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14/03/2018

Custos de Concessão
Custódio Nascimento

Sobre o professor
Custódio Moura Castro do Nascimento é mestre em Engenharia de
Transportes pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), possui MBA em
Gerenciamento de Projetos pela FGV e é graduado em Engenharia de
Fortificação e Construção pelo IME.
Foi Engenheiro no Exército Brasileiro, atuando em planejamento,
orçamento e execução de obras rodoviárias e de edificações.
Foi Especialista em Regulação na ANTT, trabalhando com análise de
projetos e de contratos das concessões rodoviárias federais.
Atualmente é Perito no Ministério Público Federal, em Brasília.
Atua como professor em disciplinas dos cursos realizados pelo IBEC.

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Objetivos da disciplina
• Descrever aspectos legais da Concessão de Serviços
Públicos a empresas privadas no Brasil.
• Definir prestação do serviço adequado e política tarifária.
• Apresentar os direitos e as obrigações dos usuários, da
concessionária e do Poder Concedente.
• Avaliar o papel da agência reguladora na gestão e
fiscalização de suas concessões.
• Entender o papel do fluxo de caixa do negócio e sua
relação com os direitos e obrigações da concessionária.
• Avaliar as condições de manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro dos contratos.

Tópicos
• Concessão de Serviço Público na Constituição e nas leis
• Tipos de concessão
• Agências Reguladores e as concessões no Brasil
• Aspectos da lei das concessões:
✓ serviço adequado
✓ política tarifária
✓ direitos e obrigações dos envolvidos
✓ licitação, contrato e extinção da concessão
• Formação de preços da concessão
• Equilíbrio econômico-financeiro do contrato

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Serviço Público
• “Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente
ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de
licitação, a prestação de serviços públicos.”
Constituição Federal, Artigo 175

• Serviço Público: conjunto de atividades definidas em lei e


realizadas, direta ou indiretamente, pela Administração
Pública, regidas predominantemente por normas de direito
público, com o objetivo de prover necessidades individuais ou
coletivas, ou meras conveniências estatais.

Prestação do Serviço Público

Serviço público

Prestação direta Prestação indireta


executados pela Adm Direta ou
outorgados à Adm Indireta
Delegação
somente execução

Concessão Permissão
sempre mediante licitação

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Concessão de Serviço Público

• “Concessão de serviço público é a delegação de sua


prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na
modalidade de concorrência ou leilão, à pessoa jurídica ou
consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado.”
Lei 8.987/1995 (Lei das concessões) + Lei 9074/1995

Tipos de concessões

Simples
Lei nº 8.987/95
Comum (Concessões)
Precedida de
somente tarifa
obra pública

Tipos de
Patrocinada
concessão
tarifa + recursos públicos Lei nº 11.079/04
(PPP’s)

Administrativa
sem cobrança de tarifa

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Tipos de concessões
Exemplo 1: O contrato de concessão da linha 4 (amarela)
do Metrô de São Paulo prevê deveres a serem prestados por
ambas as partes contratantes.
Compete à concessionária (ViaQuatro) a aquisição dos
trens, a implantação de sistemas operacionais (sinalização e
controle), a operação e manutenção do sistema, por 30 anos.
Em troca, a concessionária cobrará tarifa dos usuários .
Compete ao poder público estadual entregar novos
segmentos de via e novas estações. Há, ainda, pagamento de
contraprestação pecuniária.
➢ Qual o tipo de concessão envolvido?

Tipos de concessões
Exemplo 1: O contrato de concessão da linha 4 (amarela)
do Metrô de São Paulo prevê deveres a serem prestados por
ambas as partes contratantes.
Compete à concessionária (ViaQuatro) a aquisição dos
trens, a implantação de sistemas operacionais (sinalização e
controle), a operação e manutenção do sistema, por 30 anos.
Em troca, a concessionária cobrará tarifa dos usuários .
Compete ao poder público estadual entregar novos
segmentos de via e novas estações. Há, ainda, pagamento de
contraprestação pecuniária.
➢ Qual o tipo de concessão envolvido?

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Tipos de concessões
Exemplo 2: O governo vai conceder nove trechos de
rodovias federais. O modelo de concessão prevê a seleção das
concessionárias pelo menor valor de tarifa de pedágio a ser
cobrado dos usuários, sem cobrança de ágio. Os contratos de
concessão deverão prever obras de duplicação, contorno, vias
laterais, e melhoria nos padrões de qualidade dessas rodovias
até o 5º ano dos contratos. A concessionária só poderá
começar a cobrar pedágio quando pelo menos 10% das obras
previstas estiverem concluídas.
(texto baseado na notícia “Governo lança pacote de concessão de R$
133 bi para rodovias e ferrovias”, publicada no portal G1, em 15/08/2012)
➢ Qual o tipo de concessão envolvido?

Tipos de concessões
Exemplo 2: O governo vai conceder nove trechos de
rodovias federais. O modelo de concessão prevê a seleção das
concessionárias pelo menor valor de tarifa de pedágio a ser
cobrado dos usuários, sem cobrança de ágio. Os contratos de
concessão deverão prever obras de duplicação, contorno, vias
laterais, e melhoria nos padrões de qualidade dessas rodovias
até o 5º ano dos contratos. A concessionária só poderá
começar a cobrar pedágio quando pelo menos 10% das obras
previstas estiverem concluídas.
(texto baseado na notícia “Governo lança pacote de concessão de R$
133 bi para rodovias e ferrovias”, publicada no portal G1, em 15/08/2012)
➢ Qual o tipo de concessão envolvido?

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Tipos de concessões
Exemplo 3: O governo arrecadou R$ 24,5 bilhões com o
leilão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília. A
concessão dos empreendimentos para a iniciativa privada tem
como pano de fundo a forte necessidade de investimentos na
infraestrutura aeroportuária do país. A concessionária de cada
aeroporto deverá concluir obras previstas, o que será
fiscalizado pela ANAC. As tarifas aeroportuárias (embarque,
pouso, conexão, permanência, etc.) farão parte da receita das
concessionárias vencedoras.
(texto baseado na notícia “Aeroportos de Guarulhos, Campinas e
Brasília são arrematados por R$ 24,5 bi”, do portal UOL, em 06/02/2012)
➢ Qual o tipo de concessão envolvido?

