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Revolução Pernambucana

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A Revolução Pernambucana, também conhecida como Revolução dos Padres, foi um movimento emancipacionista que eclodiu em
6 de março de 1817 na então Capitania dePernambuco, no Brasil.

Dentre as suas causas, destacam-se a influência das ideias iluministas propagadas pelas sociedades maçônicas, o absolutismo
monárquico português e os enormes gastos da Família Real e seu séquito recém-chegados ao Brasil — o Governo de Pernambuco era
obrigado a enviar para o Rio de Janeiro grandes somas de dinheiro para custear salários, comidas, roupas e festas da Corte, o que
dificultava o enfrentamento de problemas locais (como a seca ocorrida em 1816) e ocasionava o atraso no pagamento dos soldados,
[1][2]
gerando grande descontentamento no povo pernambucano e brasileiro.

Foi o único movimento separatista do período colonial que ultrapassou a fase conspiratória e atingiu o processo revolucionário de
tomada do poder.[1][3]

Contou com relativo apoio internacional: osEstados Unidos, que dois anos antes tinham instalado no Recife o seu primeiro Consulado
no Brasil e no Hemisfério Sul devido às relações comerciais com Pernambuco, se mostraram favoráveis à revolução, bem como os ex-
oficiais de Napoleão Bonaparte que pretendiam resgatar o seu líder do cativeiro em Santa Helena, levá-lo a Pernambuco e depois a
Nova Orleans.[3][4][5]

Índice Bênção das bandeiras da Revolução de 1817


, óleo
sobre tela de Antônio Parreiras.
Antecedentes
Causas imediatas
O decorrer da revolução
Expansão
Repressão
Auxílio externo
Data Magna
Ver também
Notas
Ligações externas

Antecedentes
No começo do século XIX, Pernambuco era a capitania mais rica do Brasil Colônia.[6] Recife e Olinda, as duas maiores urbes pernambucanas, tinham juntas cerca de 40 mil habitantes (o Rio de
Janeiro, capital da colônia, possuía 60 mil habitantes). O porto do Recife escoava grande parte da produção de açúcar — das centenas de engenhos da Zona da Mata, cujo litoral se estendia da foz do
rio São Francisco até a vila de Goiana —, e de algodão. Além de sua importância econômica e política, os pernambucanos tinham participado de diversas lutas libertárias. A primeira e mais
[7]
importante tinha sido aInsurreição Pernambucana, em 1645. Depois, naGuerra dos Mascates, foi aventada a possibilidade de proclamar a independência de Olinda.

As ideias liberais que entravam no Brasil junto com os viajantes estrangeiros e por meio de livros e de outras publicações, incentivavam o sentimento
de revolta entre a elite pernambucana, que participava ativamente, desde o fim do século XVIII, de sociedades secretas, como as lojas maçônicas. Em
Pernambuco as principais foram o Areópago de Itambé, a Patriotismo, a Restauração, a Pernambuco do Oriente e a Pernambuco do Ocidente, que
serviam como locais de discussão e difusão das "infames ideias francesas". Nas sociedades secretas, reuniam-se intelectuais religiosos e militares,
para elaborar planos para a revolução.

A fundação do Seminário de Olinda, filiado a ideias iluministas, deve ser levada em consideração. Não é por outro motivo que o levante ficaria
conhecido como "revolução dos padres", dada a participação doclero católico. Frei Caneca tornar-se-ia um símbolo disso.
A cidade do Recife meio século após
a Revolução Pernambucana.
Causas imediatas
Presença maciça de portugueses na liderança do governo e na administração pública;
Criação de novos impostos porDom João VI provocando a insatisfação da população pernambucana. Segundo
escritor inglês então residente no Recife, era grande a insatisfação local ante a obrigatoriedade de se pagarem
impostos para a manutenção da iluminação pública do Rio de Janeiro, enquanto no Recife era praticamente
inexistente a dita iluminação;
Grande seca que havia atingido a região em1816 acentuando a fome e a miséria e ocasionando uma queda na
produção do açúcar e do algodão, produtos que eram a base da economia de Pernambuco e que começaram a
sofrer concorrência do algodão nosEstados Unidos e do açúcar na Jamaica;
Influências externas com a divulgação das ideias liberais e iluministas, que estimularam as camadas populares de
Pernambuco na organização do movimento de 1817;
A crescente pressão dos abolicionistas daEuropa que vinha criando restrições gradativas ao tráfico deescravos,
mão de obra que se tornava cada vez mais cara e que era o motor de toda a economia agrária pernambucana; [7]

