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A cor como atmosfera Luz e

cor 01

O entendimento do lugar, não é um fenómeno aleatório do qual


somos os únicos protagonistas. A percepção é um processo activo
que passa por diversas etapas até ser captado pelo observador, a
luz, a cor e o objecto, são os elementos basilares. Estes
componentes por si só não são verdadeiros, a cultura, o tempo e o
espaço assentam num outro sistema tripartido que figura a
sensibilidade do sujeito perante a luz e cor.

A percepção do espaço então dividisse em dois sistemas


tripartidos, um centrado num processo científico e um outro
cultural.

A luz é o agente para o entendimento do espaço físico, o meio


para a descodificarem dos elementos que tornam o espaço-tempo
e inatingível no espaço táctil e perceptível permitindo assim a
captação da sua atmosfera. As cambiantes tonais que se vão
fazendo sentir ao longo do ano, caracterizam tanto o espaço como
o tempo. As estações do ano são o exemplo mais marcante de
como a luz transforma a atmosfera do lugar. Uma obra vista em
pleno verão tem uma leitura, que no inverno é imperceptível, isto
leva-nos para outros campos, onde podemos aferir que a
arquitectura não é estática, e que não se consegue apreender um
edifício num primeiro instante, pois este, é uma constante de
mutações e metamorfoses, que se dão tanto ao nível físico como
natural.

“A luz final, lateral, reflectida ou depurada, ou a penumbra, são


efeitos que incidem no ânimo do habitante e convidam-no a
reflectir e a recriar os sentimentos mais puros do espírito”1

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cor 02

A obra outorga o impacto, mas este será processado através dos


sentidos que lhe atribuirá a alma e o entendimento do espaço. Os
processos físicos aliados aos psicológicos traduzem-se num jogo de
experiencias e emoções que transformam o lugar vazio de
sentidos, num espaço de atmosferas que são lidas de diferentes
formas perante diferentes indivíduos.

A luz não é somente um processo natural e espontâneo que


guarda em si todos os segredos de uma mística que exalta os
sentidos e transforma o lugar, conferindo-lhe forma e sentido. A luz
é simultaneamente um elemento manipulável e usado de forma
artificial, controlada por parte do homem. Os nossos edifícios, são
hoje evadidos de significados e atmosferas impostas por uma
manipulação da luz, exemplo disto é a capela St. Ignatius Chapel,
1

RISPA, Raul ; Barragan/obracompleta, 1ºed,EditoraDinalivro,Portugal,2003,p.25


Seattle do arquitecto Steven Holl, onde a luz natural é separada da
artificial, nutrindo um jogo de contraste luminosos que em
confronto com a sombra e a penumbra, conferem ao espaço uma
atmosfera carregada e simbólica sem nunca tocar em algum
simbolismo religioso, é através da manipulação das fontes
luminosas que toda a carga sensorial é transmitida.

“Os efeitos psicológicos da luz podem levar os sentidos ao extremo


com repercussões directas”2

Como refere Rui Barreiros Duarte3 “a luz antes de ser refractada é


branca(…) .Em arquitectura, o branco constitui uma categoria
poética que permite enfatizar a geometria e as etéreas qualidades
do ambiente (…)”, o branco tornasse a cor perceptível da luz,
sendo o

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branco o somatório de todas as cores, podemos então aferir que a


luz é o meio condutor para a cor pura. Cor esta que surge quadno
a luz entra em contacto com uma superfície que não reflecte nem
absorve a totalidade da radiação electromagnética, sobressaindo
um tom, a luz é assim a base do espaço perceptivo e sensitivo.

STEVEN,Holl;”Steven Holl,Luminosity/Porosity”,editor,toto,Tokyo,2006,p.21
3
DUARTE,Rui;”Cor”revista arquitectura ibérica #021,p.6
O espaço é caracterizado pela percepção do individuo, percepção
esta derivada da refracção da luz, processo estudado por Isaac
Newton, onde este constatou que a luz quando quebrada, reflecte
um espectro cromático que projecta as cores do arco-íris, sistema
empregado por vários artista para desfragmentarem a luz,
explorando os efeitos cénicos que esta proporciona.