Tipos de concessões
Exemplo 3: O governo arrecadou R$ 24,5 bilhões com o
leilão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília. A
concessão dos empreendimentos para a iniciativa privada tem
como pano de fundo a forte necessidade de investimentos na
infraestrutura aeroportuária do país. A concessionária de cada
aeroporto deverá concluir obras previstas, o que será
fiscalizado pela ANAC. As tarifas aeroportuárias (embarque,
pouso, conexão, permanência, etc.) farão parte da receita das
concessionárias vencedoras.
(texto baseado na notícia “Aeroportos de Guarulhos, Campinas e
Brasília são arrematados por R$ 24,5 bi”, do portal UOL, em 06/02/2012)
➢ Qual o tipo de concessão envolvido?

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Diferenciação necessária

Privatização x Concessão

Exemplo: Rodovias federais concedidas

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Rodovias federais concedidas


• Premissas gerais:
✓ Rodovias existentes – modelo ROT (reabilitação –
operação – transferência)
✓ Volumes diários médios elevados (> 8.000, em geral)
✓ Concessionária assume riscos inerentes à concessão,
risco de tráfego e de quantitativos de investimentos
✓ Manutenção do equilíbrio econômico-financeiro,
feito pela TIR (taxa interna de retorno)

Rodovias federais concedidas


• 1ª Etapa
Fonte: Barbo et al. (2010)

- Contratos assinados entre 1994 e 1997 (exceto Polo de Pelotas – 2002)


- Prazos 25 anos (exceto Ponte e Concepa – 20 anos)

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Rodovias federais concedidas


• 2ª Etapa – fase I

Fonte: Barbo et al. (2010)


- Contratos assinados entre 2008 e 2009
- Prazos 25 anos

Rodovias federais concedidas


• 2ª Etapa – fase II
Fonte: Barbo et al. (2010)

- Contrato assinados em 2009


- Prazo 25 anos

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Rodovias federais concedidas


• 3ª Etapa

BR-163/TO/GO

BR-163/MT

BR-040/MG
BR-050/MG/GO

BR-163/MS BR-101/ES
BR-060-153-262

- Contratos assinados entre 2013 e 2014


- Prazos 30 anos

Arcabouço legal básico

Lei
8.987/95

Lei Lei
8.666/93
Concessões 9.074/95

Lei
9.491/97
(PND)

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Concessão de Serviço Público


• “A concessão de serviço público, precedida ou não da
execução de obra pública, será formalizada mediante
contrato, que deverá observar os termos desta Lei, das
normas pertinentes e do edital de licitação.”
Lei 8.987/1995 (Lei das concessões)

Agência Reguladora

Concessão de Serviço Público


• “Concessão de serviço público é o contrato administrativo
pelo qual a Administração Pública transfere à pessoa jurídica
ou a consórcio de empresas a execução de certas atividades
de interesse coletivo, remunerada através do sistema de
tarifas pagas pelos usuários.”
Administração Pública → Concedente
Executor do serviço → Concessionário

• Estado assume papel Regulador: transfere ao setor privado


a prestação de serviços de sua titularidade, conservando o
dever de assegurar sua adequada prestação.

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Agências Reguladoras
• Criadas por lei como autarquias em regime especial
(dirigentes com mandato fixo).
• Atribuições:
✓ fiscalizar a prestação de serviços públicos praticados
pela iniciativa privada;
✓ controlar a qualidade na prestação do serviço;
✓ estabelecer regras para o setor (regular);
✓ defender os direitos do consumidor do serviço;
✓ realizar estudos sobre o mercado regulado;
✓ gerir os contratos de concessão.

Agências Reguladoras

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Agências Reguladoras

Energia Transportes
Telecom Petróleo Transporte
Lei 9.427/96 Terrestres Aviação Civil
Lei 9.472/97 Lei 9.478/97 Aquaviário
ANEEL L. 10.233/01 L. 11.182/05
ANATEL ANP L. 10.233/01
Geração, ANTT ANAC
Telecomu- Petróleo e ANTAQ
transmissão, Rodovias, Aeroportos
nicações gás natural Portos
distribuição ferrovias

Marco regulatório setorial

Concessões de serviços públicos no Brasil


Ex: Furnas, Light, CEMIG
Energia
elétrica
Ex: Brasil
Ex: Brasília, Telefonia
Aeroportos Telecom,
Guarulhos fixa Telefônica

Ex: MRS, ALL,


Brasil Telefonia Ex: Vivo,
Ferrovias
Vale móvel Claro, Oi

Ex: Dutra, Régis Ex: Petrobrás,


Rodovias Petróleo Shell, OGX
Bittencourt, BR-040

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Discussão 1
Agências reguladoras

Principais aspectos da Lei 8.987/95


• Serviço adequado;
• Direitos e obrigações dos usuários;
• Política tarifária;
• Licitação;
• Contrato de concessão;
• Encargos do Poder Concedente;
• Encargos da concessionária;
• Intervenção;
• Extinção da concessão.

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Principais aspectos da Lei 8.987/95


• Serviço adequado (Art. 6º);
• Direitos e obrigações dos usuários;
• Política tarifária;
• Licitação;
• Contrato de concessão;
• Encargos do Poder Concedente;
• Encargos da concessionária;
• Intervenção;
• Extinção da concessão.

Serviço adequado

Regular
Módico
nas Contínuo
tarifas

Serviço
Cortês Eficiente
adequado

Geral Seguro

Atual
(Lei 8987, Art. 6º, §1º)

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Serviço adequado
sempre com o mesmo
Regular padrão de qualidade
Módico
nas Contínuo
tarifas

Serviço
Cortês Eficiente
adequado

Geral Seguro

Atual
(Lei 8987, Art. 6º, §1º)

Serviço adequado
sem interrupções
Regular (exceções: situação
Módico de emergência;
nas Contínuo motivos de ordem
tarifas técnica ou de
segurança das
instalações)
Serviço
Cortês Eficiente
adequado

Geral Seguro

Atual
(Lei 8987, Art. 6º, §1º)

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Serviço adequado

Regular
Módico
nas Contínuo
tarifas

Serviço
Cortês Eficiente
adequado
melhor relação
entre custo e
benefício
Geral Seguro

Atual
(Lei 8987, Art. 6º, §1º)

Serviço adequado

Regular
Módico
nas Contínuo
tarifas

Serviço
Cortês Eficiente
adequado

sem riscos
Geral Seguro para os
usuários
Atual
(Lei 8987, Art. 6º, §1º)

