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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Pós-graduação em terapia cognitivo-comportamental - UNIP

Carolina Ribeiro Bezerra de Sousa


Psicóloga (USP)
Mestre em Psicologia Clínica (USP)
Aprimorada em Orientação Profissional (USP)
Psicóloga clínica de crianças, adolescentes e adultos desde 2008

Contato: carolina.rbs@gmail.com
TRABALHANDO COM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
COM DEPRESSÃO
Depressão em crianças e adolescentes

 Altamente provalente
 Brasil: incidência de 1 a 3% da população entre 0 a 17 anos
 Manifestações clínicas distintas
Depressão em crianças e adolescentes

 1975: Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA reconheceu a


existência da depressão em crianças e adolescentes
 1977: Kovács e Beck começam a e estudar a depressão infanto-
juvenil (Coutinho, 2001).
Depressão em crianças e adolescentes - explicação

 O modelo comportamental de depressão enfatiza o papel da


aprendizagem e das interações com o ambiente. A depressão é vista
como consequência da diminuição de comportamentos adaptados pelo
não reforçamento desses e um aumento na frequência de
comportamentos de esquiva.

 O modelo cognitivo atribui grande importância às cognições no


aparecimento e manutenção de quadros disfuncionais. As distorções de
pensamentos são fatores mediadores da depressão: a pessoa com
depressão apresenta uma visão extremamente negativa e deformante
de si mesmo, do mundo e do futuro.
Etiologia e Fatores de risco

 Vulnerabilidade biológica
• Genética
• Temperamento (inibição)

 Influência ambiental
• Experiências de condicionamento.
• Prática parental | estilo parental
• Psicopatologia dos pais: exposição a modelos
de comportamento não adaptativos.

 Fatores cognitivos
Conceitualização de caso – retomando aula passada

Problemas apresentados

Comportamental

Emocional
Cognitivo Humor

Fisiológico Interpessoal

(Friedberg e Mc Clure, 2019)


Sintomas

Humor deprimido ou triste


EMOCIONAL Irritabilidade
HUMOR Desesperança – desejo de morrer
Anedonia | tédio | apatia

Queixas somáticas: cefaléia, dor de estômago etc


FISIOLÓGICO Problemas com alimentação e sono (mudança de padrão)

Estilos cognitivos negativos e atribuições negativas (visão negativa sobre si


mesmo, os outros, as experiências e o futuro)
COGNITIVO Autocrítica exagerada
Atenção e concentração prejudicadas
Dificuldade para tomar decisão
Tristeza | choro frequente | culpa
Tentativa de suicídio
COMPORTAMENTO Agressão, briga, oposição
Agitação psicomotora OU desvitalização, cansaço e lentidão
Retração e isolamento social
Dificuldade para se relacionar | Falta de habilidades sociais
Rejeição e alvo de brincadeiras
INTERPESSOAL Diminuição no desempenho acadêmico
Baixa motivação
Medo do fracasso
Sintomas em adolescentes

 Alto grau de autoconsciência


 Risco aumentado para tentativas de suicídio
 Uso de drogas
 Dificuldades escolares | Evasão escolar
 Baixa autoestima
 Imagem corporal empobrecida
 Oscilações de humor
 Início mais lento do pensamento abstrato
 Retardo do início da puberdade
 Discussões
 Conflito aumentado com os pais
 Comorbidades psicopatológicas (ansiedade e abuso de substâncias)
Sintomas em crianças e adolescentes

“As amizades da criança são


importantes na avaliação e
no tratamento da depressão,
pois a falta de amizade é
um fator de risco para
sintomas depressivos, e há
evidências de que ter
amigos é um fator protetor”.

(Bukowski et al apud Friedberg e McClure, 2019)


Comorbidade

40%
Transtorno de
ansiedade 15% 15%
TOD TDAH
Fator de risco

Fator de risco mais


importante a ser
considerado é A PRESENÇA
DE DEPRESSÃO EM UM DOS
PAIS, pois a existência de
histórico familiar AUMENTA
EM PELO MENOS TRÊS VEZES
O RISCO DE A CRIANÇA
TAMBÉM DESENVOLVER O
TRANSTORNO.

