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expansão.
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António Manuel Hespanha a, O estatuto jurídico da mulher na época da expansão
Mulheres.
Eis uma questão que, para os juristas, tem um alcance próprio. Para eles,
não se trata, fundamentalmente, de identificar uma coisa. Claro que existiam
questões facticamente complicadas, como a classificação sexual do
hermafrodita, a que os juristas também se dedicaram. Como se dedicaram a
estabelecer normas que impedissem a confusão dos géneros na ordem das
coisas, proibindo, por exemplo, que as mulheres se vestissem de homens ou
que cortassem os seus cabelos como os dos homens . 4
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António Manuel Hespanha a, O estatuto jurídico da mulher na época da expansão
7Agostinho Barbosa, Tractatus varii. De appelativa verborum utriusque iuris significatione, Lugduni,
1644 (ed. util.), v."Filius", ns. 48 ss..
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António Manuel Hespanha a, O estatuto jurídico da mulher na época da expansão
Menos dignas.
O primeiro traço é o da sua menor dignidade, o que incapacitaria as
mulheres, nomeadamente, para as funções de mando.
Esta distinção era constante nas matérias políticas e jurisdicionais, em
que, ou por natureza ou por decência, a mulher não podia ter as mesmas
prerrogativas que os homens.
O texto fundador era, neste caso, um passo de Ulpianus, inserido no
Digesto *): "As mulheres estão afastadas de todos os ofícios civis ou públicos; e,
(
por isso, não podem ser juízes, nem desempenhar magistraturas, nem advogar,
nem dar fianças, nem ser procuradoras" (D. 50. 17, 2). Santo Agostinho devia
tê-lo conhecido, pois quase o reproduz, combinado com outros e ampliado, nas
suas Quaestiones super veteris Testamenti (c. 45), em apoio da imagem negativa
da nulher que perpassa todo o Antigo Testamento. Daí passa ao Decreto de
Graciano **) : "Constata-se que a mulher está sujeita ao domínio do homem, não
( 8
tendo, por isso, qualquer autoridade, nem poder ensinar, nem ser testemunha,
nem dar fianças, nem julgar; muito menos pode exercer o império". O círculo -
direito civil, direito canónico - fechava-se, constituindo a mulher em sujeito
particular - na verdade, um sujeito excluído - do direito político; ou seja,
identificando a mulher para a poder exluir do universo dos detentores
possíveis de prerrogativas políticas.
A lição de alguns escritores clássicos permitia mesmo atribuir
fundamentos naturais a esta interdição. Aristóteles, por exemplo, abunda no
tema da inferioridade do género feminino. No seu Tratado da geração dos
animais , o filósofo insiste longamente no tópico do papel gerador e activo do
9
(*) Compilação bizantina de doutrina jurídica romano-clássica, incluída no Corpus iuris civilis, obra
central em toda a tradição jurídica europeia.
(**) Compilação de cânones e de doutrina canonística (séc. XII), incluída no Corpus iuris canonici, outro
texto central na tradição europeia do direito até ao séc. XVIII.
8 II, C. 34, q. V, c. 17.
9 Ed. util. Traité de la génération des animaux, ed. J. Barthélemy-Saint Hilaire, Paris, 1887.
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com a efusão na madre do sémen masculino (II, 5, 16-17) . Em suma, tal como
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o oleiro age, com a sua ideia e a sua acção, sobre o barro inerte e passivo, assim
o macho trabalharia, na geração, a matéria passiva do fluxo menstrual
feminino, considerado como a matéria prima do embrião (I, 15, 8; I, 16, 1-2).
Passivas, e mais fracas: "as fémeas são naturalmente mais fracas e mais frias 11
10Cf. Hipócrates, Da geração, n. 6 (ed. util., Oeuvres médicales, Toulouse, 1801. Sobre as concepções
àcerca dos aspectos físicos e fisiológicos do género feminino, Edward Shorter, A history of women's
bodies, New York, Basic Books, 1982; Susan R. Suleiman, The female body in western culture.
Contemporary perspectives, Cambridge, Harvard U. Press, 1986 (colecção de ensaios de interesse
desigual).
11Frialdade e calor, humidade e secura, são, na medicina hipocrática, sintomas, respectivamente, de
imperfeição e de perfeição. O calor é a fonte da geração e da acção; a humidade, o sinal da
degenerescência e decomposição.
