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Aula 1 – 18/02/2019:
Toda segunda: medicina legal.
Toda terça: tribunal do júri.
Assistir uma sessão plenária e conseguir colocar o nome na ata que esteve do início ao
final ganha 10% na 2ª menção.
Só sepulta um cadáver se aplicar antibactericida. A anvisa obriga isso.
Tem trabalho a ser feito alguns dias antes da prova. São 6 questões (3 de medicina e 3
de tribunal do júri). Ele coloca uma questão na prova desse trabalho, a escolha da turma qual
vai ser a disciplina (são 3 questões subjetivas na prova). Vai acrescentar 5% desse trabalho à
menção.
Vamos fazer um relatório das questões que vc fizer. Se fizer, vc ganha mais 5% na
menção.
Se assistir uma sessão do tribunal do júri vc ganha 10% para a última prova. Pegar a ata
com o seu nome ou a declaração que vc ficou até o final do júri.
A prova é composta por 50% de medicina legal e 50% por tribunal do júri.
O percurso do projétil serve como qualificadora do art. 59 do CPC, pois pode causar
danos graves à vida.
Importância:
A medicina legal é importante, porque é através dela que se confecciona a prova
material de vários delitos, bem como de sua autoria.
OBS: Materialidade e autoria é justa causa para a peça acusatória. Indício é alta prova que faça
presumir. Mas indícios não são suficientes para comprovar ninguém.
A condenação é em cima de uma verdade real que eu busco na própria investigação
criminal.
A verdade real é a verdade dos fatos. Por isso que há 4 possibilidades para absolver o
réu. A dúvida é pró réu.
Absolver alguém sumariamente, nos termos do art. 397, do CPC, é muito difícil. Nós
pedimos pq é praxe.
Produção da prova:
Produção da prova vem a ser o conjunto de atos processuais que é mister para trazer a
juízo os diferentes elementos de convicção oferecido pelas partes.
Durante a audiência de instrução é possível requerer novas diligências, pois as provas
nunca sofrem preclusão, pois a liberdade do indivíduo está vinculada à prova.
TANATOLOGIA:
Necropsia:
A necropsia é um exame (autópsia) interno feito no cadáver a fim de constatar a causa
mortis feita, pelo menos, 6h após o óbito, exceto nos casos de morte violenta, quando será
suficiente um simples exame externo do cadáver, não havendo infração penal a ser apurada, ou
mesmo havendo infração penal a ser apurada, se as lesões externas permitirem precisar a causa
da morte e não houver necessidade de exame interno para verificação de alguma circunstância
relevante (art. 162 CPP).
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos,
pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que
declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver,
quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem
precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de
alguma circunstância relevante.
Exumação:
A exumação é o procedimento de desenterramento do cadáver para exame cadavérico
interno e externo para constatação da causa mortis.
Para tanto, deverá a autoridade tomar as providências afim de que, em dia e hora
prefixados, se realize a diligência, lavrando-se, a respeito, o auto consubstanciado (arts. 163/165
CPP).
O administrador do cemitério deverá indicar a sepultura, sob pena de incorrer em crime
de desobediência (art. 330 CP).
Exumação de Cangrande I della Scala,
Em 1329, um nobre italiano e amigo de Dante sofreu um ataque particularmente
horrível de diarreia. Foi tão horrível que matou o cara. Só que agora, graças à exumação de
Cangrande I della Scala, seu cadáver mumificado e um cocô de 700 anos que acharam ali,
descobrimos que na real não foi um chamado da natureza violento que levou ele”. O caso foi
um assassinato!
Legislação:
Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem
como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime.
(Art. 164, CPP).
Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível,
juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente
rubricados. (Art. 165, CCP).
Tem que preservar o local do crime. Tem que tirar foto do local.
O perito deve tirar a roupa do cadáver para registrar o crime cometido.
Polícia Técnico-Científica:
- INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA (IC) - peritos criminais
- INSTITUTO MÉDICO LEGAL (IML) - médicos-legistas
- INSTITUTO DE IDENTIFICAÇÃO (II) - papiloscopistas
Legislação:
“Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito,
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.” (Art. 158, CPP), sob pena de
nulidade do processo (CPP, art. 564, III, b).
“O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.” (Art.
161, CPP)
Corpo de delito:
Conjunto de vestígios materiais deixados pela prática supostamente criminosa,
podendo ser realizado de forma: direta, indireta, intrínseca, extrínseca.
Forma de realização:
Exame direto: vestígios materiais persistentes, se os peritos analisam pessoalmente
(contato direto) os vestígios materiais do crime;
Intrínseca: quando for aplicada sobre o próprio corpo de delito, quando tiver por objeto
a materialidade da infração penal (necropsia);
Extrínseca: quando usada sobre elementos que possam servir como prova do crime,
autoria, (cartas e etc.).
Perícia x Perito:
Perícia - Conceito – “É o exame realizado por pessoa que detenha “expertise” experiência sobre
determinada área do conhecimento (perito), a fim de prestar esclarecimentos ao juízo acerca
de determinado fato de difícil compreensão, auxiliando-o no julgamento da causa”.
Perito – é a pessoa encarregada pela autoridade, sob compromisso de esclarecer por meio de
laudo uma questão de fato a ser resolvida pelos seus conhecimentos técnicos especializados.
Legislação
Art. 6.º CPP – “Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal , a autoridade
policial deverá :
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a cegada dos peritos criminais;
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais;
III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
[...]
OBS: Para preservar a cadeia de custódia.
Momento para realização do exame: deve ser realizado tão logo o fato se torna conhecido da
autoridade policial.
Outros exames:
- Exames dos Escritos: Os exames grafológicos ou grafotécnicos são realizados por
comparação, oportunidade em que a autoridade encaminha aos peritos o documento tido como
falsificado e a lauda contendo os escritos do punho dos suspeitos (art. 174 CPP).
- Fotografia: A fotografia é extremamente importante na investigação de um crime e
pode ser:
- Fotografia Bioquímica: fotografias de pelo e esperma no microscópio e fotografias de
projéteis que serão usadas no estudo de balística.
Outros exames:
- Fotografia de Aspecto Geral: reproduz todo o local do crime, com o maior número
possível de elementos materiais.
- Fotografia de Detalhe: é a minúcia de algo que se pretende evidenciar.
- Repartimento Fotográfico: é a fotografia do ambiente em perspectiva. Tira-se uma em
cada canto e lados opostos (paredes, solo e teto)
- Filmagem: é a fotografia dinâmica. Trata-se de processo caríssimo e frequentemente
de resultados inesperados.
Outros exames:
- Fotografia Micro: é a fotografia em que se usa o microscópio para aproximar a imagem.
Uma máquina fotográfica é acoplada ao microscópio que permite a visualização do objeto a ser
investigado.
- Exames por Precatória - Os exames periciais devem realizar-se dentro da jurisdição da
autoridade perante a qual tramita o processo, e á autoridade processante caberá determiná-los
e nomear os peritos. No caso de perícia por precatória os quesitos da autoridade e das partes
serão transcritos na precatória, cabendo por outro lado, a autoridade deprecada, a nomeação
dos peritos.
- Iniciativa da perícia – se durante o Inquérito Policial é da autoridade policial, se
durante o processo é da autoridade judiciária.
PERÍCIA MÉDICO-LEGAL
“Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim
de se lhes verificar a natureza e a eficiência.” (Art. 175, CPP)
Para identificar ou avaliar a eficiência de armas; o emprego de instrumentos (práticas
de aborto) ou utensílios; a amperagem e a voltagem de corrente elétrica; os aspectos e os
vestígios (pólvora) sobre vestes; os líquidos e manchas sanguíneas, salivares, espermáticas; as
substâncias químicas (ópio, maconha, venenos); as impressões digitais, etc.