(Bahls, 2002; Petersen & Wainer, 2011)


Diferenças de gênero

 Variam com a idade, com o desenvolvimento e com as diferenças


e expectativas culturais.
 Pré-púberes: prevalência semelhante entre meninas e meninos.
 Entre 12 e 15 anos: prevalência maior em meninas.
 Estilo cognitivo de ruminação mais prevalente em meninas.
Avaliação da depressão

 Múltiplas fontes
 Instrumentos de avaliação
• Entrevistas
• Inventários
Criança
 Avaliação multiprofissional
Adolescente

Outras
Pais
pessoas
significativas

Professores
Avaliação da depressão – escalas e inventários

 Inventário de Depressão para Criança (CDI – 2; Kovacs, 2010)


• versão longa e versão curta
• formulários de autorrelato, relato de pais e professores
• Aplicação pré-tratamento; durante o tratamento

 Escala de Classificação de Depressão para Crianças – Revisada (CDRS-R;


Poznanski et al, 1984)

 Formulário de autorrelato, relato de pais, irmãos e professores

 Escala da Juventude de Beck

 Inventário de Depressão Beck–II (BDI-II; Beck, 1996)

 Aplicação em adolescentes
Avaliação da depressão – escalas e inventários

Objetivos
 Avaliação (e mensuração)de sintomas
 Revelação de crenças; expressão de como vivenciam os sintomas – antes e durante o
curso terapêutico.
Como fazer?
 Desmembre os escores gerais em escores específicos, com escalas de fatores e itens
individuais; examine e compartilhe com a criança| adolescente e com seus pais para
debate
 Incorpore os resultados de inventários de autorrelato nas sessões de terapia
 Represente graficamente os escores e compartilhe com a criança | adolescentes e com
a família para avaliação do tratamento; construção de estratégias; fazer previsões.
Ainda
 Levanta percepção sobre seu comportamento | cognição | emoção; favorece o
autoconhecimento; melhora as habilidades de automonitoramento; possibilita aprender
maneiras mais objetivas de avaliar objetivamente seu humor (inclusive, pelo contraste
com a observação do psicólogo).
Entrevista semi estruturada - entrevistas

Criança | Adolescente Pais


 Informações sobre atividades e interesses  Informações sobre atividades e interesses
 Informações sobre rotina  Informações sobre rotina

 Informações sobre relação com os  Informações sobre relação com os familiares


familiares  Informações sobre a escola
 Informações sobre a escola  Informações sobre relacionamento com pares
 Informações sobre relacionamento com  Fontes de gratificação (quais são os
pares | amizades reforçadores para a criança)
 Observação do comportamento  Recursos e comportamentos da criança

 O que a criança | adolescente enxerga  Queixa principal


como problema? o Início do problema
o Estratégias realizadas pelos pais para
 Como a criança | adolescente concebe a resolver a queixa e resultado delas
queixa apresentada pelos pais? o Variáveis orgânicas potencialmente
relacionadas à queixa
o Expectativas dos pais quanto à terapia
o Escalas comportamentais
Entrevista semi estruturada - entrevistas

 Sintomas: FREQUÊNCIA, INTENSIDADE, DURAÇÃO,


PREJUÍZO, SOFRIMENTO
 Antecedentes e consequentes
 Contexto em que aparecem
Tratamento – como escolher a intervenção?

 Idade
 Nível de desenvolvimento cognitivo (linguagem e
pensamento)
 Gravidade da depressão (nível de sofrimento,
motivação, desesperança)
 Habilidades já existentes da criança | adolescente
 Risco de autolesão e suicídio
Tratamento
Ideação suicida

 O suicídio atinge seu pico na metade da adolescência.


