dunque ancor, mentre al sonno in Nem nos braços do sono Fin che danzan le grazie sul viso Enquanto as Graças dançam no teu rosto,
braccio sono, all’acerbe mie pene poderei gozar, senão a paz, avvezzati a ridere, impara a goder. habitua-te a rir e aprende a gozar!
tregua almen se non pace pelo menos uma trégua Verrà l’etade algente che repente Depressa chegará a velhice gélida
trovar mai non potrò? para meus cruéis tormentos? darà bando al bel piacer. que afugenta o belo prazer.
E per qual legge, oh Dio, E por que lei, Deus meu,
a sì barbara guerra fica o meu coração presa MADDALENA MADALENA
sempre aperto, de tão bárbaro guerrear Cieli, che mai risolvo? Céus, o que fazer?
steccato è’l petto mio e a minha razão convulsa Mi sembra male il non goder ma veggio, Parece-me mal o não gozar mas vejo
Da sì fiera battaglia la ragione agitata? em tão feroz batalha? che seguir a goder in fin è peggio. que continuar a gozar afinal é pior.
Par che due Maddalene sian dentro questo Parece que duas Madalenas vivem no meu Se nel ciel splendon le stelle Se no céu brilham tão belas estrelas,
petto, coração così belle, verso il ciel rivolgo il piè. para o céu me dirijo.
e in un voler doppio voler ristretto. e no meu espírito não uma, mas duas vontades. Abbandono il mondo rio Abandono o mundo malvado
Vorrei seguir la strada Queria seguir o caminho e a quel Dio ch’è’l fattor e a Deus que é o criador
che di luce non finta illustra’l raggio, iluminado pela luz da verdade giuro mia fè. juro a minha fidelidade.
ma’l piacere mi piace, benché fugace, mas apraz-me o prazer, bem que fugaz,
a gl’occhi scopra il lampo. que aos olhos restitui o fulgor. MARTA MARTA
Così lo stesso oggetto, or amando Assim, ora amando ora fugindo, Germana, al ciel, deh, volgi Minha irmã, com coragem volve
or fuggendo, tanto l’alma sì turba, o mesmo objecto tanto perturba a minha con coraggio lo spirto; o teu espírito para o céu.
ch’al mio tormento fiero alma que desespero de encontrar consolo, negl’azzardi più grandi É nos grandes perigos
ogni breve conforto ancor dispero. breve que seja para tão bárbaro tormento. si distingue il più forte, que o mais forte se distingue;
In un bivio è il mio volere A minha vontade está numa encruzilhada, è premio il cielo della virtù. o céu é a recompensa da virtude.
di seguir il mondo seguir o mundo
o il cielo. ou seguir o céu. MADDALENA MADALENA
Un sentier colmo è di rose, Um caminho está cheio de rosas, Sorella, dello spirito divin Minha imã, do espírito divino
ha le vie l’altro spinose; o outro tem veredas espinhosas, ben veggio un raggio. distingo claramente o raio.
uno ha i fior, l’altro lo stelo. um tem flores, o outro o caule. Ma con nube importuna Mas o mundo traiçoeiro tenta
tenta il mondo fallace ocultar-me o seu esplendor
AMOR CELESTE AMOR CELESTE adombrarmi il fulgor. com uma nuvem importuna.
Maddalena, nel cielo fissa lo sguardo Madalena, mantém teus olhos firmes no céu
e mirerai che fabbra tu sei del tuo destino: e verás que és senhora do teu destino. MARTA MARTA
Deh, parta da te lungi Ah, afasta de ti todo o amor Al ciel ricorri, e nelle tue procelle Apela ao céu; para chegares a bom porto
ogn’altro amor fuor che l’amor celeste, excepto o amor celeste, per afferrar il porto nesta tempestade que te agita,
e proverai a Dio resa costante, e verás que, se fores fiel a Deus, da quello il lume implora. implora-lhe uma luz.
che fato alcun non ferma fado algum fixará Sospira, piangi, e umile spera ed ora. Suspira, chora e, humilde, espera e reza.
l’angoscie tue con chiodo di diamante. tuas aflições com cravos de diamante.
Spera, consolati, Espera e consola-te, MADDALENA MADALENA
che fato alcuno forza non hà. não há fados todo-poderosos. Ma queste tante mie scelleraggini Mas aspergirá o céu com a água do olvido
Sovra le stelle, O sábio prevalecerá il cielo aspergerà d’acqua d’oblio? todos estes meus actos pecaminosos?
benché rubelle, sobre o poder
ogni saggio possanza avrà. dos astros insubmissos.
8 9

MARTA MARTA lampo per mè prendendo, brilhando agora para mim


Sicuro è il perdon Seguro é o perdão presagiscano omai vostri splendori qual cometa de bom augúrio,
se verace è il pentimento. se sincera a contrição. i funerali a miei lascivi amori. prenunciar o fim dos meus amores lascivos.

MADDALENA MADALENA AMOR TERRENO AMOR TERRENO


Oh Dio! Oh, Deus! Maddalena, che fai? Che risolvesti? Madalena, que fazes? Que resolveste?
Merta una [scelta] si grande Decisão tão importante
MARTA MARTA più maturi consigli; merece mais madura reflexão.
Ma di che temi? Que temes? ti sovvenga che gl’anni tuoi più belli Lembra-te que passarás infeliz
spenderai fra sciagure, os teus mais belos anos,
MADDALENA MADALENA che dell’età la vaga primavera e que verás a adorável primavera
Troppo è Maddalena rea; Demasiada culpa se abate sobre Madalena; da turbini improvvisi da tua vida destruída
i miei misfatti os meus erros sfrondata ammirerai. por remoinhos imprevistos.
e il lezzo di mie colpe e a baixeza dos meus pecados E così poco stimi il tuo brio, Tão pouco estimas
mi resero del ciel sordida agl’occhi; tornam-me sórdida aos olhos do céu. le tue bellezze? a tua alegria e a tua beleza?
del perdono pavento, Temo ser indigna de perdão, Sono queste dono del cielo, São dons do céu
che poca penitenza pois o arrependimento e tu le sprezzi? e tu despreza-los?
è un pentimento. é parca expiação. Torna in te stessa, e con gl’amori ai vezzi. Reconsidera, e torna aos encantos do amor!

MARTA MARTA AMOR CELESTE AMOR CELESTE


Non sdegna il ciel le lacrime O Céu não desdenha as lágrimas; Le terrene lusinghe, As lisonjas terrenas
li è caro il sospirar. os suspiros são-lhe queridos. Maddalena, conosci. já tu as conheces, Madalena.
Più nobile olocausto Não há mais nobre expiação Il mondo ti promette O mundo promete-te
non puole offrir un’anima que uma alma possa oferecer momentanei diletti; deleites efémeros que nos fogem
d’un vero lacrimar. do que as lágrimas sinceras. fuggiran come suole como se desvanece a sombra
l’ombra cader all’apparir del sole. ao nascer do sol.
MADDALENA MADALENA
Omai spezza quel nodo, Corta agora esse nó AMOR TERRENO AMOR TERRENO
che benché sembri caro, que, embora te pareça precioso, Son promesse fallaci. São promessas insidiosas.
è pur catena. nada mais é que um grilhão.
Non più vivi rubella Não mais vivas desafiando AMOR CELESTE AMOR CELESTE
a quella mente eterna, o espírito eterno, Il ciel giammai non mente. O céu nunca mente.
che tante in tuo favor grazie difonde. que tantas graças te concede.
Questi son pur que’ giorni Eis chegado o tempo AMOR TERRENO AMOR TERRENO
in cui del Nazaren gl’alti portenti em que os grandes prodígios do Nazareno Son speranze bugiarde, São esperanças vãs;
danno a prò de’ mortal volo alla fama. em prol dos mortais dão asas à sua fama. tanto ingannevol più, quanto più tarde. quanto mais duram, mais iludem.
Tu là corri e al suo piede, Corre e lança-te a seus pés,
mesta de’ tuoi deliri, e, arrependida da tua leviandade, AMOR CELESTE AMOR CELESTE
offran lagrime gl’occhi possam os teus olhos oferecer-lhe lágrimas Son del mondo i diletti Os prazeres do mundo
e’l cor sospiri. e o teu coração suspiros. momentanei splendori; são esplendores de um momento;
Pompe inutili, Pompas inúteis, eterni son del vero Dio gl’amori. eternos são os amores do Deus verdadeiro.
che il fasto animate, que o fausto animam,
non sperate não espereis MADDALENA MADALENA
di dar più tormento al cor. atormentar mais meu coração. In sì fiera procella, Em tão terrível tempestade,
Ite a terra Tombai no chão, anima mia dubbiosa, e che risolvi? que decidirás tu, minha alma plena de incerteza?
vili immagini d’error. vis imagens do pecado!
E voi, dorati crini, E vós, caracóis dourados, AMOR TERRENO AMOR TERRENO
tempo fu cari ceppi ed aurei lacci, outrora presos com belos laços Oh come bello è il mondo! Oh, como é belo o mundo!
senza culto ora sparsi restate ficai agora desfeitos e soltos,
all’aura in preda, cativos das brisas, AMOR CELESTE AMOR CELESTE
e di fausta cometa e possa o vosso esplendor, Eterno è il cielo. Eterno é o céu.
10 11

