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APOSTILA DE METODOLOGIA CIENTÍFICA

1º Semestre

Prof.ª Ms. Elisabeth Penzlien Tafner


Prof.ª Ms. Renata Silva

Metodologia da Pesquisa Científica


Administração, Ciências Contábeis, Design de Moda, Publicidade e Propaganda, e Sistemas de
Informação.
Associação Educacional do Vale do Itajaí-Mirim ASSEVIM
05/02/2007

1 INTRODUÇÃO

A aprendizagem e o desenvolvimento do trabalho intelectual exigem conhecimentos de


ordem conceitual, técnica e lógica. Estas três dimensões estão interligadas, pois um pensamento ou
argumento apresentado pelo aluno ou pesquisador sem apoio em processos lógicos pode não passar
de uma idéia superficial. No entanto, o domínio de conceitos reelaborados, sob critérios lógicos e
com o auxílio da técnica, é fator determinante para o alcance dos objetivos da formação
universitária: aprender a pensar e a produzir conhecimentos. O domínio do saber, dos métodos e das
técnicas é uma exigência do ensino superior para vencer o superficialismo e a falta de rigor
científico na produção e socialização do conhecimento.

Este documento de diretrizes metodológicas, em formato paper, é apresentado aos


professores e estudantes dos cursos de graduação da Associação Educacional do Vale do Itajaí-
Mirim ASSEVIM em Brusque para o desenvolvimento de trabalhos técnico-científicos. A apostila
pretende contribuir para o aprendizado acadêmico durante toda a trajetória do aluno, como também,
na busca do conhecimento, a partir dos trabalhos técnico-científicos permitindo o exercício de
práticas essenciais à atividade científica: a busca, o registro e o uso do saber já acumulado e
disponível para propósitos próprios de construção do conhecimento.

O objetivo desta apostila é favorecer e estimular a produção escrita de alunos e professores,


sendo que esta é uma condição indispensável ao desenvolvimento da vida intelectual disciplinada e
produtiva, norteada por posturas e práticas de pesquisa, característica da formação superior.

Assim, a apostila de metodologia científica apresenta conceitos e teorias que envolvem a


temática da disciplina como: tipos de conhecimento, ciência, métodos e tipos de pesquisa. O
documento aborda também sobre apresentação oral e as características do texto técnico-científico.

Todas as orientações para a formatação e uniformização dos trabalhos acadêmicos estão


apresentadas e seguem os critérios da ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas, através
das Normas Brasileiras Regulamentadoras - NBR s 6.023 (Referências) e 10.520 (Citações), como
aqueles definidos pela faculdade ASSEVIM.

2 CONHECIMENTO

Desde os primórdios da humanidade, a preocupação em conhecer e explicar a natureza é


uma constante. Ao analisar a palavra francesa para conhecer , tem-se connaissance, que significa
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nascer (naissance) com (con), logo se concluí que o conhecimento é passado de geração a geração,
tornando-se parte da cultura e da história de uma sociedade.

Para conhecer, os homens interpretam a realidade e colocam um pouco de si nesta


interpretação, assim, o processo de conhecimento prova que ele está sempre em construção, visto
que para cada novo fato tem-se uma análise nova, impregnada das experiências anteriores.

Dessa forma, a busca pelo entendimento de si e do mundo ao seu redor, levou o homem a
trilhar caminhos variados, que ao longo dos anos constituíram um vasto leque de informações que
acabaram por constituir as diretrizes de várias sociedades.

Algumas dessas informações eram obtidas através de experiências do cotidiano que levavam
o homem a desenvolver habilidades para lidar com as situações do dia a dia. Outras vezes, por não
dominar determinados fenômenos, o homem atribuía-lhes causas sobrenaturais ou divinas,
desenvolvendo um conhecimento abstrato a respeito daquilo que não podia ser explicado
materialmente.

Assim, o conhecimento foi se dividindo da seguinte forma: empírico, teológico, filosófico e


científico.

2.1 Conhecimento empírico

O conhecimento empírico é também chamado de conhecimento popular ou comum. É


aquele obtido no dia a dia, independentemente de estudos ou critérios de análise. Foi o primeiro
nível de contato do homem com o mundo, acontecendo através de experiências casuais e de erros e
acertos.

É um conhecimento superficial, onde o indivíduo, por exemplo, sabe que nuvens escuras é
sinal de mau tempo, contudo não tem idéia da dinâmica das massas de ar, da umidade atmosférica
ou de qualquer outro princípio da climatologia. Enfim, ele não tem a intenção de ser profundo, mas
sim, básico.

2.2 Conhecimento teológico

É o conhecimento relacionado ao misticismo, à fé, ao divino, ou seja, à existência de um


Deus, seja ele o Sol, a Lua, Jesus, Maomé, Buda, ou qualquer outro que represente uma autoridade
suprema.

O Conhecimento teológico, de forma geral, encontra seu ápice respondendo aquilo que a
ciência não consegue responder, visto que ele é incontestável, já que se baseia na certeza da
existência de um ser supremo (Fé).

Os Conhecimentos ou verdades teológicas estão registrados em livros sagrados, que não


seguem critérios científicos de verificação e são revelados por seres iluminados como profetas ou
santos, que estão acima de qualquer contestação por receberem tais ensinamentos diretamente de
um Deus.
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2.3 Conhecimento filosófico

A palavra Filosofia surgiu com Pitágoras através da união dos vocábulos PHILOS (amigo) +
SOPHIA (sabedoria) (RUIZ, 1996, p.111). Os primeiros relatos do pensamento filosófico datam do
século VI a.C., na Ásia e no Sul da Itália (Grécia Antiga).

A filosofia não é uma ciência propriamente dita, mas um tipo de saber que procura
desenvolver no indivíduo a capacidade de raciocínio lógico e de reflexão crítica, sem delimitar com
exatidão o objeto de estudo. Dessa forma, o conhecimento filosófico não pode ser verificável, o que
o torna sob certo ponto de vista, infalível e exato.

Apesar da filosofia não ter aplicação direta à realidade, existe uma profunda
interdependência entre ela e os demais níveis de conhecimento. Essa relação deriva do fato que o
conhecimento filosófico conduz à elaboração de princípios universais, que fundamentam os demais,
enquanto se vale das informações empíricas, teológicas ou científicas para prosseguir na sua
evolução.

2.4 Conhecimento científico

A ciência é uma necessidade do ser humano que se manifesta desde a infância. É através
dela que o homem busca o constante aperfeiçoamento e a compreensão do mundo que o rodeia por
meio de ações sistemáticas, analíticas e críticas.

Ao contrário do empirismo, que fornece um entendimento superficial, o conhecimento


científico busca a explicação profunda do fenômeno e suas inter-relações com o meio.

Diferentemente do filosófico, o conhecimento científico procura delimitar o objeto alvo,


buscando o rigor da exatidão, que pode ser temporária, porém comprovada. Deve ser provado com
clareza e precisão, levando à elaboração de leis universalmente válidas para todos os fenômenos da
mesma natureza. Ainda assim, ele está sempre sob júdice, podendo ser revisado ou reformulado a
qualquer tempo, desde que se possa provar sua ineficácia.

3 CIÊNCIA

Pode-se afirmar que ciência é um conjunto de informações sistematicamente organizadas e


comprovadamente verdadeiras a respeito de um determinado tema. Contudo existem muitas
maneiras de pensar, de organizar e de comprovar os estudos, dependendo do caminho que se segue
(método).

Os objetivos da ciência podem ser apresentados como a melhoria da qualidade de vida


intelectual e vida material. Para o alcance dos objetivos, são necessárias novas descobertas e novos
produtos.

Os princípios da ciência podem ser classificados como: nunca absoluto ou final, pode ser
sempre modificado ou substituído; a exatidão nunca é obtida integralmente, mas sim, através de
modelos sucessivamente mais próximos; é um conhecimento válido até que novas observações e
experimentações o substituam.
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4 MÉTODO CIENTÍFICO

O conhecimento científico passou por várias etapas sempre questionando a maneira de


obtenção do saber, ou seja, o Método. De origem grega, a palavra método, segundo Ruiz (1996),
significa o conjunto de etapas e processos a serem vencidos ordenadamente na investigação dos
fatos ou na procura da verdade.

O método não é único e nem uma receita infalível para o cientista obter a verdade dos fatos.
Ele apenas tem a intenção de facilitar o planejamento, investigação, experimentação e conclusão de
um determinado trabalho científico.

Devido a seu caráter individual, cada método se presta com maior ou menor eficiência a um
tipo de pesquisa ou ciência.

Então, método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que se deve


empregar na investigação. É a linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa. Os principais
métodos de abordagem que fornecem as bases lógicas à investigação são: dedutivo, indutivo,
hipotético-dedutivo e dialético (GIL, 1999).

4.1 Método dedutivo

Este método foi proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz, pressupõe que só
a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro.

O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas que, quando
verdadeiras, levarão inevitavelmente a conclusões verdadeiras, visto que, por intermédio de uma
cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise do geral para o particular, chega-se a uma
conclusão. Ou seja, a resposta já estava dentro da pergunta.

Essa forma de raciocínio é chamada silogismo, construção lógica que a partir de duas
premissas, retira uma terceira logicamente decorrente das duas primeiras, denominada de conclusão
(GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993). Veja um clássico exemplo de raciocínio dedutivo:

Todo homem é mortal (premissa maior)


Pedro é homem (premissa menor)
Logo, Pedro é mortal. (conclusão)

Pode-se definir duas características básicas do método dedutivo, segundo Salmon (1978):

Se todas as premissas são verdadeiras, Toda a informação ou conteúdo da conclusão


a conclusão é verdadeira. já estava implicitamente nas premissas.

4.2 Método indutivo

A indução já existia desde Sócrates, entretanto seus expoentes modernos são os empiristas
Bacon, Hobbes, Locke e Hume. Considera que o conhecimento é fundamentado na experiência, não
se levando em conta princípios preestabelecidos.
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Assim como no método dedutivo, na indução o raciocínio é fundamentado em premissas,


contudo, diferentemente do anterior, premissas verdadeiras levam a conclusões provavelmente
verdadeiras.

No raciocínio indutivo, a generalização deriva de observações de casos da realidade


concreta.

Pode-se, segundo Lakatos e Marconi (2000), determinar três etapas fundamentais para toda a
indução:

a) Observação dos fenômenos;


b) Descoberta da relação entre eles e;
c) Generalização da relação.

Veja um clássico exemplo de raciocínio indutivo:

a) Antônio é mortal.
a) João é mortal.
a) Paulo é mortal.
...
a) Carlos é mortal.
b) Ora, Antônio, João, Paulo... e Carlos são homens.
c) Logo, (todos) os homens são mortais.

Define-se assim, duas características básicas do método indutivo segundo Salmon (1978):

Se todas as premissas são verdadeiras, a A conclusão encerra informações que


conclusão é provavelmente verdadeira. não estavam nas premissas

4.3 Método hipotético-dedutivo

O método Hipotético-Dedutivo confronta as duas escolas anteriores, ou seja, racionalismo


versus empirismo no que diz respeito à maneira de se obter conhecimento.

Ambos buscam o mesmo objetivo, mas enquanto os racionalistas apóiam-se na razão e


intuição concebida aos homens, os empiristas partem da experiência dos sentidos, a verdade da
natureza.

São inúmeras as críticas aos dois métodos, partindo inclusive de seus próprios defensores,
contudo, foi a partir de Sir Karl Raymund Popper que foram lançadas as bases do método
hipotético-dedutivo.