Exame de lesões corporais – serve para identificar a natureza e a gravidade da lesão, podendo
ocorrer de forma complementar.
Equipamentos de Necropsia
SUSPEIÇÃO (“Art. 280 CPP): vínculo com as partes.
INCOMPATIBILIDADE (“Art. 112 CPP): relação de interesse com o objeto do processo.
IMPEDIMENTO (“Art. 112 CPP): outras razões de conveniência.
DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS:
Conceito - documentos médico-legais ou médico-judiciários - são todas as informações
de conteúdo médico, apresentadas por médico, verbalmente ou por escrito, que tenham
interesse judicial.
Conceito – instrumentos escritos ou simples exposições verbais mediante os quais o
médico fornece esclarecimentos à justiça, por meio de :
a) - atestado – afirmação simples e por escrito de um fato médico e suas consequências;
b) - relatório – descrição minuciosa de um fato médico e suas consequências, composto
das seguintes partes: preâmbulo, histórico, descrição, discussão, conclusão e resposta aos
quesitos.
c) - consulta – pedido de esclarecimento que a autoridade faz sobre um fato sobre o
qual paira dúvida;
d) - parecer – resposta, por escrito, à consulta e é composto pelas seguintes partes :
preâmbulo, histórico, discussão, conclusão e resposta aos quesitos;
e) - depoimento oral – esclarecimentos orais prestados pelo perito;
Documentos relativos ao Óbito:
I - Declaração de óbito – documento expedido por um leigo por meio do qual se declara
a morte de uma pessoa na vista de duas testemunhas no local onde não haja médico (morte
natural sem assistência médica). Pode ser dada por qualquer pessoa do povo com duas
testemunhas, e é documento essencial para se sepultar, desde que não haja sombra de dúvida
que fora morte criminosa. No caso de natimorto, haverá o registro do nascimento morto, sem
nome, por meio do atestado médico respectivo;
II - Atestado de óbito – declaração específica do médico que atesta o óbito. Somente
pode ser fornecido pelo médico. O médico pode dar atestado de óbito, desde que tenha certeza
da morte natural, para evitar que o corpo seja necropsiado no IML;
III - Certidão de óbito – documento expedido por chefe de órgão público, que declara
que está registrado naquele local o óbito (declaração em função de ofício). Somente pode ser
fornecido pelo tabelião do cartório de registro civil, e após expede-se a guia de sepultamento.
PERÍCIA MÉDICO-LEGAL
d) - Discussão - Considerações decorrentes dos achados dos exames realizados. É a
parte onde se pode colocar em discussão as várias hipóteses, afastando-se o máximo das
conjecturas pessoais. Pode-se inclusive citar autoridades recomendadas sobre o assunto.
e) - Conclusão - É a síntese diagnóstica redigida com clareza, disposta ordenadamente,
deduzida pela descrição e pela discussão. É a análise sumária daquilo que os peritos puderam
concluir após o exame minucioso. É o resultado final.
f) - Quesitos: - Perguntas específicas, dirigidas pelo juiz ou pelas partes aos peritos,
com o objetivo de esclarecer determinado ponto referente ao exame realizado. Permitem a
formação de juízos. Respostas sintéticas e convincentes, que podem ser afirmativas ou
negativas. Em determinadas situações os quesitos podem ter como resposta: sem elementos
de convicção. Será realizado no prazo de 10 (dez dias) art. 160 CPP.
• Quesitos Oficiais
• Quesitos Oficiais
PRAZO:
“Art. 160 - Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o
que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
Parágrafo único - O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias,
podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.”
Sexo anormal – pode ser realizado com ou sem o consentimento da outra parte, porém é
praticado com comportamento desvirtuado por força psicológica ou psiquiátrica (anomalia
sexual).
Sexo criminoso – quando afeta a liberdade sexual, são chamados de crimes contra a dignidade
sexual e podem ser:
CRIMES SEXUAIS São cometidos mediante:
a) - Conjunção carnal, ou
b) - Qualquer outro ato libidinoso.
São eles:
I – estupro – art. 213 do CP;
II – Violação sexual mediante fraude, art. 215 CP;
III - Estupro de vulnerável – art. 217-A do CP.
A Erotologia Forense - trata do capítulo que estuda os crimes sexuais e os desvios sexuais, a
parte pericial contribui para a caracterização desses crimes que apresentam várias formas em
nosso Código Penal.
Classificação do sexo:
a) sexo genético: a definição do sexo de um indivíduo é realizada a partir de seu genoma,
ou seja, dos genes da pessoa. Na espécie humana, os genes estão distribuídos em 23 pares de
cromossomos, sendo 22 pares de autossomos e um último par XX ou XY (44A+XX ou XY). É
justamente este último par que define o sexo dos indivíduos. XX corresponde ao sexo feminino,
e XY corresponde ao sexo masculino.
Células de pessoas cromossomicamente femininas apresentam uma substância
chamada cromatina sexual.
Barr desenvolveu um teste que identifica a existência desta substância em células da
mucosa bucal, chamado Teste de Barr ou da Cromatina.
Nos casos em que é difícil a identificação, realiza-se o teste. Resultados positivos
caracterizam o sexo feminino, enquanto que negativos o masculino.
b) sexo endócrino: o desenvolvimento dos aparelhos reprodutores e dos sinais
característicos se dá de acordo com a secreção de hormônios em diversas glândulas do corpo.
Por exemplo, os ovários e os testículos vão se formar de acordo com secreções que se
originam na hipófise, uma glândula de nosso corpo. Outras glândulas também produzem
hormônios que, por exemplo, vão provocar o desenvolvimento de barba ou seios nos indivíduos.
Sexo Gonodal
c) sexo morfológico ou somático: cada sexo apresenta características próprias, como a
forma dos aparelhos genitais, sinais secundários como barba nos homens e mamas nas
mulheres.
d) sexo psicológico: independente do sexo da pessoa, ela pode se comportar como
sendo de seu sexo ou do sexo oposto, em decorrência de desajustes hormonais, psicológicos ou
sociais a que é exposta durante sua vida.
e) sexo jurídico: é aquele declarado no registro civil de nascimento, feito com base em
declaração assinada por testemunhas. Situações de engano, quer seja doloso ou culposo, podem
acontecer, e nestes casos deve ser feita a retificação.
Classificação do sexo:
Intersexualidade
Hermafroditismo
Estado de ambiguidade sexual ou intersexual, envolvendo (genótipo), GONADAS, trato
reprodutivo e/ou genitália externa (fenótipo). Este conceito envolve hermafroditismo
verdadeiro e pseudo-hermafroditismo.
São quadros clínicos que apresentam problemas de diagnóstico, terapêuticos e
jurídicos, na definição do verdadeiro sexo do indivíduo.
Estados Intersexuais
Hermafroditas (verdadeiros): foi assim chamado pela circunstância em que se tem um útero e
gônadas palpáveis, independente do cariótipo (conjunto de cromossomos) gonadal, distribuídos
em várias combinações: ovário, testículo ou ovoteste. Apresentam os dois tipos de órgãos
sexuais internos (ovário e testículo), ou seja, com a capacidade de produzir óvulos e
espermatozoides em conjunto. Raro verificar seres em humanos.
Pseudo-hermafroditas: apresentam dos dois tipos de órgãos sexuais externos (vagina e pênis)
Hermafroditismo: Chama-se hermafrodita (do nome do deus grego Hermafrodito, filho de
Hermes e Afrodite, representantes do gênero masculino e feminino) um ser ou animal em que
o indivíduo possui órgãos sexuais dos dois sexos.