FARISEO FARISEU
AMOR TERRENO AMOR TERRENO Per condur l’alme al cielo l’Ebreo legislator O Judeu legislador indica-nos o caminho
Qui si gode ….. Aqui gozamos... le vie ci addita, delle voci di Dio, para conduzir as almas ao céu,
Mosè fu sol l’eco verace; Moisés foi o único verdadeiro eco
AMOR CELESTE AMOR CELESTE e vano il creder das palavras de Deus; e é falso
...a momenti… ...por momentos... Cristo per Messia; considerar o Cristo como o Messias;
sen vada al Tempio, Maddalena, Vá ao Templo, Madalena,
AMOR TERRENO AMOR TERRENO e con i sacrifici paghi del suo fallir e com os sacrifícios pague
E’ sicuro il goder. O prazer é garantido. a Dio la pena. a Deus a pena do seu pecado.
Dove il Rè sapiente eresse sacra mole, Onde o sábio Rei construiu o sagrado edifício,
AMOR CELESTE AMOR CELESTE Iddio perdona. Deus perdoa.
La pena è certa. O castigo é certo. Ivi sopra altari accensi s’offran Aqui, acima dos altares acesos ofereçam-se
vittime ed incensi, vítimas e incensos,
AMOR TERRENO AMOR TERRENO ogni error il ciel condona. cada erro o céu perdoa.
Sono vili i timori. São infames os temores.
MARTA MARTA
AMOR CELESTE AMOR CELESTE È Cristo il vero Tempio e vero nume; É Cristo o verdadeiro Templo e verdadeiro deus;
Padre sei degl’errori! És o pai do erro! vittima offrir non puoi não podes oferecer vítima
più degna del tuo errore, mais digna do teu erro
AMOR TERRENO AMOR TERRENO che un’ alma afflitta que uma alma aflita
Il sentier ch’ora tu prendi O caminho que agora tomas ed un pentito core. e um coração arrependido.
lastricato è sol di pene. está coberto só de penas. Vattene, corri, vola, Vai, corre, voa,
Qui s’incontran sassi orrendi Aqui chocamos com temíveis segui il raggio divin segue o raio divino
e s’inciampa in fra catene. rochas e tropeçamos em mil grilhões. ch’appare in ciel. que surge no céu!
Ti consola Consola-te
AMOR CELESTE AMOR CELESTE è Cristo il tuo destin Cristo é o teu destino
Nella via del paradiso No caminho do paraíso sempre fedel. verdadeiro.
v’è la meta dei contenti. está a meta dos bem-aventurados.
Dio si gode a viso a viso Contemplar Deus face a face MADDALENA MADALENA
son sbanditi ivi i tormenti. expulsa todos os tormentos. Marta, ho risolto, Marta, decidida estou,
in seno della grazia di Dio sinto no peito a espora
MADDALENA MADALENA lo sprone io sento, da graça de Deus;
Maddalena, coraggio! Coragem, Madalena! men’ vado ai piè di Cristo, Irei prostrar-me aos pés de Cristo
Ho già risolto. La ragion Já decidi. A razão, ivi farò del Paradiso acquisto. E aí ganharei o Paraíso.
ch’ogni velo d’apparenze bugiarde que rasga o véu de aparências enganosas Voglio piangere, Quero chorar
di cui se veste, ora ritoglie al falso, que a mentira gosta de envergar, sin che frangere até que se quebre
ascolta tu più saggia. a razão escutarei mais sabiamente! possa il nodo che mi lega. o nó que me prende.
E cauto dal mortale fascino E que o arbítrio, cansado do mortal Sempre il cielo O Céu acolhe sempre
del piacer l’arbitrio sciolto, fascínio dos prazeres, se liberte, apparve amico a’ desiri, os desejos e os suspiros
meglio risolva, al vero ben rivolto. melhor resolva e se decida pelo verdadeiro bem. a’ sospiri d’un alma che prega. de uma alma que reza.
Diletti non più vanto Prazeres, não mais vos gabareis
vi darete di trarmi in catena. de me teres cativa. AMOR CELESTE AMOR CELESTE
Il vostro incanto O vosso encanto traz ao meu peito A tuo dispetto, Amor Terreno, Para teu despeito, Amor Terreno
porge al sen troppo rigida pena. Dores demasiado cruéis. fia Maddalena pentita. Madalena escolheu o arrependimento!

MARTA MARTA AMOR TERRENO AMOR TERRENO


Dell’anima tua grande fortunato decreto, A ditosa decisão da tua grande alma Eh, che il senso rubelle A rebelião da carne
ben risolvesti, o Maddalena. foi-te favorável, Madalena. è un campion troppo forte, é um adversário demasiado forte para ti;
Dove opra prodigi il Nazaren, Corre, pois, onde o Nazareno già m’accingo alla pugna Preparo-me para uma batalha
deh vola, le sue dottrine ascolta, faz os Seus milagres e ouve os Seus ensinamentos; ed aspra e dura. que será áspera e dura.
segui l’orme sue sante, segue as suas pisadas sagradas
non sia giammai il tuo piè da lui diviso. e que o teu passo jamais se aparte do seu. AMOR CELESTE AMOR CELESTE
Seguilo, egli è la via del Paradiso. Segue-o, é ele o caminho para o Paraíso. Un cor contra il piacer virtude indura. No coração, a virtude vence o prazer.
12 13

