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SMART GRID: EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E A

GERAÇÃO DISTRIBUÍDA A PARTIR DAS REDES


INTELIGENTES

Eduardo Pacheco Bueno Muniz Barretto

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de


Engenharia de Produção da Escola
Politécnica, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Ricardo Ferreira de Mello

Rio de Janeiro

Março de 2018

!1


Barretto, Eduardo Pacheco Bueno Muniz

Smart Grid: Eficiência Energética e a Geração Distribuída a
Partir das Redes Inteligentes/ Eduardo Pacheco Bueno Muniz
Barretto. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2018. 

viii, 53 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Ricardo Ferreira de Mello

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia do Produção, 2018.

Referencias Bibliográficas: p. 56-60.

1. Smart Grid 2. Geração Distribuída. 3. Eficiência
Energética. 4.Rede Elétrica. 5.Energia Renovável.

I. Ricardo Ferreira de Mello. II. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia de Produção.
III. Titulo.

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Agradecimentos

Dedico este trabalho ao povo brasileiro que contribuiu de forma significativa à


minha formação e estada nesta Universidade. Este projeto é uma pequena forma de
retribuir o investimento e confiança em mim depositados.


!4
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Produção.

Smart Grid: Eficiência Energética e a Geração Distribuída a Partir das Redes


Inteligentes

Eduardo Pacheco Bueno Muniz Barretto

Março/2018

Orientador: Ricardo Ferreira de Mello

Curso: Engenharia de Produção

A rede elétrica no modelo que conhecemos foi desenvolvida em um período histórico


onde a procura por energia era mais restrita. Atualmente ela está desatualizada e precisa
enfrentar uma realidade de demanda que não foi projetada para suportar.
O progresso do uso de equipamentos elétricos e eletrônicos ampliou a demanda por
eletricidade mas a indústria de geração de energia não acompanhou a evolução de
consumo e se encontra desatualizada com as necessidades correntes. Para atender ao
desafio tecnológico e elevar a eficiência energética a rede está passando por uma
evolução na infraestrutura, incorporando inteligência com sistemas de comunicação e
análise de dados conferindo novas funcionalidades de controle e atuação dando origem
a rede inteligente (Smart Grid). Os benefícios obtidos pelo desenvolvimento das
tecnologias trouxeram sobretudo a possibilidade de integrar produção de fontes
renováveis de energia em unidades residenciais à rede, quebrando o paradigma da
grandes usinas centralizadora da oferta.
Através de uma pesquisa bibliográfica e relatório de um projeto piloto, este trabalho
busca compreender o novo modelo de rede inteligente, os proveitos que tem a oferecer e
as mudanças na rotina de consumo que irão ocorrer ao longo dos anos.

Palavras-chave: smart grid, geração distribuída, eficiência energética, rede elétrica,


energia renovável.


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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Industrial Engineer.

SMART GRID: ENERGY EFFICIENCY AND THE DISTRIBUTED GENERATION


FROM INTELLIGENT NETWORKS

Eduardo Pacheco Bueno Muniz Barretto

March/2018

Advisor: Ricardo Ferreira de Mello

Course: Industrial Engineering

The electrical grid in the model we know of was developed in a historical period where
the demand for energy was more restricted. Today it's outdated and needs to face a
demand reality that was not designed to withstand.
The progress of the use of electrical and electronic equipments has increased the
demand for electricity but the power generation industry has not kept pace with the
evolution of consumption and is outdated with current needs. To meet the technological
challenge and increase energy efficiency, the network is undergoing an evolution in
infrastructure, incorporating intelligence along with communication systems and data
analysis, giving new control and performance capabilities introducing the Smart Grid.
The benefits acquired from the development of the technologies have notably brought
the possibility of integrating renewable energy production in residential units into the
grid, breaking the paradigm of large plants centralizing supply.
Through a bibliographical research and report of a pilot project, this work seeks to
understand the new intelligent network model, the benefits it has to offer and the
changes in the routine of consumption that will occur over the years.

Keywords: smart grid, distributed generation, energy efficiency, electrical network,


renewable energy.


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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9
1.SETOR ELÉTRICO ATUAL 13
1.1. GERAÇÃO 13
1.1.1.Energias Renováveis 15
1.1.1.1.Solar 16
1.1.1.2.Eólica 17
1.1.1.3.Biomassa 17
1.1.1.4.Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) 17
1.1.2. Custos de produção 18
1.2. TRANSMISSÃO 20
1.3. DISTRIBUIÇÃO 20
1.4. COMERCIALIZAÇÃO 21
1.4.1.Conta de Energia 22
1.4.1.1.Bandeiras Tarifárias 22
1.4.1.2.Tarifa Branca 23
2.SMART GRID 25
2.1. MEDIÇÃO INTELIGENTE 26
2.2. CASAS INTELIGENTES 27
2.3. AUTOMAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO 30
2.3.1.Supervisory Control and Data Acquisition (SCADA) 31
2.3.2.Gestão de Interrupções 31
2.3.3.Volt/Var 34
2.3.4.Monitoramento dos Equipamentos 36
3.GERAÇÃO DE ENERGIA DISTRIBUÍDA 39
4.O CENÁRIO BRASIL 45
4.1.REGULAMENTAÇÃO 45
4.2.IMPLANTAÇÃO DE PLACA SOLAR 46
4.2.1.Projeto 46
4.2.2.Custos 47
4.2.3.Retorno 47
4.3.PROJETO CIDADE INTELIGENTE BÚZIOS 49
CONCLUSÃO 55

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REFERÊNCIAS 56
APÊNDICE A - CÁLCULO DO VPL 61

!8
INTRODUÇÃO

A rede elétrica foi desenvolvida há mais de um século atrás [1], ainda no início

da era tecnológica da eletricidade, onde a demanda se encontrava ainda muito restrita

pelo limitado arsenal de bens de consumo e capital que usufruía dessa fonte de energia.

Consequentemente não havia a necessidade de grandes preocupações com a produção,

era um período mais básico na competência energética. A produção era distribuída de

forma local [2] e as necessidades do consumidor eram basicamente para acender

lâmpadas e alguns simples aparelhos eletrônicos como rádios. Ao decorrer do tempo o

progresso do consumo ultrapassou a evolução rede e atualmente ela está desatualizada,

precisando enfrentar desafios que não foi projetada para suportar.

Com a evolução da sociedade, surgiram os carros para substituir carruagens,

veio o avião e naves espaciais. Foram grandes progressos que se passaram e em um

curto espaço histórico. As tecnologias foram evoluindo até chegar à era da internet,

automação, big data, internet das coisas onde a fonte primária de energia residencial é

elétrica: lâmpadas, televisões, celulares, elevadores, aquecedores, aparelhos de ar-

condicionado, geladeiras, relógios e até carros são movidos por energia elétrica. A Terra

gira em torno da eletricidade.

O aumento da demanda por energia, reflexo da expansão populacional e de bens

que se baseiam nessa fonte energética chegou a um ponto preocupante. Há recursos

limitados de produção para atender um planeta inteiro. Então uma solução deve tomar

parte como expansão da produção, melhoria de eficiência e uma mudança de consumo.

O tema de cidade inteligentes tem aparecido nas pautas das principais discussões

e tratados internacionais. A preocupação com o meio ambiente e recursos naturais vem

!9
tomado notoriedade pelos impactos que podem causar no futuro caso falte

planejamento. Embora o tema central geralmente seja a emissão de gases poluentes, o

aquecimento global e desmatamentos, há de abrir o olho para os recursos naturais

disponíveis. De acordo com o relatório divulgado pela Agência Internacional de Energia

[3] 1,1 bilhão da população mundial de aproximadamente 7 bilhões de pessoas não tem

acesso a energia elétrica.

O desafio de extrair o máximo de limitados recursos naturais de forma eficiente

e sustentável é o que motivou a elaboração deste trabalho. O século XXI é dominado

por máquinas e aparelhos que operam a base de diversas fontes energéticas. Então para

a máquina rodar é necessário produzir energia para dar propulsão ao movimento. A

tendência que enfrentamos é de dependência da energia elétrica por ser mais limpa, pela

dominação de dispositivos eletrônicos e pelas vantagens iminentes de iluminação. Então

o caminho deve ser bem planejado para que exista um futuro.

O trabalho está separado em 4 capítulos. O primeiro situa o leitor a respeito da

estrutura do mercado elétrico brasileiro atual. Seguido do segundo que introduz as

características das redes inteligentes e expõe as principais características e

funcionalidades disponíveis. Já familiarizado com as tecnologias da rede, estrutura e

potencial é exposto o sistema de produção distribuída, tema do capítulo três, onde a

principal mudança no paradigma de produção é abordada. Há alguns projetos piloto de

implementação de rede inteligente no Brasil: em Sete Lagoas - MG, Fernando de

Noronha - PE, Parintins - AM, mas para dar embasamento real ao trabalho teórico foi

escolhido expôr o caso do projeto piloto da cidade inteligente de Búzios no último

capítulo e um estudo de viabilidade econômica para uma implementação de uma placa

solar para produção residencial.

!10
O tema da redes inteligentes é relativamente novo, surgiu depois da virada do

milênio com os avanços na computação e redes de comunicação. Por esse motivo

muitos trabalhos foram desenvolvidos nos últimos anos, tem ocorrido extensos debates

sobre os caminhos a seguir mas a implantação concreta dos conceitos teóricos ainda se

encontra em maturação. Há muitos pequenos projetos, cidades pilotos, mas ainda não é

uma infraestrutura consolidada a níveis nacionais.