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Serviço adequado

Regular
Módico
nas Contínuo
tarifas

Serviço
Cortês Eficiente
adequado

modernidade de Geral Seguro


técnicas,
equipamento e Atual
instalações (Lei 8987, Art. 6º, §1º)

Serviço adequado

Regular
Módico
nas Contínuo
tarifas

Serviço
Cortês Eficiente
adequado

serviço igual para


todos, sem
distinção entre os Geral Seguro
usuários
Atual
(Lei 8987, Art. 6º, §1º)

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Serviço adequado

Regular
Módico
nas Contínuo
tarifas
tratar os usuários
com respeito e
educação Serviço
Cortês Eficiente
adequado

Geral Seguro

Atual
(Lei 8987, Art. 6º, §1º)

Serviço adequado

relação entre o Regular


serviço recebido Módico
pelo usuário e as nas Contínuo
tarifas pagas deve tarifas
ser satisfatória

Serviço
Cortês Eficiente
adequado

Geral Seguro

Atual
(Lei 8987, Art. 6º, §1º)

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Tema para debate

Serviço
adequado?

Exemplo: Serviços contratuais em rodovia concedida


• Inspeção de tráfego
✓ Detecção de problemas na via
✓ Viatura de inspeção
✓ Frequência de inspeção

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Serviços contratuais
• Atendimento emergencial
(médico e mecânico):
✓ Tempo de atendimento
✓ Percentual de cobertura

Serviços contratuais
• Cobrança de pedágio
✓ Tempo de cobrança
✓ Tempo de espera na fila
✓ Filas máximas na praça

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Serviços contratuais
• Call box (caso previsto no contrato)
✓ Localização dos equipamentos
✓ Percentual em funcionamento

Serviços contratuais
• Exemplos de parâmetros de desempenho dos serviços

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Exemplo: pavimento em rodovia concedida


• Avaliação simples:
✓ Ausência de desnível entre duas faixas de tráfego contíguas
✓ Ausência de flechas nas trilhas de roda, medidas sob corda de
1,20 m superiores a 7 mm
 Ausência de desnível entre a faixa de tráfego e o acostamento
 Ausência de áreas excessivamente remendadas
❖ Ausência de áreas afetadas por trincas interligadas de classe 3
➢ Avaliação complexa:
➢ Irregularidade longitudinal máxima de 2,7 m/km, em 100% da
rodovia (avaliação com equipamento perfilógrafo)
➢ Deflexão recuperável (avaliação com equipamento FWD)
➢ Valor de Resistência à Derrapagem (avaliação com equipamento
pêndulo)

Exemplo: Infraestrutura em rodovia


• Pavimento

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Exemplo: Infraestrutura em rodovia


• Pavimento

Exemplo: Infraestrutura em rodovia


• Pavimento

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Exemplo: Infraestrutura em rodovia


• Drenagem

Exemplo: Infraestrutura em rodovia


• Sinalização

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Exemplo: Infraestrutura em rodovia


• Ocupação da faixa de domínio

Exemplo: Infraestrutura em rodovia


• Outras ocorrências

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Principais aspectos da Lei 8.987/95


• Serviço adequado;
• Direitos e obrigações dos usuários (Art. 7º);
• Política tarifária;
• Licitação;
• Contrato de concessão;
• Encargos do Poder Concedente;
• Encargos da concessionária;
• Intervenção;
• Extinção da concessão.

Direitos e obrigações dos usuários


• Direitos (Art 7º, I a III):
✓ receber serviço adequado;
✓ receber do poder concedente e da concessionária
informações para a defesa de interesses individuais ou
coletivos;
✓ obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha
entre vários prestadores de serviços, quando for o caso,
observadas as normas do poder concedente.

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Direitos e obrigações dos usuários


• Obrigações (Art 7º, IV a VI):
✓ levar ao conhecimento do poder público e da
concessionária as irregularidades de que tenham
conhecimento, referentes ao serviço prestado;
✓ comunicar às autoridades competentes os atos
ilícitos praticados pela concessionária na prestação do
serviço;
✓ contribuir para a permanência das boas condições
dos bens públicos através dos quais lhes são prestados
os serviços.

Principais aspectos da Lei 8.987/95


• Serviço adequado
• Direitos e obrigações dos usuários
• Política tarifária (Art. 9º a 13)
• Licitação
• Contrato de concessão
• Encargos do Poder Concedente
• Encargos da concessionária
• Intervenção
• Extinção da concessão

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Política tarifária
• Objetivos:
✓ assegurar modicidade tarifária
✓ assegurar a rentabilidade adequada dos investidores
(equilíbrio econômico-financeiro)
✓ promover a eficiência setorial
✓ evitar discriminação ilícita entre os usuários

Política tarifária
• Valor da tarifa:
✓ Valor inicial da tarifa: proposta da licitação
✓ Preservação da tarifa: lei, edital e contrato
✓ Cobrança poderá ser condicionada à existência de
serviço público alternativo e gratuito para o usuário
(somente quando previsto em lei)
✓ Reajuste: desvalorização da moeda
✓ Revisão: equilíbrio econômico-financeiro
✓ Situações imprevisíveis e supervenientes: revisão da
tarifa

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Política tarifária
• Receitas extraordinárias:
✓ Podem ser previstas no edital
✓ Receitas alternativas, complementares, acessórias ou
de projetos associados
✓ Favorecer a modicidade das tarifas
✓ Ex: publicidade no espaço administrado pela
concessionária; uso e ocupação da faixa de domínio
• Pode haver cobrança diferenciada da tarifa em função das
características técnicas e dos custos específicos provenientes
do atendimento aos distintos segmentos de usuários

Exemplo: cobrança por número de eixos em rodovia

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Principais aspectos da Lei 8.987/95


• Serviço adequado
• Direitos e obrigações dos usuários
• Política tarifária
• Licitação (Art. 14 a 22)
• Contrato de concessão
• Encargos do Poder Concedente
• Encargos da concessionária
• Intervenção
• Extinção da concessão

Licitação
• Modalidade:
✓ Lei nº 8987/95: concessão do serviço público deve ser
feita por licitação, na modalidade concorrência
✓ Lei nº 9491/97: licitação para outorga ou
transferência do serviço a ser desestatizado pode ser
feita na modalidade leilão

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Licitação
• Principais tipos de licitação:
✓ menor tarifa:
▪ sem outorga
▪ com outorga fixa
✓ maior valor de outorga
▪ com tarifa fixa
• Equilibrado pela TIR
• Discussão:
❖ Como o valor de outorga afeta a tarifa cobrada pela
concessionária ao longo da concessão?
❖ Quais vantagens e desvantagens podem ser relacionadas ao
modelo de outorga onerosa?

