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Rio de Janeiro
Março de 2018
!1
Barretto, Eduardo Pacheco Bueno Muniz
Smart Grid: Eficiência Energética e a Geração Distribuída a
Partir das Redes Inteligentes/ Eduardo Pacheco Bueno Muniz
Barretto. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2018.
viii, 53 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Ricardo Ferreira de Mello
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/
Curso de Engenharia do Produção, 2018.
Referencias Bibliográficas: p. 56-60.
1. Smart Grid 2. Geração Distribuída. 3. Eficiência
Energética. 4.Rede Elétrica. 5.Energia Renovável.
I. Ricardo Ferreira de Mello. II. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia de Produção.
III. Titulo.
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Agradecimentos
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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Produção.
Março/2018
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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Industrial Engineer.
March/2018
The electrical grid in the model we know of was developed in a historical period where
the demand for energy was more restricted. Today it's outdated and needs to face a
demand reality that was not designed to withstand.
The progress of the use of electrical and electronic equipments has increased the
demand for electricity but the power generation industry has not kept pace with the
evolution of consumption and is outdated with current needs. To meet the technological
challenge and increase energy efficiency, the network is undergoing an evolution in
infrastructure, incorporating intelligence along with communication systems and data
analysis, giving new control and performance capabilities introducing the Smart Grid.
The benefits acquired from the development of the technologies have notably brought
the possibility of integrating renewable energy production in residential units into the
grid, breaking the paradigm of large plants centralizing supply.
Through a bibliographical research and report of a pilot project, this work seeks to
understand the new intelligent network model, the benefits it has to offer and the
changes in the routine of consumption that will occur over the years.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 9
1.SETOR ELÉTRICO ATUAL 13
1.1. GERAÇÃO 13
1.1.1.Energias Renováveis 15
1.1.1.1.Solar 16
1.1.1.2.Eólica 17
1.1.1.3.Biomassa 17
1.1.1.4.Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) 17
1.1.2. Custos de produção 18
1.2. TRANSMISSÃO 20
1.3. DISTRIBUIÇÃO 20
1.4. COMERCIALIZAÇÃO 21
1.4.1.Conta de Energia 22
1.4.1.1.Bandeiras Tarifárias 22
1.4.1.2.Tarifa Branca 23
2.SMART GRID 25
2.1. MEDIÇÃO INTELIGENTE 26
2.2. CASAS INTELIGENTES 27
2.3. AUTOMAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO 30
2.3.1.Supervisory Control and Data Acquisition (SCADA) 31
2.3.2.Gestão de Interrupções 31
2.3.3.Volt/Var 34
2.3.4.Monitoramento dos Equipamentos 36
3.GERAÇÃO DE ENERGIA DISTRIBUÍDA 39
4.O CENÁRIO BRASIL 45
4.1.REGULAMENTAÇÃO 45
4.2.IMPLANTAÇÃO DE PLACA SOLAR 46
4.2.1.Projeto 46
4.2.2.Custos 47
4.2.3.Retorno 47
4.3.PROJETO CIDADE INTELIGENTE BÚZIOS 49
CONCLUSÃO 55
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REFERÊNCIAS 56
APÊNDICE A - CÁLCULO DO VPL 61
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INTRODUÇÃO
A rede elétrica foi desenvolvida há mais de um século atrás [1], ainda no início
pelo limitado arsenal de bens de consumo e capital que usufruía dessa fonte de energia.