Segundo Popper (1975) o método hipotético-dedutivo é o único realmente científico, por


não se basear em especulações, mas sim na tentativa de eliminação de erros.

Luciano (2001, p. 18) afirma que:

[...] quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes


para a explicação de um fenômeno, surge o problema. Para tentar explicar as dificuldades
expressas no problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses
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formuladas, deduzem-se conseqüências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear


significa tornar falsas as conseqüências deduzidas das hipóteses.

Consiste na adoção da seguinte linha de raciocínio:

[...] em 1937, [...] sugeri que toda discussão científica partisse de um problema (P1), ao
qual se oferece uma espécie de solução provisória, uma teoria-tentativa (TT), passando-se depois a
criticar a solução, com vista à eliminação do erro (EE) [...] (POPPER, 1975, p. 140, grifo nosso).

P1 - - - - - - - - - - - - - - TT - - - - - - - - - - - - - - EE - - - - - - - - - - - - P2 ....

Lakatos e Marconi (2000, p. 74) expõem o esquema apresentado por Popper da seguinte
forma:

Conhecimento Problema Conjecturas Falseamento


Prévio

4.4 Método dialético

Desde a Grécia antiga, o conceito de Dialética sofreu muitas alterações, absorvendo as


concepções de vários pensadores daquela época.

Tem-se o conceito de eterna mudança , instituído por Heráclito (540-480 a.C.) e


paralelamente, a essência imutável do ser instituído por Parmênides que valoriza a Metafísica em
detrimento da Dialética.

Posteriormente, Aristóteles re-introduz princípios dialéticos nas explicações dominadas pela


Metafísica, porém esta permanece norteando as discussões sobre o conhecimento até o
Renascimento.

No Renascimento, o pensamento dialético entra em evidência, atingindo seu apogeu com


Hegel, que através dos progressos científicos e sociais impulsionados pela Revolução Francesa,
compreende que no universo nada está isolado, tudo é movimento e mudança e tudo depende de
tudo, retornando assim, às idéias de Heráclito.

Hegel por ser um idealista, propõe uma visão particular de movimento e mudança,
considerando que as mudanças do espírito é que provocam as da matéria. Segundo Lakatos e
Marconi (2000, p. 82) existe primeiramente o espírito que descobre o universo, pois este é a idéia
materializada .

A atual fase da dialética está apoiada nos ensinamentos de Marx e Engels, denominada
dialética materialista que, assim como na fase anterior, considera que o universo e o pensamento
estão em eterna mudança, mas é a matéria que modifica as idéias e não o contrário.

Assim se pode afirmar que a Dialética é um método de interpretação dinâmica e totalizante


da realidade da qual se pode extrair quatro regras principais:

Tudo se Tudo se Mudança Luta dos


relaciona transforma qualitativa contrários
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4.5 Métodos ou técnicas de procedimentos

Segundo Lakatos e Marconi (2000), dentro das ciências sociais pode-se acrescentar aos
métodos de abordagem descritos acima, técnicas de procedimento às vezes também tomadas por
métodos, que seriam etapas mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos
de explicação geral do fenômeno.

Essas técnicas são freqüentemente utilizadas de forma associada, podendo ser descritas
segundo Rauen (1997), como:

Histórico: investigação de acontecimentos, processos e instituições no passado para a


verificação de sua influência na atualidade;
Comparativo: estudo de semelhanças ou diferenças entre diversos grupos, sociedades ou povos;
Monográfico (ou estudo de caso): estudo de certos elementos, indivíduos, empresas, profissões,
grupos, etc., com vistas à obtenção de generalização;
Estatístico: redução de fenômenos sociais à representação quantitativa e aplicação de
instrumentos estatísticos de análise;
Tipológico: construção idealizada de um elemento tipo que consiste em modelo perfeito, contra
o qual, os dados da realidade são analisados;
Funcionalista: estudo da sociedade a partir das funções de cada elemento;
Estruturalista: preocupa-se com a sociedade como um todo para explicar o comportamento de
setores mais específicos ou de indivíduos.

5 METODOLOGIA CIENTÍFICA

Na universidade, o papel do aluno torna-se mais ativo na aprendizagem e é a metodologia


científica, a disciplina encarregada de fornecer ao aluno os elementos necessários para este auto-
aprendizado.

Segundo Demo (1996, p.5) [...] a proposta atual da metodologia científica é a de introduzir
na academia o gosto pela pesquisa .

Para tanto, faz-se necessário à determinação de algumas normas, que têm por finalidade validar um
estudo científico, ou seja, os métodos de pesquisa.

6 PESQUISA

Segundo Köche (1997, p. 121) pesquisar significa identificar uma dúvida que necessite ser
esclarecida, construir e executar o processo que apresenta a solução desta, quando não há teorias
que a expliquem ou quando as teorias que existem não estão aptas para fazê-lo.

Portanto, pesquisar é descobrir, e assim sendo, é um fato natural a todos os indivíduos.

Ruiz (1996, p. 48) considera que pesquisa científica é a realização completa de uma
investigação, desenvolvida e redigida de acordo com as normas de metodologia consagradas pela
ciência.

Para que uma pesquisa seja considerada científica, ela deve seguir uma metodologia que
compreenda uma seqüência de etapas logicamente encadeadas, de forma que possa ser repetida
obtendo-se os mesmos resultados. Dessa maneira, os dados obtidos contribuirão para a ampliação
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do conhecimento já acumulado, bem como para a sua reformulação ou criação. Sem pesquisa não
há progresso!!!

6.1 Classificações da pesquisa

Existem várias formas de classificar as pesquisas. As formas clássicas de classificação serão


apresentadas a seguir, conforme Gil (1991):

a) Do ponto de vista da sua natureza pode ser:

Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem
aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.

Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de
problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.

b) Do ponto de vista da forma de abordagem do problema pode ser:

Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em
números opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. Requer o uso de recursos e de
técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de
correlação, análise de regressão, etc...).

Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto
é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser
traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicos
no processo de pesquisa qualitativa. Não requer os uso de métodos e técnicas estatísticas. O
ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. É
descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu
significado são os focos principais de abordagem.

c) Do ponto de vista de seus objetivos pode ser:

Pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a
torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com
pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que
estimulem a compreensão. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos
de Caso.

Pesquisa Descritiva: visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou


o estabelecimento de relações entre variáveis. Requer o uso de técnicas padronizadas de coleta
de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de Levantamento.

Pesquisa Explicativa: visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a


ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o
porquê das coisas. Quando realizada nas ciências naturais requer o uso do método
experimental e nas ciências sociais, o uso do método observacional. Assume, em geral, as
formas de Pesquisa Experimental e Pesquisa Ex-post-facto.

d) Do ponto de vista dos procedimentos técnicos pode ser:


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Pesquisa Bibliográfica: utiliza material já publicado, constituído basicamente de livros, artigos


de periódicos e atualmente com informações disponibilizadas na Internet. Quase todos os
estudos fazem uso do levantamento bibliográfico e algumas pesquisas são desenvolvidas
exclusivamente por fontes bibliográficas. Sua principal vantagem é possibilitar ao investigador a
cobertura de uma gama de acontecimentos muito mais ampla do que aquela que poderia
pesquisar diretamente. (GIL, 1999). A técnica bibliográfica visa encontrar as fontes primárias e
secundárias e os materiais científicos e tecnológicos necessários para a realização do trabalho
científico ou técnico-científico. Realizada em bibliotecas públicas, faculdades, universidades e,
atualmente, nos acervos que fazem parte de catálogo coletivo e das bibliotecas virtuais.
(OLIVEIRA, 2002).

Pesquisa Documental: quando elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento
analítico, documentos de primeira mão, como documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas,
contratos, diários, filmes, fotografias, gravações etc., ou ainda documentos de segunda mão, que
de alguma forma já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas,
tabelas estatísticas, etc. (GIL, 1999); e os localizados no interior de órgãos públicos ou privados,
como: manuais, relatórios, balancetes e outros.

Levantamento: envolve a interrogação direta de pessoas cujo comportamento se deseja conhecer


acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, chegar as
conclusões correspondentes aos dados coletados. O levantamento feito com informações de
todos os integrantes do universo da pesquisa origina um censo. (GIL, 1999). O levantamento
usa técnicas estatísticas, análise quantitativa e permite a generalização das conclusões para o
total da população e assim para o universo pesquisado, permitindo o cálculo da margem de erro.
Os dados são mais descritivos que explicativos. (DENCKER, 2000).

Estudo de Caso: envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira


que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento. (GIL, 1999). O estudo de caso pode
abranger análise de exame de registros, observação de acontecimentos, entrevistas estruturadas
e não-estruturadas ou qualquer outra técnica de pesquisa. Seu objeto pode ser um indivíduo, um
grupo, uma organização, um conjunto de organizações, ou até mesmo uma situação.
(DENCKER, 2000). A maior utilidade do estudo de caso é verificada nas pesquisas
exploratórias. Por sua flexibilidade, é sugerido nas fases iniciais da pesquisa de temas
complexos, para a construção de hipóteses ou reformulação do problema. É utilizado nas mais
diversas áreas do conhecimento. A coleta de dados geralmente é feita por mais de um
procedimento, entre os mais usados estão: a observação, análise de documentos, a entrevista e a
história da vida. (GIL, 1999).

Pesquisa-Ação: concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução
de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do
problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. (GIL, 1999). Objetiva definir
o campo de investigação, as expectativas dos interessados, bem como o tipo de auxílio que estes
poderão exercer ao longo do processo de pesquisa. Implica no contato direto com o campo de
estudo envolvendo o reconhecimento visual do local, consulta a documentos diversos e,
sobretudo, a discussão com representantes das categorias sociais envolvidas na pesquisa. É
delimitado o universo da pesquisa, e recomenda-se a seleção de uma amostra. O critério de
representatividade dos grupos investigados na pesquisa-ação é mais qualitativo do que
quantitativo. É importante a elaboração de um plano de ação, envolvendo os objetivos que se
pretende atingir, a população a ser beneficiada, a definição de medidas, procedimentos e formas
de controle do processo e de avaliação de seus resultados. (GIL, 1996). Não segue um plano
rigoroso de pesquisa, pois o plano é readequado constantemente de acordo com a necessidade,
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dos resultados e do andamento das pesquisas. O investigador se envolve no processo e sua


intenção é agir sobre a realidade pesquisada. (DENCKER, 2000).

Pesquisa Participante: Pesquisa realizada através da integração do investigador que assume uma
função no grupo a ser pesquisado, mas sem seguir uma proposta pré-definida de ação. A
intenção é adquirir conhecimento mais profundo do grupo. O grupo investigado tem ciência da
finalidade, dos objetivos da pesquisa e da identidade do pesquisador. Permite a observação das
ações no próprio momento em que ocorrem. (DENCKER, 2000). Esta pesquisa necessita de
dados objetivos sobre a situação da população. Isso envolve a coleta de informações sócio-
econômicas e tecnológicas que são de natureza idêntica às adquiridas nos tradicionais estudos
de comunidades. Esses dados podem ser agrupados por categorias, como: geográficas,
demográficas, econômicas, habitacionais, educacionais, e outros. (GIL, 1996).