A DUE AMBOS e voi, meste pupille mie, E vós, meus olhos aflitos,
La mia virtude, il mio valor è forte. Grandes são a minha virtude e o meu valor. piangete pur, mentre col vostro pianto, chorai pois, que ao vosso pranto
con lingua di dolor l’alma risponde; a minha alma responderá com palavras de dor;
AMOR TERRENO AMOR TERRENO occhi troppo lascivi, Olhos demasiado lascivos,
Il senso è un nemico, A carne é um inimigo anima troppo sorda, alma demasiado surda,
che sempre ci segue insino alla morte. que nos ajudará até à morte. quanto è grave il fallir, che vi chiamate quão graves são os pecados a que chamais
un brio di gioventù. embriaguez da juventude!
AMOR CELESTE AMOR CELESTE Signor, pietate! Senhor, tende piedade!
La grazia è un amico, A graça é um amigo Chi con sua cetra Aquela que com a sua cítara
che sempre c’assiste insino alla morte. que nos ajudará até à morte. si piacque all’etra em tempos agradou ao éter
fra mille error tinha um coração cheio de mil pecados,
ebbe il suo cor e pianse. mas arrependeu-se.
PARTE SECONDA SEGUNDA PARTE Perciò pietà trovò dal ciel, Foi-lhe pois concedida a graça dos céus
SINFONIA ABERTURA e poi fedel d’ogni empietà li lacci e, para sempre fiel, quebrou todos os laços
franse. com a impiedade.
FARISEO FARISEU
Donna grande e fastosa, Grande e esplêndida dama, AMOR TERRENO AMOR TERRENO
sovra le di cui gote unite assieme em cujo rosto brincando amorosas Maddalena, deh, ferma! Madalena, peço-te, pára!
scherzando con amor danzan le grazie, dançam as Graças,
vanne altrove, che a stuolo vai-te daqui, arrastando contigo AMOR CELESTE AMOR CELESTE
gl’amanti condurrai stretti in catena. teus muitos amantes de ti cativos. Eh nò, deh, segui! Não, peço-te, continua!
ma in sì nobil congresso, Em tão nobre companhia,
servir a tua beltà non è concesso. não é permitido servir a tua beleza. FARISEO FARISEU
Parti, che di virtù il gradito splendor Parte, pois o grato esplendor da virtude Ma, se quest’uom riceve il divin lume Mas se a este homem foi dada a luz divina
scorger non puoi. não podes alcançar. di profetica mente, do espírito profético, porque
Come mai tra foschi orror Como poderás tu, cega pelo horror come a tatti si vil non si risente? não se ofende com o toque de mulher tão vil?
di tue colpe la sua luce veder vuoi? dos teus pecados, algum dia ver a sua luz?
MADDALENA MADALENA
MADDALENA MADALENA Deh, s’un tempo percossa Ai de mim! Se outrora percorrida
Cingan pure quest’alma Ainda que a minha alma dall’amor del mio Dio, pelo amor do meu Deus,
mille nodi d’error e la mia fama esteja presa nos nós de mil pecados, che sua mi vuole, duro scoglio sembrava que me quis sua, eu pareci rochedo impenetrável
oscurin l’ombre loro; cuja sombra obscurece a minha reputação; in mezzo all’onde, no meio do mar,
dalle tenebre ancora mesmo nestas trevas, l’ardente zel di Cristo, desejo agora que o zelo ardente de Cristo
saprò col pianto mio farei ressurgir com o meu pranto che venne a sparger foco in ogni seno, que veio semear o fogo em cada peito,
far risorger un lume assai più chiaro, uma luz mais forte ainda, così m’arda e consuma, igualmente me queime e me consuma
che sempre al cielo pois o coração arrependido che, fatto un altro cor para que alterado do que antes fora,
un cor pentito è caro. é sempre caro ao céu. da quel di prima, l’effigie in lui meu coração possa para sempre ostentar
Signor, ecco a’ tuoi piedi, Senhor, eis a teus pés dell’amor suo s’imprima. a marca do seu amor.
chi per sui gravi errori merta aquela que por seus graves pecados merece In lagrime stemprato il cor qui cade. Meu coração, dissolvido em lágrimas, rende-se.
del giusto Iddio lo sdegno ultrice, a ira vingadora do Deus justo. Già s’elesse per l’orme impresse Escolheu já seguir os teus passos
pentita, ecco, Signor, la peccatrice. Eis, Senhor, a pecadora arrependida. del tuo piè di seguir del ciel le strade. no caminho do céu.

CRISTO CRISTO AMOR CELESTE AMOR CELESTE


Se verace è il dolore è sicuro il perdono, Se o teu pesar é sincero o perdão é certo, Oh ciel, chi vide mai la penitenza Ó céus, alguma vez se viu a penitência
e tu sarai di vera penitenza e serás um exemplo memorável in più gentil sembianza? surgir com mais gentil aparência?
memorabile esempio. de verdadeira penitência.
AMOR TERRENO AMOR TERRENO
FARISEO FARISEU Perdo di mie vittorie ogni speranza. Perco qualquer esperança de vitória.
È questi un parlar empio. Ímpias são essas palavras.
CRISTO CRISTO
MADDALENA MADALENA Oh Fariseo suberbo, ogn’angol Ó Fariseu arrogante, olhando-te,
Signor, a te tutta mi dono; Senhor, a ti me entrego inteiramente; del tuo seno penetro penetro todos os ângulos
eterna ti giuro fè di penitente, Juro-te a eterna lealdade de penitente. con lo sguardo e appien lo scopro; do teu coração e por inteiro o desvendo.
14 15

con ipocrita mente miri tu questa donna, Olhas para esta mulher com espírito hipócrita
e non ravvisi, che il sacro amor e não reparas que o amor sagrado AMOR TERRENO AMOR TERRENO
ch’ora racchiude in petto, que ora reside no seu peito Se non ho forza a superar costei, Se eu não tiver poder para a derrotar,
rompe il nodo che’l piè tenea ristretto. quebra os nós que outrora tolhiam o seu passo. gl’alleati d’Averno verranno in mio soccorso. os aliados de Hades virão em meu auxílio.
Ride il ciel e gl’astri brillano O céu sorri e as estrelas brilham Dal mio valore tante anime unite Tantas almas reunidas nesse abismo infernal
e più lucidi scintillano e cintilam mais ainda in quegl’orrendi abissi, testemunham o meu valor
sovra un’anima che piange. sobre uma alma que chora, gridano disperate, com os seus gritos desesperados
Che col pianto le ritorte pois com o seu pranto a alma quebrará ed una donna sola e uma mulher apenas roubará
della morte per salir al cielo frange. as amarras da morte e assim subirá aos céus. a tante glorie mie la pompa invola? o esplendor de toda a minha glória?
Orribili, terribili furie dell’Erebo, Horríveis, terríveis fúrias de Érebo
AMOR CELESTE AMOR CELESTE date forza al mio valor. emprestai força ao meu valor!
A tuo dispetto, Amor Terreno, Para teu despeito, Amor Terreno, Con le sferze di Ceraste Com as vergastas de Cerasta
è giunta l’ora del mio trionfo. é chegada a hora do meu triunfo. agitate, flagellate il mio furor! acicatai, flagelai o meu furor.
Maddalena è pentita, Madalena está arrependida
bagnando i piè del Redentor e, banhando os pés do Redentor MARTA MARTA
col pianto, lava sue colpe, com o seu pranto, lava seus pecados Maddalena, costanza, stretta ai piè del tuo Dio, Madalena, coragem! Firme aos pés do teu Deus
e per quell’onde amare e sobre essas amargas ondas sorta dalle procelle, afferri il porto; liberta das tormentas, chegaste a bom porto.
naviga verso il cielo, navega em direcção ao céu; degl’afflitti egli è sol dolce conforto. É Ele o único e doce conforto dos aflitos.
e son propizi i venti Propícios são os ventos
de’ suoi sospiri ardenti. dos seus suspiros ardentes. MADDALENA MADALENA
Sento crearmi un nuovo core in petto Sinto crescer no peito um coração novo
AMOR TERRENO AMOR TERRENO e uno spirito retto nelle viscere mie già rinnova; e renascer dentro de mim um espírito recto;
S’ora piange, fra poco spero Se agora chora, em breve, espero eu spirto che in lacrimar si gode or tanto Um espírito que agora tanto se deleita
li sovverà del mondo il gioco; recordará a alegria do mundo; ch’ogni contento mio sta nel mio pianto. nas lágrimas, que toda a minha felicidade
troppo lungo è il passaggio demasiado longa é a passagem reside no meu pranto.
dal riso al pianto e troppo strett’è do riso ao pranto e demasiado estreito
la via che guida al ciel, o caminho que conduz ao céu; MARTA MARTA
vedrassi Maddalena em breve veremos Madalena Piangi pur, Maddalena, Chora então, Madalena,
girar altrove i passi. reconsiderar os seus passos. coronata vedrassi oggi tua pena. hoje verás coroadas tuas penas.
O fortunate lacrime Ah, lágrimas afortunadas
AMOR CELESTE AMOR CELESTE d’un vero afflitto cor. de um coração verdadeiramente aflito!
Il pentimento è vero. O arrependimento é genuíno. Superbe insin all’etera Orgulhosas guiai até ao éter
guidate un alma misera esta alma miserável
AMOR TERRENO AMOR TERRENO cinta di bel splendor. envolta em magnífico esplendor.
Cangierà tal pensiero. Mudará de ideias.
MADDALENA MADALENA
AMOR CELESTE AMOR CELESTE Mio Dio, mio Redentor, Meu Deus, meu Redentor,
Gl’assisterà del ciel la grazia. A graça do céu ajudá-la-á. perdon umile l’anima mia ti chiede. a minha alma pede, humilde, o teu perdão.