A captação da cor por parte do sujeito ocorre através do órgão


ocular. Agente da nossa percepção, os olhos são dotados de dois
tipos de células umas sensíveis aos comprimentos de onda de cor
designadas por bastonetes e outras às intensidades luminosas4
designadas de cones, isto lembra-nos que a percepção que temos
de determinada cor não é verdadeira. Quando se dá a refracção da
luz sobre um pigmento, esta não é pura, a luz que incide na face
aparente, cria diferenças tonais que variam pelos pigmentos que
nele figuram, bem como pelas sombras projectadas no plano.
Assim podemos afirmar que a cor pura não existe, o mais próximo
só as cores refractadas que não são mais do que sombras da luz,
só estas são inalteráveis á constante da luz e do meio, quando um
objecto é submetido a uma variação da luz este alterasse variando
os seus contrastes cromáticos, adoptando diferentes
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AMORIM,Sandra;SALES,Fatima;ALUÂNTARA,Fernanda;AGUIAR,Jose;VIEIRA,Carla;
CLAUDINO,Cristina”A cidade de cor”,seminário povoa do Varzim, 1999,p.542
tonalidades da mesma matriz, só a abstracção da cor como
elemento palpável é que nos permite visualizar a verdade da cor.

O espaço dialoga com o sujeito através da cor, esta funciona como


meio condutor de uma linguagem sensorial. A percepçao só existe
através da cor, assim como a cor só existe por intermédio da luz.
Sendo assim é mentira afirmamos que o branco e o preto não são
cores, são antes estados da luz, ausência ou presença desta. Um
espaço sem luz não é preto, é um vazio que não pode ser
compreendido, pois para afirmarmos que é preto é preciso
existirem elementos com diferentes forças tonais para poder ser
lido.

A cor não é um elemento permanente e classifica-se “entre cor


inerente e cor aparente, classificação fundamental para a
clarificação do fenómeno cromático. Conseguimos através desta
separação, enquadrar o entendimento da cor enquanto factor
físico e neuropsicológico, e dessa forma, obter uma leitura
inequívoca das várias considerações efectuadas nos diversos
domínios do conhecimento”5 a cor inerente é o estado cromático
puro, é o sentido que nos faz afirmar se uma parede é vermelha,
azul, amarela, etc, é o estado da cor imutável, inerente ao espaço
e ao tempo. A cor aparente é a veracidade visível, surge a partir
dos efeitos secundários que personalizam determinado lugar, a luz
e as suas variações de intensidade, o tempo e o meio, alteram o
estado puro da cor, conferindo-lhe identidade.

JOAO,Pernão;”interpretação da Realidade como Variação da Cor pela Luz no


Espaço e no Tempo”, tese de mestrado, universidade técnica de Lisboa,
Portugal, 2005,pag157
A cor como atmosfera A cor, fronteira da
tridimensionalidade 05

A dimensão é uma particularidade do espaço, mas esta é apenas


calculável se fruir de objectos comparativos para medição, são
então necessários estímulos visuais, formas que se distingam
umas das outras de forma a originar um ponto prospectivo,
definindo uma fronteira entre as partes.

A luz é o motor para o entendimento da cor, mas não é a


definidora da dimensão. Como foi referido acima, a ausência ou
presença na sua totalidade da luz, provoca o vazio, projectando o
observador para um promontório onde o tempo estagnou, um
espaço infinito que não proporciona elementos para o seu
entendimento. A cor é compreendida como a razão do espaço não
quantitativo, esta define a dimensão do objecto, revela as barreiras
perceptíveis e sensoriais que são necessárias para um
entendimento do espaço.

“Desenvolvendo-se, a percepção da cor segundo as vertentes


neuropsicológica, psicológica e cultural, a cor assume o valor de
“representação de algo”, e possui sempre a qualidade de objecto”6

Leonardo Da Vinci foi o primeiro a estudar o espectro cromático


como fronteira para o entendimento da dimensão e do espaço,

DUARTE,Rui;”Cor”revista arquitectura ibérica #021,p.12


incidiu o seu estudo sobre o elemento perspectivo e a
representação deste, desvendando que o limite do objecto não
imposto pela linha, mas sim pelo chocar de duas fontes cromáticas
inteligíveis, diferenciadas pela sua pigmentação e disposição no
espaço perante a luz. A cor passa de um plano bidimensional, para
o plano sensorial e vivido.

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