O movimento queria a Independência de Pernambuco sob um regime republicano. A bandeira da Revolução Pernambucana de 1817
(imagem) inspirou a atualbandeira de
Pernambuco. As três estrelas representam
O decorrer da revolução Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, e
outras estrelas seriam inseridas ao passo que
A revolução iniciou-se com a ocupação do Recife, em 6 de março de 1817. No regimento de artilharia, o capitão José de Barros Lima,
outras capitanias do Brasil aderissem oficialmente
conhecido como "Leão Coroado", reagiu à voz de prisão e matou a golpes de espada o comandante Barbosa de Castro. Depois, na
à confederação.[8]
companhia de outros militares rebelados, tomou o quartel e ergueu trincheiras nas ruas vizinhas para impedir o avanço das tropas

monarquistas. O governador refugiou-se no , mas, cercado, acabou se rendendo.[7]


monarquistas. O governadorCaetano Pinto de Miranda Montenegrorefugiou-se no Forte do Brum, mas, cercado, acabou se rendendo.[7]

O movimento foi liderado por Domingos José Martins, com o apoio dos religiosos Padre João Ribeiro, Padre Miguelinho, Padre Roma, Vigário Tenório, Frei Caneca e mais Antônio Carlos de
Andrada e Silva (irmão de José Bonifácio), José de Barros Lima, Domingos Teotônio Jorge Martins Pessoa, Manuel Correa de Araújo, Cruz Cabugá, José Luiz de Mendonça e Gervásio Pires, entre
outros. Tendo conseguido dominar o Governo de Pernambuco, se apossaram do tesouro, instalaram
um governo provisório e proclamaram a República.

Em 29 de março foi convocada uma assembleia constituinte, com representantes eleitos em todas as comarcas. Nela, foi estabelecida a separação
entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário; o catolicismo foi mantido como religião oficial — porém com liberdade de culto —; foi
proclamada a liberdade de imprensa (uma grande novidade no Brasil); e foram abolidos algunsimpostos. A escravidão, entretanto, foi mantida.

À medida que o calor das discussões e a revolta contra a opressão portuguesa aumentavam, crescia, também, o sentimento de patriotismo dos
pernambucanos, ao ponto de passarem a usar nas missas a aguardente (em lugar do vinho) e a hóstia feita de mandioca (em lugar do trigo), como
forma de marcar a sua identidade.

Expansão
As tentativas de obter apoio das capitanias vizinhas fracassaram. Na Bahia, o emissário da revolução, José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima, o Padre
Roma, foi preso ao desembarcar e imediatamente fuzilado por ordem do governador, o conde dos Arcos. No Rio Grande do Norte, o movimento
conseguiu a adesão do proprietário de um grande engenho de açúcar, André de Albuquerque Maranhão, que depois de prender o governador, José
Inácio Borges, ocupou Natal e formou uma junta governativa, porém não despertou o interesse da população e foi tirado do poder em poucos dias. O
jornalista Hipólito José da Costafoi convidado para o cargo de ministro plenipotenciárioda nova república emLondres, mas recusou. Luís do Rego Barreto, o algoz da
Revolução Pernambucana.
A tranquilidade da futura Vila Imperial dos Patos (atual cidade de Patos) foi quebrada pela
efervescência da Revolução Pernambucana, que culminaria no movimento denominado
Confederação do Equador. O vigário de Pombal, José Ferreira Nobre, assumiu a função de propagá-
la em todo o Sertão da Paraíba. Como único caminho que ligava o interior ao mundo civilizado,
Patos também se tornou rota dos revolucionários.[9]