Pesquisa Experimental: quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis


que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e de observação dos
efeitos que a variável produz no objeto. (GIL, 1999). A pesquisa experimental necessita de
previsão de relações entre as variáveis a serem estudadas, como também o seu controle e por
isso, na maioria das situações, é inviável quando se trata de objetos sociais. (GIL, 1996). Esse
tipo de pesquisa é geralmente utilizado nas ciências naturais. Exemplo: Analisar os efeitos
colaterais do uso de um determinado medicamento em crianças de até 8 anos.

Pesquisa Ex-Post-Facto: quando o experimento se realiza depois dos fatos. O pesquisador não
tem controle sobre as variáveis. (GIL, 1999). É um tipo de pesquisa experimental, mas difere da
experimental propriamente dita pelo fato de o fenômeno ocorrer naturalmente sem que o
investigador tenha controle sobre ele, ou seja, nesse caso, o pesquisador passa a ser um mero
observador do acontecimento. Por exemplo: a verificação do processo de erosão sofrido por
uma rocha por influência do choque proveniente das ondas do mar. (BOENTE, 2004). Esse tipo
de pesquisa é geralmente utilizado nas ciências naturais.

7 TIPOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS

Existem diversos tipos de trabalhos acadêmicos e/ou científicos. Pode-se citar, dentre eles,
os seguintes tipos: Trabalhos de Graduação, Trabalho de Conclusão de Curso, Monografia,
Dissertação, Tese, Artigos Científicos, paper, resenha crítica ...

Apesar de haver essa classificação, aceita inclusive internacionalmente, é comum encontrar


certos equívocos em torno da palavra monografia com respeito a dissertações, teses e trabalhos de
fim de curso de graduação.

Etimologicamente, monografia é um estudo sobre um único assunto, realizado com


profundidade. No entanto, essa nomenclatura, monografia, parece destinada aos Cursos de
Especialização, e teria como fim primeiro levar o autor a se debruçar sobre um assunto em
profundidade com o intuito de transmiti-lo a outrem ou de aplicá-lo imediatamente.

Esses relatórios científicos possuem características próprias, como a sistemática, a


investigação, a fundamentação, a profundidade e a metodologia. E, dependendo do caso, a
originalidade e a contribuição da pesquisa para a ciência, como é o caso das teses e dissertações.

Em todo o caso, destaca-se que a estrutura dos trabalhos científicos é quase sempre a
mesma, compreendendo quase sempre uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. A
introdução dos trabalhos costuma abranger os objetivos da pesquisa, bem como os problemas, as
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delimitações e a metodologia adotada para a realização do trabalho. O desenvolvimento é mais


livre, podendo o pesquisador dissertar sobre o tema propriamente dito, sem, contudo, abandonar
pontos importantes como a demonstração, a análise e a discussão dos resultados. Por fim, o autor
poderá escrever suas conclusões a respeito da discussão realizada ou dos resultados obtidos. É neste
ponto que o pesquisador será enfático, ressaltando as posições que deseja defender ou refutar.

7.1 Trabalhos de graduação

Os trabalhos de graduação não constituem exatamente trabalhos de cunho científico, mas de


iniciação científica, uma vez que esses trabalhos tenham que ser apresentados dentro de uma
sistemática e organização que estimulem o raciocínio científico. Visto que o enfoque pretendido em
trabalhos de graduação é voltado para a assimilação de um conteúdo específico, é comum que uma
revisão bibliográfica, ou uma revisão literária, seja tida como suficiente. Porém, nada impede que
existam outros tipos de trabalhos acadêmicos, como relatórios e pequenas pesquisas. No entanto, é
importante ter em mente a cientificidade da sistemática adotada para a realização desses trabalhos.

7.2 Trabalho de curso

O Trabalho de Curso (TC), também conhecido como Trabalho de Final de Curso, é tido
como uma monografia sobre um assunto específico. Tem como objetivo levar o aluno a refletir
sobre temas determinados e transpor suas idéias para o papel na forma de uma pesquisa ou na forma
de um relatório. Para o caso da graduação, por se tratar de mais um requisito para a
complementação do curso, o estudo não necessita ser tão completo em relação ao tema escolhido
como o caso de uma dissertação ou tese, mas o aluno não deve perder de vista a clareza, a
objetividade e a seriedade da pesquisa.

7.3 Monografia

A monografia, para obter o título de especialista em cursos de pós-graduação em nível de


lato sensu, é parecida com o Trabalho de Final de Curso apresentado em cursos de graduação.
Também possui como objetivo levar o aluno a refletir sobre temas determinados e transpor suas
idéias para o papel na forma de uma pesquisa. Para o caso da pós-graduação, o estudo necessita ser
um pouco mais completo em relação ao tema escolhido para a pesquisa.

7.4 Dissertação

As dissertações, que paulatinamente vão se destinando aos trabalhos de cursos de pós-


graduação stricto sensu (mestrado), buscam, sobretudo, a reflexão sobre um determinado tema ou
problema expondo as idéias de maneira ordenada e fundamentada. E, dessa forma, como resultado
de um trabalho de pesquisa, a dissertação deve ser um estudo o mais completo possível em relação
ao tema escolhido.

Deve procurar expressar conhecimentos do autor a respeito do assunto e sua capacidade de


sistematização. E, dentro deste contexto, uma das partes mais importantes da dissertação é a
fundamentação teórica, que procura traduzir o domínio do autor sobre o tema abordado e a sua
perspicácia de buscar tópicos não desenvolvidos.
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7.5 Tese

A tese, a exemplo da dissertação dirigida para o mestrado, vai assumindo o papel de um


trabalho de conclusão de pós-graduação stricto sensu (doutorado). Caracteriza-se como um avanço
significativo na área do conhecimento em estudo. As teses devem tratar de algo novo naquele
campo do conhecimento, de forma que promovam uma descoberta, ou mesmo uma real
contribuição para ciência. O trabalho deve ser inédito, contributivo e não trivial. Os argumentos
utilizados devem comprovar e convencer de que a idéia exposta é verdadeira.

7.6 Artigo científico

O objetivo principal do artigo é levar ao conhecimento do público interessado alguma idéia


nova, ou alguma abordagem diferente dos estudos realizados sobre o tema, como por exemplo:
particularidades locais ou regionais em um assunto, a existência de aspectos ainda não explorados
em alguma pesquisa, ou a necessidade de esclarecer uma questão ainda não resolvida.

A principal característica do artigo científico é que as suas afirmações devem estar baseadas
em evidências, sejam estas oriundas de pesquisa de campo ou comprovadas por outros autores em
seus trabalhos. Isso não significa que o autor não possa expressar suas opiniões no artigo, mas que
deve demonstrar para o leitor qual o processo lógico que o levou a adotar aquela opinião e quais
evidências que a tornariam mais ou menos provável, formulando hipóteses.

A estrutura do artigo científico é: identificação do trabalho (título e subtítulo do artigo,


autor, disciplina, professor, curso e instituição), resumo e palavras-chave, introdução,
desenvolvimento, conclusão e referências.

7.7 Paper1

Durante a graduação, os trabalhos solicitados, pelos professores da ASSEVIM, serão o


paper (de profundidade inferior ao trabalho de conclusão de curso ou do artigo científico).

O paper possui estrutura muito similar à do artigo científico, em função disso, deve-se
apenas excluir os itens resumo e palavras-chave. Os demais itens seguem as definições utilizadas no
artigo científico.

O principal diferencial quanto ao artigo científico está na profundidade de abordagem do


tema, que no paper deverá se limitar a uma análise mais superficial e condensada, podendo ou não
conter um parecer do autor.

Porém caberá a cada professor definir os limites de aprofundamento dos trabalhos


realizados, que poderão variar de um tema para o outro.

7.8 Resenha crítica

É um tipo de redação técnica que avalia precisa e sinteticamente a importância de uma obra
científica ou de um texto literário. A resenha nunca pode ser completa e exaustiva. O resenhador
deve proceder seletivamente, filtrando apenas os aspectos pertinentes do objeto, isto é, apenas

1
Ver item 8.1 Estrutura do paper.
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aquilo que é funcional em vista de uma intenção previamente definida.

A resenha crítica combina resumo e julgamento de valor. Seu objetivo é oferecer


informações para que o leitor possa decidir quanto à consulta ou não do original. Daí a resenha deve
resumir as idéias da obra, avaliar as informações nela contidas e a forma como foram expostas e
justificar a avaliação realizada.

A resenha crítica consta de:


a) uma parte descritiva em que se dão informações sobre o texto:
nome do autor (ou dos autores); título completo e exato da obra (ou do artigo); nome da editora e, se
for o caso, da coleção de que faz parte a obra; lugar e data da publicação; número de volumes e
páginas. Pode-se fazer, nessa parte, uma descrição sumária da estruturada obra (divisão em
capítulos, assunto dos capítulos, índices, etc.). No caso de uma obra estrangeira, é útil informar
também a língua da versão original e o nome do tradutor (se se tratar de tradução).

b) uma parte com o resumo do conteúdo da obra:


indicação sucinta do assunto global da obra (assunto tratado) e do ponto de vista adotado pelo
autor (perspectiva teórica, gênero, método, tom, etc.);
resumo que apresenta os pontos essenciais do texto e seu plano geral.
comentários e julgamentos do resenhador sobre as idéias do autor, o valor da obra, etc.

Modelo de resenhas (MEDEIROS, 1991, p. 76 apud LAKATOS; MARCONI, 1985, p. 236):

A - Referências bibliográficas:
- Autor
- Título da obra.
- Elementos de Imprensa (local da edição, editora, data).
- Número de páginas.
- Formato

B - Credenciais do autor.
- Informações sobre o autor, nacionalidade, formação universitária, título, outras obras.

C - Resumo da obra:
- Resumo das idéias principais da obra. De que trata o texto? Qual sua característica principal?
Exige algum conhecimento prévio para entendê-la? Descrição do conteúdo os capítulos ou partes da
obra.

D - Conclusões da autoria:
- Quais as conclusões a que o autor chegou?

E - Metodologia da autoria:
- Que métodos utilizou? Dedutivo? Indutivo? Histórico? Comparativo? Estatístico?
- Que técnicas utilizou? Entrevista? Questionários?

F - Quadro de referência do autor:


- Que teoria serve de apoio ao estudo apresentado? Qual o modelo teórico utilizado?

G - Crítica do resenhista (apreciação)


- Julgamento da Obra. Qual a contribuição da obra? As idéias são originais? Como é o estilo do
autor: conciso, objetivo, simples? Idealista? Realista?
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H - Indicações do resenhista:
- A quem é dirigida a obra? A obra é endereçada a que disciplina? Pode ser adotada em algum
curso? Qual?

Esses são os elementos estruturais de uma resenha. Em alguns casos, não é possível dar
resposta a todas as interrogações feitas; outras vezes, se publicada em jornais ou revistas não
especializados, pode-se omitir um ou outro elemento da estrutura da resenha.

8 APRESENTAÇÃO DO TRABALHO CIENTÍFICO

8.1 Apresentação escrita: estrutura do paper

Regras gerais de apresentação:

O trabalho deve ser escrito em papel A4, com todas as margens (superior, inferior, esquerda
e direita) de 2 cm. Todas as folhas do trabalho devem ser contadas, mas a numeração só aparece a
partir da segunda página. A numeração é em algarismos arábicos, no canto superior direito da folha,
a 2 cm da borda superior (último algarismo a 2 cm da borda direita da folha) e com tamanho 10.