Discussão 2
Política tarifária

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Licitação
• Princípios a serem observados:
✓ Legalidade;
✓ Moralidade;
✓ Publicidade;
✓ Igualdade;
✓ Julgamento por critérios objetivos;
✓ Vinculação ao instrumento convocatório.
✓ aplicação subsidiária da Lei 8.666/93 (lei de
licitações)

Licitação
• Exclusividade:
✓ regra: ausência de exclusividade
✓ exceção: motivos técnicos ou econômicos
(monopólio natural)
• “Elementos do projeto básico” (Art. 18, XV):
✓ ocorre em concessões precedidas de obras públicas
✓ indica elementos genéricos capazes de caracterizar
as obras necessárias

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Exemplo: Programa de Exploração da Rodovia (PER)


• PER: “conjunto de elementos necessários para caracterizar
todas as atividades a serem desenvolvidas durante o período
de concessão do trecho rodoviário à iniciativa privada,
estabelecendo padrões mínimos de qualidade a serem
atendidos na prestação dos serviços” (DNER, 1999, p.81)

Exemplo: PER
• Obras de duplicação:

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Exemplo: PER
• Obras com parâmetro de desempenho:

Exemplo: PER
• Obras condicionadas ao volume de
tráfego:
✓ somente se o VDM atingir o
“gatilho”

• Exemplo: VDMA equivalente de


gatilho, por subtrecho

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Discussão: elementos de projeto básico


• Exemplo: resumo [parcial] de melhorias

❖ É suficiente?

Principais aspectos da Lei 8.987/95


• Serviço adequado
• Direitos e obrigações dos usuários
• Política tarifária
• Licitação
• Contrato de concessão (Art. 23 a 28)
• Encargos do Poder Concedente
• Encargos da concessionária
• Intervenção
• Extinção da concessão

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Contrato de Concessão
• Quem assina: Poder Concedente e Concessionária
• Características:
✓ deve conter o detalhamento da modelagem
empregada na licitação
✓ contratos de longo prazo (geralmente > 15 anos)
✓ deve conter o conjunto de indicadores de qualidade e
cobertura dos serviços (parâmetros de desempenho) a
serem seguidos pela concessionária
✓ remuneração da concessionária é dada pela tarifa do
usuário
✓ pode prever exploração de receitas extraordinárias

Contrato de concessão
• Matriz de risco:
✓ Prevista no edital, estabelece a divisão dos riscos
✓ Exemplo de alocação de riscos – ferrovias do PIL:
Risco Alocado à Concessionária Alocado à ANTT
Situações geológicas diferentes da Mudança de projeto, por solicitação
Projeto de prevista; da ANTT ou outros órgãos públicos;
Engenharia Alterações no projeto apresentado, Custos com desapropriações;
por iniciativa da Concessionária;
Elevação dos custos de compra ou Alteração no cronograma de
Construção, manutenção de equipamentos; construção, por iniciativa da ANTT;
ampliação e
manutenção Erros na realização das obras, com Atrasos na obtenção de licenças
necessidade de refazê-las. ambientais.

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Principais aspectos da Lei 8.987/95


• Serviço adequado
• Direitos e obrigações dos usuários
• Política tarifária
• Licitação
• Contrato de concessão
• Encargos do Poder Concedente (Art. 29 e 30)
• Encargos da concessionária
• Intervenção
• Extinção da concessão

Encargos do Poder Concedente


• I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar
permanentemente a sua prestação;
• II - aplicar as penalidades regulamentares e contratuais;
• III - intervir na prestação do serviço, nos casos e condições
previstos em lei;
• IV - extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei e
na forma prevista no contrato;
• V - homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na
forma desta Lei, das normas pertinentes e do contrato;
• VI - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares
do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;

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Encargos do Poder Concedente


• VII - zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar e
solucionar queixas e reclamações dos usuários;
• VIII - declarar de utilidade pública os bens necessários à
execução do serviço ou obra pública, promovendo as
desapropriações, diretamente ou mediante outorga de
poderes à concessionária;
• IX - declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins
de instituição de servidão administrativa, os bens necessários
à execução de serviço ou obra pública, promovendo-a
diretamente ou mediante outorga de poderes à
concessionária;

Principais aspectos da Lei 8.987/95


• Serviço adequado
• Direitos e obrigações dos usuários
• Política tarifária
• Licitação
• Contrato de concessão
• Encargos do Poder Concedente
• Encargos da concessionária (Art. 31)
• Intervenção
• Extinção da concessão

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Encargos da concessionária
• I - prestar serviço adequado;
• IV - cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as
cláusulas contratuais da concessão;
• VII - zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação
do serviço, bem como segurá-los adequadamente; e
• VIII - captar, aplicar e gerir os recursos financeiros
necessários à prestação do serviço.
➢ §único: As contratações, inclusive de mão de obra, feitas
pela concessionária serão regidas pelas disposições de direito
privado e pela legislação trabalhista.

Principais aspectos da Lei 8.987/95


• Serviço adequado
• Direitos e obrigações dos usuários
• Política tarifária
• Licitação
• Contrato de concessão
• Encargos do Poder Concedente
• Encargos da concessionária
• Intervenção (Art. 32 a 34)
• Extinção da concessão

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14/03/2018

Intervenção
• Finalidade:
✓ assegurar adequada prestação do serviço
✓ assegurar o fiel cumprimento das normas
contratuais, regulamentares e legais pertinente
• Feita por decreto do poder concedente, que conterá:
✓ a designação do interventor
✓ o prazo da intervenção
✓ os objetivos e limites da medida

Intervenção
• Instaurar procedimento administrativo:
✓ comprovar as causas determinantes
✓ apurar responsabilidades
Sem Devolução à
irregularidades concessionária