Existem três tipos de hermafroditismo humano: o hermafroditismo verdadeiro, o
pseudo-hermafroditismo masculino e o pseudo-hermafroditismo feminino:
Pseudo-Hermafroditismo Masculino
O pseudo-hermafroditismo masculino implica a presença de uma anomalia dos genitais
externos, não de acordo com o sexo genético, são indivíduos com cariótipo XY, cujas gônadas
são constituídas por testículos e os genitais externos são geralmente femininos no momento do
nascimento. No entanto, têm testículos alojados ou na região inguinal ou, ainda, nos grandes
lábios. Sua vagina é pequena e termina em fundo cego (mal de Morris). São estéreis e em muitos
casos não menstruam.
Pseudo-Hermafroditismo feminino
Em casos como esse os indivíduos são, geralmente, cromossômica e internamente
femininos, mas que exibem graus variados de masculinização da genitália externa.
Ocorre quando as glândulas suprarrenais da mulher grávida recebe hormônios
masculinos mais do que o normal, causando uma alteração da genitália externa, variando de
tamanho aumentado do clitóris podendo provocar o desenvolvimento de pênis e testículos.
Ao final da cirurgia
a) - Dissecação durante cirurgia ginecológica do clitóris e de suas duas raízes.
b) - Estão bem visíveis as três partes que compõe o clitóris.
Hipospádia
Hipospádia Perineal, não é uma forma de hermafroditismo
Corpo cavernoso: existem 2 corpos cavernosos, são duas colunas parcialmente ocas que dão
forma aos lados e ao talo do pênis. O corpo cavernoso se enche de sangue quando então
acontece a ereção do pênis.
Corpo esponjoso: coluna ao longo da parte inferior do pênis, em todo o comprimento do pênis
vai cercando a uretra, e também infla-se de sangue causando ereção;
Túnica albugínea: uma bainha cilíndrica de tecido flexível mas inelástico, sob a pele do talo do
pênis e que recobre o corpo cavernoso, dá ao pênis ereto sua rigidez.
Veias dorsais: veias do dorso (parte de cima) do pênis. Fazem a irrigação superficial de sangue
no pênis, sob toda a pele do talo e com muitas ramificações no prepúcio. Contudo há uma veia
dorsal profunda funcionando entre os corpos cavernosos.
Bexiga: armazena urina, eliminando resíduos do corpo.
Próstata: produz líquidos, que compõe o sêmen.
Vesícula Seminal: produz líquidos, que compõe o sêmen.
Canal Seminal: recolhe os líquidos da próstata, vesícula seminal e os direciona para o Pênis,
como se fosse um sistema de encanamentos basicamente. Leva esses líquidos até a Uretra.
CONJUNÇÃO CARNAL
Conceito - O conceito de conjunção carnal é restritivo, referindo-se apenas ao ato de penetração
do pênis na vagina (immissio penis in vaginam). Para ser considerada a conjunção carnal, é
necessário que o pênis seja introduzido além do hímen, ou que da relação resulte gravidez.
Interesse Jurídico - Existem diversas situações jurídicas onde, por vezes, faz-se necessária a
averiguação da ocorrência ou não da conjunção carnal. Dentre eles pode-se destacar o crime de
Estupro (art.213 CP). Também no Direito Civil, a virgindade da nubente pode ser questionada
com intenção de pedido de anulação de casamento (art.219, IV CC). Acidentes envolvendo
ruptura de hímen também têm interesse jurídico.
• DOS EXAMES:
• A seguir, passa-se para o exame objetivo: com a presença de uma auxiliar, verifica-se
estatura, peso, anomalia anatômica, e lesão corporal significativa de violência física,
com atenção especial à boca, pescoço, mamas, axilas e coxas. A pericianda é colocada
em posição ginecológica, devidamente coberta, com auxílio de foco de lâmpada.
• b) Grandes Lábios - Os grandes lábios são pregas formadas por tecido fibro gorduroso.
Apresentam abundantes glândulas sebáceas e sudoríparas. Inicia-se logo abaixo do
púbis e terminando no períneo e, normalmente, “escondem” os pequenos lábios e
portanto o vestíbulo da vagina.
VAGINA
A vagina (do latim vagina, lit. "bainha") é um canal do órgão sexual feminino dos
mamíferos, parte do aparelho reprodutor, que se estende do colo do útero à vulva, dirigido de
cima abaixo e de trás para frente.
Trata-se de um conduto musculomembranoso que desempenha, em ordem
cronológico, quatro importantes funções:
a – Sustentar os órgãos adjacentes (bexiga e intestino);
b – Escoar o fluxo menstrual;
c – Abrigar o pênis durante a cópula;
d – Passagem do feto durante o parto transvaginal ( o chamado parto “normal”).
Ruptura do hímen
Obviamente, o rompimento do hímen só é um sinal certo da conjunção quando se trata
de mulher virgem, não se aplicando às defloradas. O hímen é uma membrana existente do início
do conduto vaginal, e via de regra, se rompe durante a primeira relação sexual. Existem casos
em que o hímen é rompido por outras razões: queda sobre objetos rígidos ou pontiagudos,
exames médicos realizados com imperícia, masturbação (geralmente violenta, praticada por
outro), e ainda por doenças (muito raro).
O hóstio (orifício) do hímen pode apresentar irregularidades, tanto devido a fatores
congênitos como à fatores traumáticos (como a penetração). Existem dois tipos de
irregularidades: o entalhe e a ruptura.
Exame do Hímen
O entalho é pouco profundo, não alcançando o bordo aderente e é simétrico. Por não
alcançar o bordo, é menos sujeito à infecção.
ENTALHES CONGÊNITOS: As membranas himenais, que têm orifícios amplos, podem exibir
recortes ou irregularidades nas bordas livres, chamados entalhes. Estes entalhes anatômicos são
distintos dos retalhos (roturas), porque as bordas daqueles se adaptam perfeitamente quando
aproximadas, e não resultam de nenhum traumatismo.
Já a ruptura é uma lesão assimétrica, que pode ser completa ou incompleta, da maneira
como atinja ou não o bordo. Por ser uma abertura maior, é mais susceptível à infecções que o
entalhe.
Nos entalhes congênitos não há modificações decorrentes do trauma, tais como:
- congestão/edema;
- Hemorragia;
- espessamento das bordas;
- reparação em andamento (ou seja, tecido cicatricial esbranquiçado - fibrina);
- Cicatrizes.
- nos entalhes congênitos não há boa coaptação das bordas, pois não estavam juntas
anteriormente, além de suas margens serem, em regra, arredondadas
- nos entalhes não se observa infecção local (quando ocorre é de origem vulvovaginal),
diferentemente das roturas, onde pode haver sinais de infecção nos locais de processo cicatricial
em evolução.
As roturas são lesões, resultando da ação local de energias mecânicas que, de forma
proposital ou acidental, laceram a orla himenal, sofrendo, posteriormente, um processo de
reparação natural, por cicatrização.
Sinais de certeza da conjunção carnal: Rotura himenal recente compatível com a data do evento.
I - As roturas himenais podem ser:
a) recentes: inicialmente bordas em bisel, avermelhadas e sangrantes, com edema da
vizinhança, e, depois, bordas arredondadas, cobertas de fibrinas.
b) antigas: formam tubérculos ou carúnculas mirtiformes (flor de mirto) depois do parto.
