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Quarta-feira, 22 de Outubro de 2014 1Série-N.

º 192

ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA

Preço deste número - Kz: 820,00


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Consumo de 2% (dois porcento): Assembleia Nacional
As 3 séries ............................................... Kz: 470 615,00 Lei n .• 18114 :
l .' série .................................................... Kz: 277 900,00 Aprova o Código do Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho. -
Revoga o Código do Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho
2.' série .................................................... Kz: 145 500,00
aprovado pela Lei n.º 10/99, de 29 de Outubro. o Decreto E,'{ecutivo
3.' série .................................................... Kz: 115 470,00 n. º 80/09, de 7 de Agosto bem como toda a legislação que contrarie
2. Tão logo seja publicado o preço definitivo os assinan- o disposto na presente Lei.
tes terão o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias para liquidar Lei n . 0 19/14:
a diferença apurada, visando assegurar a continuidade do Aprova o Código do Imposto Industrial. - Revoga o Diploma Legislativo
n.º 35n 2, de29deAbril, a Lei n.º 18/92, de 3 de Julho, a Lei n.º 7/97,
fom ecimento durante o petiodo em referência. de 10 de Outubro, a Lei n.º 5/99, de 6 de Agosto, bem como toda a
3. As assinaturas serão feitas apenas em regime anual. legislação que disponha em contrário.
4604 DIÁRIO DA REPÚBLICA

Lei n.º 20/14: ARTIGO 2. 0


Aprova o Código das Execuções Fiscais. - Revoga o Regime Simplificado (Autoridade Tributária Única)
de E,'(ecuções Fiscais aprovado pelo Decreto Legislativo Presidencial
Com a criação de uma entidade administrativa única,
n.º 2/11. de 9 de Junho.
responsável pelas receitas tt·ibutárias, no âmbito do processo
Lei n.º 21114:
Aprova o Código Geral Tributário. - Revoga o Código Geral Tributário, dereesttutmação emodemização da achninistração tributária,
aprovado pelo Diploma Legislativo n.º 3.868, de 30 de Dezembro de tal como previsto na alínea a) don.º 3 do a1tigo 3.0 do Decreto
1968 e as alterações posteriores, os artigos 190.º a 209.º do Código
Presidencial n. º 155/1O, de 28 de Julho, as referências à Direcção
Aduaneiro, respeitantes aos crimes aduaneiros, ben1 como outras
disposições legais que sejam incompatíveis com o presente Código. Nacional dos Impostos, ao Se1viço Nacional das Alfândegas
e às Repa1tições Fiscais, passam a ser entendidas como efec-
Ministério das Finanças tuadas, respectivamente, para a nova entidade administt·ativa.
Decreto Executivo n. º 316/ 14:
Aprova as Instruções para o enceffamento do Exercício Financeiro de ARTIGO 3. 0
2014. -Revoga o Decreto Executivo n. 0 341113. de 14 de Outubro. (Tabela dos Lucros Mínimos)

Despacho n.º 1547/ 14: A Tabela dos Lucros Mínimos aplicável na detenninação
Cria a Comissão de Avaliação para a Condução do Procedimento de da maté1ia colectável dos contribuintes do Gmpo C do Código
Contratação e para Avaliação das Propostas inerentes ao Concurso
do Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho, é a constante
Limitado por Prévia Qualificação para a Realização de Consultoria
e Auditoria às Declarações Fiscais e às Contas das Con1panhias no Decreto Executivo n.º 15/09, de 3 de Março ou outro que
Petrolíferas por referência aos exercícios de 2012 e 2013. lhe venha substituir.
ARTIGO 4.0
(Revogação)
ASSEMBLEIA NACIONAL
É revogado o Código do Imposto sobre os Rendimentos
do Trabalho aprovado pela Lei n.º 10/99, de 29 de Outubro,
Lei n. º 18/14 o Decreto Executivo n.º 80/09, de 7 de Agosto, bem como
de 22 de Outubro
toda a legislação que contt·arie o disposto na presente Lei.
Com o processo de Refonna Tributária em cmso no País,
ARTIGO 5. 0
afigura-se necessário proceder à revisão do Código do Imposto (Dúvidas e omissões)
sobre os Rendimentos do Trabalho, no sentido de eliminar
As dúvidas e as emissões decoirentes da aplicação e interpre-
alguns aspectos que se revelam desajustados à actual realidade
tação da presente Lei são resolvidas pela Assembleia Nacional.
económica e social e totahnente obsoletos.
A presente revisão contempla a segmentação dos ren- ARTIGO 6. 0
(Entrada em vigor)
dimentos em Grupos, nomeadamente Gmpo A, B e C, a
eliminação de algumas isenções, bem como a clarificação e A presente Lei entt·a em vigor a pa1tir do dia 1 de Janeiro
desenvolvimento de algmnas matérias incluídas no âmbito de 2015.
da sujeição do referido imposto. Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
Por outro lado, procedeu-se à haimonização com as alte- aos 26 de Junho de 2014.
rações efectuadas no Código do Imposto Industrial. O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da
As diversas alterações pe1mitem não só o alargamento da Piedade Dias dos Santos.
base de incidência do imposto, potenciando a receita efectiva, Promulgada aos 7 de Outubro de 2014.
bem como a introdução de maior justiça social na repa1tição
Publique-se.
da caiga fiscal dos conttibuintes singulares, de acordo com
o espírito e a letra, do Decreto Presidencial n.º 50/11, de 15 O Presidente da República, JosÉ E DUARDO Dos SANTOS.
de Março, que definiu as Linhas Gerais do Executivo para a
Refo1ma Tributária. CÓDIGO DO IMPOSTO
AAssembleia Nacional aprova, por mandato do povo, SOBREOSRENDIMENTOSDOTRABALHO
nos termos das disposições combinadas da alínea e) do
a1tigo 164.º, da alínea o) do n.º 1 do a1tigo 165.º e da alínea d) CAPÍTULOI
do n.º 2 do a1tigo 166.º, todos da Constituição da República Da Incidência
de Angola, a seguinte:
ARTIGO 1.0
(Base do Imposto)
LEI QUE APROVA O CÓDIGO DO IMPOSTO 1. O Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho incide
SOBREOSRENDIMENTOSDOTRABALHO
sobre os rendimentos por conta próp1ia ou por conta de outrem,
ARTIGO 1. 0 expressos em dinheiro, ainda que auferido em espécie, de
(Aprovação) natureza contratual ou não contratual, periódicos ou ocasionais,
É aprovado o Código do Imposto sobre os Rendimentos fixos ou variáveis, independentemente da sua proveniência,
do Trabalho, que é pa1te integrante da presente Lei. local, moeda, forma estipulada para o seu cálculo e pagamento.
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2. Constituem rendimentos para efeitos deste imposto, todas i) Os subsídios atribuídos por lei aos cidadãos nacionais
as remllllerações percebidas a título de <!·denados, vencimentos, po1tadores de deficiências motoras, sensoriais e
salários, honorários, avenças, gratificações, subsídios, prémios, mentais;
comissões, senhas de presença, emolumentos, pa1ticipações j ) Os subsídios diários, os subsídios de representação,
em multas, custas, margens, os rendimentos comerciais e os subsídios de viagem e deslocação atribuídos
industriais, bem como outras remunerações acessó1ias, sem aos funcionários do Estado, que não ultrapassem
prejuízo do disposto no aitigo 2.º do presente Código. os limites estabelecidos na legislação específica;
3. Consideram-se também rendimentos do trabalho: k) Os subsídios diários de alimentação e transpo1te,
a) Os abonos para falhas, os subsídios diários de repre-
atribuídos a 1rabalhadores dependentes não incluí-
sentação, de viagens ou deslocações e quaisquer
dos na alínea j), até ao limite de Kz. 30.000.00
outras importâncias da mesma natureza, sem
(trinta mil Kwanzas) do seu valor mensal global;
prejuízo do disposto nas alíneas c) ej) do aitigo
l) O reembolso de despesas inconidas pelos trabalha-
seguinte;
dores dependentes de entidades sujeitas a imposto
b) As remunerações dos detentores de pa1ticipações
industrial ou a ou1ros regimes especiais de tribu-
sociais pelo desempenho de trabalho nas respec-
tação, quando deslocados ao se1viço da entidade
tivas sociedades;
patronal, desde que estas despesas se encon1rem
e) As remunerações dos membros dos órgãos estatutá1ios
devidamente docwnentadas nos te1mos do Código
das pessoas colectivas e entidades equiparadas;
do Imposto Industrial e legislação comp lementar;
d) Os aumentos patrimoniais e despesas efectivamente
m) As gratificações de férias e o subsídio de natal até
realizadas sem a devida comprovação da origem
ao limite de 1000/o (cem por cento) do salário base
do rendimento;
do trabalhador.
e) As remunerações pagas por partidos políticos e
2. Para efeitos da alínea c) do n.º 1 do presente a1tigo,
outras organizações de carácter político ou social.
entende-se por abonos para falhas o complemento remuneratório
ARTIGO 2.0
(Não sujeição)
acessório que a entidade patronal paga aos seus 1rabalhadores,
pelos riscos inerentes ao exercício de funções que, pela sua
1. Não constituem matéria colectável:
natw·eza, sejam susceptíveis de gerar falhas contabilísticas
a) As prestações sociais pagas pelo Instituto Nacional
em operações de tesomaria, pelas quais possam ser directa-
da Segurança Social, no âmbito da protecção
mente responsabilizadas.
social obrigatória, nos tennos da lei; 3. Para efeitos do disposto na alínea f) do n.º 1 do presente
b) As gratificações de fim de caffeira devidas no âmbito
a1tigo devem os interessados fazer a entrega de cópia do contrato
da relação jurídico-laboral; de affendamento na Repa1tição Fiscal competente, no prazo
e) Os abonos para falhas, em montante que não ultra- de 15 (quinze) dias a paitir da data da assinatura do contrato;
passem o limite máximo estabelecido para os 4. Na falta da entrega do contrato nos teimos do número
funcionários públicos; anterior, os montantes atribuídos ao trabalhador a título de
d) O abono de família, pago pela entidade empregadora, subsídio de renda de casa constituem matéria colectável na
em montante que não ultrapasse o limite máximo sua totalidade.
de 5% (cinco por cento) do ordenado base mensal
ARTIGO 3.0
do trabalhador, excluídos os trabalhadores sujei- (Grupos de tributação)
tos ao regime remuneratóiio da função pública; 1. Os rendimentos do Imposto sobre os Rendimentos do
e) As contribuições para a segw·ança social; Trabalho dividem-se em 3 (frês) Gmpos de t.Jibutação,A, B e C.
jj Os subsídios de renda de casa até ao limite de 50% 2. No Grupo A incluem-se todas as remunerações percebi-
(cinquenta por cento) do va lor do contrato de das pelos t.J·abalhadores por conta de out.J·em e pagas por uma
affendamento, excluídos os trabalhadores sujei- entidade pat.J·onal por força de vínculo laboral como definido
tos ao regime remuneratóiio da função pública; nos te1mos da Lei Geral do Trabalho e os rendimentos dos
g) As compensações pagas a trabalhadores por rescisão t.J·abalhadores cujo vínculo de emprego se encont.J·a regulado
contratual independentemente de causa objectiva, pelo regime jmídico da função pública.
que não ultrapassem os limites máximos previstos 3. No Grupo B incluem-se todas as remllllerações percebidas
na Lei Gera l do Trabalho; pelos t.J·abalhadores por conta própria que desempenhem, de
JY Os salários e outras remunerações devidas aos tra- fo1ma independente, actividades constantes da lista de pro-
balhadores even1uais agrícolas e aos trabalhadores fissões anexa ao presente Código, e os rendimentos auferidos
domésticos contratados directamente por pessoas por titulares de cargos de gerência ou administ.J·ação ou por
singulares ou agregados familiares; titulares de órgãos sociais de sociedades.
4606 DIÁRIO DA REPÚBLICA

4. No Grupo C todas as remunerações percebidas pelo ou perecido, desde que devidamente registados
desempenho de actividades industriais e comerciais, que se no Depaitamento Ministerial de tutela.
presumem, todas as constantes na tabela de lucros mínimos ARTIGO 6.0
em vigor. (Isenções especificas)

ARTIG04. º São isentos de impostos os rendimentos auferidos por


(Incidência subjectiva e âmbito de sujeição) pessoas singulares que prestem se1viço militar e paramilitar
1. O imposto é devido pelas pessoas singulares, quer resi- nos órgãos de Defesa e Ordem Intema, mas apenas aqueles
dam, quer não, em tenitório nacional, cujos rendimentos sejam derivados dessa prestação.
obtidos por serviços prestados, directa ou indirectamente, a
CAPÍTULO III
pessoas singulares ou colectivas com domicílio, sede, direcção
Da Determinação da Matéria Colectável
efectiva ou estabelecimento estável no País.
2. Consideram-se sempre obtidos no País os rendimentos ARTIGO 7.0
(Determinação da matéria colectável dos rendimentos do Grupo A)
derivados de:
a) Actividades dos tripulantes de navios ou aeronaves 1. A matéria colectável dos rendimentos do Grnpo A é
pertencentes a empresas que possuam no teffitório constituída por todas as remunerações expressas em dinheiro,
ainda que auferida em espécie, de natureza contratual ou
nacional sede, direcção efectiva ou estabeleci-
não contratual, pe1iódicas ou ocasionais, fixas ou variáveis,
mento estável;
independentemente da sua proveniência, local, moeda, fo1ma
b) Actividade dos titulares de cargos de gerência,
estipulada para o seu cálculo e pagamento, auferidas pelos
administração, e órgãos sociais de sociedades que
trabalhadores por conta de outrem.
tenham a sua sede, direcção efectiva ou estabele-
2. A detenninação da matéria colectável dos rendimentos
cimento estável no te11'itório nacional. do GrnpoAfaz-se, pela seguinte ordem:
CAPÍTULO II a) Dedução à retribuição global das contribuições
Das Isenções obrigatórias para a Segurança Social;
b) Dedução das componentes remuneratórias não sujei-
ARTIGO 5.0
(Rendimentos isentos) tas ou isentas, nos te1mos do presente Código.
3 . Não é aceite a transferência do encargo fiscal do
1. Estão isentos de Imposto sobre os Rendimentos
trabalhador para a esfera da entidade patronal, não podendo
do Trabalho:
ser atribuído ao trabalhador rendimento líquido disponível
a) Os rendimentos auferidos pelos agentes das missões
superior ao valor constante cio seu contrato de trabalho a título
diplomáticas e consulares estrangeiras sempre que
de remuneração, circunstância que a verificar-se importa pena
haja reciprocidade de tratamento;
de multa, nos te1mos do Código Geral Tributário, bem como
b) Os rendimentos auferidos por pessoal dos servi-
a liquidação adicional do imposto devido.
ços de organizações intemacionais, nos te1mos
ARTIGO 8. 0
estabelecidos em acordos ratificados pelo órgão (Determinação da matéria colectável dos rendimentos do Grupo B)
competente do Estado; 1. O rendimento colectável dos contribuintes cio Grnpo B
e) Os rendimentos auferidos pelo pessoal ao se1viço apura-se nos seguintes te1mos:
das organizações não govemamentais, nos termos a) Quanto aos rendimentos pagos por pessoas colecti-
estabelecidos nos acordos com entidades nacio- vas ou singulares com contabilidade organizada,
nais, com o reconhecimento prévio por escrito do a matéria colectável coffesponde a 70% (setenta
Director Nacional de Impostos; por cento) do valor pago;
d) Os rendimentos auferidos pelos deficientes físicos b) Quanto aos rendimentos pagos por entidades que
e mutilados de gue1rn, cujo grau de invalidez ou não se enquadrem na alínea anterior, a matéria
incapacidade seja igual ou superior a 500/o (cin- colectável apura-se com base na contabilidade
quenta por cento), comprovada com a apresentação ou registos contabilísticos do sujeito passivo ou
pelo contribuinte de documentação emitida por com base nos registos disponíveis sobre compras
autoridade competente para o efeito; e vencias e se1viços prestados, ou ainda com base
e) Os rendimentos auferidos pelos cidadãos nacionais nos dados que a administração fiscal disponha.
com idade superior a 60 (sessenta) anos derivados 2. No apuramento do rendimento colectável dos trabalha-
do trabalho por conta de outrem; dores por conta própria nos teimos da alínea b) do n(unero
j) Os rendimentos decoirentes do exercício das activi- anterior, são deduzidos os seguintes encargos:
dades previstas nos Grnpos de tributação A e B a) Renda de instalação;
auferidos pelos antigos combatentes, deficientes b) Remuneração do pessoal pe1manente não superior
de gue1rn e familiares de combatente tombado a 3 (três);
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e) Conswno de água e ene1gia eléctrica, 2. A liquidação do imposto devido pela atribuição de


d) Comunicações; rendimentos do Gtupo B é efectuada nos seguintes termos:
e) Seguros com o exercício da activiclacle; a) Pela entidade pagadora desses rendimentos, mediante
j) Trabalhos laborato1iais efectuados em estabelecimentos retenção na fonte, nos casos referidos na alínea
diferenciados dos que estejam afectados ao exer- a) do n.º 1 do artigo 8.º;
cício da activiclacle profissional do contribuinte; b) Pela entidade pagadora desses rendimentos quando
g) Outras despesas indispensáveis à fonnação cio ren- atribuídos aos titulares de cargos de gerência ou
dimento, incluídas as verbas para reintegração administração ou titulares de órgãos sociais de
das instalações. sociedades, nos termos do n.º 4 do a1tigo 8.º;
3. É considerado como despesa, para aplicação do número e) Pelo contribuinte, nos casos referidos na alínea b)
anterior, 30% (Trinta por cento) do rendimento bmto do do n.º 1 do artigo 8.0
contribuinte, desde que não possua contab ilidad e organizada, 3. A liquidação do imposto devido pelos contribuintes do
que a existir apura com base no custo real, até ao limite Gtupo C é efectuada nos seguintes termos:
aqui estabelecido a) Pelo contribuinte, nos casos referidos nos n."" 1 e 2
4. Na detenninação da matéria colectável dos rendimentos do artigo 9.º do presente Código, no que respeita
dos titulares dos carg os de gerência e administração ou titulares aos rendimentos auferidos no ano anterior;
de órgãos sociais de sociedades não é aplicável o disposto nos b) Pela entidade pagadora dos rendimentos, mediante
números anteriores sobre deduções, devendo a mesma ser retenção na fonte, nos casos referidos no n.º 4 do
determinada nos mesmos termos estabelecidos para o GmpoA. artigo 9.º do presente Código.

ARTIGO 9.0 CAPÍTULO V


(Detennúrnção da matéria colectável dos rendúnentos do Grupo C) Da Entrega do Imposto
1. O rendimento colectável dos contribuintes do Grupo C
ARTIGO 11.º
é o constante da Tabela dos Lucros Mínimos. (Pagamento)
2. Sempre que o contribuinte verifique, com base em quais- 1. O imposto devido pela atribuição de rendimentos do
quer meios, que o seu volume defactw·ação é 4 (quatro) vezes Gtupo A, deve ser entregue, pela entidade empregadora, até
superior ao valor máximo coITespondente, à sua actividade na ao final do mês seguinte ao do respectivo pagamento, na
Tabela dos Lucros Mínimos, a matéria colectável corresponde Repartição Fiscal competente.
ao volwne de vendas de bens e serviços não sujeitos à retenção 2. O imposto devido pela atribuição de rendimentos do
na fonte, no decoITer do exercício. Gtupo B deve ser entregue:
3. Em caso de incumprimento do disposto no número ante- a) Pela entidade pagadora dos rendimentos, até ao final
rior, a administração fiscal apura o imposto devido nos termos do mês seguinte ao do pagamento, na Repartição
nele previsto, ao qual acresce multa coITespondente ao dobro Fiscal competente, quanto aos rendimentos liqui-
do imposto apurado com base na Tabela dos Lucros Mínimos. dados nos tennos da alínea a) do n.º 2 do artigo
4. Quando wn contribuinte desse gmpo preste serviços anterior;
sujeitos à retenção na fonte, nos termos do Código do b) Pela entidade pagadora dos rendimentos, nos precisos
Imposto Industrial, a pessoas colectivas ou singulares com termos em que é entregue o imposto devido pela
contabilidade 01ganizacla, a matéria colectável con-esponde atribuição de rendimentos cio Gtupo A, quanto
ao valor cio serviço. aos rendimentos liquidados nos tennos da alínea
5. Os rendimentos auferidos nos termos do número anterior, b) do n.º 2 do artigo antei·ior;
não concorrem para a determinação da matéria colectável cio e) Pelo titular do rendimento, até ao final do mês em
n.º 2 do presente artigo. que deve ser entregue a declaração anual de ren-
dimentos, quanto aos rendimentos liquidados nos
CAPÍTULO IV te1mos ela alínea c) do n.º 2 do artigo anterior.
Da Liquidação 3. O imposto devido pela atribuição de rendimentos do
AKD GO 10.º Gtupo c deve ser entregue:
(Método de liquidação do imposto) a) Pelo titular desses rendimentos, até ao final cio mês
1. A liquidação do imposto devido pela atribuição de de Fevereiro, quanto aos rendimentos liquidados
rendimentos do Gmpo A é efectuada pela entidade responsável nos tennos ela alínea a) cio n.º 3 do artigo anterior;
pelo pagamento destes rendimentos, mensalmente, após a b) Pela entidade pagadora dos rendimentos na Repar-
realização das deduções previstas no n.º 2 do a1tigo 7.º, pela tição Fiscal competente, até ao final do mês
aplicação da tabela de taxas do Imposto sobre os Rendimentos seguinte ao do respectivo pagamento, quanto aos
do Trabalho em vigor e preenchimento do Documento de rendimentos liquidados nos termos da alínea b)
Liquidação de Imposto. do n º 3 cio artigo anterior:
4608 DIÁRIO DA REPÚBLICA

4. A entrega do imposto é realizada, nos te1mos do Código ARTIGO 13.º


(Correcção das declarações)
Geral Tributário, através do preenchimento e entrega do
respectivo Documento de Liquidação do Imposto. 1. A administração fiscal pode rever e coffigir o valor dos
rendimentos declarados pelo contribuinte, ou pela entidade
CAPÍTULO VI
obrigada à retenção na fonte, sempre que, em face dos elementos
Das Obrigações Declarativas
oferecidos pela fiscalização, ou de quaisquer outros meios
ARTIGO 12.º
de que se disponha, neles reconheça faltas, insuficiências
(Apresentação de declarações)
ou inexactidões.
1. As entidades responsáveis pela liquidação e entrega do
2. Na falta de declarações, cumpre à Repa1tição Fiscal
imposto devido pela atribuição de rendimentos do Grnpo A,
competente determinar o rendimento colectável com base
devem entregar no mês de Fevereiro uma declaração anual
nos elementos disponíveis.
- Modelo 2, nos tetmos regulamentares, - em que conste
ARTIGO 14.º
a seguinte infonnação, discriminada por beneficiário, relativa (Rendimentos em espécie)
ao exercício fiscal anterior: 1 . Devem acrescer aos rendimentos, para efeitos de
a) Nome completo e morada do beneficiário do dete1minação da matéria colectável, os valores despendidos
rendimento; para pagamentos em espécie, tais como de géneros alimen-
b) Número de identificação fiscal do beneficiário; tares, alojamento e quaisquer outros encargos ou obrigações
e) Níunero de Segw·ança Social do beneficiário; supottados pela entidade empregadora a favor do contribuinte,
d) Valor global dos rendimentos pagos; salvo as limitações impostas por lei.
e) Montante total de imposto pago no exercício anteriot: 2. As remunerações em espécie são computadas pelo seu
2. As entidades responsáveis pela liquidação e entrega de custo, detetminado p1io1itariamente pelos elementos constantes
imposto devido pela atribuição de rendimentos das categorias dos registos em poder da entidade patronal ou do beneficiário.
B e C devem entregar no mês de Fevereiro uma declaração ARTIGO 15.0
(Reclamação)
anual - Modelo 2, nos te1mos regulamentares, em que conste
Da fixação da matéria colectável podem os contribuintes
a seguinte informação, discriminada por beneficiário, relativa
reclamar, nos tennos do Código Geral Tributá1io.
ao exercício fiscal anterior:
a) Nome completo e morada do beneficiário dos CAPÍTULO VII
rendimentos; Das Taxas
b) Número de identificação fiscal do beneficiário; ARTIGO 16.º
e) Níunero de Segw·ança Social do beneficiário; (Taxas)

d) Valor anual dos rendimentos pagos; 1. A matéria colectável apurada por atribuição de rendi-
e) Montante anual de imposto entregue. mentos do Grupo A aplicam-se as taxas constantes na tabela
3. Os titulares de rendimentos do Grupo B, residentes em anexa ao presente Código.
Angola, devem entregar, até ao final do mês de Março, na 2.A matéria colectável apurada por allibuição de rendimentos
Repattição Fiscal da área do seu escritório ou estabelecimento, do Gtupo B aplica-se a taxa única de 15%(quinzepor cento).
a Declaração Modelo 1, nos tetmos regulamentares, em que 3. A matéria colectável do Gmpo C, referente aos ren-
devem discriminar todas as remunerações aufe1idas no decurso dimentos previstos no n.º 1 do attigo 9.0 aplica-se a taxa de
do ano fiscal anterior. 30% (trinta por cento).
4. Os contribuintes abrangidos pelo n.º 2 do attigo 9.º 4. O rendimento auferido nos tetmos dos n."" 2 e 4 do
devem entregar, até ao final do mês de Março, na repa1tição a1tigo 9.º do presente Código aplica-se a taxa de 6,5 % (seis
fiscal da área do seu esc1itório ou estabelecimento, a declaração vírgula cinco por cento).
modelo oficial aprovada por Decreto Executivo do Ministro
CAPÍTULO VIII
das Finanças, discriminando as vendas e os serviços prestados Das Obrigações Acessórias
e as compras efectuadas e os serviços contratados não sujeitos
ARTIGO 17.º
a retenção, realizados no decurso do ano fiscal anterior. (Elaboração de mapas mensais)
5. Na ausência de escritório ou estabelecimento, nos te1mos
Para efeitos de entrega do imposto devido pela atribuição
do número anterior é competente a repattição fiscal da área de rendimentos do Gtupo A, como definidos nos te1mos do
do domicílio do titular dos rendimentos. presente Código, devem os salários ser processados por todas
6. Os modelos previstos neste artigo, podem ser substituídos as entidades em mapas de remunerações mensais, sempre que
pela entrega da infotmação em supo1te digital ou mediante se trate de mais de 3 (três) trabalhadores, neles se incluindo
submissão electrónica, nos te1mos regulamentares. os trabalhadores isentos.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4609

ARTIGO 18.0 ARTIGO 23.º


(Cessação de actividade) (Inscrição dos titulares dos rendimentos do Grupo B)

1. As pessoas que aufiram rendimentos dos Gtupos B e C, 1. As pessoas que pretendam exercer actividades profissionais
que cessarem a sua actividade no decorrer do ano, só é exigido constantes da lista de profissões anexa a este Código devem
o imposto que a esse período coffespondei: proceder à sua inscrição no Registo Geral de Contribuintes,
2. Os contribuintes referidos no número anterior devem antes do início de actividade na Repartição Fiscal competente
entregar a Declaração Modelo 3, nos tetmos regulamentares, para a affecadação do imposto.
na qual info1mam a Repartição Fiscal competente a respectiva 2. O incumprimento da obrigação prevista no número
cessação de actividade. anterior constitui infracção punível, nos tennos do Código
ARTIGO 19.º Geral Tributário.
(Organização de processo Grupo B e C) ARTIGO 24.º
A Repa1tição Fiscal competente deve organizar tnn processo (Actualização de cadastro)

por cada contribuinte que aufira rendimentos do Gtupo B e Os se1viços públicos e os demais organismos em que seja
C, como definidos nos te1mos do presente Código. obrigatória a insctiçãopara o exercício de actividades abran-
gidas pela tabela anexa ao presente Código, devem enviar à
CAPÍTULO IX
Repartição Fiscal da respectiva área, durante o mês de Janeiro
Da Liquidação Adicional
de cada ano, uma relação nominal dos associados que estejam
ARTIGO 20.º em efectivo setviço, com indicação do respectivo domicílio,
(Responsabilidade pela liquidação adicional)
local do consultório ou escritó1io e especialidades profissionais.
Nos casos em que se verificar falta de liquidação do
imposto ou em que este tenha sido liquidado por impo1tância CAPÍTULO XI
inferior à devida, a entidade responsável pela entrega pode, Garantia dos Contribuintes
espontaneamente, proceder às liquidações adicionais que ARTIGO 25.º
se mostrem necessárias, salvo se antes houver sido iniciado (Reclamação e recurso)
procedimento de fiscalização. Sempre que o sujeito passivo do imposto ou o seu subs-
ARTIGO 21.º tituto tributá1io, pretendam reclamar ou impugnar, actos de
(Liquidação adicional) liquidação de imposto ou a aplicação de multas derivadas
1. Havendo lugar à liquidação adicional, a responsabilidade de transgressões administrativas, devem fundamentar a sua
pelo pagamento do impostopettence às entidades obrigadas à pretensão, nos te1mos previstos no Código Geral Tributário
retenção na fonte, sem prejuízo do direito de regresso que possa e no Código de Processo Tributário.
caber-lhes, e, subsidiariamente, às pessoas sujeitas a imposto. ARTIGO 26.º
2. Quando a liquidação adicional respeite a imposto liqui- (Compensação)

dado por auto-liquidação, a responsabilidade pelo pagamento 1. Quando nas liquidações de imposto tiverem sido pra-
do imposto é do beneficiário do rendimento. ticados etrns de que possa resultar a entrega de imposto em
3. No caso da liquidação adicional decoffer de acção de impo1tância superior à devida, o Chefe da Repa1tição pode,
inspecção, o imposto deve ser entregue no prazo de 15 (quinze) a requerimento do interessado autorizar a entidade obrigada
dias após a notificação. à retenção na fonte a proceder à respectiva compensação por
dedução em futuras entregas, a efectuar dentro do mesmo ano
CAPÍTULO X
económico e do mesmo imposto.
Arquivos
2. Quando a compensação não possa ser efectuada no
AKDG022.º mesmo ano económico, extrai-se uma nota de crédito de
(Conservação de documentação)
imposto, que supotte o acerto de contas no exercício seguinte.
1. Os sujeitos passivos e os substitutos tributários do 3. O responsável pelo Depaitamento Ministerial queres-
Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho são obrigados a ponde pelas Finanças Públicas aprova por Decreto Executivo,
conservar toda a documentação contabilística relevante para o modelo de nota de crédito de imposto, mencionada no
o coffecto apuramento do imposto devido, por um prazo de número anterior.
5 (cinco) anos.
2. Pelo mesmo prazo previsto no número anterior, devem CAPÍTULO XII
ser conse1vados os documentos e registos que süvam de Penalidades
supo1te às declarações dos contribuintes. ARTIGO 27.º
3. Na escrituração dos registos referidos nos números (Falta, inexactidão ou omissão da declaração)
anteriores, as omissões e infotmações fraudulentas são puni- A falta, inexactidão das várias declarações previstas no
das com multa, nos tennos do Código Geral Tributário e da presente Código e as omissões nelas praticadas são punidas
Legislação Penal vigente. com multa, nos tetmos do Código Geral Tributário.
4610 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 28.0 ARTIGO 33.º


(Atraso na escrituração e na declaração) (Anulações ou rectifica ções)

1. Para os contribuintes dos Grnpos B e C, os atrasos As anulações ou rectificações de liquidações de imposto


superiores a 30 (trinta) dias, contados a pa1tir de 1 de Abril efectuadas sem obse1vância do disposto no a1tigo 1O.º do
de cada ano, na apresentação da escrita e da declaração, a presente Código são equiparadas à falta de entrega do imposto
que se refere o n.º 3 do artigo 22 º do presente Código, são e punidas nos te1mos do a1tigo anterior.
punidos com pena de multa a apurar, nos teimos do Código ARTIGO 34.º
(Redução da s multas)
Geral Tributário, no valormínimo deK.z 50 000,00 (cinquenta
mil Kwanzas). As penas de multa constantes dos a1tigos anteriores são
2. Vencido o prazo de 30 (trinta) dias previstos no número sempre reduzidas a metade, quando o cump1imento da obrigação
anterior, a Administração Tributária notifica o contribuinte fiscal se efectuar voltmtariamente dentro dos 30 (trinta) dias
subsequentes àquele em que devesse ter sido feito.
para regularizar a sua escrita e apresentar a declaração, dentro
do prazo dos 30 (Trinta) dias subsequentes, com a cominação ARTIGO 35.º
(Recibo de remunera ções)
de, se o não fizer, fica sujeito à pena de multa adicional de
1. Cumpre à entidade empregadora a emissão de com-
Kz: 100.000,00 (cem mil Kwanzas).
provativos relativos às remunerações pagas e às deduções
3. Se, relativamente ao exercício económico seguinte, o
efectuadas por conta do imposto, através de recibos mensais
contribuinte não obse1var os prazos referidos nos núme- de remtmerações, assinados pela gerência ou administração,
ros anteriores, é punido com pena de multa no valor de ou por um funcionário devidamente mandatado para os
Kz: 300.000,00 (trezentos mil Kwanzas) e Kz: 500.000.00 representar e aposto carimbo da empresa.
(quinhentos mil Kwanzas), respectivamente. 2. Os recibos mencionados no número anterior podem ser
4. As entidades responsáveis pela liquidação e entrega enviados ao trabalhador por via electrónica, quando a empresa
do imposto previstas nos n.00 1 e 2 do a1tigo 12.º do presente e o trabalhador possuam endereço electrónico.
Código, que não apresentem a declaração a que se refere 3. O incumprimento do disposto no número anterior
aquelasno1mas, são punidos com a pena de multa deKz:4.000.00 do presente attigo é sancionado nos termos do Código
(quatro mil Kwanzas), por cada nome. Geral Tributário.
ARTIGO 29. 0 Lista a que se refere o n.º 3 do artigo 3.º do Código
(Não conservação de documentos) 01. Arquitectos, engenheiros e técnicos similares:
Não sendo conservados os documentos referidos no 1. Arquitectos;
artigo 22.º do presente Código, na fo1ma e período nele 2. Constmtores civis diplomados ou não;
estabelecido, aplica-se ao contribuinte a pena de multa de 3. Engenheiros;
Kz: 200.000,00 (duzentos mil Kwanzas). 4 . Engenheiros técnicos;
5. Topógrafos;
AKD G030.º
(Responsabilidade solidária) 6. Desenhadores
Pelas omissões, inexactidões e outras infracções tributárias 7. Geólogos;
eventualmente praticadas, nos te1mos do presente Código, 8. Electricistas;
são responsáveis, solidariamente entre si e com a entidade 9. Canalizador;
patronal, os gerentes e administradores das pessoas colectivas 1O. Se1rnlheiros;
de direito privado, bem como gestores das pessoas colectivas 11. Outros técnicos de engenharia.
de direito público. 02. Altistas plásticos e similares, actores, músicos,
ARTIGO 31.º jornalistas e repó1teres:
(Falta de retenção) 1. Pintores;
1. As entidades obrigadas à retenção de imposto na fonte 2. Escultores;
que não cumpram essa obrigação são punidas com pena de 3. Decoradores;
multa nos te1mos do Código Geral Tributário. 4. Outros a1tistas plásticos;
2. A multa a apuramos te1mos do número anteriornão pode 5. Artistas de teatrns, bailado, cinema, rádio e televisão;
ter um valor inferior a Kz: 50.000,00 (cinquenta mil Kwanzas). 6. Altista de circo;
AKD G032.º 7. Músicos;
(Incumprimento total ou parcial) 8. Jomalista e repó1teres;
A falta de entrega do imposto, ou a entrega de quantia 9. Fotógrafos.
inferior à descontada é punida com pena de multa, igual ao 03. Economistas, contabilistas, actuários e técnicos similares:
dobro do quantitativo do imposto em falta, sem prejuízo de 1. Economistas, consultores e auditores;
procedimento criminal se se presumir a existência de crime. 2. Contabilistas, pe1itos contabilistas e técnicos de contas;
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4611

3. Actuários. 07. Psicólogos, psicanalistas e sociólogos:


04. Enfe1meiros, pa1teiros e outros técnicos paramédicos: 1. Psicólogos;
1. Enfenneiros; 2. Psicanalistas;
2. Nutricionistas; 3. Sociólogos.
3. Pa1teiras; 08. Químicos:
4. Outros técnicos paramédicos. 1. Analistas.
05. Juristas : 09. Veterinários, agrónomos e especialistas com profis-
1. Jurisconsultos; sões conexas:
1. Médicos veterinários;
2. Advogados;
2. Engenheiros agrónomos e silvicultores;
3. Solicitadores.
3. Técnicos médios e auxiliadores .
06. Médicos e dentistas:
01 O. Outras pessoas exercendo profissões liberais, técnicos
1. Médicos analistas;
e similares:
2. Médicos de clínica geral;
1. Analistas de sistemas e programadores informáticos;
3. Médicos cimrgiões;
2 . Editores de obras de sua autoria;
4. Médicos estomatologistas; 3. Peritos avaliadores;
5. Médicos fisiatras; 4 . Astrólogos e parapsicólogos;
6. Médicos gastrenterologistas; 5. Despo1tistas;
7. Médicos oftalmologistas; 6 . Achninistradores de bens ou procuradores;
8. Médicos otoITinolaringologistas; 7. Despachantes oficiais;
9. Médicos radiologistas; 8. Pilotos de po1to, ba1rns ou rios;
10. Médicos de bordo em navios; 9. Tradutores ou guias intérpretes;
11 . Dentistas; 10. Professores, explicadores e mestres de qualquer
12. Médicos de outras especialidades. a1te ou oficio.

Tabela de Taxas a que se refere o n. º 1 do artigo 16. º

RENDIMENTO EM 10.VANZASIIMPOSTO
R.lndlmllltos Tau

Até 34.450,00 Isento


De 34.451,00 a 35.000,00 cxt- dc 34.450,00

De lS.001,00 a 40.000.00 Paccla fixa sso.oo + i% sabm ~uoo:euodc lS.000,00

De 40.001,00 45.000,00 Parcela fixa 900,00 + 8% sobre oexcesso de 40.000,00


De 45.001,00 50.000,00 Parcela fixa 1.300,00 + 9% sobre oexcesso de 45.000,00
De 50.001,00 70.000,00 Pai•cela fixa 1.750,00 + 10% sobre oexcesso de 50.000,00
De 70.001,00 a 90000,00 Plll:Cla ftu 3 7SO,OO + 11% •abre o Cll'ÇCltodc 70.000,00

De 90.001,00 110.000,00 Pai·cela fixa 5.950,00 + 12% sobre oexcesso de 90.000,00


De 110.ClC>J,OO a 140.000,00 Pacclafixa 8.350,00 + 13% sabm ocoo:euodc 110.000.00

De 140.001,00 170.000,00 Parcela fixa 12.250,00 + 14% sobre oexcesso de 140.000,00


De í 70.00l,OO li 200.000,00 Pll'l:Cla fixa 16.4.SO,OO + 1.5% tHJbRI OOKCISOdc Í70.000,00

De 200.001,00 230.000,00 Pai•cela fixa 20.950,00 + 16% sobre oexcesso de 200.000,00

Mais• 230.001,00 Plll:Cla ftu :ZS7S0,00 + 17% •abre o Cll'ÇCltodc 230.000,00

O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos.


O Presidente da República, JosÉ EDUARDO Dos SANTOS.
4612 DIÁRIO DA REPÚBLICA

Lei n. º 19/14 2. A taxa efectiva de tributação das empreitadas, subem-


de 22 de Outubro preitadas e prestação de se1viços nos te1mos da Lei n.º 7/97,
A aprovação do Código do Imposto Industrial visa pro- de 10 de Outubro, mantém-se para o exercício fiscal de 2014
ceder à actualização deste imposto, cuja disciplina tributária em 3,5% e 5,25%, consoante se trate de empreitadas, subem-
vigente não pe1mite, actualmente, responder à complexidade preitadas e prestação de se1viços, respectivamente.
das operações dos seus sttjeitos passivos, tão pouco pennite 3. À matéria colectável apurada com base na Tabela de
uma relação tributária justa e eficiente entre a administração Lucros Mínimos, em vigor, é aplicada a taxa de 30%, para o
tributária e os contribuintes. exercício fiscal de 2014.
A presente Lei comporta inovações que visam iniciar 4. Até à constituição e pleno funcionamento da Ordem
um novo paradigma no tratamento fiscal dos rendimentos dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola, são
derivados de operações comerciais ou industriais e por outro, considerados como contabilistas para todos os efeitos do
aportar formalidade económica a essas mesmas operações, sem presente Código, as pessoas singulares e colectivas inscritas
que seja totalmente diluído o quacko regulamentar actual do como tal no Depattamento Ministerial responsável pelas
imposto, assegurando-se assim uma transição mais prndente finanças públicas.
para modelos de tributação mais evoluídos, a implementar 5. Os contribuintes do Gmpo B do Imposto Industrial que
no futuro. à data de entrnda em vigor do presente Código, não disponham
A utilização da estrntura do Código anterior, sempre que de contabilidade organizada, ficam obrigados a apresentar,
foi possível, não pe1mitiu no entanto a acomodação directa a pa1tir do exercício fiscal de 2017 , as suas obrigações
de várias remissões de legislação extema ao Código. declarativas com base em demonstrações financeiras a serem
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do Povo, obrigatoriamente elaboradas nos te1mos deste Código e do
nos termos das disposições combinadas da alínea b) do Plano Geral de Contabilidade.
aitigo 161.º da alínea o) do n.º 1 do artigo 165. º e da alínea d) 6. Os contribuintes referidos no número anterior são
do n.º 2 do a1tigo 166.º, todos da Constituição da República tributados por critérios presuntivos previstos neste Código e
de Angola, a seguinte: demais legislação fiscal vigente, até ao exercício fiscal de 201 7
acrescido de um pagamento de Kz: 500.000,00 (quinhentos
mil kwanzas) por cada exercício fiscal em que não apresentem
LEI QUE APROVA O CÓDIGO
as obrigações declarativas.
DO IMPOSTO INDUSTRIAL
7. Os contribuintes referidos no n.º 5 e que não tenham
ARTIGO 1.0 cumprido com o que nele se estabelece, até ao momento de
(Aprovação)
apresentação da declaração relativa ao exercício fiscal de
É aprovado o Código do Imposto Industrial, que é pa1te 2017, para além do previsto no número anterior, ficam, a
integrante da presente Lei. pa1tir desse exercício, sujeitos a suspensão do número de
ARTIGO 2.0 identificação fiscal.
(Remissões)
8. Os contribuintes do Grnpo B que já disponham de
As remissões feitas por outros diplomas para os preceitos contabilidade organizada, na base da qual têm prestado as
revogados do Código do Imposto Industrial e respectiva legis- respectivas obrigações declarativas, devem manter tal pro-
lação avulsa, consideram-se efectuadas para as nonnas que cedimento, não lhes sendo, por conseguinte, aplicáveis as
mate1ial e fo1malmente as substituem no Código ora aprovado. disposições dos n."" 5 e 6 do presente a1tigo.
ARTIGO 3.0 ARTIGO 5. 0
(Autoridade Tributária Única) (Revogação)
Com a criação de uma entidade administrativa única, 1. É revogado o Diploma Legislativo n.º 35/72, de 29 de
responsável pelas receitas tributárias, no âmbito do processo Abril, a Lei n.º 18/92, de 3 de Julho, a Lei n. º 7/97, de 1Ode
de reestrnturação e modernização da administração tributáiia, Outubro, a Lei n.º 5/99, de6Agosto, bem como toda legislação
tal como previsto na alínea a) do n.º 3 do artigo 3.º do Decreto que disponha em contrário.
Presidente n.º 155/ 1O, de 28 de Julho, as referências à Direcção 2. Salvo o disposto no número anterior, mantêm-se em
Nacional dos Impostos, ao Serviço Nacional das Alfândegas e vigor os regimes especiais de tributação e o constante na Lei
às repa1tições fiscais, passam a ser entendidas como efectuadas, n.º 30/11 de 13 de Setembro - Lei das Micro, Pequenas e
respectivamente, para a nova entidade administrativa. Médias Empresas.
ARTIG0 4.0 ARTIGO 6.0
(Regime transitório) (Dúvidas e omissões)
1. A taxa do Imposto Industrial para o exercício fiscal de As dúvidas e omissões decotTentes da interpretação ou apli-
2014 é reduzida para 30%. cação da presente Lei são resolvidas pela Assembleia Nacional.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4613

ARTIGO 7. 0 ARTIGO 4.0


(Entrada em vigor) (Sede fora de Angola)
1. O presente Código entra em vigor a 1 de Janeiro de 2015. 1. As pessoas colectivas que tenham sede ou direcção
2. O regime transitório previsto no a1tigo 4. º entra em efectiva no estrangeiro e estabelecimento estável no País, são
vigor à data da publicação do presente Lei. tributados em Imposto Industrial:
3. Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do presente attigo, a) Pelos lucros imputáveis ao estabelecimento estável
o regime de tributação autónoma previsto no aitigo 17.º e aqui situado;
nos n."" 2 e 3 do a1tigo 19. º ambos do Código de Imposto b) Pelos lucros imputáveis às vendas no País, de merca-
Industrial, entram em vigor a 1 de Janeiro de 2017. dorias da mesma natureza, ou de natureza similar,
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, das vendidas pelo estabelecimento estável;
aos 26 de Junho de 2014. e) Pelos lucros imputáveis a outras actividades comer-
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da ciais no País, da mesma natureza, ou de natureza
Piedade Dias dos Scmtos. similar, das exercidas pelo estabelecimento estável.
Promulgada, aos 7 de Outubro de 2014. 2. As pessoas colectivas que tenham sede ou direcção
Publique-se. efectiva no estrangeiro, quando não possuam estabelecimento
estável no País, são tributadas em imposto industrial, à taxa
O Presidente da República, JosÉ EDUARDO oos S ANTOS.
liberatória, através do regime de tributação de se1viços aci-
dentais, previstas no presente Código.
CÓDIGO DO IMPOSTO INDUS1RIAL ARTIGO 5.0
(Suj eitos passivos)
CAPÍTIJLO I 1. São sujeitos passivos do Imposto Industrial:
SECÇÃO I <Y As sociedades comerciais ou civis sob forma comer-
Incidência, Sujeição e Isenções
cial, as cooperativas, flll1dações, associações, fundos
ARTIGO 1. 0 autónomos, empresas públicas e as demais pessoas
(Incidência)
colectivas de direito público ou privado, com sede
1. O Imposto Industrial incide sobre os lucros imputáveis
ou direcção efectiva em te1Titório angolano;
ao exercício de qualquer actividade de natureza comercial ou
b) As entidades desprovidas de personalidade jw·ídica,
industrial, ainda que acidentais.
com sede ou direcção efectiva em ten1tório ango-
2. É considerado sempre de natureza comercial ou industrial
lano, cujos rendimentos não sejam directamente
para efeitos do presente Código:
a) A actividade de exploração agrícola, aquícola, aví- tributáveis em Imposto Industrial, quer estejam na
cola, pecuária, piscatória e silvícola; titularidade de pessoas singulares ou colectivas;
b) A actividade de mediação, agência ou representação e) As pessoas colectivas que não tenham, sede ou
na realização de contratos de qualquer natureza; direcção efectiva em Angola mas que obtenham
e) O exercício de actividades reguladas pela entidade rendimentos no País.
de supervisão de segw·os, entidade de supe1visão 2. Consideram-se incluídas na alínea b) do n.º 1, desig-
de jogos, pelo Banco Nacional de Angola e pela nadamente, as heranças jacentes, as pessoas colectivas em
Comissão do Mercado de Capitais; relação às quais seja declarada a invalidade, as associações e
d) A actividade das sociedades cujo objecto consista sociedades civis sem personalidade jmidica e as sociedades
na mera gestão de uma carteira de imóveis, de comerciais ou civis sob fo1ma comercial, anteriotmente ao
pa1ticipações sociais ou títulos; registo definitivo.
e) A actividade das fundações, fundos autónomos, coo- ARTIGO 6.0
perativas e associações de beneficência. (Isenções e benefícios fiscais)

ARTIGO 2. 0 1. As isenções e benefícios fiscais resultantes de acordo


(Lucros realizados em Angola) celebrado pelo Estado Angolano, ou outro ente público
Ficam sujeitas a Imposto Industrial, pelos lucros realizados, legalmente competente para o efeito, mantêm- se em vigor,
as pessoas colectivas, nacionais ou estrangeiras, que exerçam nos te1mos da legislação ao abrigo da qual foram concedidas,
as actividades referidas no aitigo anterior. com as devidas adaptações.
ARTIGO 3.0 2. Os tetmos e dw·ação das isenções e benefícios fiscais
(Lucros mundiais) referidas no número anterior, constam obrigatoriamente de
As pessoas colectivas que tenham, sede ou direcção efectiva documento escrito emitido pelas autoridades públicas refe-
no País são tributadas em Imposto Industrial pela totalidade ridas no número anterior, devendo ser disponibilizado pelo
dos lucros obtidos, quer no País, quer no estrangeiro. contribuinte sempre que solicitado pelas autoridades.
4614 DIÁRIO DA REPÚBLICA

3. A não apresentação da documentação comprovativa do ARTIGO 9. 0


(Inclusão no Grupo A)
direito à isenção de imposto ou do direito a benefícios fiscais,
presume-se a sua não existência. 1. Podem optar pela sua inclusão no Grnpo A quaisquer
4. A c1iação da aparência, perante a administração tiibutária conti·ibuintes desde que mencionem a sua pretensão até ao
ou terceiros, do direito à isenção de imposto ou do direito a final do mês de Fevereiro do ano a que o Imposto Industi·ial
beneficios fiscais, no âmbito de transacções sujeitas a Imposto respeite, mediante alteração no Reg isto Geral do Contiibuinte,
Industi·ial, constitui infracção sancionada nos tennos do Código a solicitar por escrito na repa1tição fiscal com competência
Geral Tributário e da Legislação Penal. sobre o sujeito passivo do imposto.
5. Arequerimento dos interessados, oTitular do Depa1tamento 2. Os contI·ibuintes que tiverem optado pela sua inclusão
Ministerial que responde pelas Finanças Públicas, mediante no Gmpo A, só depois de decoffidos 3 (ti·ês) anos, podem
parecer da Direcção Nacional de Impostos, pode reconhecer requerer o seu reingresso no Gmpo B.
isenção do pagamento do Imposto Industi·ial, até 5 (cinco) ARTIGO 10.º
anos, à Ftmdações, Associações e Cooperativas devidamente (Tributação pelo Grupo B)

legalizadas e com estatuto de utilidade pública, sempre que o 1. São ti·ibutados pelo Gtupo B, todos os conti·ibuintes
interesse público o justifique. referidos no a1tigo 5.º não abrangidos pelo Gtupo A, e bem
6. Ficam isentas Do Imposto Industi·ial as companhias de assim, os que, da mesma natureza subjectiva, devam imposto
navegação marítimas ou aéreas, se, no país da sua nacionalidade, somente pela prática de alguma operação ou acto isolado de
as companhias angolanas de igual objecto social gozarem da natureza comercial ou industi·ial.
mesma pre1rngativa. 2. Fntende-se por acto isolado de natureza comercial ou
SECÇÃO II industi·ial a realização de qualquer actividade comercial ou
Grupos de Tributação industrial, como definida nos termos do presente Código, que
de fo1ma contínua ou interpolada, não tenha dw·ação superior
ARTIGO 7. 0
(Grupos A e B) a 180 (cento e oitenta) dias durante um exercício fiscal.
1. No Imposto Industi·ial há dois grupos: ARTIGO 11.º
(b1ício de acthidade)
a) O Grnpo A, com tI-ibutação incidente nos lucros
efectivamente obtidos pelos contribuintes e deter- 1. O cadasti·amento do contribuinte e declaração de início
minados ati-avés da sua contabilidade; de actividade implica a prestação de infonnação julgada
b) O Grupo B, com tributação incidente sobre os lucros conveniente pela Direcção Nacional de Impostos, requisitada
efectivamente obtidos pelos contribuintes e deter- no momento da ati·ibuição do Número de Identificação Fiscal,
minados ati·avés da sua contabilidade ou sobre nos te1mos do Código Geral Ttibutário.
os lucros que preswnivelmente os contribuintes 2. A info1mação utilizada no reg isto de início de actividade
obtiveram, quando não directamente apuráveis que se revele provisória deve ser actualizada no prazo de 60
ati·avés dos elementos contabilísticos disponibi- (sessenta) dias, sob pena de multa nos tennos do a1tigo 75.º
lizados pelo contribuinte. do presente Código, sem prejuízo do previsto no Código
ARTIGO 8. 0
Geral Tributá1io.
(Tributação pelo Grupo A) 3. No acto de cadastramento e declaração de início de acti-
1. São obrigato1iamente tributadas pelo GrnpoA: vidade, todos os conti·ibuintes são enquackados no Gtupo B do
a) As empresas públicas e entes equiparados; Imposto Industiial, com excepção daqueles que se enquadrem
b) As sociedades constituídas nos te1mos da Lei das nas hipóteses previstas nas alíneas a) e b) dos n."' 1, 2 e 3, todos
Sociedades Comerciais ou da Lei das Sociedades do attigo 8.º do presente Código.
Unipessoais, de capital social igual ou superior 4. No fmal do exercício fiscal, os contiibuintes provisotia-
a Kz: 2. 000.000,00 (dois milhões de kwanzas); mente enquadrados no Gt11po B que preencham os requisitos
e) As sociedades constituídas nos te1mos da Lei das de enquadramento previstos no presente Código para os con-
Sociedades Comerciais ou da Lei das Sociedades tiibuintes do GtupoA, devem proceder aos actos declarativos
Unipessoais, com proveitos totais anuais de valor e de liquidação desse grnpo, ainda que oficiosamente.
igual ou superior a Kz: 500.000.000,00 (quinhentos 5. No acto de cadasti·amento e declaração de início de
milhões de kwanzas). actividade, o funcionário da repa1tição fiscal é obrigado a
2. Consideram-se também incluídas no Grupo A as ti·ansmitir ao conti·ibuinte a infotmação relevante das obriga-
Associações, Fundações e Cooperativas cuja actividade gere ções e consequências fiscais decoffentes dos Gt11pos A e B
proveitos adicionais às dotações e subsídios recebidos dos de ti·ibutação, bem como das obrigações genéricas do sujeito
seus associados, cooperantes ou mecenas. passivo de Imposto Industi·ial.
3. Coosideram-se também inchúdas no Gmpo A as sucursais 6. O cadastramento e declaração de início de actividade do
de sociedades não residentes no teffitório angolano. conti·ibuinte, não dete1mina o pagamento de imposto.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4615

CAPÍTULO II g) As indemnizações que representem compensação


Determinação da Matéria Colectável por lucro cessante ou dano emergente de quais-
SECÇÃO l quer tipos;
Do Grupo A h) As mais-valias realizadas que, para efeitos do pre-

ARTIGO 12.º
sente Código se consideram os proveitos ou gan-
(Determinação da matéria colectánl do Grupo A) hos realizados, mediante transmissão onerosa, de
1. A matéria colectável é detetminada com base na decla- quaisquer bens ou direitos, qualquer que seja o
ração fiscal e demonstrações financeiras do contribuinte cuja título por que se opere a sua transmissão;
elaboração é obrigatória nos tennos do presente Código, do i) As variações patrimoniais positivas, excluídas as que
Plano Geral de Contabilidade e dos Planos de Contas das decotTem de entradas de capital ou cobe1turas de
Instituições Financeiras e Seguradoras. prejuízos, efectuados pelos titulares do capital ou
2. Na ausência, insuficiência ou falta de idoneidade dos créditos de imposto;
elementos necessários à detetminação do imposto devido, a j ) Os perdões de dívidas.
administração tributária pode utilizar métodos indirectos de 2. Não se consideram proveitos ou ganhos, as rendas
apuramento da matéria colectável utilizando, inclusivamente, recebidas pelo exercício de qualquer actividade sujeita a
a infotmação contabilística e fiscal de contribuintes que se imposto predial urbano.
relacionem com o sujeito passivo, nos tennos do Código ARTIGO 14.º
Geral Tributário. (Custos ou gastos)
3. O lucro tributável repotta-se ao saldo revelado pela Consideram-se custos ou gastos imputáveis ao exercício,
conta de resultados do exercício elaborada em obediência aqueles que se revelem, comprovadamente pelo contribuinte,
aos princípios contabilísticos estabelecidos na legislação e tomados pela Direcção Nacional dos Impostos, como indis-
em vigor e consiste na diferença entre todos os proveitos pensáveis à manutenção da fonte produtora ou à realização
ou ganhos realizados e os custos ou gastos incotTidos no dos proveitos e ganhos sujeitos a imposto, nomeadamente
exercício, uns e outros, eventualmente cotTigidos nos te1mos os seguintes:
do presente Código. a) Encargos da actividade básica, acessória ou com-
4. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, as plementar, relativos à produção ou aquisição de
declarações podem ser submetidas através de meios electró- quaisquer bens ou se1viços, tais como materiais
nicos, nos te1mos que vierem a ser regulamentados. utilizados, mão-de-obra, energia e outros gastos
ARTIGO 13.º gerais de fabricação, conse1vação e reparação;
(Proveitos ou ganhos) b) Encargos de distribuição e venda, abrangendo os
1. Consideram-se proveitos ou ganhos realizados no exer- de transpo1te, seguros publicidade e colocação
cício, os provenientes de quaisquer transacções ou operações de mercadorias;
efectuadas pelos contribuintes em consequência de uma e) Encargos de natureza financeira, entre os quais
acção n01mal ou ocasional, básica ou meramente acessória, juros de capitais alheios aplicados na empresa,
e designadamente os derivados: descontos, ágios, transferências, variações cam-
a) Da exploração básica, tais como a venda de bens ou biais, cobrança de dívidas e emissões de acções
serviços, de bónus e abatimentos conseguidos, de e obrigações e prémios de reembolso;
comissões e cotTetagens; d) Encargos de natureza administrativa, designadamente
b) De explorações complementares ou acessórias, com remunerações, ajudas de custo, pensões de
incluindo as de carácter social e assistencial de refonna, contribuições para fundos de pensões,
que advenham proveitos ou ganhos; material de consumo c01rente, transportes, comu-
e) De operações de natureza financeira, tais como juros, nicações, rendas e alugueres, segurança, se1viços
dividendos, pa1ticipações em lucros de sociedades, jurídicos e de contencioso, seguros, gastos com
descontos, ág ios, transferências, variações cambiais beneficios atribuídos pela cessação de relações
e prémios de emissão de acções ou obrigações, laborais;
não tributados noutro imposto; e) Encargos com análises, racionalização, investigação,
d) De rendimentos da propriedade industrial ou outros consulta e fonnação do pessoal;
análogos; j) Encargos fiscais e parafiscais, com excepção dos
e) Da prestação de se1viços de carácter científico ou constantes do a1tigo 18.º;
técnico; g) Reintegrações e amo1tizações dos elementos do
j) Os valores de constrnções, equipamentos, ou outros activo sujeitos a deperecimento, mas com obser-
bens de investimento produzidos e utilizados na vância das disposições específicas sobre a matéria,
própria empresa; contidas no presente Código;
4616 DIÁRIO DA REPÚBLICA

h) Provisões constituídas nos termos da legislação 7. Entendem-se por despesas não documentadas, nos
em vigor; te1mos do n.º 3 do presente a1tigo, aquelas em que não existe
i) Indemnizações e prejuízos resultantes de eventos documentação válida de supo1te da despesa nos te1mos da
cujo risco não seja segurável. lei, mas em que a sua ocoffência e natureza são material-
mente comprováveis.
ARTIGO 15.º
(Custos ou gastos com assistência social) 8. Entendem-se por despesas confidenciais, nos te1mos
1. São custos ou gastos do exercício, os gastos supo1tados do n.º 4 do presente a1tigo, aquelas em que não existe docu-
com assistência médica, creches, cantinas, bibliotecas e mentação válida de supo1te da despesa nos tennos da lei, e
em que a sua natureza, ftmção ou origem, não são material-
escolas, criadas para atender exclusivamente a fins sociais dos
mente comprováveis.
trabalhadores da empresa, cujo beneficio seja disponibilizado
9. As realidades sujeitas a tt·ibutação autónoma, nos ter-
generalizadamente aos trabalhadores.
mos dos números anteriores implicam o seu acréscimo, nas
2. A abe1tura destas instalações a utilizadores externos
percentagens estabelecidas, ao lucro tt·ibutável do imposto.
ao pessoal da empresa, gerando proveitos ou ganhos, obriga
à sua inclusão desse proveito, devidamente discriminada, na ARTIGO 18.0
(Custos não aceites fiscalmente)
matéria colectável de Imposto Industrial.
1. Não são aceites como custos dedutíveis à matéria
AKD GO 16.º
(Limites à dedutibilidade de custos) colectável do imposto:
a) O Imposto Industrial, o Imposto Predial Urbano,
1. Os juros de empréstimos, sob qualquer fo1ma , dos
o Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho, o
detentores do capital, ou de suprimentos não são aceites como
Imposto sobre a Aplicação de Capitais;
custo dedutível e devem ser acrescidos ao lucro ttibutável.
b) As conttibuições para a Segurança Social na parcela
2. As práticas contabilísticas que não pe1mitam o coffecto
que constitui encargo do ttabalhador;
apuramento dos custos inco11'idos com as realidades referidas
no n.º 1 do presente artigo, presumem-se dolosas, e são sancio- e) O imposto que incida sobre transmissões de fonte
nadas com pena de multa nos te1mos do a1tigo 76.º do presente sucessória, ou sobre transacções gratuitas, que cons-
Código, sem prejuízo do previsto no Código Geral Tributá1io. tituam obrigação tributária de terceiros à sociedades
e o imposto que incida sobre as remunernções de
ARTI GO 17. 0