curto espaço histórico. As tecnologias foram evoluindo até chegar à era da internet,
automação, big data, internet das coisas onde a fonte primária de energia residencial é
condicionado, geladeiras, relógios e até carros são movidos por energia elétrica. A Terra
limitados de produção para atender um planeta inteiro. Então uma solução deve tomar
O tema de cidade inteligentes tem aparecido nas pautas das principais discussões
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tomado notoriedade pelos impactos que podem causar no futuro caso falte
[3] 1,1 bilhão da população mundial de aproximadamente 7 bilhões de pessoas não tem
por máquinas e aparelhos que operam a base de diversas fontes energéticas. Então para
tendência que enfrentamos é de dependência da energia elétrica por ser mais limpa, pela
Noronha - PE, Parintins - AM, mas para dar embasamento real ao trabalho teórico foi
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O tema da redes inteligentes é relativamente novo, surgiu depois da virada do
muitos trabalhos foram desenvolvidos nos últimos anos, tem ocorrido extensos debates
sobre os caminhos a seguir mas a implantação concreta dos conceitos teóricos ainda se
encontra em maturação. Há muitos pequenos projetos, cidades pilotos, mas ainda não é
desses países foram primordiais para o foco no tema, pois são locais com escassez de
fontes naturais então há uma busca incessante por eficiência energética e geração em
confiável e segura. O assunto está tão em evidência que foi criado um portal
projetos piloto.
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Departamento de Energia está investindo pesado para a modernização da rede. Mas para
Social (BNDES).
Inteligentes (Smart City) – Projeto Cidade Inteligente Búzios" sobre o projeto piloto da
implantação de rede inteligente que serviu como fonte principal de informação para a
piloto de Búzios, foi possível verificar na prática como se encontra a realidade do tema
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1.SETOR ELÉTRICO ATUAL
nos níveis de serviço. De acordo com as agências, câmaras e associações que ajudam a
1.1. GERAÇÃO
nome já indica, por produzir energia [4]. É a responsável por transformar elementos da
natureza em eletricidade para consumo e isso ocorre através de usinas das mais diversas
fontes como: hidráulicas, solares, eólicas, biomassa, gás, combustível, carvão, nuclear,
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grandes centros urbanos por questões poluentes. Então em detrimento da proximidade
energia sozinhas para suprir o consumo. Elas possuem capacidade para manter esse
energia suas capacidades de produção são excedidas, momentos do dia onde ocorrem
picos de demanda, o horário do final da tarde no dias úteis é o principal pois indústrias
excedente de demanda. Essas usinas secundárias são em sua maioria de menor porte e
menos eficiente e por isso ficam desligadas na maior parte do tempo sendo apenas
Até 2012 este setor concorria em livre mercado pois possuíam autonomia para
negociar preços mas desde então passaram a ter seus valores praticados pela agência
reguladora.
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1.1.1.Energias Renováveis
produção e consumo pois abriu uma janela pros impactos prejudiciais que a má
O sistema elétrico não foi projetado para energias renováveis pois elas são
inércia como hidrelétricas, nucleares e carvão funcionam sem parar injetando energia na
rede e em momentos de picos de demanda são acionadas outras fontes de energia menos
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A produção primária de energia em 2015 superou 24.000.000 Gigawatt-hora,
1.1.1.1.Solar
O Sol irradia sobre a superfície terrestre todos os dias, ele é a fonte de calor que
permite a vida no planeta sendo indiretamente responsável por quase todas as formas de
pode ser muito útil em alguns segmentos comerciais. Coletores instalados nos telhados
captam calor dos raios solares e são transmitidos para reservatórios de água. Para se
fotovoltaico. Placas instaladas nos telhados, captam raios solares e por meio de
espelhados para refletir raios de sol e concentrar em uma área menor para gerar vapor e
consequentemente energia. Essa última não é tão difundida quanto as duas primeiras
em telhados de casas.
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1.1.1.2.Eólica
A energia eólica é aquela captada através das correntes de ar. Grandes turbinas
Representa uma forma muito limpa de energia no entanto, diferente do sol que incide
sobre todos os locais do planeta, ela se restringe apenas a localidades com alta
incidência de vento. Entre os principais impactos negativos há o ruído que pode ser
gerado por algumas turbinas e o impacto visual que grande fazendas podem despertar.
1.1.1.3.Biomassa
base dos processos biológicos de todos os seres vivos. Sua principal fonte natural é o
produção nacional de energia. Isso ocorre a partir da queda d’água de grandes barragens
longo de pequenos rios o que aumenta seu potencial de instalação para geração
distribuída e apresenta menor impacto ambiental pois diferente das grandes usinas não
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há inundação de grandes áreas, disseminando a fauna e flora, desbalanceado o
decorrer do dia. O uso de energias intermitentes, que não conseguem funcionar sem
interrupções, não podem ser o cerne da rede pois são cíclicas de acordo com recursos
naturais como incidência solar, ventos, etc. Apesar de não poderem ter o protagonismo
central, elas podem ser essenciais como fontes complementares para atender expansões
energia.