O período que vai da rotura até a completa cicatrização varia com a maior ou menor
espessura da membrana, variando de 2 a 3 dias a 21 dias
Padrão 10 dias
Perícia:
Objetivo - comprovar o coito vaginal
Pode ocorrer 2 situações:
mulher virgem;
mulher c/ vida sexual pregressa;
Existem duas classes de sinais que a perícia procura identificar para constatar a
ocorrência de conjunção carnal:
Dificuldades periciais:
Diagnóstico diferencial entre:
- Rotura completa, incompleta e entalhe congênito;
- Roturas recentes e cicatrizadas;
- Hímens de difícil exame: infantis, complacentes;
- Penetração consensual anterior;
- Mulher com vida sexual pregressa:
I - a perícia deve buscar provas de ejaculação (sêmen);
II - Presença de espermatozoides no líquido seminal.
IV - Proteína P30 (PSA) proteína produzida pela próstata;
Material para coleta de DNA (sêmen, saliva, pelos, pele abaixo da unha);
- Vestígios efêmeros;
- Exame da região anal:
- swab para DNA,
- presença de lesões,
- sêmen no ânus.
Impotência Sexual:
Impotência é a incapacidade para a prática de conjunção ou procriação. Por conjunção
se entende o ato sexual, propriamente dito, e por procriação a capacidade de gerar
descendentes (filhos). Qualquer uma das incapacidades são consideradas formas de impotência.
A impotência para a conjunção, tanto no homem como na mulher, recebe o nome de
Impotência Coeundi. Sendo assim, quando acontecer com o homem, será Coeundi Masculina, e
na mulher, Coeundi Feminina.
Impotência Generandi: É quando o homem não apresenta problemas para realizar a relação
sexual, mas não consegue gerar filhos. A impotência se relaciona ou com órgãos responsáveis
pela produção do sêmen, ou com as vias de transmissão do sêmen. Como causas, pode-se citar
a falta de testículos, por problema de formação, acidente ou por necessidade de remoção
cirúrgica, insuficiência de desenvolvimento das glândulas (criptorquidia, infantilismo),
localizações anormais do canal urinário (hipospadia e epistadia), processos inflamatórios
(epididimite = inflamação do epidídimo).
Impedimentos Médico-Legais:
a) que acarretam nulidade do casamento (casamentos nulos):
- Consanguinidade: descendentes ou ascendentes que tenham a mesma linhagem
genética tem maior probabilidade de gerar filhos portadores de anomalias. Nestes casos,
exames médicos podem autorizar o matrimônio, caso não se verifiquem impedimentos
genéticos.
Procedimentos pré-Faloplastia:
1º - iniciar o procedimento com uma cirurgia de retirada das mamas (Mastectomia);
2º - retirada dos órgãos femininos: útero e ovários (Histerectomia , com ressecção de
ovários e vagina);
3º - realiza-se um tratamento de reposição de hormônios para promover um aumento
do clitóris.Ele é retirado de sua posição original e trazido para frente, ele fica em uma posição
que lembra o formato de um pênis.
4º - Metoidoplastia (formação de um pequeno pênis com os tecidos do clitóris e dos
pequenos lábios vulvares e formação de um escroto com os grandes lábios vulvares), ou a
faloplastia, conforme o caso.
O médico então realiza o fechamento da vulva e começa a formar o escroto e testículos
com os grandes lábios vaginais, para isso são acrescidas a eles próteses de silicone que
concernem o formato oval do saco escrotal.
A rigidez deste neopênis é obtida com um enxerto de cartilagem costal.
Alguns meses depois (6 a 12 meses) apresenta normalmente sensibilidade até à
extremidade.
Esta sensibilidade que adquire é proveniente em grande parte da reenervação natural
do retalho a partir da enervação do clitóris.
Este fato faz com que a sensibilidade deste neopênis seja referida ao clitóris e portanto
fisiologicamente quase a de um pênis natural.
Vaginoplastia
Para realização deste procedimento, primeiramente é realizado um corte longitudinal
esvaziando o pênis e o saco escrotal, a uretra, restos de pele e tecidos nervosos serão as únicas
estruturas que serão mantidas.
As estruturas vaginais serão moldadas com as partes que sobraram, as peles que
restaram do antigo pênis e saco escrotal vão ganhando formas e dando origem a uma vagina.
Transtornos da sexualidade:
São disfunções qualitativas ou quantitativas do desejo e instinto sexual. Nesse aspecto,
temos as Parafilias ou as Disfunções de Gênero, cujos sintomas podem ser de ordem de:
- Perturbação psíquica;
- Fatores orgânicos glandulares, ou
- Simplesmente questão de preferência sexual.
Fecundação
Fases da Gravidez
1.ª - Inseminação natural ou artificial ou chamada, também, de fecundação externa;
2.ª - Fecundação, natural ou artificial, com a conjunção de um óvulo maduro com um
espermatozóide, denominada de fecundação interna;
3.ª - Aninhamento ou nidação, ou seja a recepção do óvulo fecundado pela mucosa uterina
pronta para recebê-lo, onde se fixa;
4.ª - Gravidez propriamente dita, durante a qual, pela lei da cissiparidade, o ovo segmenta-se e
se desenvolve até a maturidade;
5.ª - Expulsão do feto a termo, através de parto natural ou clínico.
PRODUTO DA CONCEPÇÃO
Ovo ou zigoto – durante as três semanas iniciais;
Embrião – até o terceiro mês;
Feto – até o momento do nascimento.
GRAVIDEZ ANÔMOLA
1.ª - Gravidez extra-uterina – ocorre no ovário, fímbria, trompas, parede uterina, tendo como
consequência aborto tubário, rotura da trompa e litopédio;
2.ª Gravidez molar – consiste em formação degenerativa do ovo fecundado, sendo sanguínea,
carnosa e vesicular;
3.ª - Falsa gravidez – Pseudociese – tem todo sintoma de uma gravidez verdadeira, embora não
exista.
PARTO E PUERPÉRIO
Parto é o processo fisiológico onde o produto da concepção, tendo alcançado grau adequado
de desenvolvimento, é eliminado do útero materno.
Parto - Med Legal período que se estende desde a ruptura da bolsa amniótica até o completo
desprendimento do feto pela vulva, ainda que fique ligado a placenta pelo cordão umbilical, ou
sua expulsão pela cesariana.
Puerpério é o período compreendido entre o fim do parto e a volta do organismo materno às
condições pré-gravídicas.
Aceleração e antecipação do parto: Ambos são processos onde ocorre o parto em um período
menor do que o normal (9 meses). A aceleração do parto é provocada por lesões corporais à
gestante, que provocam a expulsão do feto de seu útero, independente de o feto já alcançar um
grau de desenvolvimento suficiente para a vida extra-uterina.
Antecipação do parto é quando o médico intervêm no processo de gestação, escolhendo o
momento mais adequado para a realização do parto. Existem certas doenças, e mesmo
problemas relacionados à aptidão da mulher para o parto, que podem fazer com que o médico
escolha pela sua antecipação.
Existe um grande interesse jurídico em se determinar, nos casos de morte, em que
estágio de desenvolvimento a criança pereceu. Tanto na esfera penal (para diferenciar aborto
de infanticídio, por exemplo), quanto na esfera civil (direito das sucessões). Consideremos 3
estágios:
a) feto: corresponde ao período entre o 3.º mes do ciclo gravídico e o momento
imediatamente anterior ao início da expulsão do colo do útero.
b) feto nascente: corresponde ao período entre o início da expulsão fetal e o momento
imediatamente anterior ao estabelecimento da vida autônoma (quando se estabelece o
processo respiratório próprio do organismo).
feto nascente (continuação), nasceu e não respirou. As lesões causadoras de morte estão
situadas nas regiões onde o feto começa a se expor e tem as características de feridas produzidas
invitam. É objetivo do infanticídio: “durante o parto”.