A forte presença de capital intelectual e investimentos em pesquisa e

desenvolvimento nos países desenvolvidos os posicionam à frente na largada de dos

grandes avanços tecnológicos. Os países da Europa Ocidental como Itália, Holanda,

Bélgica se encontram em estágios avançados em questões de eficiência energética e são

referência em diversos artigos e projetos piloto na área. Há também fatores energéticos

desses países foram primordiais para o foco no tema, pois são locais com escassez de

fontes naturais então há uma busca incessante por eficiência energética e geração em

fontes mais limpas.

Os Estados Unidos julgaram tão importante o tema que em 2007 se

comprometeram a desenvolver políticas para apoiar a modernização do sistema de

transmissão e distribuição de eletricidade do país para manter uma infraestrutura elétrica

confiável e segura. O assunto está tão em evidência que foi criado um portal

governamental na internet apenas para prestar transparência sobre o andamento dos

projetos. Desse portal foram retiradas inúmeras informações para o desenvolvimento

deste trabalho como relatórios gerenciais e relatórios de andamento e performance de

projetos piloto.

Este trabalho é embasado majoritariamente por artigos científicos e relatórios de

órgãos governamentais, principalmente dos Estados Unidos da América onde o

!11
Departamento de Energia está investindo pesado para a modernização da rede. Mas para

se ter uma visão sobre os desafios e particularidades no cenário socioeconômico

nacional foram considerados relatórios de agências reguladores como a a Agência

Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e de órgãos de suma importância como o

Ministério das Minas e Energia e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social (BNDES).

A Enel, empresa de distribuição de energia, disponibilizou para este trabalho o

relatório "Estudo dos Efeitos da Implementação de Tecnologias de Redes Elétricas

Inteligentes (Smart City) – Projeto Cidade Inteligente Búzios" sobre o projeto piloto da

implantação de rede inteligente que serviu como fonte principal de informação para a

elaboração do capítulo 4 deste trabalho.

Comparando os aspectos técnicos da teoria da rede inteligente com o projeto

piloto de Búzios, foi possível verificar na prática como se encontra a realidade do tema

no Brasil. Ainda com o estudo de viabilidade econômica da implementação de placas

fotovoltaicas residenciais na cidade de Búzios foi verificado o retorno financeiro no

investimento, possibilitando a integração da produção residencial na rede de geração

distribuída, de acordo com as novas regulamentações nacionais.

!12
1.SETOR ELÉTRICO ATUAL

O setor elétrico brasileiro a partir da década de 1990 passou pelo processo de

abertura ao mercado privado com o objetivo de incentivar a competitividade e melhora

nos níveis de serviço. De acordo com as agências, câmaras e associações que ajudam a

regular o setor elétrico nacional, o mercado foi estratificado em 4 segmentos: geração,

transmissão, distribuição e comercialização.

1.1. GERAÇÃO

A camada de geração no ecossistema da energia elétrica é responsável, como o

nome já indica, por produzir energia [4]. É a responsável por transformar elementos da

natureza em eletricidade para consumo e isso ocorre através de usinas das mais diversas

fontes como: hidráulicas, solares, eólicas, biomassa, gás, combustível, carvão, nuclear,

etc. No território brasileiro mais de 75% da geração é produto da primeira fonte

mencionada, conforme demonstrado na Figura 1.

Figura 1: Perfil de produção por fonte energética no Brasil [5]

A geração de energia historicamente foi implantada de maneira centralizada,

localizando-se mais próximos de matéria-prima como as hidrelétricas que necessitam da

presença de uma fonte contínua de água ou usinas de carvão que além de se

beneficiarem da proximidade das minas de carvão precisam se manter afastadas de

!13
grandes centros urbanos por questões poluentes. Então em detrimento da proximidade

dos consumidores as usinas foram construídas em localidades mais remotas, por

questões naturais, buscando ganhos de escala e sendo a maior parcela da produção

concentrada em usinas de grande portes.

A energia elétrica é uma produção puxada, precisa ser gerada conforme a

demanda, diferentemente da maneira em que ocorre com a maioria dos bens de

consumo onde se consegue produzir e estocar. Em horários comuns do dia as usinas

principais, geralmente de maior porte, mais eficientes e de operação contínua geram

energia sozinhas para suprir o consumo. Elas possuem capacidade para manter esse

fornecimento ininterruptamente mas quando há uma busca simultânea em massa por

energia suas capacidades de produção são excedidas, momentos do dia onde ocorrem

picos de demanda, o horário do final da tarde no dias úteis é o principal pois indústrias

ainda estão operando, muitos trabalhadores estão chegando em casa e ligando

televisões, chuveiros elétricos, aparelhos de ar-condicionado, além de ser o início do

horário que demanda iluminação artificial. Nessas situação, para garantir o

fornecimento de energia entram em cena outras usinas menores, para suportar o

excedente de demanda. Essas usinas secundárias são em sua maioria de menor porte e

menos eficiente e por isso ficam desligadas na maior parte do tempo sendo apenas

acionadas quando precisam inteirar a produção [6].

Até 2012 este setor concorria em livre mercado pois possuíam autonomia para

negociar preços mas desde então passaram a ter seus valores praticados pela agência

reguladora.

!14
1.1.1.Energias Renováveis

A preocupação com a saúde do meio ambiente levou a alterações na cultura de

produção e consumo pois abriu uma janela pros impactos prejudiciais que a má

utilização de recursos naturais podem causar ao bem estar do ecossistema. Assuntos

como reciclagem, emissão de gases poluentes, economia de recursos entraram em pauta

com substancial importância na vida cotidiana quanto na indústria.

O sistema elétrico não foi projetado para energias renováveis pois elas são

intermitentes, não podem operar em fornecimento contínuo devidos a externalidades.

Para fornecer energia ininterruptamente usinas com melhores rendimentos e maior

inércia como hidrelétricas, nucleares e carvão funcionam sem parar injetando energia na

rede e em momentos de picos de demanda são acionadas outras fontes de energia menos

eficientes ou menos previsíveis [6]. As duas tabelas a seguir demonstram a participação

por fonte de energia na produção mundial.

Tabela 1: Produção mundial de energia elétrica [7]

Ano Total Combustível Hidrelétrica Nuclear Eólica Solar Outras


2012 22.694.538 15.752.677 3.750.646 2.460.301 521.887 95.122 113.905
2013 23.467.300 16.222.700 3.890.291 2.478.918 645.840 136.468 93.083
2014 23.949.499 16.422.580 3.992.528 2.535.642 708.050 185.469 105.230
2015 24.321.638 16.595.466 3.978.091 2.569.890 826.098 250.639 101.454

Tabela 2: Mix da produção mundial de energia elétrica [7]

Ano Total Combustível Hidrelétrica Nuclear Eólica Solar Outras


2012 100,00% 69,41% 16,53% 10,84% 2,30% 0,42% 0,50%
2013 100,00% 69,13% 16,58% 10,56% 2,75% 0,58% 0,40%
2014 100,00% 68,57% 16,67% 10,59% 2,96% 0,77% 0,44%
2015 100,00% 68,23% 16,36% 10,57% 3,40% 1,03% 0,42%

!15
A produção primária de energia em 2015 superou 24.000.000 Gigawatt-hora,

mais de 7% acima do resultado de 3 anos antes. Energias tradicionais como

combustível, nuclear e hidrelétrica apesar de estarem crescendo relativamente aos anos

anteriores estão perdendo espaço na participação total para formas de energia

renováveis como a eólica e solar que cresceram 58,29% e 163,49% respectivamente

entre 2012 e 2015.

Os próximos tópicos serão dedicados a expôr as definições das formas

renováveis de energia elétrica de acordo com o Atlas de Energia Elétrica [8].

1.1.1.1.Solar

O Sol irradia sobre a superfície terrestre todos os dias, ele é a fonte de calor que

permite a vida no planeta sendo indiretamente responsável por quase todas as formas de

energia renovável: hidráulica (evaporação), biomassa (fotossíntese) e eólica. O

aproveitamento da energia solar costuma aparecer no modo térmico ou fotovoltaico. A

primeira forma é utilizada para aquecimento de água principalmente em residências mas

pode ser muito útil em alguns segmentos comerciais. Coletores instalados nos telhados

captam calor dos raios solares e são transmitidos para reservatórios de água. Para se

obter eletricidade a partir da incidência direta do sol é necessário ter um sistema

fotovoltaico. Placas instaladas nos telhados, captam raios solares e por meio de

materiais semicondutores e convertem em energia elétrica. Há ainda uma terceira forma,

menos utilizada que são os concentradores solares onde há um disposição de materiais

espelhados para refletir raios de sol e concentrar em uma área menor para gerar vapor e

consequentemente energia. Essa última não é tão difundida quanto as duas primeiras

pois necessita de grandes áreas enquanto as duas primeiras aparecem majoritariamente

em telhados de casas.

!16
1.1.1.2.Eólica

A energia eólica é aquela captada através das correntes de ar. Grandes turbinas

são movidas a partir da força do vento e convertem energia cinética em eletricidade.

Representa uma forma muito limpa de energia no entanto, diferente do sol que incide

sobre todos os locais do planeta, ela se restringe apenas a localidades com alta

incidência de vento. Entre os principais impactos negativos há o ruído que pode ser

gerado por algumas turbinas e o impacto visual que grande fazendas podem despertar.

1.1.1.3.Biomassa

É a energia elétrica derivada da queima de recursos orgânicos. É uma forma

indireta de energia solar pois é convertida em energia química, através da fotossíntese,

base dos processos biológicos de todos os seres vivos. Sua principal fonte natural é o

bagaço da cana-de-açúcar graças ao cultivo extenso do setor açucareiro e evolução nos

processos de transformação. As principais desvantagens são baixa eficiência, os custos

de transportes elevados e impactos ambientais associados à monocultura, perda de

biodiversidade e utilização de defensivos agrícolas.