(Documentação de custos) tl'abalhadores ou pagamentos de prestadores de


1. Os custos incoffidos com qualquer despesa, são apenas se1viços que tenha sido sup01tado pela entidade
aceites para efeitos do apuramento da matéria colectável, sttieita a Imposto Industrial;
quando devidamente documentados, nos termos da legislação d) As multas e todos os encargos pela prática de infrac-
em vigor. ções de qualquer natureza;
2. Os custos indevidamente documentados não são aceites e) As indemnizações pagas pela ocoffência de eventos
como custo dedutível à matéria colectável do imposto, e são cttjo risco seja segurável;
objecto de tt·ibutação autónoma à taxa de 2% (dois por cento) j) Os custos de conse1vação e reparação de imóveis
do seu valor. affendados, considerados como custos no apura-
3. Os custos não documentados, não são aceites como mento do Imposto Predial Urbano;
custos dedutíveis à matéria colectável do imposto, e são g) Correcções da matéria colectável relativas aos
objecto de tt'ibutação autónoma à taxa de 4% (quatt·o por exercícios anteriores, bem como as coffecções
cento) do seu valor. extraordinárias do exercício;
4. Os custos incoffidos com despesas confidenciais, não h) Os seguros dos ramos vida e saúde cujo beneficio
são aceites como custos dedutíveis à matéria colectável do não seja att·ibuído à generalidade do pessoal da
imposto, e são tt·ibutados autonomamente à taxa de 30% empresa.
(trinta por cento). 2. A prática de procedimentos contabilísticos destinados
5. A taxa referida no número anterior é elevada para a omitir os custos não aceites em sede do presente a1tigo, são
50% (cinquenta por cento) nas circunstâncias em que estas sancionadas nos te1mos do Código Geral Tributário.
despesas originem um custo ou um proveito na esfera de um ARTIGO 19.º
sujeito passivo, por qualquer fo1ma , isento, ou não sujeito, a (I'ratamento fiscal de donativos e liberalidades)
tt·ibutação em sede de Imposto Industt·ial. 1. A aceitabilidade dos custos com donativos e liberalida-
6. Entendem-se por despesas indevidamente documenta- des concedidos por sujeitos passivos do Imposto Industrial
das, nos te1mos do n.º 2 do presente a1tigo, aquelas em que a encontra-se regulada pela Lei do Mecenato.
documentação em posse do contt·ibuinte apenas identifica o 2. A att·ibuição de qualquer donativo ou liberalidade em
nome ou entidade legal e respectivo número de identificação it1ctnnprimento das regras estabelecidas na Lei do Mecenato, não
fiscal do beneficiário do seu pagamento. só importam a não-aceitação desses custos, como detenninam
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4617

a tributação autónoma dessas realidades à taxa de 15% (quinze de dete1minação dos resultados dessa liquidação, tendo em
por cento) sobre o seu valor. conta a manutenção do capital nonnalmente aplicado na
3. A tributação autónoma, referida no número anterior sua constituição.
e noutros a1tigos do presente Código, implica o acréscimo ARTIGO 24.º
dos custos incorridos, na proporção estabelecida, ao lucro (Amortizações)
tributável do imposto. 1. São aceites como custo ou perda do exercício, até ao
ARTIGO 20.º limite das taxas anuais que forem fixadas, os encargos de rein-
(Valorização das existências) tegração e amo1tização dos elementos do activo imobilizado,
1. Os valores das existências de materiais, produtos ou co1póreo e inc01póreo, sujeitos a deperecimento, efectuados
mercadorias a considerar nos proveitos e custos, ou a ter em nos te1mos do presente Código.
conta na dete1minação dos proveitos ou gastos do exercício 2. Para efeitos do número anterior consideram-se sujeitos
são os que resultarem da aplicação de critérios valorimétricos a deperecimento os elementos do activo imobilizado que, com
que, podendo ser objecto de controlo inequívoco, estejam carácter sistemático, sofrerem perdas de valor resultantes da sua
na tradição da indústria e sejam geralmente reconhecidos utilização, do decurso do tempo ou do progresso tecnológico.
pela técnica contabilística como válidos para exprimirem o 3. As amo1tizações e reintegrações dos contribuintes sttjeitos
resultado do exercício, e além disso: aos Planos de Cootas das Instituições Financeiras e Seguradoras
a) Venham sendo unifo1memente seguidos em suces- devem ser realizadas de acordo com os respectivos normativos
sivos exercícios; contabilísticos, mesmo quando contrários às disposições do
b) Utilizem preços de aquisição realmente praticados presente Código, podendo, no entanto, os procedimentos de
e documentados, ou preços de reposição ou de contabilização serem coffigidos pela Direcção Nacional de
venda constantes de elementos oficiais ou de Impostos quando se entenda que estes não têm aderência aos
outros considerados idóneos. respectivos notmativos contabilísticos.
2. O cálculo dos valores a que se refere o presente artigo, ARTIGO 25.º
não pode assentar, sem autorização prévia da Direcção Nacional (Activos amortizáveis)

de Impostos, em critérios que utilizem custos - padrão ou 1. Activos amo1tizáveis são todos os bens, e seus elemen-
preconizem uma valorimetria especia l para as existências tos, contabilizados como activo imobilizado, cotpóreo ou
tidas por básicas ou no1mais. incorpóreo, que estejam sujeitos a deperecimento.
AKITGO 21.º
2. Salvo razões devidamente fundamentadas e previamente
(Deduções ao custo das existências) aceites pela Direcção Nacional de Impostos, os elementos do
Não são permitidas, para os efeitos do a1tigo anterior, activo imobilizado consideram-se sujeitos a deperecimento,
deduções aos custos das existências, a título de depreciação, a pa1tir da sua data de entrada em funcionamento.
obsolência ou possíveis perdas de valor dos seus elementos, 3. São aceites para efeitos fiscais, apenas os custos ou
salvo devidamente fundamentados e aceites pela Direcção perdas com amottizações que estiverem contabilizados como
Nacional dos Impostos. tal no exercício a que respeitem e que tenham sido calculadas
sobre activos amo1tizáveis.
ARTIGO 22.0
(Mudança de critério valorimétrico) 4. Não são aceites amo1tizações pela aquisição de bens
1. Sempre que se verificar mudança de critério valorimé- móveis sujeitos a registo, dos quais o contribuinte não possua,
trico, além da sua fundamentação no relatório a arquivar com sequer a respectiva declaração de venda, em que seja identi-
a Declaração Modelo 1, devem constar expressamente da conta ficável o transmitente originário, e elementos identificativos
de resultados do exercício, os montantes das valorizações ou que petmitam identificar o bem de fotma individualizada.
desvalorizações resultantes da alteração, acrescendo os das ARTIGO 26.º
(ValorimefJ·ia dos activos amortizáveis)
primeiras aos proveitos ou lucros, sem que das últimas possam
resultar custos acrescidos, salvo se a Direcção Nacional de 1. Os activos amortizáveis devem ser valorizados ao custo
Impostos autorizar o contrário. de reconhecimento inicial ou ao custo revalorizado.
2. No cálculo dos resultados do exercício ou dos exercí- 2. O custo de reconhecimento inicial compreende um
cios seguintes, toma-se como custos das existências, a que o dos seguintes:
presente a1tigo repo1ta, os que acabaram por ser considerados a) Custo de aquisição, relativamente aos activos adqui-
para os fins neles referidos. ridos a terceiros a título oneroso, em que o custo
AKITGO 23.º de aquisição é o preço de compra acrescido dos
(Liquidação de existências em grande escala) gastos supo1tados para a sua colocação em con-
No caso de liquidação de existências em grande escala dições de funcionamento ou utilização;
resultante de mudança ou alteração profunda do ramo de b) Custo de produção, relativamente aos activos pro-
actividade, pode a Direcção Nacional de Impostos, sobre duzidos ou constrnídos pela própria empresa,
exposição fundamentada do contribuinte, fixar o critério que engloba o custo de aquisição dos materiais e
4618 DIÁRIO DA REPÚBLICA

serviços utilizados, o custo com o pessoal direc- 2. Os contribuintes que considerem mais aprop1iado calcular
tamente envolvido na sua produção ou constm- as amortizações por períodos mensais podem fazê-lo dividindo
ção, bem como os outros custos que directa ou o valor da amortização anual por duodécimos, sendo aceites
indirectamente sejam imputáveis à produção ou para efeitos fiscais as am01tizações calculadas a partir do mês
constmção na base do sistema de custeio aplicável; em que os bens e elementos do activo am01tizável ent:J.·am
e) Custo coffente, relativamente aos activos recebidos em funcionamento e durante o seu petiodo total de vida útil.
através de doação ou quando, em circunstância 3. Para efeitos do número anterior, no ano do termo da vida
excepcionais comprováveis, não seja conhecido o útil dos bens e elementos do activo amottizável são aceites
custo de aquisição ou o custo de produção. apenas para efeitos fiscais, as amortizações calculadas até ao
mês do teimo da vida útil.
3. O custo revalorizado, de acordo com oDecreton.º 6/96,
4. Quando se verificar a t:J.·ansmissão, a inutilização dos
de 26 de Janeiro sobre a reavaliação dos bens do activo imo-
bens e elementos do activo amortizável, antes de deconido o
bilizado corpóreo das empresas sujeitas ao Imposto Industrial
pe1iodo total da sua vida útil são aceites, apenas para efeitos
ou legislação que o venha a substituir.
fiscais , as amortizações calculadas até ao ano ou ao mês
4. Não se consideram no custo de aquisição ou produção:
anteriores ao da verificação desses eventos.
a) Os juros de empréstimos contraídos para financiar a 5. Nos casos em que ocoffam fusões ou cisões de socie-
aquisição ou produção de activos amortizáveis ou dades ou trespasses de estabelecimentos, os bens e elementos
devidos pelo deferimento no tempo do pagamento amortizáveis que integram estas operações económicas devem
do respectivo preço; continuar a ser amortizados pelos mesmos métodos e períodos
b) As diferenças de câmbio relacionadas com activos que eram praticados nas entidades originais.
amortizáveis, resultantes quer de pagamentos ARTIGOS 30.º
efectivos, quer de actualizações à data do balanço. (Regime intensiYo de laboração)
5. Podem ser incluídos nos custos de produção os juros de Quando os bens do activo imobilizado corpóreo estiverem
capitais alheios destinados especificamente ao financiamento sujeitos a desgaste superior ao que resultaria da sua utilização
do fabrico ou da constt11ção de activos amo1tizáveis, na medida n01mal, em consequência de laboração em mais do que um
em que respeitem ao período de fabricação ou de constmção turno, pode ser aceite como custo fiscal do exercício uma
e este não tenha uma duração inferior a 2 (dois) anos. amo1tização calculada de acordo com o método que estiver
AKITGO 27.º a ser utilizado acrescido de:
(Método de cálculo) a) 25% (vinte e cinco por cento) se a laboração for de
1. O cálculo das am01tizações do exercício deve fazer-se, 2 (dois) twnos;
pelo método das quotas constantes. b) 500/o(cinquenta por cento), se a laboração for contínua.
2. Os contribuintes que pretendam utilizar qualquer outro ARTIGO 3 1.°
método de cálculo das amortizações por o considerarem mais (Amortização de imóYeis)

adequado a sua actividade económica, devem requerer, com 1. Os teffenos não são amo1tizáveis, excepto se estiverem
base em fundamentação técnica apropriada, a aprovação exclusivamente afectos à actividade de exploração e apenas
prévia da Direcção Nacional de Impostos, sob pena da não na parte sujeita a deperecimento.
consideração do custo. 2. No caso de imóveis que integrem teffenos e edificios
ou out:J.·as const:J.uções e que tenham sido adquiridos sem
AKITG028.º
(Consistência de aplicação dos métodos) indicação expressa do valor do custo do teffeno, o valor a
at:J.·ibuir a este para efeitos fiscais é fixado em 20% (vinte por
1. Em relação a cada bem ou elemento do activo amorti-
cento) do valor global, a menos que o cont:J.-ibuinte estime
zável deve ser usado o mesmo método de amortização desde outro valor, com base em cálculos tecnicamente elaborados
a sua entrada em funcionamento até a sua amo1tização total, e fundamentados por entidade independente e previamente
transmissão ou inutilização. aceites pela Direcção Nacional de Impostos.
2. A consistência de aplicação do método de amortização 3. Em relação aos imóveis referidos no número anterior,
utilizado, não prejudica a consideração como custo fiscal de o custo a considerar para efeitos de valorimet:J.·ia dos activos
valores de amortização superiores quando ocom1m desvaloriza- am01tizáveis, previsto no aitigo 26.º do presente Código e
ções excepcionais nos bens e elementos do activo amortizável para efeitos de cálculos das respectivas amortizações, é o que
decoffente de causas an01mais devidamente fundamentadas coiresponde a diferença ent:J.·e o valor global de aquisição do
pelo cont:J.ibuinte e aceites pela Direcção Nacional de Impostos. imóvel e o valor at:J.-ibuído ao teffeno.
AKITGO 29.º ARTIGO 32.º
(Periodização das amortizações) (Amortização de bens em locação financeira)

1. As amortizações dos bens e elementos do activo amor- 1. Os bens e elementos amortizáveis adquiridos at:J.·avés de
tizável são calculados, por períodos anuais contados a pa1tir contratos de locação financeira, como definidos nos tennos da
do ano em que tais bens e elementos começam a serutilizados legislação própria, são amortizados pelas respectivas entidades
e durante o período total da sua vida útil. locatárias com base no presente Código.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4619

2. A transmissão dos bens locados para o locatário nos b) Grandes reparações e benfeitorias, as que aumentam
tetmos dos respectivos contratos de locação, bem como a o valor real ou a duração provável de utilização
relocação financeira , não dete1minam qualquer alteração no dos mesmos.
regime de amo1tização que vinha sendo seguido pelo locatá1io. ARTIGO 36.º
(Amortizações de bens de reduzido valor)
AKDG033.º
(Amortização de activos revertíveis) 1. Os activos amo1tizáveis cujo custo individualmente
1. Os bens e elementos do activo amo1tizável adquiridos considerado e valorizado, nos termos do presente Código, não
ou produzidos por entidades concessionárias e que nos termos exceda Kz: 30. 000,00 (trinta mil Kwanzas) podem ser totalmente
do contrato de concessão sejam revertíveis no final da mesma, amo1tizados no exercício em que entram em funcionamento.
podem ser amo1tizados em função do número de anos que 2. :Excluem-se da regra anterior, os activos amottizáveis, que
restam do período de concessão, quando aquele for inferior façam pa1te integrante de um conjunto de bens e elementos, que
ao seu período de vida útil. deva ser amo1tizado como um todo e não sejam susceptíveis
2. Para efeitos do disposto no número anterior, o valor de avaliação e utilização individualizada.
da amo1tização aceite como custo do exercício detetmina- 3. O limite referido no n.º 1 do presente aitigo, pode ser
-se dividindo o custo de aquisição ou o custo de produção, alterado por Decreto Executivo do Titular do Depaitamento
líquido de eventuais contrapaitidas da entidade concedente, Ministerial que responde pelas Finanças Públicas.
pelo número de anos que decotTem desde a sua entrada em ARTIGO 37.º
(Amortizações de bens reavaliados)
funcionamento até à data estabelecida para a reversão.
3. No caso de ocornr pro1rngação do período de concessão, 1. As amortizações dos bens do imobilizado corpóreo
o cálculo destas amo1tizações deve ter em consideração, o novo reavaliado nos te1mos da legislação em vigor são aceites para
período que resulta dessa pro1rngação, a pa1tir cio exercício efeitos fiscais nos precisos te1mos aí estabelecidos.
em que esse facto se verifique, com a limitação mencionada 2. Não são aceites para efeitos fiscais, quaisquer amor-
na pa1te final do n.º 1cio presente attigo. tizações que forem calculadas sobre o acréscimo de custo
dos bens resultante de reavaliações que não tenham sido
ARTIGO 34.º
(Amortização de bens adquiridos em estado de uso) efectuaclas ao abrigo ele qualquer legislação de natureza fiscal
que especificamente as autorize.
1. Os bens e elementos amo1tizáveis adquiridos em estado
ARTIGO 38.0
de uso são amo1tizáveis, com base no período de utilidade
(Desvalorizações excepcionais dos activos amortizáveis)
esperado, podendo este período ser coITigido pela Direcção
1. Quando os bens e elementos do activo amo1tizável
Nacional de Impostos quando se considerar que tal período
sofrerem desvalorizações excepcionais decotTentes de causas
é inferior ou superior ao que objectivamente deveria ter
ano1mais, designadamente, as provocadas por desastres,
sido estimado.
fenómenos naturais ou obsolescência técnica não prevista,
2. Quando em relação a estes bens e e lementos for
pode ser aceite como custo fiscal no exercício em que tal se
conhecido o ano em que pela primeira vez tiverem entrado
verifique, uma amo1tização extraordinária para além da que
em funcionamento, o período de utilidade esperado não poder
resulta da aplicação dos métodos referidos no aitigo 27.º do
ser inferior à diferença entre o correspondente petiodo de vida
presente Código.
útil indicado na tabela de taxas das amo1tizações e o número 2. Para este efeito, o contribuinte deve requerer ao Chefe
de anos de utilização já decotTido. da Repa1tição Fiscal a aprovação dessa amo1tização extraor-
AKDG035.º dinária, através de exposição devidamente fundamentada até
(Amortizações de obras em propriedade alheia e de grandes
final do mês seguinte ao da ocoITência do facto que dete1minou
reparações)
a desvalorização excepcional.
1. Os custos com obras efectuadas em propriedades
3. O valor da amo1tização extraordinária prevista no
alheias, bem como os custos relativos a grandes reparações e presente artigo deve cotTesponder à efectiva desvalorização
benfeitorias em bens de propriedade própria, são amottizados dos bens e e lementos do activo amo1tizável, mas nunca pode
com base no período de utilidade esperado, podendo este ser ser superior ao valor líquido contabilístico que esses bens e
coITigido pela Direcção Nacional de Impostos quando esta elementos revelem na data em que a desvalorização ocotTeu.
considerar que tal período é inferior ao que objectivamente 4. A ausência de resposta da repartição fiscal à exposição
deveria ter sido estimado. referida no n.º 2 do presente a1tigo, decotTidos 45 (quarenta
2. Para efeitos fiscais consideram-se: cinco) dias, presume-se deferida.
a) Obras em propriedade alheia, as que tendo sido ARTIGO 39.º
realizadas em edificios de propriedade alheia e (Imobilizações incorpóreas)
não sendo ele manutenção, reparação ou conser- 1. Não são aceites para efeitos fiscais , as amo1tizações
vação, se revelem necessárias à manutenção da calculadas sobre elementos do activo imobilizado incorpóreo
fonte produtora; que não estejam sujeitos a deperecimento efectivo.
4620 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. Os elementos do activo imobilizado incorpóreo que h) Não estejam inscritos e devidamente justificados nos
estejam sujeitos a deperecimento efectivo podem ser amor- mapas de amo1tizações que devem acompanhar
tizados durante o período de utilidade esperada quando tal a declaração anual de rendimentos - Modelo 1
período for dete1minável. do Imposto Industrial.
3. Quando o período de utilidade esperada não for deter- ARTIG041.º
minável os elementos do activo imobilizado incorpóreo são (Regularização de amortizações)
amo1tizados para efeitos fiscais , durante um período de 5 As amortizações que num dado exercício não sejam
(cinco) anos, sem prejuízo do disposto no número seguinte. considerados como custos ou gastos para efeitos fiscais
4. Os programas infonnáticos que tenham sido contabilizados por excederem a amo1tização máxima pe1mitida, podem
como imobilizações incorpóreas, quer tenham sido adquiridos
ser considerados como custos ou gastos do exercício
a terceiro, quer tenham sido desenvolvidos internamente pela
seguinte, quando aceites nos te1mos do Código do Imposto
empresa, são amo1tizados para efeitos fiscais durante um
Industrial, e desde que se efectue a adequada regulariza-
período de 3 (três) anos.
5. As amo1tizações dos elementos do activo imobilizado ção contabilística.
incorpóreo são sempre calculadas pelo método das quo- ARTIG042.º
(Limites e taxas anuais de amortizações e reintegra ções)
tas constantes.
As reintegrações e amortizações do exercício, devem
AKITG040.º
(Amortizações não aceites) obse1var os limites das taxas anuais estabelecidas na Tabela das
reintegrações e amo1tizações, definidas em diploma próprio.
Não são aceites para efeitos fiscais as amo1tizações do
exercício que: ARTIG043.º
(Documentação de amortiza ções)
a) Não sejam contabilizadas como custos ou gastos no
exercício a que respeitam; 1. Dos mapas de reintegrações e amo1tizações deve constar:
b) Sejam calculadas sobre bens e elementos do activo a) Os anos e os valores da aquisição e da reavaliação;
imobilizado corpóreo ou incorpóreo não sujeitos b) Os anos, valores e os períodos de utilidade esperada
a deperecimento; das grandes reparações e beneficiações;
e) Excedam as taxas limite e períodos de vida útil e) As reintegrações e as amo1tizações acumuladas nos
estabelecidos na legislação em vigor sobre a exercícios anteriores e as praticadas no exercício;
matéria, salvo os casos excepcionais devidamente d) Os abates, com justificação da sua origem;
fundamentados e aceites pela Direcção Nacional e) O valor residual, quando atribuído;
de Impostos; j) O número de anos provável de utilização dos elemen-
d) Sejam calculadas sobre imóveis na paite coffes- tos reavaliados e dos adquiridos em estado de uso.
pondente ao valor dos teJTenos que ultrapasse os 2. Os mapas referidos no número ante1ior podem constar
limites definidos no presente Código; de modelo oficial, a ser publicado por Decreto Executivo
e) No caso de viaturas ligeiras de passageiros ou do Titular do Depa1tamento Ministerial que responde pelas
mistas, sejam calculadas sobre a parte do custo Finanças Públicas.
inicial, ou do custo revalorizado, que exceda os 3. Sempre que a Direcção Nacional de Impostos, ou a
Kz: 7. 000. 000,00 (sete milhões de kwanzas), excepto repaitição fiscal competente, o solicitem, os mapas referidos
se tais viaturas estiverem afectas à exploração de no n.º 1 do presente a1tigo devem ser entregues em fonnato
se1viços públicos de t:ranspo1te ou se destinarem inf01mático, a indicar na respectiva notificação.
a ser alugadas no exercício da actividade 1101mal 4. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
da empresa; estes documentos podem ser submetidos através de meios
j) Sejam calculadas sobre o custo de barcos de recreio electrónicos, nos tetmos regulamentares.
e aviões ou helicópteros e de todos os encargos
ARTIG044.º
com estes relacionados, excepto se estiverem (Norma transitória sobre amortizações)
afectos à exploração de se1viços de transporte 1. O presente Diploma aplica-se aos bens do activo
ou se destinarem a ser alugados no exercício da imobilizado que entrem em funcionamento após a data da
actividade no1mal da empresa; sua entrada em vigor.
g) Sendo excepcionais confo1me dispõe o n.º 1 do 2. Os bens cujo início de utilização tenha ocoJTido em
aitigo 38.º do presente Código, o contribuinte período anterior à entrada em vigor do presente Código,
não tenha obtido a aprovação prévia da Direc- deve manter os procedimentos de amo1tização desses bens,
ção Nacional de Impostos prevista no n.º 2 do nos tetmos do regime de amo1tização anterior à entrada em
mesmo attigo; vigor deste diploma.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4621

ARTIG045.0 ARTIG048.º
(Provisões) (Prejtúzos fiscais)

1. São de considerar como provisões aceites para efeitos, 1. Os prejuízos verificados em dete1minado exercício são
do disposto da alínea h) do a1tigo 14.º do presente Código, deduzidos à matéria colectável, havendo-os, de wn, ou mais,
apenas: dos 3 (três) anos posteriores.
a) As que se destinarem a ocoJTer a obrigações e encar- 2. Os prejuízos sofridos em actividade que beneficie de
gos derivados de processos judiciais em curso por isenção ou redução de taxa do Imposto Industrial, não podem
ser deduzidos dos lucros de outras actividades sujeitas ao
factos que detennina1iam a inclusão daqueles entre
regime gera l do mesmo imposto.
os custos ou gastos do exercício;
3. Os prejuízos verificados no decoffer de períodos em
b) As que tiverem por fim a cobe1tura de créditos de
que o contribuinte beneficiou de isenção ou redução de taxa
cobrança duvidosa, calculados em função da soma
não podem ser deduzidos à matéria colectável, havendo-o, nos
dos créditos resultantes da actividade nonnal da exercícios posteriores ao fim do período de isenção.
empresa existentes no fim do exercício, e da sua
ARTIG049.º
antiguidade; (Investimento de reservas voluntárias)
e) As que se destinarem a cobrir a perda de valor das 1. Os lucros levados a reservas de reinvestimento que dentro
existências; dos 3 (três) exercícios seguintes tenham sido reinvestidos,
d) As que tiverem sido constituídas de acordo com em instalações ou equipamentos novos, afectos à actividade
as obrigações impostas pelas entidades públicas produtiva ou administrativa do contribuinte, podem ser
reguladoras do sector financeiro, segurador e de deduzidos a matéria colectável nos 3 (três) anos imediatos
jogos, e de outras entidades públicas reguladoras ao da conclusão do investimento, até metade do seu va lor.
supervenientes ao presente Código; 2. A faculdade prevista no número anterior é dependente da
e) As taxas e os limites das provisões a que se refe- entrega de requerimento do contribuinte, à Direcção Nacional
rem as alíneas a), b), e c) devem ser publicadas de Impostos até ao final do mês de Fevereiro do ano seguinte
até 90 (noventa) dias após a entrada em vigor do à conclusão do reinvestimento, instrnído com todo o supo1te
dos custos realizados, bem como a fundamentação objectiva
presente Código.
da relevância do investimento para a criação de emprego e
2. As provisões que não devam subsistir por não se terem
desenvolvimento económico do País.
verificado os eventos a que se repo1tam e as que forem
3. O incumprimento do prazo referido no número anterior
utilizadas para fins diversos dos expressamente previstos
implica o indeferimento tácito do pedido.
no presente a1tigo, considerar-se-ão proveitos ou ganhos do 4 . A Direcção Nacional de Impostos pode solicitar
respectivo exercício. docwnentação de supo1te adicional para efeitos do disposto
3. As provisões dos contribuintes sujeitos à utilização dos no n.º 2 do presente a1tigo, a ser entregue no prazo que for
Planos de Contas das Instituições Financeiras e Seguradoras, fixado, cujo incumprimento implica o indeferimento tácito
nos tomos e limites definidos na legislação própria da entidade da pretensão do contribuinte.
reguladora na totalidade do seu volume. 5. A dedução é faseada pelos 3 (três) exercícios seguintes
ARTIG046.º ao da conclusão do investimento, não sendo prolongável este
(Créditos incobníveis) período de dedução, sequer por ausência de matéria colectável
Os créditos incobráveis só são de considerar como cus- em qualquer dos 3 (três) exercícios.
tos ou gastos do exercício na medida em que tal resulte de 6. A dedução só pode ser realizada mediante parecer
processos de execução, falência ou insolvência, devidamente favorável da Direcção Nacional de Impostos.
documentada através de ce1tidão pública. 7. Para efeitos do disposto no presente a1tigo, entende-se
ARTIG047. 0 por conclusão do investimento, a data de entrada em funcio-
(Deduções ao lucro tributável) namento das instalações e investimentos realizados.
Para a dete1minação da matéria tributável deduzir-se-ão ARTIGO 50.º
do lucro líquido apurado nos te1mos dos a1tigos anteriores, e (Re la ções especiais)
até à concoffência deste, as impo1tâncias seguintes: 1. A Direcção Nacional de Impostos pode efectuar as
a) Os proveitos sujeitos a imposto predial urbano; coffecções que sejam necessárias para a dete1minação da
b) Os proveitos ou ganhos sujeitos a imposto sobre a matéria colectável sempre que, em viitude de relações especiais
aplicação de capitais. entre o contribuinte e outra pessoa, sujeita ou não a Imposto
2. O disposto na alínea b) do n(nnero anteriornão é aplicável Industrial, que tenha, ou não, sede ou direcção efectiva em
aos rendimentos das instituições financeiras ou das entidades teffitório angolano, tenham sido estabelecidas condições
que exerçam actividades similares, que estejam sujeitos ao diferentes das que seriam no1malmente acordadas entre
Imposto sobre a Aplicação de Capitais e dele isentos. pessoas independentes, conduzindo a que o lucro tributável
4622 DIÁRIO DA REPÚBLICA

apurado com base na contabilidade seja diverso daquele que realizadas, as variações pan·imoniais ocorridas, os gastos
se apuraria em circunstâncias n01mais de mercado. gerais de administração, com especial referência às remune-
2. Também se deve aplicar o dispostonon.º 1 do presente rações, de qualquer espécie, an·ibuídas aos corpos gerentes,
a1tigo, quanto às pessoas que exerçam simultaneamente acti- bem como a todas as despesas de representação supo1tadas
vidades sujeitas e não sujeitas ao Imposto Industrial, quando durante o exercício, as mudanças nos critérios de imputação
relativamente a tais actividades se verifiquem idênticos desvios. de cmto ou anibuições dos proveitos às diferentes actividades
3. Igual procedimento ao previsto non.º 1do presente artigo, ou estabelecimentos da empresa, quaisquer oun·os elementos
se adopta para com os contribuintes em relação aos quais se reputados de interesse à justa determinação do lucro tlibutável
verifiquem a existência de posições de terceiros dominantes e ao esclarecimento do balanço e da conta de resultados do
no capital ou inte1ferências directas ou indirectas na gestão, exercício ou de ganhos e gastos.
quando se reconheça que tais situações provocam desvios 4. Sem prejuízo do disposto no número anterior, as decla-
no apuramento dos resultados em prejuízo do cômputo da rações podem ser submetidas através de meios elecn·ónicos,
matéria colectável. nos te1mos regulamentares.
4. Quando o disposto no n.º 1do presente artigo, se aplique 5. Os conn·ibuintes integrantes do Gmpo A, que sejam
relativamente a um sujeito passivo Do Imposto Industrial sociedades, obrigadas a ter as suas demonsn·ações financeiras
por virtude de relações especiais com outro sujeito passivo auditadas por perito contabilista, devem apresentar, para além
do mesmo imposto ou do imposto sobre os rendimentos de dos documentos referidos nos n."" 2 e 3 do presente a1tigo, o
trabalho, na dete1minação da matéria colectável deste último relatório e o parecer do respectivo perito contabilista sobre
são efectuados, os ajustamentos adequados que sejam reflexo tais demonsn·ações financeiras.
das coffecções feitas na dete1minação da matéria colectável ARTIGO 52. 0
do primeiro. (Documentação a arquivar com a Declaração Modelo 1)
5. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
1. O duplicado da declaração referida no a1tigo anterior
podem ser consagradas em legislação avulsa, obrigações
deve encontrar-se disponível nas instalações do conn·ibuinte,
declarativas específicas para contribuintes, sobre esta matéria,
acompanhada dos seguintes documentos e peças contabilísticas:
destinadas ao controlo das condições a sujeitar no âmbito de
a) Relação dos titulares dos ó1gãos de gestão;
relações especiais.
b) Cópia da acta da Assembleia Geral de aprovação de
SECÇÃO II
Obrigações Declarativas contas do exercício, ou documento de aprovação
de contas;
ARTIGO 51.º
Contribuintes do Grupo A e) Balanço, Balancete do Razão e Balancete Geral
(Apresentação da Declaração Modelo 1) Analítico, antes e depois dos lançamentos de
1. Os contribuintes do Gmpo A apresentam anualmente, rectificação ou regularização e de apuramento
no mês de Maio, na repa1tição fiscal com competência sobre dos resultados do exercício;
o contribuinte, uma declaração em duplicado Modelo 1, d) Demonsn-ação de Resultados por Natureza e Demons-
a regulamentai: tl'ação de Fluxos de Caixa;
2. A Declaração - Modelo 1 do Imposto Indusnial deve ser e) Mapas de amo1tizações e reintegrações de bens do
entregue obrigatoriamente, sob pena da sua não recepção pela activo imobilizado;
repaitição fiscal, acompanhada de Demonstração de Resultados
j) Mapa geral de todos os impostos pagos no decurso
por Natureza, Balanço, Balancete do Razão e Balancete Geral
do exercício.
Analítico, antes e depois dos lançamentos de rectificação ou
2. O incumprimento da obrigação estabelecida no número
regularização e de apuramento dos resultados do exercício, e
anterior constitui infracção fiscal, nos tennos do Código
respectivos anexos, devidamente assinados pelo contabilista
responsável pela sua elaboração. Geral Tributálio.
3 . Deve igualmente acompanhar a Declaração - SECÇÃO III
Disposições Diversas
Modelo 1 do Imposto Industlial o relatório técnico onde, com
base em mapas discriminativos, o contabilista que assinou as ARTIGO 53.º
demonstrações financeiras e a declaração fiscal deve comentar (Cessação de acthidade)
sucintamente as reintegrações e amo1tizações contabilizadas, 1. No prazo de 60 (sessenta) dias a contar da cessação da
com indicação do método utilizado, das taxas aplicadas e dos sua actividade, os conn·ibuintes devem apresentar, em n·ipli-
valores iniciais e actuais dos diversos elementos sobre os cado, a Declaração Modelol , entendendo-se que a cessação se
quais aquelas recakam, as alterações sofridas pelas existên- ve1ifica na data do ence1rnmento das contas, ou, n·atando-se
cias de todas as categorias e os critérios que presidiram à sua de sociedade regulaimente constituída com sede ou direcção
valorimen·ia, as provisões constituídas ou as alterações nelas efectiva no País, na da aprovação das contas do liquidatário
ocoffidas, os créditos incobráveis verificados, as mais-valias ou adminisn·adoi:
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4623

2. A declaração é acompanhada dos seguintes documentos: 2. Os contribuintes do Grnpo A e cio Grupo B sempre que
a) Relação dos liquidatários; disponham de contabilidade 01ganizada, devem comunicar à
b) Identificação do contabilista envolvido na prepara- Direcção Nacional de Impostos os elementos de identificação
ção das demonstrações financeiras da liquidação; do seu contabilista, na primeira liquidação de Imposto Industrial
e) Identificação do advogado envolvido nos actos e negó- provisório posterior à entrada em vigor do presente Código, ou
cios jw·íclicos de liquidação da pessoa colectiva; sempre que houver mudança do contabilista do contribuinte.
d) Cópia da acta da Assembleia Geral que tiver apro- 3. O incumprimento do disposto no número anterior é
vado as contas, ou havendo aprovação judicial,
sancionado com pena de multa prevista no n.º 2 do artigo 76.º
certidão da respectiva decisão;
do presente Código, sem prejuízo do estatuído no Código
e) Mapa da conta de resultados da liquidação, discri-
Geral Tributário.
minado por mbricas do balanço;
j) Mapa da conta de resultados do exercício; ARTIGO 57.º
(Verificação da matéria colect:ível)
g) Mapa cio balanço final.
3. Relatório elaborado e assinado por contabilista e 1. A verificação da coffecta determinação da matéria colec-
advogado com descrição cios actos e negócios jurídicos de tável sujeita a Imposto Industtial compete à repaitição fiscal
liquidação societária, com breve descrição do seu impacto da da área em que deva ser apresentada a Declaração Modelo 1.
situação patrimonial ela sociedade, acompanhado ele cópias da 2. Na falta ou insuficiência das declarações, procede-se
documentação comprovativa da sua habilitação profissional. à dete1minação cio lucro tt·ibutável por presunção, tendo por
4. Os contribuintes mencionados no attigo4.º cio presente base todos os elementos de que a administt·ação tt-ibutária
Código devem cwnprir o preceituado no presente artigo quando disponha e, designadamente, os seguintes:
cessarem totalmente o exercício da actividacle em Angola. a) Elementos ela contabilidade do contt-ibuinte;
5. Na falta de contabilidade, a cessação entende-se veri- b) Matéria colectável de anos anteriores;
ficada na data em que se preencham os requisitos indicados
e) Margens médias de lucro bmto ou líquido, sobre
nos n .°' 1e2 do artigo 78.º
as vendas e prestação de se1viços ou compras e
6. Os contribuintes cujas sociedades tenham sido constituídas
ao abrigo de projectos ele investimento privado devidamente fornecimentos de terceiros;
licenciados por autoridade pública são obrigados à entrega d) Elementos e info1mações declarados à administração
ele declaração dessa autoridade, ou daquela que lhe sucedeu, tributária, incluindo os relativos a outrns impostos
onde seja descrito o tratamento fiscal a conferir ao activo e, bem assim, os obtidos em empresas ou entidades
supe1veniente à liquidação da sociedade. que tenham relações com o contt·ibuinte.
AKD G0 54.º 3. A matéria colectável apurada nos te1mos do número
(Suficiência das declal'ações) anterior, quando superior ao apuramento efectuado pelo
Quando as declarações não forem consideradas suficient~ contribuinte origina um procedimento de liquidação adicional
mente claras, as repa1tições fiscais notificam os contribuintes de imposto, com as devidas consequências dete1minadas no
para prestarem por escrito, no prazo de 15 (quinze) dias, os presente Código e no Código Geral Tributário.
esclarecimentos que se julguem necessários. 4. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, as
AKDG055.º liquidações de imposto efectuadas nos te1mos do número
(Conservação da informação contabilística) anterior podem ser enviadas ao contt·ibuinte, att·avés de meios
1. Os contribuintes devem organizar e conse1var a sua electt·ónicos, nos te1mos regulamentares.
info1mação contabilística e fiscal de modo a que a mesma
CAPÍTULO III
se possa apurar clara e inequivocamente e controlar o lucro
Do Grnpo B
tributável e o cumprimento das obrigações fiscais do contri-
buinte com inteira obse1vância das disposições do presente SECÇÃO I
Do Grupo B
Código, por um pe1iodo de 5 (cinco) anos.
2. O Titular cio Depa1tamento Ministerial que responde ARTIGO 58.º
pelas Finanças Públicas, pode, por Decreto Executivo, tomar (Obrigações declarativas)

ob1igatória, a existência de informação contabilística adicional 1. Os contt·ibuintes do Grupo B que possuam contabili-
ou especializar o seu reporte em tennos diferentes dos definidos dade 01ganizada apresentam anualmente, no mês de Abril, a
no presente Código. Declaração Modelo 1 do Imposto Industt·ial, em duplicado,
AKDG056.º relativamente ao conjunto de actividades exercidas durante
(Contabilistas e peritos contabilistas) o ano anterior, conjuntamente com Balanço, Balancete Geral
1. Consideram-se contabilistas, para os efeitos cio presente Analítico, antes e depois dos lançamentos de rectificação ou
Código os que estiverem inscritos como tal na Ordem dos regula1ização e de apmamento de resultados e Demonstt·ação
Contabifütas e Peritos Contabilistas, nos te1mos da legislação de Resultados, e respectivos anexos, relatório técnico, todos
em vigor. devidamente assinados por contabilista.
4624 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. Os contribuintes do Gmpo B, que não possuam contabi- 2. A cessação só terá lugar, para o efeito do disposto no
lidade organizada, nos tennos do número anterior, apresentam presente artigo, quando forem aprovadas as cmtas do liquidatá1io
a Declaração Modelo 2, em duplicado, relativamente ao ou administrador da insolvência, nos te1mos descritos para
conjunto de actividades exercidas no ano anterior, assinada os contribuintes do Gtupo A, com as necessárias adaptações.
por contabilista, que pe1mita o apuramento integral das 3. A cessação presume-se sempre que os contribuintes:
vendas e prestação de se1viços ou das compras efectuadas e a) Deixem de praticar habitualmente actos de natureza
serviços contratados. comercial ou industrial, se não houver imóveis
3. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, as afectos ao exercício da actividade;
declarações podem ser submetidas através de meios electró- b) Tenninem a liquidação das existências e a venda dos
nicos, nos te1mos regulamentares. equipamentos, se os imóveis afectos ao exercício da
ARTIGO 59.º actividade pertencerem ao dono do estabelecimento;
(Determinação da matéria colectánl do Grupo B)
e) Se extinga o direito do contribuinte ao uso efrnição
1. Os contribuintes do Gmpo B que satisfaçam as condições do local ocupado, quando este não lhe pe1tença,
previstas no n. º 1 do artigo anterior, apuram a matéria colectável ou lhe seja dado outro destino;
nos precisos te1mos estabelecidos no presente Código para d) Seja pa1tilhada a herança indivisa de que o estabele-
os contribuintes do Grnpo A. cimento faça pa1te, mas sem prejuízo do disposto
2. A matéria colectável dos contribuintes do Grnpo B, nas alíneas anteriores;
não incluídos no número ante1ior, coffesponde ao volume de
e) Se dê a transferência, a qualquer outro título, da
vendas de bens e serviços prestados.
propriedade ou exploração do estabelecimento.
ARTIGO 60.º
(Deduções à matéria colectável do Grupo B) CAPÍTULO IV
1. Os contribuintes do Grnpo B que se enquadrem no n.º 1 ARTIGO 64.º
do a1tigo 59.º do presente Código, podem efectuar deduções (Taxas)
à matéria colectável nos precisos te1mos estabelecidos para l.A taxa do Imposto Industrial é de 30%(hinta porcento).
os contribuintes do Grnpo A. 2. Tratando-se de rendimentos provenientes de activida-
2. Aos contlibuintes que se enquadrem no n. º 2 do artigo 59.º des, exclusivamente a actividade das explorações agrícolas,
não são pennitidas quaisquer deduções à matéria colectável. aquícolas, avícola, pecuárias, piscatórias e silvícolas aplica-se
ARTIGO 61.º a taxa única de 15 % (quinze por cento).
(Declaração Modelo 1)
3. À matéria colectável apurada nos termos do n.º 2
1. A declaração referida no a1tigo 58.º do presente Código
do a1tigo 59.º aplica-se a taxa de 6,5% (seis vírgula cinco
deve ser apresentada junto da repartição fiscal com competência
por cento).
em relação ao contribuinte.
4 . A taxa do Imposto Industrial pode ser reduzida no
2. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, as
âmbito de projectos de investimento privado devidamente
declarações podem ser submetidas através de meios electró-
nicos, nos te1mos regulamentares. licenciados por autoridade pública definida nos te1mos da
legislação em vigor, ou em função de legislação especial
ARTIGO 62.º
(Prática de acto isolado) aprovada para o efeito.
1. Os contribuintes que praticarem algum acto isolado 5. A taxa de liquidação provisória de imposto sobre pres-
de natureza comercial ou industrial, devem apresentar, na tações de se1viços mencionados no Capítulo VI, Secção I, é
repa1tição fiscal da área onde tiverem a sua sede ou local de de 6,5% (seis vírgula cinco por cento).
direcção efectiva, a declaração a que se refere o a1tigo 58. º 6. A taxa de liquidação provisória de imposto sobre as
2. Aos contribuintes que se enquadrem no número anterior vendas do 1.0 semestre do exercício é de 2%(dois por cento).
do presente a1tigo, não são pennitidos quaisquer deduções, 7. A taxa de tributação liberatória incidente sobre serviços
excepto as relativas às retenções na fonte por conta do Imposto acidentais prestados por pessoas colectivas sem sede, estabe-
Industrial realizadas durante o período de actividade.
lecimento estável ou local de direcção efectiva em Angola é
3. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, as
de 6,5% (seis vírgula cinco por cento).
declarações podem ser submetidas através de meios electró-
nicos, nos te1mos regulamentares. CAPÍTIJLOV
0
ARTIGO 63. ARTIGO 65.º
(Cessação de acthidade no grupo B) (Fusão ou cisão de sociedades)
1. No caso de cessação total do exercício da actividade, 1. A fusão ou cisão por incorporação de sociedades sujeitas
devem os contribuintes do Grnpo B apresentar, no prazo de a Imposto Industrial e classificadas como grandes contiibuintes
30 (trinta) dias, a Declaração Modelo 1. ao abrigo do Estatuto dos Gt-andes Conti'ibuintes aprovado
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4625

pelo Decreto Presidencial n.º 147/13, de 1 de Outubro é CAPÍTULO VI


fiscahnente neutra, desde que: Liquidação e Cobrança
a) Os elementos patrimoniais objecto de transferência SECÇÃO I
sejam registados na contabilidade da sociedade Liquidação e Pagamento Provisório

beneficiária, ou da nova sociedade, pelos mesmos ARTIGO 66.0


(Liquidação e pagamento provisório sobre vendas)
valores que tinham na contabilidade das sociedades
fundidas ou cindidas, mantendo-se os respectivos 1. O imposto relativo aos contribuintes dos Gtupos A e
B é objecto de autoliquidação provisória e pagamento do
valores e antiguidades fiscais ;
imposto devido, até ao final cios meses de Agosto e Julho,
b) Os valores relativos a elementos patrimoniais trans-
respectivamente, por referência ao próprio exercício fiscal
feridos respeitem as disposições da legislação de em que a actividade tenha lugar.
carácter fiscal; 2. A liquidação referida no número anterior é efectuada
e) As amortizações e reintegrações cios activos transfe- mediante a aplicação de uma taxa de 2% (dois por cento) sobre
ridos mantenham o reg ime que vinha a ser seguido o volume total das vendas, efectuadas pelo contribuinte, nos
nas sociedades fundidas ou cindidas; primeiros 6 (seis) meses do exercício.
3. O pagamento do imposto nos termos do número anterior
d) As provisões que foram transferidas tenham para
é provisório e releva na liquidação definitiva, deduzindo-se à
efeitos fiscais o mesmo tratamento que era aplicado
colecta final cio contribuinte.
nas sociedades fundidas ou cindidas. 4. As prestações ele serviços, sujeitas ao regime previsto no
2. No procedimento de fusão ou cisão podem ser concedidos a1tigo seguinte não concoffem para o apuramento ele imposto
incentivos fiscais à reestmturação empresarial na modalidade provisório, previsto no presente aitigo.
ele dedução de prejuízos fiscais das sociedades fundidas ou 5. Os documentos de liquidação de imposto e de aiTe-
cindidas, caso a sociedade subsistente, ou a nova sociedade, caclação ele receita, respeitante ao imposto liquidado e pago
nos te1mos do presente aitigo, não podem conter a liquidação
apresente lucros tributáveis nos 6 (seis) exercícios posteriores
ou pagamento de qualquer outro imposto, sequer Imposto
a que os mesmos se repo1tam, mediante autorização prévia a
Industrial liquidado ao ab1igo de outro regime de liquidação
solicitar ao Titular do Departamento Ministerial que responde e pagamento.
pelas Finanças Públicas. 6. Pode ser deduzido na liquidação provisória sobre as
3. Para efeitos do disposto no número anterior, a sociedade vendas, o imposto, comprovadamente, entregue em excesso nos
beneficiária, ou a nova sociedade, deve entregar um requeri- pagamentos provisórios dos exercícios anteriores, até ao limite
mento à Direcção Nacional de Impostos, até ao fim do mês do prazo de caducidade previsto no Código Geral Tributário.
7. Os contribuintes cuja activiclacle esteja no âmbito dos
seguinte ao do registo ela fusão ou cisão na Conservatória do
poderes de supe1visão do Banco Naciooal de Angola, da entidade
Registo Comercial, acompanhado cios balanços, balancetes
de supervisão de segtu·os, da entidade de supe1visão de jogos
geral analítico demonstrações ele resultados, e respectivos e ela Comissão ele Mercado de Capitais, efectuam a liquidação
anexos, e relatório técnico da fusão ou cisão, elaborados pelo e pagamento provisório previsto no n.º 1, mediante aplicação
contabilista que preparou a operação. da taxa prevista no n.º 2, ambos do presente a1tigo, utilizando
4. Os benefícios previstos no presente a1tigo são conce- como base ele cálculo do imposto, o total do resultado derivado
didos por despacho favorável do Titular do Departamento de operações de inteimediação fmanceira ou dos prémios ele
seguro e resseguro e dos jogos, respectivamente, apurados nos
Ministerial que responde pelas Finanças Públicas, que pode,
primeiros 6 (seis) meses cio exercício fiscal anterior, excluídos
adiciona lmente, fixar um plano faseado ele dedução cios
os proveitos sujeitos a imposto sobre a aplicação de capitais.
prejuízos fiscais , mediante parecer favorável cio Director 8. No ano de início de actividade não é devido o pagamento
Nacional de Impostos. provisório previsto no presente aitigo.
5. A aplicação cio presente a1tigo depende da demonstração ARTIGO 67.º
de que a fusão ou cisão é realizada por razões económicas (Liquidação e pagamento provisório sobre prestações de seniços)

válidas, tais como a reestruturação ou racionalização das 1. Os sujeitos passivos de Imposto Industrial com sede,
actividades das sociedades intervenientes, e se insere numa direcção efectiva ou estabelecimento estável em Angola que
exerçam actividades de prestação de serviços ele qualquer
estratégia de redimensiooamento e desenvolvimento empresarial
natureza, estão sujeitos a tributação, por retenção na fonte à
de médio ou longo prazo, com efeitos positivos na estmtura
taxa de 6,5% (seis vhgula cinco por cento), cuja entrega do
produtiva, devendo ser fornecidos, para esse efeito, todos os imposto retido deve ser efectuada até ao final do mês seguinte.
elementos necessários ao pe1feito conhecimento da operação 2. A liquidação e entrega do imposto devido é ela res-
visada, tanto dos seus aspectos jurídicos como económicos. ponsabilidade da pessoa colectiva pagadora cio se1viço, que
4626 DIÁRIO DA REPÚBLICA

responde pela totalidade cio imposto e acréscimos, no caso Industrial liquidado ao ab1igo de outro regime de liquidação
ele não pagamento, sem prejuízo do direito de regresso da e pagamento.
entidade sujeita a retenção na fonte, mas apenas quanto à 13. Não constituem prestações de serviços sujeitas à
dívida principal. retenção na fonte, os seguintes:
3. O pagamento do imposto nos te1mos do número anterior a) Se1Yiços de Ensino, serviços prestados por jardins-
é provisório e releva na liquidação definitiva, deduzindo-se à -de-infância, Jactá1ios, berçários e estabelecimentos
colecta final cio contribuinte retido. anãlogos a estes;
4. No acto de entrega cio imposto retido, deve ser apre- b) Serviços de assistência médico-sanitária e opera-
sentado em duplicado um mapa, que é carimbado e assinado ções conexas efectuadas por clínicas, hospitais
pela repa1tição fiscal, contendo o seguinte: e similares;
a) Designação social e NIF do fornecedor do serviço; e) Quaisquer se1Yiços, cujo valor integral da prestação
b) Descrição do serviço; não ultrapasse Kz: 20.000,00 (vinte mil kwanzas);
d) Os transpottes de passageiros;
e) Valor total da factura;
e) Locação de máquinas ou equipamentos que, pela sua
d) Valor da factura a pagar, no caso de pagamento
natureza dêem lugar ao pagamento ele royalties,
parcelado;
nos te1mos do Código do Imposto sobre a Apli-
e) Valor do imposto retido.
cação de Capitais;
5. Sempre que a Direcção Nacional dos Impostos ou a
j) Se1Yiços de inte1mediação financeira e segmadora;
repartição fiscal competente, solicitar o mapa referido no
g) SetYiços de hotelaria e similares;
número anterior, deve ser entregue em fonnato infonnático.
h) Se1Yiços de telecomunicações.
6. No apuramento final do Imposto Industrial, ocon-ido com
ARTIGO 68.º
a entrega da Declaração Modelo 1, se for aprn·ado montante (Especialização de regime de liquidação
de imposto inferior ao imposto pago provisoriamente no e pagamento de imposto provisório)
decurso do exercício, esse crédito deve ser abatido à colecta do Os contribuintes, que realizam vendas e prestações de
exercício seguinte e assim sucessivamente, nos exercícios que se1Yiços cujo pagamento está sujeito a retet1ção na fonte por
se seguem, dentro do prazo geral ele caducidade do imposto. pa1te da entidade contratante deve liquidar e pagar o imposto
7. Em caso de cessação de actividacle, o imposto provi- provisório sobre as vendas realizadas, nos te1mos definidos
sório, liquidado e pago no decmso dos exercícios anteriores, pelo artigo 67. º do presente Código e sujeitar-se ao previr:,to no
deve ser abatido à colecta final devida com a apresentação da a1tigo 68.º do presente Código, no que se refere às prestações
declaração de ence1rnmento de actividade, mencionada nos de setviços.
a1tigos 53.º e 63.º cio presente Código. SECÇÃO II
8. O imposto provisório que haja sido entregue em excesso, Liquidação e Pagamento Definitivo
face à colecta apmada a final, e que seja supe1ior ao imposto a ARTIGO 69.º
pagar nos te1mos do número anterior, considera-se definitivo. (Liquidação definitin)
9. Consideram-se sujeitas a este regime ele liquidação as 1. A liquidação definitiva do Imposto Indusl:Iial, a efectivar-
transacções efectuaclas entre entidades relacionadas, como -se com a entrega das respectivas declarações e elementos que
definidas nos te1mos do Estatuto dos Grnndes Contribuintes, a devem acompanhar nos te1mos dos a1tigos 51.º e 58.º, deve
excepto se o contribuinte puder comprovar e documentar que efectuar-se dentro dos seguintes prazos:
a operação reveste a natmeza de um mero redébito de custos, a) Até 30 de Abril de cada ano, para os cont:I·ibuintes
caso em que a transacção se encontra não sujeita a este regime do GrnpoB;
especial de liquidação ele imposto. b) Até 31 de Maio de cada ano, para os cont:I·ibuintes
10. Quaisquerma1gens incorporadas para sup01tar custos do GrnpoA.
de gestão e administração eventualmente ocoITidos com as 2. Sem prejuízo ela liquidação a que se deva proceder nos
operações de redébito referidas no número anterior, cons- tetmos do número anterior, deixa de se efectuar a liquidação
tituem matéria colectãvel no âmbito deste regime especial provisória a partir do momento em que, porpa1te o contribuinte,
ele liquidação. cesse a prática de actos de natmeza comercial ou indust:I·ial.
11. A matéria colectável nos te1mos deste regime é cons- ARTIGO 70.º
tituída pelo valor global do serviço prestado excluídas as (Pagamento definitivo)

matérias-primas, peças ou materiais necessários à prestação 1. O Imposto Indust:I·ial definitivo deve ser pago:
do serviço, devidamente documentados. a) Até ao final do mês de Abril e Maio, respectivamente,
12. Os documentos de liquidação de imposto e de an-e- confo1me previsto no n.º 1 do aitigo anterior;
cadação de receita, respeitante ao imposto liquidado e pago b) No prazo de 15 (quinze) dias, da data da notificação,
nos teimos do presente a1tigo, não podem conter a liquidação quando relativas às co1Tecções efectuadas pela
ou pagamento de qualquer outro imposto, sequer Imposto achninisl:Iação tributária.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4627

2. Os documentos ele liquidação de imposto e ele affeca- 4. No acto de entrega do imposto retido deve se· apresentado
dação de receita respeitante ao imposto liquidado e pago nos em duplicado, um mapa, que é carimbado e assinado pela
te1mos do presente aitigo, não podem conter a liquidação ou repa1tição fiscal, contendo o seguinte:
affecadação de qualquer outro imposto, tão- pouco o Imposto a) Designação social do fomecedor do se1viço;
Industrial liquidado ao abrigo de outro regime de liquidação b) Descrição do setviço;
e pagamento. e) Valor da factura;
d) Valor da factma a pagar, no caso de pagamento
CAPÍTULO VII
parcelado;
Regime Especial de Tributação de Serviços Acidentais
e) Valor do imposto retido.
ARTIGO 71.º 5. Sempre que a Direcção Nacional ou a repa1tição fiscal
(Sujeição)
competente, solicitar o mapa referido no número anterior,
1. As pessoas colectivas sem sede, direcção efectiva ou deve ser entregue em fotmato info1mático.
estabelecimento estável em Angola, que de fotma acidental 6. A falta de entrega ou insuficiência do imposto devido nos
exerçam actividades de prestação de serviços de qualquer natu- tetmos do n.º 3 do presente aitigo, pela entidade contratante
reza, em teffitório angolano ou efectuadas a favor de entidades ou pagadora cio setviço, constitui responsabilidade desta que
com sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em responde pelo pagamento do imposto devido ou do montante
Angola, independentemente do local da sua prestação, estão em falta , sem prejuízo dos acréscimos legais.
sujeitas a Imposto Industrial nos tennos deste regime especial.
CAPÍTULO VIII
2. Consideram-se também sujeitas a este regime, as
Garantias do Contribuinte
transacções efectuadas entre entidades relacionadas, como
definidas nos te1mos do Estatuto dos Grandes Contribuintes. ARTIGO 74.º
(Reclamação e impugnação)
3. Não constituem prestações de se1viços sujeitas a este
regime especial de tributação as seguintes: 1. Os sujeitos passivos de Imposto Industrial e as pessoas
solidárias ou subsidiariamente responsáveis pelo pagamento do
a) Se1viços de Ensino, se1viços prestados por jarclins-
imposto, podem reclamar ou impugnar a respectiva liquidação,
-de--infância, lactários, berçários e estabelecimentos
efectuada pelos se1viços da administração tributária, com os
análogos a estes;
fundamentos e nos te1mos estabelecidos no Código Geral
b) Se1viços de assistência médico-sanitária e opera-
Tributário e no Código do Processo Tributário.
ções conexas efectuadas por clínicas, hospitais
2. A faculdade refet·ida no número anterior do presente
e similares; attigo é igualmente conferida relativamente à autoliquiclação,
e) Quaisquer setviços, cujo valor integral da prestação à retenção na fonte e às liquidações provisórias, nos tennos
não ultrapasse os Kz: 20.000,00 (dois mil kwanzas); e prazos previstos no Código Geral Tributário e no Código
d) Os transpo1tes de passageiros; do Processo Tributário.
e) Locação de máquinas ou equipamentos que, pela sua 3. A reclamação, pelo titular dos rendimentos ou seu
natureza dêem lugar ao pagamento de royalties, representante, ela retenção na fonte de impottâncias total ou
nos teimos do Código do Imposto sobre a Apli- parcialmente indevidas só tem lugar quando essa retenção
cação de Capitais tenha carácter definitivo.
4. A impugnação dos actos mencionados no n.º 2 é efectuada
ARTIGO 72.º
(Matéria colectável nos ser"iços acidentais) nos te1mos do Código Geral Tributário.
5. As entidades referidas no n.º 1 do presente artigo podem
A matéria colectável no âmbito deste regime de tributação
ainda reclamar ou impugnar a matéria colectável que for
é constituída pelo valor g lobal do se1viço prestado.
detetminada e que não dê origem a liquidação de Imposto
ARTIGO 73.0
Industrial, com os fundamentos e nos te1mos estabelecidos
(faxa e pagamento)
no Código Geral Tributário.
1. Sobre a matéria colectável, apurada nos te1mos do
aitigo anterior incidirá o imposto à taxa de 6,5% (seis vírgula CAPÍTULO IX
cinco por cento). Penalidades
2. A liquidação do imposto é da responsabilidade da pessoa ARTIGO 75.º
colectiva com sede, estabelecimento estável ou direcção efectiva (Incumprimento de obrigações declarativas)
em Angola que procede ao pagamento do se1viço contratado. 1. A falta de apresentação de qualquer declaração fiscal,
3. A entidade contratante ou pagadora realiza a retenção ou a sua entrega após o decurso do seu prazo legal, sujeita
na fonte no acto cio pagamento, devendo entregar o imposto o infractor, a pena de multa de Kz: 200.000,00 (duzentos
retido, até ao final do mês seguinte àquele a que respeite mil Kwanzas) para os contribuintes do Gmpo B, que apre-
o pagamento. sentam Declaração Modelo 2 e Kz: 800.000,00 (oitocentos
4628 DIÁRIO DA REPÚBLICA

mil Kwanzas) para os contribuintes dos Gmpos A e B que 2. O período de tributação pode, no entanto, ser inferior
apresentam Declaração Modelo 1, por cada ano de incumpri- a 1 (um) ano:
mento, independentemente da entrega do imposto devido, e a) No exercício do início de tt·ibutação, que se considera
não affecadado, em consequência da transgressão praticada, o período deconido entre a data em que se inicia a
sem prejuízo da fiscalização extema. actividade ou se inicia a obtenção de rendimentos
2. A recusa de exibição ou entrega de livros e demais sujeitos a imposto e o fim do exercício;
elementos de escrituração previstos no presente Código ou b) No exercício da cessação da actividade, em que é
a recusa ilegítima do acesso às instalações do contribuinte constituído pelo pe1íodo decorrido entre o primeiro
é punida com pena de multa de Kz: 100.000,00 (cem mil dia do exercício e a data da cessação da actividade;
Kwanzas) para os contribuintes do Grupo B e Kz: 200. 000,00
e) Quando as condições de sujeição ao imposto ocor-
(duzentos mil Kwanzas) para os contribuintes do GmpoA.
ram e deixem de verificar-se no mesmo exercício,
3. O valor da multa a aplicar eleva-se para o dobro, quando
em que é constituído pelo período efectivamente
houver dolo na prática dos actos referidos nos números ante-
decoffido.
riores do presente a1tigo.
ARTIGO 78.º
4. Presumem-se dolosas :
(Cessação de acthidade)
~ O início de actividade sem a competente inscrição
no Registo Geral dos Contribuintes; 1. Para efeitos da alínea b) do n.º 2 do a1tigo anterior, a
b) A falta de apresentação das declarações referidas nos cessação da actividade ocoffe:
a1tigos 51.º e 58.º do presente Código; a) Relativamente às entidades com sede ou direcção
e) As declarações inexactas sobre a cessação do exer- efectiva em tetl'itório angolano, na data do encen-a-
cício da actividade. mento da liquidação ou na data da fusão ou cisão,
AKITGO 76.º quanto às sociedades extintas em consequência
(b1exactidões, omissões ou outras irregularidades) destas ou na data em que a sede e a direcção efec-
1. As omissões, inexactidões e outras iffegularidades cons- tiva deixem de se situar em território angolano ou
tantes das declarações fiscais, incluindo livros de contabilidade na data em que se verificar a aceitação da herança
ou elementos de escrituração legalmente exigíveis são punidas jacente ou em que tiver lugar a declaração de que
com pena de multa deKz: 50.000,00 (cinquenta mil Kwanzas)
esta se encontt·a vaga a favor do Estado ou ainda
para os contribuintes do Gtupo B eKz: 100.000,00 (cem mil
na data em que deixarem de verificar-se as con-
Kwanzas) para os contribuintes do Gtupo A.
dições de sujeição a imposto;
2. Quando as in-egularidades referidas no número anterior
consistirem na falsificação ou viciação de documentos fiscal- b) Relativamente às entidades que não tenham sede
mente relevantes, bem como, na sua ocultação, destmição ou nem direcção efectiva em teffitório angolano, na
danificação, que não constituam elementos de qualquer tipo data em que cessarem totalmente o exercício da
criminal previsto na legislação em vigor, a multa é igual ao sua actividade através de estabelecimento estável
valor do imposto em falta para os conttibuintes do Gmp o B e o ou deixarem de obter rendimentos em tenitório
dobro do imposto em falta , para os contt·ibuintes do GtupoA. angolano.
3. Incoffem na pena de multa de Kz: 50.000,00 (cinquenta 2. Independentemente dos factos previstos no número
mil Kwanzas) os contribuintes do GtupoAque não possuam
anterior, pode ainda a administração tributária declarar oficio-
contabilidade organizada nos te1mos definidos no a1tigo 12.º,
samente a cessação de actividade quando for manifesto, que
bem como, no caso de não obse1varem o disposto no n.º 2 do
esta não está a ser exercida, nem há intenção de a continuar
a1tigo 56.º, ambos do presente Código.
4. O não pagamento do imposto dentt·o do prazo legal a exercer, ou sempre que o sujeito passivo tenha declarado o
previsto para o seu vencimento, sujeita o infractor a multa exercício de uma actividade sem que possua uma adequada
igual a 35% (tt·inta e cinco por cento) do imposto em falta, estt·utura empresarial em condições de a exercer.
com o mínimo coffespondente a Kz: 4.400 (quatt·o mil e 3. A cessação oficiosa a que se refere o n(unero anterior
quatt·ocentos Kwanzas). do presente a1tigo, não desob1iga o sttjeito passivo do cum-
primento das obrigações tributárias.
CAPÍTULO X
Disposições Finais e Transitórias 4. O período de tt·ibutação pode ser superior a 1 (um) ano
relativamente a sociedades e outt·as entidades em liquidação,
ARTIGO 77. 0
(Periodo de tributação) em que tem a duração coffespondente à desta, nos te1mos
1. O Imposto Industrial é devido por cada exercício estabelecidos no presente Código.
económico, que coincide com o ano civil, sem prejuízo das 5. O facto gerador do imposto considera-se verificado no
excepções previstas no presente a1tigo. último dia do período de tt·ibutação.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4629