 Terceira causa de morte entre jovens.
 Entre 16 e 30% dos jovens clinicamente encaminhados para atendimento que
pensavam em se matar, realmente tentaram o suicídio (Kovacs et al, 1993).
 Mais de 50% dos que tentaram suicídio, o fez outra vez.
 Suicídio: estratégia de resolução de problema mal-adaptativa.
 Intervenção: empatia com o sofrimento, compreensão da situação atual e
limitações decorrentes, ensinamento de habilidades de enfrentamento mais
adequadas.
Ideação suicida

 Avaliação
• Na primeira sessão.
• Independente do relato do paciente em inventários|questionários.
• Pergunte sobre a frequência, intensidade, duração da ideação suicida.
• Não se limitar a falas explícitas: avaliar processamento cognitivo implícito
(desesperança, afeto limitado, retraimento durante as sessões, sentido de
futuro abreviado, doação de pertencer etc).
• Para avaliar o risco: intenção, letalidade, acessibilidade do método, histórico
de tentativas.
• Presença de comportamento autolesivo é sinal de perigo.
• Avaliar o que impediu que, em vezes passadas, não cometesse o suicídio.
Ideação suicida

Alguma vez você já


pensou em se ferir ou se
matar? Quando você
intencionalmente se
machucou?

Com que frequência


você pensa em se
machucar?
Quanto tempo esses Você já desejou não
pensamentos duram? mais viver?

O que tentaria fazer


para se ferir?
Suicídio – avaliação em crianças e adolescentes

Atividade
Intervenções comportamentais para depressão

1. Cronograma de atividades prazerosas

Objetivo
• Proporcionar reforçadores positivos
• Reduzir anedonia e desvitalização
• Ampliar repertório
• Proporcionar senso de realização
• Favorecer a exposição e a confrontação de pensamentos automáticos
• Mostrar que sentimentos depressivos são temporários e variáveis – contra a desesperança
Como fazer?
• Efetuar lista de atividades (pista: o que fazia, antes da depressão, para se divertir?)
• Definir periodicidade e duração - calendário
• Classificar e registrar os sentimentos antes e após a conclusão da atividade programada
• Identificar e registrar os pensamentos antes e após a conclusão da atividade programada
Intervenções comportamentais para depressão

2. Ativação comportamental
• Paradigma psicoterapêutico estruturado e breve
• Incorpora elementos do cronograma de atividades prazerosas, entrevista motivacional
e resolução de problemas
• Entrevista motivacional: balança decisional
• Planilha 2X 2: prós e contras de mudar seu comportamento e de mantê-lo
Intervenções comportamentais para depressão

3. Treinamento de habilidades sociais

Objetivo
• Desenvolver habilidades para iniciar e manter interações sociais
• Aumentar a autoconfiança

Como fazer?
• Ensinar a fazer perguntas, a responder às perguntas dos outros e a compartilhar
interesses
• Instrução direta, modelagem, modelação
• Role-playing
Intervenções comportamentais para depressão

4. Treino de resolução de problemas

Objetivo
• Construir habilidades para gerar soluções para os problemas enfrentados e favorecer
tomadas de decisão
• Aumentar a autoconfiança, o senso de capacidade e a autonomia para lidar com
dificuldades; além de diminuir a desesperança

Como fazer?
• Definir e formular, junto à criança ou adolescente, o problema
• Gerar diferentes soluções e avaliar a efetividade delas
• Tomar decisão
• Colocar em prática a solução e verificar resultado
• Para crianças: distanciá-la da situação, indagando como outras pessoas (ou personagens)
modelos de comportamento fariam frente ao problema.
Intervenções comportamentais para depressão

4. Desafios de automonitoramento

Objetivo
• Identificação (percepção e expressão) de sentimentos, pensamentos e comportamentos,
de modo a preparar o caminho para técnicas de autoinstrução e análise racional.

Como fazer?
• Registros e diários de sentimentos (p.ex. momento em que ocorre o comportamento
aberto – chorar – e o comportamento encoberto – pensamento/sentimento).
• Monitoramento do humor durante as sessões
Intervenções comportamentais para depressão

5. Identificando a distorção

Objetivo
• Identificação dos padrões de distorções (p.ex. catastrofização, generalização
excessiva, tudo ou nada, filtro mental, raciocínio emocional, personalização, imperativo
tem etc.) e o contexto em que aparecem (p.ex. assuntos acadêmicos, relacionamentos
etc).
• Previsão e planejamento.