1.1.1.4.Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH)

As grandes usinas hidrelétricas são responsáveis pela fatia majoritária da

produção nacional de energia. Isso ocorre a partir da queda d’água de grandes barragens

construídas ao longo de fluxos hídricos. Para transformar essa energia em eletricidade é

utilizada um turbina acoplada a um gerador. As PCHs operam de forma similar às

grandes usinas mas possuem versatilidade maior de implantação, podendo-se situar ao

longo de pequenos rios o que aumenta seu potencial de instalação para geração

distribuída e apresenta menor impacto ambiental pois diferente das grandes usinas não

!17
há inundação de grandes áreas, disseminando a fauna e flora, desbalanceado o

ecossistema no entorno e expulsão das populações ribeirinhas.

1.1.2. Custos de produção

A rede energética precisa de confiabilidade, de acesso a energia durante todo o

decorrer do dia. O uso de energias intermitentes, que não conseguem funcionar sem

interrupções, não podem ser o cerne da rede pois são cíclicas de acordo com recursos

naturais como incidência solar, ventos, etc. Apesar de não poderem ter o protagonismo

central, elas podem ser essenciais como fontes complementares para atender expansões

gerais de demanda ou momentos de pico "já que os períodos de estiagem que

prejudicam a produção das grandes usinas hidrelétricas coincidem com os períodos de

maior produção de energia eólica, solar e de biomassa” [9]. A figura 2 apresenta um

gráfico a respeito dos custos de produção por capacidade de diferentes fontes de

energia.

Figura 2: Investimentos para energias renováveis

!18
O investimento necessário para a instalação de fontes de energias renováveis é

maior para a fotovoltáica e menor para eólica [10] . As pequenas centrais hidrelétricas

apresentam ganhos de escala para maiores quedas d’água então o potencial hídrico é

determinante para o dimensionamento do projeto de instalação.

Figura 3: Custo de energias renováveis [10]

Como apresentado na figura 3, apresentando a tarifa por custo de energia, quanto

maior o custo de implantação maior o preço da tarifa da energia, para obter retornos

sobre o investimento. Por esse motivo a tarifa da energia fotovoltáica é 40% maior que a

de pequenas centrais hidrelétricas devido ao custo mais elevado de implantação. Apesar

do custo total da energia eólica ser menor que das pequenas centrais hidrelétricas, as

tarifas da segunda são menores devido o setor energético nacional ser altamente

dependente das fontes hídrica. A produção de energia fotovoltaica perde atratividade

frente as outras quando a escala de produção cresce.

!19
1.2. TRANSMISSÃO

O sistema de transmissão é o elo entre a a geração e distribuição [4], o

responsável por transportar energia para que o produto possa chegar ao consumidor

final. As linhas de transmissão no território nacional operam em voltagens altas e são

utilizadas para interligar usinas que geralmente ficam a enormes distâncias das

distribuidoras e do centro consumidor através de altas tensões para atenuar perdas. Para

ligar os geradores com as distribuidoras a voltagem é elevada a níveis de 230.000 volts

para adentrar as linhas de transmissão. A vantagem desse processo é que elevando a

voltagem se diminui a corrente elétrica e consequentemente atenua as perdas de energia.

Esse setor é a rota única entre geração e consumidores, uma interrupção nas linhas de

transmissão podem causar desabastecimento a grandes áreas como cidades, até estados.

O sistema de transmissão nacional conta com 134.765 km de extensão, valor que

deve crescer 15% até 2019 [11].

1.3. DISTRIBUIÇÃO

O segmento de distribuição é definido como o componente do setor elétrico

responsável por entregar energia ao consumido final [12]. Este setor recebe energia de

alta tensão das linhas de transmissão e é responsável por distribuir de forma mais

pulverizada aos clientes de médio e pequeno porte. São responsáveis pelas redes de

baixas tensões, que através de postes comuns de rua entregam energia às residências.

O setor de distribuição é o mais visível ao consumidor, pois são as distribuidoras

as responsáveis pela entrega, reparo e cobrança da energia elétrica.

Diferentemente do sistema de transmissão de energia, na competência de

distribuição a ANEEL [13] define duas classes separadas de perdas:

!20
• Perdas Técnicas: aquelas inerentes a dissipação de energia no transporte em

cabos e outras perdas por consumos em equipamentos da rede.

• Perdas Não Técnicas: correspondem à parcela de energia que foi perdida por

furtos de energia, popularmente conhecidos como gatos, adulteração nos

dispositivos de medição, erros de aferição e erros de faturamentos, etc.

O setor de distribuição é a etapa final entre geração de energia com o

consumidor final. Retratando como uma analogia com bens de consumo mais tangíveis,

as distribuidoras são como as lojas físicas frequentadas para adquirir produtos. As

empresas fabricam seus produtos nas indústrias, geralmente em localidades remotas seja

por incentivos fiscais, ou baixos custos de terrenos, vende-os a lojas próximas ao

mercado consumidor e só então são repassadas a clientes interessados. Na analogia

anterior pudemos demonstrar que as etapas das dinâmicas dos mercados de bens e de

energia apesar de parecerem completamente distintos são essencialmente semelhantes.

1.4. COMERCIALIZAÇÃO

Há dois mercados distintos de comercialização de energia elétrica, um livre e

outro regulado [14].

O Ambiente de Contratação Regulada é o mais comum, onde pertence maior

parte das unidades nacionais. Neste setor o consumidor está a amarrado a contratação

energética ao distribuidor local, que possui concessão daquela área.

Já no Ambiente de Contratação Livre há liberdade para escolher de onde irá

comprar energia. Se contrata diretamente com os agentes de mercado autorizados pela

ANEEL, que concorrem pela captura dos clientes em um mercado competitivo o que

deixa espaço para negociação de preços entre ambas as partes. Diferentemente do

ambiente regulado, o consumidor não adquire energia com a distribuidora local, e sim

!21
com a empresa de sua escolha, no entanto, é pago à distribuidora uma taxa pela

utilização de infraestrutura e a parcela relativa ao consumo que se destina ao agente

contratado. No entanto, não pode ser usufruído por qualquer tipo de consumidor, para

poder adentrar a contratação livre deve-se possuir um consumo superior a 3.000 kW

para ter o direito de negociar a compra de qualquer fonte de energia, ou clientes que se

encontram entre 500 kW e 3.000 kW podem consumir livremente apenas adquirir de

fontes alternativas.

1.4.1.Conta de Energia

Em cada ponto de cobrança há um relógio marcando o consumo de energia.

Mensalmente os valores são aferidos manualmente por agentes das distribuidoras para

avaliar o nível utilizado no mês corrente. A cobrança de energia é realizada de acordo

com a quantidade de kWh consumida. Para fins de cobrança da fatura é realizado um

cálculo simples da quantidade de energia consumida multiplicada pela tarifa por kWh

acrescido da incidência de alguns tributos, como a Contribuição para Iluminação

Pública, o Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços (ICMS), ou acréscimos

devidos às bandeiras tarifárias. Ao fim de cada mês são emitidas às residências contas

de energia elétrica, popularmente referenciadas como conta de luz, cobrando o valor a

ser pago pelo consumo daquele ciclo de acordo com a leitura realizada no relógio de

energia.

1.4.1.1.Bandeiras Tarifárias

O sistema de produção de energia elétrica nacional é majoritariamente

hidrelétrico então fica completamente dependente das condições naturais como

ocorrência de chuvas e níveis dos rios. Quando as condições para produção estão

!22
desfavoráveis, se busca frear o consumo para racionar energia elétrica e previnir uma

escassez completa.

A melhor forma de influenciar os clientes para economizar energia é impactando

financeiramente. Desde 2015 foi introduzido o sistemas das bandeiras tarifárias onde a

cobrança de energia pode incorrer em adicionais dependendo das condições de geração

presentes. A ANEEL divide o sistema em 3 cores:

• Bandeira verde: condições favoráveis à produção, não há adicional.

• Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis, acréscimo de R$

0,010 por kWh consumido.

• Bandeira vermelha - Patamar 1: condições mais custosas de geração,

acréscimo de R$ 0,030 por kWh consumido.

• Bandeira vermelha - Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração,

acréscimo de R$ 0,050 por kWh consumido.

Quanto mais desfavorável está a produção mais alta fica a conta então se vê um

movimento de alteração nos perfis de consumo, estancando supérfluos e coletivizando o

uso de aparelhos de alto consumo.

A cada mês a cor da bandeira é renovada, podendo mudar ou permanecer

inalterada.

1.4.1.2.Tarifa Branca

A partir de 2018 os consumidores passaram a ter uma outra opção no consumo

de energia. Os interessados têm a possibilidade de substituir a cobrança da tarifa fixa

convencional pela tarifa branca, um sistema onde o valor da energia varia dependendo

do dia da semana e do horário. Os preços entre 18h e 22h nos dias úteis são mais caros,

com a ideia de incentivar o desvio do consumo para horários fora de pico. [16]


!23
A introdução de uma nova modalidade de tarifação de acordo com a demanda já

é uma evolução buscando balancear a procura por energia ao longo do dia. Mas este

método é baseado em horários fixos de acordo com dados históricos, apenas com uma

evolução tecnológica de automação de rede será possível ter esta funcionalidade em

tempo real.