!18
O investimento necessário para a instalação de fontes de energias renováveis é
maior para a fotovoltáica e menor para eólica [10] . As pequenas centrais hidrelétricas
apresentam ganhos de escala para maiores quedas d’água então o potencial hídrico é
maior o custo de implantação maior o preço da tarifa da energia, para obter retornos
sobre o investimento. Por esse motivo a tarifa da energia fotovoltáica é 40% maior que a
do custo total da energia eólica ser menor que das pequenas centrais hidrelétricas, as
tarifas da segunda são menores devido o setor energético nacional ser altamente
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1.2. TRANSMISSÃO
responsável por transportar energia para que o produto possa chegar ao consumidor
utilizadas para interligar usinas que geralmente ficam a enormes distâncias das
distribuidoras e do centro consumidor através de altas tensões para atenuar perdas. Para
Esse setor é a rota única entre geração e consumidores, uma interrupção nas linhas de
transmissão podem causar desabastecimento a grandes áreas como cidades, até estados.
1.3. DISTRIBUIÇÃO
responsável por entregar energia ao consumido final [12]. Este setor recebe energia de
alta tensão das linhas de transmissão e é responsável por distribuir de forma mais
pulverizada aos clientes de médio e pequeno porte. São responsáveis pelas redes de
baixas tensões, que através de postes comuns de rua entregam energia às residências.
!20
• Perdas Técnicas: aquelas inerentes a dissipação de energia no transporte em
• Perdas Não Técnicas: correspondem à parcela de energia que foi perdida por
consumidor final. Retratando como uma analogia com bens de consumo mais tangíveis,
empresas fabricam seus produtos nas indústrias, geralmente em localidades remotas seja
anterior pudemos demonstrar que as etapas das dinâmicas dos mercados de bens e de
1.4. COMERCIALIZAÇÃO
parte das unidades nacionais. Neste setor o consumidor está a amarrado a contratação
ANEEL, que concorrem pela captura dos clientes em um mercado competitivo o que
ambiente regulado, o consumidor não adquire energia com a distribuidora local, e sim
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com a empresa de sua escolha, no entanto, é pago à distribuidora uma taxa pela
contratado. No entanto, não pode ser usufruído por qualquer tipo de consumidor, para
para ter o direito de negociar a compra de qualquer fonte de energia, ou clientes que se
fontes alternativas.
1.4.1.Conta de Energia
Mensalmente os valores são aferidos manualmente por agentes das distribuidoras para
cálculo simples da quantidade de energia consumida multiplicada pela tarifa por kWh
devidos às bandeiras tarifárias. Ao fim de cada mês são emitidas às residências contas
ser pago pelo consumo daquele ciclo de acordo com a leitura realizada no relógio de
energia.
1.4.1.1.Bandeiras Tarifárias
ocorrência de chuvas e níveis dos rios. Quando as condições para produção estão
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desfavoráveis, se busca frear o consumo para racionar energia elétrica e previnir uma
escassez completa.
financeiramente. Desde 2015 foi introduzido o sistemas das bandeiras tarifárias onde a
Quanto mais desfavorável está a produção mais alta fica a conta então se vê um
inalterada.
1.4.1.2.Tarifa Branca
convencional pela tarifa branca, um sistema onde o valor da energia varia dependendo
do dia da semana e do horário. Os preços entre 18h e 22h nos dias úteis são mais caros,
com a ideia de incentivar o desvio do consumo para horários fora de pico. [16]
!23
A introdução de uma nova modalidade de tarifação de acordo com a demanda já
é uma evolução buscando balancear a procura por energia ao longo do dia. Mas este
método é baseado em horários fixos de acordo com dados históricos, apenas com uma
tempo real.
