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1Segundo os autores, “[mitos] são também obras de arte que suscitam profundas
emissões estéticas” (JAKOBSON, 1962: 7)
está em concorrência tensionada com a divisão proposta pelos autores: duas sextilhas e um
dístico entre elas.
Há também uma exaustiva análise do nível fonológico do poema, observando
especialmente a reiteração de fonemas, assim como as vogais nasais e as consoantes /l/ e /r/ e,
acima de tudo, a reincidência de fonemas que mimetizam sons relacionados aos gatos, conforme
o título do poema, implicando que no nível da expressão, há, sim, conteúdo.
Depois, ainda, é analisada no poema a relação entre os gatos e a mulher, ideia que é
trabalhada por meio de metáforas e metonímias em uma progressão da metamorfose do gato.
Em suma, os autores realizam uma minuciosa análise, de caráter imanente, dos níveis
gramatical (morfológico e sintático), fônico e da estrutura do poema, defendendo a hipótese de
que estes contribuem na definição do aspecto semântico.
Comentários pessoais:
Se Roman Jakobson, no texto Linguística e Poética, dispõe a função poética de forma teórica,
com relação à ênfase na própria mensagem, no texto Les Chats, Jakobson juntamente com Claude
Levi-Strauss lança mão de uma análise prática do poema de Charles Baudelaire de acordo com o
que havia proposto anteriormente.
Tal análise, de caráter imanente, não tem como objeto imediato o sentido e a significação,
conforme tarefa realizada pela semiótica greimasiana, mas debruça-se em uma sistemática
crítica, primeiramente, do plano da expressão para que depois sejam estabelecidas as
correspondências de sentido relativas ao plano do conteúdo.
Tal metodologia, imagino eu, que tenha causado certo alvoroço no campo dos estudos
literários e linguísticos por conta de sua novidade e pelo fato de unir duas áreas que costumavam
concentrar-se somente em seus objetos delimitados até então.
- Referências:
JAKOBSON, Roman; LÉVI-STRAUSS, Claude. “Les Chats” de Charles Baudelaire In:
L'Homme, 1962, tome 2 n°1. pp. 5-21 (Último acesso: 21 de outubro de 2017)