Infante Nascido - É aquele que acabou de nascer, respirou, mas não recebeu nenhum cuidado
especial. É objetivo do infanticídio: “logo após o parto”.
Infante nascido, características:
- Corpo coberto por sangue de origem fetal ou materno (Logo após o parto (elemento
+importante);
- Induto sebáceo (vernix caseosum). Tem tonalidade branco-amarelada e recobre parte
do corpo do infante;
- Tumor do parto (saliência de cor violácea, no couro cabeludo, desaparece 24-36 h);
- Cordão umbilical –elemento importante;
- Presença de mecônio (substância verde-escura);
- Respiração autônoma.
Recém-Nascido
c) recém-nascido: a demonstração de respiração autônoma tem sido o fundamento
mais utilizado para comprovar o nascimento com vida;
Vestígios comprobatórios da vida extrauterina;
Em medicina legal: (recém-nascido) é o infante nascido que vai desde os primeiros cuidados
após o parto até o 7º dia de nascimento. Em pediatria, considera-se até o 30º dia após o
nascimento.
Diagnóstico de parto recente
Sinais de parto recente: Existem inúmeros sinais recentes de parto, que dizem respeito aos
órgãos genitais, ao organismo como um todo, e também às secreções. Alguns destes sinais são:
a) edema dos grandes e pequenos lábios: decorrente de lesões inevitáveis à saída do
feto;
b) sinais de episiotomia: quando é realizado um corte para facilitar a saída do feto, ficam
os sinais;
c) – Lóquios hemorrágicos;
d) – Hímen reduzido a carúnculas;
Episiotomia
e) diminuição do volume do útero: o útero involui, gradativamente, após o parto.
f) pigmentação da pele: é um sinal extragenital, decorrente de alterações hormonais.
g) transformação de colostro em leite: o líquido do seio materno torna-se mais
gorduroso (leite materno)
h) gonadotropina coriônica: é detectada ainda por vinte dias após o parto, no sangue
e na urina.
i) secreções vaginais: existem secreções vermelhas, decorrentes de hemácias e
células uterinas, amarela, decorrente do plasma e da fibrina, e branca, referente a leucócitos.
Sinais de parto antigo: Enquanto que alguns sinais do parto desaparecem com o tempo, alguns
persistem por toda a vida da mulher. Dentre eles:
a) sinais genitais: vulva flácida, entreaberta, cicatriz de episiotomia, quando feito o corte
durante o parto, hímen reduzido à carúnculas.
b) diferenças entre o útero virgem e o que concebeu:
A figura 2 ilustra o que ocorre com o orifício do colo uterino:
- Quando a mulher não concebeu por parto natural, o orifício do colo do útero é circular
(virgem).
- Quando já concebeu uma vez (primípara), o orifício tem a forma de uma fenda.
- Quando já concebeu mais de uma vez (multípara), o orifício é multifendilhado (ver
Figura 2).
Um útero virgem, que ainda não concebeu, pesa em média 40-50g, enquanto que um
útero que já concebeu pesa em média de 50 a 75 g. Quanto ao tamanho, um útero virgem mede
de 5,5 a 7 cm, enquanto que um útero que já concebeu mede de 8 a 9 cm.
O fórceps é formado por duas partes alongadas e conectadas que se curvam nas pontas
para abrigar a cabeça do bebê.
Parto Fórceps
A ventosa é uma espécie de semicírculo de metal ou silicone ligado a uma pequena
bomba a vácuo e é ajustada mais atrás da cabeça do bebê. O tipo de material usado na ventosa
varia dependendo da posição do bebê.
O parto assistido por fórceps ou ventosa ocorre quando:
- O bebê estiver em sofrimento fetal durante o segundo estágio do trabalho de parto
(período expulsivo);
- A mãe estiver exausta e não conseguir mais fazer força;
- O bebê não estiver mais descendo pela bacia;
- Houver recomendação médica para a mãe não fazer esforço prolongado (no caso de
doença cardíaca, por exemplo);
- A mãe for dar à luz gêmeos e precisar de ajuda com o parto do segundo bebê.
Aula 11 – 29/04/2019 (Medicina Legal):
Parto Fórceps: continuação
Efeitos do parto fórceps
O bebê pode nascer com um pequeno machucado superficial, o que, normalmente, se
cura em poucos dias.
Muito raramente, o nervo facial é danificado durante este tipo de parto, e a boca do
bebê fica caída de um dos lados (o que costuma ser temporário).
É possível sentir alguma dor e ficar um pouco machucada depois do parto.
Além disso, pode ser que seja mais difícil fazer xixi e controlar a urina, ou pode ter prisão
de ventre.
Há um pequeno risco de danos permanentes à bexiga ou ao ânus. O risco de algum
ferimento é maior com o fórceps do que com a ventosa.
Infanticídio
Código Penal: “Art. 123 – Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho
durante o parto ou logo após.”
Elementos:
- Própria mãe;
- Durante o parto ou logo após;
- Influência do estado puerperal;
- Infante com vida extrauterina.
- Perícia de Infanticídio
- Diagnóstico do nascimento com vida – “DOCIMÁSIA”.
- Diagnóstico do mecanismo de morte do concepto.
- Diagnóstico do “estado puerperal” (influência)
- Diagnóstico do parto pregresso.
- Diagnóstico de parto recente.
Durante o parto: este inicia desde o começo das contrações uterinas até a dequitação (expulsão
da placenta, membrana amniótica e cordão umbilical). Porém, do ponto de vista médico-legal,
a expressão é mais restritiva: compreende a fase da expulsão, desde a rotura da bolsa, a
insinuação do feto pelo canal vaginal até o seu desprendimento pela vulva.
Logo após o parto: instantes seguintes, imediatamente depois ao desprendimento. Na prática,
os crimes são praticados, em sua grande maioria, entre o desprendimento e a dequitação
(expulsão da placenta), isto é, nos últimos 10 ou 15 minutos do trabalho de parto do ponto de
vista obstétrico.
Puerpério
“O espaço de tempo variável que vai do desprendimento da placenta até a volta do
organismo materno às suas condições anteriores ao processo gestacional”. Participa o tempo,
pois o puerpério é o período necessário para que os órgãos reprodutores da mulher se
capacitem para uma nova concepção.
- puerpério imediato: 1ª semana depois do parto.
- puerpério mediato: três semanas seguintes.
Geralmente, é consequência de uma gravidez ilícita com parto clandestino e
desassistido.
ABORTAMENTO:
Aborto - É a interrupção da gravidez ocorrida em quaisquer uma das fases do ciclo gravídico.
Abortamento (OMS) interrupção do ciclo gravídico antes de 22 semanas de gestação ou com
peso fetal inferior a 500 gramas. Expulsão ou extração do concepto vivo ou morto. Feto inviável:
20 – 24 semanas gestação.
Abortamento (Med Legal) interrupção da gravidez com a morte do concepto, haja ou não sua
expulsão, qualquer que seja seu estado evolutivo. Independe da idade gestacional.
Termo: aborto (produto) x abortamento (processo).
Espécies de Abortamento:
I – Espontâneo;
II - Natural ou Acidental:
15% das gestações entre 4 a 20 semanas
Sem repercussão jurídica criminal.
Provocado:
I - Legal
II - Criminoso
III - Eugênico
Processos abortivos:
- Farmacológicos: misoprostol (Citotec);
- Cirúrgicos;
- Curetagem uterina;
- Microcesariana;
FORMALIDADES:
São as mesmas do exame de conjunção carnal.