Como fazer?
• Registros – incluir, além dos pensamentos automáticos, as distorções cognitivas
embutidas.
• Mostrar a recorrência (o padrão) e conduzir o paciente a se questionar.
Intervenções comportamentais para depressão

6. Abordagens autoinstrutivas

Objetivo
• Identificar pensamentos positivos a respeito de si mesmo que encorajarão a criança ou
adolescente para enfrentamento.

Como fazer?
• Atividade mobilizadora: Arca do Tesouro
Intervenções cognitivas para depressão

7. Técnicas de análise racional: Reatribuição

Objetivo
• Ajudar crianças e adolescentes a verem sua responsabilidade de forma mais exata e
estimulá-los a verificarem explicações alternativas.

Como fazer?
• Atividade mobilizadora: Pizza de Responsabilidade: criar uma lista de todos os fatores
que podem ter contribuído para um determinado acontecimento. Em seguida, atribui-se
a cada fator uma porção da pizza que representa o quanto ele contribuiu para o
resultado geral.
Intervenções cognitivas para depressão

7. Técnicas de análise racional: teste de hipóteses

Objetivo
• Conduzir experiências para examinar evidências, testar previsões e tirar conclusões
mais realistas.

Como fazer?
• Colher evidências a favor e contra pensamentos automáticos e examinar mudanças nos
sentimentos e pensamentos.
• Atividade mobilizadora: Detetive particular
Intervenções cognitivas para depressão

7. Técnicas de análise racional: técnicas de continuum

Objetivo
• Diminuir o pensamento “tudo ou nada”

Como fazer?
• Criar uma linha com dois extremos, cada um identificado com a questão que o
adolescente apresenta.
TRABALHANDO COM
CRIANÇAS E
ADOLESCENTES COM
ANSIEDADE
Sobre a ansiedade

 A resposta de ansiedade foi evolutivamente selecionada com o intuito


de autopreservação.
 Ela é complexa e envolve componentes cognitivos, ficiológicos e
comportamentais:
• O componente cognitivo envolve a avaliação de situações e eventos de risco.
• O componente fisiológico prepara o corpo para a ação de luta ou fuga.
• O componente comportamental ajuda o indivíduo a antecipar e evitar um
perigo futuro.

(Stallard, 2009)
Ansiedade em crianças e adolescentes - explicação

 A ansiedade é um transtorno multifatorial que se destaca na atualidade como


consequência do mundo agitado, cheio de tensões e excesso de estímulos e
cobranças.

 Em termos gerais é entendida como um sentimento vago e desagradável de


medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de
antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho.

 Mecanismos cognitivos, motivacionais, afetivos ou emocionais e


comportamentais são ativados juntamente com as respostas fisiológicas e é
nesse conjunto de modificações emocionais e físicas é queencontramos a base
dos transtornos de ansiedade

(Caíres & Shinohara, 2010; Castillo et al, 2000 Sousa, et al., 2012)
Transtorno de Ansiedade em crianças e adolescentes

 Altamente prevalente: maior grupo de problemas


de saúde mental na infância.

 Efeito significativo no funcionamento diário,


criando impacto na trajetória de desenvolvimento
e interferir na capacidade de aprendizagem, no
desenvolvimento de amizades e nas relações
familiares.

 Muitos transtornos de ansiedade são persistentes


e, se não tratados, aumentam a probabilidade
de problemas na idade adulta.

(Stallard, 2009)
Transtorno de Ansiedade em crianças e adolescentes

 Preocupações são comuns em crianças: fazem parte do desenvolvimento normal.


 O foco das preocupações se altera ao longo da infância (questões de
desenvolviemnto)
 Então, o que difere crianças encaminhadas de crianças não encaminhadas para
atendimento clínico ?

Morte
Medo de escuro e (si mesmo e seus Saúde
de animais pais) (si mesmo e de seus
pais)

Medo de se Desempenho
separar dos pais escolar

Ruídos, pessoas
estranhas Contatos Sociais
Etiologia e Fatores de risco

 Vulnerabilidade biológica
• Genética
• Temperamento (inibição)

 Influência ambiental
• Experiências de condicionamento.
• Prática parental | estilo parental
• Psicopatologia dos pais: exposição a modelos
de comportamento não adaptativos.

