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Resenha crítica do artigo “Les Chats” de Charles Baudelaire, de Roman Jakobson e Claude

Lévi-Strauss, presente na revista científica L´Homme, publicada em 1962.


Aluno: Adriano L. Pequeno Costa (n. USP 8025750)
Prof. Dr.: Marcos Lopes

- Resumo das ideias presentes no capítulo:


-
No texto “Les Chats” de Baudelaire, publicado na revista científica L´Homme, o linguista
Roman Jakobson juntamente com o antropólogo Claude Lévi-Strauss realizam uma minuciosa,
sistemática e exaustiva análise, nos moldes estruturalistas, do poema citado no título.
Já no início do texto, os autores demonstram o intuito de reunir um etnólogo e um linguista
para realizar a análise do objeto poema, já que para eles, há uma estreita semelhança entre as
estruturas das obras poéticas e dos mitos, de modo que o método de análise de um poema pode
vir a contribuir de maneira complementar com a interpretação dos mitos e vice-versa, ainda que
sejam objetos bastante distintos.
Tal distinção, segundo os autores, se dá pelo fato de que os mitos1 podem ser analisados
somente pelo nível semântico e neste caso, o sistema de variantes, indispensável à análise
estrutural, se dá por uma pluralidade de versões do mesmo mito, ou seja, por um corte horizontal
praticado em um corpo de mitos exclusivamente no nível semântico, enquanto a análise de obras
poéticas pode ser analisada pelo eixo vertical, já que tem variantes ordenadas em níveis
superpostos: fonológico, fonético, sintático, prosódico, semântico e assim por diante.
Depois disso, é iniciada, de fato, a análise do poema, na qual os autores analisam o esquema
de rimas do poema (“aBBa CddC eeFgFg”), onde as letras maiúsculas correspondem às rimas
masculinas e as minúsculas às femininas. Tal observação já traz à tona o fato de que a gramática
e a rima, dentro da estrutura do poema, possuem um papel fundamental no estabelecimento do
sentido.
Desta forma, debruçam-se no poema, analisando os verbos utilizados de acordo com a
distribuição dos versos intercalados, a classe morfológica das palavras que compõem as rimas e
a sintaxe, levando em conta as orações coordenadas e subordinadas, que colocam em foco a
divisão espacial dos versos, que originalmente se tratava de dois quartetos e uma sextilha, mas

1Segundo os autores, “[mitos] são também obras de arte que suscitam profundas
emissões estéticas” (JAKOBSON, 1962: 7)
está em concorrência tensionada com a divisão proposta pelos autores: duas sextilhas e um
dístico entre elas.
Há também uma exaustiva análise do nível fonológico do poema, observando
especialmente a reiteração de fonemas, assim como as vogais nasais e as consoantes /l/ e /r/ e,
acima de tudo, a reincidência de fonemas que mimetizam sons relacionados aos gatos, conforme
o título do poema, implicando que no nível da expressão, há, sim, conteúdo.
Depois, ainda, é analisada no poema a relação entre os gatos e a mulher, ideia que é
trabalhada por meio de metáforas e metonímias em uma progressão da metamorfose do gato.
Em suma, os autores realizam uma minuciosa análise, de caráter imanente, dos níveis
gramatical (morfológico e sintático), fônico e da estrutura do poema, defendendo a hipótese de
que estes contribuem na definição do aspecto semântico.

Comentários pessoais:
Se Roman Jakobson, no texto Linguística e Poética, dispõe a função poética de forma teórica,
com relação à ênfase na própria mensagem, no texto Les Chats, Jakobson juntamente com Claude
Levi-Strauss lança mão de uma análise prática do poema de Charles Baudelaire de acordo com o
que havia proposto anteriormente.
Tal análise, de caráter imanente, não tem como objeto imediato o sentido e a significação,
conforme tarefa realizada pela semiótica greimasiana, mas debruça-se em uma sistemática
crítica, primeiramente, do plano da expressão para que depois sejam estabelecidas as
correspondências de sentido relativas ao plano do conteúdo.
Tal metodologia, imagino eu, que tenha causado certo alvoroço no campo dos estudos
literários e linguísticos por conta de sua novidade e pelo fato de unir duas áreas que costumavam
concentrar-se somente em seus objetos delimitados até então.

- Referências:
JAKOBSON, Roman; LÉVI-STRAUSS, Claude. “Les Chats” de Charles Baudelaire In:
L'Homme, 1962, tome 2 n°1. pp. 5-21 (Último acesso: 21 de outubro de 2017)

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