!24
2.SMART GRID

O sistema elétrico desempenha um serviço essencial à sociedade. Grandes

poderes requerem grandes responsabilidades e é este o motivo pelo qual a rede está

passando por uma transformação visando atender o desafio energético. As necessidades

são grandes, o novo cenário de consumo requer mudanças na estruturação da rede de

forma a torná-la mais confiável, segura e eficiente. O progresso do uso de equipamentos

elétricos e eletrônicos ampliou a demanda por consumo de eletricidade mas a indústria

de energia elétrica não acompanhou a evolução de consumo e se encontra desatualizada

com as necessidades correntes.

O termo Smart Grid foi cunhado por Amin e Wollenberg [17] para descrever

uma nova forma de combinar tecnologias visando conceber uma rede de distribuição de

energia integrada com o mercado desde a produção a até o consumo. Compreende o

conjunto de sensores, atuadores, equipamentos, softwares de monitoramento e gestão

que buscam integrar a rede para fornecer energia de maneira mais confiável, segura e

eficiente. Abrange ainda a introdução de fontes de energia renováveis como solar e

eólica que por questões naturais tem produção instável e não podem ser previstas.

O termo Smart Grid não é facilmente definido, pois não representa uma coisa só,

e sim um conjunto de infraestrutura e técnicas para a gestão do sistema elétrico [18].

Muitas são as maneiras de definir o conceito de uma rede inteligente mas todas

convergem para um sistema de comunicação na rede de energia que permite a troca de

informação e auxilia na comunicação e controle holístico da rede.

!25
2.1. MEDIÇÃO INTELIGENTE

A propriedade determinante para configurar qualquer tipo de sistema como

inteligente é a presença de informação. O modelo em que a rede elétrica foi estabelecida

limita os dados tangíveis às distribuidoras por ser um fluxo unidirecional de entrega, a

distribuidora provê energia mas não consegue aferir dados pela rede. O grande avanço

tecnológico e a implementação de um modelo inteligente se dá a medida em que se

altera a relação provedor x consumidor introduzindo um modelo que incorpora ambas as

partes em uma rede de comunicação.

O padrão, consolidado há décadas depende de operações manuais in loco:

manutenções, reparos, aferições, com interferência humana muito presente. A grande

evolução que apareceu para quebrar o paradigma do modelo de rede foi em transformar

um sistema que era puramente de entrega de energia elétrica em uma estrutura de

informações.

A infraestrutura que permite a integração avançada da rede elétrica é um sistema

de medidores inteligentes, redes de comunicação e sistemas de gerenciamento de dados

que permite a comunicação bidirecional entre distribuidoras e clientes [19]. A peça

chave para implantar esse modelo foi o desenvolvimento de um medidor inteligente,

uma nova tecnologia para substituir os vulgarmente conhecidos relógios de luz que

dentro de suas inovações permitem que a distribuidora e cliente troquem fluxo de

energia assim como informações de status tanto no sentido distribuidora para cliente,

quanto no inverso.

As vantagens desse modelo bidirecional são vastas, muitos processos tem a

oportunidade de serem aprimorados e novos modelos de mercado de surgir. A novidade

de receber informações em tempo real admite uma facilidade de implantar um sistema

!26
central com funcionalidade para processamento de dados, monitoramento e controle. A

recepção de informações em tempo real dos status da rede viabiliza uma visão holística

das condições de equipamentos, indicadores de performance e demanda instantânea.

Esse novo tipo de tecnologia trouxe consigo uma pacote de vantagens que irão

impactar positivamente o funcionamento da rede elétrica. Das funcionalidades

disponíveis pode-se citar as mais críticas como a possibilidade da medição de consumo

em curtos intervalos de tempo, atuação em cortes e relaxamentos de energia de maneira

remota e viabiliza a comunicação em duas vias entre cliente e distribuidora abrindo as

portas para um novo perfil consumidores energéticos residenciais.

2.2. CASAS INTELIGENTES

A evolução da rede não se limita apenas às centrais de distribuição, subestações,

linhas de transmissão, sua transformação alcança até o interior das residências.

Computadores, laptops, celulares e televisões já se comunicam por uma rede privada

configuradas dentro dos limites residenciais chamada de Home Area Network (HAN)

para simplesmente interconectar os diversos dispositivos com a internet . A estrutura se

baseia em dispositivos locais conectados a um roteador que atua como um portal que

interliga a rede local com a internet. A ideia das casas inteligente é que haja a mesma

formação de redes e comunicação mas entre aparelhos, dispositivos e eletrodomésticos

com a rede elétrica.

O funcionamento eficaz no ambiente do consumidor depende de outra

transformação na indústria que foge diretamente à competência do sistema elétrico. O

conceito de casa inteligente foi desenhado considerando uma evolução nos dispositivos,

aparelhos, eletrodomésticos e veículos que utilizam energia elétrica e integração com a

Internet das Coisas. A funcionalidade de se conectar a uma rede hoje existe apenas para

!27
aparelhos que se comunicam com a internet. No entanto, o perfil de bens essenciais a

serem integrados à rede elétrica são completamente diferentes da internet, são aparelhos

que possuem grande consumo de energia, em geral eletrodomésticos como máquinas de

lavar roupa, geladeiras, ar-condicionados [20]. As necessidades do tipo de comunicação

também diferem pois computadores, smartphones possuem baixa autonomia de bateria e

necessidade de alta banda de informação por trabalhar com arquivos grandes, na

grandeza de gigabytes. Já os dispositivos do cotidiano doméstico tem um perfil

completamente diferente, precisam apenas utilizar uma pequena faixa de banda pois são

apenas dados simples a serem enviadas mas com disponibilidade constante.

Apesar das novas funcionalidades, os consumidores são os responsáveis pela

execução dos benefícios permitidos pelo sistema da casa inteligente. A maior barreira

para a alteração dos hábitos de consumos é a falta de consciência sobre o perfil de

utilização. Os consumidores utilizam energia sem saber ao certo os maiores ofensores

de consumo. A informação que chega ao consumidor é é a utilização total no final do

mês. Com informações detalhadas de aparelhos e horários de maior consumo o cliente

pode mudar seu comportamento para reduzir o valor da sua conta [21].

Gestão no lado da demanda é um conjunto de incentivos e práticas que as

companhias de fornecimento promovem para melhorar o aproveitamento dos recursos

energéticos apenas alterando o comportamento de consumo e tornar a rede mais

eficiente sem alteração no nível de produção [22]. Com dispositivos domésticos

interligados o usuário poderá visualizar desempenho, controlar o funcionamento e

ajustar suas configurações. Um painel gerencial facilitará ao usuário acompanhar seu

perfil de consumo, servindo de informação para uma utilização mais consciente de

energia. A integração da casa inteligente pode ser vista no esquemático da figura 4.

!28
Figura 4: Casa Inteligente [23]

A informação de energia que flui da distribuidora para as residências podem ser

manipuladas através de um sistema de gerenciamento de energia doméstico (EMS), que

permite a visualização de maneira fácil e intuitiva em dispositivos pessoais. Um EMS

doméstico permite o acompanhamento do uso de energia em detalhes alimentado o

usuário com informações sobre seu perfil de consumo para auxiliar um melhor uso da

energia promovendo economia. Com o sistema de tarifação de acordo com a demanda

de energia o EMS também permite o monitoramento de informações em tempo real e os

níveis de preço para que se possa direcionar o consumo a momentos onde a energia está

mais barata. É possível configurar os equipamentos para que operem em momentos

específicos de demanda, por exemplo sinalizar aparelhos de ar-condicionado a desligar

quando a energia ficar cara ou configurar uma máquina de lavar roupas a ligar

automaticamente de madrugada quando a energia está mais barata.

De acordo com [23] o sistema de gerenciamento local consiste no fornecimento

de informações que facilitam o monitoramento, controle e planejamento do consumo a

partir das seguintes funcionalidades:

!29
• Auto-configuração - a rede detecta a presença de qualquer novo dispositivo

conectado promovendo fácil instalação e integração.

• Monitoramento fácil - a conexão de todos os dispositivo em uma mesma rede

permite o acesso a informações gerais e detalhada a respeito do consumo

podendo estudar o próprio perfil para alterar hábitos e economizar energia.

• Controle remoto - com todos os dispositivos conectados é possível ter a visão

de cada um individualizado e que sejam controlados remotamente.

• Planejamento inteligente - é possível planejar o consumo para momentos de

pico, alterando automaticamente o perfil nessas ocasiões para reduzir o

consumo.

2.3. AUTOMAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO

O medidor inteligente foi a peça fundamental que permitiu a evolução da rede de

fios eletrizados para um sistema informação. Para os usuários, ficará disponível a leitura

em tempo real do consumo, possibilidade de integrar sua geração à rede e a visualização

do perfil de consumo incentivando o uso racional de energia. No lado das

concessionárias, há uma recepção passiva de dados que permite mapeamento da rede e

gerenciamento de falhas e quedas de energia, gestão de ativos, e um serviço de melhor

qualidade e confiabilidade [24].

O Departamento de Energia dos Estados Unidos investiu 7,9 bilhões de dólares

no decorrer de 7 anos [25] em projetos de implementação de redes inteligentes

subdividido em sistemas de transmissão, sistemas de clientes, medidores inteligente e

automação da distribuição.

!30
2.3.1.Supervisory Control and Data Acquisition (SCADA)

A fim de ter uma rede estruturada e integrada, o sistema de distribuição de

energia deve contar com tecnologias e infraestrutura que permitem supervisionar,

avaliar e controlar o serviço de maneira segura, confiável e eficiente. SCADA é um

sistema de processamento e controle onde sensores e equipamentos são integrados à

central responsável pela tomada de decisões e supervisão da rede. Nesse núcleo está o

sistema responsável pelo processamento de todos os dados transformando-os em

informações para serem utilizadas. Todos os dados são analisados e processados para se

tornarem informação para auto-ajuste de elementos da rede [26].