 Fatores cognitivos
Tipos de Transtorno de Ansiedade (DSM x CID)

 No DSM não há categorias específicas para transtornos de ansiedade na


infância, exceto pela ansiedade de separação.

 A CID poussui um sessão específica para transtornos com início na infância


• Transtorno de Ansiedade de Separação
• Transtorno de Ansiedade Fóbica
• Transtorno de Ansiedade Social

• Transtornos Neuróticos Somatoformes: fobia social, transtorno do pânico e


transtorno de ansiedade generalizada

• Transtorno obssessivo-compulsivo (TOC)


• Trasntorno de estresse pós-traumático (TEPT)
Conceitualização de caso – retomando aula passada

Problemas apresentados

Comportamental

Emocional
Cognitivo Humor

Fisiológico Interpessoal

(Friedberg e Mc Clure, 2019)


Sintomas

Preocupação | apreensão
EMOCIONAL Pânico
HUMOR Medo
Irritabilidade

Queixas somáticas: sudorese, tontura, vertigem, tensão muscular, desconforto


estomacal, frequências cardíacas aumentadas, dispneia e irregularidades
FISIOLÓGICO intestinais.
Problemas com sono

Previsões e expectativas catastróficas


Lentidão cognitiva (sobrecarga cognitiva)
COGNITIVO Dificuldade de concentração
Crença de perda de controle

Evitação
Roer as unhas, chupar o dedo
COMPORTAMENTO Compulsão
Hipervigilância | estado de alerta
Distração | inquietação

Inibição
Hipersensibilidade à potencial avaliação negativa | críticas | constrangimentos
INTERPESSOAL Necessidade de aprovação
Etiologia e Fatores de risco

 Vulnerabilidade biológica
• Genética
• Temperamento (inibição)

 Influência ambiental
• Experiências de condicionamento.
• Prática parental | estilo parental restritivo:
controle, proteção excessiva – incentivam
esquiva e limitam a autonomia.
• Psicopatologia dos pais: exposição a modelos
de comportamento não adaptativos.

 Fatores cognitivos
Ansiedade em crianças – manifestações mais comuns

 Ansiedade de separação: É o medo ou a ansiedade excessivos envolvendo a separação de casa


ou de figuras de apego. A ansiedade excede o esperado com relação ao estágio de
desenvolvimento do indivíduo; vivenciam sofrimento excessivo e recorrente ante a ocorrência ou
previsão de afastamento de casa ou de figuras importantes de apego; se preocupam com o
bem-estar ou a morte de figuras de apego, particularmente quando separados delas, precisam
saber o paradeiro das suas figuras de apego e querem ficar em contato com elas; se preocupam
com eventos indesejados consigo mesmos, como perder-se, ser sequestrado ou sofrer um acidente,
que os impediriam de se reunir à sua figura importante de apego.

 Mutismo seletivo: Ao se encontrarem com outros indivíduos em interações sociais, as crianças com
mutismo sele- tivo não iniciam a conversa ou respondem reciprocamente quando os outros falam
com elas. O fracasso na fala ocorre em interações sociais com crianças ou adultos.
Ansiedade em crianças – manifestações mais comuns

 Fobia específica: Uma característica essencial desse transtorno é que o medo ou ansiedade está
circunscrito à presença de uma situação ou objeto particular, que pode ser denominado estímulo
fóbico. As categorias das situações ou objetos temidos são apresentadas como especificadores.
Muitos indivíduos temem objetos ou situações de mais de uma categoria, ou estímulo fóbico. Para
o diagnóstico de fobia específica, a resposta deve ser diferente dos medos normais transitórios
que comumente ocorrem na população.