ARTI GO 79.0 LEI QUE APROVA O CÓDIGO


(lingua oficial e moeda de relato)
DAS EXECUÇÕES F1SCAIS
1. As declarações a apresentar pelos contribuintes, bem
como todos os documentos que as acompanham, bem como ARTIGO 1.0
(Aprovação)
os respectivos supo1tes contabilísticos são obrigatoriamente
escritos em língua portuguesa, sendo de expressão obrigatória É aprovado o Código das Execuções Fiscais, que é pa1te
em moeda nacional, os valores que delas constem. integrante da presente Lei.
2. Quando o original do documento for expresso em outra ARTIGO 2.0
língua é obrigatória a sua tradução em língua portuguesa. (Alterações posteriores ao Código das Execuções Fiscais)
3. Anão entrega de documento solicitado pela Administração Todas as alterações que de futuro venham a ser introduzidas
Tributária, nos tennos do número anterior e a inexistência de na matéria contida no Código das Execuções Fiscais, dele
todos os elementos contabilísticos obrigatórios nos te1mos devem fazer parte integrante, sendo inseridas no local próprio,
do Plano Geral de Contabilidade, dos Planos de Contas das quer seja por meio de substituição de aitigos alterados, quer
Instituições Financeiras e Seguradoras, expressos em moeda pela supressão de aitigos inúteis ou pelo adicionamento dos
nacional, presumem-se dolosas e constituem transgressão que forem necessários.
tributária sancionada nos te1mos do Código Geral Tributário.
ARTIGO 3.0
AKDGO 80.º (Execuções fiscais aduaneiras)
(Exercício fiscal)
1. São salvaguardadas as no1mas do Código Aduaneiro
O exercício fiscal a que se refere o presente Código coincide
sobre a Cobrança Coerciva das Dívidas Aduaneiras que tiverem
com o ano fiscal que compreende o período de 1 de Janeiro
carácter especial.
a 31 de Dezembro.
2. As competências conferidas no presente Código às
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da
Repa1tições Fiscais e se1viços locais equiparados são exer-
Piedade Dias dos Santos.
cidas, na cobrança coerciva das dívidas aduaneiras, pelas
O Presidente ela República, JosÉ EDUARDO nos S ANTOS.
estâncias aduaneiras.
ARTIGO 4.0
Lei n. º 20/ 14 (Certidões de relaxe)
de 22 de Outubro
As ce1tidões de relaxe emitidas até à data da entrada em
A efectividade de qualquer sistema tributário depende da
vigor do Código das Execuções Fiscais são equiparadas a
garantia cio cumprimento das suas no1mas, designadamente
ce1tidões de dívida tributária para efeitos do processo de
das que impõem aos contribuintes a obrigação de pagamento
execução fiscal.
pontual dos impostos criados nos te1mos da lei.
Tais no1mas devem, assim, ser susceptíveis de aplicação ARTIGO 5.0
(Autoridade Tributária Única)
coerciva, quando os contribuintes se recusem a satisfazer
voluntariamente os seus deveres fiscais. Com a criação de uma entidade administrativa única,
Essa coercibilidade implica, no entanto e em primeira responsável pelas receitas tributárias, no âmbito do processo
linha, a cri.ação e funcionamento de tun sistema de execuções de reestruturação e modernização da Administração Tributária,
fiscais justo, célere e eficiente. tal como previsto na alínea a) do n.º 3 do aitigo 3.0 do Decreto
O sistema actual de cobrança coerciva das dívidas tributárias Presidencial n.º 155/1O, de 28 de Julho, as referências à Direcção
consta do Regime Simplificado de Execuções Fiscais, aprovado Nacional dos Impostos, ao Se1viço Nacional das Alfândegas
pelo Decreto Legislativo Presidencial n.º 2111 , de 9 de Junho. e às Repaitições Fiscais, passam a ser entendidas como efec-
O Regime S implificaclo das Execuções Fiscais, instaurado tuadas, respectivamente, para a nova entidade administrativa.
para suprir a inoperância obse1vada no campo das execuções
ARTIGO 6.0
fiscais, assumiu desde sempre uma natureza provisória e (Disposição transitória)
abreviada, sendo uma fo1ma de, mun cmto prazo, garantir
1. O Código das Execuções Fiscais é aplicável aos processos
a efectiva aplicação e cumprimento das n01mas tributárias e
instaurados à data da sua entrada em vigor.
das obrigações dos contribuintes.
Posto que qualquer sistema fiscal deve estar dotado de um 2. A partir da publicação da presente Lei, vigora um regime
sistema de execuções fiscal robusto, coerente, abrangente e excepcional de regularização de dívidas fiscais, o qual se
eficaz, toma-se necessá1ia a substituição do Regime Simplificado rege pelas disposições dos a1tigos seguintes da presente Lei.
de Execuções Fiscais por um Regime de Execuções Fiscais ARTIGO 7. 0
mais completo e maturado. (Objecto da regularização excepcional de dívidas fiscais)

A Assembleia Nacional aprova, por mandato do Povo, nos 1. Os contribuintes com dívidas de Imposto Industrial,
tennos das disposições combinadas da alínea b) do artigo 161.º, Imposto sobre os Rendimentos do Traball1o, Imposto de Selo,
da alínea o) do n.º 1 do a1tigo 165.º e da alínea d) do n.º 2 do Imposto sobreAplicação de Capitais e Imposto Predial Urbano,
aitigo 166. º, todos da Constituição da República de Angola, cujos factos tributários se tenham verificado em períodos de
a seguinte: tributação até 31 de Dezembro de 2012 gozam de perdão
4630 DIÁRIO DA REPÚBLICA

dos impostos devidos e dos respectivos acréscimos legais, nomeadamente procedimento de inspecção, qual-
designadamente juros, multas e custas processuais. quer outro procedimento para apuramento da
2. Sempre que o beneficiário do perdão referido no n.º 1 seja situação tributária do contribuinte, procedimento
credor do Estado, incluindo por dívidas extrafiscais devidamente de liquidação adicional previsto no aitigo 36.º do
reconhecidas pela Unidade de Gestão da Dívida Pública, o Código GeralT1ibutá1io, processo por transgressão
perdão opera através de compensação. fiscal e ou processo de execução fiscal que ainda
3. O regime referido no n.º 1 não se aplica: não tenha atingido a fase judicial de tramitação.
a) Às dívidas aduaneiras, incluindo os impostos asso- b) Os órgãos de polícia criminal e os tribtmais que já
ciados à tributação aduaneira; tenham iniciado contra o contribuinte qualquer
b) Às empresas públicas e empresas privadas cujo processo penal.
capital seja maioritariamente público;
ARTIGO 10.0
e) Às empresas sujeitas aos regimes especiais de tribu- (Carácter excepcional e temporário)
tação das actividades petrolífera e mineira; 1. O regime excepcional de regularização tributária pre-
d) Às empresas cujo objecto social ou áreas de negócio visto na presente Lei tem carácter temporário e excepcional,
incluam actividades de tratamento, a1mazenagem, limitando-se apenas aos exercícios económicos até 31 de
exp01tação, transpo1te, refinação, transfo1mação, Dezembro de 2012, confo1meplasmadonon.º 1doa1tigo7.º
distribuição ou venda de petróleo, combustíveis, 2. Relativamente ao exercício fiscal de 2013, os contri-
betumes ou qualquer outro tipo de derivados buintes abrangidos pelo disposto no n.º 1 do aitigo 7.º, ficam
petrolíferos; sujeitos às nonnas gerais de tributação, nomeadamente no
e) Às contribuições para a segurança social; que diz respeito ao cumprimento da obrigação principal e
j) A quaisquer outros impostos não previstos no n.º 1 das obrigações acessórias.
do presente a1tigo. ARTIGO 11.º
4. Excluem-se, igualmente, do âmbito de aplicação do (Prazos)
regime previsto no n.º 1 deste a1tigo as decisões judiciais Os prazos referidos nos a1tigos anteriores são inlpr01Togáveis.
proferidas em matéria tributária, que, à data da sua entrada
ARTIGO 12.º
em vigor já tenham transitado em julgado. (Direito anterior)
ARTIGO 8. 0 O regime excepcional de regularização de dívidas fiscais não
(Condições para beneficiar do regime)
afecta o regime geral consagrado no Código Geral Tributário
A aplicação do regime previsto no a1tigo anterior não fica actualmente em vigor, nem em qualquer dos demais Códigos
condicionada ao cumprimento, por pa1te dos contribuintes, Tributários que criaram os impostos em relação os quais
beneficiários, dos seguintes requisitos: se prevê o perdão total estabelecido nos aitigos anteriores,
a) Cadastramento do contribuinte e prestação de infor- designadamente o Código de Imposto Industrial, o Código
mação completa que pennita actualizar as bases de Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho, o Código do
de dados fiscais nos termos que venham a ser Imposto de Selo, o Código do Imposto sobre Aplicação de
solicitados pela Administração Fiscal; Capitais e o Código do Imposto Predial Urbano.
b) Prestação à Administração Fiscal de todas as infor- ARTIGO 13.º
mações relevantes para verificação e controlo da (Sala do Contencioso Físcal e Aduaneiro)
situação tributária do contribuinte; 1. As competências do Tribtmal com Jurisdição Fiscal e
e) Apresentação do comprovativo do pagamento dos
Aduaneira, no que respeita a aplicação do Código das Execuções
impostos devidos a pa1tir de 1 de Janeiro de 2013 e, Fiscais, são exercidas pela Sala do Contencioso Fiscal e
no caso de empresas sujeitas a Imposto Industrial,
Aduaneiro dos Tribunais Provinciais e pela Câmara do Cível,
acrescido da entrega da declaração e pagamento
Administrativo, Fiscal e Aduaneiro do Tribunal Supremo.
do Imposto Industrial devido em 2014, referente
2. Na falta da Sala do Contencioso Fiscal e Aduaneiro dos
ao exercício fiscal de 2013.
Tribunais Provinciais, ajurisdição fiscal e aduaneira é exercida
ARTIGO 9. 0
(Efeitos) pela Sala do Cível e Administrativo dos Tribunais Provinciais.
3. Para efeitos dos números anteriores, os processos
1. O previsto no n.º 1 do aitigo 7.º dá lugar ao perdão dos
impostos devidos, incluindo os juros demora e compensatórios, tributários pendentes noutros tribunais devem ser remetidos
custas administrativas e multas. para a Sala do Contencioso Fiscal e Aduaneiro, excepto se já
2. Os efeitos previstos no n.º 1 aplicam-se mesmo que à tiver sido iniciada a instrnção.
data da entrada em vigor desta Lei: 4. Para efeitos da aplicação das disposições do presente
a) AAchninistração Fiscal que já tenha iniciado contra Código, aAlçada do Tribunal com Jurisdição Fiscal eAduaneira
o contribuinte qualquer procedimento tributário, é igual a Alçada dos Tribtmais Provinciais.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4631

ARTIGO 14.0 2. São ainda cobrados mediante processo de execução fiscal:


(Revogação)
a) Os juros e outros encargos legais das dívidas refe-
Com a entrada em vigor do Código que é paite inte- ridas no n(unero anterior;
grante da presente Lei, é revogado o Regime Simplificado b) As custas devidas e as multas aplicadas no processo
de Execuções Fiscais aprovado pelo Decreto Legislativo tlibutário pelo Tribunal.
Presidencial n.º 2/11, de 9 de Junho. 3. A cobrança coerciva dos direitos e demais imposições
ARTIGO 15.0 aduaneiras, multas e outJ·as quantias devidas no âmbito das
(Dúvidas e omissões)
relações n·ibutárias aduaneiras vêm previstas e reguladas
As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e apli- no Código Aduaneiro, sendo subsidiariamente aplicável o
cação da presente Lei são resolvidas pela Assembleia Nacional. presente Código.
ARTIGO 16.º 4. Na cobrança coerciva das dívidas referidas no número
(Entrada em vigor) anterior, as competências conferidas no presente Código à
1. A presente Lei entra em vigor no dia seguinte ao da Direcção Nacional de Impostos ou às Repa1tições Fiscais são
sua publicação. exercidas, confo1me o que for aplicável, pelo Serviço Nacional
2. O Código das Execuções Fiscais entra em vigor no das Alfândegas ou pelos Se1viços Regionais das Alfândegas.
dia 1 de Janeiro de 2015. 5. Na execução fiscal não pode ser discutida a legalidade
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, da dívida exequenda, nem declarada a falência ou insolvência
do executado, salvo nos casos expressamente previstos no
aos 26 de Junho de 2014.
presente Código.
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da
ARTIGO 4.0
Piedade Dias dos Scmtos.
(Direito subsidiário)
Promulgada em 8 de Outubro de 2014.
1. São aplicáveis ao processo de execução fiscal as nonnas
Publique-se. do Código de Processo Tributário que não colidam com o
O Presidente da República, JosÉ EDUARDO oos SANTOS. disposto no presente Código.
2. Em caso de subsistência de lacuna que não possa ser
CÓDIGO DAS EXECUÇÕES FISCAIS preenchida pelo disposto no número anterior, são subsidiária
e sucessivamente aplicáveis:
TÍTULO I a) O Código Geral Tributário;
Princípios do Processo de Execução b) O Regulamento do Processo Contencioso
Administrativo;
CAPÍTULO! e) O Código de Processo Civil e legislação complementar.
Disposições Gerais
CAPÍTULO II
ARTIGO 1. 0
(Objecto)
Partes

1. O presente Código regula o processo de execução fiscal. SECÇÃO I


Partes e Sua Legitimidade
2. O processo de execução fiscal visa a cobrança coerciva,
ARTIGO 5. 0
com base em um título executivo pelo qual se dete1mina o
(Partes e sua legitimidade)
direito do exequente, de uma quantia ceita, líquida e exigível
1. Para efeitos do presente Código, são pa1tes no processo
decotTente de obrigações tributárias.
de execução fiscal todas as entidades a quem a lei confira
ARTIGO 2. 0
personalidade tlibutária.
(Natw·eza)
2. Nos te1mos do número anterior, têm em especial legi-
O processo de execução fiscal tem natureza judicial, sem timidade no processo de execução fiscal :
prejuízo da competência do Chefe da Repa1tição Fiscal ou de a) O órgão administrativo de execução fiscal que
outras entidades que a lei designar para, no referido processo, promove o processo, relativamente aos actos aí
praticar, sob controlo do juiz, actos mate1ialmente administrativos. processados;
ARTIGO 3. 0 b) O exequente, relativamente aos actos processados
(Âmbito)
no Tribunal;
1. Para efeitos do a1tigo ante1ior, o processo de execução e) O devedor, o cônjuge ou o companheiro de união
fiscal abrange: de facto cio devedor, o responsável solidário ou
a) A cobrança coerciva das dívidas tributárias; subsidiário, o sucessor, o garante e os seus suces-
b) A cobrança coerciva das multas aplicadas em pro- sores, clenn·o do limite da garantia prestada para
cesso de transgressão fiscal. o pagamento da dívida exequenda;
4632 DIÁRIO DA REPÚBLICA

d) Os terceiros a qualquer título prejudicados pelas 2. A direcção e gestão do processo ele execução fiscal
diligências do processo; implicam o direito da escolha e a realização de todas as dili-
e) O Ministério Público em representação dos interesses gências necessárias à satisfação dos direitos do exequente que
que legalmente lhe estejam confiados. não estiverem legalmente rese1vadas ao Tribunal, tais como:
3. Têm ainda legitimidade: a) A instamação do processo de execução fiscal, com
a) Os titulares de direito real de garantia sobre os bens base no título executivo;
penhorados, nas acções subordinadas de verifica- b) A autorização do pagamento a prestações, nos casos
ção e graduação de créditos; previstos no presente Código;
b) O adquirente dos bens vendidos, nas acções subor- e) A decisão sobre os embargos, quando deduzidos
dinadas de anulação da vencia. por requerimento;
4. Em processo de execução fiscal é proibida a coligação
d) A penhora, quando não deva ser ordenada pelo
de exequentes.
Tribunal;
ARTIGO 6.0
e) A aplicação dos valores penhorados ou do produto
(Obrigatoriedade da constituição de mandatário)
da venda dos bens penhorados no pagamento ela
1. É ob1igató1ia em processo de execução fiscal a constituição
dívida exequenda e acréscimos legais;
de advogado, nas causas, abaixo indicadas, quando o valor
j) A decisão de proceder à efectiva entrega dos bens
atendível para efeitos de custas, ultrapasse metade ela alçada
penhorados ao depositário e, dos vendidos, ao
cio Tribtmal Competente com Jmisdição Fiscal e Aduaneira:
adquirente, ainda que, em qualquer dos casos,
a) Oposição por embargos de executado;
b) Oposição à penhora; seja necessário requisitar a força policial pública
e) Impugnação de crédito reclamado em acção subor- e proceder a a1rnmbamento de p01tas e substitui-
dinada de verificação e graduação de créditos. ção de fechaduras;
2. É sempre obrigatória a constituição de advogado, g) A liquidação dos juros de mora vencidos no período
independentemente do valor, nas causas seguintes: do processo;
a) Na acção subordinada ele anulação ele vencia; h) A elaboração da conta de custas relativas aos actos
b) Nos recursos ordinários e extraordinários. praticados pelo órgão administrativo de execu-
3. No processo de execução fiscal o exequente pode ser ção fiscal;
representado junto do Tribtmal: i) A declaração da extinção do processo de execução
a) Por Licenciado em Direito que seja funcionário fiscal;
ou agente administrativo ela entidade exequente; j) As citações, notificações e publicações obrigatórias.
b) Por advogado constituído; 3. O órgão administrativo de execução fiscal actua ainda
e) Pelo Ministério Público, quando a representação como órgão auxiliar do Tribunal relativamente à execução
não for incompatível com a posição assumida das suas decisões.
por este no processo. 4. As decisões do órgão administrativo de execução fiscal
ARTIGO 7. 0 no exercício dos poderes de direcção e gestão do processo ele
(Regime de assistência judiciária)
execução fiscal são insusceptíveis de reclamação administrativa
O executado ou outro interveniente processual que não ou recurso hierárquico.
disponha ele recmsos económicos para a constituição de advo- 5. Os conflitos positivos ou negativos de competência entre
gado pode requerer a nomeação oficiosa ele advogado e pedir as repa1tições fiscais ou se1viços tributários equivalentes são
dispensa de pagamento das custas judiciais, nos tennos da lei. resolvidos pelo responsável máximo cio Órgão de Escalão
ARTIGO 8. 0 Supe1ior da Administração Tributária.
(Capacidade do cabeça-de-casal) 6. Os conflitos positivos ou negativos ele competência
No processo de execução fiscal, o cabeça-de-casal dispõe entre as Repartições Fiscais e as estâncias aduaneiras ou outras
de capacidade para praticar todos os actos relativos à sucessão, entidades com setviços de cobrança próprios são resolvidos
independentemente de habilitação de herdeiros. pelo responsável máximo do Órgão de Escalão Superior da
SECÇÃO II Administração Tributária.
Competência
ARTIGO 10.º
SUBSECÇÃO I (Competência material do Tribunal)
Competência Material 1. Cabe ao Tribunal, além da realização das diligências
ARTIGO 9.0 que lhe estiverem legalmente reseivadas, o conhecimento
(Competência material do órgão administrativo de execução fiscal) da legalidade da realização das diligências efectuadas pelo
1. A direcção e gestão do processo de execução fiscal órgão administrativo de execução fiscal e decidir as acções
cabe ao órgão administrativo de execução fiscal teffitorial- declarativas autónomas funcionalmente subordinadas ao
mente competente. processo ele execução fiscal.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4633

2. No exercício dos poderes referidos no número anterior, 2. Quando o executado não estiver habilllalmente domiciliado
deve o Tribunal decidir designadamente sobre: ou estabelecido no teffitório nacional, é teffitorialmente com-
a) A oposição à execução fiscal, quando deduzida por petente para a direcção e gestão do processo de execução fiscal :
embargos do executado, incluindo quando recaia a) A Repattição Fiscal onde se situem os bens penho-
sobre os pressupostos da responsabilidade soli- ráveis de maior valor; ou
dária ou subsidiária; b) A Repattição Fiscal do domicílio do representante
b) A oposição à penhora; fiscal quando exista; ou
e) A penhora, nos casos em que legalmente seja e) A l.ª Repa1tição Fiscal de Luanda, no caso de impos-
competente; sibilidade de detenninação dos bens penhoráveis
d) As reclamações dos actos praticados pelo órgão de maior va lor e de inexistência de representante
administrativo de execução fiscal, no exercício fiscal.
dos seus poderes legais de direcção e gestão do 3. Compete ao responsável máximo do órgão de escalão
processo; superior de que a administração tributária dependa, dete1mi-
e) As acções subordinadas de verificação e graduação nar, em função dos recursos disponíveis e das necessidades
de créditos; identificadas, a organização das repa1tições fiscais para a
j) As acções subordinadas de anulação da venda; prática de actos materiais de penhora, bem como a possível
g) As reclamações da conta de custas. criação de órgãos centrais de cobrança coerciva que abarquem
a jurisdição de uma ou várias repattições fiscais.
3. Os conflitos positivos ou negativos de competência entre
ARTIGO 13.º
os tribunais ou entre os tribunais e repartições fiscais ou outros
(Apensação dos processos)
órgãos da execução fiscal, incluindo estâncias aduaneiras,
1. Podem ser apensadas as execuções por dívidas admi-
são resolvidos pela Câmara do Cível e Administrativo Fiscal
nistradas pela mesma entidade, sempre que se encontrarem
e Aduaneira do Tribunal Supremo, mediante solicitação do
em curso no mesmo órgão administrativo de execução fiscal,
Ministério Público, da Administrnção Tributá1ia ou de qualquer
na mesma fase e contra o mesmo executado, salvo quando
outro interveniente processual.
a apensação prejudique o andamento de qualquer dessas
ARTIGO 11.°
execuções ou o cumprimento de fo1ma lidades especiais.
(Competência do Ministério Público)
2. Para efeitos do número anterior, consideram-se fases
1. Compete ao Ministério Público no processo de exe-
do processo de execução fiscal, as seguintes:
cução fiscal :
a) A citação;
a) Defender a legalidade e promover a realização do
b) A penhora;
interesse público;
e) A convocação dos credores para efeitos da verifica-
b) Representar o exequente nos casos em que tiver
ção e graduação de créditos;
sido designado, nos te1mos do presente Código;
d) A venda.
e) Representar oficiosamente, nos tennos da lei, os 3. A apensação é feita à primeira execução instatn·ada e pode
ausentes, ince1tos ou incapazes; apenas cessar quando, em momento posterior à apensação, se
d) Defender outros interesses que a lei detenninar. venha a reconhecer que esta prejudica o andamento de qualquer
2. Para efeitos da alínea a) do número anterior, o Ministério das execuções ou o cumprimento das fo1ma lidades especiais.
Público pode ser ouvido pelo Tribunal antes das decisões 4. As execuções nas circunstâncias referidas no n.º 1 que
deste que integrem o exercício das suas competências mate- coffam em diferentes ó1g ãos administrativos de execução fiscal
riais referidas no a1tigo anterior, salvo quando representar o da área da mesma província, podem ser apensadas mediante
exequente ou executado. autorização fundamentada do responsável máx imo do órgão de
SUBSECÇÃO II escalão superior de que a Administração Tributária dependa.
Competência Tenitorial
5. Para efeitos do número anterior, deve o órgão adminis-
AKD GO 12.º trativo de execução fiscal onde cotrn o processo mais recente
(Competência territorial do órgão administrativo de execução)
extrair e conservar fotocópias de todas as suas peças.
1. É competente para a direcção e gestão do processo de ARTIGO 14.º
execução fiscal o órgão administrativo, onde tiver coffido: (Competência territorial do Tribunal)
a) O procedimento tributário de que resulte a dívida O exercício das competências referidas no a1tigo 10.º do
exequenda; presente Código cabe ao Tribtmal Competente com Jurisdição
b) O processo de transgressão fiscal em que a multa Fiscal e Aduaneira da área da Repa1tição Fiscal a quem couber
foi aplicada. a direcção e gestão do processo.
4634 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 15.0 ARTIGO 19.º


(Regime da incompetência territorial) (Actos que não põem termo ao processo)
O processo ele execução fiscal é sempre remetido oficio- 1. Os actos de mero expediente devem ser praticados no
samente para o órgão administrativo ele execução fiscal ou prazo de 5 (cinco) dias.
Tribunal competente no prazo de 48 (quarenta e oito) horas 2. Os actos que não forem de mero expediente e não
após a declaração administrativa ou judicial de incompetên- puserem tenno ao processo devem ser praticados no prazo
cia tell'itoria l. de 15 (quinze) dias, salvo se o processo for mgente, em que
o prazo é de 1O(dez) dias.
CAPÍTULO III
3. O prazo refeiido no número anterior abrange nomeadame11te:
Actos Processuais
a) Os vistos dos juízes, nos casos previstos na lei;
SECÇÃOl b) As promoções do Ministério Público;
Prazos
e) O exercício do direito dos interessados requerer ou
AKDGO 16.º praticar quaisquer actos, promover diligências,
(Prazos de conclusão do processo de execução fiscal)
responder aos assuntos sobre os quais se devam
1. O órgão administrativo ele execução fiscal conclui o pronunciar;
processo de execução fiscal, no prazo ele um ano após a sua d) O ctunp1imento das cartas precatórias emitidas pelo
instatn·ação, salvo em circunstâncias de manifesta impossibilidade. Tribunal;
2. Os incidentes, acções subordinadas e reclamações são e) O cumprimento elas ca1tas rogatórias.
concluídos no prazo ele 90 (noventa) dias após a sua apresen- 4. O juiz pode fixar prazo diferente, entre8 (oito) e30 (trinta)
tação ou dedução confotme o caso. dias, para o exercício dos direitos e obrigações previstos nas
3. Os recursos ordinários e extraordinários são concluídos alíneas c) e d) do número anterior.
no prazo ele 90 (noventa) dias após a apresentação do respec- ARTIGO 20.º
tivo requerimento. (Actos que põem termo ao processo)

4. A inobservância dos prazos previstos nos números ante- Os actos do Tribunal que ponham teimo ao processo
riores do presente a1tigo não implica a caducidade do processo. devem ser praticados no prazo de 15 (quinze) dias, salvo se o
5. O disposto no n.º 1 do presente a1tigo não prejudica processo for mgente, em que o prazo deve ser de 1O(dez) dias.
que o responsável máximo do órgão de escalão superior de SECÇÃO li
Expediente dos Processos
que a Administração Tributária dependa, dete1mine critérios
gerais e abstractos de prioridade dos processos, em ftmção do ARTIGO 21.º
(Tramitação electrónica)
valorou de outros elementos justificados, a serem obse1vados
pelas repattições fiscais ou se1viços tributários equivalentes. 1. O processo de execução fiscal segue a fo1ma esc1ita, nos
te1mos do Código de Processo Civil, podendo ser tramitados
AKDGO 17.º
(Contagem dos prazos) electronicamente os actos que vierem a ser definidos em lei.
2. O disposto no número anterior é aplicável, com as
1. Os prazos para a prática de actos pelos ó1gãos adminis-
trativos de execução fiscal contam-se nos te1mos do aitigo devidas adaptações, à emissão de títulos executivos.
279.º do Código Civil. ARTIGO 22.º
(Recibos das peças do processo)
2. Os prazos para a prática de actos pelo Tribunal contam-se
nos tennos dos a1tigos 144.0 a 148.ºdo Código de Processo Civil. 1. São passados obrigatoriamente recibos, aos quais devem
3. Podem ser praticados actos urgentes aos sábados, ser postos o respectivo carimbo de entrada, com menção da
domingos e feriados , quando se destinem a impedir prejuízo data de apresentação e dos doctunentos que os acompanhe,
iffeparável do exequente ou executado. de todas as peças entregues pelo executado ou outros inter-
venientes processuais no órgão achninistrativo de execução
ARTIGO 18.º
(Regime especial das diligências e actos urgentes fiscal ou no Tribunal.
a praticar pelo Tribunal) 2. No caso de os elementos referidos no número anterior
1. Os prazos dos processos urgentes coffem sempre serem enviados por coll'eio, considera-se para os efeitos
continuadamente, tendo os actos desses processos prioridade aí previstos, que a sua remessa foi efectuada na data do
perante os demais actos do Tribunal. registo postal.
2. São considerados urgentes: ARTIGO 23.º
a) A penhora; (Identificação e arquivo dos processos de execução fiscal)
b) A oposição à penhora; 1. Findos os processos de execução fiscal, são estes arqui-
e) A reclamação dos actos do processo de execução vados no órgão administrativo de execução fiscal onde foram
fiscal com fundamento em causa de suspensão instaurados, aguardando, no entanto, do Tribunal o traslado
prevista no presente Código. dos actos processuais aí praticados.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4635

2. As regras de identificação e arquivo dos processos 3. Têm interesse legítimo em aceder aos processos de
de execução fiscal e dos respectivos traslados são definidas execução fiscal pendentes, incluindo ao registo infotmático
pelo Depa1tamento Ministerial de que a Administração a que se refere o a1tigo anterior:
Tributária depende. a) O exequente e o executado;
ARTIGO 24.º b) As entidades públicas com as quais a Administração
(Modelo de impressos e outros formulários processuais)
Tributária deva legalmente colaborar;
Os modelos de impressos e outros fo1mulários a utilizar no e) Os advogados, os solicitadores ou quem exerça com-
processo de execução fiscal são definidos pelo Depa1tamento
petências próprias de outras profissões ou activi-
Ministerial de que a Administração Tributária depende.
dades legalmente regulamentadas, relativamente
ARTIGO 25.0
(Actos do órgão adnúnistrntivo de execução fiscal
às dívidas fiscais dos clientes e de terceiros com
e da Secretaria do Tribw1al) os quais estes estabeleçam relações económicas
1. As peças que integram o processo e documentação devidamente comprovadas;
que as acompanha são apresentadas, confo1me os casos, no d) Outras entidades detentoras de título executivo con-
órgão administrativo de execução fiscal e na Secretaria do tra o executado que fundamentadamente o juiz
Tribunal competente. do Tribunal competente com Jurisdição Fiscal
2. As peças e demais documentação do processo são e Aduaneira da área do órgão achninistrativo de
autuadas embricadas pelo funcionário do órgão administrativo execução fiscal onde cotTa o processo autorize.
de execução fiscal ou pelo escrivão da Secretaria que for 4. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, em
responsável pelo processo ou que as receber, respectivamente.
caso algum os processos de execução fiscal são confiados ou
3. A distribuição do processo de execução fiscal, quando
continuados com vista aos executados ou a quem os represente.
suba ao Tribunal, é regulada nos te1mos do Regulamento do
SECÇÃO IV
Processo Contencioso Administrativo, com as devidas adaptações.
Citação, Notificação e Publicação
SECÇÃO III
Acesso aos Processos ARTIGO 28. 0
(Funções da citação, notificação e publicação)
ARTIGO 26.º
(Registo informático das execuções fiscais) 1. A citação é o acto pelo qual se chamam ao processo nos
casos previstos no presente Código:
1. É organizado um registo info1mático nacional das exe-
cuções fiscais no qual devem constar o número do processo a) Os devedores originários, cônjuges e companheiros
de execução fiscal, a identidade do executado, a natureza e de tmião de facto;
o montante da dívida exequenda, a data da instauração e os b) Os responsáveis solidários e subsidiários;
actos processuais praticados. e) Outros garantes do pagamento da dívida exequenda;
2. Paralelamente ao registo a que se refere o número d) Os sucessores das entidades referidas nas alíneas
anterior, há um outro dos processos declarados em falhas por anteriores, até aos limites das forças da herança;
inexistência de bens penhoráveis do devedor, responsáveis e) Os titulares de garantia real sobre os bens penhorados
solidários e subsidiários, garantes pessoais e seus sucessores, na execução fiscal;
ao qual se aplicam as regras de acesso a que se refere o n.º 3
j) Os devedores dos créditos penhorados na execução
do a1tigo 27.º do presente Código.
fiscal.
3. O registo referido nos números anteriores obedece às
2. A falta de citação de um dos responsáveis solidários
nonnas aplicáveis sobre protecção de dados pessoais e pode
não impede a citação dos restantes.
ser organizado gradualmente.
3. A notificação é o acto pelo qual se chama ao processo,
4. O executado tem o direito de requerer à Administração
Tributária a con-ecção dos e1rns do registo info1mático das qualquer entidade não referida no número anterior ou, pos-
execuções fiscais que lhe respeitem. terio1mente à citação, se dá a conhecer um facto a qualquer
dos intervenientes processuais.
ARTIGO 27.º
(Acesso aos elementos do processo) 4. A notificação ou citação edital é o acto pelo qual se
1. O acesso aos processos de execução fiscal pendentes ou chamam ao processo as entidades referi das no n. º 1 do presente
arquivados só é pennitido a quem demonstrar interesse leg ítimo. a1tigo, desconhecidas ou de domicílio desconhecido ou se
2. O acesso aos processos referido no número ante- ammciam a venda dos bens e o concurso de credores.
rior compreende: ARTIGO 29.º
a) O exame dos processos no órgão administrativo de (Elementos da citação, notificação e publicação)

execução fiscal e no Tribunal; 1. A citação é obrigatoriamente acompanhada de duplicado


b) A extracção de ce1tidões; do requerimento inicial, se o houver, de síntese ou de cópia
e) A consulta do registo infonnático das execuções fiscais. leg ível do título executivo em que se baseia a execução fiscal.
4636 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. A notificação compreende cópias do despacho que a 5. Não há lugar ao envio de oficio, nos casos em que o
ordene e ela peça ou peças do processo, necessárias à com- ó1gão administrativo de execução fiscal a oficiar se localize na
preensão do seu conteúdo pelo destinatário. província do ó1gão administrativo de execução fiscal oficiante.
3. Sem prejuízo cios restantes elementos que dela elevam 6. No caso referido no níunero anterior é o órgão admi-
obrigatoriamente constar nos te1mos do presente Código, a nistrativo de execução fiscal competente para a execução que
publicação deve conter obrigatoriamente a sua finalidade, deve efectuar a diligência.
a identificação do executado, a identificação cio número ou ARTIGO 32.º
números do processo de execução fiscal a que a publicação (Solicitação de diligência pelo Tribunal)

respeita, o ano ela instauração, o montante e natureza ela dívida São solicitadas por caita precatória, a emitir pelo Tribunal,
exequenda e os direitos que os interessados podem exercer as diligências seguintes:
no processo. a) Penhora nos casos em que seja competente;
4. As publicações facultativas ou obrigatórias são efec- b) Actos e termos do processo subsequentes à penhora.
tuaclas em, pelo menos, umjomal diário de âmbito nacional, 2. A carta precató1ia deve conter a indicação da proveniência
no «sítio» do Departamento Ministerial responsável pelas e montante da dívida, a data em que se começaram a vencer
Finanças Públicas na internet, através ele éditos afixados jtu·os de mora e a impo1tância das custas cobradas até à data
pelo órgão administrativo ela execução fiscal e na po1ta do da sua expedição.
domicílio, ou sendo desconhecido esse domicílio, cio último 3. Em caso de manifesta mgência e sem prejuízo ela sua
domicílio conhecido cio executado. posterior confinnação pelo coffeio normal, a caita precatória,
5. As despesas com as publicações obrigatórias entram pode ser enviada por coffeio electrónico ou fax, devendo, no
em regra de custas, nos tennos gerais. entanto, o Tribunal cleprecante e o Tribunal cleprecaclo guardar
SECÇÃO V
a doctunentação em papel relativa à sua emissão e recepção.
Outras Diligências 4 . A ca1ta precatória é cumprida e devolvida ao Tribunal
deprecante após a contagem elas custas e outros enca1gos a
ARTIGO 30. 0
(Solicitação normal de diligências) que houver lugar.

No processo de execução fiscal, as diligências solicitadas ARTIGO 33.º


(Carta rogatória)
aos órgãos administrativos de execução fiscal, às auto1idades
1. O cumprimento ela caita rogatória depende da indicação
administrativas e aos tribtmais são comunicadas por oficio ou
nesta ou em documento anexo da natureza da dívida, do tempo
outros meios simplificados, incluindo o coITeio electrónico
a que respeita e cio facto que a originou.
e o fax, nos te1mos da legislação processual civil aplicável.
2. Quando se suscitem dúvidas sobre o ctnnprimento da ca1ta
ARTIGO 31.º
rogatória, o órgão achninistrativo de execução fiscal procede
(Solicitação de diligência s por oficio)
à consulta, nos te1mos ela lei e do Depaitamento Ministerial
1. São solicitadas por oficio, a emitir pelo órgão adminis-
de que a Administração Tributária depende.
trativo de execução fiscal, as diligências seguintes:
a) Citação; CAPÍTULO IV
b) Penhora, que não seja ele direitos de crédito, consi- Títulos Executivos
derando-se como tais o dinheiro e outros valores ARTIGO 34.º
depositados nas instituições de crédito; (Certeza, liquidez e exigfüilidade da dívida)

e) Cada um dos actos e te1mos do processo subsequen- 1. O processo de execução fiscal tem por fim, de acordo
tes à penhora. com o título executivo que lhe se1ve ele base, a cobrança ele
2. O oficio deve conter a indicação da proveniência e montante uma quantia ceita, líquida e exigível.
da dívida, a data em que se começaram a vencer juros de mora 2. Para efeitos de cobrança coerciva têm força de título
e a impo1tância das custas cobradas no órgão administrativo executivo e valem como sentença transitada em julgado as
de execução fiscal oficiante até à data da expedição. ce1tidões de dívidas tributárias.
3. Em caso de manifesta urgência e sem prejuízo da sua ARTIGO 35.º
(Títulos executivos que servem de base à execução)
posterior confirmação pelo correio normal, o oficio pode
ser enviado por coffeio electrónico ou fax, devendo, no 1. Só podem se1vir ele base à execução fiscal os seguintes
entanto, o órgão administrativo de execução fiscal oficiante títulos executivos:
e o órgão administrativo de execução fiscal oficiado guardar a) Ce1tidões de dívidas tributárias;
a docmnentação em papel relativa à sua emissão e recepção. b) Ce1tidões de decisões exequíveis de aplicação de
4. O oficio é cumprido e devolvido ao órgão administrntivo multas em processo de transgressão fiscal;
de execução fiscal oficiante após a contagem das custas e e) Quaisquer outros títulos a que lei especial atribua
outros enca1gos a que houver lugar. força executiva.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4637

2. Os títulos executivos a que se refere o número anterior 2. São insupríveis as insuficiências do título executivo
devem ser sempre assinados e conter a menção da entidade resultantes da falta dos requisitos seguintes:
emissora, da data da emissão, do nome e domicílio ou resi- a) Assinatura da entidade emissora;
dência dos devedores e da natureza e proveniência da dívida, b) Indicação por extenso do montante da dívida e
bem como a indicação por extenso cio seu montante e da data acréscimos legais;
a pa1tir da qual são devidos juros de mora e da imp01tância e) Indicação ela data a pa1tir da qual são devidos jw·os
sobre que incidem. de mora e do montante sobre que incidem;
ARTIGO 36.º d) Identificação cio devedor e dos responsáveis solidá-
(Certidões de dívidas tributárias)
rios demandados conjuntamente com o devedor;
1. O órgão administrativo de execução fiscal procede à e) Indicação da natureza e proveniência da dívida.
extracção ela ce1tidão ele dívida tributária, no teimo do prazo
CAPÍTIJLOV
cio pagamento voluntário ela prestação ttibutária auto liquidada
Nulidades
ou oficiosamente liquidada pela Aclministt·ação Tributária,
com base nos elementos ao seu dispor. ARTIGO 38.º
(Nulidades)
2. Constitui pagamento voluntário ele dívidas ele impostos
1. São nulidades insanáveis, sem prejuízo do aproveitamento
e demais prestações tt·ibutárias o efectuado dentt·o do prazo
dos te1mos subsequentes cio processo que delas absolutamente
estabelecido nas leis tributárias. não dependam:
3. A ce1tidão de dívida tt·ibutá1ia, além dos referidos no n.º a) A falta de citação, quando possa prejudicar os direitos
2 do a1tigo anterior, deve conter ainda, os elementos seguintes: do executado, cônjuge ou companheiro ela união
q) O número de contt·ibuinte do devedor e, no caso de facto, responsáveis solidá1ios ou subsidiários,
de dívidas ele responsabilidade comum do casal, garante e seus sucessores, bem como os titula-
cio seu cônjuge, bem como cios responsáveis res dos direitos reais de garantia sobre os bens
solidários, quando demandados conjuntamente penhorados e o devedor dos créditos do executado
com o devedor; objecto de penhora;
b) Quando o tributo incidir sobre prédios ou rendimen- b) A falta ele requisitos essenciais cio título executivo
tos de prédios, o número matt·icial do imóvel em que não possa ser suprida ou não tenha sido
causa quando seja conhecido; suprida no prazo fixado pelo órgão administt·ativo
e) A identificação do tt·ibuto em dívida e do ano a que ele execução fiscal ou pelo Tribunal;
e) A ineptidão ela petição nos incidentes e nas acções
respeita;
subordinadas de verificação e graduação de cré-
d) A identificação da autoliquiclação ou ela liquidação
ditos e anulação da venda.
oficiosa da dívida tt·ibutária cuja falta de paga-
2. As nulidades previstas no presente a1tigo são de conhe-
mento originou a dívida exequencla.
cimento oficioso pelo órgão administrativo ele execução fiscal
AKITGO 37.º ou pelo Tribunal e podem ser conhecidas ou arguidas respecti-
(Insuficiências do titulo executivo)
vamente até à extinção do processo ou ao trânsito em julgado
1. As insuficiências do titulo executivo podem ser supridas, do recurso ordinário ou extraordinário da decisão judicial.
mediante apresentação ele prova documental, em prazo a fixar
ARTIGO 39.º
pelo Tribunal, que o devolve para o devido ape1feiçoamento, (Falta de citação)
quando respeitem a falta dos requisitos seguintes: 1. Para os efeitos cio a1tigo anterior, considera-se haver
q) Menção ela entidade emissora; falta de citação quando:
b) Data da emissão; a) O acto tiver sido omitido;
e) Domicílio ou residência dos devedores; b) Tenha havido eJTo sobre a identidade do citado;
d) Número de contt·ibuinte do devedor, e no caso de e) Tenha sido indevidamente efectuada a citação edital;
dívidas de responsabilidade comum do casal, do d) Não tenha sido citada a pessoa designada por lei,
seu cônjuge ou companheiro ele união de facto, nos casos em que a citação devesse ter sido feita
bem como cios responsáveis solidários, quando em pessoa diversa do executado;
demandados conjuntamente com o devedor; e) Quando, nos casos em que a citação devesse ter sido
e) Identificação da autoliquidação ou da liquidação ofi- efectuada em pessoa diversa do executado, este
ciosa da dívida tt·ibutária, cuja falta de pagamento não tiver assinado a ce1tidão do acto e o acto não
originou a dívida exequenda. tiver sido testemunhado nos te1mos da lei.
4638 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. Se o executado, que não foi previamente citado, vier a a penhora de bens ele valor suficiente para o pagamento da
inte1vir no processo sem desde logo reclamar contra a falta dívida exequenda e acréscimos legais.
de citação é esta efectuada naquele momento. 4. O disposto no número anterior é aplicável nos mes-
3. Para efeitos da alínea a) do n.º 1 do presente artigo, a mos tennos ao prosseguimento da execução fiscal quando
falta de citação dos credores com garantia real apenas constitui o pagamento a prestações tiver sido requerido no prazo de
causa de nulidade quando arguida após o teimo cio prazo legal oposição à execução.
de reclamação de créditos. 5. A acção subordinada ele verificação e graduação dos
créditos apenas tem efeito suspensivo após a venda dos bens.
CAPÍTULO VI
Suspensão da Execução 6. Vale como reclamação no processo de falência a avocação
dos processos pelo administrador da massa falida ou insolvente
ARTIG040.º
(Causas de suspensão)
a que se refere a alínea f) do n.º 1 cio presente a1tigo.
1. A execução apenas se suspende em caso de: ARTIGO 41.º
(Cessação da suspensão)
a) Prestação de garantia idónea, em virtude de reclamação
1. A suspensão da execução cessa em caso de:
administrativa, impugnação judicial da liquidação
a) Trânsito em julgado da impugnação judicial da liqui-
ela dívida exequencla ou cio acto administrativo de
que essa liquidação dependa, impugnação judicial dação, cio acto administrativo ele que a liquidação
do acto administrativo declarando ou detenninando dependa ou do acto administrativo, declarando ou
o pagamento da dívida exequenda, oposição do determinando o pagamento da dívida exequenda e
executado; da decisão sobre a oposição ele executado;
b) Citação do cônjuge ou companheiro da união de facto b) Cessação ou insuficiência supervenientes da
do executado, após a penhora dos bens comuns do garantia prestada nos termos da alínea a) do
casal em execução por dívida não comunicável, n.º 1 do a1tigo 39.º do presente Código, sem que
para requerer a separação da meação ou a divisão o executado a tenha substituído ou reforçado;
dos bens comuns no prazo de 15 (quinze) dias, e) Teimo do prazo de 15 (quinze) dias para o cônjuge
sem prejuízo de a execução poder prosseguir em do executado ou o membro da união de facto
bens próprios do devedor; legalmente reconhecida requererem, respectiva-
e) Pedido de pagamento em prestações da dívida exe- mente, a separação e a divisão dos bens comuns;
quenda e acrescido quando legalmente auto1izado; d) Paragem do processo de separação ou divisão a que se
d) Acção subordinada de verificação e graduação de refere a alínea anterior durante mais ele 30 (trinta)
créditos; dias por inércia ou negligência do requerente;
e) Acção subordinada de anulação da venda; e) Partilha dos bens em processo de separação judicial
j) Falência ou insolvência do executado, devendo para de bens ou divisão da coisa comum;
o efeito o administrador da massa falida ou insol- fl Trânsito em julgado ela decisão sobre a oposição à
vente requerer ao responsável máximo do órgão de penhora total ou parcialmente desfavorável ao
escalão superior de que a Administração Tributá- executado;
ria dependa, no prazo de 1O(dez) dias após a sua g) Indeferimento cio pedido da concessão de prestações
designação, a avocação de todos os processos de ou incumprimento do dever de pagamento das
execução fiscal que se encontrem pendentes nos prestações por período superior a 3 (três) meses
órgãos administrativos de execução fiscal contra os consecutivos ou 6 (seis) meses altemados, quando
falidos ou insolventes cujas massas administrem;
o executado não proceda à regularização cio paga-
g) Pender acção judicial sobre a propriedade ou posse
mento em falta nos 15 (quinze) dias posteriores à
dos bens penhorados, sem prejuízo de a execução
sua notificação para o efeito pelo ó1gão adminis-
continuar noutros bens cio devedor.
trativo de execução fiscal competente;
2. Para efeitos da alínea a) do n.º 1 do presente a1tigo,
h) Trânsito em julgado ela acção subordinada de veri-
considera-se garantia idónea a garantia bancária a caução, o
ficação e graduação ele créditos;
segw·o-caução, a hipoteca, o penhor e a penhora na execução
fiscal de bens ele valor suficiente para assegurar o pagamento i) Trânsito em julgado da acção subordinada de anu-
ela dívida exequenda e acréscimos legais. lação da vencia;
3. A autorização cio pagamento a prestações requerida no j) Devolução dos processos de execução fiscal a efectuar
prazo de pagamento voluntário não prejudica a instauração e obrigatoriamente pelo Tribunal nos 15 (quinze)
prosseguimento do processo de execução fiscal até à realização dias po~teriores ao trânsito em julgado da decisão
da diligência, quando a garantia oferecida pelo devedor for da extinção cio processo de falência;
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4639

k) Trânsito em julgado ela acção judicial que tenha no prazo de 15 (quinze) dias após a notificação para o efeito
por objecto a propriedade ou a posse cios bens pelo chefe do ó1gão administrativo de execução fiscal, sob
penhorados; pena de prosseguimento da execução.
l) Trânsito em julgado da decisão sobre oposição por 9. A garantia pode ser reduzida, a requerimento do
embargos quando desfavorável ao contribuinte. executado, em caso de anulação ou pagamento parcial da
2. O indeferimento da reclamação administrativa só dívida exequenda.
cletetmina a cessação do efeito suspensivo resultante da pres- 1O. Se o levantamento da garantia for requerido por sucessor
tação ela garantia ainda não extinta se não for judiciahnente do executado, eleve aquele provar que tem a qualidade de
impugnado no prazo legal. sucessor e que está pago ou assegurado o imposto devido
pela transmissão ela quantia ou valores a levantar, que haviam
ARTIG042.º
(Suspensão da execução) sido dados em garantia.
A suspensão da execução pode-se dar na repa1tição fiscal CAPÍTULO VII
oficiada ou serviço tributário equiparado, se houver elementos Custas e Outros Encargos Processuais
necessários e puder ser efectuacla a penhora.
ARTIG044. 0
AKITG043.º (Obrigação do pagamento de custas)
(Garantia)
O processo de execução fiscal está sujeito a custas, a pagar
1. O executado é notificado pelo órgão achninistrativo de
pela pa1te vencida, a qual cabe supottar as outras despesas do
execução fiscal para prestar garantia idónea, no prazo ele 15
processo, incluindo as resultantes das publicações ob1igató1ias,
(quinze) dias caso, no prazo de oposição ou posteri01mente, salvo disposição em contrário no presente Código.
info1me sobre a pendência ele reclamação achninistrativa ou
ARTIG045.º
impugnação judicial da liquidação da dívida exequencla, de (Sanção por litigíincia de má fé ou negligência processual)
acto administrativo do qual dependa a liquidação da dívida
1. Em vittucle de litigância de má-fé, nomeadamente em
exequenda ou do acto administrativo que tenha declarado ou
caso de falsas declarações do executado sobre o seu pattimónio
ordenado o pagamento da dívida exequenda, ou a Administração
penhorável e ocultação, dissipação e sonegação desse patt·i-
Tributária vier a tomar conhecimento ele tal pendência.
mónio, pode haver lugar, nos tennos do Código de Processo
2. Caso a garantia não seja prestada dentro desse prazo,
Civil e a título de custas, à aplicação de uma sanção pecuniá1ia.
procede-se de imediato à penhora, ficando a execução sus-
2. A sanção referida no número ante1ior é aplicada pelo
pensa se a penhora abranger os bens ele valor suficiente para
Tribunal, caso o executado não proceda ao seu pagamento
o pagamento da divida exequenda e acréscimos legais.
voluntário junto do órgão administt·ativo de execução fiscal.
3. A garantia é prestada pelo valor ela dívida exequenda,
3. São igualmente devidas custas pelo executado que
juros de mora até ao teimo do limite do prazo de pagamento
tiver dado causa ao prosseguimento ela execução por não ter
ele cinco anos, custas e demais despesas do processo.
comunicado, no prazo de 15 dias após a citação, a pendência
4. A garantia pode ser excepcionalmente dispensada
da reclamação aclministt·ativa ou impugnação judicial a que
mediante reque1imento do executado a deduzir nos 15 (quinze)
se refere o n.º 1 do a1tigo 42.º do presente Código.
dias posteriores à dedução ela reclamação administrativa ou
ARTIG046.º
impugnação judicial referida no n.º 1 cio presente a1tigo ou (Isenção de custas)
oposição por requerimento ou por embargos quando da sua
1. Estão isentos de custas e demais encatgos do processo,
prestação resultarem graves dificuldades económicas para o
independentemente da posição ocupada no processo:
executado e a dispensa da garantia constituir o único meio de
a) Os órgãos da Administração Tributária e respectivos
o executado obter condições para futuramente gerar os meios
titulares, funcionários ou agentes quando actuem
financeiros necessários ao pagamento da dívida exequenda.
no exercício das suas funções;
5. A competência para dispensa de garantia referida no
número anterior do responsável máximo cio órgão de escalão
b) O Estado e quaisquer dos seus se1viços, estabeleci-
superior de que a Administração Tributária dependa. mentos ou organismos, ainda que personalizados,
6. A garantia da penhora pode ser substituída por qualquer salvo quando submetidos por lei a um regime ele
outro tipo de garantia admissível nos te1mos do presente direito privado;
Código, desde que o reclamante, impugnante ou oponente o e) As instituições públicas ele previdência e segurança
requeiram nos 15 (quinze) dias posteriores ao conhecimento social;
ela primeira penhora. d) As pessoas colectivas de direito público;
7. O efeito suspensivo ela execução fiscal cessa em caso e) O Ministério Público;
de supe1veniente extinção ou insuficiência da garantia para j) Os pa1tidos políticos;
o pagamento da dívida exequenda e acrescido. g) Os sindicatos;
8. No caso previsto no número anterior, o executado é h) Os responsáveis subsidiários quando procedam ao
obrigado a proceder à substituição ou ao reforço da garantia pagamento integral da dívida no prazo de oposição.
4640 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. Não são devidas custas: e) Metade da soma dos créditos reclamados, sempre
~No levantamento de sobras das garantias prestadas que o reclamante tiver ficado vencido.
ou de quaisquer outros valores, salvo quando a 3. O valor cio processo é fixado pelo juiz, nos casos em
garantia apresentada tiver sido a penhora e o seu que não possam ser subsidiariamente resolvidos nos te1mos
levantamento visar a sua substituição por outra do Código de Processo Civil, em matéria de verificação cio
garantia, nos casos previstos no presente Código; valor da causa, tendo em conta a sua complexidade e a situa-
b) Na oposição por requerimento. ção económica do executado, mas esse valor não pode ser,
ARTIG0 47.º em caso algum, superior ao referido no n.º 2 do aitigo 15.º
(Preparos)
do Regulamento do Processo Contencioso Administrativo.
1. São devidos preparos de valor igual a 20% (vinte por
ARTIG049.º
cento) do montante das custas devidas a final, que devem ser (Taxas)
pagos nos 10 (dez) dias posteriores à apresentação da petição,
A taxa das custas a cobrar pelo órgão administrativo de
nos casos seguintes:
a) Na posição de executado, quando deduzida por
execução fiscal ou pelo Tribunal, confonne incidam sobre
embargos; a dívida exequenda ou o levantamento da penhora ou sobre
b) Na oposição à penhora; incidentes, acções subordinadas e reclamações, é:
e) No concmso de credores; a) De 5% (cincopor cento) do valor sobre que incidem,
d) Na anulação da venda. quando o valor da causa seja igual ou inferior a
2. A isenção ele preparos não prejudica a obrigação do Kz: 5.000.000,00 (cinco milhões de Kwanzas);
demandante garantir por depósito as despesas com as dili- b) De 5% (cinco por cento) sobre Kz: 5.000.000,00
gências do processo que tiver requerido, sob pena de não se (cinco milhões de Kwanzas) acrescido de
realizarem, salvo se o juiz as entender necessárias à instmção Kz: 2.500,00 (dois mil e quinhentos Kwanzas) por
do processo, caso em que o Tribunal procede ao adiantamento cada Kz: 100.000,00 (cem mil Kwanzas) quando
das importâncias necessárias, as quais entram também em
o valor da causa seja superior a Kz: 5.000.000,00
regra de custas.
(cinco milhões de Kwanzas).
3. A falta de pagamento pontual dos preparos implica o
acréscimo da conta final de custas de uma prestação sancio- ARTIGO 50.º
(Elaboração e reclamação das custas)
natória igual a metade do seu montante.
4. Ao valor das custas apuradas na conta final deduz-se o 1. As contas de custas são elaboradas e cobradas, conforme
montante do preparo já pago. os actos a que respeitarem, pelo órgão administrativo de
ARTIG048.º execução fiscal ou pelo Tribunal.
(Valor do processo) 2. No que não for incompatível com o disposto no presente
1. Os valores actualizados atendíveis para efeitos de custas Código, a reclamação e pagamento das custas são reguladas
em processo de execução fiscal são: pelo disposto no Regulamento do Processo Contencioso
~ O valor da ou das dívidas exequendas reduzido Administrativo, com as devidas adaptações.
das anulações parciais que tiverem tido lugar,
ARTIGO 51.0
na execução fiscal, mesmo quando prossiga por (Destino das custas)
requerimento do sub-rogado; Os valores affecadados nas custas cobradas pelos órgãos
b) A metade da dívida exequenda contestada, na
administrativos de execução fiscal são receitas do Estado, cuja
oposição de executado;
afectação compete ao Titular do Poder Executivo, regulamentar
e) A metade do valor dos bens penhorados abrangidos
em diploma próprio.
na oposição à penhora;
d) A metade do valor dos bens penhorados, no levan- TÍTULO II
tamento da penhora; Instância
e) A metade do produto dos bens vendidos, na anulação
da venda, quando rejeitada; CAPÍTULO!
j) O valor das custas cttja anulação se requer, na recla- Instam·ação da Execução
mação da conta. ARTIGO 52.º
2. Os valores actualizados atendíveis para efeitos de custas (lnstaw·ação da execução)
no concw·so de credores são: 1. A execução é instaw·ada mediante simples despacho
~ Metade da soma dos créditos graduados, excepto do chefe do órgão administrativo de execução fiscal a lavrar
os exequendos; no ou nos respectivos títulos executivos ou relação destes,
b) Metade da soma do produto dos bens liquidados, no prazo de 5 (cinco) dias após a emissão ou o recebimento,
quando inferior à soma dos créditos graduados; após verificação da legalidade e coffecção das eventuais
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4641

insuficiências apresentadas, quando possam ser supridas, ou ou que deve comunicar ao chefe do órgão administrativo ele
a substituição do título executivo inicialmente apresentado, execução fiscal que esta separação judicial já foi requerida
quando tais insuficiências não possam ser supridas. noutro processo.
2. Havendo vários títulos executivos cio mesmo exequente ARTIGO 55.º
contra o mesmo devedor, podem ser cortjuntamente autuados. (Chamamento de terceiros adqmrentes dos bens)
3. A remessa do título executivo à repartição fiscal compe- 1. Em caso de dívida com garantia real inscrita no registo
tente ou serviço tributário equivalente é, para todos os efeitos ou privilégio creditório sobre bens que tiverem sido trans-
legais, equiparada à apresentação do requerimento inicial no
mitidos a terceiros, este pode ser clemanclaclo conjuntamente
processo comum de execução.
com o devedor originário, salvo quando a transmissão se tiver
4. Nos 5 (cinco) dias posteriores ao despacho de instauração
realizado em processo em que o Estado tenha sido chamado
ela execução fiscal, deve o chefe cio órgão administrativo ele
execução fiscal promover o respectivo registo. a deduzir os seus direitos.
2. O disposto no número anterior é inaplicável quando
ARTIGO 53.0
(Registo dos processos) o privilégio for meramente geral e, antes da transmissão a
1. O órgão administrativo de execução fiscal competente terceiro, o bem não tenha sido penhorado na execução fiscal
eleve organizar por ordem numérica e cronológica anual os ou, tendo-o sido, a penhora esteja sujeita a registo e este ainda
registos seguintes: não tenha sido efectuado.
a) Dos processos ele execução fiscal instaurados por 3. O terceiro só responde pelo tributo relativo aos bens
dívidas administradas pela Administração Tribu- transmitidos e apenas estes podem ser penhorados na execução.
tária competente; ARTIGO 56.º
b) Dos processos ele execução fiscal por dívidas não (Chamamento dos possmdores)
referidas na alínea anterior tramitados no órgão Se, nos txibutos sobre a propriedade mobiliária ou imobiliá-
administrativo de execução fiscal competente; ria, se verificar que a dívida liquidada ao actual possuidor ou
e) Dos oficios recebidos. frnidor dos bens móveis ou imóveis se repo1ta a um período
2. Os registos a que se refere o número anterior constam anterior ao início da sua posse ou fiuição, a execução cotTe
ele livros próprios com espaço suficiente para a inserção do contx·a o antigo possuidor emitindo-se para o efeito novo
número ele cada processo e averbamento do arquivo. título executivo, seguindo-se a citação deste, nos tetmos do
3. Os te1mos ele abe1tura e encetrnmento dos livros são presente Código.
assinados pelo chefe do ó1gão administrativo de execução fiscal SECÇÃO II
competente que mbrica todas as folhas depois de numeradas. Reversão Contra os Responsáveis e Garantes
4. Os registos a que se refere o número anterior podem
ARTIGO 57. 0
também ser processados por meios info1máticos, em te1mos a (Âmbito da reversão)
definir pelo Departamento Ministerial de que a Administração
O processo de execução fiscal pode reve1ter contx·a:
Tributária depende .
a) Os responsáveis solidários que não tiverem sido
CAPÍTULO II demandados simultaneamente com o devedor
Chamamento à Execução originário;
SECÇÃO! b) Os responsáveis subsidiários a partir da constituição
Chamamento do Cônjuge do Executado e de Outros Devedores dos pressupostos da responsabilidade subsidiária;
ARTIGO 54.º e) Os garantes pessoais da dívida exequenda;
(Chamamento do cônjuge do executado) d) Os funcionários que intetvierem no processo,
1. Quando a dívida exequenda, por ser comunicável de quando responsáveis pelo não pagamento da
acordo com o regime de bens do casamento ou ela união de dívida exequenda, nos te1mos cio a1tigo 62.º elo
facto, for da responsabilidade comum do casal, o cônjuge ou presente Código.
companheiro de união ele facto do executado é chamado ao ARTIGO 58.0
processo em conjunto com este. (Reversão contra os responsáveis solidários)

