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H is t ó r ia d a B íb l ia e m L ín g u a I n g l e s a e e m L ín g u a P o r t u g u e s a

Calvino. Estes líderes, reconhecendo que a Bíblia Grande era


inferior à Bíblia de Genebra em termos de estilo e cultura,
iniciaram uma revisão da Bíblia Grande. Esta Bíblia corrigida,
publicada em 1568, tornou-se conhecida como a Bíblia dos
Bispos. Permaneceu em uso até que, em 1611, foi suplantada
pela King James Version.

A King James Version


Depois que Tiago VI (em inglês, James VI) da Escócia tor-
nou-se rei da Inglaterra (conhecido como James I), convidou
diversos clérigos das facções puritanas e luteranas a se reuni­
rem, com a esperança de conciliar as diferenças entre os gru­
pos. O encontro não atingiu esse objetivo. Entretanto, duran­
te a reunião, um dos líderes puritanos, João Reynolds, reitor
da Universidade de Corpus Christi, Oxford, pediu ao rei que
autorizasse a execução de uma nova tradução, porque deseja­
va ter uma tradução que fosse mais exata que as então exis­
tentes. O rei Tiago gostou da idéia, porque a Bíblia dos Bispos
não tinha obtido bom êxito e porque considerava sediciosas
as notas da Bíblia de Genebra. O rei iniciou os trabalhos, to­
mando parte ativa no planejamento da nova tradução. Suge­
riu que professores universitários trabalhassem na tradução
para garantir a melhor cultura possível e exortou categorica­
mente que não deveria haver nenhuma nota marginal, senão
aquelas pertinentes às expressões textuais do hebraico e do
grego. A ausência de notas interpretativas ajudaria a tradu­
ção a ser aceita por todas as igrejas da Inglaterra.

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Mais de cinqüenta eruditos, ilustrados em hebraico e gre­


go, começaram o trabalho em 1607. A tradução passou por
vários comitês antes que fosse finalizada. Os eruditos foram
instruídos a seguir a Bíblia dos Bispos como versão básica,
enquanto acompanhasse o texto original, e a consultar as tra­
duções de Tyndale, Rogers e Coverdale, assim como a Bíblia
Grande e a Bíblia de Genebra, quando evidenciassem conter
expressões mais exatas das línguas originais. Essa depen­
dência de outras versões está manifesta no prefácio da King
James Version: "Na verdade, amado leitor cristão, nunca ima­
ginamos de início que iríamos precisar fazer uma nova tra­
dução, nem tampouco fazer de uma tradução ruim, uma
boa... mas fazer de uma tradução boa, uma melhor ou das
muitas traduções boas, uma boa principal".
A K ing Jam es V ersion, conhecida na Inglaterra por
Authorized Version, porque foi autorizada pelo rei, concen­
trou o que havia de melhor em todas as traduções inglesas
que a precederam e em muito excedeu a todas elas. Isso está
habilmente expresso por J. H. Skilton:

A Authorized Version reuniu em si as virtudes da


longa e brilhante linha de traduções da Bíblia em
inglês. Uniu a alta cultura com a devoção e piedade
cristãs. Tomou forma justamente na época em que a
língua inglesa era vigorosa e jovem e seus eruditos
tinham um extraordinário domínio do instrumento
(talento), o qual a Providência lhes preparara. E com
justiça que essa versão foi chamada de "o mais no-

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bre monumento da prosa inglesa" (J. H. Skilton,


"English Versions of the Bible", New Bible Dictionary,
p. 325-333).

De fato, a King James Version constituiu-se em um perma­


nente monumento da prosa inglesa, por causa do seu estilo
gracioso, linguagem majestosa e ritmos poéticos. Decidida­
mente, nenhum outro livro tem exercido tanta influência na
literatura inglesa e nenhuma outra tradução tem tocado as
vidas de tantas pessoas de fala inglesa por séculos e séculos
até os dias de hoje.

Os Séculos XVIII e XIX: Novas Descobertas de


Manuscritos Antigos e o Aumento do Conhecimento
das Línguas Originais
A King James Version, conhecida entre os brasileiros como
Versão do Rei Tiago, tornou-se a tradução inglesa mais po­
pular nos séculos XVII e XVIII. Atingiu a estatura de tornar-
se o padrão da Bíblia inglesa. Mas a King James Version tinha
deficiências que não passaram despercebidas por certos eru­
ditos. Primeiramente, o conhecimento do hebraico no início
do século XVII era intelectualmente fraco. O texto hebraico
que usaram (isto é, o texto massorético) era adequado, mas
a compreensão que tinham do vocabulário hebraico era in­
suficiente. Levariam muitos anos mais de estudos lingüísticos
para enriquecer e aguçar o entendimento do vocabulário
hebraico. Em segundo lugar, o texto grego básico do Novo
Testamento era inferior. Os tradutores do rei Tiago usaram

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basicamente o texto grego conhecido por Textus Receptus (ou


