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Resumo de aula de Filosofia e Lógica Jurídica – Prof. Msc.

Odair José Torres de Araújo 1

Resumo de aula
FILOSOFIA E LÓGICA JURÍDICA

PERELMAN, Chaïm. Lógica Jurídica. São Paulo: Martins Fontes, 2004. (Pp. 141-181).

A nova retórica e os valores

Para Aristóteles a retórica tem por objeto o estudo das técnicas discursivas que visam provocar
ou aumentar a adesão das mentes às teses apresentadas.

Perelman faz quatro observações acerca da retórica:


1º) a retórica procura persuadir por meio do discurso.
2º) relação entre demonstração e lógica formal com a retórica.
3º) a adesão a uma tese pode ter intensidade variável.
4º) a retórica diz respeito mais à adesão do que a verdade.

O que é a nova retórica?


“A nova retórica, por considerar que a argumentação pode dirigir-se a auditórios diversos, não
se limitará, como a retórica clássica, ao exame das técnicas do discurso público, dirigido a uma
multidão não especializada, mas se interessará igualmente pelo diálogo socrático, pela
dialética, tal como foi concebida por Platão e Aristóteles, pela arte de defender uma tese e de
atacar a do adversário, numa controvérsia. Englobará, portanto, todo campo da
argumentação, complementar da demonstração, da prova pela inferência estudada pela
lógica formal” (p. 144).

Sobre auditório e públicos distintos.


A nova retórica pode se dirigir a diversos públicos ao mesmo tempo. Para conseguir adesão é
necessário conhecer o público ou públicos e suas teses. É necessário também conhecer a
intensidade da adesão do auditório.

Nova retórica e a linguagem


A escolha da linguagem ideal para elaboração do discurso é fundamental. Há “línguas”
exclusivas de determinados universos (matemática, por exemplo) que podem se tornar inaptas
na argumentação.
Em se tratando de públicos distintos, é preciso usar uma “língua” inteligível e aceita aos
diversos públicos. Um dos passos para se obter adesão é o da compreensão das idéias
anunciadas e é por isso que a linguagem se torna tão importante.

Argumentação e verdade
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“A argumentação não visa à adesão a uma determinada tese exclusivamente pelo fato de ser
verdadeira. Pode-se preferir uma tese à outra por parecer mais eqüitativa, mais oportuna, mais
útil, mais razoável, mais bem adaptada à situação” (p. 156).

Lugar comum
“O lugar comum é um ponto de vista, um valor que é preciso levar em qualquer discussão e
cuja elaboração apropriada redundará numa regra, numa máxima, que o orador utilizará em
seu esforço de persuasão” (p. 159).
Os lugares-comuns são importantes principalmente para se estabelecer o ponto inicial do
discurso. Mas, além disso, eles se prestam a outro serviço de igual relevância, definir ou
identificar o ponto de concordância entre públicos distintos.

Argumentação filosófica e jurídica


A Filosofia recorre à razão para desenvolver o seu discurso. Busca por meio de
encadeamentos lógicos os elementos que justificam e dão sustentação ao argumento proposto.
O Direito trabalha com outra perspectiva. De início têm-se um conjunto de regras e princípios
que já dão lugar e definem como o argumento poderá proceder.

Escolha dos princípios na argumentação


Para se estabelecer o discurso visando o sucesso, ou seja, visando a adesão às idéias postas,
é preciso estabelecer o princípio ou princípios que nortearão todo o discurso. Diante de
princípios aceitos pelo público, mas que apresentam entre si contradições, é imprescindível a
escolha de um deles.
“Daí resulta que não basta ter princípios gerais como ponto inicial de uma argumentação: é
preciso escolhê-los de um modo tal que sejam aceitos pelo auditório, formulá-los e apresentá-
los, interpretá-los enfim, para poder adaptá-los ao caso de aplicação pertinente” (p. 170).

Argumentação (retórica) e demonstração


A argumentação não é impositiva, o que é mais freqüente é o acordo sobre o ponto inicial da
argumentação, mas não se define, com isso, o acordo sobre as conclusões.
Já a demonstração é impositiva, ela se pretende capaz de definir a conclusão, uma vez que
demonstra qual o caminho possível.

Argumentação por analogia


A argumentação por analogia é aquela se vale de caso similar para fundamentar a
argumentação.
As formas mais comuns são por meio de exemplos e modelo.
“A argumentação pelo exemplo ou pelo modelo é um raciocínio graças ao qual se passará de
um caso particular a um outro caso particular, ou de caso particular a uma regra” (p. 174).
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Totalidade dos argumentos


“A eficácia da argumentação, o fato de exercer sobre o auditório uma influência de maior ou
menor importância, depende não apenas do efeito dos argumentos isolados, mas também da
totalidade do discurso, da interação entre argumentos entre si, dos argumentos que acodem
espontaneamente ao espírito de quem ouve o discurso. O efeito do discurso é condicionado
notadamente pela idéia que o auditório faz do orador.” (p. 180).

Considerações finais
“Quando vários oradores defendem, sobre o mesmo assunto, teses convergentes ou opostas,
certas regras de procedimento, por vezes muito estritas, determinarão a ordem em que a
palavra lhes será concedida” (p. 181). Nesses casos há também outras restrições que podem
ser impostas, tais como tempo para exposição das idéias, flexibilidade quanto à linguagem ou
não, dentre outros. Esses fatores, além de diferenciarem a argumentação (retórica) da
demonstração, podem ser decisivos na adesão ou não do público às idéias ventiladas.

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