AMOR TERRENO AMOR TERRENO FARISEO FARISEU


È dubbia. É duvidoso. Aborrendo il piacere Renegando o prazer
potrà poscia costei in un istante poderá ela num instante apenas
AMOR CELESTE AMOR CELESTE farsi della virtù nobile amante? tornar-se nobre amante da virtude?
Ho in pugno la vittoria. A vitória é minha. Che stravaganza! Que despropósito!
Viene a’ piè di Cristo ad impetrar mercede Aos pés de Cristo vem uma tal pecadora
AMOR TERRENO AMOR TERRENO una tal peccatrice? implorar piedade?
Non dispero d’aver solo io la gloria. Não desespero de sozinho obter a glória. E chi è costei, che le colpe condona? E quem é este, que lhe perdoa os pecados?
Chi drizzar di pianta adulta Aquele que tenta endireitar
AMOR CELESTE AMOR CELESTE vuol tentar il curvo tronco o caule curvo de uma planta adulta
Me ne rido di tue glorie, Rio-me das tuas glórias; o che il frange o che non può. ou o quebra ou não tem sucesso.
solo il ciel trionferà. Só o céu triunfará. Questa è l’ora, o penitente, Esta mulher está agora arrependida
Meco è il Dio delle vittorie, Comigo está o Deus da vitória d’esser tal sarà impotente, mas não conseguirá manter sua penitência
che il tuo fasto abbatterà. que abaterá o teu orgulho. troppo a lungo ella peccò. pois pecou tempo demais.
16 17

MADDALENA MADALENA AMOR TERRENO AMOR TERRENO


D’esser costante, o mio Gesù, non temo. Não temo, ó meu Jesus, pela minha constância. Vinto il campo ti cedo, Vencido cedo-te o campo,
L’intelletto, che ottuso O meu intelecto que, cego ch’armato contro me già scorgo il fato; que já vejo o fado armado contra mim;
d’una tetra ignoranza, de uma ignorância negra, vibrai fragili colpi a colei, lancei frágeis golpes àquela
con bugiarde apparenze muitas vezes, com a enganosa aparência che difese il tuo favor, que defendeu a tua benevolência,
di pazza fantasia de uma louca fantasia, scudo dal ciel uscito; escudo saído do céu;
spesso formava vani discorsi e falsi, produziu discursos vãos e falsos, che si forti non tempra armi Cocito. que Cocito não forja armas tão fortes.
dal tuo superno raggio, sob a tua divina luz, Se da te fui vinto in guerra, Se por ti fui vencido em guerra,
che con Amor Celeste accende, infiamma, que com Amor Celeste acende e inflama, vuò turbar almen sua pace. quero ao menos perturbar a sua paz.
reso chiaro et illustre, tornou-se claro e distinto, Con gl’ardori di sotterra Com as chamas do interior da terra,
di corregger confida ogni fantasmo esperando desembaraçar-se de todas as ilusões voglio accender la mia face. quero acender o meu facho.
van della sua guida. com a sua orientação.
Per il mar del pianto mio No mar do meu pranto, FARISEO FARISEU
disprezzar saprò le pene. Saberei desprezar as minhas penas. Sempre dagl’astri scende Das estrelas desce sempre
Se, Gesù, sei la mia stella Se tu, Jesus, fores a minha estrela; sovra d’ogni mortal ignoto lume, sobre todos os mortais uma luz ignota
a te umilio il mio desio, A ti sacrifico o meu desejo, che l’anima illustrando que, iluminando a alma,
al tuo piè son mie catene. a teus pés jazem os meus grilhões. con dolce forza al suo fattor la tragge; com suave vigor a conduz ao Criador;
chi più di Maddalena Quem mais do que Madalena
CRISTO CRISTO fù lontano e ritroso a calcar le vestigie estaria longe e reticente em seguir o caminho
L’atto imenso, che uscito O acto imenso que, partindo su cui raggira i passi trilhado pela vontade,
di costante voler dal forte impero, de uma vontade forte e constante, la volontà della ragion guidata? guiada pela razão?
alla mente levò l’abito indegno, rasgou o hábito indigno do espírito Pur del Celeste Amore E todavia, hoje, também ela,
con cui posta in non cale la ragione, com que tu, ignorando a razão, oggi anch’essa percossa, percorrida pelo Amor Celeste
servisti al mondo vile; serviste o mundo vil; e baciando la mano e beijando a mão daquele
molto operò, se al vizio esse acto muito conseguiu che la piagò con sì gentil ferita, que tão docemente feriu seu coração,
peste della ragione, ei ti ritolse; se te afastou do vício, essa chaga da razão; rapida corre ove il suo Dio l’invita. corre lesta para onde Deus a chama.
quanto però sin ora generosa Mas aquilo que até agora, generosa, Questi sono arcani ignoti Estes são os mistérios desconhecidos
operasti è poco ancora; conseguiste é pouco ainda, che in se chiude eterna mente. que o espírito eterno guarda para si.
d’esser del mal oprar libero e sciolto non è il fin, pois estar livre do mal não é o fim Sovra ogni core che ricetto è del dolore, Sobre cada coração que encerra sofrimento,
che il desio del saggio acqueta, que acalma o desejo do sábio, mas apenas manda un suo raggio clemente. Ele faz brilhar seus raios clementes.
ma la strada che guida ad alta meta. o caminho que leva a uma meta mais elevada.
Del senso soggiogar vincer e debellar Subjugar, vencer e debelar os sentidos CRISTO CRISTO
l’alma ricrea. revigora a alma. Tu, che qual cerva dalla sete oppressa, Como uma cerva oprimida pela sede
Tolta di sue catene spiega Liberta dos seus grilhões, rapida corre al fonte, corre rápida à fonte,
al pensier il volo ela abre as asas do espírito tal, vagando scorresti e strade, assim tu, percorreste vagueando quer ruas, quer
e in Dio si bea. e regozija-se em Deus. e piazze allo spirito tuo praças para fazer reencontrar
per ritrovare l’amoroso oggetto. ao teu espírito o objecto amoroso.
AMOR CELESTE AMOR CELESTE Or con quello il tuo core Agora grava isso no teu coração
Di miei dardi possenti A mulher de Madala, stampa in nobile segno, em nobre sinal,
di Maddalo la donna agora arrependida e dolorosa, e ardente carità così l’accende, e assim de ardente caridade se acende,
or pentita or dolente è un sol trofeo; é troféu dos meus dardos possantes. che degl’ardori suoi sempre risplende. e dos seus ardores sempre resplandece.
pugnò l’Amor Terreno, O Amor Terreno lutou
e nel dolce veleno tingendo e ao mergulhar as suas setas MARTA MARTA
i strali suoi del piacer no doce veneno dos prazeres estéreis De suoi delitti il fallo A culpa dos seus pecados
vano unì frode al valor, ma tutto invano. defraudou o seu valor, mas tudo em vão. così turba il pensiero, perturba tanto o pensamento,
Da quel strale che stilla veleno Dessa seta destilando veneno che Maddalena par, que Madalena parece ter ficado rígida,
beve l’alma un sol cieco furor. a alma nada mais bebe que cego furor qual freddo marmo rigida divenuta. como o mármore frio.
Ma se il cielo con bella pietade Mas se o céu, na sua eterna misericórdia, Lo sguardo degl’orror si ferma immoto, O olhar pelos horrores pára imóvel,
di quel strale scopre il male, revela o mal que está em tal flecha, e resta di favella il labro vuoto. e o lábio fica sem palavras.
sol rimane nell’alma il dolor. na alma apenas perdura uma imensa dor. O come, e quanto in lei la penitenza Ó como e quanto nela a penitência
appar bella e gradita! parece bela e apreciada!
Quanto sia dolce il pentimento addita. Mostra quanto doce é o remorso.
18 19