2. Quando a dívida for ela responsabilidade exclusiva do Os responsáveis solidários que não tiverem sido clemancla-
outro cônjuge ou companheiro ele união de facto, incluindo clos simultaneamente com o devedor principal, por não terem
quando a execução for para cobrança de multa fiscal que a sido notificados conjuntamente com este, ela liquidação ou
este tiver sido aplicada, o chamamento ao processo cio cônjuge dete1minação do pagamento da dívida exequenda, podem ser
ou companheiro ele união de facto do executado visa dar-lhe chamados ao processo de execução fiscal a qualquer momento,
conhecimento de que pode requerer a separação judicial de com base em certidão de dívida extraída por falta de pagamento
bens, dentro cio prazo de 1O(dez) dias, no Ttibunal competente da dívida exequencla no prazo de cobrança voluntátia.
4642 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTI GO 59.0 SECÇÃO III


(Reversão contra os responsáveis subsidiários) Chamamento dos Sucessores
1. O chamamento ao processo dos responsáveis subsidiários ARTIGO 62.º
mencionados no título executivo é efectuado com fundamento (Identificação dos herdeiros e respectivas quotas hereditárias)
em acto administrativo do chefe do órgão administrativo de 1. Se, aquando da tentativa da sua citação pessoal, for
execução fiscal, declarando os fundamentos de facto e de
ve1ificado o óbito ela pessoa que, no título executivo, figure
direito ela reversão.
2. O acto administrativo referido no número anterior como devedora, o funcionário do órgão administrativo de
eleve conter: execução fiscal que proceda à diligência procura apw·ar quem
a) O montante da dívida exequenda e acréscimos legais são os herdeiros, de acordo com os meios ao seu dispor.
detenninados aquando da instauração da execução; 2. Em caso de inexistência de herdeiros conhecidos, o
b) O valor dos bens ele valor predete1minado penhora- ftmcionário passa ce1tidão do facto, seguindo-se a citação por
dos ao devedor principal que tiver sido aplicado éditos, nos tennos do a1tigo 70.º do presente Código.
na execução;
3. No caso de existência de herdeiros conhecidos, o
e) O valor dos bens de valor indete1minado que tiver
funcionário apura se houve, ou não, pa1tilhas e, não as tendo
sido, após a excussão do património do devedor,
aplicado na execução; havido, se está pendente inventário, passando seguidamente
d) Se for o caso, a inexistência de quaisquer bens no ceitidão dos factos.
património do devedor; 4. A ce1ticlão, no caso de ter havido pa1tilhas, identifica
e) O montante da dívida exequenda, e os acréscimos os herdeiros e as suas quotas hereditárias.
legais dete1minados aquando da reversão. 5. No caso de não ter havido pa1tilhas, a certidão identifica
3. Em caso ele responsabilidade conjunta, o acto admi-
os herdeiros, caso sejam conhecidos, incluindo o cabeça-de-
nistrativo dete1minando a reversão deve indicar a específica
-casal e, havendo processo ele inventário, o Tribunal em que
responsabilidade de cada responsável subsidiá1io.
estiver pendente e a data ele instauração e número cio processo.
ARTIGO 60.º
(Reversão contra garantes pessoais) 6. O disposto nos númei·os anteriores é aplicável com as
A chamada ao processo dos garantes pessoais da dívida devidas adaptações à habilitação cios sucessores do embar-
exequenda, mesmo quando não mencionados no título execu- gante, cio credor reclamante ele créditos e cio requerente da
tivo, clecoffe da mera cessação ela suspensão do processo de anulação ela venda.
execução fiscal resultante do incumprimento no prazo legal ARTIGO 63.º
da obrigação garantida, não havendo direito, ao beneficio de (Chamamento dos sucessores à execução)

excussão dos bens do devedor originário, responsáveis ou seus 1. No caso de ter havido paitilha, cabe ao ó1gão adminis-
sucessores, salvo disposição legal em contrário. trativo ele execução fiscal demandar cada um cios herdeiros
ARTIGO 61.º para pagar o que proporcionalmente lhe competir da dívida
(Reversão da execução contra funcionários)
exequenda, sendo penhoráveis apenas os bens que tiver
1. O funcionário que intervenha no processo ele execução
recebido do autor da herança.
fiscal é subsidiariamente responsável pelas dívidas que não
2. Em relação a cada herdeiro, é passado distinto título
puderem ter sido cobradas por qualquer dos actos abaixo
indicados, desde que dolosamente praticados, quando: ele cobrança.
q) Não forem encontrados bens do executado e dos 3. Não tendo havido partilha e estando pendente inventário,
responsáveis suficientes para o pagamento da é o cabeça-de-casal demandado para pagar a totalidade da
dívida exequenda e acréscimos legais, por ter dívida exequenda e acrescido, sob cominação da penhora em
dado causa à instaw·ação tardia da execução ou quaisquer bens da herança.
por não ter ordenado ou cumprido a diligência da 4. Não estando pendente inventário, além do cabeça-de-
penhora no prazo legal;
-casal, pode ser demandado qualquer herdeiro, também sob a
b) Lavrar auto de diligência a atestar a inexistência de
cominação referida na paite final do número anterior.
bens existentes e penhoráveis;
e) A impossibilidade de cobrança da dívida resultar ARTIGO 64.º
(Insolvência ou falência do executado)
por não ter info1mado nas execuções declaradas
em falhas que os devedores ou responsáveis Se o funcionário da repaitição fiscal que deve realizar a
adquiriram posteriormente a essa declaração, diligência verificar que o executado foi declarado em situa-
bens penhoráveis. ção de insolvência ou falência ou, sendo pessoa colectiva,
2. A responsabilidade subsidiária do funcionário só pode foi entretanto liquidada, o chefe do órgão administrativo de
ser imputada após a condenação definitiva em processo execução fiscal ordena, confo1me os casos, o chamamento
disciplinar ou criminal, por qualquer dos factos refeiidos no à execução da pessoa do liquidatário da massa falida ou
número anterior. insolvente ou dos sócios.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4643

SECÇÃO IV residência cio executado, o executado é citado pessoalmente


Citação do Executado
apenas após a penhora.
ARTIGO 65.º 5. Quando ela averiguação efectuacla no número anterior
(feor do mandado de citação)
resulte o conhecimento do novo domicílio ou residência do
1. A citação feita nos tennos do disposto no a1tigo 29.º do
sujeito passivo, o chefe do órgão administrativo de execução
presente Código comunica ao executado:
fiscal ordena que se efectue a entrega da citação no novo
~ Que pode opor-se à execução, por requerimento ou
domicílio ou que se proceda ao envio de segi.mda ca1ta para
embargos, no prazo de 30 (trinta) dias;
o mesmo.
b) Que, dentro desse prazo, pode, em alternativa,
6. No caso de a nova caita não vier devolvida e o requerente
requerer o pagamento a prestações nos termos
do artigo 73.º do presente Código, salvo se o já não se opuser nem requerer o pagamento em prestações ou a
tiver feito no prazo ele pagamento voluntário; dação em cumprimento no prazo legal, a citação postal fica
e) Que o direito de escolha dos bens penhoráveis é sem- sem efeito, tomando o executado a ser citado pessoalmente
pre do exequente, mas o executado pode propor, após a penhora.
no prazo de oposição, a dação em cumprimento 7. Caso a segunda carta seja devolvida com a indicação de
de bens suficientes para o pagamento da dívida que o executado não reside nem está domiciliado na morada
exequencla e acréscimos legais ou indicar outros indicada ou não seja devolvida no prazo ele 30 (trinta) dias,
bens penhoráveis; o executado é citado apenas após a penhora.
d) Que deve indicar, dentro desse prazo ou posterior- ARTIGO 67.º
mente, a existência de reclamação administrativa (Reqmsitos da citação pessoal posterior à penhora)
ou impugnação judicial da dívida exequenda ou de 1. A citação pessoal posterior à penhora efectua-se por
acto de que a sua liquidação legalmente dependa, entrega pessoal ou carta registada a remeter para o domicílio
sob pena de ficar responsável pelo pagamento ou residência fiscal cio executado.
das custas da execução a que a não comunicação 2. A citação por carta registada com aviso de recepção
vier a dar causa. considera-se feita quando o contribuinte ou alguém a seu
2. Quando o citando for responsável subsidiário, da citação rogo tiver assinado o aviso.
deve constar a possibilidade de reclamar aclministrativamente 3. Quando o aviso ele recepção não tiver sido levantado,
ou impugnar judicialmente a liquidação da dívida exequenda, nos te1mos cio regulamento cios serviços postais, a citação
nos te1mos e fündamentos previstos no Código Geral Tributário preswne-se feita no terceiro dia útil posterior ao cio registo
ou em outra lei aplicável. ou no dia útil seguinte se esse dia não for útil, cabendo ao
AKD G0 66.º cintando, nos te1mos das normas regulamentares aplicáveis
(Requisitos da citação anterior à penhora) aos serviços postais, a prova de que não lhe foi imputável o
1. Salvo quando a dívida exequenda ultrapassar Kz: 2.500.000,00 não levantamento cio aviso.
(dois milhões e quinhentos mil Kwanzas) caso em que a citação 4. Após a devolução da ca1ta enviada sob registo com
tem lugar apenas após a penhora, a citação é efectuada por aviso ele recepção com a indicação do seu não levantamento
entrega pessoal ou carta registada a remeter para o domicílio ou o tenno do prazo referido no número anterior, o órgão
ou residência fiscal cio executado. administrativo de execução fiscal comunica ao contribuinte,
2. Se a carta registada não for devolvida e o executado não em caita sob registo que deve conter cópia da citação, a
se opuser nem requerer o pagamento em prestações ou a dação presunção ela citação nos tetmos do número anterior, a qual
só pode ser ilidida caso o executado alegue e prove que o
em cumprimento no prazo aí mencionado, nem indicar bens à
desconhecimento cio acto lhe não foi imputável.
penhora, a citação postal fica sem efeito, sendo o executado
5. Se a carta não for devolvida no prazo ele 30 (trinta) dias,
citado pessoalmente apenas após a penhora.
a citação é efectuacla editalmente.
3. Se a entrega pessoal não for possível ou a carta registada
ARTIGO 68.º
for devolvida com a indicação ele que o executado não está (Citação pessoal por contacto directo com o executado)
domiciliado ou não reside no local em que está fiscalmente
1. Nos casos ele citação por entrega pessoal, a citação
registado e dos elementos ao dispor no órgão administrativo
efectua-se por contacto directo com o citando.
ele execução fiscal não figw·ar o local do seu domicílio ou 2. A realização da citação pessoal por contacto directo
residência efectiva, este órgão procura, junto do último com o citando consta ele ce1tidão a assinar pelo citando e
domicílio ou residência conhecidos do executado, informar-se pelo funcionário, podendo, quando necessário, ser passado
sobre o seu novo domicílio ou residência. mandado, nos te1mos ela legislação processual civil, que
4. No caso de, ela averiguação sumária efectuada nos solicite a realização da diligência às autoridades policiais ou
te1mos do número anterior, não resultar novo domicílio ou municipais competentes.
4644 DIÁRIO DA REPÚBLICA

3. Caso o citando não queira assinar, o facto é confir- SECÇÃO V


Pagamento a Prestações 11 Dação em Pagamento
mado por duas testemunhas que assinam o auto de citação,
Requeridos Subsequentes :i Citação
considerando-se o executado citado nesta ocasião.
ARTIGO 72.º
4. Caso o citando não possa assinar, por razões justificativas,
(Pagamento a prestações)
indica pessoa que o faça a seu rogo.
1. O pedido de pagamento a prestações é apresentado
5. Em caso de impossibilidade de o citando ser encontrado,
junto do chefe do órgão administrativo de execução onde
a citação é efectuada editalmente.
coffe o processo, que, salvo quando já tiver sido requerido no
ARTIGO 69. 0 prazo de pagamento voluntário, o concede se verifique que
(Formalidades da citação edital)
o executado não pode solver de uma só vez, em viitude de
1. A citação do executado que se encontra em pa1te incerta é graves dificuldades económicas, a dívida exequenda.
efectuada por meio de éditos afixados no órgão administrativo 2. Não é achnissível o pagamento a prestações quando a
de execução fiscal onde cotTe o processo e à p01ta cio último transmissão ou entrega dos bens dependa do pagamento do
domicílio ou residência conhecidos do citando. imposto ou a dívida exequenda for cobrada nas allandegas,
2. Quando a dívida exequenda ultrapassar os Kz: 500.000,00 excepto, nesse último caso, a pa1te respeitante às multas
(quinhentos mil Kwanzas) podem ser também utilizados, aplicadas pela autoridade aduaneira.
juntamente com a citação edital e sempre que se justifique, 3 . Consoante o grau de dificuldades económicas do
as infotmações obtidas junto das autoridades policiais e contribuinte e o montante da dívida a pagar, as prestações,
municipais e os meios ele comunicação escrita, ele radiodifüsão que devem ser obrigatoriamente mensais, podem ser fixadas
ou audiovisuais, sendo obrigatória a publicação num jornal entre um mínimo de 6 (seis) e um máximo de 18 (dezoito),
ele maior circulação nacional. não podendo qualquer delas ser inferior a Kz: 10.000,00
3. Os éditos devem mencionar a identidade do executado, (dez mil Kwanzas), integrando cada prestação um título de
o local do seu último domicílio ou residência, o número do cobrança autónomo.
processo de execução fiscal a que respeita e a proveniência 4. O pagamento da dívida exequenda em parcelas depende
e montante da dívida exequenda. de prestação de garantia a conceder pelo executado, nos te1mos
4. O «sítio» da Administração Tributária competente da alínea a) do n.º 1artigo39.º do presente Código, a efectuar
para a execução fiscal na internet deve igualmente noticiar no prazo de 15 (quinze) dias após a notificação para o efeito,
a afixação cios éditos, com menção cios elementos referidos ordenada pelo chefe do órgão administrativo de execução
no níunero anterior. fiscal competente.
AKITGO 70.º 5. A falta de pagamento das prestações por um período
(Citação das pessoas colectivas) superior a 3 (três) meses consecutivos ou a 6 (seis) meses
1. As pessoas colectivas, sociedades ou entes fiscahnente altemados implica o imediato vencimento de todas as restantes,
equiparados são citadas na pessoa de wn dos seus administra- caso a itTegularidadenão seja suptida no prazo de 15 (quinze)
dores, gerentes ou representantes, na sua sede, na residência dias após a notificação ordenada para o efeito pelo chefe do
destes ou em qualquer local em que se encontrem. órgão administrativo de execução fiscal competente.
6. O montante a pagar em prestações compreende os
2. As pessoas colectivas, sociedades ou entes fiscahnente
jmos de mora que continuam a vencer-se em relação à dívida
equiparados consideram-se ainda pessoalmente citadas na
exequenda incluídos em cada prestação, os quais constam do
pessoa de qualquer empregado que se encontre na sede ou
respectivo titulo de cobrança.
local em que funcione n01malmente a administração, capaz 7. O pagamento a prestações não prejudica o procedimento
de transmitir os termos do acto. criminal que couber à infracção praticada, sem prejuízo de
3. Estando a pessoa colectiva, sociedade ou ente fiscahnente o Tribunal poder ter em conta a adesão e cumpritnento do
equiparado em fase de liquidação ou falência , as citações plano de pagamento a prestações na dete1minação da pena a
devem ser efectuadas na pessoa do liquidatário. aplicar e dos seus efeitos.
4. Quando a entidade citanda seja agência, filial ou dele- 8. Cada prestação integra, para efeitos da aplicação do
gação, a citação pode ser efectuada por ca1ta registada com presente a1tigo, um título de cobrança distinto.
aviso de recepção dirigida ao estabelecimento ou na pessoa ele ARTIGO 73.º
(Requisitos da dação em cumprimento)
qualquer empregado que nele se encontre, capaz de transmitir
os termos do acto. 1. Pode ser autorizada excepcionalmente pelo responsável
máximo do Órgão de Escalão Superior de que a Administração
ARTIGO 71.º
(Citação por \ia electrónica) Tributária dependa, a dação em cumprimento de bens sufi-
Sem prejuízo do disposto nos artigos anteriores, qualquer cientes para o pagamento da dívida exequenda e acréscimos
acto pode ser comunicado ao interessado através de meios legais, mediante solicitação do contribuinte a apresentar no
electrónicos, nos te1mos que vierem a ser regulamentados. prazo de oposição.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4645

2. Só podem ser dados em cumprimento: 2. Para efeitos do número anteiior, considera-se supeIVeniente
a) Os bens móveis sujeitos a registo de relevante valor não só o facto que tiver ocofficlo posterionnente ao teimo cio
histórico e cultural reconhecido pelo Órgão do prazo da oposição, mas também aquele que, embora ocoffido
Executivo que exerça competências na Área da antes, só posterioimente venha ao conhecimento do executado
Cultura; e o desconhecimento não seja da sua responsabilidade.
b) As pedras preciosas, designadamente diamantes; 3. Cabe ao opmente provar a supeiveniência do fundamento
e) Os metais preciosos, designadamente o ouro; da oposição nos tennos do número anterior.
4. Para efeitos do n.º 1 do presente a1tigo, considera-se
cP Os bens imóveis, com excepção da residência familiar;
ainda supeiveniente o documento apresentado ou junto ao
3. No requerimento de dação deve o requerente identificar
processo posterioimente ao teimo do prazo ele oposição, cuja
ponnenorizadamente os bens dados em pagamento, indicar
autenticidade o oponente pretenda impugnar.
as entidades públicas eventualmente interessadas em adquirir
5. Havendo vários executados, os prazos coffem indepen-
os bens dados em pagamento e justificar que preenchem as
dentemente para cada um deles.
características referidas no número anterior.
4. Caso a elevada impoitãncia dos bens oferecidos em ARTIGO 76.º
(Fundamentos)
pagamento o justifique, a dação pode abranger bens de
valor superior ao da dívida exequenda e acréscimos legais, A oposição por requerimento ou embargos só pode ter
algum dos fundamentos seguintes :
constituindo-se então um crédito de imposto a favor do exe-
cutado a utilizar em ulteriores pagamentos ao Estado, que é a) Inexistência do imposto ou conti·ibuição especial nas
renunciável pelo executado. leis em vigor à data a que respeita a obrigação;
5. O bem dado em pagamento é previamente avaliado b) Ilegitimidade da pessoa citada por esta não ser o
pela Direcção Nacional do Património do Estado, a quem devedor, o cônjuge ou companheiro de união
cabe igualmente emitir parecer vinculativo sobre o interesse de facto do devedor, o responsável solidáiio ou
da dação. subsidiário, o sucessor, o garante e os seus suces-
6. A dação é igualmente indeferida pelo responsável sores, dentro do limite da garantia prestada, para
máximo do Órgão de Escalão Superior de que a Administração o pagamento da dívida exequenda;
Tributária dependa caso nenhuma das entidades indicadas e) Falsidade do titulo executivo;
pelo executado vier a mostrar interesse na aquisição do bem. d) Ilegalidade do título executivo;
e) Falta de notificação da liquidação no prazo de
CAPÍTULO III
caducidade;
Incidentes
j) Duplicação da colecta;
SECÇÃO l g) Falta ou nulidade da primeira citação para a execu-
Oposição it Execução
ção, quando o executado não tiver anterionnente
AKITGO 74.º intervindo no processo;
(Meios de oposição) h) Prescrição, pagamento ou anulação da dívida
1. A oposição pode ser deduzida por requerimento ou exequenda.
por embargos, não podendo utilizar-se simultaneamente os ARTIGO 77.º
dois meios de oposição, mesmo quando os fundamentos não (Duplicação de cole cta)
sejam idênticos. 1. A duplicação de colecta apenas pode ser alegada uma
2. Caso o executado deduza posteriormente à oposição vez, salvo baseando-se em documento comprovativo do
por requerimento ou a oposição por embargos, a oposição pagamento ou de nova liquidação posterior ao termo do prazo
por requerimento é arquivada. de oposição.
3. A oposição por requerimento visa a revisão da decisão de 2. Considera-se haver o fundamento da oposição da
instauração do processo de execução fiscal, pela entidade que a duplicação de colecta, quando estando pago por inteiro um
detenninou, ainda que com base em fundamentos supeivenientes. tiibuto, se exigir da mesma ou diferente pessoa outi·o de igual
4. A oposição por embargos visa a anulação total ou parcial natureza, referente ao mesmo facto ti·ibutário e ao mesmo
da decisão de instauração do processo de execução fiscal, pelo petiodo de tempo.
Tribunal, ainda que com base em fundamentos supe1venientes. 3. A legada a duplicação, o órgão administi·ativo de execu-
ARTIGO 75.º ção fiscal obtém info1mação sobre se esse fundamento já foi
(Prazo) apreciado noutro processo e sobre as razões que originaram
1. A oposição pode ser deduzida até ao teimo dos 30 (tlinta) a nova liquidação.
dias posteriores à citação do executado ou ao conhecimento ARTIGO 78.º
deste, de facto superveniente que possa servir de fundamento (Extinção da oposição)

à oposição. 1. O pagamento da dívida exequenda extingue a oposição.


4646 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. Quando tiver sido deduzida oposição por embargos, o 3. Só é admissível prova testemunhal relativamente aos
ó1gão acbninistrativo de execução fiscal em que o pagamento factos que não puderem ser provados documentalmente.
tiver sido efectuado comunica o pagamento ao Tribunal para ARTIGO 84.º
efeitos da extinção da execução. (Subida a Tribunal)
ARTIGO 79.º 1. No prazo de 15 (quinze) dias após a apresentação
(Requisitos da petição da oposição por requerimento)
da oposição por emba1gos, deve o órgão administrativo de
1. A petição é apresentada no órgão administrativo de execução fiscal, promover a subida do traslado do processo
execução fiscal, devendo o executado juntar toda a docu- do qual a oposição por embargos constitui um apenso, com
mentação necessária.
a posição do representante processual do exequente sobre a
2. A petição não carece de ser articulada, podendo ser assi-
total ou parcial improcedência dos fundamentos da oposição
nada pelo executado ou seu mandatá1io legalmente constituído.
3. Quando a citação for efectuada com fundamento em por emba1gos.
oficio, a oposição por requerimento é deduzida no órgão 2. Caso tenha sido deduzida oposição por requerimento
administrativo de execução fiscal oficiado, devolvendo-se o com idênticos fündamentos, a posição do órgão administrativo
oficio ao órgão administrativo de execução fiscal oficiante. de execução fiscal sobre a improcedência dos embargos é a
4. A petição tem efeito suspensivo da execução, até à que tiver expresso no indeferimento do requerimento.
decisão sobre o requerimento. 3. Em caso de incumprimento do disposto no n.º 1 do
ARTIGO 80. 0 presente artigo, o executado apresenta oposição no Tribunal
(Prova)
Competente com Jurisdição Fiscal e Aduaneira.
A prova oferecida na oposição por requerimento só pode
ARTIGO 85.º
ser documental. (Rejeição liminar da oposição)
ARTIGO 81.º A oposição não é admitida pelo Tribunal se tiver sido
(Decisão da oposição por requerimento)
apresentada fora do prazo e os fundamentos não couberem no
Examinada a prova, o chefe do ótgão administrativo de
âmbito do aitigo 77.º ou for manifestamente improcedente.
execução fiscal competente toma a decisão, no prazo máximo
ARTIGO 86.º
de 20 (vinte) dias, por despacho fundamentado e promove a (Processamento dos embargos)
sua notificação ao executado.
1. Seguidamente à recepção dos emba1gos, o Tribunal
ARTI GO 82.0
(Oposição por embargos) conhece de imediato a oposição se o seu fundamento for
1. A oposição por embargos, obrigatoriamente aiticulada, matéria exclusivamente de direito, caso contrário, o juiz do
é dirigida ao Tribunal Competente com Jurisdição Fiscal e Tribunal Competente com Jurisdição Fiscal e Aduaneira a
Aduaneira, sendo, no entanto, apresentada junto do ó1gão quem tiver sido distiibuído o processo detennina as diligências
administrativo de execução fiscal onde esta coffer. probatórias a efectuar.
2. Se o chefe do órgão administrativo de execução fiscal 2. O Juiz do T1ibunal Competente com Jurisdição Fiscal
julgar a oposição por requerimento total ou parcialmente e Aduaneira pode, por despacho fundamentado, conceder
improcedente, pode o executado ainda deduzir ao Tribunal prioridade à apreciação da oposição por embargos com
Competente com Jurisdição Fiscal e Aduaneira da área fundamento em manifesta mgência.
daquele ótgão administrativo, no prazo de 10 (dez) dias após
3. Finda a produção de prova, o Juiz notifica o embargante
a notificação do indeferimento da oposição da por emba1gos.
e o representante processual do exequente para procederem a
3. No caso referido no número anterior, podem os embaigos
alegações sucessivas, no prazo de 15 (quinze) dias cada tun.
versar sobre matéria diferente da que tiver fundamentado
a oposição por simples requerimento, desde que caiba em ARTIGO 8 7.º
(Prosseguimento da execução fiscal)
qualquer outro dos fundamentos previstos no aitigo 77.º do
presente Código. Transitada em julgado a decisão, o Tribunal infoima ao
ó1gão administrativo de execução fiscal para promover o
ARTIGO 83.º
(Prova) prosseguimento da execução, quando for o caso e à cobrança
1. A prova a apresentar ou indicar na petição de oposição coerciva das custas que se mostrarem devidas, se o executado
por emba1gos pode ser documental ou testemtmhal, devendo não tiver procedido ao seu pagamento voluntário no Tribunal.
neste caso as testemunhas serem apresentadas no Tribunal SECÇÃO II
Oposição à Penhora
pelo embargante.
2. Não podem ser oferecidas testemunhas que tiverem de ARTIGO 88.0
ser ouvidas por ca1ta precatória, nem oferecidas mais de 3 (Legitimidade)
(três) por cada um dos factos alegados, desde que em número A oposição à penhora pode ser deduzida pelo executado
não superior a 10 (dez). ou por terceiro cuja posse tiver sido ofendida pela diligência.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4647

ARTI GO 89.0 ARTIGO 93.º


(Fundamentos) (Competência)
1. A oposição à penhora só pode ser deduzida com base É competente para a decisão da oposição à penhora, o
nos fundamentos seguintes: Tribunal Competente com Jurisdição Fiscal e Aduaneira da
a) Inadmissibilidade da penhora dos bens concretamente área da execução.
apreendidos, por serem absoluta ou relativamente ARTIGO 94.º
impenhoráveis; (Preceitos aplicáveis à oposição à penhora)

b) Incidência da penhora sobre bens que legalmente 1. São aplicáveis à oposição à penhora em relação a prova,
não poderiam responder pela dívida exequenda; a subida ao Tribunal, a rejeição liminar pelo Tribunal, ao
e) Dete1minação indevida da prestação de garantia ou processamento e à promoção do prosseguimento do processo
prestação de garantia superior à devida; de execução fiscal após a decisão do incidente as disposições
d) Ofensa da posse de boa-fé, real e efectiva de terceiro. dos a1tigos 83.º, 84.º, 85.º, 86.º e 87.º do presente Código,
2. O disposto na alínea a) do número anterior é inaplicável respectivamente.
quando, sendo os bens apenas relativamente impenhoráveis, o 2. No caso de a penhora ter sido dete1minada pelo Tribllllal,
executado os tiver indicado para a penhora no prazo de oposição. a oposição à penhora efectiva-se mediante reclamação a
3. Na oposição à penhora deduzida por terceiro não pode deduzir junto do Juiz Presidente do Tribunal Competente com
ser discutida a propriedade dos bens. Jurisdição Fiscal e Aduaneira.
4. A autenticidade do documento em que se baseou a ARTIGO 95.0
(Eficácia do caso julgado)
penhora pode ser impugnada no prazo de 1O (dez) dias, a
pa1tir da apresentação ou junção do documento. A decisão de mérito no incidente da oposição à penhora
quanto à existência e titularidade dos direitos invocados pelas
ARTIGO 90.º
(Prazo) partes apenas faz caso julgado no processo de execução fiscal
1. O prazo de oposição à penhora do executado, a deduzir em que foi proferida.
exclusivamente com os fundamentos das alíneas a) a d) don.º ARTIGO 96.º
(Direitos de terceiro)
1 do aitigo anterior, é de 10 (dez) dias após a notificação ou
efectivo conhecimento da penhora, não podendo, no entanto, O disposto na presente secção é aplicável com as devidas
a oposição ser deduzida após a venda dos bens. adaptações a qualquer out:J·o acto do órgão administ:J·ativo de
2. Fm caso de citação posterior à primeira penhora, o prazo execução fiscal ou do Tribunal que ofenda a posse ou qualquer
para o executado se opor à penhora é o prazo de oposição outro direito incompatível com a realização da diligência.
referido no n.º 1 do a1tigo 76.º do presente Código.
CAPÍTULO IV
3. O prazo de oposição à penhora de terceiro, a deduzir Penhora
exclusivamente com o fundamento da alínea d) do n.º 1 do
a1tigo ante1ior do presente Código, é de 30 (t:Jinta) dias após SECÇÃO I
Disposições Gerais
a penhora ou o conhecimento pelo terceiro da mesma, não
podendo, no entanto, a oposição ser deduzida após a venda ARTIGO 97. 0
(Competência para a penhora e notificação da diligência)
dos bens.
4. Não se considera terceiro em qualquer caso o executado 1. Compete ao Tribunal proceder à penhora:
em processo de execução fiscal ou outra entidade que, a a) Do bem imóvel quando constitua a habitação prin-
qualquer título, tiver inte1vindo no processo. cipal do executado;
AKITGO 91.º
b) De bens móveis localizados na habitação do execu-
(Efeito) tado, quando seja previsível ou se mostre necessário
A oposição à penhora não suspende os te1mos do processo o acesso ao seu domicílio, contra a sua vontade;
de execução fiscal. e) De estabelecimento comercial ou industi-ial;

AKITGO 92.º
d) De concessão mineira.
(Dedução da oposição) 2. É do chefe do órgão administ:J·ativo de execução fiscal
1. A oposição à penhora, independentemente de esta ter a competência para proceder à penhora:
sido efectuacla por ca1ta precatória ou por ofício, é sempre a) De bens imóveis, não compreendidos na alínea a)
deduzida na repa1tição fiscal da execução. do número anterior;
2. Autuada a petição e caso entenda improcedentes os b) De bens móveis, com excepção dos referidos na
fundamentos da oposição, a repa1tição fiscal envia o t:J·aslado alínea b) do número anterior;
do processo ao Tribunal Competente com Jmisdição Fiscal e e) De valores monetários ou objectos depositados;
Aduaneira para decisão do incidente, no prazo de 15 (quinze) d) De créditos bancários;
dias, conjtmtamente com a posição do representante processual e) De pa1tes sociais;
cio exequente sobre a oposição. j) De títulos de crédito ou de valores mobiliários;
4648 DIÁRIO DA REPÚBLICA

g) De abonos, vencimentos, rendas, juros e outros dentro do prazo de oposição à penhora, a apreciação da lega-
rendimentos periódicos; lidade ela diligência pelo Tribunal Competente com Jurisdição
h) De bens indivisos; Fiscal e Aduaneira.
i) De qualquer outro bem não referido especiahnente 1 O. O prazo para a notificação ao executado ela realização
neste ou no número anterior. da penhora, apenas começa a coffer após o prommciamento do
3. A penhora é sempre dete1minada por despacho. Ministério Público, nos te1mos do n.º 5 do presente a1tigo ou do
4. Para efeitos do cumprimento do despacho de penhora, vencimento do prazo aí fixado sem qualquer pronunciamento.
o Tribtmal ou o órgão administrativo de execução fiscal passa ARTIGO 99.º
mandado de penhora, que deve ser cumprido pelo funcionário (Bens penhoráveis)
do ó1gão administrativo de execução fiscal no prazo de 15 (quinze) 1. Podem ser penhorados no processo de execução fiscal
dias, se não tiver sido fixado outro. os bens anteriormente penhorados no processo comum
5. Nos casos em que tenha sido realizada sem a sua presença, de execução.
a penhora é notificada ao executado após a sua realização pelo 2. A penhora dos bens no processo de execução fiscal
órgão administrativo de execução fiscal ou pelo Tribunal, para não prejudica que possam ser posterio1mente penhorados no
que aquele possa deduzir oposição à penhora. processo comum ele execução.
ARTIGO 98.º ARTIGO 100.º
(Mandado para a penhora) (Bens a penhorar prioritariamente)
1. O chefe do órgão administrativo de execução fiscal 1. A penhora começa preferencialmente pelos bens cio
ou o Tribunal ordena a penhora quando não tiver sido feita executado cujo valor pecuniário seja ele mais fácil realização,
anterio1mente, findo o prazo referido na citação, sem que nomeadamente dinheiro depositado em contas bancárias ainda
tenha sido requerido o pagamento a prestações ou dação em que não identificadas, abonos ou vencimentos, rendimentos
pagamento e sem precedência de qualquer teimo de identi- inerentes a bens imóveis, mesmo quando tais bens imóveis
ficação dos bens. sejam legahnente impenhoráveis e outras prestações pe1iódicas
2. A penhora é imediatamente ordenada após o indeferi- pecuniárias de que seja titular o executado.
mento do pedido de pagamento a prestações. 2. A penhora inicia-se preferencialmente pelos bens
3. É igualmente ordenada a penhora quando, tendo sido mobiliários, quando não seja possível identificar os bens do
deferido o pedido de pagamento a prestações, se verificar a executado cujo valor pecuniário seja de mais fácil realização,
falta da prestação de garantia no prazo administrativamente devendo a apreensão ser apenas feita em tantos desses bens
fixado ou a cessação da autorização dessa fo1ma de pagamento. quanto bastem para o pagamento da dívida exequenda e
4. Após a realização da penhora, pelo órgão administrativo acréscimos legais.
de execução fiscal, deve este remeter com vista ao Ministério 3. A penhora começa pelos imóveis, quando o devedor
Público, cópia do mandado de penhora, no prazo máximo de não possua bens mobiliários de valor suficiente para o paga-
5 (cinco) dias, sob pena da mesma ficar sem efeito. mento ela dívida exequenda e acréscimos legais, recaindo
5. Efectuada a remessa do mandado de penhora, nos ter- preferencialmente nos bens sujeitos a privilégio que possa
mos previstos no número anterior, o Ministério Público deve ser exercido no processo ele execução fiscal.
pronunciar-se sobre a legalidade ou ilegalidade da penhora ARTIGO 101.º
(Ocorrência anómala)
exarando despacho fundamentado num prazo de 48 (quarenta
e oito) horas. Se, no acto da penhora, o executado ou alguém em seu
6. A penhora é considerada legahnente efectuada, caso o nome declarar que os bens a penhorar pe1tencem a terceiros,
Ministério Público não profira, no prazo fixado no número deve o funcionário exigir-lhes a declaração do título por que
anterior, despacho fundamentado a declarar a sua ilegalidade. os bens se acham em poder do executado e a respectiva prova,
7. Caso o Ministério Público declare a ilegalidade da efectuando-se a penhora em caso de dúvida.
penhora, nos tennos do n.º 5 do presente a1tigo, e o órgão ARTIGO 102.º
administrativo ele execução concorde com os fundamentos (Privilégios creditórios sobre bens em posse de terceiros)

apresentados, deve proceder à revogação do despacho de Nos casos em que o credor tributário goze de privilégio
penhora e repetir a diligência, mediante coffecção dos vícios mobiliá1io ou imobiliário especial ou qualquer outro tipo de
indicados no Despacho do Ministério Público. garantia referida no n.º 1 do a1tigo 56.º e os bens abrangidos
8. Não obstante o disposto no n(unero anterior, o chefe já não estiverem em poder do executado, pode a penhora
do órgão administrativo ele execução fiscal pode proceder à começar por outros bens em poder deste se houver vantagem
penhora ele outros bens cio executado. para a execução.
9. Quando o órgão administrativo ele execução fiscal ARTIGO 103.º
discorde do Despacho do Ministério Público que declare a (Proporcionalidade da penhora)
ilegalidade da penhora, deve notificar o executado da penhora, 1. A penhora apenas recai sobre os bens suficientes para
com conhecimento ao Ministério Público, para este promover, o pagamento da dívida exequenda e acréscimos legais, mas,
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4649

quando o produto dos bens penhorados for insuficiente para 3. Quando do levantamento ele caução se verificar que
o pagamento ela execução, esta prossegue em outros bens. correm contra o mesmo executado outros processos de
2. Todas as impottâncias de que o executado seja devedor, execução fiscal em que não tiver sido deduzida oposição de
incluindo juros compensatórios e moratórios, são consideradas executado ou, tendo sido deduzida oposição de executado,
na dete1minação do valor cios bens a penhorar, independen- já foi resolvida desfavoravelmente por decisão transitada em
temente ele as respectivas execuções cofferem em separado julgado, ao montante a levantar é deduzida a dívida exequencla
e ele outras penhoras que vierem a fazer-se. e acréscimos legais.
ARTIGO 104.0 4. Quando o processo estiver parado por mais de seis meses
(Inexistência de bens penhoníYeis) por negligência do exequente ou do terceiro sub-rogado, a
Se o executado não tiver bens ou, tendo-os, estes não sejam penhora pode ser levantada por requerimento cio executado
penhoráveis nos termos da legislação processual civil, lavra-se ou de qualquer credor.
auto ele diligência perante duas testemunhas, cuja idoneidade SECÇÃO II
nesse auto se reconhece e que cettifica o facto. Regimes Especiais de Penhora
ARTIGO 105.º
ARTIGO 109.º
(Responsabilidade do depositário dos bens penhorados)
(Penhora de entes públicos)
1. O auto de entrega cios bens ao depositário ele bens
1. Quando o executado for órgão da administração indirecta
menciona as suas obrigações e responsabilidades, quando os do Estado, autarquia local, instituto público ou instituição de
bens não elevam ser guardados em depósito público.
previdência ou solidariedade social e a dívida não tiver sido
2. O depositá1io que não seja o próptio executado tem direito
paga, reclamada ou impugnada ou não haja sido deduzida
a tuna remuneração em função do incómodo cio depósito, a
oposição, é enviada certidão para os membros dos seus órgãos
arbitrar pelo chefe cio órgão administrativo de execução fiscal
de administração para que procedam ao pagamento ou a
ou pelo Tribw1al, a pagar pelo produto ela execução e entrando
inclusão ela verba necessária no primeiro orçamento.
em regra ele custas.
2. Caso a referida verba não tenha sido incluída no primeiro
3. Caso o depositário não cumpra o dever ele apresenta-
orçamento, é solicitado à Direcção Nacional de Gestão e
ção dos bens onde e para quando disso for notificado é esse
Programação Financeira ou, se for o caso, a outro órgão que, a
executado no próprio processo pela impo1tância respectiva,
qualquei· titulo, tutele a entidade executada para que providencie
sem prejuízo do procedimento ctiminal a que houver lugai:
4. O depositário pode ser removido pelo chefe cio órgão o pagamento da dívida por dedução nos rendimentos que, a
administrativo de execução fiscal ou pelo Tribunal, por des- qualquer título, venham a ser pagos ao executado.
pacho fundamentado em incwnprimento dos seus deveres de ARTIGO 110.º
(Penhora de imóYeis)
guarda e conse1vação.
5. Caso haja lugar à prestação ele contas, o chefe do ó1gão 1. No despacho que ordenar a penhora ele bens imóveis,
administrativo de execução fiscal nomeia, quando necessário, deve discriminar-se os bens objecto da penhora, com menção
um perito que emite tun laudo segundo o seu juízo. à situação, confrontações, número de inscrição matricial
6. A guarda dos bens em depósito público é regulada por e descrição do registo predial, sempre que possível, e
Despacho cio Titular do Ó1gão do Poder Executivo de que a simultaneamente ordena, confotme os casos, a citação ou a
Administração Tributária depende. notificação do executado de que, sobre os referidos prédios,
ARTIGO 106.º foi cletetminada a penhora.
(ConYersão do arresto em penhora) 2. A citação ou notificação, a promover pela repa1tição
O affesto conveite-se em penhora, quando o bem tiver fiscal da execução, efectuam-se preferentemente através ele
sido anteri01mente affestado. contacto directo com o executado, que deve assinar o auto,
ARTIGO 107.º sendo a recusa de assinatura, quando o executado estiver
(Prosseguimento da execução fiscal após a penhora) presente, mencionada no mesmo, ap licando-se, em caso de
Após a penhora, a execução fiscal apenas pode prosseguir, impossibilidade ou oposição cio executado ao contacto clirecto
quanto aos bens penhorados, após o teimo do prazo de dedução com o füncionfüio, o disposto no artigo 69. º do presente Código.
do incidente da oposição à penhora ou do trânsito em julgado 3. Os bens penhorados são entregues a um depositário
da decisão do incidente. escolhido, sob sua responsabilidade, pelo funcionário que
ARTIGO 108.º efectuar a penhora, podendo a escolha recair no executado ou,
(LeYantamento da penhora) no caso de bens indivisos, preferencialmente no administrador
1. O levantamento da penhora é ordenado pelo chefe do dos bens.
ó1gão administrativo de execução fiscal ou pelo Tribunal e 4. Do auto de penhora constam, além dos elementos refe1idos
notificado ao executado e depositário. no n.º 1 do presente a1tigo, o valor ela execução, a natmeza
2 O despacho que detennine o cancelamento da penhora deve n'1stica, mbana ou mista do prédio penhorado, o níunero da sua
detenninar igualmente o cancelamento dos respectivos registos. inscrição matricial e da descrição predial, sempre que possível,
4650 DIÁRIO DA REPÚBLICA

área aproximada, cobetta e livre, e a situação, confrontações, pe1mitida por lei especial, é igualmente apreendida a respectiva
número de polícia e denominação, havendo-os. licença, caducando aquela apenas com a vencia cio veículo.
5. Constituindo o bem imóvel penhorado o local da 7. Quando a penhora tiver recaído sobre veículos auto-
residência do executado, menciona-se também esse facto. móveis, aeronaves e embarcações, ou outros bens sujeitos
6. Havendo vários prédios a penhorar, lavra-se um auto a registo deve o chefe do órgão administrativo de execução
por cada prédio. fiscal solicitar à entidade competente o respectivo registo
7. O auto é assinado pelo depositário ou por duas teste- com a indicação de eventuais ónus. Recebida a ce1tidão, a
munhas, quando este não souber ou puder assinar, sendo-lhe passar no prazo de 8 (oito) dias, é a mesma junta ao processo
sempre entregue uma relação dos bens penhorados. de execução.
8. O registo da penhora é requerido ao conservador do 8. Quando os bens móveis forem indivisos, são aplicáveis,
registo predial competente pelo ó1gão que tiver ordenado com as devidas adaptações, os n.°" 3, 9 e 10 do a1tigo 110.º
a penhora, que igualmente requer que do ce1tificado desse do presente Código.
registo constem os encargos que onerem os bens penhorados. 9. Caso o bem móvel penhorado esteja indiviso, é aplicável
9. Caso seja necessário proceder ao registo oficioso de o a1tigo 118.º do presente Código.
bem imóvel na Conservatória cio Registo Predial, ou de outros ARTIGO 112.0
(Penhora de direitos sobre bens imóveis e bens móveis)
bens sujeitos a registo, para que seja efectuacla a penhora, o
ó1gão administrativo ele execução fiscal fica desonerado do Na penhora de direitos sobre bens imóveis e móveis
pagamento dos devidos emolumentos, entrando estes em regra aplicam-se, com as devidas adaptações, as no1mas relativas
ele custas cio processo ele execução. à penhora de bens imóveis e bens móveis.
1O. O conservador efectua o registo no prazo de48 (quarenta ARTIGO 113.º
(Penhora de dinheiro ou outros valores
e oito) horas ou devolve a ce1tidão ela penhora com nota de
depositados em contas bancárias)
que o prédio não está descrito.
11 . A provisoriedade do registo não impede o prossegui-
1. A penhora de dinheiro ou outros valores depositados
mento da execução salvo quando, face aos ftmclamentos da em contas bancárias, bem como de objectos guardados em
instituições de crédito é sempre notificada à instituição de
provisoriedade, se entenda que a execução deve ser suspensa.
crédito depositária por ca1ta registada com aviso de recepção,
12. O registo é cancelado a requerimento do executado
ficando a pa1tir da data ele recepção da ca1ta, o saldo credor da
com base em certidão da sentença transitada em julgado ou
conta bancária até ao valor ela penhora ou o objecto penhorado
despacho que declarou finda a execução ou substituiu a penhora
colocado em situação de indisponibilidade.
por outro meio de garantia da dívida exequenda.
2. A cormmicação da penhora deve identificar, além do
13. Para efeitos do presente a1tigo, a concessão mineira é
executado e do processo executivo no âmbito do qual se realiza
equiparável a bem imóvel.
a penhora, o montante ou objecto a penhorar, procedendo
14. Caso o bem imóvel penhorado esteja indiviso, é
igualmente à indicação que, salvo nos casos previstos na lei,
aplicável o a1tigo 118.º do presente Código.
as quantias depositadas nas contas e os bens guardados ficam
ARTIGO 111.º indisponíveis a pa1tir da data da penhora.
(Penhora de bens móveis)
3. A instituição de crédito depositária é obrigada a
1. A penhora de bens móveis efectiva-se através da comunicar à repa1tição fiscal, sempre que solicitada, todas
apreensão e entrega a um depositário idóneo ou, no caso de as movimentações da conta bancária penhorada efectuadas
o bem penhorado ser de valor consideravelmente elevado, da até à extinção do processo de execução fiscal.
sua remoção para um depósito público. 4. Feita a penhora, a instituição de crédito depositária
2. A citação ou notificação efectuam-se preferencialmente comunica ao chefe da repa1tição fiscal o saldo da conta ou
através de contacto directo com o executado, que assina o contas objecto da penhora na data em que esta foi efectuada
auto, sendo a recusa, quando o executado estiver presente, ou a inexistência de saldo susceptível de penhora, indicação
mencionada no mesmo. que é acompanhada, de um extracto de onde constem todas
3. Da penhora lavra-se auto com registo do dia, hora e local as operações que tiverem sido efectuadas após a realização
ela diligência, o qual deve especificar os bens penhorados e da diligência.
indicar o valor da execução cujo pagamento se efectua. 5. A info1mação a fomecer pelas instituições de crédito
4. No auto da penhora fica consignado, unicamente para deve ser entregue ao órgão achninistrativo de execução fiscal
efeitos do depósito, o valor que se atribui aos bens que vão num prazo máximo de 48 (Quarenta e oito) horas após a
ser depositados. realização da penhora.
5. De todas as penhoras que puderem efectuar-se na mesma 6. A realização da penhora é, após a notificação efectuada
hora e local, lavra-se um único auto. nos te1mos do n.º 4, cio presente a1tigo notificada pelo chefe
6. Quando a penhora recair sobre veículo licenciado para do ó1gão administrativo de execução fiscal ao executado, no
transporte e aluguer e sempre que a sua transmissão seja prazo de 30 (trinta) dias.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4651

7. Caso, poste1iormente à penhora, ocoJTam novas entradas deve solicitar ao devedor a anulação do título de crédito
de que resultem em saldo credor a favor do executado, este original e a emissão de uma segunda via.
comunica-as de imediato ao chefe do órgão administrativo de 3. A penhora de valores mobiliários depositados em ins-
execução fiscal para que esse ordene de imediato a penhora tituições de crédito efectiva-se por comunicação a estas de
ou info1me a sua desnecessidade. que os respectivos títulos ficam à ordem da execução fiscal.
8. O saldo referido no número anterior fica disponível ARTIGO ll 7. 0
quando o chefe do órgão administrativo de execução fiscal (Penhora de abonos ou vencimentos e de rendas,
juros e oub·os rendimentos periódicos)
não proceder à penhora ou nada disser nos 15 (quinze) dias
posteriores à comunicação das novas entradas. 1. A penhora de abonos ou vencimentos de qualquer
ARTIGO 114.º natureza, com o limite de dois terços do seu montante, que
(Penhora de Cl'éditos) não podem, no entanto, ultrapassar quatro vezes o salário
1. Em caso de penhora de créditos, o devedor, ou o represen- mínimo nacional da função pública, bem como de rendas,
tante que legahnente designar em prazo não superior a 10 (dez) jmos e outros rendimentos periódicos, tem trato sucessivo
dias, é pessoalmente citado, nos te1mos do presente Código, pelo período bastante para o pagamento da dívida exequenda.
de que fica nomeado fiel depositário dos créditos penhorados. 2. A penhora é efectuada mediante notificação por ca1ta
2. A citação deve ainda info1mar o devedor para este, no registada com aviso de recepção dirigida à entidade pagadora
prazo de 15 (quinze) dias, comunicar se reconhece a ob1igação, de que deve descontar nos referidos abonos, vencimentos ou
a data em que se vence e qualquer outra circunstância que rendimentos o montante penhorado até à concorrência do
possa interessar à execução. valor da penhora e proceder ao seu depósito na Conta Única
3. Caso o devedor reconheça a ob1igação imediata de pagar
do Tesouro, não ficando desonerado da obrigação se pagar
ou não houver prazo de pagamento é executado no processo,
ao executado.
se não proceder ao depósito do montante penhorado na Conta
3. A entidade pagadora dos abonos, vencimentos ou rendi-
Única do Tesouro no prazo de 30 (trinta) dias após a citação.
mentos fica depositária, até à entrega ao Estado, do montante
4. Caso o devedor reconheça a obrigação de pagar, mas haja
penhorado, disso sendo notificado o executado.
prazo para pagamento, é aquele executado no processo, se não
proceder ao pagamento na data de vencimento da obrigação. 4 . A entidade pagadora dos abonos, vencimentos ou
5. Quando o crédito penhorado for litigioso e não houver rendimentos é obrigada a enviar ao órgão administrativo de
mais bens penhoráveis, pode o Estado, se nisso tiver interesse, execução fiscal, documento comprovativo do depósito dos
promover a acção declaratória junto do Tribtmal Competente montantes descontados.
com Jurisdição Fiscal e Aduaneira. 5. A penhora a que se refere o presente a1tigo caduca de
6. Presume-se a existência e vencimento do crédito direito logo que extinta a execução, o que deve ser comunicado
penhorado, aplicando-se o disposto nos n.os 4 e 5 do presente ao depositário.
a1tigo, quando, apesar da contestação do crédito, o devedor ou ARTIGO ll8.º
seu representante terem efectuado após a penhora quaisquer (Penhora de bens indivisos)
pagamentos não justificados ao executado. 1. No auto da penhora que tiver por objecto bens indivisos
ARTIGO 115.º mencionam-se, além dos bens comlU1s, a quota do executado
(Penhora de partes sociais)
e a identificação dos restantes comproprietários.
1. A penhora de pa1te social em sociedade é feita mediante 2. O depositário é escolhido preferencialmente entre os
notificação aos achninistradores, directores ou gerentes de que comproprietários dos bens penhorados.
passam a ser seus fiéis depositários.
3. A penhora é registada se a transmissão dos bens sobre
2. A notificação deve especificar o objecto da penhora e,
que incide a quota-parte do executado estiver sujeita a registo,
para efeitos da dete1minação do valor penhorado, o valor do
aplicando-se para efeito de emoltunentos o disposto no n.º 9
último balanço.
do a1tigo 11 O.º do presente Código.
3. Caso não seja possível a indicação do último balanço,
4. Efectuada a penhora no direito a herança indivisa e
é esse valor fixado pelo chefe do órgão administrativo de
execução fiscal antes da venda, mediante parecer técnico. ocoffendo inventário, o órgão administrativo de execução
fiscal comunica o facto ao respectivo Tribunal e solicita que
ARTIGO 116.º
(Penhora de títulos de crédito e valores mobiliários) opo1tunamente info1me sobre quais os bens adjudicados ao
1. A penhora de títulos de crédito efectiva-se com a executado, devendo nesse caso, a execução suspender-se por
notificação ao devedor de que não deve autorizar ou efectuar período não superior a 1 (um) ano, sem prejuízo de poder
qualquer pagamento. continuar em outros bens.
2. Caso não seja possível a efectiva apreensão do título de 5. A penhora transmite-se, sem mais, para os bens que
crédito, o chefe do órgão administrativo de execução fiscal couberem ao executado na pa1tilha.
4652 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 119.º e) Por negociação pa1ticular, após o esgotamento das


(Junção de ónus ou encargos)
possibilidades legais de os bens referidos na alínea
Feita a penhora, o órgão administrativo ele execução fiscal a) do presente artigo serem vendidos por proposta
promove a junção ao processo cios ónus ou encargos que em carta fechada ou no caso de manifesta urgência
incidam sobre o bem penhorado e identifica os titulares cios na venda de bens móveis, por iisco ftmdamentado
direitos ele remissão ou preferência. da deterioração;
ARTIGO 120.º d) Por venda em bolsas de capitais ou mercadorias;
(Citação de terceiros) e) Por venda directa a entidades que tenham direito a
1. Junta a ce1tidão cios ónus ou encargos incidentes sobre adquirir detenninaclos bens;
os bens penhorados, o órgão administrativo de execução fiscal j) Por affematação em hasta pública, sempre que os
deve citar pessoalmente: bens a vender sejam bens móveis e não estiverem
a) Os tilulares dos direitos reais de garantia sobre os bens abrangidos nas alíneas a) e b) do presente artigo;
penhorados, desde que registados ou conhecidos; g) Por venda em depósito público em caso de inexis-
tência de affematantes na affematação em hasta
b) O cônjuge do executado, para requerer a separação
pública por metade do valor posto à venda.
de bens no prazo de 10 (dez) dias, quando a dívida
ARTIGO 122.º
exequenda não for comunicável e o regime de
(Requisitos da venda dos bens por proposta em carta fechada)
casamento não for o da separação de bens;
1. A venda por proposta em ca1ta fechada é publicamente
e) O outro membro da união de facto para, no prazo de
divulgada, com tuna antecedência de 60 (sessenta) dias rela-
1O(dez) dias, requerer a divisão dos bens, quando
tivamente à sua realização, por editais, anúncios, a publicar
o bem penhorado for a habitação principal de
por 3 (três) dias consecutivos numjomal de maior circulação
membros de tmião de facto legalmente reconhe- nacional, e através do «sítio» da Administração Tributária
cida e for ela sua propriedade comum; competente na internet, podendo ser também facultativamente
~ Os titulares ele direitos reais de preferência sobre os utilizados meios radiofónicos.
bens penhorados. 2. Os editais são afixados na po1ta dos serviços do órgão
2. Não há citação das entidades referidas no número administrativo de execução fiscal competente para a execução e
anterior quando o bem penhorado consistir em abonos ou na administração municipal, distrital ou comunal do domicílio
vencimentos, rendas, juros e outros rendimentos periódicos ou residência fiscal do executado.
de natureza pecuniária. 3. Quando os bens a vender sejam prédios urbanos, os
3. Os titulares dos direitos reais ele garantia conhecidos editais são afixados na po1ta de cada um deles.
não são citados eclitalmente. 4. Os editais, antmcios e divulgação via internet devem
4. Os titulares ele direitos reais de garantia desconhecidos e pe1mitir uma fácil compreensão do seu conteúdo, indicando
o cônjuge ou unido de facto com o executado a que se referem especialmente os seguintes elementos:
as alíneas b) e c) do n.º 1 do presente a1tigo, bem como os a) A identificação cio órgão administrativo de execução
titulares ele direito ele preferência que não foram pessoalmente fiscal onde coffe o processo;
citados, são citados editalmente. b) O nome ou foma cio executado;
5. A citação edital a que se refere o número anterior é e) A identificação dos bens penhorados que, no caso
efectuada no momento da publicitação da vencia por proposta ele bens imóveis, sua identificação matricial e na
em caita fechada. referência ao estado do bem;
d) A data, hora e local onde os bens podem ser
CAPÍTULO V
examinados;
Venda dos Bens Penhorados
e) Valor-base da venda;
ARTIGO 121.º j) A designação e endereço cio órgão a quem devem ser
(Modalidades admitidas)
entregues ou enviadas as propostas;
A venda pode efectuar-se por: g) A data e hora-limite de recepção das propostas;
a) Por proposta em caita fechada, em caso ele os bens a h) A data, hora e local de abe1tura das propostas;
vender serem imóveis ou móveis, estabelecimento i) A impossibilidade de desistência da proposta, em
comercial ou industrial, sujeitos ou não a registo, caso de o proponente não manifestar essa intenção
de fo1ma singular ou global quando integrem uma por escrito, também por carta fechada, até 8 (oito)
universalidade de facto; dias antes ela realização ela venda.
b) Por proposta em ca1ta fechada , em caso de bens 5. Os editais devem igualmente convocar os credores
móveis de valor superior a Kz: 2.500.000,00, preferentes, bem como os credores desconhecidos para
(dois milhões e quinhentos mil kwanzas), mesmo reclamar os seus créditos até aos 15 (quinze) dias anteriores
quando não sujeitos a registo; ao da realização ela venda.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4653