 Transtorno de ansiedade social (Fobia Social): Medo ou ansiedade acentua- dos ou intensos de
situações sociais nas quais o indivíduo pode ser avaliado pelos outros. Em crianças, o medo ou
ansiedade deve ocorrer em contextos com os pares, e não apenas durante interações com
adultos. Quando exposto a essas situações sociais, o indivíduo tem medo de ser avaliado
negativamente. Ele tem a preocupação de que será julgado como ansioso, débil, maluco,
estúpido, enfadonho, amedrontado, sujo ou desagradável. O indivíduo teme agir ou aparecer de
certa forma ou demonstrar sintomas de ansiedade, tais como ruborizar, tremer, transpirar,
tropeçar nas palavras, que serão avaliados negativamente pelos demais.
Diferenças de gênero

 Estudos comunitários: maior prevalência em meninas


 Estudos clínicos: prevalência semelhante entre meninas e meninos
• Meninas são socializadas para serem emocionalmente mais expressivas do
que meninos
• Maior tolerância social aos sintomas de ansiedade nas meninas
• Quando encaminhadas para tratamento, é porque apresentam níveis elevados
de ansiedade
Avaliação da ansiedade

 Avaliação multiprofissional
 Múltiplas fontes
 Instrumentos de avaliação
• Entrevistas Criança
• Inventários Adolescente

Outras
Pais
pessoas
significativas

Professores
Avaliação da ansiedade – escalas e inventários

 Escala de Ansiedade Manifesta para Crianças Revisdaa 2 (RCMAS-2;


Reynolds & Richmond, 2008)

 Escala de Ansiedade Multidimensional para Crianças (MASC-2)

 Escala de Beck para Ansiedade da Juventude (BYAS-2; Beck et al, 2005)


Tratamento
Tratamento - ansiedade

1. Desafios de automonitoramento

Objetivo
• Identificação (percepção e expressão) de sentimentos, pensamentos e
comportamentos

Como fazer?
• Classificações de Unidades Subjetivas de Sofrimento
• Trilhos dos Meus Medos (metáfora do trem, descarrilamento)
• Termômetro do medo (escala de graduação)
Tratamento - ansiedade

2. Treinamento de relaxamento

Especialmente indicado para crianças com queixas


somáticas
Requer que as crianças se concentrem na
respiração e tensão muscular
Tratamento - ansiedade

3. Dessensibilização sistemática

• Identificar do medo
• Criar hierarquia (1 a 10)
• Aproximação sucessiva do item mais baixo da hierarquia para o mais alto
• Relatar, de modo detalhado, aspectos fisiológicos, de humor, comportamentais,
cognitivos e interpessoais de seu medo
• Usar técnicas de relaxamento corporal e/ou imagens positivas
Tratamento - ansiedade

4. Treinamento de habilidades sociais

Objetivo
• Desenvolver habilidades para iniciar e manter interações sociais
• Permitir exposição
• Aumentar a autoconfiança

Como fazer?
• Ensinar a fazer perguntas, a responder às perguntas dos outros e a
compartilhar interesses
• Instrução direta, modelagem, modelação
• Role-playing
Tratamento - ansiedade

5. Autocontrole cognitivo

Objetivo
• Construir pensamentos de enfrentamento que desafiem crenças associadas a
seus sentimentos de ansiedade

Como fazer?
• Responder ao Medo
• Se o pior acontecer
Tratamento - ansiedade

5. Exposição

Objetivo
• Aumentar o autocontrole e a autoeficácia
• Aprender novos comportamentos
• Romper com a evitação vivencial disfuncional
• Ensinar crianças e adolescentes a se aproximar das emoções negativas (medo,
estresse, angústia), em vez de evitá-las – acolher, aceitar e mudar
• Trabalhar de forma gradual – exposição imaginária, exposição simulada
(teatro) , itens mais baixos da escala de hierarquia de medos.