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2.SMART GRID
poderes requerem grandes responsabilidades e é este o motivo pelo qual a rede está
O termo Smart Grid foi cunhado por Amin e Wollenberg [17] para descrever
uma nova forma de combinar tecnologias visando conceber uma rede de distribuição de
que buscam integrar a rede para fornecer energia de maneira mais confiável, segura e
eólica que por questões naturais tem produção instável e não podem ser previstas.
O termo Smart Grid não é facilmente definido, pois não representa uma coisa só,
Muitas são as maneiras de definir o conceito de uma rede inteligente mas todas
!25
2.1. MEDIÇÃO INTELIGENTE
distribuidora provê energia mas não consegue aferir dados pela rede. O grande avanço
evolução que apareceu para quebrar o paradigma do modelo de rede foi em transformar
informações.
uma nova tecnologia para substituir os vulgarmente conhecidos relógios de luz que
energia assim como informações de status tanto no sentido distribuidora para cliente,
quanto no inverso.
!26
central com funcionalidade para processamento de dados, monitoramento e controle. A
recepção de informações em tempo real dos status da rede viabiliza uma visão holística
Esse novo tipo de tecnologia trouxe consigo uma pacote de vantagens que irão
configuradas dentro dos limites residenciais chamada de Home Area Network (HAN)
baseia em dispositivos locais conectados a um roteador que atua como um portal que
interliga a rede local com a internet. A ideia das casas inteligente é que haja a mesma
conceito de casa inteligente foi desenhado considerando uma evolução nos dispositivos,
Internet das Coisas. A funcionalidade de se conectar a uma rede hoje existe apenas para
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aparelhos que se comunicam com a internet. No entanto, o perfil de bens essenciais a
serem integrados à rede elétrica são completamente diferentes da internet, são aparelhos
completamente diferente, precisam apenas utilizar uma pequena faixa de banda pois são
execução dos benefícios permitidos pelo sistema da casa inteligente. A maior barreira
pode mudar seu comportamento para reduzir o valor da sua conta [21].
!28
Figura 4: Casa Inteligente [23]
usuário com informações sobre seu perfil de consumo para auxiliar um melhor uso da
níveis de preço para que se possa direcionar o consumo a momentos onde a energia está
quando a energia ficar cara ou configurar uma máquina de lavar roupas a ligar
!29
• Auto-configuração - a rede detecta a presença de qualquer novo dispositivo
consumo.
fios eletrizados para um sistema informação. Para os usuários, ficará disponível a leitura
automação da distribuição.
!30
2.3.1.Supervisory Control and Data Acquisition (SCADA)
central responsável pela tomada de decisões e supervisão da rede. Nesse núcleo está o
informações para serem utilizadas. Todos os dados são analisados e processados para se
a rede vai impactar o volume de dados trafegado. Cada residência contará com seu
volumes de dados sobre o status da rede se torna viável apenas pelos uso dos benefícios
2.3.2.Gestão de Interrupções
tempo real é inexistente então não é possível para a central identificar falhas no
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fornecimento remotamente. Isso significa que as distribuidoras são reativas, elas atuam
• Ocorre a falha
fornecimento da energia
• Fornecimento é reestabelecido
Então desde a ocorrência de uma falha até o início do reparo há diversas etapas
informação. A operação in loco necessita passar antes por uma etapa de diagnóstico,
para aferir o que ocasionou o erro que afetou a região. Só após todas essas etapas
energia na localidade.
!32
• O sistema localiza a falha a partir de sensores de rede localizados na fiação de
!33
Os serviços de falhas foram enormemente impactados pelas novas tecnologias,
tempo médio das ocorrências. Além disso, há uma redução de custos operacionais com
2.3.3.Volt/Var
• Potência ativa - é toda a parte da potência que o circuito utiliza de fato para
trabalho.