Ordem dos tópicos:

- Elementos pré-textuais:

a) Título do trabalho: No topo da página, em maiúsculas, centralizado, fonte Times New Roman
tamanho 18, em negrito.

b) Subtítulo (opcional): Logo abaixo do título, em fonte Times New Roman, tamanho 16, em
negrito. Usar maiúsculas e minúsculas, seguindo a regra da língua portuguesa. Deixar duas
linhas em branco (fonte 12).

c) Autor: Abaixo do título ou subtítulo, centralizado, fonte Times New Roman, tamanho 12, em
negrito. Deixar uma linha em branco.

d) Solicitante: Usar uma linha para cada um dos seguintes itens: professor, disciplina, curso,
instituição e data. Deixar 2 linhas em branco após estas informações.

- Elementos textuais:

a) Texto principal: O texto deve ser escrito usando a fonte Times New Roman, tamanho 12. O
espaçamento entre as linhas deve ser simples, com uma linha em branco entre cada parágrafo. O
alinhamento do texto deve ser justificado. O início de cada parágrafo deve ser precedido por um
toque de tabulação (Tab) ou 1,27 cm. O texto principal do trabalho é composto pela introdução,
desenvolvimento e considerações finais.

Introdução:

A introdução diz respeito ao próprio conteúdo do trabalho: sua natureza, seus objetivos, sua
metodologia. A introdução não pode ser dispensada, pois é parte integrante do desenvolvimento do
trabalho científico.
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Na introdução, deve-se anunciar a idéia central do trabalho delimitando o ponto de vista


enfocado em relação ao assunto e a extensão; deverá se situar o problema ou o tema abordado, no
tempo e no espaço.

Deve ser enfocada a relevância do assunto no sentido de esclarecer seus aspectos obscuros,
bem como da contribuição desse trabalho para uma melhor compreensão do problema.

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 14724 (2005, p. 5) a


introdução é a parte inicial do texto, onde devem constar a delimitação do assunto tratado,
objetivos da pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema do trabalho.

Assim, a introdução de um paper deve apresentar as seguintes etapas: contextualização do


assunto (nível macro), relevância do tema; objetivo geral, tipos de pesquisa e forma coleta de
dados e informações e os tópicos do desenvolvimento (o que será apresentado a seguir).

Desenvolvimento:

Esta é a parte principal do trabalho científico. O autor deve dividir esta parte em quantas
forem necessárias para dar lógica e articulação adequada ao tema que pretende defender. Não existe
exatamente uma norma rígida que oriente esta seção. No texto poderá haver idéias de autores, dados
da pesquisa (se for pesquisa de campo, colocar gráficos e tabelas auxiliares) e interpretações. Tudo
isto deve ser apresentado de forma integrada, substancial, criativa e lógica. É nesta parte que se
procura explicar as hipóteses e relacionar a teoria com a prática.

Conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 14724 (2005, p. 5) o


desenvolvimento é a parte principal do texto, que contém a exposição ordenada e pormenorizada
do assunto. Dividi-se em seções e subseções, que variam em função da abordagem do tema e do
método.

Considerações finais:

As considerações finais ou conclusão devem se limitar a um resumo sintetizado da


argumentação desenvolvida no corpo do trabalho e dos resultados obtidos. Lembra-se, contudo, que
elas devem estar todas fundamentas nos resultados obtidos na pesquisa. Também podem ser
discutidas recomendações e sugestões para o prosseguimento no estudo do assunto. Portanto, esse
item não deve trazer nada de novo e deve ser breve, consistente e abrangente.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 14724 (2005, p. 5) afirma que a


conclusão é a parte final do texto, na qual se apresentam conclusões correspondentes aos objetivos
ou hipóteses.

- Elementos pós-textuais:

Referências2:

Devem ser colocadas em ordem alfabética dentro das normas técnicas especificadas. Em
território brasileiro, utiliza-se a ABNT NBR 6023 para normatizar as referências apontadas
durante o trabalho.

Segue o modelo da estrutura do paper:


2
Ver item 8.1.2 Referências.
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TIPOS DE CONHECIMENTO
Evolução Científica

Luiz Carlos Vilela


Rodrigo Campos
Vilson Souza

Professor3:
Metodologia da Pesquisa Científica
Administração
Associação Educacional do Vale do Itajaí-Mirim ASSEVIM
Dia/Mês/Ano

1 INTRODUÇÃO

Na Introdução, deve-se anunciar a idéia central do trabalho delimitando o ponto de vista


enfocado em relação ao assunto e à extensão; deverá se situar o problema ou o tema abordado,
no tempo e no espaço...

2 TIPOS DE CONHECIMENTO

Nesta seção o autor deve se preocupar em apresentar o trabalho resultante de sua


pesquisa. Isto implica em uma apresentação clara, lógica e objetiva dos resultados....

2.1 Conhecimento empírico

O empirismo foi ...

2.1.1 Conflitos entre o conhecimento empírico e o filosófico

Diversos autores afirmam que ...

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As considerações finais devem limitar-se a um posicionamento sintetizado da


argumentação desenvolvida no corpo do trabalho. Salienta-se que as conclusões devem estar
todas fundamentadas na pesquisa.

REFERÊNCIAS

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2000.

3
No caso do trabalho integrado, deve constar Professor Orientador.
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Nos elementos textuais, principalmente no item desenvolvimento, deve levar em conta


algumas regras para apresentação das informações como os títulos e subtítulos e também uso de
elementos de apoio ao texto (gráficos, figuras etc.) para melhor compreensão e organização do
conteúdo no trabalho.

Títulos das seções:

Os títulos das seções de Primeira Ordem (por exemplo, 1 INTRODUÇÃO) precisam ser
escritos em letras maiúsculas, tamanho de fonte 12, em negrito, e alinhamento à esquerda. Deve-se
deixar duas linhas em branco após um título de Primeira Ordem.

Os títulos das seções de Segunda Ordem (por exemplo, 1.1 Formatação do papel) precisam
ser escritos também com tamanho de fonte 12, em negrito e alinhamento à esquerda. Somente a
primeira letra da primeira palavra deve ser maiúscula e as demais minúsculas. Deve-se deixar uma
linha branca após um título de seção de Segunda Ordem.

Os títulos das seções de Terceira Ordem (por exemplo, 1.1.1 Tamanho da margem) precisam
ser escritos também com tamanho de fonte 12, alinhamento à esquerda, porém sem negrito. As
letras devem ser minúsculas, salvo a primeira letra da primeira palavra. Deve-se deixar uma linha
branca após um título de seção de Terceira Ordem.

Figuras/Quadros/Gráficos:

Esses elementos devem aparecer centralizados na folha e seus títulos também centralizados
e numerados a partir do 1. Cada elemento possui uma contagem numérica individual, ou seja,
separada.

Os materiais retirados através de alguma pesquisa devem ser referenciados, citando a fonte
(esta deve estar também centralizada, em fonte 10, e abaixo do elemento apresentado). Veja abaixo
os exemplos de figuras, quadros e gráficos:

Figura 1 - Fusca
Fonte: Barbosa (2000, p.20).

Obs.: As fotografias também devem ser tratadas como figuras.

Cidade Km
São Paulo 705
Porto Alegre 476
Curitiba 300
Rio de Janeiro 1.144
Quadro 1 Distância de Florianópolis das principais cidades emissoras de turistas
Fonte: Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (2003).
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100
80
60
Leste
40 Oeste
20 Norte
0
1° 2° 3° 4°
Trim. Trim. Trim. Trim.

Gráfico 1 Vendas por Trimestre e Regiões


Fonte: Empresa XXX (2004)

Tabelas:

As tabelas apresentam informações tratadas estatisticamente. A identificação da tabela deve


estar na parte superior, precedida da palavra tabela, seguida de seu número de ordem de ocorrência
no texto, em algarismos arábicos, e do respectivo título. A indicação da fonte deve ser feita na parte
inferior da tabela, em fonte 10. Tanto o título quanto a fonte da tabela devem estar centralizados.

Tabela 1 Notas dos alunos


1º Semestre
Aluno
1° Bim. 2° Bim. Média Exame
André Souza 8,0 8,00 8,0 ----
João Campos 7,0 7,0 7,0 5,0
Sílvia Regis 7,5 7,5 7,5 ---
Fonte: Elaborado pelas autoras (2005)
Notas de rodapé:

As notas de rodapé devem servir como apoio explicativo e devem ficar sempre no pé da
página. A nota deverá estar separada do resto texto por uma linha. As notas, a exemplo das figuras,
também devem ser numeradas partindo de 1. Sugere-se que se utilize do recurso de notas do Word
para inserir notas de rodapé no texto (comando: Inserir > Notas), assim o próprio programa
administrará a numeração. A posição do texto da nota no pé da página deve ser alinhada à esquerda
e em fonte 10.

Palavras estrangeiras:

Todas as palavras e termos em língua estrangeira deverão ser escritos usando o modo itálico.
Exemplos: Internet, workaholic, copenhagener zimtzötse...

8.1.1 Normas para citações

Segundo Ruiz (1991, p. 83) citações são os textos documentais levantados com a máxima
fidelidade durante a pesquisa bibliográfica e que se prestam para apoiar a hipótese do pesquisador
ou para documentar sua interpretação .

As citações, ao contrário do que possa parecer inicialmente, enriquecem um trabalho e


demonstram o estudo e a atitude científica do autor. As citações têm muitos objetivos, dentre os
quais se destacam:
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desenvolvimento do raciocínio;
corroboração das idéias ou da tese que o autor defende;
contrariar a idéia ou a tese que o autor defende;
permitir a identificação do legítimo dono das idéias apresentadas;
possibilitar o acesso ao texto original.

A apresentação das citações se encontra na NBR 10520 de agosto de 2002 da ABNT


Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Indicação das citações:

No texto, as citações devem ser feitas de modo uniforme, de acordo com o estilo do
pesquisador ou critério adotado pela Revista em que o trabalho será publicado. Contudo, o sistema
escolhido deve estar relacionado com a ordenação das referências.

Para citações de idéias ou trechos de obras pesquisadas, sugere-se o sistema Autor-Data,


que consiste em mencionar o nome do autor e a data da publicação da obra no próprio texto,
deixando as notas de rodapé apenas para eventuais explicações, que forem necessárias para o
melhor entendimento do texto.

Ao se usar o sistema autor-data, devem ser observadas as seguintes condições:

a) Não podem ser incluídas as fontes em rodapé, exceto nos casos de citação de citação em que
somente o autor citado figura em nota de rodapé e o autor que o citou, em lista de referências;
b) A referência completa do documento deve figurar em lista, no final do capítulo ou do trabalho,
organizada alfabeticamente;
c) As entradas de autoria são escritas após a citação, entre parênteses, com letras maiúsculas,
seguidas da data de publicação do documento citado e da página ou seção da qual foi extraída a
citação;
d) Quando a menção ao nome do autor está incluída na frase, a data de publicação do documento e
a paginação são transcritas entre parênteses, precedidas pela abreviatura correspondente;
e) As notas explicativas ou informativas são chamadas normalmente no texto por números altos ou
alceados, ou entre parênteses.

