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2.

Metodologia de ensino coletivo para os


instrumentos de cordas friccionadas graves.

Ensino Coletivo é uma metodologia de ensino que prioriza, em


um de seus princípios, a realização musical coletiva articulando
grupos de pessoas heterogêneas. Ele proporciona ao indivíduo o
estimulo de desvendar novos mundos de acordo com a realidade
cultural e histórica que vive.

Cruvinel, em seu livro Educação Musical e Transformação


Social: Uma experiência com ensino de cordas destaca dois pontos
importantes que o ensino coletivo pode promover: a iniciação
instrumental do aluno e a democratização do ensino de música,
proporcionando a transformação do ser humano e consequentemente
o da sociedade. Ainda neste livro, Cruvinel fala que “o ensino em
grupo possibilita uma maior interação do indivíduo com o meio e com
o outro, estimula e desenvolve a independência, a liberdade, a
responsabilidade, a auto compreensão, o senso crítico, a desinibição,
a sociabilidade, a cooperação, a segurança e, no caso específico do
ensino da música, um maior desenvolvimento musical como um
todo”.

Segundo Flávia Cruvinel (2005), o ensino coletivo de


instrumentos teve o seu início na Europa e depois veio para os
Estados Unidos. O professor Enaldo de Oliveira (1998), em sua
dissertação de mestrado relata que esta modalidade de ensino obteve
grande desenvolvimento nos Estados Unidos, nas academias
especializadas no ensino de música, como também no seio das
famílias que passaram a se interessar pelo canto, instrumentos
musicais de cordas friccionadas e sopros, o que possibilitou mais
tarde a criação e o desenvolvimento de metodologias específicas de
práticas instrumentais voltadas para o ensino coletivo desses
instrumentos.

Em 1911 Albert Mitchell implantou o ensino coletivo de cordas


friccionadas nas escolas públicas americanas o que foi de
fundamental importância para a criação e o desenvolvimento de
bandas e orquestras que até hoje se fazem presente em sua maioria
como parte da grade curricular do ensino público americano.

O ensino coletivo no Brasil, segundo Oliveira, passou a ocorrer


na década de 1930 durante o governo de Getúlio Vargas com Villa-
Lobos. O objetivo era implantar música nas escolas de todo território
nacional e elevar o nível cultural dos alunos valorizando o folclore
nacional, para isso, utilizou o canto orfeônico e promoveu no país
uma grande manifestação em pró da educação e formação musical
dos brasileiros.

O ensino coletivo de música é hoje uma realidade no Brasil.


Nomes como os professores: Alberto Jaffé, José Pedro de Almeida
Flávia Maria Cruvinel, Ana Cristina Tourinho, Joel Barbosa, José Alipio
Martins, e outros, legitimam este método de ensino, através de suas
publicações. Dentre as iniciativas mais expressivas das quais se tem
registro o ensino coletivo de cordas friccionadas, estão: Projeto
Espiral, Guri, Acorde para as Cordas, Ação Social Pela Música (João
Pessoa), Neojiba (Bahia), Orquestra Criança Cidadã (Pernambuco),
PRIMA (Paraíba).

A metodologia coletiva surge em contraponto às perspectivas


de ensino voltadas à tradição em que predominam o aprendizado
individual. No Encontro Anual da Associação Brasileira de Educação
Musical em 2003, Florianópolis, a professora Lúcia Barrenechea,
certificou que o ensino tradicional de instrumento está intimamente
ligado à transmissão de uma habilidade técnica. No mesmo evento,
em defesa do ensino coletivo de instrumentos, Ana Cristina Tourinho
afirmou que, no ensino em grupo o aluno além de manter sua
individualidade preservada, passa a ter outros referenciais diferentes
do modelo de seu professor. Dessa forma, ele tem o educador
musical como modelo e aprende a aprender vendo e ouvindo os
colegas na prática musical.

Nesse segmento é importante destacar a perspectiva


sociocultural do educador Paulo Freire que leva em conta o contexto
do aluno e aponta para uma proposta dialógica onde todas as vozes
são ouvidas buscando formar sujeitos críticos, reflexivos e ativos
para transformação da sociedade. Assim o educando se torna agente
de seu próprio processo desenvolvendo sua consciência. Na
verdade, esse “ensinar” significa uma via de mão dupla, pois
educador e educando constroem coletivamente o conhecimento.

Essa abordagem vem sendo discutida na área de educação


musical há alguns anos. A percepção dos benefícios desse ensino
também tem chegado aos currículos da educação superior. A título de
exemplo, o curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal
do Cariri (UFCA), possui disciplinas como formação de professores
para o ensino coletivo de instrumentos musicais de sopro, cordas
dedilhadas, cordas friccionadas I, II, III, IV, Prática em Conjunto, Big
Band e Orquestra. Muitos professores têm sido formados no contexto
dessa atividade coletiva.

Na UFCA o ensino coletivo na disciplina Prática de Instrumentos


de Cordas Friccionadas Graves, tem como objetivo, formar o professor
de música, em nível superior, com conhecimentos da pedagogia,
linguagem musical e ensino do instrumento de corda friccionada,
capaz de atuar de maneira crítica e reflexiva, interagindo, enquanto
artista educador musical, com o meio em que atua. Essa pedagogia
tem se mostrado uma ferramenta prática para conseguir resultados
propícios, facilitando o acesso ao conhecimento e a aquisição de
habilidades.

 A disciplina utiliza a metodologia Suzuki intercalada com


outros métodos dentro da proposta do ensino coletivo
como, George Vance - Progressive Repertoire for the
Double Bass vol 1, Alexanian Diran - Complete Cello
Technique e Adriano Giffoni - Música Brasileira para
Contrabaixo.
 Propõe peças diversificadas e aplica gradativamente o
estudo dos símbolos musicais.
 Desenvolve a prática instrumental de forma coletiva,
reunindo todos os instrumentos de uma orquestra de
cordas para o fazer musical.

Facilitar o acesso à música deve ser nossa principal energia


motivadora no desenvolvimento de uma aula de instrumento. O
ensino coletivo de instrumentos musicais é uma abordagem de ensino
que visa a construção da aprendizagem musical através da
relação do indivíduo com o professor, os colegas e o ambiente de
aprendizagem.

Como educador musical, devemos acreditar que as


metodologias são criadas e adequadas de acordo com os objetivos
específicos de cada etapa da aprendizagem do instrumento. Para
isso, muitos estudos estão sendo feitos em diversas instituições
fazendo com que novos questionamentos surjam no âmbito das
metodologias coletivas para instrumentos de cordas friccionadas,
buscando melhor aperfeiçoamento desta didática musical. Portanto,
devemos estar sempre em dia e com a mente aberta para novos
melhoramentos.

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