Quase sempre é exame de urgência. No entanto, deve ser realizado de preferência
durante o dia, em local apropriado, e com todo o equipamento mínimo de um consultório
obstétrico.
PERÍCIA, OBJETIVO:
Procurar vestígios de manobras abortivas.
Exame ginecológico minucioso da suposta gestante:
I - útero (colo);
II - coleta de material vaginal;
III – abdome;
IV - Coleta de sangue e urina para testes;
V - grau de desenvolvimento;
VI - possíveis causas de aborto natural;
VII - lesões traumáticas;
VIII – DNA;
IX - Provas de vida extrauterina.
Quesitos:
- Houve aborto?
- Foi ele provocado?
Qual o instrumento ou meio empregado?
Em consequência do abortamento ou do instrumento ou do meio empregado para
provocá-lo, sofreu a vítima: incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias, ou
perigo de vida, ou debilidade permanente de membro, sentido ou função, ou incapacidade
permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável, ou perda ou inutilização de membro,
sentido ou função, ou deformidade permanente (resposta especificada)?
É a vítima alienada ou débil mental?
Se provocado por médico, era o único meio de salvar a vida da gestante?
LESÕES CONTUSAS:
Maioria das lesões nos IML;
Superfícies geralmente planas;
Pressão, tração, torção, compressão, descompressão ou atrito;
Martelo, cinto de segurança, bastão, cassetete etc.
Rubefação:
I - Alteração vascular transitória;
II – Vasodilatação;
III - Pele “avermelhada”;
IV - Teste da vitropressão desaparece temporariamente c/a pressão da região;
V - Lesão efêmera, originada de: Tapas, agarrões, empurrões, uso de cintos ou palmatória e etc.
Só tem dilatação. Não tem rotura.
Edema traumático:
I - Maior alteração circulatória que na rubefação. O líquido intercelular aumenta, causando
distensão e elevação da pele.
II - Limites nítidos; pode ter a forma do instrumento.
III - Desaparece com menos de 24 horas.
EDEMA TRAUMÁTICO:
Equimose:
I - Rotura vasos infiltração sanguínea intersticial (dentro das malhas dos tecidos sem
formar coleção, diferindo por isto dos hematomas);
II - Superficial (“Roxo”), Profunda ou Visceral;
III - Pode ter a forma do objeto, e estender-se por grandes áreas e ter nitidez variável
conforme a pressão e condições especiais do paciente (ex: hemofilia, velhice).
IV - Desde traumas intensos, até espontaneamente.
*Eu tenho rotura de vasos. Não tem sangue. Não forma bolsa sanguínea.
*Eu tenho um líquido que fica no tecido; o corpo produz.
*Pode ter esquimose dentro dos olhos. É vermelha.
Arroxeado ^
Amarelado ^
Equimose visceral.
HEMATOMA:
I - Rotura vasos sanguíneos formação de “bolsa de sangue” (extravasamento e
formação de uma coleção);
II - Confusão com equimose;
III - Pode ocorrer em todas as partes do corpo;
IV - Hematomas intracranianos;
V - Hematomas viscerais (possibilidade de rotura dias após o evento traumático
morte).
*Forma uma bolsa de sangue.
BOSSAS
As bossas podem ser sanguíneas quando o líquido, não podendo se espalhar, forma uma
coleção (especialmente sob o couro cabeludo “galo”) ou linfática, quando seu conteúdo for linfa
O instrumento contundente age sobre a superfície corporal em que há tecido ósseo
abaixo e com musculatura muito tênue
Rompendo-se o vaso, forma-se a bossa sanguínea.
*É conhecido como “galo” ocorrido depois de uma pancada.
*Não forma bolsa de sangue.
*Tem mais sangue que o edema.
ESCORIAÇÃO:
a) Arrancamento epidérmico por abrasão;
b) Porção superficial cicatriz;
c) Formação de crosta serosa ou sero-sanguinolenta (é a “casca de ferida”; quando essa casca
cai, não fica cicatriz);
d) Após a morte crosta (placa amarelada, apergaminhada, de consistência firme);
e) Escoriações ungueais arciformes (posição da mão do agressor);
f) As crostas começam a cair entre o 4º e o 10º dia e a pele se regenera até o 15º dia;
g) Importância: local.;
*A epiderme é arrancada. Geralmente ocorre por acidente. É o arrancamento da pele.
TRAUMATISMOS MUSCULOESQUELÉTICOS:
a) Entorse;
b) Luxação;
c) Contusão;
d) Fratura
e) Ligamentos
ENTORSE X LUXAÇÃO X FRATURA:
I - Entorse amplitude dos movimentos ultrapassada;
II - Luxação deslocamento permanente das superfícies articulares;
III - Fratura solução de continuidade (ossos, dentes):
a) Fechada e aberta (= exposta)
b) Completas e incompletas (galho verde)
c) Avaliação cronológica (análise da formação do calo ósseo por meio de exames
radiográficos.
ENTORSE
É uma lesão que ocorre quando se ultrapassa o limite normal de movimento de uma
articulação. Normalmente, ocasiona distensão dos ligamentos e da cápsula articular e, às vezes,
sangramentos internos.
É a torção de uma articulação, com lesão dos ligamentos (estrutura que sustenta as
articulações).Tem a amplitude dos movimentos altrapassada
LUXAÇÃO
Luxação é o deslocamento de um osso da articulação, geralmente acompanhado de uma
grave lesão de ligamentos articulares. Isso resulta no posicionamento anormal dos dois ossos da
articulação.
É o deslocamento de um ou mais ossos para fora da sua posição normal na articulação.
Promove o deslocamento permanente das superfícies articulares
CONTUSÃO
Contusão é o resultado de um forte impacto na superfície do corpo. Pode causar uma
lesão nos tecidos moles da superfície, nos músculos ou em cápsulas ou ligamentos articulares.
É uma área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. Pode apresentar
sinais semelhantes aos da fratura fechada. Se o local estiver arroxeado, é sinal de que houve
hemorragia sob a pele (hematoma).
FRATURA
É a quebra de um osso causada por uma pancada muito forte, uma queda ou
esmagamento.
Entende-se por fratura o rompimento total ou parcial de qualquer osso, ou dente e pode
ser:
- Fratura fechada – é assim chamada quando a pele não é rompida pelo osso quebrado.
- Fratura aberta ou exposta – ocorre quando o osso atravessa a pele e fica exposto.
- Fratura incompleta – engloba parte da espessura do osso. (galho verde).
AVULSÃO DENTÁRIA:
Extração dentária traumática completa, incluindo a raiz
ROTURA VISCERAL:
I - Decorrem de traumas intensos (atropelamentos, precipitação de grandes alturas)
II - Mais frequentes no abdome do que no tórax (“proteção” do gradil costal e esterno)
III - Vísceras ocas se lesionam mais facilmente quando cheias de líquido ou alimentos
IV - Estados patológicos podem predispor a roturas (ex: esplenomegalia = hipertrofia do baço).
Lesões Mistas
FERIDA CONTUSA:
- Ferida ≠ Lesão
- Ferida rompimento completo da pele atingindo o subcutâneo (solução de
continuidade).
- Ferida formação de fibrose, cicatriz .
Feridas contusas:
I - Por pressão;
II - Por tração;
Bordas escoriadas, vertentes anfractuosas (irregular), pontes de tecido, fundo irregular,
raramente indicam formato do agente, pouco sangrantes.