6. Os bens devem estar expostos no local indicado pelo 4. A abe1tura das propostas pode ser suspensa, caso o
menos até ao dia e data-limite de recepção das propostas, executado deposite, até à data para que estiver marcada, um
sendo o depositário obrigado a mostrá-los a quem pretenda montante não inferior a 40% (quarenta por cento) da dívida
examiná-los dw·ante as horas fixadas nos meios de publici- exequenda e acréscimos legais.
tação da venda. 5. As propostas são abe1tas em caso de o executado não
7. A concessão mineira é para efeitos de venda equiparada proceder ao pagamento do restante nos 30 (trinta) dias pos-
a bem imóvel. teriores à data da suspensão.
8. Caso o bem imóvel a vender for concessão mineira, a ARTIGO 125.º
vencia realiza-se na área do órgão achninistrativo ele execução (Repetição do prazo da apresentação das propostas)

fiscal onde se processa a maior pa1te da sua exploração. 1. Caso nenhuma proposta seja de valor igual ou superior ao
9. A venda da concessão mineira está condicionada à autori- valor-base da vencia, é fixado no dia da abe1tma das propostas
zação do Titular do Poder Executivo a requerer pelo adquirente novo prazo para a sua apresentação, com obediência ao disposto
no prazo de 30 (trinta) dias após a abettma das propostas. no attigo 121.º do presente Código, salvo o va lor-base da
1O. Sendo o bem po~to à venda for a habitação do executado, venda dos bens imóveis que deve ser 80%(oitenta por cento)
eleve ser info1mado o município da área ela localização às inscrito na matriz ou resultante da avaliação.
entidades assistenciais competentes para efeitos de anteci- 2. O novo prazo de apresentação de propostas deve constar
padamente, providenciarem eventual realojamento que se de aviso a manter afixado no órgão administrativo de execução
mostre necessário. fiscal e no «sítio» do Depaitamento Ministerial que responde
pelas Finanças Públicas na internet, até ao dia de abeitura das
ARTIGO 123.0
(Valor base dos bens para a venda) propostas, prazo a fixar no aviso.
3. É aplicável à abe1tura das propostas e procedimentos
1. O valor-base da venda dos bens imóveis é 80% (oitenta
subsequentes o disposto no a1tigo 124.º cio presente Código.
por cento) do resultante do rendimento inscrito na matriz
4. Em caso de inexistência de qualquer proposta obedecendo
predial, actualizado através da aplicação da UCF (Unidade
aos requisitos previstos no n.º 1 do presente a1tigo, passa-se
de Coffecção Fiscal).
à negociação patticular.
2. Os bens imóveis são avaliados antes ela vencia, sendo
ARTIGO 126.º
o valor-base ela vencia 80% (oitenta por cento) do valor ela
(Aqwsição pelo Estado)
avaliação. No caso de o bem imóvel não estar insc1ito na malriz,
1. O Estado e qualquer dos seus entes teffitoriais podem,
estar inscrito sem valor ou houver manifesta discrepância entre
em caso de bens de elevado interesse histórico e cultural ou
o valor de mercado e o resultante do rendimento inscrito na
aptos à imediata instalação de setviços públicos, exercer o
matriz predial, o mesmo é válido antes da vencia.
direito de preferência, mediante o pagamento do preço por
3. O valor do estabelecimento comercial ou industrial é o
que o bem a vender tiver sido proposto pelo licitante que tiver
que resultar de avaliação efectuada com base no último balanço,
apresentado proposta de maior valor nos casos referidos nos
nos te1mos das n01mas aplicáveis aos impostos de transrrússão.
a1tigos 123.º e 124.º cio presente Código.
4. O valor cios bens móveis a vender por proposta em carta
2. A aquisição a que se refere o número anterior depende
fechada é o que lhes for atribuído no auto de penhora, salvo se
de o Estado manifestar essa intenção até ao momento da
outro lhe tiver sido atribuído ftmclamentadamente pelo órgão
abe1tura das propostas e de prévia concordância da Direcção
achninistrativo de execução fiscal até à realização ela venda.
Nacional do Património do Estado.
ARTIGO 124.º
ARTIGO 127.º
(Abertura das propostas por carta fechada) (Venda por arrematação)
1. A abertura das propostas faz-se no dia e hora designados, 1. Os bens móveis a affematar são postos à venda pelo
na presença do chefe do órgão achninistrativo de execução valor atribuído na penhora, salvo se outro lhe tiver sido
fiscal e de outro ftmcionário designado, devendo assistir à atribuído pelo órgão administrativo de execução fiscal até à
abettma das propostas os proponentes interessados ou seus realização da venda.
representantes, os reclamantes citados e os titulares de direito 2. A affematação é publicitada exclusivamente por editais a
de preferência ou remição cios bens vendidos. manter afixados na repaitição fiscal e no «sitio» do Depaitamento
2. Havendo duas ou mais propostas ele igual valor é o bem Ministerial que responde pelas Finanças Públicas na inteinet,
adjudicado ao proponente que demonstre disponibilidade nos 30 (trinta) dias anteriores ao da realização da venda.
imediata para efectuar o pagamento do preço. 3. Os bens podem ser postos à venda singulannente, por lotes
3. Estando presente apenas um cios proponentes do maior ou em globo, confo1me o intei·esse económico do exequente.
preço é o bem adjudicado a este, salvo se o chefe do órgão 4. O ftmcionário designado é o pregoeiro, que anuncia em
administrativo ele execução fiscal ou o Juiz a tiver como voz alta a abe1tura da praça e o primeiro lanço que aparecer
excessivamente baixa caso em que se procede à negocia- acima do valor e os que se lhe sucederem e toma conta dos
ção patticular. respectivos licitantes.
4654 DIÁRIO DA REPÚBLICA

5. A licitação só se considera finda quando o funcionário ARTIGO 133.º


(Incompatibilidades)
designado tiver anunciado por três vezes o lanço mais elevado
e esse lanço não for cobe1to. Não podem ser proponentes ou aITematantes, por si ou
6. A vencia, efectua-se em depósito público, caso os bens interposta pessoa, os Magistrados Judiciais e do Ministério
móveis não sejam vendidos por metade cio valor posto. Público, os funcionários da Administração Tributária ou
ARTIGO 128. º quaisquer outras pessoas que prestem trabalho subordinado
(Venda por negociação particular)
à entidade exequente e seus familiares clirectos.
A vencia por negociação paiticular é exclusivamente ARTIGO 134. º
anunciada no órgão administrativo ele execução fiscal compe- (Formalidades da Yenda)
tente e no «sítio» do Depa1tamento Ministerial que responde 1. A venda dos bens móveis e imóveis efectua-se por auto
pelas Finanças Públicas na internet, identificando o anúncio no próprio processo ele execução fiscal.
o nome ou foma cio executado, a repa1tição fiscal onde con-e 2. Lavra-se um auto por cada prédio.
o processo, a identificação cios bens, o prazo e horas por que 3. Lavra-se um auto por todos os bens móveis vendidos
podem ser examinados, o nome ou a foma cio negociador e através da aceitação da única proposta ou da única affematação
a sua residência. ou ainda da única negociação pa1ticular.
ARTIGO 129.0 4. Em caso ele venda de estabelecimento comercial ou
(Venda em depósito público)
industrial, lavra-se igualmente um único auto.
1. A venda em depósito público é efectuada no local em que 5. Feita a venda, o órgão administrativo de execução fiscal
os bens estiverem depositados em dia ou dias preclete1minados procede à emissão do título de cobrança para pagamento
de cada mês, a fixar pelo Director Nacional do Património do
do preço.
Estado com uma antecedência mínima de 15 (quinze) dias.
ARTIGO 135.º
2. A realização ela vencia é anunciada pelos meios que a (Depósito do preço)
Direcção Nacional do Património do Estado entender convenientes. 1. O preço da venda deve ser depositado pelo adquirente
3. A venda em depósito público pode ser efectuacla, na no prazo de 30 (trinta) dias após o auto.
presença de um funcionário designado pelo órgão aclminis- 2. O Estado e demais entes públicos não estão sujeitos à
trativo de execução fiscal, por leilão, negociação pa1ticular obrigação do depósito do preço enquanto tal não for necessário
ou directamente a quem pretenda adquirir os bens. para o pagamento de credores mais graduados no processo
4. Do resultado da vencia é sempre lavrada acta a assinar de reclamação de créditos.
pelos intervenientes. 3. Os demais adquirentes, ainda que demonstrem a sua
ARTIGO 130.º
qualidade de credores, nunca serão dispensados do depósito
(Suspensão da Yenda) do preço.
O órgão administrativo de execução fiscal pode suspender 4. Pago integralmente o preço e os impostos de transmissão
a realização da vencia caso o valor reclamado pelos credores eventualmente devidos, o bem é adjudicado ao proponente
ou aITematante.
titulares de garantia real que deva inte1ferir sobre as garantias
cios créditos do exequente, se mostre manifestamente superior ARTIGO 136.º
(Consequências da falta de pagamento do preço)
ao da dívida exequenda e acréscimos legais, prosseguindo
1. Caso o preço não seja depositado nos 15 (quinze) dias
então a execução em outros bens.
posteriores à realização da venda, o processo ele execução
ARTIGO 131.0
fiscal prossegue com a penhora de bens do proponente ou
(Notificação dos titulares dos direitos de remição e preferência)
preferente, suficientes para o pagamento da dívida exequenda
1. Para efeitos do exercício dos direitos de remição e
e acréscimos legais.
preferência, os seus titulares são sempre notificados do dia e 2. Caso o proponente não disponha de bens suficientes
hora da entrega dos bens ao proponente. para o pagamento da dívida exequenda e acréscimos legais,
2. O direito de remição, a exercer nos termos dos fica a venda sem efeito, sem prejuízo das sanções aplicáveis
artigos 912.º a 915.º do Código de Processo Civil, pelo nos tennos do Código de Processo Civil.
cônjuge ou companheiro ela união de facto não separado ARTIGO 137.º
judicialmente de pessoas e bens ou pelos descendentes, (Insuficiência da importância arrecadada na Yenda)
prevalece sobre o direito de preferência. 1. Sempre que a importância an-ecadada na venda não seja
ARTIGO 132.º suficiente para o pagamento da dívida exequenda e acréscimos
(Exercício do direito de remição e de preferência) legais, o processo continua seus te1mos para penhora de novos
Os direitos de remição e preferência são exercidos até à bens ou, se o património do devedor e responsáveis solidários já
adjudicação, salvo disposição legal em contrário. tiver sido excutido, reve1te contra os responsáveis subsidiários.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4655

2. Os montantes atTecadados são sucessivamente aplicados ARTIGO 141.º


(Contraditório)
nas custas do processo, no capital da dívida, começando-se
pela amo1tização da dívida mais antiga, e no pagamento dos 1. Deduzida a acção junto do órgão administrativo de
juros de mora. execução fiscal competente e juntamente com a posição do
3. Os juros de mora são devidos relativamente à pa1te que representante processual da.Administração Tributáiia em questão,
for paga até ao mês, inclusive, em que se realizou a venda o traslado do processo é enviado para a Sala do Contencioso
dos bens e, se a penhora tiver sido de dinheiro, até ao mês Fiscal e.Aduaneiro do Tribunal Provincial para decisão.
em que esta se efectuou. 2. Caso o exequente não seja a Direcção Nacional de
ARTIGO 138.º
Impostos, deve o Tribunal proceder à audição do seu represen-
(Ónus ou encargos) tante processual para se pronunciar, no prazo de 15 (quinze)
1. Os bens são sempre vendidos livres de ónus ou encar- dias, antes da decisão do pedido.
gos, caducando todos os que incidem sobre o bem vendido a
CAPÍTULO VII
quando da celebração da venda. Verificação e Graduação de Créditos
2. Cabe obrigatoriamente ao órgão administrativo de exe-
cução fiscal competente para a execução, nos 15 (quinze) dias ARTIGO 142.0
(Prazo)
subsequentes à realização da venda, promover o cancelamento
dos registos que tiverem caducado com a realização da venda, 1. Os credores com garantia real podem reclamar junto da
salvo quando o adquirente já o tenha feito. repa1tição fiscal da execução os respectivos créditos nos 30
(trinta) dias posteriores à citação pessoal ou, no caso de não
CAPÍTULO VI
terem sido pessoalmente citados, até à realização da venda.
Acção Subordinada de Anulação da Venda
2. O disposto no número anterior não prejudica o direito
ARTIGO 139.º de, os credores que não tiverem sido pessoalmente citados
(Prazo e fundamentos)
até à realização da venda demandarem o exequente, com
1. O prazo de anulação da venda no processo de execução
fundamento nos danos sofridos.
é de:
3. Os credores ausentes ou desconhecidos podem reclamar
a) Um ano, no caso de, a anulação da venda se fundar
os créditos até 15 (quinze) dias antes da realização da venda.
na existência de ónus que não tenha sido tomado
4 . O crédito do exequente não tem de ser reclamado.
em consideração ou haja caducado, que exceda os
limites no1mais inerentes aos direitos da mesma ARTIGO 143.º
(Requisitos da reclamação)
categoria, bem como effo sobre o objecto transmi-
tido ou sobre as suas qualidades por comparação 1. Cada um dos credores deve instmir o pedido dirigido
com o que foi anunciado; ao Tribunal Competente com Jurisdição Fiscal e Aduaneira
b) 30 (trinta) dias nos restantes casos previstos no com cettidão da sentença ou com algum titulo executivo, sem
Código de Processo Civil. qual o pedido não é admitido.
2. O fundamento da anulabilidade previsto na alínea b) do 2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, é sempre
número anterior abrange toda e qualquer causa de nulidade atendido o pedido de credor hipotecário que não tiver sido
da venda, incluindo dos seus actos preparatórios, cuja proce- pessoalmente citado, desde que junte à ceitidão, a escritura
dência apenas seja declarada em agravo da decisão deduzido e o respectivo registo a seu favor.
anterio1mente à venda, mas decidido apenas posterio1mente. 3. Não é admissível a prova documental de factos não
3. O prazo conta-se da data da venda ou daquela em que o
evidenciados no título executivo.
requerente tome conhecimento do facto que servir de fundamento
ARTIGO 144.º
da anulação, cabendo-lhe provar a data desse conhecimento. (Prazo para a Administração Tributária rewli:r os elementos
4. A declaração de ineficácia da venda com o fundamento necessários :i reclama ção dos créditos)
de a coisa vendida não pe1tencer ao executado, sem prejuízo
1. Nos 15 (quinze) dias após a venda, o órgão administrativo
de usucapião, não está sujeita a prazo.
de execução fiscal comunica o facto ao titular responsável
ARTIGO 140.º
máximo do Ó1gão de Escalão Superior de que a Administração
(Efeitos de anulação da venda)
Tributária dependa, para que seja obtida junção das ceitidões
Fm caso de anulação ou declaração de ineficácia da venda,
de dívida por processos de execução fiscal em curso noutros
o adquirente tem direito à restituição pelo exequente do preço e
órgãos de execução fiscal que devam ser juntas ao primeiro
das demais despesas com a venda, incluindo dos impostos sobre
a transmissão que sobre ela recakam, salvo se, no momento processo para efeitos da reclamação de créditos.
da venda, tiver conhecimento efectivo do registo da acção de 2. Vale como reclamação de créditos a remessa ao órgão
propriedade da coisa vendida intentada pelo proprietário com administrativo de execução fiscal das ce1tidões referidas no
o fundamento de esta não pettencer ao executado. númei·o anterioi:
4656 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 145.º administradores ou gerentes por culpa na falta de


(Remessa ao Tribunal)
pagamento das multas aplicadas à pessoa colectiva;
1. Findo o prazo para reclamação de créditos, é remetido
e) Amnistia;
para o Tribunal Competente com Jmisdição Fiscal e Aduaneira,
d) Anulação da decisão condenatória;
o traslado do processo com as respectivas reclamações.
2. Cabe ao Tribunal Competente com Jurisdição Fiscal e) Prescrição da multa.
e Aduaneira notificar os credores reclamantes dos crédi- ARTIGO 151.º
tos reclamados. (Impossibilidade de deserção)

ARTIGO 146.º A intenupção do processo de execução fiscal, ainda que


(Legitimidade) por causa imputável ao exequente, nunca der causa à deserção
As reclamações de créditos podem ser impugnadas pelo da instância.
exequente ou executado e ainda pelos restantes credores ARTIGO 152.º
titulares de direitos reais de garantia. (Oficiosidade do conhecimento das causas de exiinção da execução)
ARTIGO 147.º As causas de extinção da execução são de conhecimento
(Prazo de impugnação)
oficioso pela repartição fiscal ou pelo Tribunal.
O prazo de impugnação pelas entidades referidas no
SECÇÃO li
número anterior é de 30 (trinta) dias após a notificação dos Extinção por Pagamento Voluntário
créditos reclamados.
ARTIGO 153.º
ARTIGO 148.0 (fítulos de cobrança)
(Sentença)
O cumprimento coercivo e voluntário no processo de
A sentença é lavrada nos 15 (quinze) dias posteriores ao
execução pelo executado ou por terceiro, independentemente
teimo do prazo de reclamação de créditos, devendo ordenar o
de este exercer ou não o direito de sub-rogação, é sempre efec-
cancelamento dos registos que caducam por força da transmissão,
tuado por meio de titulo de cobrança, sendo admitidos todos
se antes não tiver sido requerido pelo adquirente dos bens.
os meios de pagamento previstos no Código Geral Ttibutário.
ARTIGO 149.º
(Remessa à repartição fiscal) ARTIGO 154.0
(Local de pagamento)
Os processos que tiverem subido ao Tribunal Competente
O pagamento voltmtário em processo de execução fiscal
com Jmisdição Fiscal e Aduaneira para efeitos de verificação
e graduação de créditos são devolvidos à repartição fiscal da pode ser efectuado na repattição fiscal onde correr a execução,
execução findo o prazo para se reclamar da liquidação feita em caso de ofício, no órgão de execução fiscal oficiado, ou
em cumprimento da sentença que tiver graduado os créditos em quaisquer outros locais que, nos te1mos da lei, vierem a
ou decidido as reclamações, havendo-as. ser designados pelo responsável máximo do Órgão de Escalão
Superior de que a Administração Tributária dependa.
CAPÍTULO VIII
ARTIGO 155.º
Extinção da Instância (Pagamentos por conta)
SECÇÃOl 1. Na execução fiscal, são admitidos pagamentos por conta,
Causas da Exiinção da Execução
desde que cada pagamento não seja inferior a 10 porcento da
ARTIGO 150.º dívida exequenda.
(Exiinção da execução)
2. Os pagamentos por conta não suspendem o andamento
1. O processo de execução fiscal extingue-se, confotme do processo de execução fiscal.
os casos, por:
SECÇÃO Ili
a) Pagamento da dívida exequenda; Extinção por Cobrança Coerciva
b) Anulação da liquidação ou declaração de nulidade
ou inexistência da dívida exequenda; ARTIGO 156.º
e) Anulação total do processado, em vittude de nuli- (Levantamento da quantia necessária para o pagamento)
dade insanável; Se a penhora for de dinheiro, o levantamento da quantia
d) Procedência da oposição, salvo quando o seu funda- necessária para o pagamento da dívida exequenda e acréscimos
mento for mera causa de suspensão da execução; legais é feito por mandado a favor da repartição fiscal em que
e) Declaração de prescrição da dívida exequenda;
c01rer o processo de execução fiscal.
fl Declaração em falhas, sem prejuízo da possibilidade
da sua renovação, nos termos do presente Código. ARTIGO 157.º
(Extinção por pagamento coercivo)
2. Nas execuções por multas, o processo de execução fiscal
extingue-se igualmente por: 1. Se em vittude da penhora ou venda forem affecadadas
a) Motte do infractor; impottâncias suficientes para solver a execução e não houver
b) Dissolução da pessoa colectiva, sem prejuízo dos lugar à verificação e graduação de créditos, é aquela extinta
casos de responsabilidade extracontratual dos depois de feitos os pagamentos.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4657

2. No despacho de extinção, o chefe da repattição fiscal ARTIGO 162.º


(Apresentação da reclamação)
ordena o levantamento da penhora, se for o caso, detennina
o cancelamento dos registos ainda subsistentes que tiverem A reclamação deve conter os fundamentos de facto e de
direito, bem como o respectivo pedido, que deve ser apresentada
caducado com a realização da venda e declara obrigatoria-
na repa1tição fiscal reclamada que, no prazo de 1O(dez) dias,
mente que foram cumpridas todas as formalidades legais,
caso entenda não deferir a reclamação, remete o processo para
designadamente contas e pagamentos.
o Tribunal, juntamente com a posição processual do exequente.
ARTIGO 158.0
ARTIGO 163.º
(Quantias remanescentes)
(Efeito suspensivo)
Caso haja quantias remanescentes, o seu montante é
Sem prejuízo das sanções aplicáveis à litigância de má-fé,
ob1igatoriamente compensado no pagamento de outras dívidas
a reclamação suspende a execução quando o reclamante
do executado, no prazo de 60 (sessenta) dias, findos quais o invoque causa legal de suspensão da execução fiscal, nos
respectivo montante pode ser levantado pelo executado. restantes casos, a reclamação apenas é apreciada, quando,
SECÇÃO IV após a realização da totalidade das diligências do processo,
Declaração em Falhas
este for remetido ao Tribunal.
ARTIGO 159.º
(Declaração em falhas) CAPÍTULO II
Recm·so Ordinário
1. É declarada em falhas a dívida exequenda quando em
auto de diligência se verifique: ARTIGO 164.º
(Âmbito)
~ Inexistirem bens penhoráveis do executado, seus
1. São susceptíveis de recurso ordinário para a Câmara
sucessores, responsáveis solidários ou subsidiários
do Cível e Administrativo Fiscal e Aduaneira do Tribunal
ou garantes pessoais;
Supremo a interpor, processar e julgar, no que não estiver
b) Ser desconhecido o executado e, no caso de tributos previsto no presente Código, nos tetmos do recurso de agravo
sobre a propriedade imobiliária, não ser possível em processo civil, as seguintes decisões do T1ibunal competente
identificar o prédio; com Jurisdição Fiscal e Aduaneira sobre:
e) Estar o devedor do crédito penhorado ausente em a) Incidentes de oposição por embargos e oposição
pa1te ince1ta e não dispor o executado de outros à penhora;
bens penhoráveis. b) Acções subordinadas de verificação e graduação de
2. A declaração em falhas pode ser parcial, caso o produto da créditos e anulação da venda;
venda dos bens penhorados ao executado se mostre insuficiente e) Reclamações dos actos administrativos da repa1ti-
para o pagamento da dívida exequenda e acréscimos legais. ção fiscal;
d) Reclamações da conta de custas;
ARTIGO 160. 0
(Renovação da execução declarada em falhas) e) Despachos interlocutórios;

Logo que haja conhecimento de novos bens do executado, j) Despachos que, não conhecendo do mérito da causa,
seus sucessores, responsáveis solidários ou subsidiários e ponham tenno ao processo;
g) As decisões de declaração de incompetência material
garantes pessoais, a execução fiscal declarada em falhas é
ou hierárquica do Tribunal.
renovada, sem necessidade de nova citação, salvo se já tiver
2. Não são passíveis de recurso as decisões das causas
deconido o prazo de prescrição.
cujo valor não ultrapasse a alçada do Tribunal Competente
TÍTULO IlI com Jurisdição Fiscal e Aduaneira.
Reclamações e Recursos ARTIGO 165.0
(Legitimidade)
CAPÍTULO ! O recurso a:dinário pode ser deduzido pela paite ou qualquer
Reclamações outro interveniente processual que no processo tenha ficado
ARTIGO 161.º vencido, considerando-se vencido o inte1veniente processual
(Reclamações) que não obteve a satisfação integral dos seus interesses na
Os actos praticados pela repaitição fiscal que não sejam causa, ou, ainda, pelo Ministé1io Público, sempre que disponha
de mero expediente ou não sejam efectuados no exercício de legitimidade.
de poderes discricionários são susceptíveis de reclamação, a ARTIGO 166.º
deduzir pelo executado ou por terceiros directa eefectivamente (Prazo)
prejudicados, no prazo de 1O(dez) dias após a notificação ou 1. O recurso ordinário é apresentado ao Tribunal recoffido
efectivo conhecimento da decisão pelos reclamantes junto no prazo de 15 (quinze) dias, após a notificação da decisão
do Tribunal Competente com Jurisdição Fiscal e Aduaneira. rec01i-ida, devendo a paiterecoirente alegar dentro desse prazo.
4658 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. Caso as alegações não sejam entregues até ao teimo do ARTIGO 171.º


(Vistos)
prazo do recurso ordinário, este fica deseito.
3. O relator a quem for distribuído o processo pode convidar Tenninadas as diligências referidas nos aitigos anterio-
o recoITente a coITigir as alegações no prazo de 15 (quinze) res, o processo sobe com visto ao Ministério Público e aos
dias, quando não contiverem conclusões ou as conclusões não juízes, podendo antes o juiz relator solicitar a qualquer dos
desenvolverem a argumentação das alegações ou se mostrem inte1venientes processuais que se pronunciem sobre a matéria
deficientes, complexas ou obscuras. do processo dentro do prazo de 10 (dez) dias.
4. Não é admitida a prova testemunhal. ARTIGO 172.º
(Marcação da audiência)
ARTIGO 167.º
(Efeitos dos recursos) 1. Lançado o visto do relator, o Juiz Presidente marca a
1. O recurso da sentença de verificação e graduação de sessão do julgamento do processo que não pode exceder a
créditos tem efeito suspensivo. segunda sessão imediata.
2. Nos restantes casos, o recurso não tem efeito suspen- 2. Os processos são julgados pela ordem de entt·ada na
sivo, salvo nos casos em que a decisão recoll'ida tiver sido Secretaria, mas o Presidente pode oficiosamente darprioiidade
desfavorável ao executado e este tiver prestado garantia nos a qualquer processo, se houver justo motivo.
tennos do n.º 1 do a1tigo 43.º do presente Código. 3. O Tribunal de Recw·so, sem prejuízo do princípio do
ARTIGO 168.0 pedido, reaprecia a causa sem restt·ições, conhecendo dos
(Subida dorecm· so) factos e do direito aplicável e podendo revogar, alterar ou
1. Apenas sobem imediatamente as decisões que conheçam anular, confonne ao caso couber, a decisão recoll'ida.
do mérito da causa, entendendo-se como tais as que recaiam
CAPÍTULO III
sobre as acções, incidentes ou reclamações referidas no Recurso Extraordinário para Uniformização
n.º 1 do aitigo 164.º do presente Código, ou que, embora não de Jurisprudência ou de Revisão
conhecendo do mérito da causa, ponham tenno ao processo,
ARTIGO 173.º
declarem o Tiibunal absolutamente incompetente ou conheçam
(Recm·so extrnordinário para uniformização de jurisprudência)
de qualquer impedimento oposto pelos paiticipantes processuais
Pode ser interposto para o Tribtmal Supremo recurso por
nos teimos da legislação processual civil aplicável.
oposição de sentenças e Acórdãos, nos casos em que, apesar
2. Sobem também imediatamente os recursos dos actos
do valor da causa integrar a alçada do Ttibunal Competente
interlocutórios cuja retenção os tomasse absolutamente inúteis.
com Jurisdição Fiscal e Aduaneira, a sentença pe1filhar,
3. Os rectu·sos dos actos interlocutórios que não devam
relativamente à mesma questão de direito e na ausência de
subir imediatamente sobem apenas com o recurso da decisão
alteração substancial da regulamentação jurídica aplicável,
que puser teimo ao processo, ficando sem efeito se da decisão
solução oposta a mais de três sentenças proferidas em primeira
que puser teimo ao processo não houver recurso.
4. O recurso sobe ao Tribunal recoITido mediante simples instância ou de Acórdão de Tribunal Superior.
despacho do juiz, que, se entender, pode sustentar a deci- ARTIGO 174.º
(framitação)
são recoITida.
1. O recurso é interposto no prazo de 15 (quinze) dias e
ARTIGO 169.º
(Distribuição do recm·so, poderes do relator apresentado conjuntamente com as alegações.
e reclamação das suas decisões) 2. As alegações devem identificar as sentenças ou acórdão
1. Recebido o processo no Tribunal de Recmso é disu·ibuído fundamento da oposição ejustificar que, enu·e a decisão recorrida
ao relator que não pode ser o Presidente do Tribunal. e a sentença ou acórdão, fündamento existe à oposição exigida.
2. Na tramitação do processo e sua condução, o relator 3. O Tribtmal notifica o recoffido para, alegar no prazo
dispõe dos poderes at:Iibuídos ao Juiz de Direito dos Tribunais de 15 (quinze) dias.
Provinciais, competindo-lhe defeiir sobre todos os te1mos até ARTIGO 175.º
à decisão final. (Recm·so extraordinário de revisão)
3. Dos despachos do relator que não sejam de mero expe- 1. A decisão do processo é passível de recurso exb11ordiná1io
diente ou proferidos no exercício de poder discricionáiio, cabe de revisão desde que o pedido de revisão seja deduzido nos 3
reclamação para a conferência. (t:t·ês) anos posteriores ao seu tt·ânsito em julgado.
ARTIGO 170.º 2. Apenas é fundamento de revisão a incompatibilidade
(Produção de prova) da decisão judicial a rever com decisão judicial tt·ansitada em
Sempre que, antes dos vistos, o relator entender que o julgado, ainda que de diferente Tribunal, sobre a falsidade
conhecimento do recurso depende de alguma diligência de de documento que serviu de base à decisão, bem como a
prova, salvo prova testemunhal, ou da audição de qualquer incompatibilidade com qualquer ouu·o facto ou doctunento
autoridade, o processo baixa, para o efeito, ao Tribunal que tenha sido fimdamento essencial da decisão a rever e que o
Competente com Jurisdição Fiscal e Aduaneira. interessado prove não ter conhecido nem poder ter conhecido
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4659

no processo em que a decisão que constitui objecto de revisão fundos autónomos, as associações públicas e as
for proferida. empresas públicas;
3. O pedido de revisão apenas pode ser deduzido nos b) Concon-er à concessão de serviços públicos e à
30 (trinta) dias posteriores ao trânsito emjulgado da decisão concessão de obras públicas;
a rever e do conhecimento efectivo ou da data em que o facto 2. O contribuinte visado em processo de execução fiscal
ou documento deviam ter sido conhecidos. não suspenso, fica sujeito às seguintes medidas:
4. Caso o Tribunal entenda admitir o pedido de revisão são a) Retenção pelo Estado de pagamentos do preço devi-
citadas as pattes dessa admissão, seguindo-se com as devidas dos por serviços prestados por esses contribuintes;
adaptações a tramitação cio processo em que foi proferida a b) Retenção dos financiamentos de médio e longo
decisão a rever. prazos que não sejam destinados à aquisição de
TITULO IV habitação própria e pe1manente.
Disposições Finais 3. A definição cios contratos ou concessões referidos no
número anterior é a que resultar da Lei da Contratação Pública.
CAPÍTULO ! ARTIGO 179.º
Efeitos da Situação Tributária Não Regularizada (Pagamentos a efectuar por entes públicos)

ARTIGO 176.0 1. O Estado, a Administração Central e Local do Estado, os


(Definição de situação tributária não regularizada) gestoces da Assembleia Naciooal, dos Tribunais da Procurado1ia
Para efeitos das obrigações previstas no presente título, Geral da República, das autarquias locais, cios institutos
considera-se que não têm a situação tributária regularizada: públicos, dos fundos autónomos, das associações públicas
a) Os executados em processos de execução fiscal pen- e das empresas públicas não devem proceder ao pagamento
dentes por dívidas de impostos ou outras prestações de quaisquer subsídios ou a outros pagamentos resultantes da
tributárias administradas pela Administração Tri- aquisição de bens ou serviços, líquidos do imposto de consumo
butária, salvo enquanto tais processos estiverem ou de qualquer outro tipo de tributação inclirecta sem a prévia
suspensos por qualquer das causas referidas no solicitação aos beneficiários da apresentação de cetticlão que
presente Código; comprove a regularidade da respectiva situação tributária.
b) Os executados em processos de execução fiscal que 2. A mesma obrigação é aplicável às sociedades comerciais
tiverem sido declarados em falhas, enquanto a que procedam à distribuição de lucros ou a adiantamentos
dívida não for paga e ainda não tiver te1minado por conta de lucros e às instituições públicas, instituições de
o prazo de prescrição. crédito ou quaisquer outras entidades com capacidade para a
ARTIGO 177.º concessão de crédito que concedam crédito a médio ou longo
(Prova da situação tributária regularizada)
prazos, salvo para aquisição da habitação principal do mutuário.
1. A prova da situação tributária regularizada, quando
ARTIGO 180.º
exigível nos tetmos das disposições do presente Código ou (Retenção)
noutras no1mas legais, é efectuada mediante a apresentação 1. Quando a ce1ticlão referida no a1tigo 177.º do presente
de ce1tidão passada pela repaitição fiscal do domicílio cio
Código incluir dívidas de impostos administrados pela
contribuinte, declarando a inexistência de dívidas dos tributos
Administração Tributária ou quando se verificar a falta da
administrados pela Administração Tributária
sua apresentação até à realização cios pagamentos referidos
2. A ce1ticlão tem a validade de três meses após a emissão.
no aitigo anterior, é retido o montante em débito.
3. A ce1ticlão não constitui documento de quitação das
2. A retenção, a ser depositada na Conta Única do Tesouro,
dívidas a serem exigidas no processo de execução fiscal nem
deve ser comunicada ao órgão administrativo de execução
prejudica posteriores apuramentos.
fiscal competente para a execução, para efeitos da imputação
ARTIGO 178.0
(Efeitos da situação tributária não regularizada do seu montante à dívida exequenda.
na celebração dos contratos) 3. A retenção exonera o executado cio pagamento das
1. Aos contribuintes que não tenham a situação tributária respectivas imp01tâncias.
regularizada está vedada: 4. O excesso de retenção é susceptível de ser reclamado
a) A celebração ou renovação de quaisquer contratos administrativamente ou impugnado judicialmente nos te1mos
de fornecimento, empreitadas de obras públicas, da lei.
locação e aquisição de bens móveis ou imóveis 5. O incumprimento do dever de retenção dete1mina a
com o Estado, a Administração Central e Local obrigação de pagamento do valor não retido mais juros legais,
cio Estado, os gestores da Assemb leia Nacional, ficando por essa obrigação solidariamente responsáveis os
os Tribunais e a Procurado1ia Geral da República, administradores, gerentes, gestores, directores ou equivalentes
as autarquias locais, os institutos públicos, os da entidade faltosa.
4660 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 181.º Julho, sobre o Projecto Executivo para a Refotma Tributária


(Lista de devedores)
e do Decreto Presidencial n.º 50/11 , de 15 de Março, sobre
1. AAchninistração Tributária divulga, tendo em conta o as Linhas Gerais do Executivo para a Refo1ma Tributária em
interesse público da prevenção da evasão fiscal e com respeito Angola, de fo1ma a cotTesponder às actuais necessidades cio
pela legislação aplicável à protecção de dados pessoais, a lista desenvolvimento do País.
dos devedores cuja situação tributária não estiver regularizada A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo,
desde que o valor global da dívida ultrapasse Kz: 5.000.000,00 nos termos das disposições combinadas da alínea e) do
(cinco milhões de Kwanzas). artigo 164.º, da alínea o) do n.º 1 do artigo 165.º e ela
2. A publicação só pode ser efectuada, sempre que o alínea d) do n.º 2 do artigo 166.º, todos da Constituição
devedor reclamar ou impugnar a dívida exequenda ou o acto da República ele Angola, a seguinte:
achninistrativo de que a sua liquidação dependa, ou se opuser
à execução fiscal, quando, após o teimo do respectivo prazo LEI QUE APROVA O CÓDIGO
legal, o executado não tiver prestado garantia, nem obtido a GERAL TRIBUTÁRIO
sua dispensa.
ARTIGO 1.0
3. Antes da decisão da publicação, o contribuinte é notificado (Aprovação)
para se pronunciar no prazo de 5 (cinco) dias. É aprovado o Código Geral Tributário que é patte integrante
4. A decisão ele publicação é previamente comunicada ao da presente Lei.
contribuinte que a pode impugnar, nos mesmos te1mos dos ARTIGO 2. 0
restantes actos lesivos, junto do Tribunal Competente com (Adaptação da Legislação Tributária)

Jurisdição Fiscal e Aduaneira ela sua sede ou residência, no 1. Compete ao Titular do Poder Executivo promover a
prazo de 10 (dez) dias. adaptação de toda a legislação de natureza tributária, que
5. A impugnação referida no número anterior suspende a não consta no presente Código e que não tenha natureza de
publicação, até ao trânsito em julgado da decisão. Legislação Tributária especial.
6. A lista dos devedores é ordenada em função do montante 2. No cumprimento do disposto no número anterior, a Lei
da dívida, constando do topo, as de maior valor. procede à definição dos benefícios fiscais não abrangidos
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da pelo prazo de caducidade referido no n.º 1 do attigo 21.º do
Código Geral Tributário, não se considerando desde já como
Piedade Dias dos Scmtos.
abrangidos os previstos na Legislação Tributária em vigor.
O Presidente da República, JosÉ EDUARDO oos S ANTOS.
3. A aplicação cio disposto no n.º 1 não prejudica apre-
valência do Código Geral Tributário sobre as disposições
Lei n. º 21/14
incompatíveis da Legislação Tributária não aduaneira.
de 22 de Outubro
4. Mantém-se em vigor, até à sua regulamentação nos
Os princípios fundamentais do sistema fiscal, em patticular
termos do Código Geral Tributário, o regime relativo a
no que respeita à tributação directa, constam do Código Geral
emolumentos e o regime de reembolso dos encargos a que se
Tributário, aprovado pelo Diploma Legislativo n.º 3.868,
refere a alínea b) do n.º 2 do aitigo 78.º do referido Código.
ele 30 ele Dezembro ele 1968.
ARTIGO 3.0
Não obstante as diversas alterações que lhe foram intro- (Autoridade Tributária Úruca)
duzidas, o referido Código, oriundo cio período colonial,
Com a criação de uma entidade administrativa única,
já não se ajusta à realidade política, económica e social do
responsável pelas receitas tributárias, no âmbito do processo
País, havendo deste modo a necessidade de se efectuar uma
de reestrnturação e modernização ela achninistração tributária,
profunda revisão desse Diploma, tomando-o compatível com tal como previsto na alínea a) do n.º 3 do a1tigo 3.0 do Decreto
os ptincípios fundamentais do Estado Democrático de Direito, Presidencial n.º 155/1O, de 28 de Julho, as referências à Direcção
reconhecidos na Constituição da República de Angola, e com Nacional dos Impostos, ao Se1viço Nacional das Alfândegas
as exigências do actual quacko económico, bem como as e às Repattições Fiscais, passam a ser entendidas como efec-
especificidades das actividades económicas desenvolvidas por tuadas, respectivamente, para a nova entidade achninistrativa.
agentes de micro, pequenas e médias empresas, sem esquecer ARTIGO 4.0
o desafio que a inserção do País numa economia globalizada (Salvaguarda dos regimes especiais)
coloca à sua fiscalidade. Sem prejuízo das adaptações que se mostrem convenientes
É pois imprescindível que esse instmmento notmativo ou necessárias, considera-se leg islação especial, para efeitos do
fundamental contenha, desenvolva e aprofunde as bases cio presente Código e na medida em que não contrariem as suas
sistema tributário delineadas na Constituição, nas orientações nonnas, os regimes especiais de tributação das actividades
decotTentes do Decreto Presidencial n.º 155/ 1O, de 28 de peh·olífera e mineira.
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ARTIGO 5. 0 ARTIGO 10.º


(Disposições transitórias) (Entrada em vigor)

1. Os beneficios fiscais existentes à data da entrada em A presente Lei entra em vigor a pattir do dia 1 de Janeiro
vigor do Código Geral Tributário são mantidos de acordo com de 2015.
a Lei que os tiver instituído. Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
2. A duração dos beneficios fiscais concedidos antes da aos 26 de Jtmho de 2014.
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da
entrada em vigor do Código Geral Tributário, detetmina-se
Piedade Dias dos Santos.
com base na legislação que justificou a sua concessão.
Promulgada aos 8 de Outubro de 2014.
3. O prazo de prescrição a que se refere on.º 1 do artigo 63.º
Publique-se.
do Código Geral Tributário é aplicável aos tributos em dívida
no momento da sua entrada em vigor, salvo quando nos tennos O Presidente da República, JosÉ E DUARDO nos S ANTOS.
do Código anterior falte menos tempo para o prazo anterior se
completar, caso em que se mantém aplicável o antigo prazo. CÓDIGO GERALTRlBUTÁRIO
0
ARTIGO 6.
(Revogação) TITULO!
1. São revogados o Código Geral Tributário, aprovado Parte Geral
pelo Diploma Legislativo n.º 3.868, de 30 de Dezembro de
CAPÍTULO !
1968 e as alterações posteriores, os a1tigos 190.º a 209.º do
Disposições Gerais
Código Aduaneiro, respeitantes aos crimes aduaneiros, bem
como outras disposições legais que sejam incompatíveis com ARTIGO 1.0
(Âmbito de aplicação)
o presente Código.
2. As remissões feitas para os preceitos do Código Geral 1. O presente Código aplica-se às relações tributárias
Tributário revogado consideram-se efectuadas para as cor- em gera l, sem prejuízo do disposto em notmas de direito
internacional em que o Estado Angolano esteja vinculado ou
respondentes nonnas do presente Código.
em legislação interna especial.
3. Não obstante o disposto no n.º 1 do presente a1tigo, aos
2. Para efeitos do número ante1ior, considera-seAdministração
crimes de natureza aduaneira estabelecidos neste Código, são
Tributária, a Direcção Nacional dos Impostos, o Serviço
aplicáveis subsidiariamente as disposições procedimentais e Nacional das Alfândegas ou entidade que as venha substituir,
processuais previstas no Código Aduaneiro e demais legis- bem como outras entidades que, nos te1mos da Constituição
lação complementar. ou da Lei, exerçam competências administrativas relativas a
ARTIGO 7. 0 impostos e a outras prestações ttibutárias por elas achninistradas.
(Competência para o julgamento das infracções tributárias) 3. A aplicação do presente Código, com as devidas adapta-
1. Para efeitos da aplicação do Código Geral Tributário, é ções, a outras entidades de direito público ou concessionárias
de serviços públicos que lega lmente exerçam poderes de
competente para conhecer e julgar os litígios emergentes dos
liquidação e cobrança de ttibutos, independentemente da sua
processos de transgressões tributárias, a Sala do Contencioso natureza, depende de Lei que a dete1mine.
Fiscal e Aduaneiro do T1ibunal Provincial, em razão do tenitó1io. 4. O presente Código é aplicável a relações de direito
2. É competente, a Sala do Cível e Administrativo do público que não tenham natureza tt1butária nos casos em que
Tribunal Provincial, no que respeita aos litígios previstos ele próprio ou Lei especial expressamente o detenninem.
no número anterior, enquanto não forem criadas e instaladas ARTIGO 2. 0
(Definições)
Salas do Contencioso Fiscal e Aduaneiro, excepto na Província
de Luanda.
1. Para efeitos do presente Código, considera-se:
a) Auto de notícia - Documento oficial levantado por
3. Compete à Sala dos Crimes Comuns do Tribunal
autoridade ou agente de autoridade, no exercício
Provincial, teffitorialmente competente, conhecer e julgar das suas funções, visando repo1tar a constatação ou
os crimes tributários. a verificação de uma infracção tributá1ia, devendo
ARTIGO 8. 0 mencionar em sede do mesmo, nomeadamente o
(Aplicação subsidiária) dia, a hora, o local, as circunstâncias em que a
O reg ime de penalidades previsto no Código Geral Tributário infracção foi cometida, mencionando iguahnente
aplica-se subsidiariamente às transgressões previstas nos o agente ou agentes infractores, bem como a sua
própria identidade, enquanto autoridade ou agente
Códigos e Leis Fiscais.
de autoridade e, quando possível, uma ou mais
ARTIGO 9. 0 testemunhas;
(Dúvidas e omissões)
b) Beneflciosfiscai.s - São medidas de carácter excep-
As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e cional que implicam uma vantagem ou simples-
da ap licação do Código Geral Tributário são resolvidas pela mente um desagravamento fiscal perante o reg ime
Assembleia Nacional. n01mal, assumindo-se como uma fonna de isenção,
4662 DIÁRIO DA REPÚBLICA

redução ele taxas, deduções à matéria colectável, p) Prescrição - A extinção do direito de cobrança
amo1tízações aceleradas ou outras medidas fiscais da dívida ti·ibutária por paite da AdministJ·ação
ele nattu·eza semelhante; Tributária pelo decurso do período de tempo
c) Caducidade do direito àliquid~ão-Extinção do estabelecido por Lei;
direito e dos poderes de liquidação que a Adminis- q) Recept~ão - A dissimulação de mercadorias
tração Tributária dispõe em relação às declarações objecto de infracção fiscal aduaneira, nos tennos
fiscais cios contribuintes, por fora cio clecmso cio do presente Código e do Código Aduaneiro;
prazo para o efeito fixado na Lei;
r) Rel~ão jurídi.ca tributária - O vínculo jurídico
d) Coeficiente de actualiz~ão monetária - O meca-
estabelecido entre o Estado ou entes públicos
nismo que permite actualização do valor dos
equiparados, enquantoAdministJ.·ação Tributária,
impostos, das taxas, das multas e outras prestações
e as pessoas singulares ou colectivas e os entes
tributárias que tenham sido liquidados e não pagos
fiscalmente equiparados a estas, nos tennos da Lei;
nos prazos legahnente estabelecidos;
s) Rendimentos cedulares- Categorias de rendimen-
e) Colecta - O valor cio imposto a pagar resultante
tos resultantes nomeadamente do tJ·abalho, de
da aplicação da taxa do imposto à matéria colec-
aplicação ele capitais, cios imóveis e da activiclade
tável aptu·ada;
comercial ou industJ·ial;
j) Crédito tributário - É o direito subjectivo público
t) Restitui.ção do imposto - O direito ou a faculdade
de, o credor tributário exigir do devedor o cum-
que tem o conti·ibuinte de reaver ou deduzir nos
primento das obrigações tributárias;
pagamentos subsequentes, o montante de imposto
g) Deduções à colecta -A subtracção de detetminados
indevidamente pago;
valores ao imposto apurado, designadamente os
correspondentes a despesas supottadas, dentro
u) Retenção nafonte -A dedução de tun montante cor-
respondente ao valor de um determinado imposto,
de ce1tos limites, num dete1minado ano fiscal;
a favor da Administi·ação Tributária, efectuada
h) Dívida tributária- Compreende o conjunto de pres-
pela entidade, por qualquer título, pagadora de
tações tributárias, incluindo acréscimos legais a que
o sujeito passivo ou outro responsável tJibutário um rendimento, por conta cio beneficiário deste;
se enconti·e adstrito a efectuar a favor do Estado, v) Responsá11el tributário - Sujeito passivo da rela-
no âmbito ele uma relação jurídica tl'ibutária; ção jurídica tJ'ibutária, ou terceiro que a título
i) Ktti.nção por remisscw - A extinção da dívida por individual ou em regime de subsidiariedacle e ou
renúncia cio credor, libertando o devedor do cum- solidariedade responde pelo cumprimento inte-
primento das ob1igações a que estava vinculado; gral ou parcial da obrigação b.'ibutária, incluído
j) Fraude às gco·antias fiscais aduaneiras - Inutili- os juros, multas e demais encargos e acréscimos
zação, danificação ou desb.uição de mercadorias legais, nos tennos gerais cio presente Código e
ou outl'os bens, com objectivo de inviabilizar os demais Legislação Tributária;
créditos tJ'ibutários; li) Sanções acessórias - Penalizações específicas

k) Juros compensatórios - Os juros, contados dia a previstas no presente Código, para os casos de
dia, que visam compensar o Estado pelos atJ.·asos crime tiibutário ou ti·ansgressão tributária dolosa;
na liquidação de impostos por factos imputáveis x) Thbutos - Prestações pati·imoniais, pecuniárias ou
ao contJ'ibuinte; susceptíveis de avaliação pecuniária, sem carácter
l) Juros inde11mizató1ios - Os juros, contados dia-a-dia, de sanção, impostas pelo Estado ou outras entidades
que visam compensar o contJ·ibuinte por e11'0 de de direito público ou concessionárias ele serviços
liquidação imputável à AdministJ·ação Tributária, públicos, com vista à satisfação elas necessidades
do qual resulte pagamento de dívida tributária em colectivas e à prossecução do interesse público;
montante superior ao legalmente devido; ARTIGO 3. 0
m) Juros de mora - Os juros devidos pelo atJ·aso (Classificação dos tributos)
do pagamento cio imposto ou outJ·os encargos L Os tributos podem ser, consoante a titularidade do
ti·ibutários, no prazo legal, contados a pa1tir do respectivo direito de crédito, estaduais ou locais.
dia seguinte à data limite para cumprimento da 2. Consideram-se tributos estaduais, os tributos cujo sujeito
obrigação tributária; activo seja a administração clirecta do Estado ou qualquer
n) Justi.ça material - Justiça tributária distJ·ibutiva; órgão da sua administi·ação indirecta.
o) Liquidação cio imposto - O apmamento do imposto 3. Consideram-se ti·ibutos locais, os tJ·ibutos cujos sujeitos
devido pelo contribuinte, mediante aplicação da activos sejam municípios, 01ganizações supra municipais ou
taxa do imposto à matéria colectável; outJ·os órgãos tenitoriais cio Estado assim designados por Lei.
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4. Os tributos podem ser, impostos incluindo direitos 4. A incidência pessoal e real, os benefícios fiscais e as taxas
aduaneiros, taxas ou contribuições especiais. de cada imposto estadual ou local, as garantias impugnatórias
5. São impostos os tributos com natureza unilateral, ou não impugnatórias dos contribuintes e as competências de
em vittude da sua obrigação não constituir a contrapa1tida affecadação dos n·ibutos locais, são dete1minados por Lei ou
de qualquer prestação individualizada do Estado e demais decreto legislativo presidencial autorizado.
ente públicos. 5. A obrigação de pagamento de taxas e oun·as contlibui-
6. São contribuições especiais: ções especiais que têm por base o princípio da equivalência,
a) As contribuições de melho1ia e de maior desgaste onerando os sujeitos passivos na medida dos custos que estes
que assentem, respectivamente, na obtenção pelo provoquem ou dos benefícios que para eles resultem, em
sujeito passivo de benefícios ou aumentos de valor concretização de um princípio de igualdade tlibutária.
dos seus bens em resultado de obras públicas ou ARTIGO 5. 0
da criação e ampliação de se1viços públicos ou (Interpretação das normas tributárias)
no especial desgaste de bens públicos ocasionado 1. A interpretação das nonnas tlibutárias não deve cing ú·-se
pelo exercício de uma actividade; à len·a da Lei, mas reconstituir a partir dos textos o pensa-
b) As contribuições financeiras constituídas por presta- mento legislativo, segundo as regras e métodos previstos no
ções pecuniárias e coactivas de natureza parafiscal Código Civil.
exigidas poruma entidade pública, para compen- 2. Sempre que, nas normas n·ibutárias, se empreguem
sação de prestações provocadas ou aproveitadas termos próprios de outros ramos de direito, devem os mesmos
por detenninado gmpo e presmnivelmente pro- ser interpretados no sentido que aí têm, salvo se outro sentido
vocadas ou aproveitadas por mn sujeito passivo decoITer directa ou indirectamente da Lei Tributária.
que nele se integre. 3. As no1mas que definem as infracções e estabelecem
7. Consideram-se taxas, os tributos que constituam con- as respectivas sanções não são susceptíveis de interpreta-
n·aprestações pecuniárias ou avaliáveis em dinheiro, exigidas ção extensiva.
por entidades públicas, em regime de direito público, em ARTIGO 6.0
vittude da prestação individualizada, concreta e efectiva de (Integração das normas tributárias)
um se1viço público, da utilização de wn bem do domínio 1. Os casos não previstos nas Leis Tributárias são regula-
público ou da remoção de um limite ou obstáculo jmidico ao dos pela n01ma n·ibutária aplicável, aos casos análogos e, na
exercício de uma actividade. ausência dela, porno1mas de oun·os ramos de dú·eito aplicáveis
8. Os reg imes juridicos de criação, modificação e extinção às relações n·ibutárias.
das taxas ou de oun·as conn·ibuições especiais constam de
2. É proibida a integração analógica das nonnas de incidência,
Leis reguladoras próprias, constituindo o presente Código,
benefícios fiscais, taxas de impostos, bem como as n01mas que
legislação subsidiária relativamente a esses regimes.
definem infracções tl-ibutárias e as respectivas penalidades.
9. O regime jurídico das conn·ibuições para a segmança
ARTIGO 7. 0
social, das contribuições de natureza idêntica que se recolham
(Eficácia dos actos internos)
conjuntamente com elas e das conn·aprestações devidas por
1. A interpretação das no1mas constantes de despachos,
actividades ou serviços prestados por entidades ou organir,mos
instruções, circulares ou actos intemos equivalentes emanados
públicos ou concessionárias de se1viços públicos, segundo
nonnas de direito privado, bem como de outl11s contrnprestações de qualquer autoridade da Adminisn·ação Tributária apenas
previstas na Lei constam de leg islação específica, constituindo obriga os funcionários dela hierarquicamente dependentes.
o presente Código legislação subsidiária relativamente à 2. Os despachos, instluções, circulares ou actos internos
sua regulamentação. equivalentes, referidos no número anterior são livremente
revogáveis pela Administração T1ibutá1ia, mas a sua revogação
ARTIG04. 0
(Princípios da tributa ção) não é invocável retroactivamente perante os contlibuintes que
tenham agido de boa-fé.
1. A n·ibutação respeita os princípios da igualdade, da
legalidade fiscal, da equivalência e o da justiça material. ARTIGO 8. 0
(Aplicação no tempo)
2. Ninguém pode ser prejudicado, privilegiado, privado
de qualquer direito ou isento de qualquer dever em matéria 1. Não podem ser retroactivamente criados impostos,
n·ibutária, por causa da sua ascendência, sexo, raça, etnia, cor, ampliadas as n01mas de incidência tl-ibutária, agravadas as
deficiência, língua , local de nascimento, religião, convicções taxas ou revogados os benefícios fiscais concedidos, salvo
políticas, ideológ icas ou filosóficas, grau de instmção, condição com fundamento em ilegalidade.
económica, social ou profissional. 2. As no1mas tlibutárias só dispõem para o futuro e nos
3. A obrigação de imposto depende da capacidade económica te1mos regulados pela Constituição da República deAngola.
dos conn·ibuintes, revelada pelo rendimento ou o pan·imónio 3. As nonnas n·ibutárias sancionatórias são ren·oactivas
e sua utilização. quando mais favoráveis aos conn·ibuintes.
4664 DIÁRIO DA REPÚBLICA

4. Quando o facto tributário for de foimação sucessiva, a preferencialmente baseado no método do crédito do imposto
nova Lei é apenas aplicável ao período decotTido após a sua e em impostos especiais de consumo.
entrada em vigo1: 3. A tributação do consumo prevista no n(unero anterior
5. As nonnas sobre procedimento e processo tributário são pode ser introduzida de um modo faseado.
de aplicação imediata, sem prejuízo das garantias, direitos e ARTIGO 13.º
interesses legítimos anteriom1ente constituídos dos contribuintes. (Tributação do património)
ARTIGO 9.0 A tributação do património visa preferencialmente a
(Aplicação no espaço)
satisfação das necessidades financeiras, da circunscrição
1. As no1mas tributárias aplicam-se apenas a factos tribu- administrativa em que o bem esteja situado, na medida do
tários ocotTidos em teffitório nacional, salvo disposição legal beneficio que a actividade destas proporciona aos pa1ticulares
em sentido contrário e sem prejuízo do direito internacional e aproveita aos imóveis aí situados.
a que o Estado Angolano esteja vinculado.
ARTIGO 14.0
2. A tributação directa sobre as pessoas singulares ou (Regime simplificado de tributa ção)
colectivas abrange a totalidade dos rendimentos, indepen-
1. Os regimes simplificados de tributação são criados por
dentemente do lugar da sua proveniência.
Lei, para atender a capacidade contributiva, organizativa e de
3. Para efeitos da presente Lei, o teffitório nacional
desenvolvimento da actividade económica dos sujeitos passi-
compreende também as águas interiores, o mar teffitorial, a
vos, bem como para incentivar o cumprimento das obrigações
zona contígua, a zona económica exclusiva e a platafo1ma
declarativas e práticas contabilísticas transparentes.
continental onde, em confo1midade com a legislação angolana
2. Os regimes referidos no número anterior concretizam-
e o direito internacional, a República de Angola exerce direitos
-se em fo1ma de simplificação dos mecanismos de registo,
soberanos relativos à prospecção, conse1vação, concessão,
apuramento e liquidação do montante do imposto.
exploração e aproveitamento dos recursos naturais, biológicos
e não biológicos, do leito do mar e do seu subsolo. ARTIGO 15.0
(fributação de rendimentos ou actos ilícitos)
ARTIGO 10.º
(Fins da tributação) A ilicitude na obtenção de rendimentos, da aquisição, da
1. o sistema tributário visa satisfazer as necessidades titularidade ou transmissão de bens ou de qualquer outro acto,
financeiras do Estado e demais entidades públicas, assegurar a não obsta à aplicação das no1mas de incidência tributária,
realização da política económica e social do Estado e proceder desde que estrjam reunidos os respectivos pressupostos legais.
a uma repa1tição justa dos rendimentos e da riqueza nacional. CAPÍTULO II
2. A tributação deve igualmente promover a estabilidade Benefícios Fiscais
financeira do Estado, através da diversificação das suas fontes
ARTIGO 16.º
de receitas.
(Criação dos beneficios fiscais)
ARTI GO 11.°
(Tributação directa) 1. Os benefícios fiscais só podem ser criados por Lei, a
título transitório e excepcional, com finalidades de política
1. A tributação directa das pessoas singulares, pessoas
económica, social, cultural, ambiental ou quaisquer outras de
colectivas ou entes fiscalmente equiparados deve abranger
relevante interesse público e reconhecido pela Constituição.
tendencialmente as várias categorias de rendimento, de acordo
com o princípio da igualdade e recai, sempre que possível, 2. A criação dos benefícios fiscais respeita o p1incípio da
preferencialmente sobre o seu rendimento real. igualdade e deve ser fundamentada com os seus objectivos e
2. As várias catego1ias ou rendimentos cedulares tributados prever a receita a não aJTecadai:
individualmente em imposto de carácter pessoal que tenham 3. Os beneficios fiscais constituem despesa fiscal que deve
em conta, designadamente, as necessidades e encargos pessoais ser prevista no Orçamento Geral do Estado.
dos contribuintes, só podem ser integrados nos te1mos da Lei. 4. Os benefícios fiscais constantes de legislação avulsa
3. A tributação do rendimento das pessoas singulares deve devem ser regulados em instrumento no1mativo autónomo
obse1var o princípio do mínimo de existência. que obedece aos princípios e n01mas do presente Código.
5. As situações que a Lei qualifique de não sujeição t.Iibutária
ARTIGO 12.º
(li-ibutação indirecta) resultantes de medidas fiscais estmturais que estabeleçam
1. A tributação indirecta deve ser adequada às necessidades delimitações negativas da incidência dos impostos, não são
do desenvolvimento político, económico e social nacional, consideradas benefícios fiscais.
desagravando os bens de consumo de primeira necessidade e ARTIGO 17.º
onerando os de luxo, supérfluos e os nocivos à saúde. (Classificação dos benefícios fiscais)

2. De acordo com o disposto no número anterior, a tribu- 1. Os benefícios fiscais podem ser automáticos e não auto-
tação indirecta assenta num imposto geral sobre o consumo, máticos, condicionados e não condicionados, reais ou pessoais.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4665

2. Os beneficios fiscais automáticos dependem clirecta e 2. Entende-se por acto estritamente vinculado todo
imediatamente ela Lei e os beneficios fiscais não automáticos aquele que não compo1te qualquer margem ele livre aprecia-
dependem de um ou mais actos achninistrativos ele aplicação. ção administrativa.
3. Apenas nos casos previstos na Lei, o reconhecimento 3. Sem prejuízo da responsabilidade que possa advir da falta
cios beneficios fiscais depende de um acto administrativo de dolosa ou negligente da sua publicação, quando obrigatória,
reconhecimento pelo órgão competente. apenas nos casos previstos na Lei, a publicação é condição de
4. Os beneficios fiscais são condicionados e não condicio- eficácia do acto administrativo que proceda ao reconhecimento
nados, confo1me dependam ou não de condições estabelecidas dos benefícios fiscais.
por Lei ou por contrato. 4. A publicação e divulgação cios benefícios fiscais eleve
5. Os benefícios fiscais são reais ou pessoais, confo1me identificar a entidade concedente do beneficio fiscal, a natureza
sejam concedidos em função elas características objectivas do do benefício auferido e a data da decisão.
facto tributário ou da pessoa dos seus titulares. ARTIGO 21.º
AKDGO 18.º (Caducidade dos beneficios fiscais)
(Acesso aos beneficios fiscais) 1. Os benefícios fiscais caducam no tenno do prazo por
1. O acesso aos beneficios fiscais depende da verificação que forem concedidos.
dos pressupostos constantes cios respectivos Diplomas. 2. A inobservância culposa das condições estabelecidas na
2. O reconhecimento dos beneficios fiscais por acto Lei por facto imputável ao seu titular clete1mina a caducidade
administrativo tem efeito meramente declarativo. dos benefícios fiscais.
3. Salvo nos casos previstos na Lei ou em contrato, o 3. Quando o benefício fiscal respeite à aquisição ele quais-
reccnhecimento dos benefícios fiscais por contrato não retroage quer bens com a condição da afectação à clirecta realização
à data da ocoJTência cio facto tributário. dos fins ela entidade adquirente, a isenção caduca se os bens
4. Os beneficios fiscais dependentes de reconhecimento são forem alienados nos oito anos poste1iores à aquisição, devendo,
retroactivamente revogáveis com fundamento em ilegalidade, nesse caso, o contribuinte proceder à liquidação do imposto
no prazo de um ano. e a entrega do respectivo imposto, no prazo ele 45 (quarenta
5. As pessoas, singulares ou colectivas, de direito público ou e cinco) dias.
de direito p1ivado, a quem sejam concedidos benefícios fiscais, 4. Os beneficios fiscais reais são transmissíveis por m01te
quer sejam automáticos ou dependentes ele reconhecimento, ou entre vivos, desde que os seus pressupostos se mantenham
ficam sujeitas à fiscalização pela Administração Tributária na pessoa do transmissário.
e pelas demais entidades competentes, para o controlo da 5. Os benefícios fiscais pessoais não são transmissíveis.
verificação dos pressupostos dos beneficios fiscais respectivos 6. A extinção dos beneficios fiscais implica autcxnaticamente
e do cumprimento das obrigações impostas aos titulares do a reposição cio regime geral ele tributação.
direito aos beneficios. ARTIGO 22.º
ARTIGO 19.º (Isenções pessoais em sede de irn)lostos
(Contratos fiscais) sobre o rendimento e património)