O colpa felice, se un giorno ti lice Ó culpa feliz, se um dia te seria permitido ❱ Gemma Bertagnolli Soprano para a Sony Music e O primeiro canto com Dulce
trovare dal cielo sì bella pietà! obter do céu tão bela piedade! Vencedora de vários concursos nacionais e inter- Pontes para a Polydor. A sua gravação mais recen-
Poi, sciolto il fral velo d’umana catena, Uma vez retirado o frágil véu da vida terrena, nacionais, incluindo o Viñas/Barcelona (prémio te é La Sonnambula  (Lisa) com Cecilia Bartoli e a
un alma che pena felice sarà. uma alma que sofre será feliz. para a melhor interpretação de Mozart), tem sido Orquestra La Scintilla da Ópera de Zurique, dirigi-
convidada a actuar nas principais salas de espec- da por Alessandro de Marchi, para a Decca e, em
AMOR CELESTE AMOR CELESTE táculo e festivais de todo o mundo, tais como o breve, será lançado um disco de árias de G. F. Han-
Cittadini del ciel, spirti beati, Cidadãos do céu, espíritos que vos regozijais Festival de Salzburgo, Maggio Musicale Fiorenti- del com o Ensemble Zefiro para a Sony.
di tanto mio trionfo, com este meu grande triunfo, no, Teatro alla Scala, Milão, Teatro Regio, Turim,
con cembali e con sistri decantate le glorie, com címbalos e com sistros celebrai estas glórias Teatro Comunale de Bolonha, Festival Rossini de ❱ Maria Hinojosa Montenegro
è fatta vostra fedel concittadina e tornai-a mulher de Madala Pesaro, Opernhaus de Zurique, Berlin e Munchen Soprano
di Maddalo la donna; vossa leal concidadã; Staatsoper, Accademia Nazionale di Santa Cecilia, Soprano catalã, diplomou-se em canto e Lied com
Roma, Théâtre des Champs-Elysées, Paris, Concert- as mais altas qualificações e prémio de honra da
queste son tutte glorie del Dio delle vittorie. Tais são as glórias do Deus da vitória.
gebouw de Amesterdão. Com um vasto repertório Escola Superior de Música da Catalunha (ESMUC).
Sù, lieti festeggiate Vinde! Festejai alegremente
de concerto, incluindo as obras sacras de Mozart, Estreou-se aos dezasseis anos com a interpretação
e di rose coronate e coroai com rosas,
desempenhou vários papéis em óperas, entre os de papéis principais em mais de vinte zarzuelas,
anco in ciel sì lieto dì. também no céu, dia tão feliz!
quais Sophie, Amenaide, Pamina, Despina, Susan- obtendo em 2007 o prémio dos críticos e sendo
Più si stima far acquisto Mais se estima a conquista de um
na, Nannetta, sob a direcção dos maestros Roberto nomeada Melhor Actriz Musical em Espanha em
che d’un giusto d’un cor tristo, coração ímpio que de um virtuoso;
Abbado, Lorin Maazel, Zubin Mehta e Riccardo El duo de la Africana, dirigido por Xavier Albertí
sempre il ciel piacque così. nisso eternamente se compraz o Céu.
Muti, entre outros. Como especialista do reper- em Barcelona e Madrid. Interpretou vários papéis
tório barroco, trabalhou com os maestros Rinal- de obras maiores da música clássica e do belcanto
AMOR TERRENO AMOR TERRENO do Alessandrini, Giovanni Antonini, Fabio Biondi, na Europa, México e Estados Unidos da América.
Voi, che in mirarmi Vós que sempre vos regozijais Ivor Bolton, Christophe Coin, Alan Curtis, Ottavio Colabora regularmente com maestros de reno-
oppresso ogn’or godete. de me ver humilhado, Dantone, Alessandro de Marchi, René Jacobs, me, como Gabriel Garrido, Ottavio Dantone, En-
Deh, privatemi almeno, astri malvaggi, livrai-me, ao menos, estrelas malvadas, Marc Minkowski, Ton Koopman, Trevor Pinnock, rico Onofri, Rinaldo Alessandrini e Eduardo López
o di spirto o di senso pelo espírito ou pelos sentidos, Christina Pluhar e Jean-Christophe Spinosi. Entre Banzo. Gravou para a Harmonia Mundi e K617 as
a vostri oltraggi. de enfrentar o vosso ultraje. as diversas produções musicais barrocas onde par- óperas Gli amori d’Apollo e di Daphne de Cavalli,
Voi del Tartaro antri orrendi, deh E vós, ó horrendos antros de Tártaro, ticipou, destacam-se: L’incoronazione di Poppea, dirigida por Gabriel Garrido, Peter Philips pela
traetemi, nascondetemi nel vostro sen. arrastai-me, escondei-me no vosso seio. com Ivor Bolton, no Maggio Musicale Fiorentino, Capella Mediterrânea, as zarzuelas Fontana del
Lungi dalla pupilla Para longe da minha vista em Florença, e na Bayerische Staatsoper em Muni- Placer de J. Castel, e La Clementina de Boccheri-
si parta ogni scintilla a mais pequena centelha que, com Rinaldo Alessandrini e Graham Vick em ni, dirigidas por Pablo Heras. Gravou também as
di cielo a me seren. do sereno céu. Bolonha, e com Ottavio Dantone em Cremona; So- óperas contemporâneas Primary colors de Agustí
limano de J. A. Hasse com René Jacobs na Staatso- Charles, Anna Cruse de Eduard Resina, RMSonce
CRISTO CRISTO per Unter den Linden em Berlim; La Resurrezione e The game of life de Francesc Martí. Em breve,
Và dunque, Maddalena; Vai, então, Madalena, de Handel e Agrippina com Giovanni Antonini no vai gravar uma selecção de obras do compositor
tratta fuor di periglio teu arrependimento sincero Styriarte Festival em Graz; Il Trionfo del tempo e catalão Joan Guinjoan. Também brevemente irá
sei dal tuo duol verace, livrou-te de perigo. del disinganno de Handel, com Marc Minkowski, cantar a zarzuela El duo de la Africana em Buenos
peccatrice non più, vattene in pace. Não mais pecadora, vai em paz. na Opernhaus de Zurique; La verità in cimento de Aires, a ópera La Pajarera Catalana, escrita espe-
Vivaldi com Jean-Christophe Spinosi; Il Ritorno di cialmente para ela por Lluisa Cunillé, no Teatro
MADDALENA MADALENA Ulisse in Patria com Ivor Bolton em Florença; Mon- Lliure em Barcelona, Juditha triumphans de Vival-
L’ottenuto perdono Embora o perdão obtido tezuma de Vivaldi com Alan Curtis no Teatro Na- di, sob a direcção de Ottavio Dantone, em Veneza,
ogn’ombra di timor mentre sbandisce precluda qualquer sombra de temor, cional de São Carlos em Lisboa, em Bilbau, Valha­ Don Giovanni de Mozart em Oviedo, O Jogador de
gl’errori giovanili smascherati, ele desmascara os pecados da juventude, dolid, Sevilha, Ferrara, Piacenza e Modena. Recen- Prokofiev no Gran Teatre del Liceu em Barcelona,
a lo sguardo appieno espone. expondo-os plenamente à vista. temente, cantou a oratória Sant’Elena al Calvário Dido e Aeneas de Purcell na Ópera de Lausanne
O folle vanità del sesso imbelle! Ó louca vaidade do sexo fraco! de Leonardo Leo com Fábio Biondi e Europa Ga- e Una cosa rara de V. Martin y Soler no Palau de
Or che libera sono dal lascivo tuo fasto, Agora que estou livre do teu lascivo fausto lante no Festival de Salzburgo e em Milão; Gesù les Arts de Valência. Irá também gravar, em Milão,
sotto il peso della Croce de Francesco di Mayo no uma selecção de árias de Handel com Ottavio Bo-
quanto ben raffiguro i tuoi deliri! como reconheço bem os teus delírios!
Festival Radio France Montpellier; Philemon und nizzoni e La Risonanza.
Dunque s’adorna un viso Assim se adorna um rosto
Baucis de Haydn; e Virtù degli strali d’amore de F.
di mentiti colori e di vani ornamenti com falsas cores e vãos ornamentos
Cavalli no Teatro La Fenice em Veneza. A sua dis- ❱ Paz Martínez Gil Contralto
per far divenir rea beltà innocenti. para fazer parecer inocente a beleza pecadora.
cografia inclui parte da Obra Completa de Vivaldi Nasceu em Huesca. Iniciou os seus estudos musicais
Chi serva la beltà d’amor lascivo fa, Quem oferece a beleza ao amor lascivo
editada pela Naïve, tendo recebido vários prémios com seis anos. Prosseguiu os estudos em Barcelona,
troppo s’inganna. muito se engana.
da crítica (Gramophone Awards, Choc du Monde e obteve a licenciatura em canto no Conservatório
Privo d’ogni decoro riamabile tesoro, Privado de todo o decoro esse tesouro amável
de la Musique, Timbre de Platine d’Opéra Inter- de Madrid. Posteriormente, frequentou as classes
un vassallaggio vil empio il condanna. condena a uma vil e ímpia escravatura. de Victoria de los Ángeles, Charles Brett, Monique
national), Cinema concerto com Ennio Morricone