A malha elétrica possui magnitudes imensas, a inciativa de monitorar e controlar

a rede vai impactar o volume de dados trafegado. Cada residência contará com seu

próprio medidor inteligente, pontos dispersos do sistema de distribuição contarão com

sensores para medir níveis de voltagem, equipamentos enviarão seu status de

funcionamento e diversos indicadores de serviço. O processamento e análise de intensos

volumes de dados sobre o status da rede se torna viável apenas pelos uso dos benefícios

das tecnologias de bancos de dados aliadas às de armazenamento [1].

2.3.2.Gestão de Interrupções

Nenhum projeto, por melhor planejado e executado opera completamente sem

falhas. Naves da NASA tem problemas em lançamento, estádios milionários aparecem

com problemas de estruturas, barragens cedem. A ocorrência de falhas é certa, o que

define um bom projeto é reduzir ao máximo episódios dessa natureza e agir

eficientemente para contornar erros quando aparecerem.

Na configuração atual da rede elétrica a visão do status de funcionamento em

tempo real é inexistente então não é possível para a central identificar falhas no

!31
fornecimento remotamente. Isso significa que as distribuidoras são reativas, elas atuam

apenas a partir da reclamação de clientes. O processo é:

• Ocorre a falha

• Clientes ligam para a distribuidora para notificar a interrupção no

fornecimento da energia

• Distribuidora envia equipe para o local para avaliar e consertar os danos

• Fornecimento é reestabelecido

Então desde a ocorrência de uma falha até o início do reparo há diversas etapas

intermediárias que despendem tempo e capital. O intervalo de tempo entre interrupção

até a chegada da informação à distribuidora é uma desvantagem na corrida do reparo.

Não só no quesito de tempo, mas no mérito de informação. Queixas submetidas via

telefone não têm competência de diagnóstico. Então as equipes de campo são

despachadas ao local do reparo já partem a um passo atrás pela insuficiência de

informação. A operação in loco necessita passar antes por uma etapa de diagnóstico,

para aferir o que ocasionou o erro que afetou a região. Só após todas essas etapas

completas é que de fato é possível agir e reparar, restabelecendo o fornecimento de

energia na localidade.

Tecnologias de automação do sistema de distribuição permitem detectar,

localizar e diagnosticar falhas, retirando a dependência da atuação de clientes para

comunicar esses eventos. Mas antes mesmo de necessitar de interferência humana, há

um recurso de agir remotamente para atenuar o impacto a muitos clientes. As

Tecnologias de Localização e Isolamento de Falha e Recuperação do Serviço (FLISR),

podem operar de forma autônoma (figura 5) para recuperar o fornecimento de energia a

muitos locais impactados a medida em que:

!32
• O sistema localiza a falha a partir de sensores de rede localizados na fiação de

distribuição e comunica as condições à central de operação.

• Chaves são abertas para isolar a área

• A rede fecha outra chave que já se encontrava aberta, conectando a área

afetada a redes vizinhas, reenergizando essa porção da rede mesmo com a

falha ainda existente.

Figura 5: Ocorrência de uma falha e as manobras para restauração do fornecimento [27]

A automação do sistema de informações da rede acelera os processos de reparo e

restauração permitindo informação mais acurada às equipes de operações. Estas

utilidades impactam em ganhos financeiros e sociais a medida em que:

• Reduz custos de transporte - cada ordem de serviço está relacionada a um

deslocamento de equipe para a realização da tarefa. A possibilidade de reduzir

atuação humana sobre falhas aliada à otimização do envio de equipes

munidas de informações detalhadas a respeito do status, deslocando-as ao

local com maior assertividade reduz custos de transporte associados ao

cumprimento de cada ordem das serviço e ainda reduz a emissão de gases

poluentes sobre a atmosfera a medida em que se utiliza menos combustível.

• A identificação de falhas proativamente, reduz a necessidade de serviços de

atendimento ao cliente e oferece uma eficiência superior do serviço prestado,

aumentando a satisfação do cliente.

!33
Os serviços de falhas foram enormemente impactados pelas novas tecnologias,

trazendo vantagens aos clientes, reduzindo a ocorrência de faltas de fornecimento e o

tempo médio das ocorrências. Além disso, há uma redução de custos operacionais com

as novas tecnologias auxiliando as equipes de campo a serem mais eficientes.

2.3.3.Volt/Var

Potência é uma medida que demonstra quantidade de energia em um intervalo de

tempo. O uso do termo é muito difundido no dia-a-dia quando se busca especificar: a

potência de um carro, de e uma lâmpada. Seu uso em eletricidade é um pouco mais

complexo sendo separada separada em 3 formas distintas:

• Potência ativa - é toda a parte da potência que o circuito utiliza de fato para

dissipar energia e realizar trabalho. A parte resistiva do circuito é a

responsável por essa parcela da potência.

• Potência reativa - é a parcela que entra no circuito devido a armazenamentos

de energia nas partes indutivas e capacitivas do circuito. Ela não realiza

trabalho.

• Potência aparente - é o resultado da soma vetorial das potência ativas e

reativas. Este tipo de potência é utilizada para dimensionar o fornecimento na

rede pois mesmo a parte reativa não produzindo trabalho, essa potência ainda

deve ser fornecida ao circuito.

Uma forma eficaz de garantir funcionamento eficiente é controlar a voltagem

fornecida e seu impacto na potência reativa. O sistema SCADA coleta informações dos

status de diversos equipamentos e determina a melhor ação a ser tomada no momento. A

redução de perdas de energia na fiação aumenta a eficiência da energia produzida, e

!34
consequentemente diminui a necessidade de geração, pois mais energia está sendo

entregue sem alteração na produção.

Apesar da vantagem em existir um processo eficiente de monitoramento e

recuperação em caso de falhas, o ideal é prevenir para que elas nunca ocorram. Existem

fatores externos que não se pode controlar como, desastres naturais, colisões em postes,

etc. No entanto existem algumas variáveis que podem ser manipuladas para promover o

fornecimento contínuo e eficiente.

A variação da carga ao decorrer do dia causa alterações no sistema que pode

levar a condições de operações indesejáveis. Este sempre foi um tema de preocupação

das distribuidoras mas a falta de um meio de comunicação entre consumidor e

fornecedor não permitia uma apuração das informações necessárias para a regulagem

em tempo real. Com a crescente demanda por energia elétrica esta questão recebeu mais

destaque e as tecnologia de comunicação permitiram obtenção das informações

necessárias para atuar em tempo real, de forma mais rápida e segura [28].

O controle da potência reativa (Volt/VAr) é um fator crítico pois é responsável

por promover eficiência à rede elétrica. Ajustando os níveis de voltagem os aparelhos

atuam com menor perda de energia e há uma economia de consumo sem que haja

mudança no perfil de por parte do cliente. A introdução dos medidores inteligentes abriu

uma janela para visualizar o status da rede e utilizando capacitores e reguladores de

voltagem é possível reduzir demandas de pico com maior eficiência, utilizando de

comunicação sem fio e lógica de software para reduzir variações no sistema.

O fator de potência é uma medida que indica a eficiência energética. Seu valor é

a razão KW/KVA (quilo watt por quilo volt ampère) e é dado pela divisão entre potência

ativa e potência aparente possuindo valores entre 0 e 1. Quanto mais próximo o

!35
resultado está da unidade mais eficiente é a energia pois a carga no sistema é

majoritariamente resistiva, produzindo trabalho. A inversa é também é verdadeira,

quanto mais perto o fator está de 0 maior é a parcela reativa da potência sendo menos

eficiente pois se está fornecendo energia que não realiza nenhuma forma de trabalho.

2.3.4.Monitoramento dos Equipamentos

Implementar uma rede conectada requer grandes investimentos em

equipamentos e uma grande dependência em suas respectivas performances. Se

despende uma grande quantia de capital no processo de automatização e comunicação

entre equipamentos, e é uma boa estratégia utilizar-se desse recurso para monitorar os

status de funcionamento dos equipamentos. A central de processamento recebe

informações contínuas sobre o desempenho geral da rede, e também status de variáveis

operacionais de equipamentos retornando em caso de avaria se deve haver alguma

alteração remota em sua configuração ou se precisa enviar uma equipe de operações

para reparar ou trocar uma peça. Esse artifício permite saber se os equipamentos estão

operando corretamente, avaliar parâmetros indicadores de depreciação e utilizar dessa

informação para planejar manutenções e eventuais trocas.

A visão contínua dos status dos equipamentos traz benefícios tanto para o cliente

quando para a distribuidora. Quando não se tem informações, inspeções devem ser

feitas presencialmente, e isso significa custos, tempo e pessoas. Alguns ajustes simples

podem ser feitos remotamente por configurações na rede. Tendo uma visão de seu status

diretamente da central se direciona quais equipamentos definitivamente necessitam de

operação presencial e qualquer reparo se passa com mais informações. Manter

equipamentos em melhores condições tem por impactos positivos:

!36
• Redução de falhas: manutenção em dia diminui propensão a falhas, mantendo

a operação da rede mais confiável com menor probabilidade de ocorrência de

transtornos de operação.

• Redução de reparos: devido ao monitoramento e análise contínua e detalhada

é possível diagnosticar realmente quais equipamentos necessitam de reparo,

reduzindo serviços de campo desnecessários.