12 Sobre a condição feminina em S. Tomás, Otto H. Pesch, Tomás de Aquino. Límite y grandeza de una
teologia medieval, trad. esp., Barcelona, Herder, 1992, 246-271 (notável).
13 Summa theol., I, 92.1 ad 1.
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razão, "qualquer mulher, ainda que douta, não deve ensinar em reunião de
homens". Mas também não pode baptizar (Decreto, I, d. 23, c. 20).
Pelo direito civil, como já se viu, "as mulheres estão afastadas de todos
os ofícios civis ou públicos; e, por isso, não podem ser juízes, nem desempenhar
magistraturas, nem advogar, nem dar fianças, nem ser procuradoras" (D., 50,
17, 2).
O direito comum aplica este princípio, com algumas limitações, ao
mundo político medieval e moderno. Assim, veda-lhes, em princípio, o
exercício de magistraturas e de lugares que importem jurisdição, a sucessão nos
feudos e nas alcaidarias . 22
mulheres não costumam suceder nos castelos, que costumam ficar para os
filhos, pro dignitate, & consuetudine familiae [a bem da dignidade e memória da
família]", escreve, no séc. XVII, Agostinho Barbosa . 24
21 "Mulier nos potest ordinari quia est incapax ordinis clericalis[...] nec potest exerceri spiritualia, neque
tangere sacra vasa [...], neque potest accedere ad altare [...] neque potest praedicare, neque publice
docere, quamvis sit docta, & sancta, quoniam hoc est officium sacerdotale" (António Cardoso do
Amaral, Summa seu praxis judicum, et advocatorum a sacris canonibus deducta, Ulyssipone 1610 (ed.
cons. cit. Liber utilissimus ..., Conimbricae 1740 [adições de José Leitão Teles]), v. "Mulier", n. 2.
22 A opinião é comum. V., em Portugal, Alvaro Valasco, Decisionum, consultationum ac rerum
judicatarum, Ulysipone 1588 (ed. util., Ulysipone, 1730), dec. 120, n. 3; 157, n. 8; António da Gama
Pereira, Decisionum Supremi Senatus..., Ulyssipone 1578 (ultª. ed. 1735), dec. 337, n. 2; António
Cardoso do Amaral, Summa ..., cit., v. "Mulier", n. 4..
23Manuel A. Pegas, Commentaria ad Ordinationes, 1669, XI, cap. 69, n. 3 ss.; Jorge de Cabedo,
Practicarum observationum sive decisionum Supremi Senatus regni Lusitaniae, Olyssipone 1602-1604,
2 vols. (ultª ed. 1734), , I, dec. 208; já nas sucessões de bens indiferentes (como os bens alodiais ou
enfitêuticos), o varão não deve preferir a mulher (António Gama, Decisiones ... (cit.), dec. 194, n.3;
Alvaro Valasco, Decisionum ..., cit., cons. 157, n. 7.
24 Tractatus varii. De appelativa ..., v. "Filius", n. 61.
25 Jorge de Cabedo, Practicarum observationum ..., cit, II, 27, 1 ss..
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costume prescrito, não pode ter jurisdições, exercê-las por si, julgar e dar
sentenças. À mulher não é proibido julgar e ter jurisdição por causa da
capacidade, mas por causa da honestidade [...] não porque careça de juízo, mas
porque foi recebido que não exerça ofícios civis" . 27
26 Codex, tit. de mulieribus in quo loco munero sexui congruentia vel honores adgnoscunt.
27 António Cardoso do Amaral, Summa..., v. "Mulier", n. 5.
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comum. "O seu engenho é móvel [...] a sua disposição vária e mutável, como
diz o poeta, presumindo-se que se deixam facilmente mover com carícias",
escreve Pegas . Daí que já o direito romano lhes proibira, pelo
29
Por tudo isto, têm de estar sujeitas à tutela de alguém . S. Tomás explica 33
nos testamentos (Ord. fil., IV, 76); nos delitos são castigadas mais brandamente.