Tradução > Ana Sampaio e Benedetta Maxia


20 21

Zanetti, Robert Expert, Dame Emma Kirkby, Eric maior de Schubert com a ORCAM no Auditorio an der Wien, Viena, Maggio Musicale Fiorentino, Corboz; uma digressão europeia com o Diderot En-
Halvarson, Elena Obratzsova, Stefania Magnigfico Nacional de Madrid e no Brasil. Em Dezembro, foi Teatro alla Scala em Milão, com um repertório que semble, apresentando cantatas de Bruhns, Eberlin
e Ana Luisa Chova. No repertório romântico, Paz solista na estreia da Orquestra Barroca das Caná- inclui Handel, Scarlatti, Vivaldi, Monteverdi e Hans e Telemann; Lucano em L’incoronazione di Poppea
Martínez interpretou o papel de Hänsel em Hänsel rias, interpretando Alcina em Orlando furioso de Werner Henze. Como reconhecimento do seu tra- de Monteverdi na Rússia e Lituânia; e Oronte em
und Gretel de Humperdinck no Teatro de la Maes- Vivaldi e, no início de 2009, voltou a interpretar balho e qualidade a nível internacional, foi galar- Alcina de Handel, com Le Parlement de Musique,
tranza em Sevilha, Suzuki em Madama Butterfly La Spinalba de Almeida, com os Músicos do Tejo, doado com o Prémio Velluti em Itália e o Network na Bretanha. Ainda esta temporada gravará dois
de Puccini, Mãe em Mavra de Stravinsky, no Circu- no CCB em Lisboa. No Festival de Música Antiga Kulturpreis na Suíça. discos para a etiqueta Ricercar e com o Ensemble
lo de Bellas Artes de Madrid. Foi também Aurora de León, participou num recital de música hebrai- Clematis (Leonardo García Alarcón) dedicados res-
na zarzuela Doña Francisquita de A. Vives. As suas ca do barroco com La Capilla Real de Madrid e, no ❱ Fernando Guimarães Tenor pectivamente à música profana de Matheo Rome-
presenças como alto solista incluem também o Te auditório desta mesma cidade, interpretou a Misa Licenciado em canto pela Escola das Artes da UCP- ro e às cantatas de Georg Böhm.
Deum de Bruckner, Via Crucis de Liszt, Missa em Tango de Luis Bacalov. Na Primavera, cantou o Glo- -Porto, na classe de António Salgado, foi galar­
Ré maior de Dvořák e Berceuses du chat de Stra- ria RV 589 e o Nisi Dominus RV 608 de Vivaldi, com doado com o Prémio Jovens Músicos 2007 da RDP ❱ Hugo Oliveira Baixo-barítono
vinsky, que cantou no Auditorio de la Fundación a Orquestra Barroca de Cádis. Em Maio, na cidade e com o 2.º Prémio no Concurso Nacional de Canto Nasceu em Lisboa. Estudou na Escola Superior
Canal de Madrid. Também interpretou a Sinfonia de Ávila, participou na estreia mundial da obra de Luísa Todi. Como vencedor do Concurso Internacio- de Música de Lisboa com Helena Pina Manique e
n.º 9 de Beethoven no Auditorio Nacional de Ma- Juan Mayorga, La lengua en pedazos, sob a direc- nal de Canto “L’Orfeo”, em Verona, cantou o pa- Luís Madureira e, mais tarde, enquanto bolseiro
drid e noutras salas de concerto, e deu vários reci- ção de Guillermo Heras. No Festival Internacional pel principal desta ópera de Monteverdi em Mân- da Fundação Calouste Gulbenkian, no Real Con-
tais na sala Café de Palacio e na Sala Gayarre do do Caminho de Santiago, apresentou-se num re- tua (no 400.º aniversário da sua estreia), Berlim e servatório de Haia (Holanda), com Jill Feldman e
Teatro Real de Madrid. É especialmente dedicada cital de obras de Handel e Bach com a Accademia Budapeste. Foi, entre muitos outros, Ferrando em Barbara Pearson. Em 2009, foi galardoado com
aos repertórios barroco e clássico. Trabalhou com Ottoboni. Na Académie Bach de Arques-la-Bataille, Così fan tutte, Don Ottavio em Don Giovanni, Al- o primeiro prémio no III Concurso da Fundação
grupos de música de câmara interpretando música acaba de apresentar, na companhia de Los Músicos maviva em Il Barbiere di Siviglia (Rossini), Nencio Rotária Portuguesa e foi o vencedor do Stichting
de Purcell, Buxtehude e do compositor espanhol, de Su Alteza, o álbum La vida es sueño, com obras em L’infedeltà delusa, de Haydn (em Estrasburgo, Nederlands Vocalisten Presentatie na Holanda.
do século XVIII, Diego Pérez del Camino. Na ópera, de Joseph Ruiz de Samaniego. Acaba igualmente com Le Parlement de Musique, sob a direcção de Foi também finalista do concurso da London Bach
podemos destacar Hyale em Actéon de Charpen- de ser editado o CD dedicado a J. Casellas, no qual Martin Gester, e na Ópera de Toulon, numa produ- Society. Integrado no departamento de ópera dos
tier, com Christophe Rousset, na Academia Barroca colaborou com Sphera Antiqua. ção do Festival de Aix-en-Provence); Ippolito em referidos conservatórios, Hugo Oliveira interpre-
Europeia de Ambronay no Outono de 2004, bem La Spinalba de Francisco António de Almeida (no tou, em Lisboa, As Bodas de Fígaro (Fígaro) e Don
como Berenice na estreia da ópera Farnace do ❱ Martín Oro Contratenor CCB, com a orquestra Músicos do Tejo); Testo em Giovanni (Leporello) de Mozart, sob a direcção
compositor espanhol barroco Francesco Corselli, De origem italiana, o contratenor suiço-argenti- Il Combattimento di Tancredi e Clorinda, de Mon- musical de Nicholas McNair. Em 2004, apresentou-
sob a direcção de Óscar Gershensohn no Auditorio no Martín Oro nasceu em Buenos Aires. Estudou teverdi (Fundação Calouste Gulbenkian). Integrou -se em Haia na ópera Venus e Adonis (Adónis)
Nacional de Musica de Madrid, em 2005. Nos gé- viola, nomeadamente com Yuri Bashmet no Con- o elenco da fantasia musical Evil Machines (com de John Blow, sob a direcção de Nigel North. No
neros do oratório e da música sacra apresentou-se servatório Tchaikovsky de Moscovo. Mais tarde, música de Luís Tinoco e libreto de Terry Jones), âmbito do projecto Academia Barroca Europeia
como solista no Requiem e Missa da Coroação de dedicou-se ao canto a tempo inteiro. Diplomou- com estreia mundial em Janeiro de 2008 no Teatro de Ambronay (2004), realizou uma digressão por
Mozart com Helmut Rilling, em 2007, Gloria rv 589 -se com distinção do Conservatório de Friburgo, S. Luiz. Fernando Guimarães fez recentemente a vários teatros de Espanha e França, interpretando
e Magnificat rv 611 de Vivaldi, Messias, Foundling Conservatório de Neuchâtel, assim como da Scho- sua estreia no Teatro Nacional de S. Carlos (como La Discorde na ópera Les Arts Florissants de Marc-
Hospital Anthem hwv 268 e Ode for the Birthday la Cantorum Basiliensis. Muito apreciado pela Monostatos em Die Zauberflöte), e no Grande Au- Antoine Charpentier, dirigida por Christophe
of Queen Anne hwv 74 de Handel, Stabat Mater sua voz quente, natural e potente de contralto, ditório da Fundação Calouste Gulbenkian (com a Rousset. Hugo Oliveira interpretou ainda Lohen-
de Pergolesi, Oratória de Natal e Paixão segundo e pela sua personalidade histriónica, Martín Oro Paukenmesse de Haydn, sob a direcção de Erwin grin de Wagner (Dritte Edler) com a Radio Philhar-
S. João de J. S. Bach, em 2007, e também em várias facilmente interpreta papéis heróicos, cómicos ou Ortner), bem como em ambos os auditórios da monic Orchestra da Holanda, sob a direcção de
das suas cantatas. Em Outubro de 2005, foi convi- sagrados. O seu repertório vai da música barroca Casa da Música (Porto). Participou nas digressões Jaap van Zweden (Concertgebouw e Salle Pleyel),
dada pelo Abu Gosh Vocal Music Festival em Israel a Britten e à música contemporânea. Colaborou europeias da Academia Barroca Europeia de Am- Les malheurs d’Orphée de Milhaud (Orphée) com
para apresentar as cantatas de Bach. Em Junho de com os cantores Cecilia Bartoli, María Bayo, Sara bronay, de 2008 e 2009, com programas dedicados Ebony Band em Paris (Cité de la Musique), A Hand
2006, encerrou, com Andrew King e Simon Grant Mingardo, Jennifer Larmore, Philippe Jaroussky, a Giovanni Gabrieli (sob a direcção de Jean Tu- of Bridge (David) de Samuel Barber – uma produ-
e com o ensemble La Capella Real de Madrid o “ii e com maestros como Rinaldo Alessandrini, Niko- béry), e W. A. Mozart (com Martin Gester). Can- ção de Opera Minora (Holanda) – e uma digressão
Ciclo de Música nas Igrejas – Cantatas de Bach”, laus Harnoncourt, Marc Minkowski, Alessandro tou, com excelente recepção da crítica, as árias de nos mais prestigiados teatros da Holanda e Bélgica
organizado pelo Ayuntamiento de Madrid. Em No- de Marchi, Jean-Christophe Spinosi, Christophe tenor na Paixão segundo São Mateus de J. S. Bach com a comédia madrigalesca La barca di Venetia
vembro de 2007 participou na Missa de Requiem Rousset, René Jacobs, Christophe Coin, Jordi Sa- no Centro Cultural de Belém, com a Orquestra Di- per Padova de A. Banchieri, sob a direcção de Ga-
de J. J. Fux. Na temporada 2007/2008, destaque vall, Joshua Rifkin, Helmuth Rilling, Michel Cor- vino Sospiro dirigida por Enrico Onofri, tendo-se briel Garrido, numa co-produção com a Reisopera.
para a sua participação na produção da ópera do boz, W. Kuijken, Paul Goodwin, Gabriel Garrido, apresentado no mesmo papel no Festival de Alde- Enquanto membro do Estúdio de Ópera do Porto
compositor português de música barroca Francisco Eduardo López Banzo e Peter Neumann. É regu- burgh, sob a direcção de Masaaki Suzuki, e como – Casa da Música, participou em produções como
António de Almeida, La Spinalba, com os Músicos larmente convidado para festivais internacionais bolseiro do Britten-Pears Young Artist Programme. Joaz (Azaria, em 2002, e Jojada, em 2003) de Be-
do Tejo dirigidos por Marcos Magalhães, no Cen- e teatros de renome, como os Handel Festival em Entre os seus compromissos para esta temporada nedetto Marcello, sob a direcção de Richard Gwilt,
tro Cultural de Belém, em Fevereiro de 2008. Em Halle, Innsbrucker Festwochen, Cracovia Festival incluem-se: Vespro della Beata Vergine de Monte- L’Ivrogne Corrigé (Lucas) de Gluck com direcção
Março, cantou Stabat Mater de Pergolesi e ainda Misteria Paschalia, Opernhaus de Zurique, Cité de verdi com L’Arpeggiata em Gent, Metz e Barcelo- musical de Jeff ­Cohen, e Frankenstein! de Heinz-
cantatas de Bach com La Capella Real de Madrid. la Musique em Paris, Opéra de Montpellier, Opéra na; a Paixão segundo São Mateus com o Coro e -Karl Gruber (coreografia de Paulo Ribeiro), com o
Em Outubro, foi alto solista na Missa em Mi bemol de Bordeaux, Théâtre des Champs-Élysées, Theater Orquestra Gulbenkian, sob a direcção de Michel Remix Ensemble dirigido por Pierre-André Valade.
22 23

