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9 a 12 de Julho de 2019
UFSC – Florianópolis, SC
GRUPO DE TRABALHO: GT05 - CIDADES NO SÉCULO XXI
Florianópolis
2019
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Resumo
Este trabalho é fruto de uma pesquisa em andamento pelo Doutorado em
Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe. Investigo a relação entre
mobilidade pendular e urbanização dispersa. O redirecionamento dos fluxos
migratórios para as cidades médias em detrimento dos grandes centros urbanos se
reflete na emergência de novas formas de mobilidade espacial urbanas. Os dados
censitários entre 2000-2010 registram uma alteração no padrão migratório com a
diminuição da tendência polarizadora de longa permanência característica no Brasil
até 1970 e ressaltam também uma mudança no perfil da mobilidade populacional
outrora rural-urbano e agora urbano-urbano. O atual modelo de urbanização
disperso e fragmentário e as metamorfoses no mundo do trabalho impõe novas
estratégias de mobilidade a indivíduos e grupos o que implica em novas práticas
cotidianas expressas na relação residência-trabalho. Com a globalização neoliberal
e a hegemonia do capital financeiro o mundo experimenta uma profunda
precarização das relações de trabalho esta mesma precarização aparece na
estruturação dos espaços urbanos. Com isso, podemos observar não apenas uma
superfluidade da força de trabalho mas também uma superfluidade do espaço
urbano. Pretendo neste trabalho ligar o processo geral de crescimento econômico
com o entendimento explícito de uma estrutura emergente de relações sociais
urbanas.
INTRODUÇÃO
"Não é na vida cotidiana que o homem deve realizar sua vida de homem?
A teoria dos momentos sobre-humanos é inumana.
Não é na vida de cada dia que é
preciso ter a verdade em uma alma e em um corpo?
O homem será cotidiano ou não será”.
Henri Lefebvre
Reis (2015) ressalta que em todo o mundo existe hoje uma procura por uma
nova terminologia no sentido de requalificar o conceito de cidade, no entanto, para
ele, e compartilho dessa opção, o mais importante é encontrar um conceito
abrangente , “ que possa se referir ao conjunto das cidades, aglomeradas ou não,
como um sistema, tanto quanto á mudança, como parte de um processo. No caso,
a busca de um verbo, não de um substantivo” (p. 95). Tanto em Catalão (2013)
como para Reis (2015) esse verbo é a urbanização, pois enquanto processo social
permite analisar a dinâmica das transformações que presenciamos, ou seja, a
difusão do urbano pelo mundo e a urbanização dispersa como sua expressão
concreta.
Paralela a urbanização dispersa um outro fenômeno social, e entendo a ela
associada, que brota nesse cenário, é a mutação na mobilidade populacional.
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Como demonstra Silva (2012, p. 13), “A expansão urbana no Brasil é recente e ocorreu de modo
bastante veloz. Foi na década de 60 que ocorreu a superação da população urbana sobre a rural,
pois no ano de 1970 [...], mais de 55% da população brasileira já era considerada urbana. [...] Na
segunda metade do século XX, a população urbana passou de quase 19 milhões para 138 milhões,
multiplicando-se 7,3 vezes, com uma taxa média anual de crescimento de 4,1, indicando que
2.378.291 habitantes eram acrescidos à população urbana a cada ano, em média.”
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2
Censo demográfico 2000: Migração e deslocamento, resultados da amostra. IBGE: Rio de Janeiro,
2000.
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Censo demográfico 2010. Resultados Gerais da Amostra. IBGE: Rio de Janeiro, 2010.
4
Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socieconômicos.
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5
Censo demográfico 2010. Resultados Gerais da Amostra. IBGE: Rio de Janeiro, 2010.
6
Pesquisador em informações geográficas e estatísticas da Diretoria de Pesquisa, Coordenação de
População e Indicadores Sociais IBGE.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, E.T. Estrutura urbana e mobilidae espacial nas metrópoles. 249 f.Tese
(Doutorado em Planejamento Regional) UFRJ. Rio de Janeiro, 2012.
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