Mas a fraqueza da mulher decorre ainda dessa impotência do feminino
para se impor ao masculino, dessa passividade e plasticidade do género que o
torna disponível e o faz receber todas as determinações alheias. Esta fraqueza
28 Manuel A. Pegas, Commentaria ad Ordinationes, 1669, IV, ad Ord., I, 62, gl. 43, n. 5 ss..
29 Jorge de Cabedo, Practicarum observationum ..., cit, I, dec. 114, n. 9.
30 Cf. D. 16, 1; C., 4, 29, Ord. fil., IV, 61; Alvaro Valasco, Decisionum ..., cit., cons. 138, n. 23.
31 Cf. Alvaro Valasco, Decisionum ..., cit., 138, n. 24 (embora devam consultar peritos em direito).
32 Gl. in l. fin Cod. de juris et facti ignorantia.
33 António Cardoso do Amaral, Summa..., v. "Mulier", n. 29.
34 António Cardoso do Amaral, Summa..., v. "Mulier", n. 1.
35 V. supra.
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memória. "A mulher chefe de família é o fim da família", conclui Alvaro Vaz . 38
Esta é uma das razões que, a mais da da sua menor dignidade, leva a
excluir as mulheres da sucessão em que o sucessor ou a lei tiveram em vista a
conservação dos laços familiares que então mais contavam - os laços
agnatícios . Isso acontece, frequentemente, nos bens vinculados à memória da
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36Hipócrates, Da geração (ed. cit.), n. 10 (os genes do homem são mais fortes do que os da mulher); Da
natureza das crianças (idem), n. 8 (o sémen de que provém as raparigas é mais fraco e mais húmido do
que aquele de que provém os rapazes)
37 "A mulher filha de nobre, ao casar com plebeu, perde a dignidade nobre", António Cardoso do
Amaral, Summa..., v. "Mulier", n. 27. Esta "disponibilidade" da mulher também lhe permitia aproveitar
a nobreza do marido (C., XII,1,13; Manuel A. Pegas, Commentaria ad Ordinationes, 1669, VII, ad I,90,
gl.18, n. 1).
38 Alvaro Valasco, Allegationes ..., all. 29, n. 10; Manuel A. Pegas, Commentaria ad Ordinationes,
1669, XI, ad Ord., II, 35, cap. 181, per totum ("A linha masculina é a linha que começa num varão e
neles se continua sem qualquer mulher ou interposição de seus descendentes [...] A linha feminina é a
que começa na mulher [...] e divide-se em duas espécies, uma sob o ponto de vista do princípio, se
começa em mulher, pois todos os que descendem dela se dizem ser de linha feminina, embora sejam
varões, pois procedem daquela primeira mulher como estirpe [...] Outra é a linha feminina que se
compõem só de mulheres sem qualquer mistura de varão. A mulher que é chefe da sua família também é
o seu fim, pois, em primeiro lugar, a linha masculina extinguiu-se no pai, não se transmite à filha, antes
nela terminando, e não se continua nos seus herdeiros, que se dizem de linha feminina e se consideram
de outra familia e agnação").
39Agostinho Barbosa, Tractatus varii. De appellativa ..., v. "Filius", n. 61; Jorge de Cabedo,
Practicarum observationum ..., cit, I, dec. 208, n. 3 ss..
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43 Cf. as comunicações de Arlinda Leal, Anita Novinsky e José Gentil da Silva ao colóquio Inquisição,
Lisboa, Sociedade Portuguesa de Estudos do séc. XVIII, 1989, 2 vols..
44 Outros eram a avareza (testemunhada por Cícero) e a rixosidade ("vale mais estar sentado na asna do
telhado do que com uma mulher litigiosa que compartilhe a mesma casa", Provérbios, 21, 9).
45 Bento Gil [Benedictus Aegidius], Tractatus de iure, & privilegiis honestatis, Ulyssipone, 1618, art.
proem., n. 2.
46Daí que honestidade não se confunda com virgindade, pois realmente não impede o coito em geral,
mas apenas o "desonesto" (Bento Gil, Tratado ..., art. proem., n.2).
47 Bento Gil, Tratado ..., art. 2., ns. 2 ss..
48Sextum, II, 2 (não convém que se passeiem ou participem em reuniões de homens e, por isso, não
devem vir a juízo).
49 António Cardoso do Amaral, Summa..., v. "Mulier", n. 7.
50 Bento Gil, Tratado ..., art 2, n. 6.
51Bento Gil, Tratado ..., art 2, n. 1 (Ord. fil. ; Nueva recop., III, 9, 7: "porque no seria cosa guisada,
que estuviese entre la muchedumbre de los hombres, librando los pleytos").
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procurador (Ord. fil., III, 47; V, 124, 16), nem a ser testemunha ; não possa ser 52
Portugal.