Mais tarde, em 2006, viria a interpretar a referi- ❱ Enrico Onofri ❱ Divino Sospiro
da ópera de Gruber com a Orquestra Sinfónica de Direcção musical Orquestra em residência no CCB
Londres sob a direcção de François-Xavier Roth, no
M. Lopes Ferreira concertino e solo
Barbican Center. No âmbito das capitais da cultu- Nasceu em Ravena. Estudou violino na sua cidade
I. Yordanova / E. Bestetti / R. Gallardo / K. Krueger / C. Zanisi violinos I
ra, Roterdão 2001 e Porto 2001, interpretou, em natal e em Milão. Desde muito cedo iniciou cola-
L. Giardini solista violinos II
ambas as cidades, Melodias Estranhas de António borações com diversos conjuntos barrocos italianos,
P. Perrone / M. L. Barbon / N. Mendes / S. Sugita violinos II
Chagas Rosa com o Remix Ensemble, sob a direc- em particular com Il Giardino Armonico do qual se
M. Mazzeo solo / T. Shimizu solo / M. Macaia violas
ção de Stefan Asbury. A sua flexibilidade como tornou concertino e solista. Entretanto foi convidado
D. Vinagre violoncelo principal
cantor estende-se também aos repertórios clássico/ por Jordi Savall como concertino da La Capella Real,
A. R. Pinheiro violoncelo
romântico e contemporâneo. Tem colaborado com tocando também com agrupamentos como o Con-
P. Wallenstein solo / M. Vicente contrabaixos
orquestras como a Orquestra Sinfónica de Düssel- centus Musicus Wien, o Ensemble Mosaiques, o Con-
J. R. Gomes fagote
dorf, Il Fondamento, Ricercar Consort, Divino Sos- certo Italiano, entre outros. Em 2002, Enrico Onofri
P. Prosser tiorba
piro, L’Arpeggiata, Les Inventions e maestros como iniciou a carreira de maestro com grande êxito, ten-
F. M. Jalôto órgão e cravo
Laurence Cummings, Paul Dombrecht, Werner Her- do sido convidado por diversas orquestras e festivais
bers, Peter van Heyghen, Patrick Ayrton, Christina por toda a Europa e Japão. Desde 2005 é maestro
Pluhar e Enrico Onofri. Na oratória, destacam-se principal do Divino Sospiro, orquestra em residência
obras como Paixão segundo São Mateus, Paixão no Centro Cultural de Belém, e também maestro
segundo S. João, Paixão segundo São Marcos e convidado da orquestra italiana Academia Montis Fundado pelo músico italiano Massimo Mazzeo, Divino Sospiro nasce da vontade e reunião de alguns
Oratória de Natal de J. S. Bach, Passio de Arvo Regalis. Ainda em 2005 fundou o Imaginarium En- músicos portugueses e residentes em Portugal que, no decorrer dos anos, desenvolveram um trabalho
Pärt (Jesus) com o grupo inglês Hilliard Ensemble, semble, interpretando o repertório para violino dos de grande qualidade artística na área da interpretação da música antiga seguindo os princípios de fi-
Vespro della beata vergine de Monteverdi, Invita- grandes compositores italianos. Enrico Onofri já se delidade estilística e estética aos períodos barroco e clássico, propondo um repertório constituído por
tórios e Responsórios de Natal de Casanoves com apresentou nas salas de concerto mais prestigiadas, compositores do universo musical destes períodos artísticos. Numerosas foram as aparições públicas deste
Les Concerts des Nations, sob a direcção de Jordi como Musikverein e Konzerthaus em Viena; Mo- grupo musical, entre as quais as realizadas na Festa da Música nas edições de 2003, 2005 e 2006, festivais
Savall, Messias e Nisi Dominus de Handel, Chris- zarteum em Salzburgo; Philharmonie e Staatsoper nacionais e internacionais como o Festival de Música de Leiria, o Festival d’Ile de France, concerto que
tus e Lauda Sion de Mendelssohn, com a Orques- ­Unter den Linden em Berlim; Alte Oper em Frank- foi gravado pela Radio France, Teatro Nacional de São Carlos, Folles Journées de Nantes, Folles Journées
tra Gulbenkian sob a direcção de Michel Corboz; furt; Concertgebouw em Amesterdão; Tea­tro San no Japão, onde se estreou com grande sucesso de crítica e público, Festival de Varna, Fevereiro Lírico em
ainda sob a direcção do maestro suíço cantou o Carlo de Nápoles; Carnegie Hall e Lincoln Center San Lorenzo de L’Escorial e o conceituado Festival d’Ambronay, onde o agrupamento, primeira orques-
Requiem de Mozart. Em 2007, acompanhado tam- em Nova Iorque; Wigmore Hall e Barbican Hall em tra portuguesa, teve a honra de actuar no concerto de encerramento. As actividades do agrupamento
bém pela Orquestra Gulbenkian, interpretou Die Londres; Tonhalle em Zurique; Théâtre des Champs- incluem a gravação ao vivo do concerto dedicado a W. A. Mozart (Sinfonia K550 e Serenada Notturna,
Legende von der heiligen Elisabeth de Liszt, sob a -Elysées e Théâtre du Châtelet em Paris; Auditorio K239) para a editora japonesa Nichion. Esta gravação recebeu no Japão o galardão de bestseller e esteve
direcção de Gennadi Rozhdestvensky. Interpretou Nacional de Música em Madrid; Oji Hall em Tóquio; várias semanas no topo de vendas nas maiores lojas especializadas daquele país. Divino Sospiro apre-
também os Requiem de Duruflé e Fauré, Missa das Osaka Symphony Hall; Teatro Colón em Buenos sentou-se em concerto com algumas das mais importantes personalidades do panorama artístico a nível
Crianças de J. Rutter, Requiem de Brahms (versão ­Aires – e com artistas como Nikolaus Harnoncourt, mundial, tais como Rinaldo Alessandrini, Chiara Banchini, Alfredo Bernardini, Enrico Onofri, Christophe
para piano a quatro mãos), com Marcus Creed, Gustav Leonhardt, Christophe Coin, Cecilia Bartoli, Coin, Katia e Marielle Labèque, Christina Pluhar, Alexandrina Pendatchanska, Gemma Bertagnolli, Maria
Petite Messe Solennelle de Rossini, Pulcinella de Katia e Marielle Labèque. Muitos dos CD gravados por Cristina Kiehr, Vittorio Ghielmi, entre outros. As actuações do grupo foram gravadas por alguns dos ca-
Igor Stravinsky com o Remix Ensemble dirigido por Enrico Onofri (Teldec, Decca, Astrée, Winter&Winter, nais radiofónicos e televisivos mais relevantes da Europa: Radio France, France Musique, Mezzo, RTP, An-
Martin Andrè, Jetzt immer Schnee de Gubaidulina Opus111, Virgin, etc.) obtiveram os mais prestigia- tena2. Entre múltiplas acções, o Divino Sospiro desenvolve uma intensa actividade de aperfeiçoamento
com o Schöenberg Ensemble dirigido por Reinbert dos prémios internacionais – Gramophone Award, pedagógico e musical que teve como primeiros  passos as master-class de violino barroco orientadas pelos
de Leeuw, a Missa em Dó maior de Mozart e a Grand Prix des Discophiles, Echo-Deutsche Schall- eminentes violinistas Chiara Banchini e Enrico Onofri, organizadas respectivamente em colaboração com
Missa Nelson de Haydn sob a direcção de Christo- plattenpreis, Prémio Caecilia Cini de Veneza, Prix de a Escola de Música do Conservatório Nacional e com o Centro Cultural de Belém, e que continuaram
pher Bochmann. Em estreia absoluta, interpretou la Nouvelle Academie du Disque, e ainda numerosos até hoje, no CCB, com as presenças importantes de Rinaldo Alessandrini, Enrico Onofri, Chiara Banchini
Cantata Verbum Caro de Nuno Côrte-Real, sob a Diapason d’Or, Choc du Monde de la Musique, 10 de e ­Alfredo Bernardini, Alberto Grazzi, Vittorio Ghielmi e Marc Hantaï. Sempre na vertente educativa
direcção de Paulo Lourenço. Destacam-se ainda o Répertoire des disques compacts. Muitos dos seus destaca-se o convite feito a Divino Sospiro pela Reitoria da Universidade de Évora para a abertura de
Dixit Dominus de Handel com a Holland Baroque concertos foram transmitidos ao vivo por estações mestrado em interpretação com instrumentos antigos em colaboração com o departamento de música
Society, sob a direcção de Peter Dijkstra, bem como de rádio da Europa, América, Ásia e Austrália. Desde da Universidade de Évora. Divino Sospiro é actualmente orquestra em residência do Centro Cultural de
L’enfant et les Sortilèges (Fauteuil), sob a direcção 2000, Enrico Onofri é professor de violino barroco e Belém em Lisboa, sendo este facto de fundamental e recíproca importância para o desenvolvimento em
de Wayne Marshall no Concertgebouw de Ames- interpretação de música barroca no Conservatório Portugal de uma realidade artística de alta qualidade a nível internacional, e conta regularmente com
terdão. Também nesta prestigiada sala cantou o Bellini de Palermo. Tem sido convidado para leccio- a direcção de Enrico Onofri, que aceitou o convite para maestro oficial deste agrupamento. Recente-
Stabat Mater de Haydn com a Amsterdam Sinfo- nar master-classes em vários países europeus. mente, o Divino Sospiro participou no Mozartiana Festival, na cidade de Gdanski (Polónia), onde, com
nietta, sob a direcção de Klaas Stok. Em Julho pró- grande sucesso de público e crítica, interpretou Messias de G. F. Handel na versão de W. A. Mozart. Os
ximo, Hugo Oliveira interpretará o papel principal próximos compromissos do Divino Sospiro incluem a estreia no Bargemusic Festival em Nova Iorque,
na ópera Un Retour de Oscar Strasnoy no Festival primeira orquestra barroca portuguesa a estrear-se naquela cidade, nos festivais de Namur, Saint-Michel-
de Aix-en-Provence. en-Thiérache, Festival de Utreque, Handel Festival de Londres, Concertgebouw Brugges e, no Outono de
2010, o regresso ao conceituado Festival d’Ambronay.
24