1. Os beneficios fiscais podem ser concedidos por contrato, 1. Estão isentos de tributação sobre o rendimento e
nos casos e condições expressamente estabelecidos por Lei. o património:
2. Os benefícios fiscais contratuais visam o equilíbrio a) O Estado, Institutos Públicos e Autarquias;
económico e social do País, o desenvolvimento local e o b) As instituições públicas de previdência e segmança
incentivo ao investimento privado. social;
3. Quando os beneficios fiscais provenham de contrato de e) Os pa1tidos políticos, sindicatos, associações públicas
concessão, a isenção limita-se, salvo disposição contratual em e instituições religiosas legalmente constituídas.
contrário, aos rendimentos provenientes do objecto da concessão 2.As isenções para as instituições previstas nas alíneas b) e c)
e às aquisições ele bens que se destinem especificamente à do número anterior, não se aplicam ao pat.Jimónio e rendimentos
consecução do mesmo objecto. relacionados com a exploração ele actividades económicas
4. Quando os benefícios fiscais tenham sido concedidos regidas pelas no1mas aplicáveis a empreendimentos privados.
por contrato, a tributação depende da sua resolução, anulação 3.As isenções para as instituições previstas nas alíneas b) e
ou declaração de inexistência ou nulidade do negócio jurídico. c) cio n.º 1, abrangem apenas o património directa e exclusiva-
ARTIG020.º mente afecto à realização dos fins estatutários elas entidades
(Publicidade dos beneficios fiscais) aí referidas e as instalações ele apoio clirecto e exclusivo a
1. Estão sujeitos à publicação no Diário da República e esses bens, bem como as aquisições gratuitas ou onerosas ele
divulgação no «sítio» da Internet do Departamento Ministerial quaisquer bens ou valores.
responsável pelas Finanças Públicas, os benefícios fiscais 4. O disposto nos números anteriores, não prejudica a
não automáticos que não resultem de um acto estritamente at.J·ibuição ele isenções e out.J·os beneficios fiscais relativos aos
vinculado ele aplicação da Lei. impostos sobre o rendimento e o património das organizações
4666 DIÁRIO DA REPÚBLICA

sociais, culturais, científicas, humanitárias e profissionais, individuais devidamente organizados e conserva-


públicas ou privadas, de reconhecido interesse público e sem dos pela Administração Tributária;
finalidade lucrativa que satisfaçam os requisitos previstos na Lei. o) A confidencialidade dos actos relativos à sua situação
5. As instituições referidas nas alineas b) e c) do n.º 1 cio tributária nos tennos previstos no presente Código;
presente aitigo podem ter direito à restituição cios impostos p) O direito a juros indemnizatórios por pagamento
pagos sobre o consumo, nos casos e tetmos expressamente indevido do tributo em vittude de etTo imputá-
previstos na Lei. vel à Administração Tributária na liquidação ou
cobrança ou atraso no reembolso dos tributos a
CAPÍTULO III
que tenha direito;
Garantias do ContJ:ibuinte
q) O direito a juros de mora em caso de atraso injus-
ARTIG023.º tificado no cumprimento das decisões judiciais;
(Garantias gerais do contribuinte)
r) O direito à infotmação vinculativa sobre a sua real
1. Constituem garantias gerais do contribuinte: situação tributária e sobre factos tributários não
a) Não pagar impostos que não tenham sido estabele- concretizados;
cidos de acordo com a Constituição; s) O dii·eito à infonnação genérica sobre o conteúdo dos
b) Não ser a mesma matéria colectável tributada mais seus deveres acessórios e o meio mais cómodo e
de uma vez, em relação ao mesmo imposto e seguro de lhes dar cumprimento.
mesmo período; 2. Sem prejuízo das custas do procedimento ou processo
e) Reclamar administrativamente, nos tetmos da Lei, previstas na Lei, o exei·cício das garantias previstas no número
da fixação da matéria colectável e da liquidação; ante1ior, nomeadamente os direitos de reclamar ou impugnar o
d) Recorrer hierarquicamente, nos termos da Lei, apuramento da maté1ia colectável ou da liquidação relativamente
dos demais actos lesivos de direitos e interesses a qualquer tributo, independentemente da sua natw·eza, não
legítimos; pode sa · objecto de qualquer sanção ou agravama1to automático
e) Impugnar judicialmente a liquidação, com funda- à matéria colectável ou à colecta, com o fundamento de, a
mento em qualquer ilegalidade, incluindo o e1rn decisão final ser desfavorável ao interessado.
na quantificação da matéria colectável ou no
cálculo do imposto; TÍTULO II
fl Impugnar judicialmente todos os restantes actos da Da Relação Jm·ídica Tributária
Administração Tributária lesivos de direitos ou
CAPÍTULO!
interesses legítimos;
Da Obrigação Tributária
g) Obter junto cios tribunais, quando necessário, o
reconhecimento dos seus direitos ou interesses ARTIGO 24.º
(Constituição)
legítimos em matéria tributária;
h) Obter junto dos tribunais a condenação da Admi- A obrigação tributária constitui-se com a vei·ificação dos
nistração Tributária à realização das prestações factos que definem a incidência do respectivo tributo, salvo
materiais a que o contribuinte tiver direito, que nos casos previstos na Lei.
resultem directamente da Lei; ARTIGO 25.º
(Elementos da obrigação tributária)
i) Exercer, nos casos previstos na Lei, o direito de
acção em viitude do incumprimento das obriga- Os elementos essenciais da obrigação t:Iibutária não podem,
ções assumidas pela Administração Tributária em posteriormente à constituição desta ser modificados por vontade
contratos fiscais; das pa1tes, salvo nos casos previstos na Lei.
j ) Exercer o dii·eito de acção com vista à concretiza- ARTIGO 26.0
ção da responsabilidade civil extracontratual da (Ineficácia)

Administração Tributária; A ineficácia dos actos ou negócios jurídicos não obsta à


k) Opor-se e reclamar em processo de execução fiscal; t.t·ibutação no momento em que esta deva legalmente ocotTer
!) O direito à fundamentação e notificação da liquida- se já se tiverem produzidos os efeitos económicos pretendidos
ção e demais actos que alterem a posição jurídica pelas pa1tes, salvo quando declarada legal ou judicialmente.
do contribuinte; ARTIGO 27.º
m) O direito à audição antes da decisão final cio pro- (Simulação)

cedimento tributário quando a decisão definitiva 1. A nulidade do acto ou negócio jurídico simulado não
deste lhe for previsivelmente desfavorável; prejudica a tributação do acto ou negócio jurídico dissimulado
r!) Os direitos, nos tetmos previstos na Lei, à presta- se estiverem reunidos os respectivos pressupostos legais.
ção de info1mações, à consulta de documentos, à 2. Em caso de divergência entre o preço real e o preço
extracção de cetticlões e ao acesso aos processos declarado no contrato, a t:Iibutação recai sobre o preço mais alto.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4667

3. Caso o acto ou contrato conste de instmmento público ARTIGO 31.º


(Mandato tributário)
e a declaração de simulação resulte da comprovação da falsi-
dade de factos declarados nesse documento como tendo sido Os contribuintes ou seus representantes legais podem
directamente presenciados por oficial público, a tributação conferir mandato, sob a fo1ma prevista na Lei, para a prática
do acto ou negócio jurídico dissimulado a que se refere o n.º 1 de actos em matéria tributária.
está condicionada à sua prévia anulação judicial. ARTIGO 32. 0
(Representação dos incapazes)
CAPÍTULO II
Aos representantes fiscais dos incapazes cabe, com a
Sujeitos
inerente responsabilidade pessoal, o cump1imento dos deveres
SECÇÃO ! fiscais dos representados.
Personalidade Tributária
ARTIGO 33.º
ARTI GO 28.0 (Representação de não residentes e dos residentes ausentes do País)
(Sujeito activo e passivo da relação tributária)
1. Os não residentes que desenvolvam uma actividade
1. A personalidade tributária consiste na aptidão de ser económica no País estão obrigados à nomeação de um repre-
sujeito activo ou passivo da relação tributária. sentante fiscal, excepto nos casos em que sejam tributados
2. É sujeito activo da relação tributária a entidade que, ao exclusivamente por retenção na fonte.
abrigo denotmas de direito público, seja titular do direito de 2. A obrigação a que se refere o número anterior, abrange
exigir o cumprimento da obrigação tributária. ainda os sócios não residentes de sociedades com sede ou
3. Para efeitos do número anterior, o direito de exigir direcção efectiva em teffitório nacional que aqui obtenham
o cumprimento da obrigação tributária pode ser exercido rendimentos ou possuam bens.
directamente pelo sujeito activo ou indirectamente, em sua 3. É sempre obrigatória a nomeação de representante fiscal
representação, pela Administração Tributária. quando os sujeitos passivos não residentes pretendam intervir,
4. Sujeito passivo da relação tributária são as pessoas a qualquer título, no procedimento tributário ou quando os
singulares ou colectivas, as sociedades iffegulares, os sócios sujeitos passivos residentes se ausentem do País por período
das sociedades civis não constituídas sob a fonna comercial e superior a 180 (cento e oitenta) dias coffidos.
os membros dos patrimónios autónomos, incluindo a herança ARTIGO 34.º
indivisa e a herança jacente, ou das organizações de facto, (Representação dos patrimónios autónomos e organizações de facto)
bem como outras entidades que, nos te1mos legais e ainda que 1. Os patrimónios autónomos e outras organizações de
como substitutos ou responsáveis, devam cumprir a obrigação facto são representados por quem tiver sido estatutaria-
tributária principal. mente designado.
5. Não é sujeito passivo quem procede à retenção na fonte 2. Na falta de designação estatutária, a Administração
ou quem supo1te por mera repercussão, o encargo económico Tributária notifica os membros cios patrimónios autónomos
do imposto. e organizações de facto para nomearem o representante fiscal
ARTIGO 29.º no prazo de 15 (quinze) dias.
(Sociedades civis, sociedades irregulares e patrimónios autónomos)
3. Nas circunstâncias em que os membros dos patrimónios
1. Nas sociedades civis não constituídas sob a fo1ma autónomos e organizações de facto não tiverem designado o
comercial, a obrigação do imposto recai directamente sobre representante fiscal, apesar da notificação referida no número
cada sócio, na medida da sua pa1ticipação nos lucros. antetior, cabe à Administração Tributária designá-lo.
2. As sociedades comerciais que não se acharem legal- ARTIGO 35.º
mente constituídas, mas que, de facto , procedam como (Gestão de negócios)
se estivessem, terão os mesmos direitos e obrigações das 1. Os actos em matéria tributária podem ser praticados
constituídas regulatmente. por gestor de negócios, nos te1mos da Lei Civil.
3. Nos patrimónios autónomos, incluindo a herança indi- 2. Enquanto a gestão de negócios não for aprovada, o
visa, a obrigação do imposto é de cada um dos contitulares gestor de negócios assume os direitos e os deveres do sujeito
ou pa1ticipantes em função das respectivas quotas-paites, se passivo da obrigação tiibutária.
presumirem iguais quando indetenninadas. 3. A aprovação da gestão de negócios pode ser expressa
SECÇÃO II ou presumida.
Capacidade Tributária
4. A gestão de negócios presume-se aprovada após o
AKITGO 30.º teimo do prazo do cumprimento da obrigação acessória ou
(Capacidade tributária) de pagamento do tiibuto que o gestor de negócios tiver efec-
Tem capacidade tributária quem possui personalidade tuado em vez do dono do negócio, sem prejuízo dos direitos
tributária e capacidade de exercício de direitos nos te1mos de reclamação administi·ativa ou impugnação do dono do
da Lei Civil, a qual é também aplicável ao suprimento negócio com outi·os fundamentos que não sejam a falta de
da incapacidade. aprovação da gestão.
4668 DIÁRIO DA REPÚBLICA

SECÇÃO III 2. Sempre que a direcção efectiva seja exercida no taTitó1io


Domicílio Fiscal nacional, mas a sede estatutá1ia se situe no exterior, considera-
ARTIGO 36.º -se domicílio o local dessa direcção efectiva.
(Obrigatoriedade de domicílio fiscal) 3. A pessoa colectiva ou entidade fiscalmente equiparada
Para efeitos tributários, todo o cont:J.ibuinte tem um domicílio que não tenha sede ou direcção efectiva em teffitório nacional,
fiscal específico que consta do seu ca1tão de identificação fiscal. mas que possua no País qualquer fo1ma de representação per-
manente ou instalações comerciais ou industriais, considera-se
ARTIGO 37.º
(Domicílio das pessoas singulares) domiciliada no local dessas instalações ou do seu representante.
4. As pessoas colectivas não residentes, que tiverem
1. O domicílio fiscal das pessoas singulares é o lugar da
nomeado representante fiscal, consideram-se domiciliadas no
sua residência habitual.
lugar de residência habitual do seu representante.
2. Para efeitos do número anterior, considera-se residente
5. Sempre que o domicílio das pessoas colectivas e enti-
no País quem aí dispuser, a 31 de Dezembro de cada ano, de
dades fiscalmente equiparadas não puder ser dete1minado
uma habitação em condições que façam supor a intenção de a
por qualquer dos critérios referidos nos números anteriores,
manter e ocupar como residência habitual ou quem, em cada
consideram-se aquelas domiciliadas no lugar que previamente
ano, aí pe1manecer mais de 183 (cento e oitenta e três) dias
declararam por escrito.
seguidos ou interpolados.
6. No caso da falta de designação por escrito do domicílio
3. Considera-se igualmente residentes em território
fiscal, as entidades referidas no m'.unero anterior consideram-se
nacional os tripulantes de navios ou aeronaves, desde que domiciliadas na área da 1. ª Repaitição Fiscal de Luanda, no
aqueles estejam ao se1viço de entidades com residência, sede caso da falta de designação por escrito do domicílio fiscal.
ou direcção efectiva no País.
ARTIGO 39.º
4. Quando o contribuinte tiver mais de uma residência (Estabelecimento estável)
habitual, dentro do território nacional, tem-se por domiciliado 1. Para efeitos da Legislação Tributária, a expressão
naquela em que repute ter a sua residência habitual ou o centro «estabelecimento estável» compreende uma instalação fixa ,
mais impo1tante dos seus interesses ou, não sendo possível através da qual a empresa exerça toda ou patte da sua activi-
distinguir, em qualquer deles. dade, designadamente:
5. Os contribuintes singulares não residentes que aufiram a) Um local de direcção;
rendimentos pelo exercício regular ou ocasional de uma b) Uma sucursal;
actividade tributável, assalariada ou não, que possuam bens e) Um escritório;
no teffitório nacional, são considerados domiciliados na resi- d) Uma fábrica;
dência ocasional que aqui tiverem, considerando-se residência e) Uma oficina;
ocasional o lugar da pennanência em um ou mais períodos fl Uma mina, tun poço de petróleo ou gás, tuna pedreira
de 60 (sessenta) dias. ou qualquer local de extracção de recursos naturais
6. Na falta de residência ocasional, os contribuintes desde que situado no teffitório nacional.
singulares a que se refere o número anterior, consideram-se 2. A expressão «estabelecimento estável» compreende ainda:
domiciliados no lugar da localização dos bens ou no domicílio a) Um estabelecimento de construção ou de montagem
pa1ticular no tell'itório nacional que, para esse específico e as actividades de coordenação, fiscalização e
efeito, declarem por escrito. supervisão conexas com o seu funcionamento, se
7. Sem prejuízo do disposto no n.º 5, os contribuintes a sua duração ou a duração da obra ou actividade a
singulares não residentes que tiverem nomeado representante que respeite, incluindo os trabalhos preparatórios,
fiscal consideram-se domiciliados no lugar de residência tenham tuna duração superior a 90 (noventa) dias
habitual do seu representante. em qualquer período de 12 (doze) meses;
8. Em caso de falta da declaração por escrito do domicílio b) O fornecimento de serviços, compreendendo as
fiscal, os contribuintes singulares não residentes a que se funções de consulta, por uma empresa actuando
refere o n.º 5 consideram-se domiciliados no local do bem por intennédio de assalariados ou outro pessoal
imóvel de maior valor. contratado para esse fim, mas unicamente quando
ARTIGO 38.º actividades dessa natureza são prosseguidas no
(Domicílio das pessoas colectivas)
País durante um ou vários períodos, representando
1. O domicílio das pessoas colectivas ou entidades fiscal- no total mais de 90 (noventa) dias, em qualquer
mente equiparadas é o fixado nos respectivos estatutos ou, período de 12 (doze) meses.
na ausência de designação estatutária, o lugar da direcção 3. Não obstante o disposto nos n.º' 1 e 2 do presente
efectiva, considerando-se como tal o lugar em que funciona artigo, quando uma pessoa singular ou colectiva que não
no1mahnente a sua administração principal. seja tun agente independente a que é aplicável o n.º 6 actue,
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4669

no País, para uma empresa e tenha ou habitualmente exerça, 2. A mudança de residência ou domicílio não comunicada
em tetTitório nacional, poderes para concluir contratos em à Administração Tributária é ineficaz para efeitos da invocação
nome desta empresa, é considerado que a mesma tem aqui um da caducidade do direito de liquidação com fündamento na
estabelecimento estável relativamente a qualquer actividade falta ele notificação do contribuinte no prazo legal.
que essa pessoa exerça ou possa exercer para a empresa, se 3. A Administração Tributária rectifica oficiosamente
a referida pessoa: o domicílio dos contribuintes, sempre que a mudança ele
a) Dispuser de poderes para concluir habitualmente domicílio resulte dos elementos ao seu dispor, devendo tal
contratos no País em nome da empresa; rectificação ser sempre notificada aos interessados, sem
b) Não dispondo de tais poderes, conserve habitual- prejuízo do disposto no número anterior.
mente no País um «stock» de mercadorias para SECÇÃO IV
entrega por conta da empresa. Sucessão nas Obrigações Tributárias
4. O disposto no número anterior, não é aplicável quando ARTIG042.º
as actividacles referidas se limitem às indicadas no n. º 2 deste (Transmissão dos créditos tributários)
a1tigo, as quais, se fossem exercidas através de uma instalação Os créditos tributátios apenas são transmissíveis nos casos
fixa, não pennitiriam considerar essa instalação fixa como previstos na Lei.
um estabelecimento estável, de acordo com as disposições
ARTIG043.º
daquele número. (1i·ansmissão por morte das dívidas tributárias)
5. Não obstante as disposições precedentes cio presente A obrigação do imposto transmite-se por motte, mesmo
artigo, uma empresa de seguros é considerada, salvo em maté1ia que não esteja ainda liquidada quando esta ocotTer, mas os
de resseguros, como tendo um estabelecimento estável no País sucessores não respondem pela dívida do imposto para além
se aqui receber prémios ou segurar riscos que aqui existam, das forças ela herança, nos tetmos gerais do direito.
por inte1médio de pessoa que não seja agente gozando de um
ARTIG044.º
estatuto independente, a que se aplica o número seguinte. (Transmissão entre vivos das dhi.das tributárias)
6. Não se considera estabelecimento estável a empresa
As ob1igaçõestributári.as não se transmitem «inter-vivos»,
que exerce no País toda ou pa1te da sua actividade através de
salvo nos casos previstos na Lei.
um cotTetor, um comissário geral ou qualquer outro agente
SECÇÃO V
independente, quando essas pessoas actuem no âmbito n01mal
Substituição Tributária
da sua actividade, excepto quando tais actividades são exercidas
em regime de exclusividade ou quase exclusividade. ARTIG045.º
(Substituição tributária)
7. O facto de uma sociedade residente em teiritório nacicnal
controlar ou ser controlada por sociedade residente ou que 1. Dá-se a substituição tributária, quando o imposto é
exerça a sua actividade em qualquer outro Estado, indepen- exigido à pessoa diversa do contribuinte efectivo.
dentemente de ser através de um estabelecimento estável ou 2. A substituição tributária efectiva-se, em regra, mediante
de qualquer outro modo, não é só por si bastante para fazer ele o mecanismo da retenção na fonte do imposto devido.
qualquer dessas sociedades estabelecimento estável da outra. 3. A retenção na fonte abrange as entregas pecuniárias
efectuadas pelo substituto ttibutátio, deduzidas aos rendimentos
ARTIG040.º
(Domicílio ou residência especial) pagos ou postos à disposição do titulai:
4. A retenção na fonte pode ser liberató1ia ou não liberatória,
1. A Administração Tributária pode fixar, oficiosamente
conf01me, seja definitiva ou vise uma mera antecipação do
ou a requerimento cios interessados, domicílio ou residência
especial para efeitos de um eficaz cumprimento das obrigações pagamento do imposto devido a final.
acessó1ias previstas na Legislação Tributária ou em virtude de ARTIG046.º
(Direito de regresso do subst.ituto)
outras circunstâncias particulares relacionadas com o exercício
da sua actividade empresarial ou profissional. Aquele que, por força de disposições legais, suportar
2. No caso de fixação de domicílio ou residência fiscal o pagamento do imposto em vez de outt·em, por factos ou
especial, as obrigações do contribuinte, salvo quando a Lei situações que a este digam respeito, tem direito de regresso
dispuser em sentido diverso, são cumpridas na Repaitição a exercer nos te1mos da Lei Civil.
Fiscal ou serviço equivalente da área cotTesponclente. SECÇÃO VI
Responsabilidade Tributária
ARTIGO 41.º
(Alteração de residência) ARTIG047.º
1. A alteração da residência ou domicílio deve ser comu- (Âmbito da responsabilidade tributária por dhi.das de outrem)
nicada, no prazo de 30 dias, à Repattição Fiscal ou seiviço 1. A responsabilidade tt·ibutária por dívidas de outt·em é
local equivalente da área da nova residência ou domicílio, excepcional, apenas existindo nos casos e te1mos previstos
sob pena de multa. na Lei.
4670 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. A responsabilidade tributária por dívidas de outrem ARTIGO 51.º


(Juros compensatórios)
abrange a totalidade da dívida, os jw·os e outros encargos legais.
3. Salvo disposição legal expressa, a responsabilidade 1. São devidos juros compensatórios sempre que, por
tributária por dívidas de outrem é apenas subsidiária. facto imputável ao contribuinte, for retardada a liquidação
ARTIG048.º de pa1te ou da totalidade do tributo devido ou a entrega do
(Constituição da responsabilidade fJ·ibutária) tributo retido ou a reter no âmbito da substituição tributária,
1. A responsabilidade tributária, solidária e subsidiária sem prejuízo da multa cominada ao infractor.
constitui-se no momento do facto tributário, salvo nos casos 2. Os juros compensatórios contam-se dia a dia desde
previstos na Lei. o teimo do prazo da entrega da declaração ou do teimo do
2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, a res- prazo da entrega da prestação tributária a pagar ou a reter, até
ponsabilidade solidária efectiva-se mediante a notificação do
ao suprimento, coffecção ou detecção da falta que motivou o
responsável solidário para proceder ao pagamento voluntário da
retardamento da liquidação.
dívida e a responsabilidade subsidiária mediante a reversão do
3. Para efeitos do número anterior, a falta considera-
processo de execução fiscal contra o responsável subsidiário.
-se suprida, inte1rnmpendo-se então a contagem dos jw·os
3. A responsabilidade subsidiária depende da inexistência
compensatórios, confo1me o caso, com a apresentação da
ou insuficiência dos bens do devedor originário, seus suces-
sores e responsáveis solidários para o pagamento da dívida declaração, a entrega do imposto a pagar ou a reter e o auto
exequenda e acrescido. de notícia dessa infracção.
4. Considera-se haver insuficiência dos bens do devedor 4. Os juros compensatórios integram-se na dívida principal
originário, seus sucessores ou responsáveis solidários, nos do imposto com a qual são conjuntamente liquidados.
casos em que tais bens sejam exclusivamente de valor 5. A anulação da liquidação do imposto constitui causa de
predeterminado como dinheiro ou créditos e não possam nulidade da liquidação dos juros compensatórios.
satisfazer a totalidade da dívida exequenda e os respectivos 6. A restituição do imposto por força da anulação da
acréscimos legais. liquidação acaffeta o pagamento de juros à taxa de 4% (quatro
5. Apenas considera-se comprovada a insuficiência para o porcento) ao ano, a contar da data do pagamento do imposto
pagamento da dívida exequenda e os respectivos acréscimos
até à data do título de anulação.
legais relativamente ao património do devedor originário,
7. A taxa de juros compensatórios é fixada em lo/o (um
responsáveis solidários e seus sucessores, com a excussão dos
por cento) ao mês.
bens que não sejam de valor predetenninado que o constituam.
ARTIGO 52.°
ARTIG049.º (Juros de mora)
(Direito de regresso do responsável)
1. Não sendo paga no mês do vencimento qualquer das
O responsável solidário ou subsidiário goza do direito
prestações ou a totalidade de quaisquer dívidas tributárias ou
de regresso contra o devedor principal, nos mesmos te1mos
que o a1tigo 46.º do presente Código prevê, para quem tenha constituídas no âmbito de relações jurídicas de direito público,
pago imposto em vez de outrem por factos ou situações que começam a coJTer imediatamente juros de mora.
a este digam respeito. 2. Considera-se mês do vencimento o mês do calendário
em que te1mine o prazo de pagamento voluntário estabelecido
CAPÍTULO III
nas Leis Tributárias, noutras Leis, no contrato ou no acto
Objecto
administrativo de reconhecimento da dívida.
ARTIGO 50.º 3. Os juros demora vencem-se no primeiro dia de cada mês,
(Âmbito)
contando-se por inteiro o mês em que se efectua a cobrança
1 Para efeitos do presente Código, integram a obriga-
e incidem sobre a dívida por pagar, líquida de quaisquer
ção tributária:
descontos em virtude da antecipação do pagamento ou de
~ O crédito e a dívida tributários;
reduções resultantes da sua anulação parcial.
b) Os juros compensatórios;
4. Não são devidos juros de mora vencida há mais de
e) Os juros de mora;
5 (cinco) anos anterionnente ao pagamento da prestação
d) Os juros indemnizatórios;
tributária principal, nem juros de jw·os da mesma natureza,
e) O direito à dedução, ao reembolso ou à restituição
do imposto, nos casos previstos na Lei. mesmo vencidos.
2. São acessórias as obrigações que visam possibilitar e 5. A taxa de juros demora é igual à taxa dejLn·os C0111pensatóiios.
facilitar o apuramento e o pagamento do imposto, nomeadamente 6. Os juros de mora são reduzidos para 50% (cinquenta por
a apresentação de declarações, a apresentação de documentos cento) do montante que seria devido, se a dívida for voltm-
fiscalmente relevantes, incluindo a contabilidade e escrita, e tariamente paga nos primeiros cinco dias úteis posteriores à
a prestação de infoimações. data do vencimento da obrigação.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4671

ARTIGO 53.0 CAPÍTULO IV


(Jw·os indemnizatórios)
Extinção
1. São devidosjw·os inclemnizatórios sempre que se deter-
SECÇÃO I
mine, em reclamação administrativa, recw·so hierárquico ou E:1.1inção pelo Cumprimento, Compensação e Confusão
impugnação judicial, que houve etrn imputável aos se1viços
ARTIGO 55.º
ele que tenha resultado pagamento ela dívida tributária em (E:1.1inção pelo pagamento)
montante superior ao legalmente devido. 1. As prestações tributárias são pagas em munerário ou
2. São também devidos jw·os indemnizatórios quando o por cheque, débito em conta, tt·ansferência conta a conta, vale
imposto não tive· sido reembolsado ou restituído ao contribuinte postal e outt·os meios previstos por Lei.
no prazo legal ou nos 60 (sessenta) dias poste1iores ao acto 2. As prestações tt·ibutárias são pagas em moeda nacional,
administrativo definitivo que procedeu ao reconhecimento só podendo sê-lo em moeda estt·angeira nos casos e te1mos
do direito á anulação cio imposto. expressamente previstos na Lei.
3. No caso do seu flllldamento ser o previsto no n.º 1, o 3. O pagamento em espécie só é autorizado nos casos e
termos previstos na Lei, sendo contabilizado como receita
pagamento dos juros indemnizatórios eleve ser requerido na
fiscal apenas no momento ela realização efectiva do valor dos
reclamação administrativa, no recurso ou na impugnação judicial.
bens pelo respectivo Depa1tamento Ministerial responsável
4. Nas situações em que o pagamento dos juros indemniza-
pelas Finanças Públicas.
tórios não tenha sido requerido na reclamação administrativa
ARTIGO 56.º
ou rectu·so hierárquico, pode ser ainda requerido nos 60 (ses- (Pagamento por terceiro)
senta) dias posteriores á notificação da decisão de anulação 1. O pagamento pode ser efectuado pelo devedor ou por
ela liquidação do imposto. terceiro, mas este fica apenas sub-rogado nos direitos da
5. Nos casos em que o pagamento dosjw·os indemnizatórios Administração Tributária quando tiver procedido ao pagamento
não tenha sido requerido na impugnação judicial, pode ainda da totalidade da dívida e verificadas as seguintes condições:
ser reque1iclo no prazo de execução cio respectivo julgado, nos a) Ter decon-ido o prazo de pagamento voluntário;
te1mos do Código de Processo Ttibutário. b) Ter requerido ao Chefe da Repartição Fiscal compe-
6. Nos casos previstos no n.º 2, os jw·os indemnizatórios tente ou se1viço local equiparado, antes ou após
são pagos automaticamente, sendo devidos a pa1tir cio teimo a instauração do processo de execução fiscal, a
do prazo em que o imposto deveria ter sido legalmente reem- declaração de sub-rogação e esta for deferida.
bolsado ou restituído ao contribuinte. 2. Tendo já sido instaurado processo ele execução fiscal,
7. A taxa ele jw·os inclemnizatórios é fixada em 4% (quatro a sub-rogação abrange a quantia exequencla, jw·os de mora
vencidos, vincendos e custas.
por cento) ao ano.
3. O pagamento com sub-rogação, requerido após a venda dos
8. Os juros inclemnizatórios são contados dia a dia desde
bens, apenas pode ser autorizado na parte que ficar em dívida.
a data do pagamento da prestação ttibutária até á data em que
4. O despacho que autorizar a sub-rogação é notificado
seja restituída ou creditada ao contribuinte.
ao devedor.
ARTIGO 54.º
ARTIGO 57.º
(Coeficiente de actualização monetária)
(Da ção em cumprimento)
1. Sempre que oco1ni uma circllllstância de ano1mal insta-
1. A dação em cumprimento apenas pode ser efectuacla
bilidade monetária, o valor elas quantias a serem liquidadas ou
em processo ele execução fiscal, mediante requerimento do
pagas fora cio seu prazo no1mal, a título de imposto, multas,
executado deduzido no prazo do reque1imento da oposição,
taxas e outt·as importâncias devidas ao Estado, nos termos das
nos te1mos do Código elas Execuções Fiscais.
Leis Fiscais ou parafiscais, deve ser actualizado por aplicação
2. A dação em cumprimento só é admitida se o Estado
do coeficiente de actualização monetária, a definir pelo Titular
cio Poder Executivo, sob proposta cio Titular do Departamento tiver superior interesse na aquisição dos bens oferecidos em
Ministerial responsável pela Finanças Públicas. cumprimento e o valor destes não ultt·apassar o da dívida
2. O disposto no número ante1ior é aplicável a todas as exequenda e os respectivos acréscimos legais.
restituições e reembolsos das importâncias aíreferidas efectuadas ARTIGO 58.º
(Compensação de créditos e dívidas tributárias)
fora do prazo normal ou resultantes da anulação administt7ttiva
ou judicial ele qualquer acto tt·ibutário ou administrativo. 1. A obrigação do imposto pode extinguir-se por compen-
3. O coeficiente ele actualização monetária referido no sação, total ou parcial, com crédito do devedor ao reembolso
n.º 1, não incide sobre os juros compensatórios, indemniza- ou restituição relativamente a qualquer imposto, desde que
tó1ios e de mora. reconhecido pela Achninistt·ação Tributária.
4672 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. A compensação do imposto antes da instauração do 4. No caso de beneficies fiscais condicionados, a conta-


processo de execução fiscal depende de pedido ftmdamentado gem do prazo de caducidade inicia no termo do prazo para o
do contribuinte. cumprimento da condição.
3. A compensação pode ainda ser requerida pelo contri- 5. Tratando-se ele ber1eficios fiscais contratuais, o prazo de
buinte até ao termo do prazo de oposição em processo de caducidade conta- se, conforme os casos, a pa1tir da declaração
execução fiscal. de nulidade, inexistência, resolução ou anulação do contrato.
4. Em processo ele execução fiscal, a compensação pode 6. Para efeitos do n.º 1, o direito de liquidação apenas se
ser efectuacla oficiosamente pela Administração Tributária a considera validamente exercido com a notificação pessoal
partir do termo do prazo ele impugnação judicial do acto ele desta ao conb·ibuinte, com a expedição da caita a que se
liquidação do tributo, sa lvo quando, nos tetmos do presente referem os n."" 3 e 5 cio a1tigo 93.º do presente Código ou de
Código, houver entretanto sido, reconhecido efeito suspensivo qualquer outro meio de notificação admitido, nos termos do
presente Código.
à reclamação administrativa ou impugnação judicial que, à
7. Para efeitos cio disposto no presente a1tigo, as entidades
essa data, tiverem sido apreser1tadas.
que no País exerçam qualquer actividade empresarial, ccmercial
5. O disposto no nt'.uner·o anter·ior, não prejudica a penhora
ou profissional devem conservar todos os docwnentos e registos
do crédito do executado após a citação, mas o crédito penho-
relativos às operações efectuadas nos últimos 5 (cinco) anos.
rado só pode ser aplicado no pagamer1to da dívida exequenda
ARTIGO 63.º
e respectivos acréscimos legais, se o executado não tiver (Pnscríção)
reclamado ou impugnado judicialmente a liquidação no prazo
1. O prazo de prescrição dos b·ibutos é, em qualquer caso,
legal, ou, tendo reclamado ou impugnado judicialmente a
de 10 (dez) anos, que se começam a contar a partir da data da
liquidação nesse prazo, a decisão definitiva da reclamação
notificação da liquidação, salvo disposição legal em contrário.
administrativa ou da impugnação judicial lhe for desfavorável
e não tiver er1tretanto procedido à substituição da garantia da 2. A prescrição é sempre de conhecimento oficioso da
penhora prestada, nos termos da parte final do n º 2 do artigo 66.º Repartição Fiscal competente ou do serviço local equiparado
do presente Código, por garantia de outra natureza. para promover o proc esso de execução fiscal da dívida ou
do Tribtmal.
ARTIG0 59.º
(Compensação de créditos tributários por dívidas não tributárias) 3. A contagem do prazo de prescrição suspende-se com a
A compensação de créditos tributários por dívidas não citação, a reclama ção, a impugnação e o recurso contencioso
tributárias aper1as é admissível nos casos e nos te1mos expres- de qualquer· acto administrativo de que a liquidação dependa,
samente previstos por Lei. bem como a suspensão do processo de execução fiscal por
motivo da sua apensação ao processo de falência ou insolvência.
ARTIGO 60.º
(Confusão) 4. A citação do devedor principal suspende igualmente a
A confusão na mesma er1tidade das qualidades de sujeito contagem do prazo de prescrição da obrigação do responsável
activo e passivo da obrigação tributária extingue o respectivo solidário ou subsidiário.
crédito, nos te1mos aplicáveis da Lei Civil. 5. O efeito suspensivo a que se referem os números ante-
ARTI GO 61.º
riores cessa se o processo ou procedimento estiver parado por
(lndlSJ>Onlbllidade do c1·édito tributário) período superior a 2 (dois) anos por motivo não imputável ao
São proibidas todas as fonnas de extinção da obrigação conb·ibuinte e só pode ocoffer· uma ímica vez relativamente
de imposto que impliquem qualquer poder de disposição do ao processo ou procedimento it1staw·ado em primeiro lugar.
respectivo crédito por pa1te da Adminisb·ação Tributária. 6 . O efeito suspensivo do prazo de prescrição cessa
SECÇÃO II
igualmente quando os processos de execução fi scal apensos
Extinção por Caducidade e Prescrição aos processos de falência ou insolvência forem devolvidos
à Reprutição Fiscal competer1te ou serYiço local equiparado,
ARTIG0 62.º
(Caducidade) depois de contados.
1. Só pode ser· liquidado tributo nos 5 (cinco) anos seguintes 7. A cessação do efeito suspensivo da contagem do prazo
àquele a que a matéria colectável respeite. de prescriçã o implica o recomeço da contagem a pa1tir da
2. O prazo de caducidade conta-se, nos impostos periódicos, data em que ela ocoffer, a que se soma o tempo deco1l'ido
a partir do termo do ano em que se ver·ificou o facto b·ibutário até à it1staw·ação da execução ou à autuação da reclamação
e, nos impostos de obrigação t'.mica, a partir da data em que ou impugnação.
o facto ttibutário ocorTeu. 8. Para efeitos dos n."" 2 e 3 do presente attigo, a paragem
3. O prazo referido no n.º 1 é ampliado para 10 (dez) do processo de execução fiscal por motivo de pagamento a
anos quando o retardamer1to da liquidação tiver resultado prestações legalmente autorizado, considera-se imputável
de infracção. ao contribuinte.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4673

CAPÍTULO V 4. Quando a dívida tiver sido paga por terceiro sub-rogado


Garantias e o processo fique parado por mais de seis meses por motivo
SECÇÃO! que lhe seja imputável, podem o executado ou qualquer credor
Garantias das Obrigações Tributárias em Geral requerer o levantamento da penhora.
ARTIGO 64.º ARTIGO 66.º
(Garantias do credor tributário) (Suspensão da cobrança da prestação tributária)

1. O património do devedor p1incipal constitui a garantia 1. A cobrança da prestação tributária e das multas aplicadas
geral dos créditos tributários. em processo de transgressão fiscal suspende-se mediante a
2. Garantem ainda os créditos tributários: prestação de garantia idónea, nos casos de:
a) Os privilégios creditórios constituídos nos termos do a) Reclamação administrativa;
presente Código, da demais Legislação Tributária b) Recurso hierárquico;
e do Código Civil; e) Impugnação judicial dos actos tributários;
b) O penhor ou hipoteca legal constituído nos ter- d) Impugnação dos actos administrativos de que a
mos do a1tigo 68.º do presente Código, quando liquidação lega lmente dependa ou de fixação de
essas garantias se mostrem necessárias à efectiva valores patrimoniais;
cobrança da dívida ou quando o imposto incida e) Impugnação judicial das multas aplicadas;
sobre a propriedade dos bens; j) Oposição à execução fiscal deduzida por embargos
e) O património dos responsáveis solidários ou sub- de executado;
sidiáiios, respectivamente quando se verifiquem g) Pagamento a prestações, legalmente auto1izado.
os pressupostos da responsabilidade solidária ou 2. A garantia idónea é prestada nos te1mos e prazos previstos
subsidiária; no Código das Execuções Fiscais, podendo consistir em garantia
3. O juiz ordena a citação do Chefe da Repa1tição Fiscal bancária em que a instituição financeira bancária garante que
competente ou se1viço local equiparado da área do domicílio se obriga como principal pagadora, caução, segtu·o-caução,
ou sede do executado, dos seus estabelecimentos comerciais hipoteca, penhor ou a penhora na execução fiscal de bens
e industriais e da localização dos bens penhorados para suficientes para assegurar o pagamento da dívida exequenda
apresentar, no prazo de 10 (dez) dias, cettidão das dívidas e respectivos acréscimos legais.
que nesse processo puderem ser reclamadas, sob pena de 3. A garantia pode ser excepcionahnente dispensada quando
nulidade dos actos posteriores à data em que a citação devesse da sua prestação resultar graves dificuldades económicas para
ter sido efectuada, sempre que em processo de execução que o executado e a dispensa da garantia constituir o único meio de
não tenha natureza fiscal, o valor ultrapasse Kz: 250.000,00 o executado obter condições para futuramente gerar os meios
(duzentos e cinquenta mil Kwanzas) e em processo de falência financeiros necessários ao pagamento da dívida exequenda.
ou insolvência. 4. A competência para a dispensa de garantia referida no
4. As certidões referidas no número anterior obedecem aos número anterior e sua revogação, caso cessem os respectivos
requisitos dos títulos executivos estabelecidos pelo Código pressupostos, é do órgão máximo do escalão superior da
das Execuções Fiscais. Administração Tributária, que pode ap licar ao executado
5. A inobservância do disposto no número anterior implica a uma sanção pecuniária até 5% (cinco porcento) da dívida a
rejeição das certidões, salvo se a Repartição Fiscal competente garantir, caso o pedido de dispensa de garantia tiver intuito
ou se1viço local equiparado, notificado para o efeito, sup1ir meramente dilatório.
a iITegularidade no prazo de 10 (dez) dias, contados da data 5. A garantia da penhora pode ser substituída por qualquer
da refe1ida notificação. outro tipo de garantia admissível nos te1mos cio presente
ARTIGO 65.º Código, desde que o reclamante, impugnante ou o oponente o
(Garantias do credor sub-rogado)
requeira nos 30 (trinta) dias posteriores à citação subsequente
1. A dívida paga pelo sub-rogado conse1va as garantias, à penhora ou à notificação da penhora.
privilégios e processo de cobrança e vence em juros pela taxa
SECÇÃO II
fixada na Lei Civil, se o sub-rogado o requerei: Garantias Reais
2. O sub-rogado exerce, na execução fiscal, os poderes do
ARTIGO 67.º
exequente, cabendo-lhe a iniciativa processual. (Privilégios creditórios)
3. Para efeitos do número anterior, o sub-rogado pode 1. AAdministração T1ibutária goza da garantia de privilégio
requerer a instauração ou o prosseguimento da execução para mobiliário geral para o pagamento de impostos indirectos e
cobrar do executado o que tiver pago, salvo tratando-se de tambémpelos impostos directos relativos ao ano coITente, na data
segunda sub-rogação. da penhora ou acto equivalente e aos 2 (dois) anos anteriores.
4674 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. Fxceptuam-se do disposto no n(unero anterior: 2. Os privilégios imobiliários e os mobiliários especiais


q) Os impostos directos sobre a propriedade imobi- prevalecem, nos termos ela Lei Civil, sobre a hipoteca, o
liária urbana ou sobre os seus rendimentos, cuja penhor e outras garantias reais posteriores ao momento da
cobrança seja garantida respectivamente por p1ivi- sua constituição.
légio mobiliário especial sobre os bens objecto da 3. Os privilégios imobiliários e os mobiliários especiais,
incidência do imposto ou por privilégio mobiliário a hipoteca, o penhor
geral sobre os rendimentos que deles derivem; e outras garantias reais prevalecem, nos tetmos da Lei
b) Os impostos sobre a transmissão onerosa de bens Civil, sobre os privilégios mobiliários gerais.
imóveis ou gratuita de quaisquer bens, cuja cobrança 4. Para efeitos ela preferência consagrada nos números
seja garantida por privilégio mobiliário especial ou ante1iores, a eficácia cios privilégios creditórios por dívidas
ptivilégio imobiliário sobre os bens transmitidos; tt·ibutárias depende da penhora em processo ele execução fiscal
e) A contribuição especial de circulação e fiscalização,
dos bens abrangidos pela garantia e, no caso ele bens sujeitos
a registo, do registo da penhora.
cuja cobrança seja garantida por privilégio mobi-
liário especial sobre o veículo objecto da colecta. SECÇÃO III
Garantias Pessoais
3. As dividas porjuros de mora gozam dos mesmos privilégios
que por Lei sejam atribuídos à prestação tributária principal. ARTIGO 70.º
(Princípios gerais)
AKDGO 68.º
(Penhor ou hipoteca legal) 1. A entidade solidária ou subsidiariamente responsável
1. A Repa1tição Fiscal competente ou se1viço local equi- pela obrigação de imposto pode reclamar ou impugnar a dívida
parado pode constituir penhor ou hipoteca legal, em caso de nos mesmos tennos do devedor principal, contando-se o prazo
pagamento a prestações legalmente autorizado ou suspensão de reclamação administrativa ou impugnação judicial a pattir
da execução fiscal em vittude de reclamação administrativa, da notificação ou citação em processo ele execução fiscal.
impugnação judicial ou oposição, quando, perante a insu- 2. A responsabilidade solidária ou subsidiária caduca se o
ficiência das garantias inicialmente prestadas, o risco do responsável não tiver sido notificado ou citado para pagamento
devedor o recomende. da dívida nos cinco anos posteriores ao teimo do prazo ele
2. ARepaitição Fiscal competente ou serviço local equiparado cacluciclacle do direito de liquidação.
pode ainda, para os fins referidos no número anterior e nos 3. Os pressupostos da responsabilidade tributária são
tennos dos números seguintes do presente a1tigo, constituir apreciados, quando o não tiver sido ante1io1mente, na oposição
hipoteca legal para garantia dos impostos incidentes sobre a à execução deduzida, nos te1mos cio Código das Fxecuções
propriedade imobiliária ou sobre os seus rendimentos. Fiscais, pelo responsável solidário ou subsidiário.
3. A hipoteca legal está sempre sujeita a registo promovido ARTIGO 71.°
pelo Chefe da Repa1tição Fiscal competente ou se1viço local (Responsabilidade dos sócios de sociedades
de responsabilidade ilimitada)
equiparado da área da localização dos bens imóveis junto da
conse1vatória competente. No caso ele sociedades de responsabilidade ilimitada ou de
4. Quando se tratar de impostos incidentes sobre aproprie-- outt·as entidades sujeitas ao mesmo regime de responsabilidade,
dade imobiliária ou os seus rendimentos, o registo da hipoteca os sócios ou membros são solidariamente responsáveis com
legal é obrigatoriamente efectuado caso a contribuição não aquelas e solidariamente entre si pelas importâncias em dívida.
tenha sido paga nem registada a penhora dos bens que são ARTIGO 72.º
objecto de garantia, 90 (noventa) dias antes de caducar o (Responsabilidade dos administradores, gerentes e mandatários)
privilégio a que se refere a alínea a) do n.º 2 do a1tigo 67. º 1. Pelo pagamento dos tributos e multas devidas por
cio presente Código. pessoas colectivas de dit·eito público ou privado, são pessoal
5. O registo da hipoteca legal é promovido imediatamente, e subsicliariamente responsáveis em relação à sociedade
se à data da instaw·ação cio processo executivo, se ve1ificar ter ou empresa e solidariamente entre si, pelo período ela sua
caducado o privilégio referido no n(unero anterior. administração ou gerência, os respectivos administradores
6. O penhor está sujeito a registo nos casos em que os bens e gerentes, ainda que meramente de facto, se as dívidas não
a penhorar estejam abrangidos por essa obrigação. puderem ser cobradas cios originários devedores, sendo nula
7. O requerimento para o registo é sempre acompanhado qualquer cláusula estatutária em sentido contrário.
por cettidão comprovativa ela dívida e de outros documentos 2. A responsabilidade prevista no número anterior,
que se mostrem necessários. depende da culpa dos responsáveis subsidiários na falta de
ARTIGO 69.º pagamento das dívidas, devendo a culpa ser demonstrada pela
(Concurso de garantias) Aclministt·ação Tributária.
1. Em caso ele concw·so de garantias de pagamento dos 3. A responsabilidade subsidiária prevista no presente
créditos ttibutários da mesma natw·eza, preferem as constituídas a1tigo é extensiva aos administradores e gerentes que tiverem
em primeit·o lugar. te1minado o exercício de funções antes cio início cio prazo de
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4675

pagamento voluntário das dívidas quando, em acção declara- 4. Caso o não residente tiver designado, nos te1mos dos
tiva deduzida pelo Ministério Público nos te1mos do Código n."" 1 e 2 do artigo 33.º ou volunta1iamente, representante fiscal,
de Processo Civil, se demonstrar a culpa na insuficiência do fica este último obrigado a identificar junto da Administração
patiimónio ou empresa de sociedade limitada para o pagamento Tributária, o gestor dos bens ou direitos do não residente, sob
dessas dívidas. pena de se presumir ser esse gestor o representante fiscal.
4. A responsabilidade prevista no n.º 1 do presente attigo 5. Para efeitos do número anterior, considera-se represen-
abrange igualmente, nos mesmos te1mos, os membros do tante fiscal qualquer entidade com a necessária capacidade que
conselho fiscal que houverem sancionado expressamente tiver sido especificamente mandatada pelo não residente para
o incumprimento das obrigações fiscais das sociedades e efeitos do cumprimento das suas obrigações fiscais perante a
empresas de responsabilidade limitada. Administração Tributária.
5. Pelas multas impostas aos mandatários respondem
solidariamente os respectivos mandantes. TITULO III
Procedimento Tributário
AKDG073.º
(Responsabilidade dos liquidatários)
CAPÍTULO!
1. Na liquidação de qualquer sociedade ou empresa, devem
Disposições Gerais
os liquidatários começar por satisfazer os débitos fiscais, sob
pena de ficarem pessoal e solidariamente responsáveis pelas ARTIGO 76.º
(Âmbito)
imp01tâncias em dívida.
2. O disposto no número anterior é inaplicável em caso de 1. O procedimento ti·ibutário compreende toda a sucessão
dívidas da sociedade ou empresa que gozem de preferência de actos dirigida à declaração de direitos ti·ibutários e inte-
sobre os créditos fiscais. gra designadamente:
3. Quando a liquidação for efectuada judicialmente, a a) As acções prévias ou complementares de infonna-
satisfação dos débitos fiscais deve ser efectuada em confor- ção dos contJ-ibuintes e outJ·os com Obrigações
midade com a ordem prescrita na sentença de verificação e Tributárias;
graduação de créditos que nele for proferida. b) A dete1minação da matéria colectável;
AKDG074.º e) A liquidação de ti·ibutos, quando efectuada pela
(Responsabilidade do substituto tributário) Administração Tributária;
1. Quando a retenção seja por conta do imposto devido a d) A revisão da liquidação, por iniciativa do contribuinte
final, o substituto é responsável subsidiário pelo imposto não ou da AdministJ·ação Tributá1ia;
retido e pelos acréscimos legais. e) O reconhecúnento ou revogação dos benefícios fiscais;
2. Quando a retenção seja definitiva, o substituto é soli- j) As reclamações e recursos hierárquicos;
dariamente responsável com o substituído pelo imposto não
g) A cobrança das obrigações tJ-ibutárias, salvo no que
retido, e pelos acréscimos legais.
for regulada no Código das Execuções Fiscais;
3. Quando o imposto retido não tiver sido entJ·egue nos
h) As acções de inspecção ti·ibutária;
cofres do Estado pelo substituto tributátio, este fica exclusiva-
i) Todos os demais actos dirigidos à declaração dos
mente responsável pelo pagamento da dívida tributária, salvo
direitos ti·ibutários.
quando se demonstJ·e que o substituído tributário colaborou
2. O exercício do direito de acção inspectiva consta de
dolosamente na prática da infracção, caso em que é responsável
solidário em conjunto com o substituto ti·ibutário. Diploma regulamentar, que define, enti·e outJ·as, as regras
especiais de reserva de informação e cautela a obse1var
ARTIGO 75.0
(Responsabilidade dos gestores de bens ou direitos de não residentes) pela inspecção ti·ibutária, tendo em vista a plena garantia da
confidencialidade dos elementos obtidos, sem prejuízo do
1. Os gestores de bens ou direitos de não residentes sem
disposto no presente Código.
estabelecimento estável no tenitó1io nacional são solidariamente
responsáveis em relação a estes por todos os tributos do não ARTIGO 77.º
(Forma)
residente relativos ao exercício do seu caigo.
2. Considera-se gestor de bens ou direitos do não residente 1. O procedimento tributário segue a fo1ma escrita, sendo
quem, independentemente de ser pessoa singular ou colectiva os actos orais, quando admitidos por Lei, obrigatoriamente
ou ente fiscalmente equiparado, agindo no interesse e por reduzidos a teimo pelo ó1gão instJutor.
conta dessa entidade, seja incumbido ou assuma a direcção 2. O procedimento tributário ou pa1te dos seus actos pode
dos negócios do não residente em teffitório angolano. ser tramitado electronicamente em te1mos a definir por Diploma
3. A identificação do gestor dos bens ou direitos do não do Titular do Poder Executivo ou em quem este delegar.
residente pode ser obtida pelo Chefe da Repa1tição Fiscal 3. Os documentos emitidos e os actos praticados electronica-
competente ou serviço local equiparado por todos os meios mente pela Administração Tributária e pelos conti-ibuintes têm
admissíveis em direito. o mesmo valor probató1io dos documentos autênticos emitidos
4676 DIÁRIO DA REPÚBLICA

e dos actos praticados em supo1te de papel, desde que a sua procedimento tributário é da Repartição Fiscal ou se1viço
ce1tificação siga os tennos legais e regulamentares aplicáveis. local equiparado da localização desses bens.
4. Têm, igualmente, o mesmo valor probatório, os docu- ARTIGO 83.º
mentos electronicamente emitidos pelos contribuintes. (Princípio do inquisitól'io)

ARTIGO 78.º A Administração Tributária deve, no procedimento tri-


(Encal'gos) butário realizar todas as diligências necessárias à satisfação
1. O procedimento tributário é gratuito, salvo nos casos do interesse público e à descobe1ta da verdade material, não
previstos na Lei. estando subordinada na dete1minação dessas diligências à
2. Nas situações em que incidem taxas ou emolumentos iniciativa do autor do pedido.
sobre os actos e fo1malidades do Procedimento Tributá1io, os
ARTIGO 84. 0
respectivos valores devem constar de Diploma regulamentar (Dever de colaboração)
do órgão competente, nos termos do Regime Geral das Taxas.
1. A Administração Tributária e os contribuintes colaboram
ARTIGO 79.º reciprocamente, nos tennos da Lei.
(Interesse público)
2. O dever de colaboração da Aclministração Tributária
AAdministração Tributária exerce as suas atribuições no com os conttibuintes compreende:
procedimento tributário de acordo com o interesse público e
a) A info1mação pública, regular e sistemática, quando
especialmente os demais p1incípios aplicáveis à sua actividade
necessária ou conveniente att·avés dos meios
nos tennos da Constituição e da Lei, com respeito pelas garantias
de coml.lllicação social, sobre os seus direitos e
dos contribuintes e demais sujeitos com obrigações tributárias.
obrigações;
ARTIGO 80.º
(Dever de decisão) b) A divulgação via intemet, dos códigos tt·ibutários,
devida e pe1manentemente actualizados;
1. A Administração T1ibutária está ob1igada a pronunciar-se,
e) A divulgação via internet e em órgãos de comuni-
em tempo útil, sobre todos os assuntos da sua competência que
lhe sejam submetidos pelos contribuintes, seus representantes cação social, em prazo não superior a 30 (trinta)
ou detentores de qualquer interesse legítimo, por meio de dias posteri01mente à sua emissão, das circulares
reclamações, recursos, petições, representações ou queixas, e outt·as orientações administt·ativas de carácter
nos te1mos da Lei. genérico emitidas pela Administração Tributária;
2. O dever de decisão não é obrigatório em qualquer das d) O esclarecimento regular e em tempo devido de
seguintes circunstâncias: quaisquer dúvidas fundadas sobre a interpretação
a) Quando aAclministração já se tiver pronunciado há e aplicação das n01mas tributárias;
menos de dois anos sobre pedido do mesmo auto1~ e) A notificação do sujeito passivo e demais interessa-
objecto e fundamentos; dos para esclarecimento de dúvidas sobre as suas
b) Quando o acto a que o pedido respeita já não for declarações e documentos;
aclministrativa ou judicialmente susceptível de fl O direito ao conhecimento pelos contt·ibuintes da
modificação ou revogação. identidade dos funcionários responsáveis pela
direcção dos procedimentos que lhes respeitem;
CAPÍTULO II
g) A emissão de ce1tidões sobre os actos e te1mos do
Sujeitos
procedimento que lhe digam respeito e sobre a sua
ARTIGO 81.º
concreta situação tributária no prazo de 1O(dez)
(Legitimidade)
dias ou para pe1iodo infe1ior àquele, mediante uma
A iniciativa do procedimento tributá1io ou a intervenção em
taxa de urgência a definir no regulamento a que se
procedimento tributário já instaurado depende da invocação
refere o n.º 2 do aitigo 78.º do presente Diploma.
pelo titular de direito ou do interesse legítimo.
3. O dever de colaboração dos contribuintes com a
AKDG082.º
(Competência) Administt·ação Tributária abrange o cumprimento dos deveres
fiscais acessórios a que estes legalmente estão obrigados e
1. A competência para instrução e decisão do procedimento
a prestação autónoma dos esclarecimentos que lhes forem
tributário é da Repartição Fiscal competente ou se1viço local
equiparado, em que o contribuinte se encontre inscrito, ou legalmente solicitados no âmbito de qualquer procedimento
se, o contribuinte não for residente em teffitório nacional, inspectivo, intemo ou extemo, independentemente da fase
onde se encontre inscrito o seu representante fiscal, salvo se em que se encontt·em.
esta competência estiver legalmente deferida ao responsável 4 . Todas as entidades públicas estão obrigadas a prestar à
máximo da Administração Tributá1ia. Administração Tributária a colaboração solicitada que recaia
2. Em caso de impostos sobre a propriedade ou transmissão no âmbito das suas att·ibuições e competências, salvo sigilo
de bens imóveis, a competência para instmção e decisão do profissional ou outt·o dever de segredo legalmente regulado.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4677

ARTIGO 85.0 6. Nos casos referidos no número anterior, todos os que


(Direito de audição)
prestem serviço às entidades públicas aí mencionadas ficam
1. O contribuinte ou seu representante legal ou volun- igualmente obrigados ao dever de confidencialidade nos
tário devem estes ser ouvidos previamente à conclusão do mesmos te1mos ele quaisquer pessoas que prestem serviços à
procedimento, sempre que houver instmção e o sentido do Administração Tributária.
acto que enceJTe o procedimento, incluindo o ele liquidação, ARTIGO 87.º
declaração cios pressupostos da responsabilidade solidária ou (Delegação de poderes)
subsidiária ou concessão ou revogação de beneficios fiscais, 1. Salvo nos casos previstos na Lei, os titulares dos órgãos
lhes for previsivelmente desfavorável. da Administração Tributária podem delegar a competência do
2. O direito de audição deve ser exercido no prazo de procedimento no seu inferior hierárquico imediato, devendo
15 (quinze) dias mediante notificação regul(llmente efectuada o acto ele delegação especificar os poderes delegados.
para o efeito pela entidade que dirija o procedimento, e incida 2. A competência referida no número anterior pode
sobre os factos objecto da instrução cuja prova, interesse ser subdelegada, nos termos aí referidos, com autorização
à decisão. do delegante.
3. A notificação referida no número anterior é efectuada 3. A eficácia da delegação e subdelegação prevista no pre-
por ca1ta registada com aviso de recepção, para o domicílio sente (lltigo depende da publicação no Diário da República e
ou residência fiscal constante do C(lltão ele identificação fiscal divulgação no «sítio» da internet do Depa1tamento Ministerial
cio contribuinte. responsável pelas Finanças Públicas.
4. O direito ele audição pode ser exercido por escrito ou
presencialmente na Rep(lltição Fiscal competente ou em outro CAPÍTULO III
órgão onde cleco1rn o procedimento, observando-se neste Actos Procedimentais
caso o disposto no n.º 1 do (lltigo 77. º do presente Diploma. SECÇÃO!
5. Os factos pe1tinentes apresentados pelos contribuintes Actos Procedimentais em Geral
aquando do exercício do direito de audição devem ser tidos ARTIGO 88. 0
em conta na decisão final do procedimento tributário. (Início do procedimento tributário)
6. No procedimento externo de inspecção tributária, o 1. O procedimento tributário inicia-se, nos casos e ter-
direito de audição é exercido sobre as conclusões do relatório mos previstos na Lei, por iniciativa dos interessados ou da
da inspecção, das quais o contribuinte é obrigatoriamente Administração Tributária.
notificado nos tennos da Lei. 2. O procedimento de reconhecimento dos benefícios
ARTIGO 86.º fiscais é da iniciativa do contribuinte e o procedimento de
(Dever de confidencialidade e sigilo) inspecção tributária da iniciativa da Administração Tributária,
1. Todos aqueles que prestem se1Yiço à Administração salvo disposição legal em contrário.
Tributária, independentemente da natureza do vmculojurídico 3. O início do procedimento é sempre comunicado aos inte-
para com esta, estão legalmente obrigados a um dever de ressados, salvo quando a comunicação comprometa a opo1tuna
confidencialidade e sigilo sobre os dados recolhidos rela- adopção das providências visadas pelo procedimento, o que
tivamente à situação tributária cios contribuintes ou demais deve ser justificado pelo órgão da Administração Tributária
sujeitos com obrigações tributária a que tiverem acesso em que proceda à instmção.
viitucle das suas fünções. ARTIGO 89.º
2. O dever de confidencialidade e sigilo mantém-se após (Denúncia)

a cessação das funções dos ftmcionários, agentes e presta- 1. O procedimento pode ser iniciado com fundamento em
dores de seiYiço da Administração Tributária, referidos no denúncia, desde que o denunciante se identifique e não seja
número anterior. manifesta a improcedência da denúncia.
3. O dever de confidencialidade e sigilo abrange também 2. O denunciado tem direito ao conhecimento da auto-
todos os dados de natureza pessoal recolhidos no procedimento, ria e teor das denúncias dolosas não confirmadas que lhe
ainda que sem natureza tributária. digam respeito.
4 -O dever de confidencialidade e sigilo a que se referem 3. São punidas com multa, todas as pessoas que façam
os números anteriores cessa em caso do contlibuinte auto1izar denúncias dolosas que não sejam confomaclas, sem prejuízo
por escrito a revelação cios dados aí referidos. ela eventual responsabilidade criminal.
5. O dever ele confidencialidade e sigilo a que se refere ARTIGO 90.º
o presente a1tigo não prevalece, salvo se da Lei resultar (Prazos)
diferentemente, sobre deveres especiais ele colaboração e 1. AAdminist1<1ção Tributária está obrigada, sem prejuízo
informação da Administração Tributária para com outi·as do dever de justa e op01tuna decisão, a garantir a celeridade
entidades públicas com vista ao cumprimento das atribuições do procedimento, rejeitando tudo o que for impe1tinente ou
legais destas. dilatório para o andamento do mesmo.
4678 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. O procedimento tributário deve ser concluído no prazo 3. Quando o acto seja susceptível de alterar a situação fiscal
de 90 (noventa) dias, salvo disposição legal em contrário. do notificando ou consista na aplicação de muita em processo
3. Os prazos estabelecidos nas Leis tributárias começam de transgressão, a notificação efectua-se pessoalmente, ou na
a co1Ter independentemente de quaisquer fo1malidades e são sua impossibilidade, por ca1ta reg istada com aviso de recepção.
contínuos, sendo computados nos tennos do a1tigo 279.º do 4. Quando o aviso de recepção não for levantado, nos tennos
Código Civil. do regulamento dos serviços postais, a notificação presume-se
4 . Quando a Lei determinar que qualquer acto deve feita no terceiro dia útil posterior ao do registo, cabendo ao
ser praticado no mês ou meses seguintes à verificação de notificando, nos te1mos das nonnas regulamentares aplicáveis
aos serviços postais, a prova de que não lhe é imputável o não
ce1to evento, entende-se que o mesmo se rep01ta aos meses
levantamento do aviso.
do calendário.
5. Quando o aviso de recepção vier devolvido com a
5. Os actos interlocutórios do procedimento tributário
menção de que o notificando já não reside na morada indicada
devem ser praticados no prazo de 1O (dez) dias.
na ca1ta, a notificação é efectuada editalmente.
6. O incumprimento do prazo previsto no n .º 2 constitui
6 Os éditos devem manter-se afixados na Repartição Fiscal
causa de omissão do dever de decisão e fundamento para
ou serviço local equiparado da última residência conhecida do
recw·so hierárquico necessário ou impugnação judicial.
notificando, numjomal diário e também, sempre que possível,
7. Na falta de disposição legal, o prazo para os actos a à po1ta dessa residência durante trinta dias.
praticar pela Administração Tributária é de 15 (quinze) dias. 7. Dos éditos deve constar que, findo esse período de trinta
8. Os interessados dispõem também de 15 (quinze) dias para dias, se considera efectuada a notificação edital.
requerer ou praticar quaisquer actos, promoverem diligências, 8. Quando a notificação for efectuada pessoalmente, é
responderem sobre os assuntos acerca dos quais se devem extraída ce1tidão assinada pelo funcionário e pelo contribuinte.
pronunciar ou exercerem outros poderes no procedimento. 9. Caso o notificando não possa ou não queira assinar, deve
ARTIGO 91.º o auto ser assinado pelo funcionário e por duas testemunhas
(Fw1damentação) que atestem a impossibilidade ou recusa de notificação.
1. A decisão do procedimento é sempre fundamentada 1 O. As pessoas colectivas, sociedades ou entidades fiscal-
por meio de exposição das razões de facto e de direito que mente equiparadas são notificadas, na sua residência, dos actos
a justificaram. referidos no n.º 3, na pessoa de wn dos seus administradores,
2. Os actos tributários são fundamentados sumariamente, gerentes ou representantes, na sua sede, na residência desses
com indicação das disposições legais aplicáveis e das operações ou em qualquer local em que se encontrem.
necessárias ao cálculo da liquidação. 11. As pessoas colectivas, sociedades ou entidades fiscalmente
equiparadas consideram-se ainda pessoalmente notificadas na
3. A fündamentação é notificada ao contribuinte juntamente
pessoa de qualquer empregado que se encontre na sede ou
com a decisão.
local em que funcione nonnahnente a administração, desde
ARTIGO 92. 0
(Actos inter locutórios)
que devidamente identificada.
12. Estando a pessoa colectiva ou sociedade em fase de
1. Os actos interlocutórios do procedimento são susceptíveis
liquidação ou falência, as notificações devem ser efectuadas
de reclamação, mas esta apenas é apreciada em conjunto com
na pessoa do liquidatário.
a decisão final do procedimento.
13. O Depa1tamento Ministe1ial de que a Administração
2. O direito à reclamação administrativa, recurso hierárquico Tributá1ia dependa pode detemúnar regras complementares das
ou impugnação judicial da decisão do procedimento com notificações por meios electrónicos sempre que se justifiquem.
fundamento em qualquer ilegalidade não é prejudicado pelo 14. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
facto de, o interessado não reclamar do acto interlocutório qualquer acto pode ser comunicado ao interessado através de
antes da decisão. meios electrónicos nos te1mos regulamentares.
SECÇÃO II ARTIGO 94.º
Notifica ções (Meios de defesa)