Esta imagem da mulher, latente nos textos do direito comum europeu,
projectava-se sobre os direitos dos vários reinos. Neles ganhava,
eventualmente, refracções próprias, que decorriam de tradições culturais
particulares. Era o que se passava com o direito português que, como se pôde
ver das indicações de fontes que foram sendo dadas, recebera a generalidade
das regras de direito comum.
Onde se verifica alguma especialidade era no regime de comunhão geral
de bens, considerado como costume geral do reino (Ord. fil., IV, 46/47) -
embora sujeito a progressiva usura pelo regime de dote e arras, de direito
comum – e que limitava mais os poderes de disposição patrimonial da
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humana (cf., Ord. man., IV, 17)". Sendo o marido a cabeça de casal, a mulher
não podia dispôr de quaisquer bens, contratar ou estar em juízo sem a sua
52 Digesto, 12, 2, 15. Ord. fil., I, 78, 3. António Cardoso do Amaral, Summa..., v. "Mulier", n. 52. Esta
isenção é atenuada no caso de mulheres desonestas ou plebeias (Bento Gil, Tratado ..., art 2, n. 15)
53Porque sempre existe o carcereiro (Bento Gil, Tratado ..., art 3, n. 2); se tiver que ser encarcerada,
deve sê-lo em mosteiro de mulheres. Para Portugal, v. Ord. fil., II, 31, 4; IV, 76, ult.
54 Digesto, 3, 1, 1, 2; 48, 2; Decreto, C. 5, 3, 1-3, Bento Gil, Tratado ..., art. 2, n. 12.
55 V. a minha nota em John Gilissen, Introdução histórica..., cit., 592 s.. É provável que a generalidade
de cada um dos regimes dependesse dos estratos sociais; aparentemente, o regime de dote e arras era
mais comuns nos grupos nobres. As camadas populares, com poucos bens de família ("troncais", "de
avoengo"), pouco ciosas dos valores linhagísticos e recorrendo menos ao direito letrado e escrito, usavam
o costume da comunhão, inicialmente mais comum no Sul, mas depois (a partir de Ord. man., IV, 7)
recebido como costume geral do reino.
56 Jorge de Cabedo, Practicarum observationum ..., cit, I, dec. 106, n. 1.
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autorização, mesmo que este estivesse longe. Alguma doutrina era reticente
quanto à capacidade de disposição da mulher casada, mesmo em relação às
pequenas esmolas que o direito comum permitia que a mulher dese sem
autorização do marido . 57
Que influência pode ter tido a expansão ultramarina sobre este estatuto é
tema que não tem ocupado os historiadores portugueses.
Sabe-se que, em geral, a situação estatutária da mulher tendeu a
desvalorizar-se a partir do séc. XVI. Em Portugal, todos os traços negativos da
condição feminina se encontram abundantemente documentados nos juristas e
nos moralistas seiscentistas e setecentistas. Numa aproximação impressionista,
poderia supor-se que, quanto às mulheres casadas, a ausência dos maridos teria
conduzido necessariamente a uma sua maior autonomia, nomeadamente
contratual e de disposição de bens. E, de facto, nos livros de notas dos sécs. XVI
e XVII, encontram-se mulheres dispondo de bens. Se são próprios ou do casal e,
neste último caso, por força de que é que o fazem (como procuradoras ?
autorizadas pelo juiz ?) é questão que não pode ser respondida
sistematicamente.
Também não o pode ser a questão de saber que repercussões poderá ter
tido na imagem reinol da mulher o contacto com as culturas africanas e
orientais e com os seus modelos do feminino. Ou seja, de que modo os estatutos
exóticos das mulheres poderão ter influenciado, como modelo ou como
aberração, o estatuto da mulher europeia. Embora fontes não faltem, desde os
relatos de viagens às cartas dos missionários, nada se tem estudado, nesta
perspectiva. De um modo geral, os ventos da Índia ou da China não eram de
molde a beneficiar o género feminino. Em todo o caso, deparamo-nos, em
algumas das regiões tocadas pelos portugueses, com regimes matriarcais ou,
pelo menos, matrilineares (como o dos macondes) que influenciaram
instituições de direito colonial português. É o caso dos "prazos da coroa", em
Moçambique, espécie de bens enfitêuticos com alguma jurisdição, transmitidos
por via feminina, que se mantiveram até ao séc. XIX , cobrindo uma época em
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