Procedimento Pequenas Multa e


administrativo irregularidades devolução

Grave Extinção do
irregularidade contrato

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14/03/2018

Principais aspectos da Lei 8.987/95


• Serviço adequado
• Direitos e obrigações dos usuários
• Política tarifária
• Licitação
• Contrato de concessão
• Encargos do Poder Concedente
• Encargos da concessionária
• Intervenção
• Extinção da concessão (Art. 35 a 39)

Extinção da concessão
Extinção:

Término do contrato

Encampação

Caducidade

Rescisão

Anulação

Falência ou extinção da
(Lei 8.987/95, Art. 35)
concessionária

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Extinção da concessão
Extinção:

Término do contrato

Encampação

Caducidade

Rescisão

Anulação

Falência ou extinção da
(Lei 8.987/95, Art. 35)
concessionária

Extinção da concessão
• Encampação:
✓ retomada do serviço pelo poder concedente durante
o prazo da concessão
✓ motivo de interesse público
✓ ocorre mediante autorização em lei específica
✓ pagamento prévio de indenização das parcelas dos
investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não
amortizados ou depreciados
• Concessionária pode recorrer ao Judiciário para questionar
valor da indenização e/ou continuar operando a concessão.
• Ex: Rodonorte (PR): processo na justiça desde 2003

44
14/03/2018

Extinção da concessão
• Caducidade:
✓ serviço prestado de forma inadequada ou deficiente
✓ descumprimento de cláusulas contratuais
✓ paralisação do serviço (exceto caso fortuito ou força
maior)
• Requer processo administrativo, assegurado o direito de
ampla defesa
• Declarada por decreto do poder concedente,
independentemente de indenização prévia
• Multas contratuais e danos causados serão descontados
do valor da indenização

Extinção da concessão
• Rescisão:
✓ iniciativa da concessionária,
✓ descumprimento das normas contratuais pelo poder
concedente
✓ mediante ação judicial específica
• Concessionária deve manter a prestação dos serviços até a
decisão judicial transitada em julgado

• Reversão: é o retorno ao Poder Concedente dos bens


reversíveis (previstos no edital e no contrato) usados durante
a concessão

45
14/03/2018

Discussão 3
Renovação de concessão

Formação de preços da concessão


• Tópicos de Matemática Financeira
• Métodos de avaliação de investimentos
• Construção do fluxo de caixa do negócio
• Hipóteses de reequilíbrio econômico-financeiro

46
14/03/2018

Tarifa: princípios
• Equilíbrio entre receita x despesa
• Exemplos simples: condomínio
✓ nº de pagantes x taxa a pagar

Fluxo de pagamentos e/ou recebimentos


• Exemplos com investimento inicial e prestações fixas
• Equilíbrio perante determinada taxa de juros

PV: valor presente


FV: valor futuro
i: taxa de juros
n: nº de períodos
PMT: valor da parcela

47
14/03/2018

Equivalência financeira
• O dinheiro possui valor no tempo.
• Dizemos que dois ou mais capitais, dispostos em datas
diferentes, são equivalentes se, e somente se, quando
transportados para uma mesma data e a uma mesma taxa de
juros, produzirem valores iguais.
• O principal método de equivalência financeira é o desconto
racional composto:

PV: valor presente


FV: valor futuro
i: taxa de juros
n: nº de períodos
PMT: valor da parcela

Equivalência financeira
• Exemplo: obter o capital equivalente à série de
recebimentos:
1686,70 1703,57 1720,60

0 1 2 3
C Dado: i = 1% a.m.

48
14/03/2018

Equivalência financeira
• Fluxo de caixa é um conjunto de entradas (recebimentos)
e/ou saídas (pagamentos), envolvidos em certa transação
financeira e considerados ao longo de um determinado
intervalo de tempo.
• Para facilitar a visualização das entradas e saídas de capitais
de uma transação, é muito usual o emprego de um diagrama
de fluxo de caixa, conforme abaixo:
entradas (receitas) (+)
tempo
0 1 2 3 ... n
saídas (despesas) (-)

Método do Valor Presente Líquido


• Valor presente líquido (VPL) é o somatório do valor
presente dos termos de um fluxo de caixa descontado,
considerada a taxa mínima de atratividade (TMA).

Dado: TMA = i = 10% a.a.

49
14/03/2018

Método do Valor Presente Líquido


Fator de valor atual de uma série de pagamentos

Método do Valor Presente Líquido


• Valor presente líquido (VPL) é o somatório do valor
presente dos termos de um fluxo de caixa descontado,
considerada a taxa mínima de atratividade (TMA).

Dado: TMA = i = 10% a.a.

50
14/03/2018

Método da Taxa Interna de Retorno


• A taxa interna de retorno (TIR) é a taxa de juros que torna
nulo o valor presente líquido (VPL) de um determinado fluxo
de caixa.

Método do Valor Presente Líquido


Fator de valor atual de uma série de pagamentos

51
14/03/2018

Método da Taxa Interna de Retorno


• A taxa interna de retorno (TIR) é a taxa de juros que torna
nulo o valor presente líquido (VPL) de um determinado fluxo
de caixa.

TIR em fluxo de caixa


• Fórmula geral do equilíbrio do fluxo de caixa pela TIR

Recj = receita no ano j


Despj = despesas no ano j

52
14/03/2018

TIR em fluxo de caixa


• Impacto da TIR
PMT = 3.200

i = 8,0 %

PV = -20.000 PMT = 3.475

i = 10,0 %

PV = -20.000

Exercício 1

Matemática Financeira

53
14/03/2018

Como avaliar os preços?


• Ramos do conhecimento envolvidos:
✓ Engenharia de Custos:
▪ Custos/ preços dos diversos elementos associados ao
contrato: investimentos, operação, financeiros etc.
✓ Estudos de demanda:
▪ Levantamento da demanda atual;
▪ Previsão da demanda futura;
✓ Economia:
▪ Influência dos aspectos macroeconômicos no negócio
✓ Contabilidade:
▪ Base para a discriminação de elementos do fluxo de caixa

Quais são os preços para o usuário?


• Tipo de licitação:
✓ menor tarifa
✓ maior valor de outorga
menor tarifa
Concessão
maior outorga
Formação de
preços
menor tarifa
PPP
menor
contraprestação

54
14/03/2018

Fluxo de caixa descontado


• É um dos modelos de precificação de ativos mais
conhecidos.
• Também é empregado para avaliar um projeto de
concessão ou PPP.