Características:
I - Pouco profunda;
II - Profundidade inicial maior e final menor;
III - Cauda de escoriação no lado terminal (importante na investigação);
IV - Bordas regulares – boa coaptação;
V - Hemorragia abundante (secção de vasos);
VI - Afastamento das bordas da lesão (elasticidade dos tecidos).
FERIDA PUNCTÓRIA:
Instrumentos perfurantes: Agulha, prego de pequeno calibre, alfinete e etc.;
Características:
I - Forma de botoeira;
II – Profundas;
III - Frequentes em toxicômanos;
IV - Possibilidade de lesão em estruturas profundas;
V - Tétano (anaerobiose);
FERIDA CORTOCONTUSA:
Ação contundente + ação cortante.
Machado, facões cegos, foice, enxada, guilhotina, dentes incisivos humanos;
Feridas contusas:
(a) Bordas irregulares;
(b) Margens que não se coaptam (Adaptação recíproca de ossos fraturados.);
(c) Ausência de cauda de escoriação;
(d) Ausência de pontes de tecido no fundo da lesão;
(e) Menor sangramento que nas feridas incisas.
FERIDA PÉRFURO-INCISA:
Ação cortante + ação perfurante.
Punhal introduzido pela ponta.
Características:
Profundidade maior que a largura;
Hemorragias internas;
Lado do gume mais agudo;
Lesão pode ser mais profunda que comprimento da lâmina do instrumento (acordeão
de Lacassagne).
Ação perfurante + ação contundente.
Furador de gelo, projétil de arma de fogo, mordida de felinos, barra de ferro.
INSOLAÇÃO X INTERMAÇÃO
Intermação - estado mórbido produzido pelo calor, sem exposição direta aos raios solares;
termoplegia, calentura.
TEMPERATURA:
I – INSOLAÇÃO: O sol é a fonte produtora do calor. É mais frequente como acidente. Ocorre em
locais abertos ou raramente em espaços confinados. Além dos raios solares há participação da
temperatura, ausência de renovação do ar, fadiga, excesso de vapor d’água e fatores intrínsecos.
II – INTERMAÇÃO: A fonte de calor é artificial: fornalha, caldeira, aquecedores. Ocorre um
excesso de calor ambiental, os lugares são mal-arejados, quase sempre confinados ou pouco
abertos, sem a ventilação necessária.
OBS: O diagnóstico diferencial entre insolação e intermação é feito pelo histórico.
- Ação direta do calor contato com o corpo (chama, sólido quente, líquido quente,
gás quente);
- Ação indireta irradiação;
Eletricidade
LESÕES:
Energia elétrica em si (ação direta)
Queimadura elétrica (produção de calor pelo efeito Joule)
FONTE:
Natural = raio
Artificial marca de Jellineck
I - FULMINAÇÃO – fonte natural (+) morte;
II - FULGURAÇÃO - fonte natural (-) morte;
III - ELETROPLESSÃO – fonte artificial (+) ou (-) morte.
VENENO
É toda substância que lesa a integridade corporal ou a saúde do indivíduo ou lhe produz a morte,
mesmo em quantidades relativamente pequenas.
Uma substância pode ser concomitantemente medicamento e veneno, dependendo da
quantidade que é administrada.
O CONCEITO DE VENENO ESTÁ INTIMAMENTE VINCULADO À DOSE.
VENENO
Os Venenos podem ser:
- Medicamentos: depressores e estimulantes do SNC Sistema Nervoso Central.
- Produtos Químicos Diversos: raticidas e formicidas a base de arsênico; cianetos e
fósforo.
- Plantas Tóxicas: mandioca brava, espada de São Jorge e mamona.
- Animais: serpentes, aranhas, vespas, abelhas.
ASFIXIAS COMPLEXAS
I - Constrição vias aéreas ;
II - Hipoxemia e hipercapnia (baixo teor de oxigênio no sangue e excesso de dióxido de carbono
no sangue, respectivamente);
III - Interrupção da circulação cerebral;
IV - Compressão dos elementos nervosos do pescoço, tipos:
- ENFORCAMENTO
- ESTRANGULAMENTO
- ESGANADURA
ASFIXIA MECÂNICA
Conceito: supressão de respiração, ou seja, obstáculo físico que obstrui o trajeto respiratório
acarretando o impedimento das trocas gasosas;
CLASSIFICAÇÃO:
a) - enforcamento – constrição do pescoço por um laço, determinado pelo peso do próprio
corpo, ex. suicídio;
b) - estrangulamento - constrição do pescoço por um laço, determinado pela força muscular do
agente, ex. homicídio;
c) - esganadura – constrição do pescoço pela mão, pelo antebraço, ou pelo pé do agente, ex.
homicídio;
ENFORCAMENTO
Constrição do pescoço por laço fixado a ponto, agindo o peso do indivíduo como força
viva e pode ser:
Incompleto ou completo quando os pés do morto ficam apoiados ou não,
respectivamente.
Mecanismo de morte:
1) asfixias propriamente oclusão da luz da traquéia, de fora para dentro.
2) ligadura dos vasos do pescoço (artérias e veias).
3) mecanismo nervoso estimulação do nervo vago, inibição reflexa, herniamento bulbar.
ESTRANGULAMENTO
É a morte causada por um instrumento que é apertado, em volta do pescoço, por forças
atuantes, em suas extremidades em sentidos opostos. Os instrumentos podem ser os mesmos
usados no enforcamento. As forças podem ser de outras pessoas, de engenhos e da própria
vítima;
Constrição do pescoço por laço tracionado;
Mecanismo da morte: idem enforcamento.
Resultados do estrangulamento - Sulco único, duplo ou múltiplo, contínuo e de profundidade
uniforme, tipicamente horizontalizado.
CAUSAS JURÍDICAS DO ESTRANGULAMENTO:
1ª) Infanticídio: é a mais frequente. Tiras de pano, fralda, corda, etc;
2ª) Homicídio: empregando laço e exigindo uma superioridade física do agressor;
3ª) Suplício: tortura;
4ª) Acidente: circular de cordão (durante o parto), acidentes domésticos e do trabalho;
5ª) Suicídio: torniquete (rara).
ESGANADURA
Constrição do pescoço, usando-se as mãos, os braços (gravata), as pernas (jiu-jitsu) e até
os pés.
O esganador abarca o pescoço ou somente sua parte anterior, pinçando a laringe ou
comprimindo-a contra a coluna cervical de modo a ocluir a glote, sendo ocluídos ainda os vasos
cervicais.
Sintomas: Equimoses bilaterais, marcas ungueais (unhas do agressor) e rastros escoriativos
(oposição da vítima)
Sinais do Estrangulamento
FASES CLÁSSICAS DAS ASFIXIAS:
1ª) Cerebral: vertigens, ofuscamento, zumbidos, angústia após 1’30: perda da consciência.
2ª) Excitação cortical e medular (1 a 2’): convulsões, aumento do peristaltismo (evacuação,
micção), insensibilidade, desaparecimento dos reflexos e bradicardia
3ª) Parada respiratória (1 a 2’): instalação da anóxia
4ª) Parada cardíaca: disritmia, assistolia (cavidades dilatadas e cheias).
A morte ocorre em 3 a 4’ no afogamento; em 7 a 10’ no enforcamento e os centros nervosos
resistem até 3 a 5’ de anóxia.
Pode haver morte instantânea, principalmente no enforcamento, por inibição
cardiorrespiratória ou choque vagal.
ASPIRAÇÃO:
I - Obstrução direta por aspiração, em geral, de conteúdo gástrico (bêbados e acidentados)
II - Pneumonia química
ENGASGAMENTO:
I - Interposição de substância na árvore traqueo-brônquica (oclusão intralúmen das vias aéreas)
II - Panos de algodão, plástico, conta de colar, botões, arrebites, apitos, prótese dentária, bolo
alimentar, líquido amniótico, fragmento de balão de assoprar, bola de gude, grão de cereal,
vômito e sangue.