8.1.1.1 Tipos de citações

* Citação direta: menção de uma informação extraída de outra fonte (NBR 10520, 2002, p. 1),
isto é, transcrição literal extraída do texto consultado, respeitando-se redação, ortografia e
pontuação original.

a) Citação de até três linhas ou curta: a citação de até três linhas deve ser inserida no parágrafo
entre aspas duplas. As aspas simples são utilizadas para indicar citação no interior da citação.
Exemplo:

A vida real muitas vezes se confunde com a arte da representar e nos leva a atitudes
teatrais: não se mova, faça de conta que está morta. (CLARAC; BONNIN, 1985, p. 72).
Ou
Segundo Clarac e Bonnin (1985, p. 72) a vida real muitas vezes se confunde com a arte da
representação e nos leva a atitudes teatrais, como: não se mova, faça de conta que está morta.
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b) Citação de mais de três linhas ou longa: deve aparecer em parágrafo distinto, com recuo de 4
centímetros da margem esquerda, com espaçamento simples, sem aspas e em fonte menor.
Sugere-se a utilização de fonte 10. Exemplo:

Os métodos de ensino da leitura e da escrita abrangiam apenas o ensino do alfabeto, suas


combinações e produção de sons, seguido depois pelo ensino da gramática como coisa pronta e
acabada. De acordo com Rizzo (1998, p. 22):

Com Ferdinand Saussure (1916), fundador da lingüística, a investigação científica passou


das línguas (todas as existentes) à língua (de concepção abstrata), percebida como e
enquanto meio de comunicação do pensamento e definida como sistema de relações,
determinado por suas propriedades internas, cujas possibilidades combinatórias oferecem-
se à verificação empírica: as regras gramaticais.

Ou

Os métodos de ensino da leitura e da escrita abrangiam apenas o ensino do alfabeto, suas


combinações e produção de sons, seguido depois pelo ensino da gramática como coisa pronta e
acabada.
Com Ferdinand Saussure (1916), fundador da lingüística, a investigação científica passou
das línguas (todas as existentes) à língua (de concepção abstrata), percebida como e
enquanto meio de comunicação do pensamento e definida como sistema de relações,
determinado por suas propriedades internas, cujas possibilidades combinatórias oferecem-
se à verificação empírica: as regras gramaticais. (RIZZO, 1998, p. 22).

c) Omissões em citações: é um recurso utilizado quando não é necessário citar integralmente o


texto de um autor. São recomendadas apenas se não alterarem o sentido do texto original. As
omissões (indicadas por reticências, colocadas entre colchetes) podem aparecer no início, no fim
e no meio de uma citação. Exemplo:

Os professores devem aceitar o desafio, recusando o fracasso escolar e buscando a


melhoria da prática social coletiva construída no processo ensino-aprendizagem.

[...] só na reflexão que busca o entendimento nós, seres humanos, poderemos nos abrir
mutuamente para espaços de coexistência nos quais a agressão seja um acidente legítimo
da convivência e não uma instituição justificada com uma falácia racional. [...] Se não
agirmos desse modo, [...] só nos restará fazer o que continuamente estamos fazendo [...].
(MATURANA; VARELA, 1995, p. 25-26).
Ou

Os professores devem aceitar o desafio, recusando o fracasso escolar e buscando a


melhoria da prática social coletiva construída no processo ensino- aprendizagem. Conforme
Maturana e Varela (1995, p. 25-26):

[...] só na reflexão que busca o entendimento nós, seres humanos, poderemos nos abrir
mutuamente para espaços de coexistência nos quais a agressão seja um acidente legítimo
da convivência e não uma instituição justificada com uma falácia racional. [...] Se não
agirmos desse modo, [...] só nos restará fazer o que continuamente estamos fazendo [...].

d) Destaque em citações: são utilizadas somente em citações diretas quando se quer dar destaque
e realçar uma palavra, uma expressão ou mesmo uma frase no texto do autor citado. Deve-se
destacar a parte do texto, seguindo-se imediatamente a expressão grifo nosso entre parênteses,
após a chamada da citação, ou grifo do autor, caso o destaque já faça parte da obra consultada.
Exemplo:
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Nossas visões do mundo são as traduções do mundo (MORIN, 2000, p. 63, grifo nosso),
ou seja, o que se acredita ser a realidade é o fruto da interpretação feita pelo cérebro dos estímulos
que chegam a ele via rede nervosa a partir dos terminais sensoriais.

e) Citação de Citação: é a citação de parte de um texto encontrado em um determinado autor,


referente a outro autor, ao qual não se teve acesso. Utiliza-se apenas quando não houver
possibilidade de acesso ao documento original. É indicado pela expressão apud (citado por,
conforme, segundo). Exemplo:

A teoria da Gestalt tem nesta perspectiva sua orientação teórica, centrando-se nos
conceitos de estrutura e totalidade. Segundo Piaget (apud MOLL, 1996, p. 80) ela consiste em
explicar cada invenção da inteligência por uma estruturação renovada e endógena do campo da
percepção ou do sistema de conceitos e relações.

Modelos de citação direta relativos ao sistema autor-data:

a) Citação de trabalhos de um autor: sobrenome do autor, ano de publicação, número da página.


Exemplo:

Conforme Souza (2001, p. 42) blá, blá. ou Blá, blá, blá , segundo Souza (2001, p. 42).
Souza (2001, p. 42) afirma que blá, blá, blá . ou Blá, blá, blá. (SOUZA, 2001, p. 42).

b) Citação de trabalhos de dois autores: sobrenome dos autores (separados por ; se estiverem
dentro do parênteses ou e se estiverem fora), ano de publicação, número da página. Exemplo:

O Brasil.... (SANTOS; VIEIRA, 2003, p. 45).


De acordo com Santos e Vieira (2003, p. 45) o Brasil....

c) Citação de trabalhos de três autores: sobrenome dos autores, ano de publicação, número da
página. Exemplo:

Segundo Santos, Vieira e Corrêa (2002, p. 32) o Brasil...


O Brasil... (SANTOS; VIEIRA; CORRÊA, 2003, p. 45).

d) Citação de trabalhos de mais de três autores: sobrenome do primeiro autor seguido pela
expressão et al, ano de publicação, número da página. Exemplo:

Para Santos et al (2002, p. 32) o Brasil...


O Brasil... (SANTOS et al, 2003, p. 45).

* Citação indireta: transcrição não literal das palavras do autor, mas que reproduz o conteúdo e as
idéias do documento original, devendo-se indicar sempre a fonte de onde foi retirada. Neste tipo de
citação não são utilizadas aspas. Exemplo:

Morin (1999) afirma que todo conhecimento que se tem do mundo é decorrente da
interpretação que o cérebro faz do universo percebido pelos sentidos, deste modo os medos e
emoções acabam multiplicando os riscos de erro na concepção e construção das idéias.
Ou
Todo conhecimento que se tem do mundo é decorrente da interpretação que o cérebro faz do
universo percebido pelos sentidos, deste modo os medos e emoções acabam multiplicando os riscos
de erro na concepção e construção das idéias (MORIN, 1999).
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* Citação de informações verbais: para citação de dados obtidos por meio de informações verbais
(palestras, debates, etc.), indicar, entre parênteses, a expressão informação verbal, mencionando-se
os dados disponíveis em nota de rodapé. Citar pelo menos o autor da frase (cargo ou atividade),
local (cidade) e data (dia, mês e ano). Exemplo:

A empresa detém metade do mercado nacional de felpudos (informação verbal)4.

Indicação dos autores em notas de rodapé

As notas devem ser digitadas dentro das margens, ficando separadas do texto por um espaço
simples de entrelinhas e por filete, a partir da margem esquerda.

Sua numeração é feita por algarismos arábicos, devendo ter numeração única e consecutiva
para todo trabalho. Não se inicia a numeração a cada página. Observações abaixo:

A primeira citação de uma obra, em nota de rodapé, deve ter sua referência completa.5

As subseqüentes citações da mesma obra podem ser referenciadas de forma abreviada,


utilizando as seguintes expressões, abreviadas quando for o caso:

Idem: mesmo autor Id.6;


Ibidem: na mesma obra Ibid.7;
Opus citatum, opere citato: obra citada op. cit.8;
Passim: aqui e ali, em diversas passagens passim9;
Loco citato: no lugar citado loc. cit.10;
Confira, confronte: Cf11;
Sequentia: seguinte ou que se segue et seq.12;
Apud: citado por, conforme, segundo pode, também, ser usada no texto (como demonstrado
anteriormente) e em nota de rodapé13.

Notas explicativas

A numeração das notas explicativas é feita por algarismos arábicos, devendo ter numeração
única e consecutiva para cada capítulo ou parte. Não se inicia a numeração a cada página. Segue
abaixo modelo. No texto:

Os pais estão sempre confrontados diante das duas alternativas: vinculação escolar ou
vinculação profissional. 14

4
José de Souza, Diretor Presidente da ZZZ, em palestra proferida na ASSEVIM, em Brusque, no dia 25 de abril de
2003.
5
FARIA, José Eduardo (Org.). Direitos humanos, direitos sociais e justiça. São Paulo: Malheiros, 1994.
6
Id., 2000, p. 19.
7
Ibid., p. 190.
8
ADORNO, op. cit., p. 40.
9
RIBEIRO, 1997, passim.
10
TOMASELLI; PORTES, loc. cit.
11
Cf. CALDERIA, 1992.
12
FOUCALT, 1994, p. 17 et seq.
13
EVANS, 1987 apud SAGE, 1992, p. 23.
14
Sobre essa opção dramática, ver também Morice (1996, p. 269-290).
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8.1.2 Normas para referências

Conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002, p. 1) na NBR 6023:2002:


esta norma fixa a ordem dos elementos das referências e estabelecem convenções para transcrição
e apresentação de informação originada do documento e/ou outras fontes de informação .

Só devem ser mencionadas nas referências as fontes ou os autores que foram citados no
texto. Os documentos consultados, porém não citados, deverão constar de notas de rodapé, não
fazendo parte da lista de referências ou serem arrolados em outras listas, denominadas
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA, DOCUMENTOS CONSULTADOS ou OBRAS
CONSULTADAS, as quais devem figurar logo após a lista de referências.

Elementos Essenciais

a) Autor: Último sobrenome, em maiúsculas, seguido do (s) prenomes e outros sobrenomes, abreviado (s) ou
não (o formato escolhido deve ser seguido em todo o trabalho). Exceções: nomes espanhóis, que entram pelo
penúltimo sobrenome; dois sobrenomes ligados por traço de união, que são grafados juntos; sobrenomes que
indicam parentesco como "Júnior", "Filho", "Neto" acompanham o último sobrenome.

b) Título: Em negrito, sublinhado ou itálico


Subtítulo: se houver, separado do título por dois pontos, sem grifo.

c) Edição: Indica-se o número da edição, a partir da segunda edição, seguido de ponto e da palavra edição
(ed.) no idioma da publicação. Não se anota quando for a primeira; as demais deverão ser anotadas. Assim:
2.ed., 3.ed., etc.

d) Local da publicação: quando há mais de uma cidade, indica-se a primeira mencionada na publicação,
seguida de dois pontos. Quando o local não puder ser especificado na publicação, indica-se entre colchetes
[S.l.] (sine loco).

e) Editora: apenas o nome que a identifique, seguida de vírgula. Quando a editora não puder ser
especificada, indica-se entre colchetes [s.n.] (sine nomine).

f) Data: Ano de publicação.

g) Meses: os meses devem ser abreviados pelas três primeiras letras, com exceção de maio. Assim: jan. fev.
mar. abr. maio, jun. etc.

Obs.: Quando o local e a editora não aparecem na publicação, indica-se entre colchetes [S.l.: s.n.]. Quando o
local, a editora e a data não forem identificadas, indica-se entre colchetes [s.n.t.] (sem notas tipográficas).

Livros:
Livros no todo:
SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título: subtítulo, se houver. Edição. Cidade: Editora, ano.