Fluxo de caixa do negócio


• Sequência de estruturação:
Planejamento
estratégico

Premissas Séries históricas e


macroeconômicas projeções futuras

Fluxo de caixa do Projetar dados dos


1º período próximos períodos

As diversas parcelas que compõem o cálculo do FC devem ser


projetados de forma individualizada

55
14/03/2018

Parcelas do fluxo de caixa

receitas e despesas
Operacional decorrentes da prestação
de serviços da empresa

gastos em Investimentos,
Parcelas do Investimento Imobilizado ou Intangível
fluxo de caixa + venda de ativos

Amortização de
empréstimos e
Financiamento financiamentos +
distribuição de lucros e
dividendos

Fluxo de caixa

receitas e despesas
Operacional decorrentes da prestação
de serviços da empresa
FC para a
empresa
gastos em Investimentos,
Parcelas do Investimento Imobilizado ou Intangível
fluxo de caixa + venda de ativos

Amortização de FC para o
empréstimos e acionista
Financiamento financiamentos +
distribuição de lucros e
dividendos

56
14/03/2018

Confecção do fluxo de caixa


Item Ano 1 Ano 2 ... Ano 25
Receita bruta
(-) Tributos
(=) Receita líquida
(-) Custos operacionais
(-) Depreciação
(=) Resultado antes dos impostos
(-) Impostos
(=) Resultado líquido
(+) Depreciação
(-) Investimentos
(=) Fluxo de caixa

Elementos do fluxo de caixa


Receita bruta Receitas tarifárias:
(-) Tributos • tarifa x consumo
(=) Receita líquida Receitas financeiras
(-) Custos operacionais Receitas acessórias
(-) Depreciação
(=) Resultado antes dos impostos
(-) Impostos
(=) Resultado líquido
(+) Depreciação
(-) Investimentos
(=) Fluxo de caixa

57
14/03/2018

Consumo / demanda
• Estudos de demanda necessários:
• Demanda atual
• Modelos de crescimento
• Cenários alternativos

Exemplo: Tráfego em rodovia


• Base de cálculo para a receita tarifária
✓ Tipos de veículos
✓ Equivalente tarifário
✓ Veículos equivalentes

58
14/03/2018

Tráfego

Fonte: Relatório anual ANTT 2013

Tráfego
• Fase de estudos:
✓ Demanda atual
✓ Modelo de crescimento de demanda (PIB)
✓ Demanda prevista
• Exemplo: demanda com crescimento de 3% a.a.

59
14/03/2018

Elementos do fluxo de caixa


Receita bruta ISS: 5%
(-) Tributos PIS: 0,65%
(=) Receita líquida COFINS: 3%
(-) Custos operacionais
(-) Depreciação
(=) Resultado antes dos impostos
(-) Impostos
(=) Resultado líquido
(+) Depreciação
(-) Investimentos
(=) Fluxo de caixa

Elementos do fluxo de caixa


Receita bruta
(-) Tributos
(=) Receita líquida
(-) Custos operacionais
(-) Depreciação
(=) Resultado antes dos impostos
(-) Impostos
(=) Resultado líquido
(+) Depreciação
(-) Investimentos
(=) Fluxo de caixa

60
14/03/2018

Custos e despesas operacionais


• Operação:
✓ Administração local e central
✓ Monitoração da rodovia
✓ Atendimentos médicos, mecânicos e de urgência
✓ Cobrança da tarifa de pedágio
• Conservação dos bens da concessão
✓ Pista e faixa de domínio
✓ Equipamentos e sistemas
• Seguros e garantias

Elementos do fluxo de caixa


Receita bruta
(-) Tributos
(=) Receita líquida
(-) Custos operacionais
(-) Depreciação
(=) Resultado antes dos impostos
(-) Impostos
(=) Resultado líquido
(+) Depreciação
(-) Investimentos
(=) Fluxo de caixa

61
14/03/2018

Depreciação
• É a expressão de perda de valor dos ativos imobilizados,
devido a sua utilização. É definida como a diminuição do valor
dos ativos permanentes, devido a desgaste em sua utilização,
ações de desgaste pela natureza ou obsolescência.
✓ Depreciação física: desgaste físico que o bem sofre
devido a fatores diversos em sua utilização.
✓ Depreciação contábil: ajuste contábil de despesas
passadas (conta retificadora do ativo permanente).
Reduz a base de cálculo do imposto de renda.

Depreciação
• É o custo ou a despesa decorrentes do desgaste ou da
obsolescência dos ativos imobilizados, como por exemplo
máquinas, veículos, móveis, imóveis ou instalações.

V.Depr. = BC – V.Res.

Base de Cálculo (BC): custo de aquisição do bem;


Valor Residual (V.Res.): valor de venda do bem, após ser
totalmente depreciado;
Valor Depreciável (V.Depr.): é o resultado da fórmula

62
14/03/2018

Depreciação
• Depreciação pelo método linear: consiste na divisão do
valor depreciável pela vida útil do bem:

Depr. = V.Depr. / VU
Taxa de Depreciação (Depr.): é o valor calculado e registrado
mensal ou periodicamente como depreciação;
Vida Útil (VU): é o tempo durante o qual se espera que o bem
traga benefícios econômicos futuros à empresa.

Depreciação
• Prazos de vida útil obedecem à IN 162/98, da RFB;
exemplos:
• Edificações e obras de melhoria: 25 anos;
• Equipamentos e sistemas: 10 anos;
• Trabalhos de manutenção: 10 anos;
• Veículos: 4 a 5 anos.
• Exceção:
• Bens ou direitos com prazo limitado por lei ou contrato;
• A taxa anual de amortização será fixada tendo em vista o
número de anos restantes de existência do direito (Lei nº
4.506/64, art. 58, § 1º )

63
14/03/2018

Depreciação
• Exemplo de prazo normal

Depreciação
• Exemplo de prazo delimitado pelo contrato

64
14/03/2018

Depreciação
• Exemplo

Depreciação investimentos
200 Concentração
180 de depreciação
160 ao final da
140 concessão
R$ milhões

120
100
80
60
40
20
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Manutenção Sistemas Duplicação

Elementos do fluxo de caixa


Receita bruta
(-) Tributos
(=) Receita líquida
Imposto de renda: 15%
(-) Custos operacionais Adicional do IR: 10%
(-) Depreciação Contribuição social: 9%
(=) Resultado antes dos impostos
(-) Impostos
(=) Resultado líquido
(+) Depreciação
(-) Investimentos
(=) Fluxo de caixa

65
14/03/2018

Elementos do fluxo de caixa


Receita bruta
(-) Tributos
(=) Receita líquida
(-) Custos operacionais
(-) Depreciação
(=) Resultado antes dos impostos
(-) Impostos
(=) Resultado líquido
(+) Depreciação
(-) Investimentos
(=) Fluxo de caixa

Investimentos
• Obras – fase de estudos:
✓ Atendimento ao PER
✓ Valores esperados “elementos de projeto básico”
✓ Especificação
• Possibilidades:
✓ Ampliação de capacidade
✓ Restauração e manutenção
✓ Edificações e equipamentos
✓ Sistemas e veículos
✓ Desapropriações

❖ Discussão: consequências de obras de “elementos de PB”?