• Redução de trocas: mantendo as condições de operação estáveis por reparos

direcionado se reduz a ocorrência de falhas, prolongando o tempo de vida e

consequentemente a necessidade de troca.

• Atividades mais rápidas: a visão da central sobre os status de operação dos

equipamentos permitem ajustes remotos de variáveis simples e disponibiliza

informações quando necessárias a equipes de campo para uma atuação mais

assertiva.

Reparo tem como principal utilidade prevenir falhas para manter os

equipamentos em funcionamento. Analisando continuamente o status, softwares de

diagnóstico disponibilizam uma visão proativa de atuação. Reparos preventivos são

preferenciais aos corretivos, é melhor consertar uma peça para que ela se mantenha em

funcionamento do que agir apenas quando ocorre um erro e já se passou por grande

inconveniências e perda do serviço.

Tendo mais informações e sendo mais assertivo nas operações de reparo, se

reduz a quantidade de ordens de serviço, impactando diretamente custos pois se diminui

as necessidades de mão-de-obra, gastos com combustível e com a aquisição de ativos

substitutos pois reparo com qualidade aumenta o tempo de vida dos equipamentos

reduzindo a necessidade de aquisição de substitutos.

!37
Do ponto de vista do cliente, uma rede melhor conservada opera de maneira

mais confiável. O monitoramento e reparo eficiente dos equipamentos acarreta em

menos falhas, aumentando o grau de satisfação e reduzindo inconveniências. E quando

ocorrem, ainda há ganhos pois a operação é feita com mais informações e mais objetiva,

restaurando o funcionamento em menos tempo.

O progresso tecnológico da rede permite novas funcionalidades, impondo maior

competência aos processos, implicando num consumo mais eficiente. Todas as

evoluções apresentadas neste capítulo são inerentes ao consumo, ou à distribuição, o

desenvolvimento holístico ocorrerá a partir do momento em que se alia essas vantagens

com a introdução de mudanças estruturais no sistema de geração.

!38
3.GERAÇÃO DE ENERGIA DISTRIBUÍDA

Como descrito no capítulo sobre o mercado de energia atual, o modelo de

implantação escolhido na época do desenvolvimento da rede foi de plantas

centralizadoras da produção em locais distantes transmitindo a distribuidoras que por

sua vez entrega ao consumidor. Esse modelo centralizado de produção está

desatualizado, ele era útil em uma época onde a tecnologia de geração de pequeno porte

era cara e não se tinha preocupação com fontes de energia renováveis. Atualmente esse

padrão está sendo reestruturado para permitir a produção de diversos agentes menores

para complementar a geração de base, dando origem ao sistema de energia distribuída.

Apesar de cada país ter suas particularidades econômicas e regulatórias há

alguns itens em comum que podem ser observados [29]:

• Incentivo ao uso de energias renováveis e redução da emissão de carbono.

• Viabilidade financeira de energia fotovoltáica e eólica.

• Armazenamento permite desvio de cargas conforme demanda.

• Saturação da infraestrutura existente.

Lovins em Small is Profitable [2] definiu três formas recursos distribuídos que

podem deslocar a escala predominante do sistema de eletricidade em direção ao

tamanho da unidade certa para cada tarefa. As principais formas de atender a demanda

adicional de serviços elétricos: recursos do lado da demanda (como os serviços são

derivados da eletricidade), recursos da rede (como a eletricidade é entregue ao

consumidor) e recursos do lado da oferta (como a eletricidade é gerada).

No âmbito de recursos do lado da demanda há atributos físicos como a

instalação de baterias ou outras alternativas energéticas, a eficiência dos produtos

gerando redução de consumo para entregar o mesmo serviço mas está muito mais

!39
vinculado à mudanças no comportamento do consumidor em utilizar energia de forma

mais consciente e eficaz.

Os recursos do lado da rede representam a infraestrutura que liga o gerador ao

consumidor final, são os recursos intermediários que são responsáveis por fazer entrega

rápida e segura de energia. Este não é um ambiente de consumo, nem de geração, é um

transporte então sua eficácia está na entrega sem perdas. Controle de voltagem e energia

reativa, eficiência de equipamentos, redução de roubos e atenuações da rede são as

formas que a rede de transmissão tem de garantir uma boa performance energética.

A geração que cria energia de recursos naturais melhora ao passo em que sua

eficiência de processo aumenta, quando importa energia de outros locais por linhas de

transmissão ou quando tem nova capacidade instalada.

A geração distribuída, pela proximidade dos locais de consumo, contribui para a

diminuição das perdas técnicas, além de mitigar os investimentos na expansão do

sistema de transmissão e distribuição [21]. Segundo Pomilio [30] as redes modernas

retomam a configuração inicial de microrredes locais com pequena potência para suprir

ampliações de rede.

O investimento em grandes usinas trazem algumas deseconomias de escala que

não afetam a deposição de pequenas unidades de geração distribuídas. A modularidade

de instalar pequenos pontos de produção energética oferece uma série de vantagens

quando comparada às grande usinas. A alternativa de modelo de expansão de rede para

uma geração distribuída está desenhada na figura 6.


As redes de transmissão possuem extensão imensa, conectam produtores a

consumidores em nível nacionalidade. É um estrutura surpreendente mas que atua com

diversas perdas pelo fato de ter que transportar energia por longas distâncias. Como

!40
Figura 6: Alternativa de aumento na capacidade do sistema [2]

descrito no capítulo 2, as usinas geralmente se localizam próximas dos recursos naturais

e consequentemente longe dos consumidores. Essa escolha causa a necessidade da

energia viajar longas distâncias passar por distribuidoras e depois direcionadas às

residências. Segundo o relatório sistêmico de fiscalização de energia (FiscEnergia) do

Tribunal de Contas da União [31] “Considerando que o parque hidrelétrico brasileiro é

capaz de armazenar cerca de 200 TWh em reservatórios, significa dizer que 30% da

capacidade de armazenamento do parque elétrico brasileiro é desperdiçada nas redes de

distribuição. Esse montante de perdas representa um custo de R$ 15,2 bilhões por ano,

sendo R$ 6,6 bilhões apenas em razão de fraudes, furtos ou falta de medição (perdas

não técnicas).”

Por se localizar perto das redes ou até fazendo parte delas, os sistemas que

contam com geração distribuída são mais confiáveis por fatores de proximidade mas

também no mérito de falhas. Um sistema centralizado de geração é muito vulnerável a

!41
níveis ambientais, ao funcionamento do sistema de transmissão e claro à própria

operação. De acordo com Shayani [32] ”Se a energia for obtida de forma

descentralizada, todas as regiões passam a ter igual acesso à eletricidade, permitindo

que diversas áreas rurais prosperem, aumentando a necessidade de mão-de-obra e,

conseqüentemente, reduzindo os problemas sociais das cidades. Esta visão deve ser

contemplada na escolha de uma fonte de energia substituta aos combustíveis fósseis.” A

falha crítica de operação, ou um acidente nas linhas de transmissão e até um cenário

mais drástico de um ataque à central de distribuição em guerra, derruba o fornecimento

de energia para boa parte do país e revela sua total dependência. O ditado popular “não

coloque todos os ovos na mesma cesta” também se aplica ao setor energético.

A instalação de placas solares e baterias residenciais vem se tornando algo

palpável com o avanço tecnológico e redução dos custos de implementação. Mais

importante que isso está a mudança na forma de produção doméstica. Antes o que era

apenas uma iniciativa sustentável própria, agora é realidade distribuída. Sendo um

pequeno produtor de energia, agora, graças ao medidor inteligente e à comunicação

bidirecional é possível fornecer energia à rede e ser recompensado financeiramente.

A crescente preocupação com o meio-ambiente e a utilização de energias

renováveis para substituir usinas de combustíveis fósseis e poluentes deu ao mercado

uma nova possibilidade de participação doméstica na produção de energias renováveis.

Estabelecimentos que decidirem instalar painéis solares nos telhados, geradores ou

novas baterias nas paredes poderão participar ativamente do mercado de fornecimento e

ainda serem recompensados financeiramente. Hospitais, restaurantes, casas poderão

vender energia para a concessionária diretamente para cobrir picos de demanda ou ainda

podem desfrutar do benefício de armazenamento energia. Ambientes equipados com

!42
baterias domésticas tem a conveniência de poder se recarregar quando a rede estiver

ociosa e utilizá-la em momento de pico, possibilitando indiretamente no consumo de

pico com uma tarifa fora de pico.

A possibilidade de gerar e fornecer a própria energia é uma quebra do paradigma

da distribuidora única central para uma rede de geração distribuída e é uma das

principais funcionalidades da rede inteligente. A possibilidade de atuarem como

vendedores de energia desenvolveu o conceito de prossumidores - junção das palavras

produtores e consumidores - para intitular tradicionais consumidores que produzem ou

armazenam energia de alguma forma e fornecem à rede.

Apesar de todos os benefícios que a produção distribuída pode oferecer, há

diversas preocupações a respeito de como implantar para garantir o funcionamento de

forma correta, eficiente e segura. Um dos principais pontos é a respeito da qualidade da

energia entregue, com diversos pequenos produtores espalhados se torna muito mais

complicado avaliar a qualidade da energia que eles estão disponibilizando, isso pode se

tornar um problema. É necessária a presença de ferramentas avançadas para controle da

energia entregue com injeção harmônica, controles de voltagem e potência reativa para

garantir a integração segura e eficiente com a rede.