Exemplos:

a) Livro com um autor


DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.

b) Livro com subtítulo

KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da


pesquisa. 19. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
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c) Livro com autor espanhol

GARCIA LORCA, Frederico. Obra poética completa. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
d) Livro com autor com sobrenome separado por traço

MERLEU-PONTY, Maurice. Signos. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

e) Livro com sobrenome indicando parentesco

ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

f) Livro com sobrenome iniciado com prefixos

McDONALD, Ralf. Engenharia de programas. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1987.

O'DONNELL, Ken. Caminhos para uma consciência mais elevada. 2. ed. São Paulo: Gente,
1996.

g) Livro integrado com coleção ou série

CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. São Paulo: Ática, 1994. (Princípios, 243).

h) Livro com dois autores

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 2000.

i) Livro com três autores

TAFNER, Malcon Anderson; TAFNER, José; FISCHER, Julianne. Metodologia do trabalho


acadêmico. Curitiba: Juruá, 2000.

j) Livro com mais de três autores

SLACK, Nigel et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1999.

k) Livro com organizador

MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 18. ed.
Petrópolis: Vozes, 2001.

l) Livro cujo autor é uma entidade (órgãos governamentais, empresas, associações, congressos,
seminários etc.). Quando uma entidade coletiva assume integral responsabilidade por um trabalho,
ela é tratada como autor.

LIONS CLUBE INTERNACIONAL. A formação do líder no novo milênio. São Paulo: CNG,
2001.

CENTRO DE ORGANIZAÇÃO DA MEMÓRIA SÓCIO-CULTURAL DO OESTE. Para uma


história do oeste catarinense: 10 anos de CEOM. Chapecó: UNOESC, 1995.
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Livros considerados em parte

a) Autor do capítulo é o mesmo da obra:

SOBRENOME DO AUTOR DA PARTE REFERENCIADA, Prenomes. Título da parte


referenciada. In : ______. Título do livro. Local: Editora, ano. Página inicial e final.

HIRANO, Sedi (Org.). Projeto de estudo e plano de pesquisa. In:______. Pesquisa social: projeto e
planejamento. São Paulo: TAQ, 1979. p. 7-16.

b) Autor do capítulo não é o mesmo da obra

SOBRENOME DO AUTOR DA PARTE REFERENCIADA, Prenome. Título da parte


referenciada. In: SOBRENOME DO AUTOR OU ORGANIZADOR, Prenomes (Org.). Título do
livro. Local : editora, ano. Página inicial e final.

ABRAMO, Perseu. Pesquisa em ciências sociais. In: HIRANO, Sedi (Org.). Pesquisa social:
projeto e planejamento. São Paulo: TAQ, 1979. cap. 3, p. 15-24.

RISTOFF, D.I. Privatização não faz escola. In: TRINDADE, Hélgio (Org.). Universidade em
ruínas: na república dos professores. Petrópolis: Vozes, 1999. p. 57-60.

Teses, dissertações e trabalhos acadêmicos:

a) Documento impresso

SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título. Ano. Tese, dissertação ou trabalho acadêmico


(grau e área) - Unidade de Ensino, Instituição, Local: Data.

TAFNER, Elisabeth Penzlien. As formas verbais de futuridade em sessões plenárias: uma


abordagem sociofuncionalista. 2004. 188 f. Dissertação (Mestrado em Lingüística) Centro de
Comunicação e Expressão, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

SILVA, Renata. O turismo religioso e as transformações sócio-culturais, econômicas e


ambientais em Nova Trento SC. 2004. 190 f. Dissertação (Mestrado em Turismo e Hotelaria )
Centro de Educação Balneário Camboriú, Universidade do Vale do Itajaí, Balneário Camboriú,
2004.

b) Em meio eletrônico: as referências devem obedecer aos padrões indicados pelo item a),
acrescidas das informações relevantes à descrição física do meio.

Quando se tratar de obras consultadas online, também são essenciais as informações sobre o
endereço eletrônico, apresentado entre os sinais , precedido da expressão Disponível em: e a
data de acesso ao documento, precedida da expressão Acesso em: data, mês e ano. A colocação da
hora, minutos e segundos é opcional.

ALVES, Castro. Navio Negreiro. [S.l.]: Virtual Books, 2000. Disponível em:
<http://www.terra.com.br/virtualbooks/freebook/pot/Lport2/navionegreiro.htm>. Acesso em: 10
jan. 2002.
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Enciclopédias:

NOME DA ENCICLOPÉDIA. Local da publicação : Editora, ano.

ENCICLOPÉDIA BARSA. São Paulo : Vozes, 2002.

Jornal:

Jornal no todo

NOME DO JORNAL. Cidade, data.

DIÁRIO CATARINENSE. Florianópolis, 17 de maio de 2002.

Artigo de jornal

a) Com autor definido

SOBRENOME DO AUTOR DO ARTIGO, Prenomes. Título do artigo. Título do jornal, Cidade,


data (dia, mês, ano). Seção, caderno ou parte do jornal e número da página. Quando não houver
seção, caderno ou parte, a paginação do artigo precede a data.

BOCK, Daniel. A crise cambial. Jornal de Santa Catarina, Blumenau, 17 jun. 2002. Folha
Empresa, Caderno 2, p. 12.

b) Em meio eletrônico: as referências devem obedecer aos padrões indicados pelo item a),
acrescidas das informações relevantes à descrição física do meio.

Quando se tratar de obras consultadas online, também são essenciais as informações sobre o
endereço eletrônico, apresentado entre os sinais , precedido da expressão Disponível em: e a
data de acesso ao documento, precedida da expressão Acesso em: data, mês e ano.

SILVA, Ives Gandra da. Pena de morte para o nascituro. O Estado de São Paulo, São Paulo, 19
set. 1998. Disponível em: <http://www.providafamilia.org/pena-morte-nascituro.htm>. Acesso em:
19 set. 1998.

c) Sem autor definido

TÍTULO do artigo (apenas a primeira palavra em maiúscula). Título do jornal, Cidade, data (dia,
mês, ano). Suplemento, número da página, coluna.

ALMA feminina na Proeb. Jornal de Santa Catarina, Blumenau, 5 maio 2001. Cidades, p. 1.

d) Sem autor definido e em meio eletrônico

ARRANJO Tributário. Diário do Nordeste Online, Fortaleza, 27 nov. 1998. Disponível em:
< http://diariodonordeste.com.br>. Acesso em: 28 nov. 1998.
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Revista:

Revista no todo

NOME DA REVISTA. Local de publicação: editora (se não constar no título), número do volume
(v. __), número do exemplar (n.__), mês. Ano. ISSN.

MELHOR VIDA & TRABALHO. São Paulo: Segmento, n. 166, mar. 2001. ISSN 1518-2150.

Artigo de revista

a) Com autor definido

SOBRENOME DO AUTOR DO ARTIGO, Prenomes. Título do artigo. Título da revista, Local da


publicação, número do volume, número do fascículo, pagina inicial-final do artigo, mês. Ano.

CHASE, Richard; DASU, Sriram. Você sabe o que seu cliente está sentindo? Exame, São Paulo, v.
35, n. 15, p. 89-96, jul. 2001.

BOCK, Daniel. Reforma do Ensino. Veja, São Paulo, v.36, n.18, p. 23, jun. 2002.

b) Sem autor definido

TÍTULO do artigo (apenas a primeira palavra em maiúscula). Título da revista, Local da


publicação, número do volume, número do fascículo, pagina inicial-final do artigo, mês. Ano.

21 IDÉIAS para o século 21. Você S.A., São Paulo, v. 2, n. 18, p. 34-53, dez. 99.

c) Em meio eletrônico: as referências devem obedecer aos padrões indicados pelo item a),
acrescidas das informações relevantes à descrição física do meio.

Quando se tratar de obras consultadas online, também são essenciais as informações sobre o
endereço eletrônico, apresentado entre os sinais , precedido da expressão Disponível em: e a
data de acesso ao documento, precedida da expressão Acesso em: data, mês e ano.

WINDOWS 98: o melhor caminho para atualização. PC World, São Paulo, n. 75, set. 1998.
Disponível em:<http://www.idg.com.br/abre.htm>. Acesso em: 10 set. 1998.

Entrevistas publicadas:

SOBRENOME DO ENTREVISTADO, Prenomes. Título da entrevista. Referência da publicação


(livro ou periódico). Nota da entrevista.

LISTWIN, Donald. Você sabe usar o mouse? Você S.A., São Paulo, v. 2, n. 18, p. 100-103, dez.
99. Entrevista concedida à Laura Somoggi e Mikhail Lopes.
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Entrevistas realizadas:

ENTREVISTADO. Cargo, função ou perfil. Local, Data (dia mês. Ano).

XAVIER, Carlos. Supervisor de Área da Empresa Clean. Entrevista concedida em Itajaí SC, 07
abr. 2004.

Obs.: as entrevistas, para serem publicadas em trabalhos científicos devem ser sempre autorizadas
pelos entrevistados. Assim, caso a pessoa não queira que seu nome seja divulgado, o pesquisador
deve citar ao longo do texto indicações de sua atividade e referenciar apenas a entrevista o local e a
data.

Exemplo no texto:

Segundo Supervisor de Área de uma empresa de Itajaí, a produtividade vem crescendo


significativamente. Em entrevista, ele afirmou que o mercado exige mais do qualidade: variedade e
inovação. (informação verbal)15.

Exemplo na referência:

SUPERVISOR de Área. Entrevista concedida em Itajaí SC, 07 abr. 2004.

Palestra ou conferência:

AUTOR. Título do trabalho. Palestra, Local, Data (dia mês. Ano).

RAMOS, Paulo. A avaliação em Santa Catarina. Palestra Proferida na Pós-graduação, Nível 10,
Papanduva SC, 22 fev. 2002.

Internet:

Quando se tratar de obras consultadas online, são essenciais as informações sobre o endereço
eletrônico, apresentado entre os sinais < >, precedido da expressão Disponível em: e a data de
acesso ao documento, precedida da expressão Acesso em:.

BATAGLIA, W.; YAMANE. O processo decisório de antecipação de surpresas estratégicas. Facef


Pesquisa, São José (SP), v. 7, n. 2, maio/ago. 2004. Disponível em:
<http://www.facef.br/facefpesquisa/2004/nr2/4_BATAGLIA_YAMANE.pdf>. Acesso em:
12 out. 2004.

CAMPOS, José. A influência da cultura no turismo. 2003. Girus. Disponível em:


<http://www.girus.com.br/turismo.htm>. Acesso em: 14 fev. 2004.

DWBRASIL. Data Warehouse. Disponível em: <http://www.dwbrasil.com.br/html/dw.html>.


Acesso em: 11 ago. 2004.

PARENTE, D. Dividir para Conquistar ou Conquistar para Dividir? Disponível em:


<http://www.dwbrasil.com.br/html/artdw_20030620.html>. Acesso em: 11 ago. 2004.

15
Supervisor de Área de uma empresa em Itajaí SC, em entrevista concedida no dia 07 de abril de 2004.
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Imagem em movimento:

Vídeo
TÍTULO. Direção de. Local: Distribuidora, ano. unidades físicas (duração em minutos): som
(legendado ou dublado) cor, largura da fita em milímetros. Sistema de gravação.

ÓPERA do malandro. Direção de Ruy Guerra. Rio de Janeiro: Globo Vídeo, 1985. 1 cassete
(120min) dublado. Color. 12 mm. VHS NTSC.