66
14/03/2018

Exemplo: Confecção do fluxo de caixa


1 2 3 4 5 24 25
Receita bruta 21.500.000 305.718.200 314.244.746 323.027.088 332.072.901 544.591.462 560.929.206
(-) Tributos 0 26.444.624 27.182.171 27.941.843 28.724.306 47.107.161 48.520.376
ISS 5% 0 15.285.910 15.712.237 16.151.354 16.603.645 27.229.573 28.046.460
PIS 0,65% 0 1.987.168 2.042.591 2.099.676 2.158.474 3.539.845 3.646.040
COFINS 3% 0 9.171.546 9.427.342 9.690.813 9.962.187 16.337.744 16.827.876
(=) Receita líquida 21.500.000 279.273.576 287.062.575 295.085.245 303.348.595 497.484.300 512.408.829
(-) Custos operacionais 42.000.000 67.579.638 68.347.027 69.137.438 69.951.561 91.013.232 92.483.629
Adm Cent / Local 15.000.000 15.000.000 15.000.000 15.000.000 15.000.000 15.000.000 15.000.000
CCO e Monitoração 2.000.000 2.000.000 2.000.000 2.000.000 2.000.000 2.000.000 2.000.000
Serv Atend Usuário 0 14.210.910 14.637.237 15.076.354 15.528.645 27.229.573 28.046.460
Arrecad Pedágio 0 11.368.728 11.709.790 12.061.084 12.422.916 21.783.658 22.437.168
Cons pista e Fx Dom 10.000.000 10.000.000 10.000.000 10.000.000 10.000.000 10.000.000 10.000.000
Cons Eqp e Sist Oper 10.000.000 10.000.000 10.000.000 10.000.000 10.000.000 10.000.000 10.000.000
Seguros e garantias 5.000.000 5.000.000 5.000.000 5.000.000 5.000.000 5.000.000 5.000.000
(-) Depreciação 0 28.750.000 64.163.043 94.617.589 114.903.303 149.605.684 203.605.684
(=) LAIR -20.500.000 182.943.938 154.552.505 131.330.218 118.493.731 256.865.385 216.319.517
(-) Impostos de renda 0 62.176.939 52.523.852 44.628.274 40.263.868 87.310.231 73.524.636
(=) Resultado líquido -20.500.000 120.766.999 102.028.653 86.701.944 78.229.862 169.555.154 142.794.881
(+) Depreciação 0 28.750.000 64.163.043 94.617.589 114.903.303 149.605.684 203.605.684
(-) Investimentos 555.000.000 655.000.000 535.000.000 350.000.000 185.000.000 30.000.000 30.000.000
Ampl Capac/ Melh/ Edif 450.000.000 550.000.000 450.000.000 300.000.000 150.000.000 0 0
Equip / Sist / Veic 40.000.000 15.000.000 0 0 0 0 0
Manutenção 30.000.000 50.000.000 50.000.000 30.000.000 30.000.000 30.000.000 30.000.000
Desapropriações 35.000.000 40.000.000 35.000.000 20.000.000 5.000.000 0 0
(=) Fluxo de caixa -575.500.000 -505.483.001 -368.808.303 -168.680.467 8.133.166 289.160.838 316.400.565

Exemplo: Confecção do fluxo de caixa


600
Milhões

400

200

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
-200

-400

-600

-800

Receita líquida Custos Operacionais Imposto de renda Investimentos

67
14/03/2018

Exercício 2

Cálculo e avaliação de um fluxo de caixa

Equilíbrio de interesses
Modicidade x Equilíbrio do
da tarifa contrato
Serviço Lucro da
adequado empresa

68
14/03/2018

Equilíbrio econômico-financeiro
• Princípio da intangibilidade da equação econômico-
financeira:
✓ termos da proposta econômica apresentada na
licitação (contrato administrativo de concessão) deverão
ser intangíveis durante toda a execução da concessão;
✓ deve ser respeitada a relação entre encargos e
vantagens prevista na proposta do licitante vencedor:
 elevações de encargos → aumento da tarifa;
 diminuição de encargos → diminuição da tarifa.

Equilíbrio dos contratos – regra geral


• Eventos imprevisíveis ou de consequências imprevisíveis,
posteriores ao oferecimento da proposta pelo particular,
configuram motivo bastante a atrair a responsabilidade
administrativa quanto ao restabelecimento da equação
econômico-financeira.

69
14/03/2018

Riscos no contrato de concessão


• Lei nº 8.987/1995 – “a concessão de serviço público é a
delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, (...)
à pessoa jurídica ou consórcio de empresas (...), por sua conta
e risco (...)”;

Riscos no contrato de concessão

Álea ordinária
Álea
Áleas (riscos)
administrativa
Álea extraordinária

Álea econômica

70
14/03/2018

Riscos no contrato de concessão

Álea ordinária riscos normais de qualquer empreendimento

• A execução do serviço se faz “por conta e risco do


concessionário” (Lei 8.987/95, Art 2º, II)
• São suportados pela concessionária
• Exemplos:
✓ Erros de planejamento ou execução
✓ Ineficiência, negligência ou incapacidade do empresário

Riscos no contrato de concessão


Alteração unilateral do contrato
Lei 8.987, Art. 9º, §4º
Álea
extraordinária
fato do Príncipe
imposição estatal de caráter geral, após o início
Administrativa da vigência do contrato e com reflexos sobre ele,
gerando um desequilíbrio econômico-financeiro.
Ex: elevação de impostos (Lei 8.987, Art. 9º, §3º)

fato da Administração
reequilíbrio
todo ato ou fato do contratante que dificulta ou
impede a execução do contrato.
Ex: atraso nas desapropriações necessárias