No Ceará, Bárbara de Alencar, pernambucana radicada no Cariri, e seu filho, Tristão Gonçalves,
aderiram ao movimento, mas foram detidos pelo Capitão-mor do Crato, José Pereira Filgueiras, por Em punição pelo movimento,
ordem do governador cearense Manuel Inácio de Sampaio e Pina Freire. José Pereira Filgueiras diversos revoltosos foram
participou mais tarde da luta pela Independência do Brasil no Maranhão e da Confederação do enforcados, arcabuzados e
esquartejados, e a então Comarca
Equador, quando se uniu a Tristão Gonçalves contra o governo imperial, sendo considerado um de
das Alagoas (imagem), importante
seus heróis. região açucareira, foi desmembrada
de Pernambuco.
Repressão
A repressão ao movimento foi sangrenta. Tropas portuguesas chefiadas por Luís do Rego Barreto avançaram pelo sertão de Pernambuco a partir do
território baiano, enquanto uma força naval despachada do Rio de Janeiro bloqueou o porto do Recife. Em poucos dias 8 mil homens cercavam a
Página do processo de julgamento capitania. No interior, a batalha decisiva foi travada na localidade de Ipojuca. Derrotados, os revolucionários tiveram de recuar em direção ao Recife.
dos líderes da revolução, 1819. Em 19 de maio as tropas entraram na cidade e a encontraram abandonada e sem defesa. O governo provisório, isolado, se rendeu no dia seguinte.
Arquivo Nacional.
Nove réus foram enforcados e quatro foram arcabuzados. Muitos deles tiveram seus corpos mutilados depois de mortos. O Padre João Ribeiro
suicidou-se, mas o seu corpo foi desenterrado, esquartejado e sua cabeça exposta em praça pública. Um episódio que emocionou até os carrascos foi o
[10][11]
de Vigário Tenório, que foi enforcado e decepado, teve as suas mãos cortadas e o corpo arrastado pelas ruas do Recife. Outras dezenas de revoltosos morreram na prisão.

Também em retaliação, foi desmembrada de Pernambuco, com sanção de João VI de Portugal, a Comarca das Alagoas, cujos proprietários rurais haviam se mantido fiéis à Coroa, e como
recompensa, puderam formar umacapitania autônoma.[7]

Apesar de os revolucionários terem ficado no poder menos de três meses, conseguiram abalar a confiança na construção do império americano sonhado por Dom João VI. A coroa nunca mais estaria
[7]
segura de que seus súditos eram imunes à contaminação das ideias responsáveis pela subversão da antiga ordem na Europa.

Domingos José Martins, O Padre João Ribeiro, líder moral do movimento, Frei Caneca, que esteve Antônio Carlos Ribeiro de Bárbara de Alencar,
líder da Revolução suicidou-se, mas o seu corpo foi desenterrado, no cárcere por quatro Andrada Machado e Silva, irmão primeira presa política do
Pernambucana, foi um dos esquartejado e sua cabeça exposta em praça pública. anos, foi fuzilado anos de José Bonifácio, passou quatro Brasil, é considerada
treze revoltosos executados mais tarde, por ter liderado anos na prisão pelo seu uma heroína do
pelo crime de lesa- a Confederação do envolvimento na Revolução movimento.
majestade. Equador. Pernambucana.

Auxílio externo
Em maio de 1817, Antônio Gonçalves da Cruz, o Cruz Cabugá, desembarcou na Filadélfia (Estados Unidos) com 800 mil dólares (atualizado ao câmbio de 2007 em aproximadamente 12 milhões de
dólares) na bagagem com três missões:[7]

1. Comprar armas para combater as tropas deDom João VI;


2. Convencer o governo americano a apoiar a criação de uma república independente no Nordeste brasileiro;
3. Recrutar alguns antigos revolucionários franceses exilados em território americano para, com a ajuda deles, libertar
Napoleão Bonaparte, exilado na Ilha de Santa Helena, que
seria transportado ao Recife.
Porém na data de chegada do emissário aos Estados Unidos, os revolucionários pernambucanos já estavam sitiados pelas tropas
monarquistas portuguesas e próximas da rendição. Quando chegaram ao Brasil os quatro veteranos de Napoleão recrutados conde
Pontelécoulant, coronel Latapie, ordenança Artong e soldado Roulet, muito depois de terminada a revolução, foram presos antes de
desembarcar.

Em relação ao governo americano, Cruz Cabugá chegou a se encontrar com o secretário de Estado, Richard Rush, mas somente
conseguiu o compromisso de que, enquanto durasse a rebelião, os Estados Unidos autorizariam a entrada de navios pernambucanos em
[7]
águas americanas e que também aceitariam dar asilo ou abrigo a eventuais refugiados, em caso de fracasso do movimento.