Como fazer?
Criar oportunidades de exposição
Recursos adicionais - Aplicativo
Recursos adicionais - Livros
Recursos adicionais - Livros
Recursos adicionais – Brinquedos
Recursos adicionais – Brinquedos
TRABALHANDO COM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
COM TDAH
TDAH

É um transtorno neurobiológico que aparece na infância


e que na maioria dos casos acompanha o indivíduo por
toda a vida
Se caracteriza pela combinação de sintomas de
desatenção, hiperatividade (inquietude motora) e
impulsividade
A apresentação predominantemente desatenta
conhecida por muitos como DDA (Distúrbio do Déficit de
Atenção)
Diagnóstico

Crianças: apresentar seis ou mais desses sintomas por mais de seis meses antes de ser feito o
diagnóstico
Adultos ou adolescentes (com mais de 17 anos): apresentar apenas cinco sintomas
Fatores genéticos

 Tem papel bastante relevante na origem do TDAH

 As pesquisas são concordantes e mostram que a


prevalência de TDAH é bem maior em filhos e familiares
de pessoas com TDAH em relação a pessoas sem o
problemae que a herdabilidade média do TDAH é
estimada em 76%.
Fatores ambientais

 Baixo peso ao nascer (menos de 1.500 g) confere um risco 2 a 3 vezes maior


para TDAH, embora a maioria das crianças que nascem com baixo peso não
desenvolva o transtorno.

 Embora o TDAH esteja correlacionado com tabagismo na gestação, parte dessa


associação reflete um risco genético comum.

 Pode haver história de abuso infantil, negligência, múltiplos lares adotivos,


exposição a neurotoxinas (chumbo), infecções (por exemplo: encefalite) ou
exposição ao álcool durante a gestação.

 Exposição a toxinas ambientais foi correlacionada com o TDAH subsequente,


embora ainda não se saiba se tais associações são causais
Comprometimento

Comprometimento
Dificuldade em
da sua atenção iniciar tarefas
sustentada

Empobrecimento Dificuldade na
da estimativa de alternância de
tempo tarefas

Problemas de Inquietação,
planejamento e agressividade ou
pouco insight labilidade
motivacional
Avaliação do TDAH – escalas e inventários
Outros problemas de aprendizagem:
Transtorno da Leitura

 O Transtorno da Leitura, também conhecido como dislexia, é um transtorno caracterizado


por uma dificuldade específica em compreender palavras escritas. Dessa forma, pode-se
afirmar que se trata de um transtorno específico das habilidades de leitura, que sob
nenhuma hipótese está relacionado à idade mental, problemas de acuidade visual ou baixo
nível de escolaridade. 6
 O DSM-V classifica como critérios diagnósticos para o Transtorno da Leitura:
• Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta e com esforço (p. ex., lê palavras isoladas
em voz alta, de forma incorreta ou lenta e hesitante, frequentemente adivinha palavras,
tem dificuldade de soletrá-las).
• Dificuldade para compreender o sentido do que é lido (p. ex., pode ler o texto com
precisão, mas não compreende a seqüência, as relações, as inferências ou os sentidos mais
profundos do que é lido).
Outros problemas de aprendizagem:
Transtorno da Matemática

 O Transtorno da Matemática, também conhecido como discalculia, não é relacionado à ausência de habilidades
matemáticas básicas, como contagem, e sim, na forma com que a criança associa essas habilidades com o mundo que
a cerca. A aquisição de conceitos matemáticos e outras atividades que exigem raciocínio são afetadas neste
transtorno, cuja baixa capacidade para manejar números e conceitos matemáticos não é originada por uma lesão ou
outra causa orgânica.7 Em geral, o Transtorno da Matemática é encontrado em combinação com o Transtorno da
Leitura ou Transtorno da Expressão Escrita.

 O Transtorno da Matemática, segundo o DSM-V, é caracterizado por:

 • Dificuldades para dominar o senso numérico, fatos numéricos ou cálculo (p. ex., entende números, sua magnitude e
relações de forma insatisfatória; conta com os dedos para adicionar números de um dígito em vez de lembrar o fato
aritmético, como fazem os colegas; perde-se no meio de cálculos aritméticos e pode trocar as operações).

 • Dificuldades no raciocínio (p. ex., tem grave dificuldade em aplicar conceitos, fatos ou operações matemáticas para
solucionar problemas quantitativos).
Recursos adicionais - Livros
Recursos adicionais - Livros
Recursos adicionais - Jogos
Recursos adicionais - Jogos
Recursos adicionais – Guias e Programas
Recursos adicionais – Guias e Programas

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