rede pois mesmo a parte reativa não produzindo trabalho, essa potência ainda
fornecida e seu impacto na potência reativa. O sistema SCADA coleta informações dos
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consequentemente diminui a necessidade de geração, pois mais energia está sendo
recuperação em caso de falhas, o ideal é prevenir para que elas nunca ocorram. Existem
fatores externos que não se pode controlar como, desastres naturais, colisões em postes,
etc. No entanto existem algumas variáveis que podem ser manipuladas para promover o
fornecedor não permitia uma apuração das informações necessárias para a regulagem
em tempo real. Com a crescente demanda por energia elétrica esta questão recebeu mais
necessárias para atuar em tempo real, de forma mais rápida e segura [28].
atuam com menor perda de energia e há uma economia de consumo sem que haja
mudança no perfil de por parte do cliente. A introdução dos medidores inteligentes abriu
O fator de potência é uma medida que indica a eficiência energética. Seu valor é
a razão KW/KVA (quilo watt por quilo volt ampère) e é dado pela divisão entre potência
!35
resultado está da unidade mais eficiente é a energia pois a carga no sistema é
quanto mais perto o fator está de 0 maior é a parcela reativa da potência sendo menos
eficiente pois se está fornecendo energia que não realiza nenhuma forma de trabalho.
entre equipamentos, e é uma boa estratégia utilizar-se desse recurso para monitorar os
para reparar ou trocar uma peça. Esse artifício permite saber se os equipamentos estão
A visão contínua dos status dos equipamentos traz benefícios tanto para o cliente
quando para a distribuidora. Quando não se tem informações, inspeções devem ser
feitas presencialmente, e isso significa custos, tempo e pessoas. Alguns ajustes simples
podem ser feitos remotamente por configurações na rede. Tendo uma visão de seu status
!36
• Redução de falhas: manutenção em dia diminui propensão a falhas, mantendo
transtornos de operação.
assertiva.
preferenciais aos corretivos, é melhor consertar uma peça para que ela se mantenha em
funcionamento do que agir apenas quando ocorre um erro e já se passou por grande
substitutos pois reparo com qualidade aumenta o tempo de vida dos equipamentos
!37
Do ponto de vista do cliente, uma rede melhor conservada opera de maneira
ocorrem, ainda há ganhos pois a operação é feita com mais informações e mais objetiva,
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3.GERAÇÃO DE ENERGIA DISTRIBUÍDA
desatualizado, ele era útil em uma época onde a tecnologia de geração de pequeno porte
era cara e não se tinha preocupação com fontes de energia renováveis. Atualmente esse
padrão está sendo reestruturado para permitir a produção de diversos agentes menores
Lovins em Small is Profitable [2] definiu três formas recursos distribuídos que
tamanho da unidade certa para cada tarefa. As principais formas de atender a demanda
gerando redução de consumo para entregar o mesmo serviço mas está muito mais
!39
vinculado à mudanças no comportamento do consumidor em utilizar energia de forma
consumidor final, são os recursos intermediários que são responsáveis por fazer entrega
transporte então sua eficácia está na entrega sem perdas. Controle de voltagem e energia
formas que a rede de transmissão tem de garantir uma boa performance energética.
A geração que cria energia de recursos naturais melhora ao passo em que sua
eficiência de processo aumenta, quando importa energia de outros locais por linhas de
retomam a configuração inicial de microrredes locais com pequena potência para suprir
ampliações de rede.
diversas perdas pelo fato de ter que transportar energia por longas distâncias. Como
!40
Figura 6: Alternativa de aumento na capacidade do sistema [2]
capaz de armazenar cerca de 200 TWh em reservatórios, significa dizer que 30% da
distribuição. Esse montante de perdas representa um custo de R$ 15,2 bilhões por ano,
sendo R$ 6,6 bilhões apenas em razão de fraudes, furtos ou falta de medição (perdas
não técnicas).”