Data Magna
[12]
Em 2007, o dia 6 de março foi declarado a Data Magna de Pernambuco, em virtude da Revolução Pernambucana.

Em 2009, o Governo de Pernambuco aprovou outra lei, alterando a Data Magna do Estado para o primeiro domingo de março.

Em 2017, por ocasião do bicentenário da Revolução Pernambucana, o Governo de Pernambuco aprovou uma nova lei, alterando
[13]
novamente a Data Magna do Estado para 6 de março e reinstituindo assim o dia como feriado civil.

Ver também
Insurreição Pernambucana
Conjuração de "Nosso Pai" Grupo de esculturas representandoOs
Guerra dos Mascates Revolucionários Pernambucanos de 1817na
Conspiração dos Suassunas lateral direita do Monumento à Independência do
Confederação do Equador Brasil, em São Paulo.
Revolução Praieira

Notas
7. GOMES, Laurentino. 1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma
1. Renato Cancian (31 de julho de 2005).«Revolução pernambucana: República em corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil.
Pernambuco durou 75 dias»(http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/re São Paulo : Editora Planeta do Brasil, 2007, p.265-73.
volucao-pernambucana-republica-em-pernambuco-durou-75-dias.htm) . Consultado
em 1 de março de 2015. 8. «Brasões e Bandeiras do Brasil»(http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4868406/414
3423/brazoes_parte_3.pdf)(PDF). RJ.gov.br. p. 140. Consultado em 7 de março de
2. «Revolução Pernambucana de 1817»(http://www.infoescola.com/historia/revolucao- 2017.
pernambucana-de-1817/). InfoEscola. Consultado em 21 de junho de 2015.
9. Lucena, Damião (2015). «Capítulo XI - Regimes, Revoluções e Ditaduras». Patos de
3. «O resgate de Napoleão»(http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/o_resgat todos os tempos A Capital do Sertão da Paraíba . [S.l.]: A UNIÃO. pp. 381 e 382.
e_de_napoleao.html). História Viva. Consultado em 12 de maio de 2015. ISBN 978-85-8237-052-0
4. «Consulado Geral dos EUA em Recife»(https://br.usembassy.gov/pt/embaixadas-e- 10. «Os personagens que fizeram a Revolução de 1817»(http://jconline.ne10.uol.com.b
consulados/recife/). Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil . Consultado em 24 r/canal/cultura/noticia/2017/03/05/os-personagens-que-fizeram-a-revolucao-de-1817
de junho de 2016. -272971.php). Jornal do Commercio. Consultado em 27 de abril de 2017.
5. Roberta Jungmann. «Bicentenário» (http://www.folhape.com.br/edicaodigital/2014/se 11. «Revolução de 1817, uma história ainda pouco ensinada»(http://jconline.ne10.uol.c
tembro/24/files-2014-09-24/assets/basic-html/page29.html)
. Folha de Pernambuco. om.br/canal/cultura/noticia/2017/03/11/revolucao-de-1817-uma-historia-ainda-pouco
Consultado em 24 de junho de 2016. -ensinada-273860.php). Jornal do Commercio. Consultado em 27 de abril de 2017.
6. «Revolução pernambucana de 1817: a "Revolução dos Padres " » (http://basilio.fund 12. Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco.«Poder Legislativo de
aj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=1133:rev Pernambuco celebra Data Magna»(http://www.alepe.pe.gov.br/paginas/?id=3620&d
olucao-pernambucana-de-1817-a-revolucao-dos-padres&catid=52:letra-r&Itemid=1) . ep=24&paginapai=3596&doc=B43E9103CDC652FB032574050009AF6D)
Fundação Joaquim Nabuco. Consultado em 16 de abril de 2017.
13. G1. «Feriado estadual em homenagem à Revolução Pernambucana de 1817 vira
lei» (http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/lei-institui-revolucao-pernambucana-de-
1817-como-feriado-estadual.ghtml)

Ligações externas
Manifesto do Governo Provisório de Pernambuco de 09 de março de 1817 - Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca Nacional
Sítio da Secretaria Municipal de Educação – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro – A Revolução Pernambucana de 1817
Mundo Educação – Revolução Pernambucana de 1817
Faculdade Maurício de Nassau

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