Filme
Título. Direção. Produtora. Local: Distribuidora, ano. Número de fitas (1 filme) duração em min.
(101min): Son (leg. ou dub.); indicação da cor (color) e largura da fita em mm.

CENTRAL do Brasil. Direção: Walter Salles Júnior. Rio de Janeiro. Produção: Martire de Clemont
Tonnerre e Arthur Cohn. Lê Studio Canal; Riofilme, 1998. 1 filme (106min), dub., color., 35mm.

CD-ROM ou DVD

Além dos elementos de referências tradicionais, que se acrescentem, quando disponíveis, as


seguintes informações:

descrição física: CD-ROM ou DVD, multimídia, cor, som, quantidades de suportes e disquetes
de instalação e material adicional;
descrição da tecnologia de acesso ao conteúdo: hardware (configuração mínima) e software
(sistema operacional) Windows, Macintosh etc.;
resumo do conteúdo ou tipo do documento jogos, material acadêmico, TCC etc.

Almanaque Abril: a enciclopédia em multimídia. 4. ed. São Paulo : Abril multimídia, [2002]. DVD.

8.2 Apresentação oral

Além do conhecimento do conteúdo a ser apresentado, para se ter uma boa apresentação
oral, deve-se haver a preocupação com alguns detalhes como: apresentação pessoal (roupas e
sapatos, cabelos, acessórios...), postura e linguagem utilizadas, recursos audiovisuais e de apoio,
cumprimento do tempo e outros.

Quanto à apresentação pessoal, o apresentador deve se preocupar com o tipo de roupa


(evita-se trajes muito coloridos, despojados ou formais demais). As mulheres devem cuidar com os
modelos muito justos e decotados e com o excesso de acessórios (brincos, pulseiras e outros). Os
cabelos, barba (homens) e unhas merecem atenção especial.

Para que sua apresentação oral seja bem-sucedida, fique atento às dez regras básicas para
apresentação oral:

Antes de iniciar sua apresentação, respire bem e procure deixar o corpo relaxado;
Pesquise, estude, enfim, prepare-se bem e com antecedência. É mais fácil ser convincente
quando se domina o assunto;
Cumprimente a platéia;
Transmita confiança aos seus ouvintes. Mostre firmeza e determinação. Fale com entusiasmo;
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Não decore sua apresentação. Fale de forma espontânea;


Exponha o assunto de maneira clara e objetiva, sem repetições;
Ao elaborar sua apresentação, observe inicialmente o público que o assistirá. Escreva para ele e
de acordo com ele;
Evite gírias, expressões vulgares, cacoetes e piadas;
Não use termos que denotem intimidade com o público, tais como: meu coração, minha querida;
Não perca a oportunidade de falar. A prática e o exercício é que lhe proporcionarão confiança.

Os recursos audiovisuais e de apoio como slides, transparências em retro-projetores, vídeos,


cartazes, painéis, e outros, devem ser utilizados quando forem ilustrar a apresentação oral.

Deve-se organizar o conteúdo que se quer enfatizar ou expor visualmente e preparar


antecipadamente o material. Para os recursos já prontos (vídeos) deve-se verificar a qualidade dos
mesmos e também o tempo duração para não ultrapassar o tempo total da apresentação.

A apresentação de alguns trabalhos acadêmicos exige o cumprimento do tempo. Por isso,


seguem abaixo algumas dicas de distribuição do tempo:

Introdução: 15% do tempo - Nesse tempo devem ser apresentados o tema e o(s) objetivo(s) de
maneira clara e direta.
Corpo do trabalho: 75% do tempo. Nesse tempo deve ser feita a apresentação total da pesquisa,
como também dos fundamentos bibliográficos diretamente ligados ao tema.
Conclusão: 10% do tempo. Nesse período deve ser feito um fechamento da pesquisa, reforçando
a idéia central do trabalho e as principais conclusões.

9 TEXTO CIENTÍFICO

9.1 Características

Pode-se destacar como características do texto técnico-científico as seguintes:

O texto científico será sempre técnico.

O texto científico sempre aborda temas referentes às ciências, fazendo uso de suas
terminologias, objetivando comprovar verdades científicas.

O texto técnico/científico objetiva transmitir ao leitor informação verdadeira, já comprovada


cientificamente ou passiva de comprovação. Transmite mensagem racional e exige do receptor
percepção intelectual lógica. Apresenta maior caráter de objetividade.

Nas obras didáticas, nas correspondências oficiais e judiciais, nos manuais de instrução,
relatórios, teses e monografias, o autor emprega a palavra como simples instrumento de
transmissão de idéias. Assim, as palavras têm sentido lógico pois são dirigidas à inteligência do
receptor. Elas têm valor denotativo. Isso possibilita a substituição das palavras por sinônimos,
sem alterar o sentido da mensagem.

É empregada a linguagem técnica ou científica em seu nível padrão ou culto, em decorrência do


quê, há o total respeito às regras gramaticais. A linguagem é simples, direta, objetiva.
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Das características mencionadas resulta o estilo técnico, que deixa de lado o feitio artístico da
frase. A denotação, a objetividade, a simplicidade, a formalidade, a precisão, a clareza, a
cortesia, a coerência e a harmonia são características predominantes do estilo técnico.

9.2 Etapas da construção do texto

9.2.1 Idéias-chave e palavras-chave

Muita gente, pouco emprego


Os megaproblemas das grandes cidades

A população das megacidades cresce muito mais depressa do que sua capacidade de prover
empregos e fornecer serviços decentes a seus novos moradores. O fenômeno, detectado no relatório
da ONU sobre a população, é tanto mais grave porque atinge em cheio justamente os países mais
pobres. Das dez megacidades do ano 2000, sete estarão fincadas no Terceiro Mundo. As pessoas
saem do campo para as cidades por uma razão tão antiga quanto a Revolução Industrial: querem
melhorar de vida. Mesmo apinhadas em periferias e favelas, suas chances de prosperar são maiores
do que na área rural. As cidades, escreveu o historiador Lewis Mumford, são o lugar certo para
multiplicar oportunidades .

A típica explosão urbana é a registrada em várias cidades da África e da Índia, que dobram
de população a cada doze anos e não dão conta da demanda por emprego, educação e saneamento.
Karachi, no Paquistão, com 8,4 milhões de habitantes, quase nada investe em sua rede de esgotos
desde 1962. Mesmo as que crescem a uma taxa menos selvagem, como a Cidade do México, tem
pela frente seus megaproblemas. A poluição produzida pelos milhões de veículos e 35 000 fábricas
da capital mexicana, por exemplo, pode chegar, como em fevereiro passado, a um nível quatro
vezes além do ponto em que o ar é considerado seguro em países desenvolvidos.

Ainda que todos os prognósticos sejam pessimistas, não se deve desprezar a capacidade de
as megacidades encontrarem soluções até para seus piores desastres. A mobilização da população
da capital mexicana em 1985 para reconstruir partes da cidade arrasadas por um violentíssimo
terremoto evitou o pior e mostrou que as mobilizações coletivas podem driblar o apocalipse
anunciado para as megalópoles.

Título palavras-chave (grandes cidades e megaproblemas) idéias-chave.

Idéias-chave:

1°. parágrafo: Os países pobres são os que terão mais problemas para resolver no ano 2000.
2º. parágrafo: As cidades dos países pobres crescem desordenadamente.
3°. parágrafo: As megacidades pobres podem encontrar soluções para seus problemas.

Síntese a partir das idéias-chave:

As megacidades no ano 2000 irão enfrentar muitos problemas. As cidades dos países pobres
são as que mais sofrerão devido ao crescimento desordenado de sua população e à poluição. Mas
isso não significa o caos absoluto, pois essas metrópoles do Terceiro Mundo têm capacidade para
resolver esses e outros problemas.
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Dicas para uma boa leitura:

1. procurar as palavras-chave e/ ou as idéias-chave do texto;


2. se o levantamento for só de palavras-chave, procurar as informações que elas trazem;
3. se o levantamento for de idéias-chave, sublinhá-las e depois resumi-las de forma pessoal;
4. elaborar um gráfico ou um esquema para o texto;
5. sintetizar o texto dando um bom encadeamento às idéias.

TEXTO l

Leia e o texto e faça as atividades propostas.

Pesquisa

Pesquisa é uma palavra que nos veio do espanhol. Este por sua vez herdou-a do latim. Havia
em latim o verbo perquiro, que significava procurar; buscar com cuidado; procurar por toda parte;
informar-se; inquirir; perguntar; indagar bem, aprofundar na busca . O particípio passado desse
verbo latino era perquisitum. Por alguma lei da fonética histórica, o primeiro R se transformou em S
na passagem do latim para o espanhol, dando o verbo pesquisar que conhecemos hoje. Perceba que
os significados desse verbo em latim insistem na idéia de uma busca feita com cuidado e
profundidade. Nada a ver, portanto, com trabalhos superficiais, feitos só para dar nota .

Quando você, pensando em alugar uma casa, abre a página de classificados do jornal e sai
marcando os anúncios que lhe interessam está fazendo uma pesquisa.

Quando quer comprar um televisor e sai pelo comércio anotando tamanho, modelo, marca e
preço, para depois comparar e se decidir está fazendo pesquisa.

Quando você quer dar um presente de aniversário a um amigo e telefone para a mulher dele
perguntando o que poderia agradá-lo está fazendo pesquisa.

É mesmo difícil imaginar qualquer ação humana que não seja precedida por algum tipo de
investigação. A simples consulta ao relógio para ver que horas são, ou a espiada para fora da janela
para observar o tempo que está fazendo, ou a batidinha na porta do banheiro para saber se tem gente
dentro... Todos esses gestos são rudimentos de pesquisa.

Mas é claro que não é dessa pesquisa rudimentar que vamos nos ocupar aqui. A pesquisa
que nos interessa é pesquisa científica, isto é: a investigação feita com o objetivo expresso de obter
conhecimento específico e estruturado sobre um assunto preciso.

Parece sério, não é? E é mesmo. A pesquisa é, simplesmente, o fundamento de toda e


qualquer ciência digna deste nome. Quando alguém vier lhe falar de alguma ciência , portanto,
fique logo atento e procure saber quais foram os últimos avanços conseguidos por essa ciência. Se
não houve avanços é porque não houve pesquisa e se não houve pesquisa é porque não é ciência.

Compare, por exemplo, um livro de astronomia do final do século passado com um livro de
astronomia dos dias de hoje. Muita coisa terá mudado: novos conceitos, novas descobertas, novas
explicações para fenômenos antes misteriosos... Faça o mesmo com um livro astrologia. Nada
mudou de lá para cá! São as mesmas interpretações para os mesmos signos, as mesmas fórmulas
fixas para explicar as influências dos astros. Aliás, quanto mais antiga e tradicional for a
explicação , melhor. Qual das duas então é uma ciência?
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Sem pesquisa não há ciência, muito menos tecnologia. Todas as grandes empresas do mundo
de hoje possuem departamentos chamados Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Os departamentos de P&D estão sempre tentando dar um passo à frente para a obtenção de
novos produtos que respondam melhor às exigências cada vez maiores dos consumidores ou,
simplesmente, que permitam vencer a concorrência das outras empresas.

As indústrias farmacêuticas vivem à procura de novos medicamentos mais eficazes contra


doenças velhas e novas (e rezamos para que consigam!). As montadoras de automóveis querem
produzir carros mais econômicos, menos poluentes, mais seguros. A informática não pára de nos
assustar com seus computadores cada dia mais rápidos, com maior capacidade de memória, com
programas mais eficientes.