Uma regra geral de projetos é que quanto maior a escala, há mais capital

envolvido e mais tempo demora para se concretizar. A construção de grandes prédios

requer mais tempo que a de pequenas casas, uma linha de metrô demora mais que a

abertura de uma nova rua e o desenvolvimento de um sistema operacional ultrapassa o

investimento de um simples jogo de celular. Lovins [2] definiu três grandes pontos de

risco que devem ser cuidadosamente elaborados pois são vitais para a vida do projeto:

!43
• Risco de demanda: projetos de imensa magnitude como a construção de uma

grande usina requer grande tempo de planejamento e posteriormente de

construção. Portanto é um planejamento de produção no médio prazo, após a

concretização do projeto e o início da operação será um momento

completamente diferente do que era na fase de concepção do projeto. Portanto

uma correta previsão da demanda é essencial para o sucesso do projeto. Caso

subdimensionado se estará obsoleta já no início da operação, caso

superdimensionado haverá um desperdício enorme de recursos financeiros.

• Risco financeiro: um projeto de grande escala requer um dispêndio de grande

magnitude de capital. Empresas tem que pegar empréstimos, avaliar o custo

de capital e estudar o retorno sobre o investimento no longo prazo. Quanto

mais longe o horizonte temporal, maior o risco, então o fluxo de caixa incerto

no futuro deixa os investidores com um pé atrás. Há também a questão da

decisão de onde investir. Todo dinheiro que está sendo colocado para um

projeto de longo prazo pode ser alocado em outro de curto prazo, mais seguro

com um bom retorno.

• Risco de obsolescência: a partir da concepção do projeto até o início de

operação é uma janela de tempo considerável, há um risco das tecnologias

planejada e utilizadas já se encontrarem em estado de obsolescência no

estágio de operação. É um risco considerável, a indústria tecnológica se

renova em passos largos.

A implementação de uma geração distribuída depende das condições de mercado

e regulamentação da cada país. No Brasil, ela já é permitida tendo passado por

significativas mudanças nos últimos anos.

!44
4.O CENÁRIO BRASIL

4.1.REGULAMENTAÇÃO

No ano de 2012 a ANEEL aprovou uma Resolução Normativa Nº 482 [33], que

"Estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração

distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica, o sistema de compensação

de energia elétrica, e dá outras providências”. Foi o marco inicial para o Brasil do

sistema que permite que consumidores possam produzir sua própria energia através de

painéis fotovoltaicos ou microturbinas eólicas para participar ativamente da rede

elétrica, fornecendo força produtiva de energia e em troca de compensação na conta de

luz.

Mais recentemente houve a revisão da Resolução Normativa nº 482/2012 pela

Resolução Normativa nº 687/2015 [34] buscando reduzir custos e tempo de implantação

de conexões de micro e minigerações e aumentar o público alvo com maiores

incentivos.

Desde março 2016 é permitido a participação da rede de geração distribuída para

qualquer fonte renovável, não apenas solar e eólica, interligadas à rede através da

produção em unidades consumidoras.

Os custos de implementação do sistema em sua unidade residencial é de inteira

responsabilidade do cliente, todo custo deve ser despendido pelo interessado. A

integração ao sistema elétrico e instalação do medidor inteligente, no entanto é de

inteira responsabilidade da distribuidora local.

A regulamentação ainda não permite receber remuneração em dinheiro, toda

energia fornecida à rede é recompensada em créditos de consumo que tem validade de

60 meses então caso o consumo seja ultrapassado pela produção os créditos são

!45
transferidos para mês seguinte. Outra possibilidade, mas disponível apenas a usuários,

pessoas físicas ou jurídicas, titulares de mais de uma unidade consumidora é o

abatimento do consumo de uma unidade com a produção da outra. Essa vantagem

permite a pessoas físicas com casas de veraneio que geralmente são locais no litoral

com alta incidência de sol e vento a produzirem nessas localidades e abaterem em suas

residências ou empresas a instalarem em uma filial com melhores condições técnicas,

recebendo o benefício no CNPJ inteiro. Condomínios também podem participar do

sistema sendo a geração de energia dividida entre as diversos lotes componentes. Há

ainda outra forma que é a geração compartilhada onde diversas parte se unem para

instalar um sistema de geração distribuído o consumidor deve produzir ou armazenar

energia em suas dependências.

Existe ainda um certo desconforto em investir em fontes de energia fotovoltaicas

residenciais por ser um investimento elevado, mas produzindo energia com as novas

regulamentações o retorno pode vir em um curto período de tempo.

4.2.IMPLANTAÇÃO DE PLACA SOLAR

4.2.1.Projeto

A aquisição de placas solares para produção residencial tem recebido incentivos

com a evolução da rede elétrica. As vantagens financeiras quanto sociais são atrativas

para convencer a instalação de sistemas fotovoltáicos em residências. Entre elas

podemos citar a geração de energia limpa que se alia a redução nos custos das contas de

luz com a produção própria e compensação de fatura.

Foi cotada com uma empresa com 25 anos de especialização no ramo de

soluções em aquecimento solar, instalações hidráulicas, elétricas e fotovoltaicas a

instalação de um sistema fotovoltaico em uma residência no município de Búzios, RJ.

!46
As variáveis de cálculo consideradas pela empresa para dimensionamento do

projeto presumiu um consumo mensal de energia de 450 kWh, representativo de uma

família de classe médias alta, para o qual foi considerado um sistema de 3,65 kWp que

se estenderá por uma área total de 20 m2.

4.2.2.Custos

A composição dos custos de implementação prevê instalação, equipamentos,

serviços, frete e incidência de impostos. O valor total orçado para a execução do projeto

foi de R$31.487,01 e sua composição aberta poder ser vista na figura 7.

Figura 7: Custo de implementação de um painel fotovoltaico

4.2.3.Retorno

A produção mensal de energia depende diretamente da intensidade de incidência

solar. Por esse motivo no verão onde o sol irradia mais forte e o dia tem maior duração o

aproveitamento do sistema fotovoltaico é maior quando comparado ao inverno onde o

sol se põe mais cedo. Isso fica visível no gráfico de potencial de produção versus

consumo (figura 8) nos diferentes meses ao longo do ano onde de outubro a março a

produção ultrapassa o consumo médio de 450 kWh.

Para calcular o retorno financeiro do investimento foi considerada a taxa SELIC

de 26/02/2018 de 6,65% a.a. A taxa de reajuste do preço da energia utilizada de acordo

com estudos da série histórica da ANEEL [35] foi de 10,00% a.a.


Em termos técnicos, está prevista uma depreciação de 0,80% no rendimento do

!47
Figura 8: Produção mensal de energia solar

equipamento de acordo com o fornecedor e uma vida-útil de 25 anos que é o período

coberto pela garantia do fabricante.

Tabela 3: Variáveis do projeto

Consumo Médio Anual (KWh) 5,400

Média de contas (KWh/mês) 450


Economia energética esperada
456
KWh/Mês
Retorno mensal (R$/mês) R$307,16

Investimentos (R$) R$31.487,01

Juros considerados (% a.a.) 6.65% a.a

Perda técnica de rendimento 0.80% a.a

Reajuste da tarifa de energia 10.00% a.a

Períodos 25

No gráfico abaixo (figura 9) as barras demonstram os fluxos de caixa de entrada

e saída e a linha representa o VPL.

!48
VPL Receita Investimento

US$90.000,00

US$67.500,00

US$45.000,00

US$22.500,00

US$0,00

-US$22.500,00

-US$45.000,00
2019 2021 2023 2025 2027 2029 2031 2033 2035 2037 2039 2041

Figura 9: Retorno do investimento

Utilizando o cálculo do valor presente foi constatado um retorno de 8 a 9 anos.

Dado em conta a vida útil de 25 anos dos módulos fotovoltáicos, o VPL no último ano

chega em R$84,912.82 demonstrando que é viável instalar um sistema fotovoltaico

residencial, recebendo o retorno do investimento em um curto período de tempo.

4.3.PROJETO CIDADE INTELIGENTE BÚZIOS

As informações que serão apresentadas nesta sessão foram cedidos pela Enel em

seu relatório Estudo dos Efeitos da Implementação de Tecnologias de Redes Elétricas

Inteligentes (Smart City) – Projeto Cidade Inteligente Búzios [21] através do

coordenador do projeto Weules Correia.

O projeto Cidade Inteligente Búzios teve por objetivo implantar uma rede

inteligente na cidade de Búzios, na região dos lagos no Rio de Janeiro, para servir de

piloto nessa evolução tecnológica no Brasil. Sua execução foi realizada em 8 blocos,

cada um tratando de diferentes temas intrínsecos à implantação da rede inteligente.

!49
• Automação de redes: este bloco estudou a implementação de um sistema de

automação para diminuir a dependência de comunicação com o sistema

SCADA. Diferentemente da tendência de distribuidoras atuarem através de

religadores que são onerosos, este projeto teve em seu escopo a prevenção

através de chaves automáticas com uma inteligência local para maior

eficiência.

• Geração distribuída: este bloco investigou o impacto da incorporação de

pequenas unidades de geração distribuída na rede.

• Iluminação pública: estudou a as características técnicas, operacionais e

econômicas da implantação de novas tecnologias de iluminação pública ao

longo da cidade.

• Medição inteligente: novos medidores foram instalados para integrar novas

unidades à rede inteligente introduzindo a comunicação bidirecional e

vantagens operacionais de serviços de leitura, corte e religamento e sistema

de compensação para unidades geradoras com novas disposições tarifárias.

• Prédios inteligentes: as mudança na rede causam mudanças nos lares. As

residências passarão por transformações para maximizar a integração com

benefícios da rede inteligente.

• Integração e desenvolvimento social: constitui com a integração com as

comunidades envolvidas formando um canal de comunicação entre prestador

de serviço e sociedade a respeito das inovações trazidas e benefícios

agregados.