w w w. c c b . p t BILHETEIRA ONLINE . TRAGA O SEU BILHETE DE CASA

P a rceiroS
p rodu ç ã o I n s t i t ucion a I S P at rocin a dore s P a rceiro M edi a

concur s o
e s col a s em p a lco a p oio s

CCB  CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO ANTÓNIO MEGA FERREIRA [PRESIDENTE] ANA ISABEL TRIGO MORAIS [VOGAL] MARGARIDA VEIGA [VOGAL]
ASSESSORA PARA A PROGRAMAÇÃO GABRIELA CERQUEIRA
CENTRO DE ESPECTÁCULOS DIRECÇÃO DO CENTRO DE ESPECTÁCULOS MIGUEL LEAL COELHO . ADJUNTA PARA A PROGRAMAÇÃO LUÍSA TAVEIRA . ADJUNTA PARA O PLANEAMENTO CLÁUDIA BELCHIOR
. ASSESSORES PARA PROGRAMAÇÃO MUSICAL JOÃO GODINHO | FRANCISCO SASSETTI . ASSISTENTE DE PROGRAMAÇÃO Rita Bagorro . SECRETARIADO DE DIRECÇÃO LUISA INÊS . DIRECÇÃO DE PRODUÇÃO
CARLA RUIZ . PRODUÇÃO INÊS CORREIA | PATRÍCIA SILVA| HUGO CORTEZ | INÊS LOPES | VERA ROSA | JOÃO MARTINS . DIRECTOR DE CENA COORDENADOR JONAS OMBERG . DIRECTORES DE CENA PEDRO
RODRIGUES | PATRÍCIA COSTA | PAULA FONSECA | JOSÉ VALÉRIO . ESTAGIÁRIA FRANCISCA RODRIGUES . SECRETARIADO DE DIRECÇÃO DE CENA YOLANDA SEARA . DIRECTOR TÉCNICO PAULO GRAÇA . CHEFE
TÉCNICO DE PALCO RUI MARCELINO . SECRETARIADO DE DIRECÇÃO TÉCNICA SOFIA MATOS . TÉCNICOS PRINCIPAIS PEDRO CAMPOS | LUÍS SANTOS | RAUL SEGURO . TÉCNICOS EXECUTIVOS ARTUR BRANDÃO
| F. CÂNDIDO SANTOS | VÍTOR PINTO | CÉSAR NUNES | JOSÉ CARLOS ALVES | HUGO CAMPOS | MÁRIO SILVA | RICARDO MELO | RUI CROCA . CHEFE TÉCNICO DE AUDIOVISUAIS NUNO GRÁCIO . TÉCNICOS
DE AUDIOVISUAIS RUI LEITÃO | EDUARDO NASCIMENTO | LUIS GARCIA SANTOS | NUNO BIZARRO | PAULO CACHEIRO | NUNO RAMOS . CHEFE TÉCNICO DE GESTÃO E MANUTENÇÃO SIAMANTO ISMAILY .
TÉCNICOS DE MANUTENÇÃO JOÃO SANTANA | LUÍS TEIXEIRA | VÍTOR HORTA

Das könnte Ihnen auch gefallen