Por se localizar perto das redes ou até fazendo parte delas, os sistemas que
contam com geração distribuída são mais confiáveis por fatores de proximidade mas
!41
níveis ambientais, ao funcionamento do sistema de transmissão e claro à própria
operação. De acordo com Shayani [32] ”Se a energia for obtida de forma
conseqüentemente, reduzindo os problemas sociais das cidades. Esta visão deve ser
de energia para boa parte do país e revela sua total dependência. O ditado popular “não
importante que isso está a mudança na forma de produção doméstica. Antes o que era
vender energia para a concessionária diretamente para cobrir picos de demanda ou ainda
!42
baterias domésticas tem a conveniência de poder se recarregar quando a rede estiver
da distribuidora única central para uma rede de geração distribuída e é uma das
energia entregue, com diversos pequenos produtores espalhados se torna muito mais
complicado avaliar a qualidade da energia que eles estão disponibilizando, isso pode se
energia entregue com injeção harmônica, controles de voltagem e potência reativa para
Uma regra geral de projetos é que quanto maior a escala, há mais capital
requer mais tempo que a de pequenas casas, uma linha de metrô demora mais que a
investimento de um simples jogo de celular. Lovins [2] definiu três grandes pontos de
risco que devem ser cuidadosamente elaborados pois são vitais para a vida do projeto:
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• Risco de demanda: projetos de imensa magnitude como a construção de uma
mais longe o horizonte temporal, maior o risco, então o fluxo de caixa incerto
decisão de onde investir. Todo dinheiro que está sendo colocado para um
projeto de longo prazo pode ser alocado em outro de curto prazo, mais seguro
!44
4.O CENÁRIO BRASIL
4.1.REGULAMENTAÇÃO
No ano de 2012 a ANEEL aprovou uma Resolução Normativa Nº 482 [33], que
sistema que permite que consumidores possam produzir sua própria energia através de
luz.
incentivos.
qualquer fonte renovável, não apenas solar e eólica, interligadas à rede através da
60 meses então caso o consumo seja ultrapassado pela produção os créditos são
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transferidos para mês seguinte. Outra possibilidade, mas disponível apenas a usuários,
permite a pessoas físicas com casas de veraneio que geralmente são locais no litoral
com alta incidência de sol e vento a produzirem nessas localidades e abaterem em suas
ainda outra forma que é a geração compartilhada onde diversas parte se unem para
residenciais por ser um investimento elevado, mas produzindo energia com as novas
4.2.1.Projeto
com a evolução da rede elétrica. As vantagens financeiras quanto sociais são atrativas
podemos citar a geração de energia limpa que se alia a redução nos custos das contas de
!46
As variáveis de cálculo consideradas pela empresa para dimensionamento do
família de classe médias alta, para o qual foi considerado um sistema de 3,65 kWp que
4.2.2.Custos
serviços, frete e incidência de impostos. O valor total orçado para a execução do projeto
4.2.3.Retorno
solar. Por esse motivo no verão onde o sol irradia mais forte e o dia tem maior duração o
sol se põe mais cedo. Isso fica visível no gráfico de potencial de produção versus
consumo (figura 8) nos diferentes meses ao longo do ano onde de outubro a março a
!47
Figura 8: Produção mensal de energia solar
Períodos 25
!48
VPL Receita Investimento
US$90.000,00
US$67.500,00
US$45.000,00
US$22.500,00
US$0,00
-US$22.500,00
-US$45.000,00
2019 2021 2023 2025 2027 2029 2031 2033 2035 2037 2039 2041
Dado em conta a vida útil de 25 anos dos módulos fotovoltáicos, o VPL no último ano
As informações que serão apresentadas nesta sessão foram cedidos pela Enel em
O projeto Cidade Inteligente Búzios teve por objetivo implantar uma rede
inteligente na cidade de Búzios, na região dos lagos no Rio de Janeiro, para servir de
piloto nessa evolução tecnológica no Brasil. Sua execução foi realizada em 8 blocos,
!49
• Automação de redes: este bloco estudou a implementação de um sistema de
religadores que são onerosos, este projeto teve em seu escopo a prevenção
eficiência.
longo da cidade.
agregados.
!50
• Telecomunicações e sistemas: implementação de tecnologias de comunicação
até barcos.
centralizada, este projeto atua apenas com inteligência local através de chaves
inteligentes.