!50
• Telecomunicações e sistemas: implementação de tecnologias de comunicação

para interligar a rede através de diferentes tecnologias. Estas solução traz a

arquitetura que torna possível a existência da rede integrada.

• Mobilidade elétrica: um segmento inteiramente dedicado a desenvolver com

tecnologia nacional transportes de natureza elétrica como bicicletas, carros e

até barcos.

O projeto da cidade de Búzios trouxe conhecimento técnico e científico e

infraestruturas utilizadas em países europeus para avaliar operacionalidade e impactos

no sistema elétrico brasileiro. Diferentemente de redes inteligentes com comunicação

centralizada, este projeto atua apenas com inteligência local através de chaves

automáticas introduzindo uma alternativa para sistemas de comunicação de redes

inteligentes.

Os principais benefícios trazidos ao município pela mudança tecnológica entre

rede tradicional para inteligente foram:

• Telecomunicações e sistemas de monitoramento: uso de sistemas avançados

de telecomunicações permite a automação de processos antes dependentes

diretos da atuação humana. Essa prática mitiga a queima de combustíveis

fósseis de caminhões a medida em que reduz a quantidade deslocamentos de

equipes. No caso da cidade de Búzios, os caminhões ficam localizados no

município de Cabo Frio, cerca de 30km de distância então a substituição dos

processos por atuações automáticas ou remotas reduz consideravelmente os

gastos com equipes e transportes.

• Mobilidade elétrica: a substituição de motores à combustão por elétricos

reduz as emissões de gases carbônicos prejudiciais a atmosfera e efeito estufa.

!51
Avaliando a cadeia total da produção até consumo de combustíveis fósseis

pode-se citar também a contaminação de solos e lençóis freáticos em

vazamentos, redução da circulação de caminhões tanque e acidentes

envolvendo carga de origem combustível.

• Geração distribuída: o uso de tecnologias solares e eólicas trazem diversos

benefícios para a geração de energia elétrica pois são fontes de energia

limpas, sem emissão de gases poluentes ou deposição de resíduos tóxicos.

Pequenas unidades de produção residenciais podem substituir a construção de

novas usinas e linhas de transmissão, trazendo benefícios da produção local

com uma produção mais limpa e com menos perdas.

• Iluminação pública: ao utilizar lâmpadas LED, mais eficientes, com maior

vida útil e sem materiais tóxicos há ganhos de custo com a eficiência de

iluminação, e ambientais com a utilização de menos energia e substituição de

lâmpadas convencionais que contém materiais tóxicos.

• Prédios inteligentes: a mudança das práticas e do perfil geral de consumo

possibilitada pela conscientização da população e disposição de informações

detalhadas acerca do uso de energia reduzem a quantidade de energia

utilizada por cliente, utilizando-a de maneira mais eficaz e consciente.

• Medição inteligente: com a introdução dos medidores inteligentes, passa a

existir um estímulo econômico para alterar o perfil de consumo para para fora

dos horários de picos, melhorando o fator de carga e reduzindo as emissões

de gases de efeito estufa relacionadas às usina termelétricas que suportam a

oferta de geração nos horários de grande demanda.

!52
A evolução tecnológica da rede incentiva a prática das unidades consumidoras a

participarem do sistema de geração distribuída com a implantação de pequenas unidades

produtivas em suas residências. A evolução da geração distribuída no município de

Búzios está demostrada na tabela a seguir.

Tabela 4: Quantidade de unidades de geração distribuída instaladas em Búzios em cada ano [22]

Ano Número de Conexões Potência Instalada (kWp)


2013 0 0
2014 9 34,78
2015 7 36,63
2016 9 54,94
2017 10 49,9
Total 35 176,25

O projeto Cidade Inteligente Búzios recebeu R$ 24.309.653,58 em

investimentos, 32,2% na instalação de medidores para tornarem a rede inteligente. Nos

projetos pilotos de automação de redes nos Estados Unidos esse valor ultrapassou 50%

do investimento total [25].

Tabela 5: Custo por bloco de pesquisa em Búzios

Bloco de
Pesquisa 2012 2013 2014 2015 2016 Total
Automação
de Redes 104.440,43 1.993.934,63 492.961,29 155.843,09 - 2.747.179,44
Geração
Distribuída 276.526,52 529.684,09 49.454,81 193.476,09 316.157,20 1.365.298,71
Gestão de
Projeto 116.007,19 336.934,14 528.767,14 722.244,95 455.497,52 2.159.450,94
Iluminação
Pública 284.810,76 172.499,66 71.957,22 - - 529.267,64
Medição
Inteligente 85.540,61 2.529.352,19 3.152.256,14 647.519,04 1.427.766,19 7.842.434,17
Prédios
Inteligentes - 75.128,63 - - - 75.128,63
Projetos
Sociais 913.268,08 451.862,14 568.050,36 761.989,15 296.765,51 2.991.935,24

!53
Bloco de
Pesquisa 2012 2013 2014 2015 2016 Total
Telecomunic
ações e
Sistemas 363.346,23 1.410.432,25 1.223.367,82 234.512,81 - 3.231.659,11
Veículos
Elétricos 234.538,48 1.397.766,48 1.139.720,68 563.316,92 31.957,14 3.367.299,70

24.309.653,58

Para quantificar os benefícios trazidos pelos investimentos do projeto foram

utilizadas variáveis como: capacidade instalada, custos marginais, taxas de crescimento

e reajustes, índices de perdas, custos de matéria prima, eficiência de processos, consumo

e custos médios e no cálculo do retorno foi utilizada uma taxa de desconto de 7,13% a.a

que é a taxa praticada pela empresa para fins regulatórios e de investimentos. O

resultado financeiro apresentou VPL positivo a partir do 16o ano.

Os ganhos não são apenas financeiros, as vantagens qualitativas são:

despoluição, eficiência energética, menos investimentos em grandes usinas, energia

mais limpa, segurança energética, projetos mais rápidos de implantar, otimização da

capacidade instalada.

A cidade inteligente implantada em Búzios foi um piloto para pesquisa,

desenvolvimento e aprendizado em tecnologias de redes inteligentes no Brasil. O

relatório final, apresentado à ANEEL em 2016, é uma fonte rica para orientação a

futuros projetos no desenvolvimento de redes no país e um exemplo a ser seguido.

!54
CONCLUSÃO

As inúmeras vantagens oferecidas pela implementação da rede inteligente foram

potencializadas pela troca do sistema de comunicação unidirecional para o bidirecional.

O sistema é mais completo, integrado, incorpora inúmeras tecnologias de atuação

remotas que trazem vantagens operacionais, financeiras e sociais.

Tabela 6: Comparativo de redes

Rede Existente Rede Inteligente

Eletromecânica Digital

Unidirecional Bidirecional

Geração Centralizada Geração Distribuída

Hierárquica Rede

Poucos Sensores Sensores Integrados

Sem Monitoramento Auto-Monitoramento

Restauração Manual Auto-Restauração

Atuação Manual Atuação Remota

Controle Limitado Controle Generalizado

Poucas Opções a Clientes Muitas Opções a Clientes

A demanda por expansões na oferta de energia e da preocupação com o meio

ambiente forçou o sistema a passar por uma transformação onde os consumidores estão

afiliando-se a rede como produtores locais de energia elétrica renovável. Com a

instalação de placas solares em suas residências é possível receber retorno em um curto

período de tempo ainda contribuindo para uma rede mais confiável e limpa.

O Brasil ainda está de desenvolvendo para alcançar o patamar tecnológico das

redes inteligentes. Através de iniciativas de distribuidoras em construir projetos pilotos ,

como o caso de Búzios, para estudos de implantação da Smart Grid o país caminha para

um desenvolvimento energético sustentável.

!55
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!60
APÊNDICE A - CÁLCULO DO VPL

VPL

Período Despesas Receitas VPL Acumulado


0 -US$31.487,01 US$0,00 -US$31.487,01 -US$31.487,01
1 US$3.685,92 US$3.456,09 -US$28.030,93
2 US$4.025,02 US$3.538,73 -US$24.492,20
3 US$4.395,33 US$3.623,34 -US$20.868,87
4 US$4.799,70 US$3.709,97 -US$17.158,90
5 US$5.241,27 US$3.798,68 -US$13.360,22
6 US$5.723,47 US$3.889,50 -US$9.470,72
7 US$6.250,02 US$3.982,50 -US$5.488,22
8 US$6.825,03 US$4.077,72 -US$1.410,50
9 US$7.452,93 US$4.175,22 US$2.764,72
10 US$8.138,60 US$4.275,05 US$7.039,77
11 US$8.887,35 US$4.377,26 US$11.417,03
12 US$9.704,99 US$4.481,93 US$15.898,96
13 US$10.597,85 US$4.589,09 US$20.488,04
14 US$11.572,85 US$4.698,81 US$25.186,86
15 US$12.637,55 US$4.811,16 US$29.998,02
16 US$13.800,20 US$4.926,20 US$34.924,21
17 US$15.069,82 US$5.043,98 US$39.968,20
18 US$16.456,25 US$5.164,58 US$45.132,78
19 US$17.970,22 US$5.288,07 US$50.420,85
20 US$19.623,48 US$5.414,51 US$55.835,35
21 US$21.428,84 US$5.543,97 US$61.379,32
22 US$23.400,29 US$5.676,52 US$67.055,84
23 US$25.553,12 US$5.812,25 US$72.868,09
24 US$27.904,01 US$5.951,22 US$78.819,31
25 US$30.471,18 US$6.093,51 US$84.912,82

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