CONFINAMENTO:
Espaço restrito ou fechado levando a sufocação direta.
Esgotamento do O2 e gradativo do CO2;
Asfixia Química ou por Gazes Irrespiráveis gazes de combate: lacrimogêneos, esternutatórios,
vesicantes, sufocantes e tóxicos;
· gazes industriais – metano;
· gazes anestésicos – clorofórmio e éter;
· gazes de habitação – monóxido de carbono.
SOTERRAMENTO:
Obstrução direta das vias respiratórias quando a vítima se encontra mergulhada em
meio sólido ou pulvurento
Balística forense: É "uma disciplina, integrante da criminalística, que estuda as armas de fogo,
sua munição e os efeitos dos disparos por elas produzidos, sempre que tiverem uma relação
direta ou indireta com infrações penais, visando esclarecer e provar sua ocorrência" por
definição de Domingo Tochetto (in Tratado de Perícias Criminalísticas, Porto Alegre: Sagra-
Luzzato, 1995.
A Balística forense é utilizada no conhecimento e reconhecimento das armas de fogo;
dos projéteis e dos cartuchos vazios; dos explosivos, formadores da munição; do confronto do
projétil com a arma que efetuou o disparo e etc.
Considera-se como projétil todo corpo que se desloca livre no espaço em virtude de um
impulso recebido.
Estuda a trajetória e os efeitos dos projéteis, visando compreender os fenômenos que
ocorrem desde que o projétil deixa a arma e os efeitos que o mesmo poderá causar,
principalmente no alvo humano.
Armas de Fogo
Armas de fogo - são engenhos mecânicos destinados a lançar projéteis no espaço pela
ação da força expansiva dos gases oriundos da combustão da pólvora.
Os projetis de arma de fogo são considerados como: instrumento pérfurocontundente
típico e produz ferida pérfurocontusa.
Comparador Balístico
Instrumento que permite a visualização simultânea, lado a lado, de 2 projéteis, ou de 2 cápsulas,
com ampliação média de 30/35 vezes. Assim, é possível examinar a coincidência dos
estriamentos produzidos nos projéteis pelo cano da arma de fogo, ou, no caso de cápsulas, das
marcas impressas por pressão nas áreas em contato com partes da arma (pino percussor, ejetor,
extrator, culatra, etc)
Fotografia obtida no microscópio comparador, onde se vê a perfeita coincidência das raias e
micro estriamento
IDENTIFICAÇÃO DE ESTOJOS:
O microscópio comparador permite, também, o exame dos cartuchos das unidades de
munição, principalmente na área onde é percutido, sendo possível filiar o estojo, como tendo
sido disparado por determinada arma.
Cada arma, tal como sucede com o raiamento, percute a espoleta de modo particular, o
que possibilita a identificação.
LESÕES DE SAÍDA:
Geralmente maior que lesão (orifício) de entrada;
Orifício irregular com bordas evertidas (dilacerado);
Ausência de orlas e zonas;
Maior sangramento;
Ferida estrelada, em fenda ou circular;
Caso haja anteparo escoriação ;
Pode haver mais orifícios de entrada que de saída ou vice-versa (fragmentação,
esquírolas ósseas/dentárias);
a) de forma irregular ou dilacerado;
b) maior que orifício de entrada;
c) maior sangramento;
d) ausência de orlas, zonas e halos;
e) bordos evertidos;
Lesões Pérfurocontusas
Orifício de Entrada x Orifício de Saída
ENTRADA:
Regular,
Invertido,
Normalmente, proporcional ao diâmetro do projétil (exceção aos projéteis de ponta oca,
principalmente os expansivos),
Com orlas e zonas.
SAÍDA:
Dilacerado,
Evertido,
Desproporcional ao diâmetro do projétil,
Sem orlas e zonas.
TRAJETO/TRAJETÓRIA:
Trajeto: é o caminho percorrido pelo projétil dentro do corpo da vítima,
pode ser:
- transfixante ;
- não transfixante (projétil retido).
Trajetória: é o caminho percorrido pelo projétil fora do corpo (da arma até a superfície atingida),
por ser:
- trajeto simples: resultante de projétil único;
- trajeto múltiplo: resultante de projéteis múltiplos.
TANATOLOGIA FORENSE
Parte da medicina legal que se ocupa da morte e dos problemas médico-legais com ela
relacionados.
Def.: É o estudo do fenômeno morte.
É um processo e não momento único.
Conceito tradicional (morte circulatória).
Conceito moderno - morte encefálica:
- Neurológico;
- Circulatório;
- Elétrico;
Morte encefálica é o mesmo que coma? Não. O paciente em coma está médica e
legalmente vivo e pode respirar quando o ventilador é removido e/ou ter atividade cerebral e
fluxo sanguíneo no cérebro.
Uma vez dado o diagnóstico de morte encefálica, é declarado legalmente morto. Esta é
a hora que deve constar no atestado de óbito. A hora da morte não é a hora da retirada do
ventilador.
Lei n.º 9.434/97, art. 3.º - “A retirada ‘post mortem’ de tecidos, órgãos ou parte do corpo
humano, destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte
encefálica.
Fenômenos cadavéricos:
Fenômenos abióticos (ausência de vida) imediatos:
- perda da consciência;
- perda da sensibilidade;
Manchas de hipóstase:
Tom violáceo que se assemelha às equimoses ;
Início até 2-3 horas de morte, mas rara em negros;
Ausente nos pontos de apoio na superfície;
Fixação macroscópica definitiva em torno de 8 a 12 horas.
Livores hipostáticos ausentes na área de contato com o solo e áreas de pressão.
Fenômenos conservadores:
Congelação - Processo que melhor conserva o cadáver ;
Saponificação ou adipocera - Cadáver adquire consistência untosa, mole, como o sabão
ou cera, às vezes quebradiça, tonalidade amarelo-escura, odor de queijo rançoso.
Solo argiloso e úmido (embebição e dificulta aeração)
Refrigeração de cadáver
Equipamentos de Necropsia
Mumificação
Conservação pela dessecação natural ou artificial do cadáver .
Perda rápida de água pelo cadáver exposto ao ar em regiões de clima quente e seco,
impedindo a ação microbiana responsável pela putrefação
Peso reduzido, pele dura, seca, enrugada, enegrecido, cabeça < volume, conservação de
traços fisionômicos
TANATOPRAXIA
A Tanatopraxia consiste num conjunto de técnicas que permitem parar qualquer risco
de infecção e de atrasar a Tanatomorfose.
Foi possível registrar numerosos casos de acidentes infecciosos provocados por restos mortais.
De fato as bactérias não patogênicas num ser vivo perduram depois da morte.
O cadáver constitui um perigo potencial para a higiene e saúde pública. Os tratamentos de
Tanatopraxia permitem a difusão no conjunto dos tecidos de uma dose suficiente de um produto
bactericida adaptado, cujo efeito é somente destruir as bactérias existentes, mas ainda
estabelecer um ambiente ascético capaz de resistir a uma invasão microbiana.
O tratamento de restauro, (no caso do corpo se encontre mutilado no seguimento de um
acidente ou de uma autopsia) e de cosmética permitem restituir ao corpo do defunto uma
atitude calma e serena.
Oferece à família o melhor dos benefícios que se constitui em recordar de seu ente querido
como ele era verdadeiramente em vida. Isto, psicologicamente se constitui de um valor
incalculável.