!51
Avaliando a cadeia total da produção até consumo de combustíveis fósseis
existir um estímulo econômico para alterar o perfil de consumo para para fora
!52
A evolução tecnológica da rede incentiva a prática das unidades consumidoras a
Tabela 4: Quantidade de unidades de geração distribuída instaladas em Búzios em cada ano [22]
projetos pilotos de automação de redes nos Estados Unidos esse valor ultrapassou 50%
Bloco de
Pesquisa 2012 2013 2014 2015 2016 Total
Automação
de Redes 104.440,43 1.993.934,63 492.961,29 155.843,09 - 2.747.179,44
Geração
Distribuída 276.526,52 529.684,09 49.454,81 193.476,09 316.157,20 1.365.298,71
Gestão de
Projeto 116.007,19 336.934,14 528.767,14 722.244,95 455.497,52 2.159.450,94
Iluminação
Pública 284.810,76 172.499,66 71.957,22 - - 529.267,64
Medição
Inteligente 85.540,61 2.529.352,19 3.152.256,14 647.519,04 1.427.766,19 7.842.434,17
Prédios
Inteligentes - 75.128,63 - - - 75.128,63
Projetos
Sociais 913.268,08 451.862,14 568.050,36 761.989,15 296.765,51 2.991.935,24
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Bloco de
Pesquisa 2012 2013 2014 2015 2016 Total
Telecomunic
ações e
Sistemas 363.346,23 1.410.432,25 1.223.367,82 234.512,81 - 3.231.659,11
Veículos
Elétricos 234.538,48 1.397.766,48 1.139.720,68 563.316,92 31.957,14 3.367.299,70
24.309.653,58
e custos médios e no cálculo do retorno foi utilizada uma taxa de desconto de 7,13% a.a
capacidade instalada.
relatório final, apresentado à ANEEL em 2016, é uma fonte rica para orientação a
!54
CONCLUSÃO
Eletromecânica Digital
Unidirecional Bidirecional
Hierárquica Rede
ambiente forçou o sistema a passar por uma transformação onde os consumidores estão
período de tempo ainda contribuindo para uma rede mais confiável e limpa.
como o caso de Búzios, para estudos de implantação da Smart Grid o país caminha para
!55
REFERÊNCIAS
[1] Rivera, R., ESPOSITO, A. S., TEIXEIRA, I, Redes elétricas inteligentes (smart
grid): oportunidade para adensamento produtivo e tecnológico local, 2013. Disponível
em: < https://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Galerias/Convivencia/
Publicacoes/Consulta_Expressa/Tipo/Revista_do_BNDES/201312_02.html>. Acesso
em: 18 dez. 2017.
[2] LOVINS, A. B.; DATTA, E. K.; FEILER, T.; RABAGO, K. R.; SWISHER, J. N.;
LEHMANN, A.; WICKER, K. Wicker. Small is profitable: the hidden economic
benefits of making electrical resources the right size. Rocky Mountain Institute, 2002.
[3] IEA, Energy Access Outlook 2017: from poverty to prosperity, 2017. Disponível
em: < https://www.iea.org/publications/freepublications/publication/
WEO2017SpecialReport_EnergyAccessOutlook.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2018
[5] ANEEL, Boletim de Informações Gerenciais, Brasília. set 2017. Disponível em: <
http://www.aneel.gov.br/documents/656877/14854008/
Boletim+de+Informa%C3%A7%C3%B5es+Gerenciais+-+3%C2%BA+trimestre+2017/
b609461f-e490-79e8-89bb-ba0f02d0fba9>. Acesso em: 21 jan. 2018.
[6] Elkhorchani, H., Grayaa, K., Novel home energy management system using wireless
communication technologies for carbon emission reduction within a smart grid, Journal
of Cleaner Production, pp 950-961, 2016
[7] ONU, Energy Profiles, United Nations Statistics Division (UNSD), 32. Production
of electricity — by type, 2015. Disponível em: < https://unstats.un.org/unsd/energy/
yearbook/default.htm >. Acesso em: 19 fev. 2018
[8] ANEEL. Atlas de Energia Elétrica, 2005, 2a edição. Disponível em: <http://
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APÊNDICE A - CÁLCULO DO VPL
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