"Texto Recebido"), produto do trabalho de Erasmo, que com­
pilou o primeiro texto grego a ser impresso. Quando Erasmo
compilou esse texto, serviu-se de cinco ou seis manuscritos
muito tardios, datados dos séculos X a XIII, muito inferiores
aos manuscritos mais antigos.
Os tradutores do rei Tiago haviam feito o melhor que po­
diam com os recursos que lhes estavam disponíveis, mas tais
recursos eram deficientes, principalmente no que tange ao
texto do Novo Testamento. Depois que a King James Version
foi publicada, manuscritos melhores e mais antigos foram
descobertos. Por volta de 1630, o Códice Alexandrino foi le­
vado para a Inglaterra. Tratando-se de um manuscrito do
século V contendo todo o Novo Testamento, forneceu um
testemunho positivamente fidedigno ao texto do Novo Tes­
tamento, sobretudo para o texto original do Apocalipse.
Duzentos anos mais tarde, um erudito alemão chamado
Constantino von Tischendorf descobriu, no Mosteiro de Santa
Catarina, o Códice Sinaítico. O manuscrito, datado ao redor
de 350 d.C., é um dos dois mais antigos do Novo Testamen­
to em grego. O manuscrito mais antigo, o Códice Vaticano,
está na biblioteca do Vaticano desde pelo menos 1481, mas
até meados do século XIX não ficou disponível aos eruditos.
Esse manuscrito, de data um pouco mais antiga (325 d.C.)
do que o Códice Sinaítico, é um dos exem plares mais
confiáveis do Novo Testamento em grego.
A medida que esses manuscritos (e outros) foram desco­
bertos e tornados públicos, certos eruditos trabalharam com

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afinco para compilar um texto grego que representasse de


maneira mais fiel o texto original que o Textus Receptus. Por
volta de 1700, João Mill lançou um Textus Receptus melhora­
do, e na década de 1730, João Alberto Bengel, conhecido como
o pai dos modernos estudos textuais e filológicos do Novo
Testamento, publicou um texto que divergia do Textus Receptus,
de acordo com evidências de manuscritos mais antigos.
Em princípios do século XIX, alguns eruditos passaram
a não se in teressar m ais p elo Textus R ecep tu s. K arl
Lachmann, filólogo clássico, produziu em 1831 um novo
texto que representava os m anuscritos do século IV.
Samuel Tregelles, autodidata em latim, hebraico e grego,
labutando durante a sua vida inteira, concentrou todo o
empenho em publicar um texto grego, o qual foi lançado
em seis partes, de 1857 a 1872. Tischendorf devotou toda
uma vida de trabalho duro para descobrir manuscritos e
publicar edições acuradas do Novo Testamento em gre­
go. Não apenas descobriu o Códice Sinaítico, mas tam­
bém decifrou o palimpsesto Códice Ephraemi Rescriptus,
colou incontáveis manuscritos e publicou algumas edições
do Novo Testamento em grego (a oitava é a melhor). Au­
xiliado pelo trabalho desses estudiosos, dois britânicos,
Brooke Westcott e Fenton Hort, trabalharam juntos por 28
anos para publicar um livro intitulado The Neiv Testament
in the Original Greek (1881). Essa edição do Novo Testa­
m ento em grego, g ran d em en te b asead a no C ód ice
Vaticano, tornou-se o texto-padrão responsável pela de­
posição do Textus Receptus.

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A English Revised Version e a American Standard


Version
Perto do fim do século XIX, a comunidade cristã havia
sido agraciada com três textos muito bons do Novo Testa­
mento em grego: o de Tregelles, o de Tischendorf e o de
Westcott e Hort. Eram muito diferentes do Textus Receptus.
E, como mencionado antes, a comunidade de eruditos havia
acumulado considerável conhecimento acerca do significa­
do de diversas palavras hebraicas e gregas. Portanto, existia
grande necessidade de uma nova tradução inglesa baseada
em um texto melhor — e com expressões mais exatas das
línguas originais.
Algumas pessoas tentaram suprir essa necessidade. Em
1871, João N élson Darby, líder do m ovim ento Irmãos
Plymouth, publicou uma tradução chamada New Translation,
grandemente fundamentada no Códice Vaticano e no Códice
Sinaítico. Em 1872, J. B. Rotherham lançou uma tradução do
texto de Tregelles, na qual tentava refletir a ênfase inerente
ao texto grego. Esta tradução ainda hoje é publicada sob o
título The Emphasizeá Bible. E, em 1875, Samuel Davidson fez
uma tradução do Novo Testamento proveniente do texto de
Tischendorf.
O primeiro esforço concentrado de elevada importância
teve início em 1870 com a Convocação de Cantuária, a qual
decidiu patrocinar uma ampla revisão da King James Version.
Sessenta e cinco eruditos britânicos, trabalhando em vários
comitês, fizeram significativas mudanças na King James
Version. Os eruditos do Antigo Testamento corrigiram erros

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de tradução de palavras hebraicas e deram forma aos tre­


chos poéticos. Os eruditos do Novo Testamento fizeram mi­
lhares de mudanças com base em melhores evidências tex­
tuais. Sua meta era fazer com que a revisão do Novo Testa­
mento não refletisse o Textus Receptus, mas sim os textos de
Tregelles, Tischendorf e Westcott e Hort. Quando a comple­
ta Revised Version foi publicada em 1885, foi recebida com
grande entusiasmo. Mais de 3 milhões de exemplares foram
vendidos no primeiro ano de publicação. Infelizmente, sua
popularidade não foi duradoura, porque as pessoas conti­
nuaram a preferir a King James Version acima de todas as
outras.
Vários eruditos americanos haviam sido convidados a
participar da obra de revisão, com a condição de que qual­
quer sugestão não aceita pelos eruditos britânicos apareces­
se em apêndice. Além disso, os eruditos americanos tinham
de concordar em não publicar sua própria versão revista,
senão depois de 14 anos. Quando venceu o tempo (1901), a
American Standard Version foi publicada por vários membros
sobreviventes da comissão original americana. Essa tradu­
ção, em geral considerada superior à English Revised Version,
é uma versão exata e literal de textos muito fidedignos tanto
do Antigo quanto do Novo Testamento.

O Século XX: Novas Descobertas e Novas Traduções


O século XIX foi uma época frutífera para o Novo Testa­
mento em grego e para as subseqüentes traduções inglesas.
Também foi um século em que os estudos da língua hebraica

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