ARTIGO 93.º 1. A notificação da decisão que altere a situação ti·ibu-


(Eficácia dos actos) tária do cont:J'ibuinte deve conter a indicação dos meios de
1. A eficácia dos actos tributários ou outros ligados à defesa aplicáveis.
matéria t:Jibutária depende da sua notificação aos interessados 2. No caso de, o Tribunal vir a entender estar e1rndo o
ou, nos casos previstos na Lei, da sua publicação. meio de defesa cont:J·a o acto notificado indicado na decisão,
2. Quando o acto não seja susceptível de alterar a situação pode o meio de reacção declarado adequado ser exercido
tributária do notificando, a notificação pode ser efectuada ainda no prazo de 30 (trinta) dias, após o ti·ânsito emjulgado
mediante simples aviso postal. da decisão judicial.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4679

ARTIGO 95.0 ARTIGO 99.º


(Notificação insuficiente) (Inspecção tributária)
1. Em caso de, a notificação não conter a flllldamentação As info1mações prestadas pela inspecção tt·ibutária fazem
da decisão, os meios de defesa do contribuinte ou outros fé, desde que devidamente fundamentadas e documentadas.
elementos que dela devam obrigatoriamente constar, pode SECÇÃO IV
este, nos 30 (tlinta) dias posteriores, requerer a indicação dos Acções Preparatórias de Informação
elementos omitidos na notificação ou a emissão de ce1tidão ARTIGO 100.º
que os contenha, isenta do pagamento ele qualquer encargo. (Informações em geral)
2. O uso do meio referido no número anterior dete1mina 1. O direito à infoimação é exercido pelo contribuinte e
o início do prazo de reclamação, recw·so ou impugnação a por outt·os interessados independentemente da instauração
pattir da comtlllicação dos elementos omitidos na notificação de qualquer procedimento que lhes diga respeito, nos te1mos
inicial ou ela emissão de ce1tidão que os contenha. previstos no presente Código e demais Leis Tributárias, sem
SECÇÃO III prejuízo da confidencialidade e sigilo da situação tt·ibutária
Actos Instrutórios de tei.·ceiros.
ARTIGO 96.º 2. Os conttibuintes têm direito a conhecer do andamento dos
(Prova) procedimentos que lhes digam respeito e a obter informação a
1. No procedimento tributário são utilizados todos os Administt·ação Tributária, a prestar no prazo de 1O(dez) dias,
meios de prova admissíveis em direito, salvo disposição legal sobre o prazo previsível da sua conclusão.
em contrário. ARTIGO 101.º
(Informação não vinculativa)
2. O disposto no número ante1ior, não impede que o órgão
instrntor rejeite as diligências manifestamente impe1tinentes 1. Infotmação não vinculativa é toda aquela que nos
ou dilatórias para a decisão do procedimento tt·ibutário. te1mos do presente Código e demais legislação não vincula
ARTIGO 97.º
a Administt·ação Tributária.
(Ónus da prova) 2. As info1mações não vinculativas em1das, prestadas aos
contt·ibuintes pela Administt·ação Tributária responsabilizam
1. O ónus da prova no procedimento tt·ibutário é de quem
o Estado nos te1mos da Lei Geral.
invoque os factos constitutivos ele direitos da Administt·ação
ARTIGO 102.0
Tributária ou dos contribuintes. (Informação vinculativa)
2. Ao abrigo do número anterior, sem prejuízo das pre-
1. Info1mação vinculativa é toda aquela que nos ter-
stlllções previstas na Lei, é da Administração Tributária o mos do presente Código e demais legislação v incula a
ónus de prova cios factos constitutivos do direito à tributação. Achninistração Tributária.
3. Cabe ao contt·ibuinte o ónus da prova dos pressupostos 2. A info1mação sobre a sua concreta situação tt·ibutária,
cios beneficios fiscais ou ele quaisquer outros regimes fiscais incluindo os pressupostos de benefícios fiscais, quando
dei.rngatório ou especial a que pretenda ter acesso. solicitada por escrito pelo contt·ibuinte, outt·o interessado ou
4. Não se aplica o disposto no número ante1ior, quando os o seu representante legal, deve ser prestada pelo órgão da
Administração Tributária competente.
elementos probatórios dos direitos a invocar pelo conttibuinte
3. O órgão referido no número anterior, não deve proceder
estejam em poder da Administração Tributária, devendo o
de fomia diferente em relação ao objecto exacto do pedido,
interessado indicar o serviço em que se encontra. salvo em cumprimento ele decisão judicial
5. O ónus de prova do e1rn na dete1minação da matéria 4. A info1mação vinculativa não abrange factos já con-
colectável é do contribuinte quando a dúvida sobre a veracidade cretizados no momento da apresentação cio pedido junto da
da maté1ia colectável aptn·ada resulte do incwnprúnento dos seus Achninistração Tributária.
deveres de cooperação para com a Administração Tributária. 5. A resposta ao pedido de infonnação é dada no prazo ele
30 (trinta) dias, pro1rngáveis por igual período pelo órgão da
6. O ónus da prova da superveniência de quaisquer factos
Administt·ação Tributária competente quando haja motivos
é, igualmente, do contribuinte.
que o justifiquem.
ARTIGO 98.º 6. O despacho que recair sobre o pedido de infonnação
(Presunções)
vinculativa não é susceptível de reclamação administt·ativa
1. As presunções estabelecidas nas n01mas ele incidência ou impugnação judicial e, no caso de, o pedido recair sobre
tt·ibutá1ia são elidíveis, excepto disposição legal em contrário. os pressupostos ainda não concretizados dos benefícios
2. Caso as prestmções referidas no número anterior não fiscais , não exime os interessados de requerer o respectivo
tenham sido elididas no procedimento de liquidação, no momento reconhecimento nos tennos da Lei.
do exei.·cício do direito ele audição, ou em qualquer outt·o 7. Uma vez prestada, a info1mação vinculativa só pode
anterior à decisão, podem ser elididas em sede de reclamação ser revogada um ano após a sua notificação ao contt·ibuinte,
administrativa ou impugnação judicial do acto tributário. tendo a revogação efeitos apenas para o futw·o.
4680 DIÁRIO DA REPÚBLICA

SECÇÃO V 3. Os critérios de quantificação da matéria colectável por


Determinação da Matéria Colectável
métodos indi.rectos coostam das Leis específicas de cada aibuto.
ARTIGO 103.º ARTIGO 107.º
(Âmbito) (Reclamação do apuramento da matéria cole ctável)
1. O disposto na presente Secção é aplicável à detenninação 1. Nos casos em que a matéria colectável não possa,
da matéria colectável dos Impostos sobre o Rendimento. por falta ou insuficiência da declaração ou dos elementos
2. Nos impostos sobre o património incidentes sobre a comprovativos dos dados declarados ser apurada com base
propriedade cios bens imóveis ou a sua transmissão, bem como na declaração dos contribuintes, podem estes reclamar da
nos direitos e demais imposições aduaneiras, a detetminação matéria colectável fixada para o Chefe da Repa1tição Fiscal
da matéria colectável rege-se pelo disposto na legislação competente ou se1viço local equiparado que a detenninou.
aplicável, sem prejuízo das disposições do presente Código. 2. A reclamação pode ter como fundamento a ilegalidade
ARTIGO 104.º
de recurso aos métodos indirectos ou ao eITo na quantificação
(Competência) da matéria colectável.
1. Nos impostos de autoliquidação é ao contribuinte que 3. Os contribuintes sujeitos a tributação simplificada,
com base em valores ou rendimentos presumidos ou em
cabe o apw·amento da matéria colectável.
rendimentos nonnais colectivamente detenninados podem
2. A Repartição Fiscal competente ou serviço local equiparado
igualmente reclamar da matéria colectável junto do órgão a
pode coffigir a matéria colectável autoliquidada nos tennos
que se refere o n.º 1 do presente a1tigo.
do número anterior, dentro cio prazo legal de cacluciclacle cio
4. Na reclamação referida no n.º 1, podem cwnular-se
direito de liquidação. pedidos que respeitem a impostos de diferente natureza.
3. Nos casos não previstos nos n. 00 1e2, a maté1ia colectável 5. A falta da reclamação deduzida nos tetmos do presente
é apurada, também dentro cio prazo de caducidade, pelo Chefe attigo, bem como a sua desistência ou arquivamento, tomam
da Repa1tição Fiscal competente ou se1viço local equiparado definitiva a matéria colectável fixada .
para a liquidação com base nos elementos declarados pelo 6. A matéria colectável tomada definitiva nos te1mos do
contribuinte ou, em caso de insuficiência ou inexistência número anterior, não pode ser contestada, na reclamação
desses elementos, com base nos elementos de que aquele administrativa ou impugnação judicial da liquidação salvo
ótgão disponha. em caso de effo de direito.
4. Em caso de existência de regimes simplificados de ARTIGO 108.º
(Valores ou rendimentos colectivamente determinados)
tributação expressamente previstos na Lei ou quando deva
ser colectivamente determinada, a matéria colectável é fixada Dentro do prazo de reclamação o contribuinte que seja
pelo Chefe da Repaitição Fiscal competente ou se1viço local tributado com base em valores ou rendimentos colectivamente
equiparado com base nos elementos ao seu dispor. dete1minados tem direito à conhecer, mediante requerimento,
a matéria colectável de terceiros que exerçam actividades da
ARTIGO 105.0
(Declarações) mesma ou de natureza análoga no te11'itório nacional.
ARTIGO 109.º
1. As declarações apresentadas pelos contribuintes junto
(Prazos e efeitos)
da Administração Tributária nos tennos e prazos legais,
1. A reclamação cio apuramento da matéria colectável
preswnem-se verdadeiras.
a que se refere o attigo 107.º deve ser dirigida ao Chefe da
2. A presunção prevista no número anterior é extensiva
Repartição Fiscal competente ou se1viço local equiparado e
aos dados da contabilidade e da escrita dos contribuintes
apresentada nos 15 (quinze) dias posteriores à notificação
desde que estejam organizadas de acordo com a legislação
ao contribuinte da matéria colectável fixada ou, no caso de
comercial, tributária e contabilística aplicável.
valores ou rendimentos colectivamente clete1minados, nos
ARTIGO 106.0 prazos fixados pela Lei reguladora de cada imposto.
(Métodos de determinação)
2. A reclamação tem efeito suspensivo do direito de
1. A matéria colectável é dete1minada pelo método directo, liquidação, bem como do prazo em que esta deva ser legal-
com base nos elementos declarados pelo contribuinte. mente efectuada.
2. O apw·amento indirecto da matéria colectável é excep-
ARTIGO ll0. 0
cional e sem prejuízo de outros métodos simplificados de (Instrução da reclamação)
tributação expressamente previstos na Lei, só é petmitido: As reclamações são instiuídas pela Repa1tição Fiscal
a) Fora dos casos em que a matéria colectável deva ser competente ou setviço local equiparado nos 1O (dez) dias
colectivamente detetminada; posteriores à recepção da petição, cuja instmção consiste na
b) Com fündamento na falta, insuficiência, ou ausência junção dos processos individuais dos reclamantes, dos elementos
de elementos comprovativos dos dados declarados da fiscalização existentes e de quaisquer oua·os documentos ou
pelo contribuinte. informações considerados úteis ao esclarecimento dos factos.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4681

ARTIGO 111.º 2. Nos casos de impugnação achninistrativa ou judicial


(Marcação de reunião)
ela liquidação, pode ser invocado qualquer e1rn na fixação
1. Finda a instmção, em prazo não superior a 8 (oito) dias, da matéria colectável.
o Chefe da Repa1tição Fiscal competente ou serviço local 3. Não é passível ele reclamação administrativa, nem
equiparado pode revogar total ou parcialmente a matéria impugnaçãojudicial a liquidação, em caso de acordo, ainda que
colectável fixada. parcial, sobre a me$ma, homologado pelo Chefe da Repa1tição
2. O Chefe da Reprutição Fiscal ou serviço local equiparado Fiscal ou se1viço local equiparado entre o contribuinte ou seu
pode convocar, dentro do prazo referido no número anterior, representante e o funcionário da Repartição Fiscal competente
uma reunião entre o contribuinte ou de quem o represente e um ou se1viço equiparado.
funcionário da Repa1tição Fiscal ou se1viço local equiparado ARTIGO 115.0
designado para o efeito, nos casos em que entenda não revogar (Impostos de lançamento)

totalmente a matéria colectável fixada . 1. No imposto em que a matéria colectável seja colectiva-
3. A falta de comparência do contribuinte ou do seu mente detenninada, a omissão no lançamento não prejudica
representante à reunião marcada pelo Chefe da Repa1tição que, a detetminação da matéria colectável possa fazer-se nos
Fiscal ou se1viço local equiparado, quando não justificada 5 (cinco) anos seguintes àquele a que respeite, sem prejuízo
no prazo de 5 (cinco) dias úteis dias, implica o arquivamento do prazo de caducidade do direito de liquidação.
da reclamação. 2. A reclamação ela clete1minação ela matéria colectável
4. O Chefe da Repa1tição Fiscal competente ou se1viço dos contribuintes omitidos no acto ele lançamento, aplica-se
local equiparado eleve proceder à marcação ele uma nova o disposto na presente Secção.
reunião nos casos em que a falta seja justificada no prazo ARTIGO 116.º
(Nulidade)
referido no número anterior.
5. A ausência do contribuinte ou de quem o represente na O atendimento ela reclamação implica a nulidade da liqui-
nova reunião implica sempre o arquivamento da reclamação. dação efectuada com base na matéria colectável reclamada.
ARTIGO 117.º
ARTIGO 112. 0
(Confirmação superior)
(Realização da reunião)
1. Cabe ao funcionário designado pelo Chefe da Repartição Sempre que a reclamação cio contribuinte for atendida na
Fiscal competente ou serviço local equiparado conduzir a totalidade ou em paite e dela resultar a exoneração do sujeito
reunião com o contribuinte ou quem o represente. passivo da obrigação tributária do pagamento de impottância
superior a Kz: 1.000.000,00, (um milhão de Kwanzas) a
2. Da reunião é lavrada uma acta pelo funcionário designado
decisão do Chefe da Repaitição Fiscal competente ou se1viço
nos termos do número anterior a quem cabe também promover
local equiparado deve ser confnmacla, pelo órgão máximo elo
o andamento elo expediente.
escalão superior da Administração Tributária competente, sob
3. Em caso ele desacordo elas pa1tes, prevalece, na decisão
pena de nulidade.
ela reclamação, a matéria colectável fixada pela Repaitição
SECÇÃO VI
Fiscal competente ou se1viço local equiparado. Liquidação
4. O acordo a que chegarem as partes, está sujeito à
ARTIGO 118.º
homologação elo Chefe da Repa1tição Fiscal competente ou
(Valores em moeda estrangeira)
se1viço local equiparado.
1. Tratando-se ele valores expressos em moeda estrangeira,
ARTIGO 113. º
(Revisão da matéria colectável)
a sua equivalência na moeda nacional é reajustada pela cotação
média do trimestre anterior ao da liquidação.
Sem prejuízo do prazo geral de caducidade do direito ele
2. Quando os valores forem em géneros, a sua redução
liquidação previsto no n.º 1 elo a1tigo 62.º do presente Código, a dinheiro faz-se pelo preço médio elo ano anterior ao do
a matéria colectável apurada nos tennos da presente Secção só vencimento ela obrigação tributária.
pode ser revista por dete1minação do órgão máximo de escalão
ARTIGO 119.0
superior da Administração Tributária quando, em face dos (Competência para a liquidação)
elementos ao seu dispor, se verifique ter havido etrn de que 1. É competente para a liquidação, quando o imposto não
tenha resultado prejuízo efectivo do Estado ou do contribuinte eleva ser auto liquidado:
no montante superior ao salário mínimo da função pública. a) A Repattição Fiscal competente ou se1viço local
ARTIGO 114.º equiparado elo domicílio, residência ou estabele-
(Reclamação ou impugnação da decisão da reclamação da fixação)
cimento cio contribuinte ou do seu representante;
1. As decisões elas reclamações a que se referem os n."" 4 b) Não tendo o contribuinte domicílio, residência ou
e 5 elo attigo 107.º elo presente Código, não são passíveis ele estabelecimento em teffitório nacional, nem tendo
reclamação administrativa ou impugnaçãojudicial, salvo quando designado representante, a l ." Repartição Fiscal
da matéria colectável fixada resultar qualquer liquidação. ele Luanda.
4682 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. Nos impostos sobre o património imobiliário e sua SECÇÃO VII


Revisão da Llqwdação
transmissão, a competência da liquidação é sempre da
Repa1tição Fiscal competente ou serviço local equiparado da SUBSECÇÃO!
localização desses bens. Revisão da Llqwdação por Iniciativa da Administração Tributária

ARTIGO 120.0 ARTIGO 124.º


(Adicionais) (Revisão da liquidação oficiosa a favor da Administração li'ibutária)
São incluídos na liquidação os adicionais que forem Quando se verificar que, na liquidação oficiosa, se
cobrados em conjunto com o imposto. cometeram eirns de facto ou de direito, ou houve quaisquer
ARTIGO 121.º omissões de que resultou prejuízo para o &tado, a Repartição
(Mú1imo de liqwda ção) Fiscal competente ou se1viço local equiparado competente
1. A Administração Tributária não procede a qualquer deve repará-los mediante liquidação adicional, mas sempre
liquidação ou anulação, ainda que oficiosa ou adicional, com obse1vância do prazo de caducidade.
quando o seu quantitativo for inferior a Kz: 5.000,00 (cinco ARTIGO 125.º
mil Kwanzas) nos tennos da legislação em vigor. (Revisão da liqwdação oficiosa a favor do contribuúlte)
2. Os impostos, os adicionais e os jw·os devidos e demais 1. Em caso de etrn imputável aos se1viços na liquidação,
acréscimos legais, quando te1minarem em fracção da unidade proceder-se-á à anulação oficiosa, se ainda não tiverem
monetária em vigor, devem ser a1Tedondados para esta unidade, decoffido cinco anos sobre a data da liquidação ou a todo o
por excesso. tempo, se ainda estiver pendente processo de execução fiscal.
ARTIGO 122.0 2. O mesmo se verificará quando, em exame à escrita
(Autoliqwdação)
dos contribuintes, se verificar que estes indicaram nas suas
1. Os deveres inerentes à autoliquidação são cumpridos declarações valores superiores aos que resultaram da aplicação
na Repa1tição Fiscal competente ou serviço local equiparado das no1mas de dete1minação da matéria colectável.
do domicílio ou residência do sujeito passivo do imposto. 3. A duplicação de colecta considera-se sempre, para efeitos
2. A declaração de autoliquidação pode ser substituída até do presente a1tigo, imputável aos seiviços.
ao teimo do prazo de caducidade quando da substituição da 4 . Para efeitos do número anterior, considera-se haver
declaração resulte tributo supe1ior ao iniciahnente autoliquidado duplicação de colecta, quando, estando pago por inteiro um
ou matéria colectável negativa inferior à inicialmente apurada. tiibuto, se exigir da mesma ou diferente pessoa outi·o de igual
3. Quando da substituição resulte tributo igual ou inferior natureza, referente ao mesmo facto tributário e ao mesmo
ao iniciahnente auto liquidado ou matéria colectável negativa pe1iodo de tempo.
superior à inicialmente auto liquidada, a declaração de auto- 5. À revisão da liquidação oficiosa com fundamento em
e1rn na dete1minação autónoma da matéria colectável aplica-se
liquidação pode ser substituída até ao teimo do ano posterior
o disposto na Secção V do presente Capítulo.
ao da sua apresentação.
6. O contribuinte pode, dentro do prazo referido no n.º 1
4. No caso referido no número anterior, a declaração de
do presente a1tigo, solicitar a revisão oficiosa da liquidação
substituição apenas produz efeitos quando confinnada pela
com fundamento em effo imputável aos se1viços mediante
Repaitição Fiscal competente ou serviço local equiparado que,
requerimento dirigido ao dirigente máximo da Administração
para o efeito, realizará as diligências inspectivas necessárias.
Tributária competente.
5. A possibilidade de apresentação da declaração de
ARTIGO 126.0
substituição fora do teimo do prazo legal de cumprimento da (Confirmação superior)
obrigação não prejudica a multa que ao atraso coube1:
A anulação oficiosa está sujeita à confümação superior
ARTIGO 123.0 nos tennos do a1tigo 117.º do presente Código.
(Substitwção tributária)
SUBSECÇÃO II
1. Os deveres inerentes à retenção na fonte são cwnpridos Revisão da Liquidação Oficiosa por Iniciativa do Contribuúlte
na Repaitição Fiscal competente ou se1viço local equiparado
ARTIGO 127.º
do domicílio ou residência do substituto tributário. (Reclamação admúüstrntiva)
2. O imposto entregue a mais, pelo substituto tributário, 1. O acto tributário praticado oficiosamente pela
quando o effo estiver evidenciado na sua contabilidade ou Administi·ação Tributária pode ser revisto por iniciativa do
esc1ita é deduzido nas entregas seguintes das retenções relativas conti·ibuinte por meio de reclamação administi·ativa com
ao mesmo ano e imposto. fundamento em qualquer ilegalidade.
3. O disposto no número anterior é aplicável, nos impostos 2. Não é achnissível a reclamação administrativa quando
de repercussão, em caso de entrega de imposto superior ao tiver sido anterio1mente deduzida impugnação judicial com
efectivamente liquidado e repercutido. o mesmo fundamento.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4683

3. Caso, após a dedução da reclamação administrativa, ARTIGO 130.º


(Confirmação superior)
tenha sido apresentada impugnação judicial com o mesmo
fundamento, a reclamação administrativa é arquivada. É aplicável à reclamação achninistt·ativa, o disposto no
4. O indeferimento da reclamação administrativa é judicial- artigo 117.º do presente Código.
mente impugnável, nos tennos do Código de Processo T1ibutá1io. SECÇÃO VIII
5. Quando o acto reclamado for prestação tributária retida Reconhecimento e Manutenção dos Beneficios Físcais
na fonte, a legitimidade do substituto depende da prestação ARTIGO 131.0
tributária por este entregue nos cofres do Estado não ter sido (Reconhecimento dos beneficios fiscais)
retida ou ter sido superior à efectivamente retida. 1. O reconhecimento dos beneficios fiscais não automáticos
6. Quando o acto reclamado for imposto legalmente reper- depende de requerimento dos interessados a apresentar nos
cutido a terceiros, a leg itimidade do sujeito passivo depende de
serviços tt·ibutários competentes para a liquidação.
entrega por este nos cofres do Estado, de prestação tributária
2. O requerimento deve ser acompanhado da prova do
não repercutida ou superior à repercutida.
beneficio fiscal cujo reconhecimento se pretende.
ARTIGO 128.º
(Características da reclama ção administrativa)
3. Salvo disposição legal em contrário e sob pena de
não reconhecimento do beneficio, o requerimento deve ser
1. A reclamação administrativa caracteriza-se por:
apresentado até ao momento da ocorrência do facto tributário.
a) Brevidade cios termos e celeridade das decisões que
podem ser ftmdamentadas sumariamente; ARTIGO 132.º
(Manutenção e revogação dos beneficios fücais)
b) Dispensa de fonnalidades essenciais;
e) Inexistência de caso julgado;
1. A manutenção cios beneficios fiscais não automáticos,

e) Gratuitidade; reconhecidos nos tennos do a1tigo anterior, depende da sub-


d) Limitação dos meios probatórios à forma documen- missão à Achninistração Tributária, dentt·o do prazo geral cio
tal e outros elementos oficiais de que os se1viços direito de liquidação, dos elementos necessários ao contt·olo
disponham; dos seus pressupostos.
e) Inexistência de efeito suspensivo, salvo quando tiver 2. O cmttibuinte está obrigado a comll11icar à Administração
sido prestada garantia nos te1mos do a1tigo 66.º Tributária, no prazo de 30 (frinta) dias, a cessação dos pres-
do presente Código. supostos dos beneficios fiscais a que tem direito.
2. O deferimento da reclamação administrativa apenas 3. A falta de cumprimento da obrigação prevista no número
pode ser revogado com base em novos ftmdamentos de facto ante1ia:, sujeita o contribuinte ao pagamento do imposto devido,
não conhecidos nem susceptíveis de serem conhecidos no acrescido de multa equivalente ao valor que estaria obrigado
momento da decisão. a pagar se tivesse comunicado a cessação dos pressupostos
ARTIGO 129.º do beneficio fiscal.
(Prazos)
SECÇÃO IX
1. O prazo de reclamação administrativa é de 15 (quinze) Recw·sos Hierárquicos
dias contados a pa1tir:
ARTIGO 133.0
a) Da notificação pela Administração Tributária da (Interposição dos recw·sos hierárquicos)
recusa da confümação de nova declaração de
1. O recurso hierárquico da decisão final do procedimento é
autoliquidação;
dirigido ao órgão máximo de escalão superior da Administração
b) Quando a prestação ttibutária reclamada for reten-
Tributária e interpostos, perante o autor do acto recorrido,
ção na fonte, do tenno do prazo legal da última
nos 15 (quinze) dias posteriores à notificação da decisão.
enfrega do ano a que respeita;
2. O autoc do acto recorrido deve remeter ao ét·gão de escalão
e) Quando a prestação tt·ibutária reclamada deva ser
superior no prazo de 1O(dez) dias o processo respeitante ao
legalmente repercutida a terceiros, a partir do
teimo cio prazo legal da última entrega do ano a recurso hierárquico, prazo durante o qual, pode ainda revogar
que respeita; o acto reco1Tido, salvo nos casos em que a Lei expressamente
d) Da notificação ele qualquer outt·o acto que seja des- exclua tal competência.
favorável ao contt·ibuinte. 3. Os recrn·sos hierárquicos são decididos no prazo máximo
2. Quando o fundamento for a declaração de nulidade ou de 45 (quarenta e cinco) dias.
inexistência do acto reclamado, a reclamação adminisfrativa ARTIGO 134.0
pode também ser apresentada nos 90 (noventa) dias poste1iores (Efeito devolutivo)

ao pagamento indevido da prestação tributária. O recw·so hierárquico tem natureza facultativa e efeito
3. As reclamações administt·ativas serão decididas no prazo meramente devolutivo, salvo disposição legal expressa
máximo de 45 (quarenta e cinco) dias. em contrário.
4684 DIÁRIO DA REPÚBLICA

SECÇÃO X 8. A falta de pagamento das prestações por um período


Cobrança
superior a 3 (três) meses consecutivos ou 6 (Seis) meses
ARTIGO 135.º alternados implica o imediato vencimento de todas as restantes,
(Modalidades da cobrança)
caso a iITegula1idadenão seja suprida no prazo de 15 (quinze)
1. A cobrança das obrigações tributá1ias pode ser voluntária dias após a notificação para o efeito.
ou coerciva. 9. Vencem-se iguahnente as restantes prestações em caso
2. A cobrança voluntária dos tributos é assegurada pelos
de supe1veniente cessação ou insuficiência da garantia e o
serviços da Administração Tributária, dentro do prazo legal
contt"ibuinte não proceder à sua substituição ou reforço no
estabelecido para o efeito.
prazo de 10 (dez) dias após a notificação para o efeito pela
3. A cobrança coerciva dos tributos é efectuada através do
Administração Tributária.
processo de execução fiscal.
1O. A impottância a pagar em prestações compreende
ARTIGO 136.0
(Pagamento voluntário) os juros de mora que continuam a vencer-se em relação á
dívida tt·ibutária, os quais são incluídos no respectivo título
1. Os prazos de pagamento voluntário constam dos códigos
de cobrança.
e Leis tributárias específicas de cada tributo.
11. A obrigação do pagamento em prestações pode ser
2. As dívidas tributá1ias devem ser pagas dtu-ante o mês de
assumida por terceiro ou responsável subsidiá1io, mediante
calendário subsequente ao da notificação, sempre que a Lei
a prestação de garantia nos tetmos do artigo 66.º do pre-
ou a notificação de liquidação não estabeleça de outro modo.
sente Código.
3. Com excepção dos direitos e demais imposições adua-
ARTIGO 137.º
neiras e dos casos em que a transmissão ou entrega dos bens (fitulo de cobrança)
dependa do pagamento do tributo, as dívidas tributárias podem
1. O pagamento das dívidas tt·ibutárias a que se refere o
ser pagas em prestações mediante requerimento do devedor: a1tigo anterior é efectuado mediante doctu-nento de affecadação
cV Quando o requerimento for deduzido, nos te1mos da receitas, a processar nos te1mos legalmente definidos, que
dos n(u-neros seguintes do presente a1tigo, antes constitui título de cobrança para todos os efeitos legais.
do tenno do prazo do pagamento voluntário; 2. A restituição dos impostos indevidamente cobrados e
b) Quando o requerimento for deduzido após o teimo respectivos juros é efectuada, mediante título de anulação ou
do prazo de pagamento voluntário, no prazo de nota de crédito processada a favor do contt·ibuinte.
oposição à execução previsto no Código das ARTIGO 138.º
(Prova do pagamento)
Execuções Fiscais.
4. O pedido de pagamento a prestações é apresentado junto 1. No acto de pagamento, o agente affecadador procede a
entrega do respectivo documento comprovativo.
do Chefe da Repa1tição Fiscal competente ou se1viço local
2. Nos casos em que o pagamento do imposto é efectuado
equiparado do domicílio do devedor, que o deve conceder
através de cheque, tt·ansferência ou depósito bancário, o com-
sempre que verifique que o conttibuinte não pode solver de
provativo emitido pelo banco deve ser apresentado à Repa1tição
uma só vez a dívida tributária, em vi1tude de graves dificul- Fiscal competente ou serviço local equiparado, para efeitos de
dades económicas. emissão do respectivo documento de affecadação de receitas.
5. O pedido de pagamento a prestações apresentado no
ARTIGO 139.º
prazo de cobrança voltmtária suspende a instauração do pro- (Certidão de dívida tributária)
cesso de execução fiscal até à notificação ao requerente da 1. Findo o prazo de pagamento voluntário dos tributos
decisão, salvo quando a garantia apresentada for a penhora, liquidados ou autoliquidados previstos nas Leis Tributárias,
caso em que o processo de execução fiscal prossegue até à a Repaitição Fiscal competente ou se1viço local equiparado
realização dessa diligência, sendo as custas do processo da procede à extracção de ce1tidão de dívida com base nos
responsabilidade do requerente. elementos ao seu dispor.
2. A ceitidão de dívida refe1ida no número anterior seive
6. Consoante o grau de dificuldades económicas do con-
de base ao processo de execução fiscal regulado no Código
tt·ibuinte e o montante da obrigação, as prestações, que devem
das Execuções Fiscais.
ser obrigatoriamente mensais, podem ser fixadas entre um
ARTIGO 140.0
mínimo de6 (seis) e um máximo de 18 (dezoito), não podendo (Natureza da execução fiscal)
qualquer delas ser inferior a Kz: 10.000,00, (dez mil Kwanzas)
1. O processo de execução fiscal tem natureza judicial.
integrando cada prestação tu-n titulo de cobrança autónomo. 2. Cabe à Repa1tição Fiscal ou se1viço local equiparado,
7. O pagamento em prestações depende de prestação de competente em razão do te1Titório proceder, sob controlo de
garantia, nos tennos do artigo 66. º do presente Código, a efectuar juiz, as diligências do processo de execução fiscal que não
no prazo de 30 (trinta) dias após a notificação para o efeito. estivei·em legalmente reseivadas ao Tribunal.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4685

SECÇÃO XI tributária cios contribuintes ou ele terceiros com


Inspecção
quem mantenham relações acessórias;
ARTIGO 141.º e) Requisitar documentos cios Notários, das Conse1va-
(Fins da inspecção)
tórias e outras entidades públicas e afins;
A inspecção tributária visa a averiguação ela situação j) Solicitar a utilização de instalações dos contribuintes
tributária cios contribuintes, substitutos, responsáveis solidá-
para realizar o objecto e fins da acção inspectiva;
rios e subsidiários, assim como o cumprimento, por estes e
g) Aceder, consultar e testar os sistemas electróni-
demais obrigados tributários, cios seus deveres acessórios, sem
cos e infoimáticos do contribuinte, incluindo a
prejuízo de outros fins previstos no presente Código e na Lei.
documentação sobre a sua análise, programação
ARTIGO 142.º
(Procedimento inspectivo) e execução.
1. O procedimento ela inspecção e os deveres ele cola- 2. A recusa ao exercício cios poderes referidos no n(unero
boração dos contribuintes com a inspecção tributária são os anterior é legitima, quando as diligências nele referidas impliquem:
adequados ou proporcionais aos fins a atingir pela acção nos a) O acesso ao espaço exclusivamente destinado à
te1mos previstos no presente Código e na Lei. habitação cio contribuinte;
2. O exercício da acção inspectiva, ainda que meramente b) A violação do segredo bancário ou qualquer outro
intema, deve cingir-se ao âmbito das at1ibuições e competências tipo de dever ele segredo legalmente protegido;
legais cio órgão da Achninistração Tributária que a ordene, a e) O acesso a factos da vida íntima dos cidadãos.
constar ele regulamento que, designadamente eleve definir: 3. As diligências referidas no número anterior, elevem ser
a) Os tipos de acção inspectiva admissíveis confo1me
requeridas pela inspecção tributária, apreciadas, decididas e
as suas finalidades;
ordenadas no prazo de 10 (dez) dias.
b) Os estatutos cios órgãos e ftmcionários competentes
4. O pedido a que se refere o número anterior é regulado
para promover acções inspectivas;
e) Os critérios de selecção dos contribuintes e outros pelo Código de Processo Tributário.
obrigados tributários a inspeccionar; TÍTULO IV
d) A eficácia e cele1idade cio procedimento inspectivo;
Infracções Tributárias
e) A colaboração elas entidades inspeccionadas;
jj O exercício cio contraditório e a confidencialidade CAPÍTULO !
cios actos inspectivos; Noção e Tipos de Infracções Tributárias
g) A notificação aos contribuintes cios resultados da
inspecção. ARTIGO 144.0
(Noção)
3. Só pode haver mais de um procedimento inspectivo
relativamente ao mesmo sujeito passivo ou obrigado tri- 1. Constitui infracção tributária todo o acto típico, ilícito
butário, imposto e período de tributação, mediante decisão e culposo descrito e declarado punível por acto n01mativo
ftmclamentada em factos novos do dirigente máximo cios anterior à sua prática.
serviços que o ordene. 2. Nos crimes tributários, só é punível o dolo.
4. O disposto no número anterior, não se aplica quando a 3. Nas transgressões tributárias a negligência é sempre
inspecção se baseie em factos novos, ou vise a instmção ele punível, salvo nos casos expressamente previstos na Lei.
procedimento ele reclamação administrativa ou ele reconhe-
ARTIGO 145.º
cimento de benefícios fiscais de natureza não automática. (fipos de inli' acções t.ributárias)
ARTIGO 143.0
1. As infracções tributárias dividem-se, em crimes tri-
(Poderes da inspecção)
butários e transgressões tributárias nos te1mos cio presente
1. No exercício elas suas atribuições legais, podem os
Código e ela Lei.
órgãos competentes ela inspecção tributária promover as
seguintes diligências: 2. Os factos típicos, ilícitos e culposos praticados por
a) Aceder livremente às instalações ou locais onde pos- comissão ou omissão no âmbito de relações tributárias
sam existir elementos relacionados com a activi- que constituam crime tributário são puníveis nos te1mos
dade dos contribuintes e demais obrigados fiscais; previstos no presente Código e do Direito Penal Geral, com
b) Examinar e visar os livros e registos ela contabili- as especificidades previstas nos a1tigos seguintes que lhes
dade ou escrituração, sem prejuízo da aplicação sejam aplicáveis.
do disposto na legislação comercial, quando a 3. As transgressões fiscais praticadas no âmbito ela relação
entidade inspeccionacla for comerciante; juriclica tributá1ia que não sejam crime são punidas nos te1mos
e) Dete1minar a apreensão dos elementos probatórios do presente Código.
elas infracções fiscais por si detectadas; 4. As transgressões aduaneiras praticadas no âmbito da
d) Solicitar a colaboração necessária de quaisquer enti- relação jurídica tributáiia que não sejam crime são punidas
dades públicas que vise o apuramento ela situação nos te1mos do Código Aduaneiro.
4686 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 146.º ARTIGO 151.º


(Lugar d a prática da infr acção) (Prescrição do procedimento de aplicação da pena)
1. As infracções tributárias comissivas consideram-se 1. O prazo de prescrição do procedimento para aplicação
praticadas no momento e no lugar em que total ou parciahnente da pena é de cinco anos, contados a pa1tir da data em que a
e sob qualquer fo1ma de comparticipação o agente actuou ou, infracção tivei· sido cometida.
no caso de o agente ter actuado fora do teiTitório nacional, no 2. O prazo referido no número anterior é ampliado para
lugar em que o resultado típico se tiver produzido.
dez anos quando a infracção constitua crime tt·ibutário.
2. As infracções tributárias omissivas consideram-se pra-
3. Nos casos previstos nos n ."" 1 e 2 do presente a1tigo, a
ticadas no lugar onde o agente deveria ter actuado e na data
responsabilidade penal tributária cessa quando o procedimento
em que te1mine o prazo para o cumprimento dos respectivos
deveres tributários. estiver parado mais de tt·ês anos por motivo não imputável
ao agente.
CAPÍTULO II ARTIGO 152.º
Responsabilidade Penal Tributária (Prescrição da pena)

ARTIGO 147.º As penas, incluindo as rrrultas prescrevem passados 1O(dez)


(Das pessoas colectivas, entidades fiscalmente equiparadas anos:
e dos seus representantes) a) Após o trânsito em julgado da decisão condenatória,
1. As pessoas colectivas, incluindo sociedades ainda que quando aplicadas por Tribunal;
iffegula1mente constituídas, e outras entidades fiscalmente b) Da data em que a decisão se tiver tomado definitiva,
equiparadas são responsáveis pelos crimes e transgressões ttibu- conforme respectivamente tiverem sido aplicadas
tárias quando cometidas em seu nome e no interesse colectivo: pelo Tribunal ou pela Administração Tributária.
a) Pelos seus ó1gãos; ARTIGO 153.0
(Subsistência da prestação tributária)
b) Pelos representantes, incluindo directores, adminis-
tt·adores, gerentes, membros do conselho fiscal, A extinção da responsabilidade penal t:ributátia não exonera
liquidatários ou administradores da massa falida; o pagamento da prestação tt·ibutária em falta e respectivos
e) Pelos procuradores ou gestores de negócios.
acréscimos legais.
2. A responsabilidade das pessoas colectivas e entes CAPÍTULO III
fiscahnente equiparados, estabelecida no número anterior é Penas
excluída quando o agente tiver actuado contt·a ordens expressas
SECÇÃO I
do seu superior hierárquico. Princípios Gerais
3. O disposto nos n."" 1 e 2 do presente a1tigo não exclui
a responsabilidade das pessoas que tenham praticado ou ARTIGO 154.º
(Penas principais dos crimes tributários)
sancionado expressamei1te a infracção.
1. Os crimes tributários são puníveis com as penas principais
ARTIGO 148.º
(Dos menores, outros incapazes e seus representantes legais) de prisão ou de multa.
Pelas infracções cometidas por menores ou outros incapazes 2. A pena de prisão é conve1tida em multa criminal nos
são responsáveis os seus representantes legais, salvo quando casos e condições que a Lei Penal estabelecer.
estes provarem que tomaram todas as providências necessárias 3. Cada dia de multa criminal coffesponde a uma sanção
para cumprir o estabelecido no presente Código e na Lei. pecuniária entre Kz: 500,00 (quinhentos Kwanzas) e
ARTIGO 149.º Kz: 50.000,00 (cinquenta mil Kwanzas) a graduar de acordo
(Circunstâncias dil'imentes) com o disposto no a1tigo 162.º do presente Código.
São circunstâncias dirimentes da responsabilidade por ARTIGO 155.º
infracções tt·ibutárias as admitidas na Lei Penal. (Penas principais das transgressões tributárias)

ARTIGO 150.º 1. As tt·ansgressões tt·ibutárias são puníveis com a pena


(Extinção da responsabilidade penal tributária) principal de multa.
A responsabilidade penal tt·ibutária extingue-se mediante: 2. A multa por transgressão tt·ibutária não é passível de
a) O cumprimento voluntário ou coercivo das penas; substituição pela pena de prisão.
b) A prescrição do procedimento de aplicação da pena; 3. Os limites mínimos e máximos previstos no presente
e) A prescrição da pena; Código para as multas por transgressões tt·ibutárias, quando
estas tiverem sido praticadas por pessoas colectivas ou enti-
d) A amnistia;
dades fiscalmente equiparadas, são elevados para o dobro.
e) A mo1te do infractor ou a extinção da pessoa colec-
4. O não pagamento de qualquer prestação ou da tota-
tiva, sem prejuízo, neste caso, da responsabilidade lidade do tt·ibuto, dentt·o do prazo legal previsto para o seu
tt·ibutária, civil extracontt·atual dos administt·a- vencimento, sujeita o infractor ao pagamento da multa igual
dores ou gerentes resultante do não pagamento a 35% (tt·inta e cinco por cento) do tt·ibuto em falta, com o
negligente ou culposo das multas. mínimo coffespondente a Kz: 5.000,00 (cinco mil Kwanzas).
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4687

ARTIGO 156.º g) A indicação das testemunhas que possam depor


(Sanções acessórias) sobre a infracção;
Em caso de crime ou transgressão tributária dolosa, !~ A assinatura do autuado e, na sua fa lta, a justificação
podem ser aplicadas as seguintes sanções acessórias, quando desta, mediante assinatura de duas teste1mmhas;
o prejuízo efectivo do Estado for superior a Kz: 500.000,00 i) A assinatura do autuante;
(quinhentos mil Kwanzas): j) Quaisquer outros elementos exigidos por Lei ou que,
a) A divulgação da sentença ou decisão condenatória por sua natureza, possam interessar.
em jomal diário, vespe1tino ou semanário; 3. Não constitui nulidade o facto de o auto ser lavrado
b) A proibição de participação por prazo não superior contra um só irrli·actor e se verificar no decurso do processo
a 3 (três) anos em quaisquer procedimentos de que outra ou outras pessoas pa1ticiparam na infracção ou por
adjudicação administrativa; ela respondem.
e) A proibição até 3 (três) anos da obtenção de bene- 4. O auto de notícia é igualmente lavrado nos casos em
ficios fiscais dependentes de reconhecimento da que o autuante repute a irrli·acção como não punível.
Administração Tributária. 5. No caso de diferentes infracções constatadas na mesma
ARTIGO 157.º acção inspectiva é lavrado um auto de notícia.
(Concurso de infracções tributárias e não tributárias) 6. Caso o auto de notícia, participação ou denúncia contenham
Aresponsabilidade pelo cometimento de infracções tributá1ias indícios de crime, estes são remetidos ao Ministério Público
previstas no presente Código, não exclui a aplicação de sanções pelo Chefe da Repa1tição Fiscal competente ou se1viço local
previstas noutros Diplomas legais, quando se demonstre terem equiparado no prazo no prazo de 1O (dez) dias.
sido cometidas outras infracções de natureza não tributária. ARTIGO 161.º
(Participação e denúncia)
SECÇÃO II
Aplicação das Penas 1. O füncioná1io ou agente competente para lavrar o auto de
notícia que, no exercício das suas fünções, tome conhecimento
ARTIGO 158.0
(Processo de aplicação da pena) de qualquer infracção ás Leis Tributárias faz a paiticipação
por escrito á Repaitição Fiscal competente ou se1viço local
1. As penas por crimes tributários são aplicadas em
equiparado da área em que tiver ocoITido.
processo penal.
2. A pa1ticipação verbal apenas terá seguimento depois de
2. As multas por transgressões tributárias são aplicadas
em processo de transgressão fiscal, quando não devam ser lavrado tenno de identificação e residência do pa1ticipante.
aplicadas pelo Tribunal ou ser pagas anteriormente á sua 3. Aparticipação esc1ita deve conter os elementos necessá1ios
instauração, nos te1mos do presente Código. ao auto de noticia, previstas no n.º 2 do a1tigo do a1tigo ante1ior.
4. A denúncia apenas dá origem ao processo de transgressão
ARTIGO 159.º
(Base do processo de aplicação da pena) quando preencher os requisitos previstos no attigo 89.º do
presente Código.
O processo de aplicação da pena tem por base auto de
5. O disposto no n.º 6 do artigo anterior é aplicável á pa1tici-
notícia, pa1ticipação ou denúncia.
pação ou denímcia que contiverem indícios de crimetributá1io.
ARTIGO 160.0
6. O disposto no presente a1tigo é igualmente ap licável
(Auto de notícia)
aos casos em que o funcionário, apesar de competente para
1. Nos casos em que uma autoridade ou agente de autori-
levantar o auto de notícia, não tiver verificado pessoalmente
dade, no exercício das suas funções , verificar pessoalmente
a infracção.
a prática de uma infracção tributária, independentemente de
ser crime ou transgressão lavra auto de notícia que remete á ARTIGO 162.º
(Graduação das penas)
Repaitição Fisca l competente ou se1viço local equiparado da
área em que a infracção tiver sido cometida. A pena por crimes e transgressões tributárias é graduada
2. O auto de noticia, sempre que possível, deve conter: em função da gravidade objectiva da infracção tributária, com
a) A identificação do autuante e do responsável solidá- base nos seguintes elementos:
rio ou subsidiário, com menção do nome, morada, a) A existência de dolo ou de simp les negligência;
profissão ou actividade e outros elementos de b) O valor do tributo que seria cobrado se a infracção
identificação necessários; não tivesse sido cometida;
b) O lugar em que se praticou a infracção e o lugar em
e) A existência ou inexistência de prejuízo efectivo
que foi verificada;
para o Tesouro Nacional;
e) O dia e a hora da infracção e os da sua verificação;
d) Os actos de ocultação que prejudiquem a descoberta
d) A descrição dos factos concretos constitutivos da
da infracção;
irrli·acção;
e) A indicação das circunstâncias respeitantes ao presu- e) A utilização de meios fraudulentos ;
mível arguido que possam influir na detenninação j) A tentativa de subomo ou obtenção de vantagem
da pena a aplicar; ilegal junto dos funcionários ;
j) A referência ás disposições legais que prevêem a g) A especial obrigação de não cometer a infracção;
infracção e cominam a respectiva sanção; h) O carácter acidental ou frequente da sua ocon-ência.
4688 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 163.º nos serviços ti·ibutários qualquer auto de noticia, participação


(Reincidência) ou denúncia e proceda ao seu pagamento nos 15 (quinze) dias
1. A reincidência constitui factor de agravamento da pena após a notificação para o efeito pelos se1viços ti·ibutários.
nos crimes tributá1ios e transgressões tributárias. 3. A liquidação da multa paga espontaneamente deve
2. Nos crimes tributá1ias a reincidência ocoffe quando o ser coffigida em processo de t:J·ansgressão quando, depois
infractor, tendo sido condenado por sentença transitada em de efectuada, se verificar a falta dos requisitos previstos no
julgado, cometa a mesma infracção antes de deco1Tidos 5 número anterior.
(cinco) anos sobre aquela condenação, ainda que a pena da 4 . Sendo vários os arguidos e se só algum ou alguns
primeira infracção tenha sido prescrita . efectuarem o pagamento da prestação ti·ibutária e demais
3. Nas transgressões tributárias há reincidência quando o acréscimos legais, só a estes se aplica disposto nos n."" 1 e 2
agente tiver praticado uma transgressão dolosa nos 2 (dois) anos do presente artigo, sem prejuízo da responsabilidade solidária
posteriores à condenação por infracção da mesma natureza. a que haja lugar, seguindo o processo quanto aos demais.
ARTIGO 164.º ARTIGO 166.0
(Isenção e atenuação de pena) (Pagamento da multa em acção inspectiva)
1. O agente que tiver praticado crime tributário a que cor- 1. Em acção de inspecção ti·ibutária realizada por fW1cio-
responda pena de prisão ou multa não superior a 3 (Três) anos ná1io que tiver lavrado auto de noticia, as multas liquidadas
pode ser isento de pena por decisão do juiz, sob proposta do são reduzidas para 20% (vinte por cento) do montante mínimo
Ministério Público, se, até ao teimo da instrnção preparatória, aplicável, desde que o imposto em falta , a multa e out:J·os
regularizar a sua situação tributária, incluindo o pagamento
acréscimos legais vierem a ser pagos no prazo de 15 (quinze)
da prestação tributária devida e demais acréscimos legais,
dias após a notificação para o efeito.
salvo quando se opuserem as exigências de prevenção geral
2. Decoffido o prazo referido no níunero anterior sem que
e especial.
a multa tenha sido paga é instaurado o competente processo
2. No caso referido no número anterior, o processo penal
é conve1tido em processo de transgressão, cabendo ao juiz a de t:J·ansgressão, não aproveitando ao infractor o beneficio
aplicação da multa. referido no mesmo número do presente a1tigo.
3. Independentemente da moldura penal aplicável, a pena ARTIGO 167.0
pode ainda ser extraordinariamente atenuada pelo juiz nos (Pagamento em processo de transgressão tributária)
te1mos do Código Penal caso, até à sentença, o agente, nos As panas de multas aplicáveis em processo de transgressão
te1mos do n.º 1, regularize a sua situação t:Jibutária. t:J·ibutária são liquidadas pelo montante mínimo se o infractor
4. A suspensão da pena depende sempre do pagamento em proceder à regularização da sua situação ti·ibutária no prazo
prestações mensais e prazo a definir pelo juiz não superior a
de defesa.
1O (dez) anos da totalidade da prestação tributária devida e
ARTIGO 168.0
acréscimos legais, em, cabendo ao condenado provar paga-
(Cumulação de infracções)
mento de tais prestações junto do Tribunal nas datas que o
juiz fixar na sentença. 1. Quando o mesmo facto constituir simultaneamente crime
5. A aplicação de pena em processo de transgressão só é e ti·ansgressão, o infractor é punido a título de crime, sem
afastada, quando se verifiquem, cumulativamente, as seguin- prejuízo das sanções acessórias previstas para a transgressão.
2. Os factos que, no todo ou em pa1te, forem qualificados
tes circunstâncias:
a) A prática da infracção não cause prejuízo efectivo por mais de uma disposição legal são punidos pela disposição
à receita t:Jibutária ou esse prejuízo seja inferior que estabelece a pena mais grave.
a Kz: 50.000,00 (cinquenta mil Kwanzas) para ARTIGO 169.º
pessoas singulares, e Kz: 250.000,00 (duzentos (Infracções tributárias continuadas)
e cinquenta mil Kwanzas), tratando-se de pessoas 1. Entendem-se por infracções continuadas, o estado de
colectivas ou entidades equiparadas; repetição da mesma infracção, em que se acha o cont:Jibuinte, ao
b) Ter cumprido com a obrigação, até ao momento em serem as suas faltas verificadas pela Administração Tributária.
que a pena deva ser aplicada; 2. As infracções tributárias continuadas estão sujeitas a
e) Ser reduzido o grau de culpa do infractor;
uma única pena.
d) À dispensa de pena não se opuserem razões de pre-
3. Quando a infracção t:J·ibutária continuada constitua
venção geral ou especial.
ti·ansgressão fiscal, a multa aplicável aumenta em 100/o (dez
ARTIGO 165.º
por cento) por cada repetição da falta, sem prejuízo do limite
(Pagamento espontâneo)
máximo aplicável.
1. São reduzidas para 30% (trinta por cento) do montante
4. Quando a infracção t:Jibutária continuada constitua crime,
mínimo aplicável, as multas pagas espontaneamente pelo
a sua punição efectua-se nos te1mos da Lei penal.
infractor, desde que a infracção não constitua crime tributário.
2. O pagamento efectuado pelo infractor considera-se ARTIGO 170.º
(Co-autoria das infi·acções tributárias)
espontâneo quando este comunique a infracção ou solicite a
regularização da sua situação t:Jibutária, incluindo a restituição Quando a infracção ti·ibutária for praticada por várias
de benefícios fiscais indevidamente obtidos, antes de ter entrado pessoas, a cada uma delas é aplicada tuna pena.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4689

ARTIGO 171.º outi·os documentos ou elementos probatórios


(Suspensão das penas)
exigidos pela Lei Tributária;
1. As penas por crimes tributários são passíveis de suspensão, e) O agente usar os livros ou quaisquer outi·os elementos
mas a suspensão depende da regularização da situação tribu- referidos na alínea anterior sabendo-os falsificados
tária do condenado, nos casos e nos tennos a fixar pelo juiz. ou viciados por terceiros:
2. As penas aplicáveis em virtude de transgressões tiibutárias fJ Tiver sido utilizada a interposição de pessoas sin-
não são passíveis de suspensão. gulares ou colectivas residentes fora do te1Titório
angolano e aí submetidas a tun regime fiscal cla-
CAPÍTULO IV
ramente mais favorável;
Parte Especial
g) O agente tiver conluiado com terceiros com os quais
SECÇÃOl esteja em situação de relações especiais.
Crimes Tributários 2. A mesma pena é aplicável quando a fraude tiver lugar
ARTIGO 172.º mediante a utilização de facturas ou documentos equivalentes,
(Fraude fiscal) por operações inexistentes ou por valores diferentes ou ainda
1. Quem, visando a não liquidação, enti·ega ou pagamento com a inte1venção de pessoas ou entidades diversas das da
de prestação tributátia, falsifique, v icie documentos ou incotrn operação subjacente.
em simulação de acto ou negócio jurídico e tiver obtido, em 3. Os factos previstos nas alíneas d) e e) do n.º 1 do pre-
vittude da falsificação, viciação ou simulação, uma vantagem sente a1tigo, com o fim definido no n.º 1 do a1tigo anterior,
pati·imonial ilegítima é punido com pena de prisão de 6 (seis) não são puníveis automaticamente, salvo se pena mais grave
meses a 3 (ti·ês) anos ou pena de multa até 360 (ti·ezentos e lhes couber.
sessenta) dias. 4. O limite máximo referido no n.º 1 do a1tigo anterior é
2. A fraude fiscal pode ter lugar por: ampliado para 5 (cinco) anos sea vantagem patrimonial indevida
a) Ocultação ou alteração de factos ou valores que for superior a Kz: 5.000.000,00 (cinco milhões deKwanzas) e a
devam constar dos livros de contabilidade ou multa de 240 (duzentos e quarenta) a Kz: 1.400 (mil e quatrocentos)
escrituração, ou das declarações apresentadas ou dias para as pessoas colectivas.
prestadas a fim de que a administi·ação ti·ibutária 5. Se a vantagem pati·imonial indevida for superior a
especificamente fiscalize, dete1mine, avalie ou Kz: 20. 000.000,00, (vinte milhões de Kwanzas) a pena é a de
conti·ole a matéria colectável; prisão de 2 (dois) a 8 (oito) anos para as pessoas singulares e de
b) Ocultação de factos ou valores não declarados e que multa de 480 (quati·ocentos e oitenta) a 1920 (mil novecentos
devam ser revelados à administi·ação ti·ibutária; e vinte) dias para as pessoas colectivas.
e) Celebração de negócio simulado, quer quanto ao
ARTIGO 174.º
valor, quer quanto à natureza, quer por interposi- (Fraude contra a segurança social)
ção, omissão ou substituição de pessoas.
1. Constituem fraude contra a segurança social as condutas
3. Os factos previstos nos números anteriores, não são
das entidades empregadoras, dos trabalhadores independentes
puníveis criminalmente se a vantagem patiimonial ilegítima
e dos beneficiários que visem a não liquidação, entrega ou
for inferior a Kz: 1.500. 000,00. (um milhão e quinhentos
pagamento, total ou parcial, ou orecebitnento indevido, total
mil Kwanzas)
ou parcial, de prestações de segw·ança social com intenção de
4. Os valores a considerar, para efeitos do disposto nos
obter, para si ou para outi·em, vantagem pati·imonial ilegítima
números anteriores, são os que, nos termos da legislação
aplicável, devam constar em cada declaração a apresentar à de valor superior a Kz: 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos
administi·ação ti·ibutária. mil Kwanzas).
2. É aplicável à fraude conti·a a segw·ança social a pena
ARTIGO 173.0
prevista no n.º 1 do a1tigo 172.º
(Fraude fiscal qualificada)
3. É igualmente aplicável às condutas previstas no n.º 1
1. Os factos previstos no a1tigo anterior são puníveis com
do presente artigo o disposto no a1tigo 172.º
pena de prisão de 1 (um) a 5 (cinco) anos para as pessoas
4. Para efeitos deste artigo também se considera prestação
singulares e multa de 240 (duzentos e quarenta) a 1200 (mil e
da segurança social os benefícios previstos na legislação da
duzentos) dias para as pessoas colectivas, quando se verificar
segmança social.
a acumulação de mais de uma das seguintes circunstâncias:
a) Se o agente tiver conluiado com terceiros que este- ARTIGO 175.º
(Fi·aude no tJ·ansporte de mercadorias em regime suspensivo)
jam sujeitos a obrigações acessó1ias para efeitos
de fiscalização tifüutária; 1. É punido com p1isão de 3 (ti·ês) meses a 2 (dois) anos
b) O agente for funcionário público e tiver abusado ou multa de uma a 3 (três) vezes o valor dos direitos e demais
gravemente das suas funções; imposições aduaneit·as devidos aquele que, no decurso do
e) O agente se tiver socoffido do auxílio do funcionário ti·anspotte de mercadorias expedidas em regime suspensivo:
público com grave abuso das suas funções; a) Subti·air ou substituir mercadorias ti·anspo1tadas
d) O agente falsificar ou viciar, ocultar, destruir, itmtilizar em tal regime;
ou recusar enti·egar, exibit· ou apresentar livros, b) Alterar ou inutilizar os selos ou outi·os meios
programas ou ficheiros info1máticos e quaisquer de selagem, de segurança ou de identificação
4690 DIÁRIO DA REPÚBLICA

aduaneira, com o fim de subtrair ou de substituir ou outro documento similar susceptível ele ser
essas mercadorias; preenchido e utilizado como factura de mercado-
e) Não obse1var os itinerários fixados com o fim de se rias imp01tadas, com o fim ele enganar auto1idacle
fmtar à fiscalização; pública ou prejudicar interesses ele outra pessoa.
2. Na mesma pena incoffe aquele que altere, sem a devida
ARTIGO l 78.º
autorização, a utilização ou o destino de quaisquer mercadorias (Fl'ustração de créditos)
que beneficiem de regime suspensivo ou de isenção parcial ou
total do pagamento de direitos e demais imposições aduaneiras. 1. Sem prejuízo elas penas em que hajam incoffido pela
infracção que deu origem ao processo tributário, aquele que,
ARTIGO 176.0
(Fbmde às garantias fiscais aduaneiras) após a instauração ele inquérito ou processo por crime ou
transgressão previstos neste Código e no Código Aduaneiro,
1. São punidos com p1isão de 6 (seis) meses a 3 (três) anos
e para fiustrar, no todo ou em paite, a cobrança coerciva
ou multa de 2 (duas) a 3 (três) vezes o valor dos direitos e
demais imposições aduaneiras devidos, o clono, o possuidor de quaisquer quantias devidas ao Estado pela prática da
ou o detentor de quaisquer mercadorias apreendidas nos infracção e por cujo pagamento vierem a ser cleclaraclos
te1mos do Código Aduaneiro, ou os seus cúmplices, que, no responsáveis, por qualquer forma alienar ou onerar os seus
acto ela apreensão ou posterionnente, as destmir, danificar ou bens, é condenado em prisão de 3 (três) meses a 1 (um) ano
inutilizar, sem prejuízo das responsabilidades que lhe caibam ou multa deK.z: 2. 500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil
pela prática ela primitiva infracção fiscal aduaneira. Kwanzas) a Kz: 5.000. 000,00 (cinco milhões de Kwanzas).
2. Incon-e na pena prevista no número anterior aquele que, 2. Aquele que, tendo conhecimento da existência de
constituído depositá1io ele quaisquer mercadorias apreendidas inquérito ou de processo por crime ou transgressão, outo1gar
nos tennos do Código Aduaneiro, as não apresentar à autotidade ou ele qualquer forma beneficiar nos respectivos actos ou
competente, no prazo que lhe for designado, com o objectivo contratos que impo1tem a transferência ou oneração cios bens
de inutilizar as garantias fiscais aduaneiras. com a intenção e para os efeitos referidos no número anterior
3. Incoffe, igualmente, na pena prevista no n.º 1 aquele é condenado em prisão de 3 (três) a 6 (seis) meses ou multa
que, depois ele tomar conhecimento ela instauração, contra
de Kz: 1.500. 000,00 (Um milhão e quinhentos mil Kwanzas)
si ou contra um compa1ticipante, ele inquérito ou processo
a Kz: 3.000. 000,00 (três milhões de Kwanzas).
por crime ou transgressão previstos no presente Código e na
3. É aplicável à fmstração ele créditos prevista no presente
Lei, destmir, alienar ou onerar mercadorias apreendidas ou
attigo, o disposto no n.º 4 cio a1tigo 176.º.
atrestaclas para garantia cio pagamento elas quantias em que
sejam condenados naquele processo, ainda que estas sejam ARTIGO 179.0
(Abuso de confiança fiscal)
devidas por outro compa1ticipante ou responsável.
4. Tratando-se de pessoa colectiva ou entidade equiparada, a 1. Aquele que se aprq:niar, total ou parciahnente, de prestação
condenação prevista no n.º 1 é aplicada aos seus representantes tributária de valor superior a Kz: 500.000,00, (quinhentos mil
constituídos ou, havendo deliberação social de que resulte a Kwanzas) é punido com pena de prisão de 6 (Seis) meses a
prática de infracção, aos que votaram essa deliberação. 3 (Três) anos ou multa criminal coffespondente.
2. Para efeitos do níunero anterior, considera-se apropriação
ARTIGO 177.0
(Fraude fiscal aduaneira)
de prestação tributária:
a) A não entrega total ou parcial, ao credor tributário,
Comete o crime ele fraude fiscal aduaneira, punível com
da prestação fiscal ou parafiscal exigida por Lei
pena de prisão de 6 (seis) meses a 3 (três) anos ou multa
e efectivamente retida ou repercutida a terceiros,
de 2 (duas) a 3 (três) vezes o valor dos direitos e demais
quando estejam decotriclos mais de 90 (noventa)
imposições aduaneiras devidos, aquele que: dias sobre o teimo do prazo legalmente fixado
a) Prestar à autoridade tributária competente, falsa para essa entrega;
declaração relativa a um facto impo1tante para b) Quando o agente, notificado para proceder a entrega
a percepção de direitos e demais imposições referida na alínea anterior não tenha, dentro
aduaneiras; do prazo de cobrança voluntária, procedido ao
b) Entregar, remeter por via directa ou indirecta, à pagamento integral ela prestação tributária ou
autoridade tributária competente, documento falso requerido o pagamento a prestações nos te1mos
e relevante para a percepção de direitos e demais do a1tigo 136.º do presente Código, no prazo de
imposições aduaneiras; 20 (vinte) dias.
e) Falsificar ou promover a falsificação de qualquer 3. Considera-se igualmente apropriação indevida:
documento relevante para a percepção ele direitos a) Quando o pedido de pagamento a prestações do
e demais imposições aduaneiras; tributo não entregue à Administração Tributária
d) Induzir a autoridade competente em e1rnpara obter for indeferido;
isenções ou benefícios fiscais aduaneiros; b) Quando o seu deferimento for posterionnente
e) Introduzir no teffitório aduaneiro ou tiver em sua revogado por incumprimento dos respectivos
posse qualquer factura em branco ou por preencher, requisitos legais.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4691

