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PROF JOÃO ROBERTO DIREITOS CAPÍTULO 02

HUMANOS
DIREITOS HUMANOS • PROF. JOÃO ROBERTO • ESTUDO DIRIGIDO - UNIBRA 2

CAPÍTULO 02
CONCEPÇÕES E CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUUMANOS
CONCEPÇÕES
Para a CONCEPÇÃO JUSNATURALISTA, os direitos fundamentais do homem são imperativos
do direito natural, e existem antes mesmo da estruturação estatal. Não haveria, então, nem mes-
mo necessidade de previsão positiva, porque os direitos não podem ser negados, já que são
inerentes à natureza humana. Esta concepção, como se vê, está presente no Direito e na Filosofia,
e serviu para combater o Estado absolutista e fundamentar revoluções, em especial para modificar
o “status quo”.

A CONCEPÇÃO POSITIVISTA, pelo contrário, entende que os direitos do homem são faculdades
concedidas pela lei, e não pela natureza das coisas. Não havendo previsão no direito positivo,
ter-se-á expectativa de direito, e não direito em si.

A CONCEPÇÃO IDEALISTA, por seu turno, entende que os direitos do homem são ideias abstra-
tas, que nascem do imaginário e que vão sendo absorvidas pela realidade ao longo do tempo.

A CONCEPÇÃO REALISTA, os direitos do homem não nascem do imaginário e nem são absorvidos
com o tempo de maneira natural. Muito ao contrário, os direitos fundamentais do homem são
resultados reais das lutas sociais e políticas travadas na história. Para se chegar a eles, quase
sempre há um rasto de sangue e muita luta por trás.

A CONCEPÇÃO LIBERAL, que trata os direitos humanos como liberdades fundamentais, porque
a liberdade é que dá força e possibilita modificar, inclusive, a natureza das coisas, porque os seres
humanos podem, então, se associar, se reunir e lutar. Os direitos humanos estariam vocacionados
para preservar a autonomia da vida do homem.

A CONCEPÇÃO HISTÓRICA vincula fortemente os direitos humanos à sua característica de his-


toricidade, porque estes seriam construções históricas marcadas por contradições, condições e
nuanças da realidade social, política, econômica e cultural.

CARACTERÍSTICAS

IMPRESCRITIBILIDADE

Os direitos humanos não prescrevem. Interessante lembrar que na CF/88 a imprescritibilidade


é a regra, sendo imprescritíveis o racismo e a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (art. 5º, XLII, XLIV).

Existe discussão para saber se estes rol constitucional de imprescritibilidade é taxativo ou exem-
plificativo: a doutrina majoritária entende que é exemplificativo, possibilitando inclusão de outros
crimes imprescritíveis, desde que para proteção da pessoa humana, como ocorre no Estatuto de
Roma (criação do TPI), uma vez que seus arts. 5º e 29 preveem a imprescritibilidade dos crimes de
genocídio, contra a humanidade, de guerra e agressão – este ainda não regulamentado.
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EFETIVIDADE

O reconhecimento não basta. Somente a positivação não significa que os direitos humanos
estão sendo respeitados, daí porque se exige a real aplicação na prática no território nacional.
Caso o Estado partícipe não conseguir efetivar os direitos humanos (no caso, fundamentais), exis-
tem garantias como o “habeas corpus”. A efetividade realça a dimensão objetiva dos direitos
fundamentais, porque é uma garantia de estabilidade dos mesmos no ordenamento jurídico
e ainda impõe ao Estado a criação de planejamentos e procedimentos para sua efetivação para
toda a sociedade.

IRRENUNCIABILIDADE

Não podem ser abdicados ou negociados, porque fazem parte da própria existência do ser hu-
mano. Pode deixar de ser exercido, mas seu titular não pode dispor dos mesmos de forma
definitiva (não se pode exigir que um doente em estado terminal aceite a eutanásia).

É costume dizer que a irrenunciabilidade não é absoluta, porque em alguns casos é possível
renunciar algum direito fundamental, como é o caso de renunciar à integridade física, para
fazer doação de rim para parente (vide Lei 9434/97, que trata da doação de órgãos, tecidos e
partes do corpo humano), ou de fixar cláusula contratual para limitar a liberdade de expressão,
para que o funcionário não divulgue segredo industrial da empresa em que trabalhou.

A irrenunciabilidade, diferentemente da inviolabilidade, visa a proteção do próprio titular do di-


reito fundamental, e não está previsto explicitamente na Constituição; a inviolabilidade, por seu
turno, está prevista na Constituição e protege o indivíduo contra terceiros.

INALIENABILIDADE
A alienação também está vedada (não são disponíveis como se fosse um patrimônio qualquer).

HISTORICIDADE
Se por trás de cada direito há um rastro, senão de sangue, pelo menos de luta, é evidente que o
direito fundamental é um direito histórico;

RELATIVIDADE
Nada na vida é absoluto. O direito, mesmo o fundamental, também não é e nem pode ser absolu-
to, porque é preciso, em vários casos, limitá-lo, mesmo em se tratando de um direito fundamental.

INTERDEPENDÊNCIA
Não há choque irremediável entre o s direitos fundamentais, porque eles devem se relacionar
permanentemente para atingirem suas finalidades.

COMPLEMENTARIDADE
A interpretação de um direito fundamental deve levar em conta os outros direitos fundamentais.
Não se interpreta um direito fundamental isoladamente.

INVIOLABILIDADE
Não pode ser tolerada violação dos direitos humanos, seja pela lei, pela autoridade ou pelo poder,
órgão ou entidade pública, sob pena de responsabilização civil, administrativa e criminal. Inviolabili-
dade, como se viu, existe para proteção contra terceiros, e irrenunciabilidade para proteção contra
o próprio titular.

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