71
14/03/2018

Riscos no contrato de concessão


Álea
extraordinária

fatos imprevisíveis e excepcionais


Econômica (teoria da imprevisão)

eventos de ordem econômica, estranhos à


vontade das partes contratuais e que repercutem
diretamente sobre a equação econômico-
financeira do contrato.
Ex: variações cambiais bruscas
reequilíbrio
caso fortuito e força maior.
Ex: terremotos, inundações, conflitos armados

Riscos no contrato de concessão

Álea ordinária riscos normais de qualquer empreendimento


suportados pela
concessionária
modificação unilateral do contrato

Administrativa fato da Administração

Álea
fato do príncipe
extraordinária
reequilíbrio
fatos imprevisíveis e excepcionais
Econômica (teoria da imprevisão)

72
14/03/2018

Reequilíbrio econômico-financeiro
• Valor da tarifa:
✓ Valor inicial da tarifa: proposta da licitação
✓ Preservação da tarifa: lei, edital e contrato
(Lei 8.987, Art. 9º)

• Mecanismos de revisão da tarifa:


✓ Reajuste: desvalorização da moeda
✓ Reequilíbrio: restabelecimento do equilíbrio
econômico-financeiro

Reequilíbrio econômico-financeiro
• Alteração de tributos ou encargos legais, com impacto
comprovado no contrato:
✓ revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o
caso
✓ A correção pode ser para mais (criação de tributo, por
exemplo) ou para menos (isenções, por exemplo)
✓ Não se aplica para impostos sobre a renda
✓ Deve ser avaliado se há, de fato impacto no contrato

(Lei 8.987, Art. 9º, §3º)

73
14/03/2018

Reequilíbrio econômico-financeiro
• Alteração de tributo – exemplo:

[...] O prefeito [...] revelou que no projeto que muda os valores das
alíquotas do ISS o único aumento previsto é para a concessionária
da rodovia federal. Pela tabela atual do código tributário de Itajaí,
serviços como a da Litoral Sul pagam 3% de ISS. “Vamos passar
para 5% pra quem pode pagar”, afirmou o prefeito.

(Extraído de http://blog.diarinho.com.br/concessionria-da-101-vai-pagar-mais-
imposto-em-itaja, notícia publicada em 14/12/09)

Reequilíbrio econômico-financeiro
• Alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial
equilíbrio:
✓ é imprescindível que haja um nexo de causalidade
entre a alteração promovida pelo Poder Público e a
elevação do ônus que o concessionário terá que suportar.
✓ o poder concedente deverá restabelecer o equilíbrio
econômico-financeiro

(Lei 8.987, Art. 9º, §4º)

74
14/03/2018

Reequilíbrio econômico-financeiro
• Alteração unilateral do contrato – exemplo:

(Extraído de http://www.cnt.org.br/Paginas/Agencia_Noticia.aspx?noticia=dilma-
sanciona-lei-caminhoneiros-03032015, notícia publicada em 03/03/15)

Reequilíbrio econômico-financeiro
• Alteração unilateral do contrato – resultado:

(Extraído de http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/04/1617198-pedagio-em-
estradas-federais-tera-alta-extra-com-nova-lei-dos-caminhoneiros.shtml, notícia
publicada em 16/04/15)

75
14/03/2018

Exemplo
• Evolução da TBP – rodovias da 1ª etapa de concessões

Fonte: Gonze (2014)

Reequilíbrio econômico-financeiro do contrato


• Formas devem estar previstas no contrato:
✓ revisão nas tarifas;
✓ indenização à concessionária;
✓ alteração nas obrigações contratuais;
✓ alteração do prazo dos contratos de concessão;

76
14/03/2018

Reequilíbrio econômico-financeiro
• A) Reequilíbrio por aumento de tarifa:
✓ Receitas: Tráfego real x aumento na tarifa
✓ Despesas: investimentos novos + incrementos
operacionais
• B) Reequilíbrio por indenização:
✓ Receitas: indenizações
✓ Despesas: investimentos novos + incrementos
operacionais

Reequilíbrio econômico-financeiro
• C) Reequilíbrio por mudanças de obrigações:
• Provável: equilíbrio nos investimentos e efeitos
operacionais decorrentes
• D) Reequilíbrio por aumento do prazo contratual: cálculo
complexo
✓ Prazo original:
▪ Receita zero
▪ Despesas: investimentos + incrementos operação
✓ Prazo estendido:
▪ Receitas: Tráfego real x tarifa total
▪ Despesas: todas, inclusive as operacionais

77
14/03/2018

Reajuste
• Mecanismos de revisão da tarifa:
✓ Reajuste: desvalorização da moeda
✓ Contrato estabelece a forma de cálculo

✓ Fórmula de cálculo pelo IPCA:

IPCA i = IPCA da data do reajuste

IPCA 0 = IPCA da data-base

Reajuste
• Data base
• Exemplos:

78
14/03/2018

Inflação
• Série histórica do índice de inflação (IPCA):

Reajuste
• Evolução TBP e tarifa reajustada - Nova Dutra

79
14/03/2018

Valor do pedágio na praça


• Tarifa/km
• Trecho de cobertura
• Tarifa
• Arredondamento
• Diferença no arredondamento => próxima revisão

Exercício 3

Valor do pedágio na praça

80
14/03/2018

Avaliação

Boa sorte!

Referências bibliográficas
• BARBO, André Roriz de Castro et al. A evolução da regulação nas rodovias
federais concedidas, Revista da ANTT, Vol. 2 Nº 2 - Novembro/2010.
• DNER. Diretrizes básicas para elaboração de estudos e projetos rodoviários, RJ:
IPR, 1999.
• GONZE, Nilson Correa. Concessão um Rodovias Federais: Uma Análise da
Evolução dos Modelos de Regulação Técnica, dissertação de mestrado, RJ:
COPPE/UFRJ, 2014.
• JUSTEN FILHO, Marçal. O Direito das Agências Reguladoras Independentes,
Dialética, SP, 2002.
• RODRIGUES, Antonio Sérgio. Assimetria de informações e o risco de captura de
agência reguladora, Revista da ANTT, Vol. 3 Nº 1 - Maio/2011.

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