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Faculdades Unificadas de Foz do Iguaçu - UNIFOZ

Direito Empresarial III - Prof. Cristina Delgado

RECUPERAÇÃO ESPECIAL
DE MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE

Base constitucional – arts. 146, 170 e 1791.

Lei 11.101/2005 - arts. 70 a 72, alterados pela LC


Rito processual simplificado 147/20142.
Base legal Lei Complementar 123/2006 (Estatuto da
Microempresa, alterado pelas LC 139/2011 e
147/2014) 3.

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Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (…) IX -
tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede
e administração no País.
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de
pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de
suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por
meio de lei.
Art. 146. Cabe à lei complementar: (…) III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre: (…) d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as
empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II,
das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.
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Art. 70. As pessoas de que trata o art. 1 desta Lei e que se incluam nos conceitos de microempresa ou empresa de
o
pequeno porte, nos termos da legislação vigente, sujeitam-se às normas deste Capítulo. § 1 As microempresas e as
empresas de pequeno porte, conforme definidas em lei, poderão apresentar plano especial de recuperação judicial,
o
desde que afirmem sua intenção de fazê-lo na petição inicial de que trata o art. 51 desta Lei. § 2 Os credores não
atingidos pelo plano especial não terão seus créditos habilitados na recuperação judicial.
Art. 71. O plano especial de recuperação judicial será apresentado no prazo previsto no art. 53 desta Lei e limitar-se á
às seguintes condições: I - abrangerá todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos,
o o
excetuados os decorrentes de repasse de recursos oficiais, os fiscais e os previstos nos §§ 3 e 4 do art. 49; II –
preverá parcelamento em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais, iguais e sucessivas, corrigidas monetariamente e
acrescidas de juros de 12% a.a. (doze por cento ao ano); II - preverá parcelamento em até 36 (trinta e seis) parcelas
mensais, iguais e sucessivas, acrescidas de juros equivalentes à taxa Sistema Especial de Liquidação e de Custódia -
a
SELIC, podendo conter ainda a proposta de abatimento do valor das dívidas; III – preverá o pagamento da 1
(primeira) parcela no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da distribuição do pedido de recuperação
judicial; IV – estabelecerá a necessidade de autorização do juiz, após ouvido o administrador judicial e o Comitê de
Credores, para o devedor aumentar despesas ou contratar empregados. Parágrafo único. O pedido de recuperação
judicial com base em plano especial não acarreta a suspensão do curso da prescrição nem das ações e execuções
por créditos não abrangidos pelo plano.
Art. 72. Caso o devedor de que trata o art. 70 desta Lei opte pelo pedido de recuperação judicial com base no plano
especial disciplinado nesta Seção, não será convocada assembléia-geral de credores para deliberar sobre o plano, e
o juiz concederá a recuperação judicial se atendidas as demais exigências desta Lei. Parágrafo único. O juiz também
julgará improcedente o pedido de recuperação judicial e decretará a falência do devedor se houver objeções, nos
termos do art. 55, de credores titulares de mais da metade de qualquer uma das classes de créditos previstos no art.
83, computados na forma do art. 45, todos desta Lei.
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Critério atribuído pelo enquadramento tributário:
a) Microempreendedor Individual - MEI: faturamento anual até R$ 60.000,00;
b) Microeempresas – ME: renda bruta anual até R$ 360.000,00;
c) Empresas de Pequeno Porte – EPP: renda bruta anual superior a R$ 360.000,00 e inferior a R$ 3.600.000,00.
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Direito Empresarial III - Prof. Cristina Delgado

A Constituição Federal:
1 - reconhece como princípio o direito da microempresa a tratamento favorecido;
2 - ordena que a legislação infraconstitucional incentive-as e simplifique as suas obrigações;
3 - determina que a lei complementar defina a forma de diferenciar e favorecer ME e EPP;

Abrangência (alterado pela LC 147/2014): todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não
vencidos, exceto:
1 – Repasses de recursos oficiais;
2 – Oriundos de relações de fidúcia e arrendamento mercantil;
3 – Adiantamento a contrato de câmbio (art. 71, c/c art. 49, § 4º e art. 86, II).

Conteúdo do Plano:
Parcelamento em até 36 parcelas mensais, iguais e sucessivas + taxa SELIC.
Abatimento do valor da dívida.
Pagamento da primeira parcela em até 180 dias, da data da distribuição do pedido.
Autorização especial do juiz ou comitê para aumentar despesas ou contratar empregados.

Procedimento:
1. Petição inicial;
2. Despacho judicial de processamento (não acarreta suspensão de outras ações ou execuções);
3. Apresentação do plano de recuperação;
4. Manifestação dos credores (individual/objeções) em trinta dias;
5. Decisão judicial (assembléia não será convocada):
- Pela concessão da recuperação especial (se presentes os requisitos legais e não ocorrendo
objeção de credores titulares de mais da metade de qualquer uma das classes de créditos);
- Pela improcedência do pedido e decretação de falência (caso exista objeção de credores titulares
de mais da metade de qualquer uma das classes de créditos).

Doutrina:
Carlos Henrique Abrão:
“... uma simples recuperação de créditos e não de empresa... apenas um mecanismo formal... o legislador
enxergou a árvore, mas se esqueceu da floresta, e com sua inspiração restrita prejudicou enorme e
sensivelmente as condições de reorganização da ... microempresa”.
Márcia Ribeiro: “... verdadeiro direito subjetivo para o devedor...”
Di Marzo Trezza:
“Em relação ao trato de matéria Constitucional, não pode ser aplicado sequer à LRe, muito menos ao
Subsistema das Me e epp, com destaque ao artigo 71, inciso IV da LRe, que estabelece necessidade de
autorização judicial para que o devedor aumente despesas ou contrate empregados no curso do plano
especial. Tal determinação colide frontalmente com a Constituição Federal (artigos 170, VIII, IX, 174 e 179)
e é incompatível com o Subsistema das Me e epp e anula o objetivo que o legislador quis dar à LReF, que
é o de manter postos de trabalho e fomentar a criação de novos postos. Além do que a Glória Maria
Guimarães Lessa 231 proibição de contratar trabalho nunca foi vista antes no ordenamento jurídico
brasileiro).
Gilmar Vieira:
“É nítida a intenção do legislador em superproteger a Microempresa e empresa de pequeno porte, porém o
fez de forma desmedida, e talvez, como os Ilustres Mestres nos ensinaram, será difícil o seu cumprimento
sem prejudicá-las, quiçá impossível.”
Sugestão de leitura: A Recuperação Especial de Empresas aplicada às microempresas e empresas
de pequeno porte à luz da LC 147/2014.
Disponível em <https://portalseer.ufba.br/index.php/CEPEJ/article/download/22337/14409>

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