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O documento discute a metodologia de ensino coletivo para instrumentos de cordas friccionadas graves. Ele descreve como o ensino coletivo promove a iniciação instrumental do aluno e a democratização do ensino de música, e como foi desenvolvido inicialmente na Europa e Estados Unidos. Também discute como a metodologia é aplicada na disciplina Prática de Instrumentos de Cordas Friccionadas Graves na Universidade Federal do Cariri.
Originalbeschreibung:
educaçãomusical, metodosativos, cordas graves
Originaltitel
2. Metodologia de Ensino Coletivo Para Os Instrumentos de Cordas Friccionadas Graves.
O documento discute a metodologia de ensino coletivo para instrumentos de cordas friccionadas graves. Ele descreve como o ensino coletivo promove a iniciação instrumental do aluno e a democratização do ensino de música, e como foi desenvolvido inicialmente na Europa e Estados Unidos. Também discute como a metodologia é aplicada na disciplina Prática de Instrumentos de Cordas Friccionadas Graves na Universidade Federal do Cariri.
O documento discute a metodologia de ensino coletivo para instrumentos de cordas friccionadas graves. Ele descreve como o ensino coletivo promove a iniciação instrumental do aluno e a democratização do ensino de música, e como foi desenvolvido inicialmente na Europa e Estados Unidos. Também discute como a metodologia é aplicada na disciplina Prática de Instrumentos de Cordas Friccionadas Graves na Universidade Federal do Cariri.
Ensino Coletivo é uma metodologia de ensino que prioriza, em
um de seus princípios, a realização musical coletiva articulando grupos de pessoas heterogêneas. Ele proporciona ao indivíduo o estimulo de desvendar novos mundos de acordo com a realidade cultural e histórica que vive.
Cruvinel, em seu livro Educação Musical e Transformação
Social: Uma experiência com ensino de cordas destaca dois pontos importantes que o ensino coletivo pode promover: a iniciação instrumental do aluno e a democratização do ensino de música, proporcionando a transformação do ser humano e consequentemente o da sociedade. Ainda neste livro, Cruvinel fala que “o ensino em grupo possibilita uma maior interação do indivíduo com o meio e com o outro, estimula e desenvolve a independência, a liberdade, a responsabilidade, a auto compreensão, o senso crítico, a desinibição, a sociabilidade, a cooperação, a segurança e, no caso específico do ensino da música, um maior desenvolvimento musical como um todo”.
Segundo Flávia Cruvinel (2005), o ensino coletivo de
instrumentos teve o seu início na Europa e depois veio para os Estados Unidos. O professor Enaldo de Oliveira (1998), em sua dissertação de mestrado relata que esta modalidade de ensino obteve grande desenvolvimento nos Estados Unidos, nas academias especializadas no ensino de música, como também no seio das famílias que passaram a se interessar pelo canto, instrumentos musicais de cordas friccionadas e sopros, o que possibilitou mais tarde a criação e o desenvolvimento de metodologias específicas de práticas instrumentais voltadas para o ensino coletivo desses instrumentos.
Em 1911 Albert Mitchell implantou o ensino coletivo de cordas
friccionadas nas escolas públicas americanas o que foi de fundamental importância para a criação e o desenvolvimento de bandas e orquestras que até hoje se fazem presente em sua maioria como parte da grade curricular do ensino público americano.
O ensino coletivo no Brasil, segundo Oliveira, passou a ocorrer
na década de 1930 durante o governo de Getúlio Vargas com Villa- Lobos. O objetivo era implantar música nas escolas de todo território nacional e elevar o nível cultural dos alunos valorizando o folclore nacional, para isso, utilizou o canto orfeônico e promoveu no país uma grande manifestação em pró da educação e formação musical dos brasileiros.
O ensino coletivo de música é hoje uma realidade no Brasil.