4. Nos casos previstos no número anterior considera-se Código Aduaneiro ou dificulte a apreensão, atTesto
suspenso o prazo de prescrição do procedimento criminal no ou remoção dessa mercadoria;
período entre o pedido de pagamento a prestações e a notifi- e) Impedir a detenção de pessoa ou abrigar uma pessoa
cação da decisão de indeferimento ou revogação. que deve ser detida.
5. O limite máximo das penas referidas no n.º 1 do presente
ARTIGO 183.º
a1tigo é ampliado para 5 (cinco) anos nos casos em que a (Usurpação das funções de funcionário tributário)
vantagem pattimonial indevida for superior a Kz: 5.000.000,00
Aquele que, com a intenção de praticar facto ilícito
(cinco milhões de Kwanzas).
previsto e punível nos te1mos do presente Código, e demais
ARTIGO 180.º
(Violação de sigilo fiscal) Legislação Tributária, usar indevidamente o nome, usmpar
funções, título, uniforme ou insígnia de funcionário tt·ibutário
Aquele que, violar o dever geral de sigilo sobre a situação
tt·ibutária dos contt·ibuintes, revelar ou aproveitar os dados de ou de outt·a pessoa com poderes ou autoridade delegados, ou
que tenha conhecimento no exercício das suas funções, para alegar falsa ordem de auto1idade tributária, é punido com pena
fins estt·anhos ao estrito exercício da função pública, é punido de prisão de 1 (mn) a 2 (dois) anos ou com pena de multa de
com pena de prisão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos ou de multa Kz: 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil Kwanzas) a
c1iminal coffespondente. Kz: 3.000.000,00 (três milhões de Kwanzas).
ARTIGO 181.º ARTIGO 1 84.º
(Adulteração do sistema informático da Administração Tributária) (Contrabando de importação e de e~11ortação)
1. Aquele que criar, ceder, ou transaccionar programas Salvo se outt·a pena estiver estabelecida em Lei especial, é
itúotmáticos, para impedir ou alterar o apuramento da situação punido com prisão de 3 (tt·ês) meses a 2 (dois) anos ou multa
ttibutá1ia do contribuinte, é punido com pena de ptisão de 1 (um) de uma até três vezes o valor aduaneiro das mercadorias aquele
a 3 (três) anos ou pena de multa criminal coffespondente. que, por qualquer meio:
2. É punido com pena de prisão de 1 (um) a 3 (tt·ês) anos
a) Fizer entt·ar no território nacional ou dele fizer
ou pena de multa coffespondente aquele que, com intenção
sair quaisquer mercadorias sem as passar pelas
de causar prejuízos à Administt·ação Tributária ou a terceiros:
alfândegas;
a) Alterar, deteriorar, suprimir, destmir ou por qualquer
b) Retirar das alfândegas ou passar através delas quais-
fo1ma causar dano aos sistemas ou dados infor-
quer mercadorias sem as submeter aos tt·âmites
máticos da Administração Tributária;
legais de desembaraço aduaneiro;
b) Inte1ferir no sistema infoimático da Administt·ação
e) Submeter a despacho aduaneiro quaisquer mercado-
T1ibutá1ia mediante a introdução ou transmissão de
rias mediante falsas declarações ou sem a licença
dados info1máticos ou por qualquer outra fo1ma.
ou autorização especial a que estejam sujeitas;
ARTIGO 182.º
(Obstrução à acção dos funcionários) d) Proceder ao desembaraço aduaneiro sem o pagamento
das imposições aduaneiras previstas por Lei.
1. É punido com pena de prisão de 1(tun)a5 (cinco) anos
ARTIGO 185.º
ou com pena de multa de Kz: 1.000.000,00 (tun milhão de (Contrabando de circulação)
Kwanzas) a Kz: 2.000.000,00, (dois milhões deKwanzas)quem:
1. É punido com pena de prisão de 3 (três) meses a 2 (dois)
a) Por meio de violência, ameaça ou a1tifício fraudulento,
anos ou pena de multa de uma até tt·ês vezes o valor dos direitos
impeça qualquer funcionário da Administração
e demais imposições devidos, aquele que por qualquer meio:
Tributário autorizado, de exercer as suas fünções;
~ Colocar, detiver ou manter em circulação no interior
b) Ocultar, danificar ou desttuir qualquer mercadoria
do teffitório aduaneiro nacional mercadorias em
sttjeita a confisco ou arresto nos termos do Código violação de Leis aduaneiras relativas à circulação
Aduaneiro. interna de mercadorias;
2. É punido com pena de prisão de 3 (tt·ês) meses a 2 (dois) b) Colocar, detiver ou manter em circulação merca-
anos ou pena de multas de Kz: 750.000.00 (setecentos e dorias sem o processamento dos documentos
cinquenta mil Kwanzas), a Kz: 2000.000.00, (dois milhões legalmente exigíveis ou sem os selos, marcas ou
de Kwanzas) quem: outt·os sinais apostos pelas alfândegas, nos te1mos
~ Impedir buscas ou qualquer outra diligência desti- da legislação em vigor;
nada a averiguar se dete1minada mercadoria está 2. Não há lugar à punição prevista no número anterior,
ou não sujeita a confisco ou a comprovar a prática quando, mediante prova, a mercadoria for originária do ter-
de infracção fiscal aduaneira ou não aduaneira; ritório aduaneiro nacional ou já se encontt·ar nacionalizada,
b) Impedir a realização de alguma inspecção de qual- sem prejuízo da aplicação da sanção por tt"nsgressão que ao
quer mercadoria sujeita a confisco nos tennos do caso couber.
4692 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 186.º aduaneiras de valor até Kz: 3.500.000,00 (três


(Contrabando qualificado) milhões e quinhentos mil Kwanzas).
1. Os crimes previstos nos artigos 184.º e 185.º são punidos
ARTIGO 189.0
com prisão ele 6 (seis) meses a 3 (três) anos ou pena ele multa (Oposição a verificação ou a exame)
de duas a quatro vezes o valor aduaneiro ela mercadoria,
1. A autoridade tributária competente para instmção elo
quando se verifique qualquer das seguintes circunstâncias : processo fiscal pode mandar examinar a escrita comercial,
a) A mercadoria contrabandeada seja composta, no quaisquer documentos, papéis, livros, objectos ou mercado-
todo ou em patte, por objectos de considerável
rias que pettençam ou estejam em poder ele qualquer pessoa
interesse histórico ou artístico cujo valor seja singular ou colectiva.
superior a Kz: 1.500.000,00 (um milhão e qui- -2. Os peritos encan-egues de proceder ao exame previsto
nhentos mil Kwanzas);
no númei·o anterior, estão obrigados, sob juramento, a não
b) A mercadoria contrabandeada tenha valor superior divulgar o que constataram nos exames que procederam, e a
a Kz: 20.000.000,00 (vinte milhões deKwanzas); mencionar no respectivo relatório somente os factos concretos
e) Os crimes tenham sido cometidos de noite ou em que intei·essem ao esclarecimento ela causa.
lugar e1mo e aproveitando essas circunstâncias, 3. É punido com prisão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano ou
ou com o uso de aimas, ou com o emprego de pena de multa de Kz: 500.000,00 (quinhentos mil Kwanzas)
violência, ou por duas ou mais pessoas; a Kz: 1.500. 000,00 (um milhão e quinhentos mil Kwanzas):
cP Os crimes tenham sido praticados com conivência de a) Aquele que se recusar a apresentar a sua escrita
qualquer füncionário público ou agente do Estado; comercial, quaisquer documentos, papéis, livros,
e) O autor ou o cúmplice do crime seja funcionário
objectos ou mercadorias que lhe pe1tençam, ou
aduaneiro ou agente ele autoridade; estejam em seu poder, cuja apresentação lhe seja
j) O autor ou cúmplice do crime seja despachante, ordenada pelo instrutor do processo, por julgar
ajudante ou praticante de despachante, caixeiro necessária à instmção;
despachante ou outro agente aduaneiro, incluindo b) Aquele que impedir ou embaraçar qualquer verifica-
agente de navegação ou transitário; ção ou exame ordenado pela autoridade tributária
g) Tenha havido transbordo, em águas teffitoriais, de competente.
mercadorias contrabandeadas; 4. O instmtor do processo pode tomar efectivas as suas
h) A mercadoria contrabandeada esteja tipificada no ordens, com recurso à força pública e tomar as providências
Anexo I à Convenção sobre o Comércio Interna- necessárias para prevenir a alteração ou substituição elos
cional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens objectos a examinar.
Ameaçadas de Extinção. 5. É aplicável à infracção prevista no presente aitigo o
2. Quando a mercadoria contrabandeada seja de importação, disposto no n.º 4 do a1tigo 176.º
expo1tação, reexpo1tação, trânsito proibido ou restrito, os
ARTIGO 190. 0
crimes previstos nos aitigos 184.º e 185.º são punidos com
(Contrafacção, uso e quebra de marcas e de selos)
prisão ele 1 (um) a 4 (quatro) anos ou pena ele multa ele 3 (três)
a 6 (seis) vezes o valor aduaneiro da mercadoria. 1. É punido com pena de prisão efectiva de 1 (um) a
5 (cinco) anos, aquele que, viciar, falsificar ou proceder à
ARTIGO 187. 0
contrafacção ele chancelas, marcas, selos ou sinais prescritos
(Contrabando privilegiado)
nas Leis aduaneiras, com intenção de os empregar como
1. Os agentes dos crimes previstos nos a1tigos 184.º e 185.º
autênticos ou intactos.
são punidos com pena ele multa ele uma a duas vezes o valor 2. É punido com pena ele prisão efectiva a 3 (três) anos,
aduaneiro elas mercadorias sobre as quais recaiam direitos aquele que adquirir, receber em depósito, impo1tar, ou por
e demais imposições aduaneiras ele Kz: 2. 500.000,00 (dois modo ilícito introduzir em teffitório nacional, para si ou para
milhões e quinhentos mil Kwanzas) a Kz: 3.500.000,00 terceiros, os objectos referidos no número anterior, quando
(três milhões e quinhentos mil Kwanzas). falsos ou falsificados.
2. Os agentes infractores são punidos com pena de multa 3. É punido com pena ele prisão efectiva de 3 (três) meses
con-espondente ao valor aduaneiro das mercadorias de mon- a 2 (dois) anos ou com pena de multa de Kz: 750.000,00
tante inferior a Kz: 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos (setecentos e cinquenta mil Kwanzas) a Kz: 2.000.000,00
mil Kwanzas). (dois milhões de Kwanzas)., aquele que, com intenção ele
ARTIGO 188. 0 causar prejuízo ao Estado, utilizar, sem autorização elo órgão
(Contrabando de mercadorias não declandas ou não manifestadas) tributário competente, os objectos referidos no n.º 1.
É punido com pena de prisão de 3 (três) meses a 2 (dois) 4. É punido com prisão efectiva de 6 (seis) meses a 1 (um)
anos ou multa de 1(uma)a3 (três) vezes o valor aduaneiro das ano ou pena de multa de Kz: 500.000,00 (quinhentos mil
mercadorias, aquele que, em qualquer meio de transpo1te, tiver: Kwanzas) a Kz: 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil
a) Mercado1ias escondidas, não declaradas ou não mani- Kwanzas), aquele que, sem a auto1ização da autoridade llibutária
festadas, qualquer que seja o seu valor aduaneiro; competente, abrir, romper ou inutilizar, total ou parciahnente,
b) Mercadorias não manifestadas que constituam toda a marcas, selos ou sinais prescritos nas Leis aduaneiras, apostos
carga ou a sua pa1te de maior valor ou mercadorias legitimamente por funcionário competente para identificar,
sobre as quais recaiam direitos e demais imposições se!:mrar
o ou manter inviolável mercadoria sujeita à fiscalização
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4693

ou para cettificar que sobre esta recaiu confisco, arresto, 2. Na mesma pena incotTe aquele que integrar tais gmpos,
apreensão ou outra providência. organizações ou associações ou quem as apoiar, fomecendo
ARTIGO 191.º instrumentos de infracção tributária, annazenagem ou locais
(Receptação de mercadorias objecto de infracção fiscal aduaneira)
para as reuniões ou qualquer auxílio para que se recmtem
1. É punido com prisão de 3 (três) meses a 2 (dois) anos novos elementos.
ou pena de multa de duas a três vezes, o valor aduaneiro da
3. É punido com a pena de prisão efectiva de 3 (três) a
mercadoria, mas nunca inferior a Kz: 10.000.000,00 (dez
10 (dez) anos ou multa de Kz: 7.500.000,00 (setecentos e
milhões de Kwanzas) aquele que dissimular mercadoria objecto
de infracção fiscal aduaneira, a receber em penhor, a adquirir cinquenta mil Kwanzas) a Kz: 15.000.000,00 (quinze milhões
por qualquer título, a deter, conservar, transmitir ou contribuir de Kwanzas) aquele que chefiar ou dirigir os grupos, orga-
para transmitir, ou de qualquer fotma assegurar, para si ou nizações ou associações referidas nos números anteriores.
para terceiros, a sua posse ou detenção, com intenção de obter, 4. As penas previstas no presente a1tigo podem ser livre-
para si ou para terceiro, vantagem patrimonial. mente atenuadas ou ser decretada a sua isenção, quando o
2. No caso de, a mercadoria não constar do estabele- infractor impedir a continuação dos grnpos, organizações ou
cido no artigo 185.º do presente Código e tiver um valor
associações ou comunicar à auto1idade tributária competente
inferior a Kz: 10.000.000,00 (dez milhões de Kwanzas),
é aplicável a pena de multa de Kz: 10.000,00 (dez mil a sua existência a tempo de esta poder evitar a prática de
Kwanzas) a Kz: 2.000.000,00 (dois milhões deKwanzas). infracções tributárias.
3. No caso de, o infractor fazer da receptação modo ARTIGO 194.º
de vida ou praticá-la habitualmente, é punido com a pena (Instigação it prática de crime fiscal aduaneiro)
de prisão de 6 (seis) meses a 3 (três) anos ou pena de É punido nos te1mos dos artigos 172.º a 193.º, do presente
multa de Kz: 6.000.000,00 (seis milhões de Kwanzas) a Código aquele que instigar, provocar ou incitar à prática de
Kz: 10.000.000,00 (dez milhões de Kwanzas). um crime tributário.
4. A pena pode ser livremente atenuada ou ser decretada a
ARTIGO 195.º
sua isenção quando o infractor, antes de iniciado o processo (Perturbação de arremata ções)
penal ou mesmo no seu decurso, entregar a mercadoria objecto
É punido com pena de prisão até 2 (dois) anos ou com
da infracção à autoridade tributária competente e indicar, com
verdade, de quem a recebeu. pena de multa de Kz: 1.500. 000,00 (Um milhão e quinhentos
5. O disposto no número anterior não é aplicável quando, mil Kwanzas) a Kz: 3. 000.000,00 (três milhões de Kwanzas)
no decurso do processo: aquele que, com intenção de impedir ou prejudicar os
a) Se verificar que o infractor já foi condenado pela resultados de arrematação prevista no Código Aduaneiro
prática do mesmo crime; ou de outra atTematação pública autorizada ou imposta pela
b) Se provar que o infractor pratica habitualmente a
legislação aduaneira:
receptação de mercadorias objecto de infracção
fiscal aduaneira ou dela faz modo de vida.
eµ Conseguir, por meio de dádiva, promessa, violência
ou ameaça, que alguém não lance ou não concom1;
ARTIGO 192.0
(Auxílio material) b) Que de alguma foima se prejudique a liberdade dos

1. É punido com prisão efectiva de 3 (três) a 18 (dezoito)


respectivos actos.
meses ou multa de Kz: 500.000,00 (quinhentos mil Kwanzas) a ARTIGO 196.º
(Responsabilidade criminal e disciplinar
Kz: 1. 500.000,00 (um milhão e quinhentos mil Kwanzas) aquele dos funcionários da Administração Tributária)
que auxiliar mate1iahnente outrem a aproveitar-se do beneficio
1. São qualificadas e punidas como crimes nos te1mos da
económico proporcionado por mercadoria contrabandeada
presente secção, as infracções tJibutá1ias, que os funcionários
2. Quando a mercadoria não conste da previsão do
e agentes da Administração Tributária, pratiquem ou ajudem
artigo 185.º e o seu valor seja inferior a Kz: 1.000.000,00 a praticar, usando pre1rngativas oficiais, independentemente
(milhão de Kwanzas) é aplicável a pena de multa de do montante dos direitos e demais imposições fiscais ou adua-
Kz: 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil Kwanzas) a neiras devidos ou do valor das mercadorias objecto defraude.
Kz: 750. 000,00 (Setecentos e cinquenta mil Kwanzas). 2. Aos crimes de cotTupção passiva são aplicáveis as
ARTIGO 193.º seguintes regras:
(Associações criminosas em matéria tributária)
a) Dispensado de pena ao agente que, antes da prática
1. É punido com pena de prisão efectiva de 2 (dois) a 8 (oito) do facto, voluntariamente repudiar o oferecimento
anos ou multa de Kz: 5.000.000,00 (cinco milhões de Kwanzas) ou a promessa que aceitara, ou restituir a vanta-
a Kz: 10.000.000,00 (dez milhões de Kwanzas), aquele que gem, tJ·atando-se de coisa fungível;
fundar gmpo, organização ou associação cuja actividade b) Atenuação especial da pena se o agente facilitar nas
principal ou acessória seja dirigida à prática de infracções diligências de recolha das provas decisivas para a
tributárias previstas no presente Código. identificação ou a captura de outros responsáveis.
4694 DIÁRIO DA REPÚBLICA

SECÇÃO II lugar com multa de Kz: 25. 000,00 (vinte cinco mil Kwanzas)
Transgressões Tributárias
a Kz: 500.000,00 (quinhentos mil Kwanzas), limites que se
ARTIGO 197.º elevam para o dobro em caso de dolo.
(Não entrega negligente de prestação)
ARTIGO 202.º
Anão entrega da prestação ttibutária deduzida ou liquidada (fucumprimento de outros deveres acessórios)
a terceiros é punida com multa não inferior a 100/o (dez por 1. É punido com multa de Kz: 2.500,00 (dois mil e qui-
cento) nem superior a 30% (trinta por cento) da prestação
nhentos Kwanzas) a Kz: 50.000,00, (cinquenta mil Kwanzas)
tt·ibutária em falta quando não preencha tipo criminal previsto
o infractor pelo incumprimento de outros deveres acessórios
e punido no presente Código.
que não são puníveis nos termos do presente Código.
ARTIGO 198.0 2. A multa prevista no número anterior eleva-se para o
(Não entrega de documento)
dobro, quando a infracção for praticada por pessoa colectiva
1. É ptmida com pena de multa de Kz: 25.000,00 (vinte e
ou entidade fiscalmente equiparada.
cinco mil Kwanzas) a Kz: 500.000,00 (quinhentos mil Kwanzas)
a recusa de exibição ou entrega de livros e demais elementos CAPÍTULO V
de esc1ituração e de contabilidade previstos na Lei, assim como Processo das Infracções Tributárias
a recusa ilegítima do acesso às instalações do contribuinte que
SECÇÃO !
não seja punível como desobediência qualificada. Princípios Gerais
2. É punida com pena de multa de Kz: 10.000,00 (dez
ARTIGO 203.0
mil Kwanzas) a Kz: 50.000,00 (cinquenta mil Kwanzas) a
(Posição jurídica do chefe de Repartição Fiscal ou serviço equiparado)
falta de entt·ega ou entt·ega fora de prazo de declaração ou
documento exigível em viitude de nonna em vigor ou a O Chefe da Repa1tição Fiscal competente ou do serviço
local equiparado ftmciona como órgão auxiliar da autoridade
pedido da Administração Tributária competente ao abrigo do
competente na instauração do procedimento e instt1.1ção do
princípio da colaboração.
processo por crime tributário.
3. O limite máximo da sanção prevista no número anterior
é reduzido para metade, nos casos de: ARTIGO 204. 0
(Suspensão do processo para liqwdação do tributo)
a) Falta de comunicação da alteração do domicílio ou
residência do contt·ibuinte; 1. Sempre que a transgressão ou crimettibutário impliquem
b) Falta de designação de representante fiscal, quando a existência de facto tt·ibutário que ainda não tenha originado
obrigatória. a liquidação do tributo, o processo penal tributário é suspenso
depois de instaurado ou finda a instrnção, quando necessátia,
4. Quando a falta de entrega dos elementos referidos
até que ocoffa tuna das seguintes circunstâncias:
no n.º 1 do presente artigo for dolosa, os limites mmimo e
a) Ser pago o tributo no prazo previsto na Lei ou fixado
máximo da multa a aplicar elevam-se para o triplo.
administlt1tivamente;
ARTIGO 199.º b) Ter decorrido o referido prazo sem que o tt'ibuto
(Inexistência, inexactidão, omissões ou outras irregularidades)
tenha sido pago nem reclamada ou impugnada
São punidas com pena de multa de Kz: 25.000,00 (vinte cinco a liquidação;
mil Kwanzas) a Kz: 35.000,00 (trinta e cinco mil Kwanzas) e) Verificar-se o tt·ânsito em julgado da decisão do
a inexistência, omissão, inexactidão e outt·as iffegularidades processo de impugnação ou o fim da reclamação
constantes de declarações ou outt·os documentos fiscalmente administtt1tiva.
relevantes, incluindo livros de contabilidade ou elementos de 2. Tem prioridade o processo de impugnação ou o pro-
escrituração legalmente exigíveis. cedimento de reclamação achninistrativa sempre que deles
dependa o andamento do processo penal tt·ibutário.
ARTIGO 200.º
(Falta de exibição pública de documentos 3. Findo o processo de impugnação ou procedimento de
comprovativos do pagamento do tributo) reclamação administt·ativa, o mesmo é apensado ao processo
É punida com a pena de multa de a Kz: 2.500,00 (dois mil penal tt·ibutário para efeitos da decisão deste.
4.A sentença da impugnação constitui caso julgado, para o
e quinhentos Kwanzas) a Kz: 10.000,00 (dez mil Kwanzas)
processo penal tributário, relativamente às questões decididas.
a falta de exibição pública de doctunentos comprovativos do
pagamento do tt·ibuto. ARTIGO 205.º
(Competência sancionatória)
ARTIGO 201. 0
(Responsabilidade dos peritos contabilistas e auditores) 1. Nos processos de natureza não criminal, as multas são
fixadas pelo Chefe da Repartição Fiscal competente ou serviço
Os peritos em contabilidade, consultoria e auditoria que local equiparado.
actuem em representação da Aclministt·ação Tributária e que, 2. A multa fixada nos te1mos do número ante1i or é recoffível
por acção ou omissão, não ctunpram, no âmbito de procedi- para o Tribunal competente:
mento tributário especificamente regulado por Lei, os deveres a) Com efeito meramente devolutivo;
legais ou contt·atuais a que estiverem obrigados são punidos, b) Com efeito suspensivo, mediante prestação de garantia
independentemente da responsabilidade criminal que houver idónea, nos te1mos do presente Código e da Lei.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4695

3. Cabe ao órgão da hierarquia superior da Administração 2. Da acusação devem constar os factos constitutivos ela
Tributária, sob proposta do Chefe da Repaitição Fiscal ou cio transgressão e indicação da nonna ou nom1as ptmitivas aplicáveis.
serviço local equivalente, fixar as multas quando à infracção 3. O auto de notícia que preencha os requisitos do
couber sanção acessória. a1tigo 160.º do presente Código substitui a acusação em
4. Ao Tribunal competente cabe fürnr a multa nos processos processo ele transgressão fiscal.
por crime tributário em que os factos apurados constituam
ARTIGO 211.º
meras transgressões tributárias. (Defesa)
5. A multa fixada nos te1mos do n.º 3 do presente a1tigo
1. O arguido pode deduzir defesa no prazo de 20 (vinte) dias.
é reconivel para o Tribunal competente:
2. Na defesa, o arguido deve oferecer documentos, atrnlar
a) Com efeito meramente devolutivo;
e apresentar testemunhas ou oferecer outros meios de prova.
b) Com efeito suspensivo, mediante prestação de garantia
idónea nos te1mos do presente Código e ela Lei. ARTIGO 212. 0
(Prova testemunhal e documental)
SECÇÃO II
Processo de Transgressão
1. Não podem ser affoladas e apresentadas mais de 3 (três)
testemunhas por cada infracção.
SUBSECÇÃO l 2. O total elas testemunhas não pode ultrapassar os 1O(dez),
Instam· ação e Instrução
salvo se o número de infracções constante da acusação
ARTIGO 206.º for superi.01:
(Fase da instauração) 3. Cabe ao Chefe da Repartição Fiscal competente ou
1. O processo de transgressão é instaurado sempre que serviço local equiparado decidir sobre a necessidade da
se verifique qualquer indício ele violação culposa elas Leis inquirição das testemunhas para confümação dos factos
Tributárias, que não constitua crime tributário. constantes da acusação.
2. As infracções baseadas no mesmo auto de notícia, 4. A prova documental é sempre admissível.
pa1ticipação ou denúncia dão origem ao mesmo processo
ARTIGO 213.º
ele transgressão. (Local de produção de prova)
ARTIGO 207. 0 A prova é produzida na Repa1tição Fiscal competente ou
(Fase da i:nstruç ão)
se1viço local equiparado para a instrnção, salvo quando a
1. O Chefe da Repa1tição Fiscal ou serviço local equiparado, natureza da prova resultar de outro modo.
recebe o auto ele notícia, a pa1ticipação ou denúncia, e ordena
ARTIGO 214.º
a autuação e registo cio processo ele transgressão. (Falta de apresentação da defesa)
2. Quando o processo ele transgressão for instaurado com
Findo o prazo ele defesa previsto no n.º 1 do a1tigo 211 .º e
base em auto ele notícia, fica dispensada a instrnção, sem
sem que o agente tenha procedido a apresentação da defesa,
prejuízo da posterior reunião de elementos complementares
o Chefe da Repartição Fiscal competente ou se1viço local
que o autuante não tenha conseguido obter no momento cio
seu levantamento. equiparado, decide sobre a multa a aplicar, nos te1mos do
presente Código e da Lei.
ARTIGO 208.0
(Objectivo e meios da instrução) SUBSECÇÃO Ili
Decisão e Execução da Decisão
1 A instrução visa a realização elas diligências necessárias
que conc01rem para a obtenção ela prova da culpabilidade cio ARTIGO 215.0
agente ou para demonstrar a sua inocência. (Efeitos da condenação definitiva)
2. Na instrnção são admissíveis os meios gerais ele prova, 1. A condenação definitiva proferida no processo de
devendo o Chefe da Repaitição Fiscal competente ou se1viço transgressão constitui caso julgado, quanto à existência da
local equiparado juntar sempre ao processo os elementos irrli·acção tributária.
oficiais de que disponha ou possa solicitar para o esclareci- 2. É achnissível a instauração de novo processo contra
mento dos factos. outros responsáveis pela mesma irrli·acção.
ARTIGO 209.º ARTIGO 216.º
(Prazo da instrução) (Execução das multas)
A instrnção eleve ser concluída, no prazo de 30 (trinta) A cobrança coerciva das multas aplicadas em processo
dias, salvo motivo justificado. de transgressão fiscal é efectuada nos te1mos do Código das
SUBSECÇÃO II Execuções Fiscais, constituindo a decisão condenatória título
Acusação e Defesa executivo para todos os efeitos legais.
ARTIGO 210. 0 ARTIGO 217.º
(Fase da acusação) (Re,isão da condenação em processo de trnnsg1:essão fiscal)

1. Recebido e completado o levantamento do auto de 1. A condenação em processo ele transgressão fiscal é


notícia, o Chefe da Repa1tição Fiscal competente ou se1viço revista caso o agente da infracção vier a ser condenado em
local equiparado procede à acusação. processo crimina l por infracção da mesma nattu·eza.
4696 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. Com base em fundamentos novos não invocados no ARTIGO 224.º


processo de transgressão, ao condenado é pennitido requerer (Restituição dos documentos)

a revisão da condenação. Os documentos comprovativos do conteúdo das declara-


3. A revisão da condenação deve ser solicitada no prazo ções são restituídos aos contribuintes depois de verificada a
de dois anos, contados a pa1tir da data da tomada da decisão. sua confo1midade.
ARTIGO 218. 0 ARTIGO 225.º
(Restituição das multas indeYidamente cobradas) (Processo indMdual)

1. Nos casos em que haja cobrança indevida de multas, As Repa1tições Fiscais competentes ou seiviços locais
a sua restituição deve ser decidida pelo Chefe da Repa1tição equiparados devem organizar em relação a cada contribuinte
Fiscal competente ou seiviço local equiparado, até ao limite e por cada tributo um processo em que se incorporem as suas
de Kz: 10.000.000,00 (dez milhões de Kwanzas). declarações e outros elementos que lhes digam respeito.
2. Acima do limite estabelecido no número anterior, a ARTIGO 226.º
decisão é da competência do órgão de escalão superior da (Actualizações)
Administração Tributária. É da competência do Depa1tamento ministei·ial de que
depende a Administração Tributária, alterar, por delegação
TÍTULO V de poderes cio Titular cio Poder Executivo, altei·ar os valores
Disposições Finais expressos em unidades de co1ncção fiscal constantes da
ARTIGO 219.º
Legislação Tributária.
(A.no de cobrança de tributos) ARTIGO 227.º
Para todos os efeitos legais, o período de cobrança de (Declarações e formulários)
tributos coincide com o ano civil. É da competência do Depa1tamento Ministerial de que
0 depende a Administração Tributátia, por delegação ele poderes
ARTIGO 220.
(Declarações) do Titular do Poder Executivo, aprovar, alterar ou eliminar
declarações e formulários necessários à gestão ele cada tributo.
1. As declarações a serem apresentadas pelos contribuintes,
ARTIGO 228.º
bem como os documentos que as acompanham, devem ser
(Protocolos)
esc1itos na língua oficial da República de Angola, e expressos
Para execução das disposições cio presente Código os
em moeda nacional os valores que constem elas mesmas .
órgãos da Administração Tributária têm a faculdade de celebrar
2. Quando o original do documento for expresso em outra protocolos com outras entidades públicas e privadas, a publicar
língua, é obrigatória a sua apresentação em língua oficial da obrigatoriamente no Diário da República
República de Angola.
ARTIGO 229.º
ARTIGO 221.º (Relações entn o Código Geral Tributário e a Legislação Tributária)
(Assinatura das declarações)
1. A Leg islação Ttibutária obedece aos princípios e nonnas
1. As declarações a que se refet·e o aitigo anterior devem do presente Código.
ser sempre assinadas pelo contribuinte ou pelos seus repre- 2. O presente Código é aplicável às relações tributárias
sentantes legais ou mandatários. aduaneiras em caso de expressa previsão do Código Aduaneiro,
2. São recusadas as declarações que não estiverem devi- de existência de lacuna ou a título subsidiário.
damente assinadas, sem prejuízo das sanções estabelecidas 3. Em caso de dúvida, as disposições relativas a relações
por Lei para a sua falta . tributárias elevem, independentemente da sua natureza, ser
ARTIGO 222.º
interpretadas de acordo com o disposto no presente Código.
(Recibos das declarações) 4. Em caso de lacuna, aplicam-se subsidiariamente, às rela-
As Repaitições Fiscais ou se1viços locais equiparados ções tributá1ias, e de modo sucessivo, as no1mas dos Códigos
elevem devolver sempre, com recibo, um dos exemplares das e demais legislação afim, em vigor na República de Angola.
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da
declarações, notas ou relações que lhes forem apresentadas
Piedade Dias dos Santos.
em duplicado.
O Presidente da República, JosÉ E DUARDO Dos S ANTOS.
ARTIGO 223.º
(Emio das declarações por correio)
1. As declarações, notas, relações ou outros documentos MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
a apresentar nas Repa1tições Fiscais competentes ou se1viços
locais equiparados, pelos contribuintes, serviços públicos
Decreto Executivo n.º 316/14
e quaisquer entidades, podem ser remetidas por correio, de 22 de Outubro
acompanhadas de aviso de recepção.
Havendo necessidade de assegurar a elaboração da Conta
2. Os documentos referidos no número anterior só são Geral cio Estado de 2014, em ha1monia com o preceituado no
aceites quando derem entrada na Repa1tição Fiscal competente a1tigo 58.º da Lei n.º 15/10, de 14 de Julho Lei do Quach'o do
ou se1viço local equiparado dentro dos prazos estabelecidos Orçamento Geral do Estado, conjugado com os a1tigos 2.º e 5.º
no presente Código e na Lei. do Decreto Executivo n.º 28/11 , de 24 de Fevereiro;
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4697

Em conformidade com os poderes delegados pelo Adicionais às Unidades Orçamentais e Órgãos Dependentes,
Presidente da República, nos tennos do artigo 137.º da até ao dia 5 ele Dezembro de 2014.
Constituição da República de Angola, e de acordo com as ARTIGO 3. 0
disposições combinadas dos n."' 1e4 do artigo 2.0 do Decreto (Prazo Limite para a Cabimentação da Despesa)
Presidencial n.º 6/10, de 24 de Fevereiro, e da alínea d) do
As Unidades Orçamentais (UO) e os seus Órgãos Dependentes
n.º 1 do artigo 3.º do Estatuto Orgânico cio Ministério das
(OD) só podem emitir Notas de Cabimentação (NCB) até ao
Finanças, aprovado pelo Decreto Presidencial n.º 23 5/12,
de 4 de Dezembro, detetmino: dia 12 ele Dezembro de 2014.
ARTIGO 4.0
ARTIGO 1.0
(Aprovação) (Prazo Limite para a Liquidação da Despesa)

São aprovadas as Instmções para o Encetnmento do As UO e os OD só podem emitir Notas ele Liquidação da
Exercício Financeiro de 2014, anexo ao presente Decreto despesa (NLQ) até ao dia 16 ele Dezembro 2014.
Executivo e que dele é patte integrante. ARTIGO 5.0
0 (Prazo Limite para Atribuição de Quota Financeira)
ARTIGO 2.
(Anexos) A Direcção Nacional do Tesouro (DNT) eleve atribuir
São igualmente parte integrante do presente Decreto Quota Financeira para as Unidades Orçamentais e Órgãos
Executivo os anexos constituídos pelos fotmulários sobre Dependentes até ao dia 10 de Dezembro de 2014.
a Relação de Despesa a serem inscritas em Restos a Pagar
ARTIGO 6.0
(RRP) - Anexo I , Boletim Mensal de Arrecadação (Praz~Llmite para o Pagamento da Despesa)
(BMA) -Anexo II e Quadro Sintese dos Procedimentos de
1. As UO e os OD sob a sua tutela só podem emitir Ordens de
Enceramento cio Exercício (QPEE) -Anexo III.
Saque (OS) para pagamento de despesas relativas ao Exercício
ARTIGO 3.0 Financeiro de 2014, até ao dia 19 ele Dezembro de 2014.
(Fiscalização)
2. As OS emitidas até a data indicada no número anterior
A Inspecção Geral de Finanças, clirectamente e através devem ser entregues, recebidas e aceites pelo Banco Operador
dos Gabinetes Provinciais de Inspecção, deve fiscalizar coirespondente, até ao dia 23 de Dezembro de 2014.
o cumprimento cios dispositivos destas normas e detectar
ARTIGO 7. 0
eventuais iffegulariclacles. (Saldos da Programação e da Execução Fúrnnceira)
ARTIG04. 0
1. Após o processamento das OS emitidas até a data fixada
(Dúvidas e omissões)
no n.º l do a1tigo 6.º, destas instmções, tomam-se nulos os
As dúvidas e omissões resultantes da aplicação e inter- saldos remanescentes dos Limites Financeiros, das Quotas
pretação do presente Decreto Fxecutivo são resolvidas pelo Financeiras e da Programação Financeira Trimestral, não
Ministro das Finanças. sendo tais saldos transferidos para o ano de 2015.
ARTIGO 5.0 2. Os saldos financeiros apw·aclos a 31 ele Dezembro 2014
(Revogação) nas contas elas UO inseridas no Sistema Integrado de Gestão
É revogado o Decreto Executivo n.º 341/13, de 14 de Financeira do Estado - SIGFE devem ser transferidos nessa
Outubro cio Ministro das Finanças. data para a conta cio Tesotu-o Nacional domiciliada no Banco
ARTIGO 6. 0
de Poupança e Crédito - BPC, ao escmtínio da DNT.
(Entrada em \igor) 3. Excluem-se dos saldos referidos no número anterior,
O presente Decreto Fxecutivo entra em vigor na data da os valores coffespondentes às OS homologadas pela DNT e
sua publicação. às debitadas pelo BPC que, eventualmente não tenham sido
transferidos para as contas dos beneficiários.
Publique-se.
ARTIGO 8. 0
Luanda, aos 22 ele Outubro de 2014. (Inscrição em Restos a Pagar)
O Ministro, Armando .Manuel.
1. São passíveis de inscrição em Restos a Pagar as des-
pesas que tiveram sido liquidadas mas não pagas até 31 de
INSTRUÇÕES PARA O ENCERRAMENTO Dezembro ele 2014.
DO EXERCÍCIO F1NANCEIRO DE 2014 2. É vedada a inscrição de Restos a Pagar do saldo ele
cabimentação com vencimentos, diárias e ajudas de custo
ARTIGO 1.0
(Encerramento do Exercício)
respeitantes ao exercício em questão.
3. Será admitida, com carácter excepcional, a inscrição em
O Fxercício Financeiro ele 2014 enceffa a 31 ele Dezembro Restos a Pagar de cabimentações do Programa de Investimentos
ele 2014. Públicos (PIP) cuja execução física tenha sido iniciada no
ARTIGO 2. 0 exercício ence1rndo, com existência de contrato aprovado e
(Prazo Llnúte para a Concessão de Créditos Adicionais) assinado pelo órgão e autoridade competente e com o visto
A Direcção Nacional do Orçamento cio Estado (DNOE), do Tribunal de Contas, confo1me o estabelecido nas alíneas
a Direcção Nacional cios Orçamentos Locais (DNOL) e as a) b) c) e d) do aitigo 19.º do Decreto Presidencial n.º 232/13,
Delegações Provinciais de Finanças elevem atribuir Créditos de 31 de Dezembro.
4698 DIÁRIO DA REPÚBLICA

4. As UO e os OD sob a sua tutela devem anular todos 3. A Direcção Nacional de Impostos deve encaminhar
os saldos das cabimentações não liquidadas até ao dia 29 de à DNCP, até ao dia 13 de Janeiro de 2015, a infor-
Dezembro de 2014. mação relativa à receita consolidada, do País,
5. As UO integradas devem, até ao dia 30 de Janeiro de affecadada em Dezembro de 2014, bem como a
2015, utilizando a funcionalidade do SIGFE «Recolha de receita ttibutária em cobrança, correspondente ao
Doctunento para Inscrição ele Restos a Pagar», seleccionar e
stock da dívida activa.
validar as Liquidações não pagas que nos te1mos da lei devem
4. A DNT deve encaminhar à DNCP até ao dia 20 de
ser inscritas como Restos a Pagar, estando entretanto, estas
Janeiro de 2015, os extractos bancários das contas
sttjeitas à ce1tifícação e homologação do Ministro das Finanças.
6. Após a aprovação dos Restos a Pagar referenciados no do Tesouro Nacional, devidamente conciliados.
ponto anterior, a Direcção Nacional de Contabilidade Pública 5. O Gabinete de Estudos e Relações Internacionais
efectivará a sua inscrição até o dia 1Ode Fevereiro 2015, com (GERI) deve encaminhar à DNCP até ao dia 20
data de 31 de Dezembro de 2014. de Janeiro de 2015, o demonstt·ativo das doações
7. Relativamente ao tratamento da despesa pública con- recebidas pelos Órgãos do Estado.
tratada no exercício em referência e não paga, será aplicada 6. A Unidade de Gestão da Dívida Pública (UGD) deve
com o máximo rigor a legislação e procedimentos em vigor, encaminhar à DNCP, até ao dia 20 de Janeiro de
nomeadamente a exigência da Nota de Cabimentação e Nota 2015 o seguinte:
de Liquidação, o ctunprimento das regras de execução orça- 1) O Demonstt·ativo da dívida intema e extema;
mental e da programação fmanceira para o respectivo período. ii) Restuno dos Contt<1tos de Financiamento.
8. Nos te1mos ela legislação em vigor, nomeadamente da
7. O Se1viço de Tecnologias de Info1mação e Comu-
Lei n.º 15/10,de 14deJulho-Lei-quadro do O.G.E,não será
nicação das Finanças Públicas (SETIC-FP) deve,
reconhecida a dívida que não seja supottada pela respectiva
de fotma automática, executar, no âmbito do
NCB e devidamente liquidada, estando os responsáveis por
enceffamento do exercício, as seguintes tarefas:
tais dívidas sujeitos às sanções previstas na lei.
i) Disponibilização, até ao dia 30 de Setembro
ARTIGO 9. 0
ele 2014, da funcionalidade no SIGFE das
(Programação e Execução Financeira de Restos a Pagar)
Pré - Tabelas de Contas e Eventos para 2015;
1. As despesas inscritas, em Restos a Pagar, respeitantes a ii) Bloqueio das rotinas de emissão das NCB a
2014, apmadas com base nos dispostos no attigo 8.0 , devem paitir elas 00:00 horas do dia 12 ele Dezembro
ser objecto de inclusão nas Programações Financeiras, bem de 2014;
como nos respectivos Planos de Caixa. iii) Bloqueio das rotinas de emissão das NLQ a
2. O pagamento das despesas inscritas em Restos a Pagar, paitir das 00:00 horas do dia 16 de Dezembro
será efectuado pelos respectivos OD, obse1vando escmpulo- de 2014;
samente a ordem cronológica de vencimento elas respectivas iv) Bloqueio das rotinas de emissão das OS a partir
facturas, a medida que a DNT disponibilize as coffespondentes das 00:00 horas do dia 19 de Dezembro de 2014;
v) Inscrição automática dos Restos a Pagar (dos
Quotas Financeiras e as UO façam a distribuição dos Limites
Órgãos interligados directamente no SIGFE),
Financeiros para o efeito.
por instmção ela DNCP, após certificação e
AKITGO 10.º
(Prestação de contas)
validação pelo Ministro das Finanças, até ao
dia 1 de Fevereiro de 2015.
O envio dos documentos das prestações de contas aos
8. A SONANGOL deve remeter ao MINFIN, até ao
Órgãos Centrais deve obse1var o seguinte:
dia 21 de Janeiro de 2015, o seguinte:
1. As Delegações Provinciais de Finanças devem remeter
i) O Demonstrativo das receitas do Estado não
os doctunentos a seguir indicados, com os dados
lransferidas para cur (Conta Única do Tesouro);
referentes a 31 de Dezembro de 2014:
ii) Os documentos bancários dos pagamentos feitos
1.1. Para a Direcção Nacional de Impostos (DNI),
para as contas ele garantia dos bancos deposi-
até ao dia 6 ele Janeiro de 2015, o fo1mulário
tários, para a liquidação do seiviço da Dívida.
BMA (Boletim Mensal deAtTecadação).
ARTIGO 11.º
1.2. Para a DNCP, até ao dia 20 de Janeiro de 2015, (Sintese dos Procedimentos de Encenamento do Exercício)
o relatório RRP (Relação de Despesas serem
Inscritas em Restos a Pagar) e a Relação das A execução dos procedimentos de gestão estabelecidos
cabimentações anuladas. nestas Instt11ções deve ter, no que couber, o supotte infor-
2. As Missões Diplomáticas e Consulares e as Repre- mático, confonne sintetizado no fo1mulário QPEE (Quacko
sentações Comerciais no exterior devem efectuar o Síntese dos Procedimentos de Enceiramento do Exercício),
registonoSIGFE, até ao dia 9deJaneiro de 2015, da aonde estão identificados os órgãos responsáveis pelas acções
prestação de contas referente a Dezembro de 2014. e estabelecidos os prazos limite para o seu cumprimento.
I SÉRIE- N.º 192 - DE 22 DE OUTUBRO DE 2014 4699

f
• REPÚBLICA DE ANGOLA RELAÇÃO DE DESPESAS A SEREM .ÁGfNAITOTAi
1
!~Clll_
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
DCREC('ÃO NACIONAL DA CONTABILIDADE.PL'UUCA INSCRTTASEM=TOSAPAGAR- 1 i 2014

UNIDADE 0RÇAME:NTAL
CÓDIOO 1DESIGHÁÇÃO

ORGÃO DEPENDENTE
Cól>IGO DESIGNÃÇÃO
-
N• oANCB DESIGNAÇÃO DO 8ENEFICIÂRIO
- NATURCZ/t DESPfiA
DATA DC Pl>l;AMENTO
f( f) VALOR

1 1

------- - ~

------ -
---
-~
t

- -

- - - -- -

--

--

TOTAIS/A TRANSPORTAR
}!ECU.RAÇÃ_<?

DECLARO QUE AS DESPESAS ACIMA RELACIONADAS CONSTITUEM AS ÚNICAS ASSUMIDAS POR E5TA UNIDADE E RECONHECIDAS POR MIM,
RESPONSÁVEL MÁXIMO DO ÓRGÃO, SOB PENA DE RESPONSABILJZAÇÃO FINANCEJRA NA FORMA DA LEI VIGENTE E DAS DEMAIS SANÇÔES
PREVISTAS.

flADORADO PoR ASSINATURA 1 DATA

1
0 RflPONSÁVEl ASSINATURA 1 DATA
--

11•1 Observar a ordem cronológica de vencimento das respectivas facturas.


4700 DIÁRIO DA REPÚBLICA

QUADRO SINTESE DOS PROCEDIMENTOS DE ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO - QPEE DE 2014

DISPOSITIVOS DAS
ÓRGÃO
A - PROCEDIMENTOS DA GESTÃO RESPONSÁVEl. ÓRGÃO DESTINATÁRIO PRAZOS INSTRUÇÕES PARA O
ENCERRAMENTO

1 - Cabimentação de OeS1Jesas (emissão da NCB) UOeOD Até 12/1 212014 Art.3. 0


2- Lkluidacão de Desoesas (emissão da NLQ) UO e OD Até 16/1212014 Art.4. 0
3 - Pa11amento de DeS1Jesaueml&São de OS) UOeOD Até 19/1212014 Art.6.0 ,nº 1
4 - Entrega das os ao Banco Ooerador UOeOD Boo. Ooerador Até 2311212014 Art.6.0 nº 2
5 - Transferência dos saldos flnanoelros das oontas das uo
!aditadas ao SIGFE para a oonta do Tesouro Nacional uo DNT Até 3111212.0 14 Art. 7. 0 n• 2
6 - Anulacão dos saldos de Cablmentacâo não Liauidada UOeOD - Em 29/1212014 Art.8. 0 , n• 4
7 - Entrega da Relação de Restos a Pagar para aprovação
Pelo Sr. Ministro das Finanças DNCP MINFIN Até 30/0112015 Art.8.", nº 5
8 - lnscricão dos Restos a Paaar DNCP - Até 1O/0212015 Art. 8° nº 6

B- PRESTAÇÃO DE CONTAS

1- Remessa do fonnulário BMA DPF DNI Até 06/01/2015 Art. 100 nº 1.1.a)
2- O relatório do fonnulário RRP DPF DNCP Até 20/01/2015 Art. 100, nº 12.a)
3- Relacão das NCB anuladas DPF ONCP Até.2010112015 Art. 100, nº 1.2,b)
4- Prestacões de Contas referente a Dezembro de 2014 MDC'S DNCP lAté 0910112015 Art. 100, nº 2
5- Reoelta consolidada do País até Dezembro de 2014 DNI DNCP lAté 13/01/2015 Art.100 n°3

6- Recerta tributária em cobrança DNI DNCP Até 20101 /2015 Art. 10°, nº 4
7· Extractos bancários da CUT ·conciliados ONT DNCP Até 20101/2015 Art. 10°, nº 4.a l
8- Demonslratívo das doacões recebidas pelo Estado GERI DNCP Até 20/01l2015 Art. 100, nº 5
9- Demonstrativo dos fluxos de financiamento e gestão da Divida
Interna e Externa UGO DNCP Até 20I01l2015 ~rt 1O", n• 6 a) bl

C - PROCEDIMENTOS DA INFORMATICA
1- Dlsponibnlzação da funcionalidade no SIGFE das Pré-Tabe las
de Contas e Eventos para 2014 DOTI ONCP Até 30/09/2015 ~rt. 100, n°7.al
2- Btoaueio no SIGFE da rotina de emissão da NCB OOTI - Até 121121201 4 Art. 10°, n°7.bl
3. Bloaueio no SIGFE da rotina de emi.ssão da NLQ OOTI . Até 1611212014 ~rt . 100, n°7.c)
4- Bloaueio no SIGFE da rotina de emissão das OS DOTI . Em 1911212014 M. 100, n°7.dl
5. Inscrição automática no SIGFE dos Reslos a Pagar (dos
Óraãos interliaados directamente no SIGFEl DOTI - Até 11/02/2015 ~rt. 100, n°7.e)

D -SONANGOL
1- Entrega do Desembolso das Receitas do Estado, nàc
transferidas para a CUT Sonanool DNCP Até 21 /01/2015 li\rt.100 n°8° a)
2- Entrega dos documentos bancários dos pagamentos feitos
para as contas de garantia dos bancos depositários, para a
liauidacão do servioo da Dfvfda Sonanool DNCP Até 2110112015 Art.1 o•, n• e•, bl
8 IREPÚBLLCA
MINISTJl:KIO DAS E'J.NANÇAS
DJ!: ANG OLA
BOLETN MENSAL DE ARRECADAÇÃO - BMA
I PAGllWTOTAL 1 llb! AJIO_

12014
OlRECÇÃO NAC IONAL O K l M P OSTOS 1
DESl<;NAJ;ÀO DA DEUGAÇlO PROVINCIAL CÓDIGO D.4 P;r.JVWCIA

~Cóo1c;o DA REcEsrA DrnGNAÇÃO DA Rtcr1r;, RtCCITAS C06~f?AS


·- _CóOIGO DA RzCEITA OESIGNAçi.O DA RcctlT,A Rccc1rA~ CC8RAO,;$

A11 /MP. RENO. TRABALHO - CONTA PRÓPRIA 1 1 1 1 T RANSPORTE


-
A12 /MP. RENO. TRABALHO - CONTA OUTREM 1 1
j _J F74 j OUTRAS RECEITAS TRJBUT.ÁRIAS
1
A14 /MP. SI APLICAÇÃO DE CAPITAIS - SECÇÃO A G81 TAX45 DOS SERVIÇOS ADUANEIROS ,_
- 1 1 1
·--
A21 /MP. SI RENO. INDÚITRIAS PETROl.ÍFERAS 1 1 l G82 TAX4 CIRCULAÇÃO Dê VEfCULOS AUTOMÓVEIS 1

A23 IMPOSTO INDUSTRIAL - GRUPO A 1 1 1 G83 CUSTAS FISCAIS 1 1


A24 /MP. SIAPLJCAÇÃO DE CAPtT/>JS - SECÇÃO 8 1 1 1 1 G89 EMOLUMENTOS E TAXAS Dl\IERSA5 1
A26 IMPOSTO INDUSTRIAL - GRUPO B 1 1 1 1 101 RENDAS DE CASA
'
A27 IMPOSTO INDUSTRIAL - GRUPO
1
C 1 1 l 1 1- J24 RECEITASSERV. CONSERV. REG . E NOT.ÁRIO
-
831 IMPOSTO PREDIAL URBANO J25 ~CEITAS DE SERVIÇOS COMUNITÃRIOS
1 1 1 1 1
-
832 IMPOSTO SOBRE SUCESSÕES E 00AÇÕES 1 1 1 1 J26 RECEITAS DE SERVIÇOS DIVERSOS

833 /MP. TRANSM. /MOB. TfTULO ONEROSO • SISA 1 1 1 1 L37 JUROS DE MORA 1 1

D52 /MP. DE CONS. PROD. DERIVADOS DO PETRÓLEO 1 1


- 1 1 L38 M ULTAS FISCAIS

- D54 /MP. CONSUMO CERVEJA NAOONAL


- J 1 1 1 L39 MULTAS SOBRE DfVIDAS

--D55 /MP. CONSUMO CERVEJA IMPORTADA 1 1 1 1 1 L40 MULTAS DE TRÂNSITO


D56 IMP. CONSUMO BEBIDAS ALCOÓLICAS
l 1 1 L42 MULTAS DE AC11VIDADES PESQUEIRAS
059 IMP. CONSUMO DE PRODUTOS DIVERSOS 1 1 1 L43 OUTRAS M ULTAS E PENALIDADES

061
062
/MP. CONSUMO SI RENO. DE TELECOMUNICAÇÕES

(MP. CONS. SI SERVIÇOS DE Hom. E S/MILARE'S


'
1 1

1 1 1
L44
L45
INDEMNIZAÇÔES E REffiTUIÇÔES
1VENDAS DIVERSAS OU EVENTUAIS
1

- 1

D63 (MP. CONS. SI SERV. DE ÁGUAS ELECTRIC/DADE L50 DIVERSAS RECEITAS CORRENTCS
1 1 1 1
-
E61 IMPOSTO SOBRE A EXPORTAÇÃO l 1 1 1 L51 ADICIONAL DE 10% SOBRE M ULTAS

E62 IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO 1 1 1 1 L52 MULTAS E OUTRAS PENALIDADES ADUANEIRAS

F71 IMPOSTO 00 Sa o 1 1 l_J M02 IAUENAÇÃO DE HABITAÇÕES 1

F72
f -
IMPOSTO DE F AROLAGEM 1 L 1 1 M04 ALIENAÇÃO DE 8E_!:!S DIVERSOS
1
f73 IMPOSTO DE TONB..AGEM
- 1 1 1 1 M11 ALIENAÇÃO DE CMRPESAS 1
T OTA I S/A TRANSPORTA R 1 1 1 1 T OTA I S / A TRANSPORTAR 1
DECl.ARAÇ.io
~DATA 1 ENCARREGAÕÓ · ASSINATURA 10 CHCFY DO DEPARTAMENTO DE IMPOSTOS: AS51NATURA _ _ 1 ODa.EGADO PRovrNO.AJ.. • Aii1N.ATURA

1 1

O Ministro, Armando Manuel.


4702 DIÁRIO DA REPÚBLICA

Despacho n.º 1547/14 e) A Chefe cio Departamento ele Prevenção e Fiscaliza-


de 22 de Outubro
ção Tributária da Direcção Nacional ele Impostos;
Havendo necessidade de se criar a Comissão para a
Condução do Procedimento de Contratação e para Avaliação d) A Chefe da Secção de Prevenção e Fiscalização cio
das Propostas cio Concurso Limitado por Prévia Qualificação Depa1tamento de Regimes Especiais de Ttibutação
para a Prestação de Se1viços ele Consultoria e Auditoria às
ela Direcção Nacional de Impostos;
Declarações Fiscais e às Contas elas Companhias Petrolíferas,
nos tetmos do attigo 137.º ela Constituição ela República de e) O Chefe da Secção ele Assuntos Jmidicos do Depar-
Angola, e de acordo com o n.º 1 do attigo 41.º da L ei ela tamento de Regimes Especiais de Tributação da
Contratação Pública, aprovada pela Lei n.º 20/10, de 7 de
Direcção Nacional de Impostos.
Setembro, dete1mino:
l.º -É cri.ada a Comissão cleAvaliaçãopara a Condução 3.º - A Comissão inicia as suas funções na data de
do Procedimento de Contratação e para Avaliação das Propostas publicação do presente Despacho.
inerentes ao Concurso Limitado por Prévia Qua lificação para
4 .º - A Comissão ora ctiada cessa as suas funções na data
a Realização de Consultoria e Auditoria às Declarações Fiscais
e às Contas das Companhias Petrolíferas por referência aos em que submeter a sua proposta de decisão de contratação ao
exercícios de 2012 e 2013. Ministro das Finanças.
2.º - A Comissão ele Ava liação cio Concurso referida
5.0 - Este Despacho entra imediatamente em vigor.
no número anterior é constituída pelos seguintes membros:
cV A Directora Nacional ele Impostos - Presidente Publique-se.
ela Comissão;
Luanda, aos 14 de Outubro de 2014.
b) O Chefe do Depa1tamento de Regimes Especiais ele
Tributação ela Direcção Nacional ele Impostos; O Ministro, Armando Manuel.

O. E. 931 - 10/192 - 650 ex. - I.N.-E. P. - 2014

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