Uma porcentagem significativa dos lucros dessas empresas é destinada à P&D. Nesses
departamentos existem laboratórios ultramodernos, pistas de testes (quando é o caso), campos de
aplicação experimental, oficinas para montagem de protótipos etc. Neles trabalham técnicos e
cientistas altamente preparados.

Se não houvesse pesquisa, todas as grandes invenções e descobertas científicas não teriam
acontecido. A velha história da maçã caindo na cabeça de Newton e fazendo-o descobrir a lei da
gravidade não passa de conversa para boi dormir. Se a queda da maçã fez Newton pensar na
gravidade, é porque ele já vinha ruminando, refletindo, pesquisando acerca do fenômeno.

Nas universidades, também, a pesquisa é muito importante.[...] Afinal, a universidade não


pode ser apenas um depósito do conhecimento acumulado ao longo dos séculos. Ela tem de ser
também uma fábrica de conhecimento novo. E esse conhecimento novo só se consegue...
pesquisando.[...]

BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é, como se faz. Edições Loyola: São Paulo, 1998. p.
16-20.

a) Apresente as palavras-chave relativas a cada parágrafo do texto.


b) Apresente as idéias-chave relativas a cada parágrafo do texto.
c) Elabore um esquema, organograma ou teia com as palavras-chave do texto.
d) Sintetize o texto a partir das idéias-chave de cada parágrafo.

9.2.2 Coesão e coerência

Pode-se escrever um texto coeso sem ser coerente. Por exemplo:

Os problemas de um povo têm de ser resolvidos pelo presidente. Este deve ter ideais muito
elevados. Esses ideais se concretizarão durante a vigência de seu mandato. O seu mandato deve ser
respeitado por todos.

A coerência exige uma concatenação perfeita entre as diversas frases, sempre em busca de
uma unidade de sentido. Você não pode dizer, por exemplo, numa frase, que o desarmamento da
população pode contribuir para diminuir a violência , e, na seguinte, escrever: Além disso, o
desemprego tem aumentado substancialmente . É flagrante a incoerência existente entre elas.

O texto abaixo é coeso e coerente:


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Ulysses era impressionante sob vários aspectos, o primeiro e mais óbvio dos quais era a
própria figura. Contemplado de perto, cara a cara, ele tinha a oferecer o contraste entre as longas
pálpebras, que subiam e desciam pesadas como cortinas de ferro, e os olhos claríssimos, de um azul
leve como o ar. As pálpebras anunciavam profundezas insondáveis. Quando ele as abria parecia
estar chegando de regiões inacessíveis, a região dentro de si onde guardava sua força.

Roberto Pompeu se utiliza de recursos para manter a coesão dentro de cada frase:

l. na primeira frase, vários aspectos projeta o texto para adiante. A palavra aspectos é retomada
pelo segmento o primeiro e mais óbvio dos quais era a própria figura;

2. na segunda frase, o pronome relativo que retoma as longas pálpebras: que (as quais) subiam e
desciam;
3. na última frase:

o relativo onde mantém o elo coesivo com a região dentro de si onde (na qual) guardava sua força;
e os pronomes si (dentro de si) e sua (sua força) reportam-se ao sujeito ele de quando ele as abria.

Agora é preciso ver como se realiza a coesão de frase para frase:

1. o ele da segunda frase retoma o nome Ulysses, enunciado logo no início da primeira;
2. as pálpebras da terceira frase retoma as longas pálpebras da segunda;
3. na última frase, o sujeito ele (quando ele as abria) refere-se mais uma vez a Ulysses e o pronome
as retoma pálpebras da frase anterior.

Em nenhum momento, o autor da reportagem se desvia do assunto (Ulysses Guimarães)


porque se mantém atento à coesão.

9.2.2.1 Recursos de coesão

Para escrever de forma coesa, há uma série de recursos, como:

a. Epítetos: palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa. No exemplo abaixo Glauber Rocha foi
substituído pelo qualificativo o cineasta mais famoso do cinema brasileiro.
Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema
brasileiro tenha morrido tão cedo.

b. Palavras ou expressões sinônimas ou quase-sinônimas:


Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor em sua época. Houve telas que
serviram até de porta de galinheiro.

c. Repetição de uma palavra: pode-se repetir uma palavra quando não for possível substituí-la por
outra. Exemplo:
A propaganda, seja ela comercial ou ideológica, está sempre ligada aos objetivos e aos
interesses da classe dominante. Essa ligação, no entanto, é ocultada por uma inversão: a
propaganda sempre mostra que quem sai ganhando com o consumo de tal ou qual produto ou idéia
não é o dono da empresa, nem os representantes do sistema, mas, sim, o consumidor.

d. Um termo-síntese: a palavra limitações sintetiza o que foi dito antes. Exemplo:


O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um sem-número de papéis.
Depois, pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitações acabam prejudicando o importador.
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e. Pronomes
O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam muito com a
educação integral.
Aquele político deve ter um discurso muito convincente. Ele já foi eleito seis vezes.
Há uma grande diferença entre Paulo e Maurício. Este guarda rancor de todos, enquanto
aquele tende a perdoar.

f. Numerais
Não se pode dizer que toda a turma esteja mal preparada. Um terço pelo menos parece
estar dominando o assunto.
Foram recebidos dois e-mails. O primeiro confirmava a sua chegada; o segundo dizia
justamente o contrário.

g. Advérbios pronominais (aqui, ali, lá, aí)


Não se pode deixar de ir ao Louvre. Lá está a obra-prima de Leonardo da Vinci: Mona
Lisa .

h. Elipse
O ministro foi o primeiro a chegar. (Ele) Abriu a sessão às oito em ponto e (ele) fez então
seu discurso emocionado.

i. Repetição do nome próprio (ou parte dele)


Manuel da Silva Peixoto foi um dos ganhadores do maior prêmio da loto. Peixoto disse
que ia gastar todo o dinheiro na compra de uma fazenda e em viagens ao exterior.
Lygia Fagundes Telles é uma das principais escritoras brasileiras da atualidade. Lygia é
autora de Antes do baile verde , um dos melhores livros de contos da literatura brasileira.

j. Associação: na associação, uma palavra retoma outra porque mantém com ela, em determinado
contexto, vínculos precisos de significação.
São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o trânsito,
provocando engarrafamentos de até 200 quilômetros.

EXERCÍCIOS:

l. Identifique no texto a seguir todos os termos que retomam as palavras sublinhadas:

As imagens ficarão gravadas como um raio na memória dos brasileiros. Na sétima volta do
Grande Prêmio de San Marino, no autódromo de Ímola, na Itália, Ayrton Senna passa direto pela
curva Tamburello, a 300 quilômetros por hora, e espatifa-se no muro de concreto. À lh40 da tarde,
hora do Brasil, um boletim médico do hospital Maggiore de Bolonha, para onde o piloto foi levado
de helicóptero, anunciou a morte cerebral de Ayrton Senna. Não havia mais nada a fazer. Ayrton
Senna da Silva, 34 anos, tricampeão de Fórmula 1, 41 vitórias de Grandes Prêmios, 65 pole
positions, um dos maiores fenômenos de todos os tempos no automobilismo, estava morto.

Ninguém simboliza melhor a comoção que tomou conta do mundo que a imagem de Alain
Prost, chorando num dos boxes de imola. Não era o choro de um torcedor, mas de um rival, o maior
de todos em dez anos de brigas dentro e fora das pistas, um alter ego de Ayrton Senna na Fórmula l.
Na manhã de domingo, minutos antes de entrar pela última vez no cockpit de sua Williams, Senna
encontrou-se com o ex-adversário, deu-lhe um tapinha nas costas e comentou: "Prost, você faz
falta". Horas mais tarde, cercado pelos jornalistas, o francês não conseguiu retribuir a gentileza.
"Estou consternado demais para falar", limitou-se a dizer, com lágrimas nos olhos.
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2. Utilizando os recursos de coesão, substitua os elementos repetidos (itálico) quando necessário:

A) O Brasil vive uma guerra civil diária e sem trégua. No Brasil, que se orgulha da índole pacífica e
hospitaleira de seu povo, a sociedade organizada ou não para esse fim promove a matança
impiedosa e fria de crianças e adolescentes. Pelo menos sete milhões de crianças e adolescentes,
segundo estudos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), vivem nas ruas das cidades
do Brasil.

B) Todos ficam sempre atentos quando se fala de mais um casamento de Elizabeth Taylor.
Casadoura inveterada, Elizabeth Taylor já está em seu oitavo casamento. Agora, diferentemente das
vezes anteriores, o casamento de Elizabeth Taylor foi com um homem do povo que Elizabeth
Taylor encontrou numa clínica para tratamento de alcoólatras, onde ela também estava. Com toda
pompa, o casamento foi realizado na casa do cantor Michael Jackson e a imprensa ficou proibida de
assistir ao casamento de Elizabeth Taylor com um homem do povo. Ninguém sabe se será o último
casamento de Elizabeth Taylor.

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A disciplina de Metodologia envolve um vasto conteúdo e não foi intenção desta apostila
abordá-lo em sua totalidade. Extraíram-se apenas alguns de seus aspectos fundamentais que serão
imprescindíveis para todo o indivíduo que adentra no ensino superior. São orientações básicas, mas
que nortearão a produção de trabalhos técnico-científicos em toda trajetória universitária do aluno.
A lista de referências a seguir contém a indicação de obras que permitem o aprofundamento dos
itens discutidos ao longo deste documento ou de outros que se façam necessários.

A atividade científica não ocorre de maneira produtiva sem o conhecimento e aplicação dos
métodos e técnicas da Metodologia. Neste sentido, a partir das recomendações para elaboração de
trabalhos técnico-científicos abordadas por este documento, a equipe de metodologia espera ter
avançado no sentido de orientar e facilitar a produção escrita da comunidade acadêmica da
Associação Educacional do Vale do Itajaí-Mirim ASSEVIM.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Maria M. Introdução à metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas,
1999.

APRESENTAÇÃO Oral. Portal do Espírito. Disponível em: <http://www.espirito.org.br/portal/


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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e


documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

______. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de


Janeiro, 2002.

______. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de


Janeiro, 2005.

CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Mackron
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Metodologia da Pesquisa Científica
Profª. Ms. Renata Silva e Profª.Ms. Elisabeth Penzlien Tafner

DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 5. ed. Campinas: Autores Associados, 2002.

DICAS para apresentação oral. Unicamp. Disponível em: <http://www.agr.unicamp.br/workpos/


dicas_apres_oral.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2003.

FIORIN, José L.; SAVIOLI, Francisco P. Para entender o texto: leitura e redação. 3. ed. São
Paulo: Ática, 1992.

FLORES, Lúcia L. et al. Redação: o texto técnico/científico e o texto literário. Florianópolis: Ed.
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GIL, Antônio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.

KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica. 19. ed. Petrópolis, RJ: Vozes,
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LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo:
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_______. Metodologia do trabalho científico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

LUCIANO, F. L. Metodologia científica e da pesquisa. Criciúma: Ed. do Autor, 2001.

MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos e resenhas. São
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Associação Educacional do Vale do Itajaí-Mirim, fev. 2004. (mimeo)

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VIANA, Antônio Carlos. (Coord.). Roteiro de redação: lendo e argumentando. São Paulo:
Scipione, 1998.

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