Nomes como os professores: Alberto Jaffé, José Pedro de Almeida Flávia Maria Cruvinel, Ana Cristina Tourinho, Joel Barbosa, José Alipio Martins, e outros, legitimam este método de ensino, através de suas publicações. Dentre as iniciativas mais expressivas das quais se tem registro o ensino coletivo de cordas friccionadas, estão: Projeto Espiral, Guri, Acorde para as Cordas, Ação Social Pela Música (João Pessoa), Neojiba (Bahia), Orquestra Criança Cidadã (Pernambuco), PRIMA (Paraíba).
A metodologia coletiva surge em contraponto às perspectivas
de ensino voltadas à tradição em que predominam o aprendizado individual. No Encontro Anual da Associação Brasileira de Educação Musical em 2003, Florianópolis, a professora Lúcia Barrenechea, certificou que o ensino tradicional de instrumento está intimamente ligado à transmissão de uma habilidade técnica. No mesmo evento, em defesa do ensino coletivo de instrumentos, Ana Cristina Tourinho afirmou que, no ensino em grupo o aluno além de manter sua individualidade preservada, passa a ter outros referenciais diferentes do modelo de seu professor. Dessa forma, ele tem o educador musical como modelo e aprende a aprender vendo e ouvindo os colegas na prática musical.
Nesse segmento é importante destacar a perspectiva
sociocultural do educador Paulo Freire que leva em conta o contexto do aluno e aponta para uma proposta dialógica onde todas as vozes são ouvidas buscando formar sujeitos críticos, reflexivos e ativos para transformação da sociedade. Assim o educando se torna agente de seu próprio processo desenvolvendo sua consciência. Na verdade, esse “ensinar” significa uma via de mão dupla, pois educador e educando constroem coletivamente o conhecimento.
Essa abordagem vem sendo discutida na área de educação
musical há alguns anos. A percepção dos benefícios desse ensino também tem chegado aos currículos da educação superior. A título de exemplo, o curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal do Cariri (UFCA), possui disciplinas como formação de professores para o ensino coletivo de instrumentos musicais de sopro, cordas dedilhadas, cordas friccionadas I, II, III, IV, Prática em Conjunto, Big Band e Orquestra. Muitos professores têm sido formados no contexto dessa atividade coletiva.
Na UFCA o ensino coletivo na disciplina Prática de Instrumentos
de Cordas Friccionadas Graves, tem como objetivo, formar o professor de música, em nível superior, com conhecimentos da pedagogia, linguagem musical e ensino do instrumento de corda friccionada, capaz de atuar de maneira crítica e reflexiva, interagindo, enquanto artista educador musical, com o meio em que atua. Essa pedagogia tem se mostrado uma ferramenta prática para conseguir resultados propícios, facilitando o acesso ao conhecimento e a aquisição de habilidades.
A disciplina utiliza a metodologia Suzuki intercalada com
outros métodos dentro da proposta do ensino coletivo como, George Vance - Progressive Repertoire for the Double Bass vol 1, Alexanian Diran - Complete Cello Technique e Adriano Giffoni - Música Brasileira para Contrabaixo. Propõe peças diversificadas e aplica gradativamente o estudo dos símbolos musicais. Desenvolve a prática instrumental de forma coletiva, reunindo todos os instrumentos de uma orquestra de cordas para o fazer musical.
Facilitar o acesso à música deve ser nossa principal energia
motivadora no desenvolvimento de uma aula de instrumento. O ensino coletivo de instrumentos musicais é uma abordagem de ensino que visa a construção da aprendizagem musical através da relação do indivíduo com o professor, os colegas e o ambiente de aprendizagem.
Como educador musical, devemos acreditar que as
metodologias são criadas e adequadas de acordo com os objetivos específicos de cada etapa da aprendizagem do instrumento. Para isso, muitos estudos estão sendo feitos em diversas instituições fazendo com que novos questionamentos surjam no âmbito das metodologias coletivas para instrumentos de cordas friccionadas, buscando melhor aperfeiçoamento desta didática musical. Portanto, devemos estar sempre em dia e com a mente aberta para novos melhoramentos.